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Efeito Hall

Em 1870, o físico americano Edwin H. Hall fez um experimento para


observar o efeito de um campo magnético em um condutor. Para isso usou
folhas de ouro percorridas por uma corrente, e as colocou entre um eletroímã.
Com um galvanômetro ligado nas bordas das folhas, observou que surgiu uma
força eletromotriz, então Hall concluiu que essa força era proporcional ao
campo magnético e a corrente do condutor. (Balbinot, 2011).

O Efeito Hall acontece quando um condutor retangular percorrido por


uma corrente é exposto a um campo magnético transversal, os elétrons são
desviados para uma das bordas. Isso pode ser visto em qualquer material
condutor, mas nos materiais semicondutores esse efeito é mais intenso.

Figura – Material percorrido por uma corrente, quando aplicado um campo as cargas são
desviadas (Honeywell, 2016).

Esse fenômeno acontece devido a força de Lorentz sobre os elétrons.


As cargas concentradas nas extremidades do condutor produzem um campo
elétrico transversal a corrente, que consequentemente produz uma força
elétrica. Essa força é contraria a força magnética, e elas atingem o equilíbrio. O
campo elétrico também gera uma diferença de potencial, que pode ser medida
nas bordas do condutor, e é chamada de tensão de Hall (Pinto, 2010).

I ∙ B┴
V H= (1)
ρn ∙ q ∙ t

Onde V H é a tensão Hall através da placa condutora, I é a corrente que passa através
da placa, ρn é o número de portadores de carga por unidade de volume, q é a magnitude da
carga das transportadoras e t é a espessura da placa (Milano, 2020).
Sensor de Efeito Hall

Há mais de cem anos já se conhece o efeito hall, porém sua


aplicação pratica em sensores foi nas últimas décadas, o primeiro uso foi em
1950 em um sensor de micro-ondas. A evolução dos semicondutores fez com
que os sensores de efeito hall fossem produzidos em massa (Honeywell, 2016).
A Alegro, fabricante do sensor utilizado nesse trabalho, produz sensores a
partir de substrato de silício, dopado com diferentes materiais para criar as
lacunas ou portadores. Nas regiões desse semicondutor ainda contém o
elemento hall, os elementos ativos (transistores) e elementos passivos
(resistores, indutores e capacitores), formando assim um circuito integrado
denso, devido a sua pequena dimensão (Milano, 2020).

Os sensores fabricados atualmente são baratos, robustos, confiáveis,


minúsculos e fáceis de usar, por isso podemos encontrá-los em várias
aplicações como na detecção de movimento em tacômetros, chaves ou
sensores de proximidade, medição de corrente e também magnetômetros,
instrumentos que medem a intensidade de um campo magnético da Terra.
Estão presente no dia a dia em teclados de computador, ignição de carros,
bicicletas de exercício (Woodford, 2019).

A tensão na saída do sensor é proporcional ao campo magnético ao qual


o sensor será submetido, e poderá ser positiva ou negativa de acordo com o
deslocamento desse campo. Na sua forma mais simples o sensor opera de
forma analógica retornando diretamente uma tensão, os sensores digitais
Referencias

BALBINOT, Alexandre; BRUSAMARELLO, Valner João. Instrumentação e


Fundamentos de Medidas - Volume 2. 2. ed. [s. L.]: Ltc, 2011.

HONEYWELL (Illinois). Hall Effect Sensing and Application. Freeport:


Honeywell Inc., 2016. 121 p. Disponível em:
<sensing.honeywell.com/Hallbook.pdf>. Acesso em: 4 mar. 2020.

PINTO, Janeth Fernández. Magnetomotria por Efeito Hall. 2010. 76 f.


Dissertação (Mestrado) - Curso de Física, UFPE, Recife, 2010.

MILANO, Shaun. Allegro Microsystems. Allegro Hall-Effect Sensor ICs.


Disponível em: https://www.allegromicro.com/en/Insights-and-
Innovations/Technical-Documents/Hall-Effect-Sensor-IC-Publications/Allegro-
Hall-Effect-Sensor-ICs.aspx. Acesso em: 14 mar. 2020.

WOODFORD, Chris. Explain That Stuff. Hall-effect sensors. 2019. Disponível


em: https://www.explainthatstuff.com/hall-effect-sensors.html. Acesso em: 15
mar. 2020.

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