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TCC 1
TCC 1
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Aos meus professores da Pós-graduação: Elisabeth Gonçalves, Márcia Zuardi, Adelaide Rezende,
Simone Barreto, Kelly Cristina, Renato dos Passos, Regina Bertolini
Aos amigos e companheiros de turma; Arlinei,, Thiago, Vera, Raquel, Advani, Sérgio Tostes,
Maurício, Tereza
1 - INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 5
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 20
6 – ANEXOS:
PLANO DE CURSO
PLANO DE AULA
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
INTRODUÇÃO
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1- Histórico da Universidade no Brasil
Na época em que o Brasil era colônia de Portugal para que os filhos de brasileiros
pudessem ter acesso ao ensino superior, a classe dominante os mandava para a Europa, na
maioria das vezes com destino à Coimbra. Essa possibilidade de poder mandar os filhos para
estudar na Europa criou, de início, uma resistência à criação de um projeto de ensino no país.
Depois da transferência da corte de Portugal para o Brasil, algumas escolas superiores
foram criadas no Rio de Janeiro e na Bahia. Durante o processo de separação da metrópole,
vários projetos de criação de universidades foram apresentados e abortados. Somente em 1915, já
na República, o governo reuniu escolas politécnicas, faculdades de direito e de medicina da
capital brasileira na Universidade do Rio de Janeiro, considerada a primeira instituição de ensino
superior do país.
Em 1961 foi criada a Universidade de Brasília. O professor Darcy Ribeiro, que fazia
parte do governo, retoma a idéia de universidade com a convicção de que ensino superior requer
instituições integradas, orgânicas e atuantes, onde a cultura científica é fundamental, integrando-
se à profissionalização. Seu projeto foi interrompido no período do golpe militar de 1964.
A partir do golpe, a data relevante é 1968, com a lei de Reforma Universitária. Até lá,
o que houve foram medidas de intimidação. Foi uma lei abrangente, dizia qual ensino as
universidades teriam e que teriam que ter uma estrutura em que as universidades tiveram que se
ajustar.
Na época foi criado um centro de estudos gerais, que não deu muito certo. O
relevante é que o governo tenta estruturar a universidade. Eles seguiam um modelo americano de
desprofissionalização. Essa lei ficou vigente por muito tempo e algumas idéias na deram certo.
Logo depois, as universidades passaram por momentos difíceis, com o AI-5 intimidando e
proibindo as pessoas, a liberdade de expressão. O Ato Institucional 5 foi uma das medidas do
governo militar que diminuiu ainda mais as liberdades do país.
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Após o AI-5 houve uma política de crédito, trazendo alguns modelos de estrutura e forma, mas o
conteúdo foi pouco desenvolvido. Depois da reforma, a próxima lei importante foi a de Diretrizes
e Bases, em 1966, já no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O ensino superior no Brasil foi retomar seu crescimento durante o governo de
Fernando Henrique, quando houve um sensível aumento de vagas nas universidades privadas. A
demanda dos alunos que saíam do ensino médio cresceu, havendo então a necessidade de criarem
novas vagas. A demanda gerada por essa ampliação foi coberta por uma expansão do ensino
privado. Essa expansão se deu, em função de uma legislação que facilitou a abertura de cursos e
instituições, sobretudo de faculdades, centros universitários e universidades.
A situação das universidades tem se deteriorado nos últimos anos porque uma
reforma silenciosa nos anos do governo de Fernando Henrique, na década de 90, na qual a
provocação pública foi desmobilizada em vários sentidos. O primeiro fato mais flagrante e
evidente é de que a percentagem de vagas oferecidas pelas universidades públicas se inverteu em
relação às privadas, ou seja, o pólo de expansão do ensino universitário brasileiro passou a ser
rede privada.
A universidade pública conservou-se ainda, durante esse tempo, como centro de
produção da pós-graduação, mas mesmo isso estava sob risco.
A real concepção da escola superior no Brasil parece ter sido, desde o princípio, a de
um organismo composto de cátedras de certas matérias, que constituíam o currículo do curso
único oferecido pela escola. Assim o catedrático e o currículo único do curso impediam que a
escola pudesse crescer além da capacidade individual do catedrático. A idéia de cátedra pode ser
até discutida, mas não representa privilegio algum, mas sim segurança do docente, que encontra
condições de se aprimorar e, além disso, liberdade e independência de que necessita para ser um
professor universitário.
Atualmente, no grande número de instituições do ensino superior que existem com
curso único na maioria delas, o corpo docente são predominantemente de tempo parcial e tem
outros encargos. Na sua maioria vai à universidade somente para dar aula e o contato entre
professores e aluno limita-se, quase sempre ao encontro de sala de aula.
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Hoje a universidade apresenta o ensino voltado para o mercado visando seu próprio
lucro. Podendo ser comparada a um supermercado onde quase nada é produzido e sim uma
distribuidora de diplomas onde o objetivo é a quantidade e não a qualidade e em curto espaço de
tempo.
Vivenciamos hoje a universidade operacional, na qual a docência é uma transmissão
de conhecimentos, e muitas vezes o professor ministra disciplinas que não domina.
A pesquisa não é prioridade nessa universidade e é realizada sem reflexão e crítica
das problemáticas. Geralmente realiza-se pesquisa quando se desenvolve o TCC e se tabela os
dados estatísticamente e raramente se usa reflexão.
A universidade operacional existe porque as pessoas procuram um diploma em curto
tempo para entrar no mercado de trabalho e não exige pesquisa aprofundada, crítica de problemas
sociais, não havendo interligação entre pesquisa e extensão.
De acordo com o Ministério da Educação, cerca de 70% das vagas existentes são de
instituições privadas e apenas 30% nas universidades públicas.
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2- Histórico do curso de graduação em Engenharia Ambiental
O desafio que se apresenta o ensino de engenharia no Brasil é um cenário mundial
que demanda uso intensivo da ciência e tecnologia e exige profissionais altamente qualificados.
O próprio conceito de qualificação profissional vem se alterando, com a presença cada vez maior
de componentes associados às capacidades de coordenar informações, interagir com pessoas,
interpretar de maneira dinâmica a realidade. O novo engenheiro deve ser capaz de propor
soluções que sejam não apenas tecnicamente corretas, ele deve ter a ambição de considerar os
problemas em sua totalidade, em sua inserção numa cadeia de causas e efeitos de múltiplas
dimensões. Não se adequar a esse cenário procurando formar profissionais com tal perfil significa
atraso no processo de desenvolvimento.
Pela Portaria nº 1693/1994, conforme o disposto no §1º do art. 6º da Resolução nº
48/76-CFE, foi criado o curso de Engenharia Ambiental, sendo um curso da área de ciências
exatas, no qual são estudadas as questões de forma abrangente, multidisciplinar e integrada na
suas dimensões tecnológica, ecológica, social e econômica visando promover o desenvolvimento
sustentável da sociedade.
Nos últimos anos tem crescido consideravelmente a demanda por profissionais aptos
a analisar, de forma integrada, as questões ambientais e a propor soluções que tornem
compatíveis a continuidade do desenvolvimento econômico e a conservação dos recursos naturais
em meio a expressivas mudanças naturais.
O desenvolvimento de nossa sociedade urbana e industrial, por não conhecer limites,
ocorreu de forma desordenada, sem planejamento, à custa de níveis crescentes de poluição e
degradação ambiental. Gradativamente, os impactos negativos desse modelo de desenvolvimento
tornaram-se cada vez mais preocupantes, comprometendo a qualidade do ar, a saúde humana e a
manutenção dos recursos naturais.
Em função deste cenário o engenheiro ambiental aparece como um profissional que
deve atuar avidamente para manter o equilíbrio sustentável, tendo como competência e
habilidades: avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental,
assumir postura de permanente busca de atualização profissional, supervisionar a operação e a
manutenção de sistemas, desenvolver ou utilizar novas ferramentas e técnicas, avaliar
criticamente a operação e a manutenção de sistemas, projetar e conduzir
experimentos e interpretar resultados, etc.
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3- A Prática Docente no Curso de Engenharia Ambiental
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Procurando atualizar os sistemas educacionais para que os mesmos se adaptem às
novas realidades e desafios do mundo atual, as diretrizes e bases para a Educação Nacional
corporificadas na Lei 9.394 de dezembro de 1996 e os mecanismos e processos de avaliação da
qualidade do ensino nas Instituições de Ensino Superior conduzem a mudanças de concepções
filosóficas, sociológicas e pedagógicas bastante significativas para todo o processo educativo.
A nova LDB para os cursos de engenharia propõe, dentre outras coisas, que seu
egresso saiba conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; planejar, supervisionar,
projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados, além de saber atuar em equipes
multidisciplinares, comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica e avaliar a
viabilidade econômica de projetos e o impacto das atividades da engenharia no contexto social e
ambiental.
Explicita que, cada curso de engenharia deve ter um projeto pedagógico que
demonstre claramente seus objetivos e como o conjunto de atividades executadas desenvolverão
as características e competências esperadas para o profissional que está formando. Propõe ainda
que as estruturas curriculares deverão ser flexíveis, estar direcionadas a proporcionar condições
para consolidação dos conhecimentos e para atividades complementares, objetivando autonomia
intelectual do aluno; que deverão existir trabalhos de síntese e integração dos conhecimentos
adquiridos. E, que deverão ser estimuladas atividades empreendedoras, com o objetivo de se
desenvolver posturas de cooperação, comunicação e liderança.
Analisando as propostas da nova LDB, verificamos que várias reformulações precisam
ocorrer no quadro atual do ensino de engenharia, onde a graduação deve deixar de ser apenas um
lugar para transmissão e aquisição de conhecimentos, passando a ocupar um espaço de
construção e produção de conhecimentos.
A aprendizagem não deve se esgotar no campo dos métodos de reprodução do saber,
mas em sua apropriação e recriação constante, impulsionando o sujeito, em dimensão individual e
social, a criar e responder a desafios para que as mesmas se realizem a contento. Assim,
consideramos que dentre inúmeros problemas existentes que podem contribuir para dificultar o
sucesso desta LDB, está aquele relacionado com a falta de qualificação pedagógica adequada dos
professores de engenharia.
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Acredito que o sucesso das propostas curriculares das Escolas de Engenharia depende
fortemente das políticas e práticas desenvolvidas pelas instituições de ensino superior, para a
contratação e promoção de docentes, assim como para seu treinamento em serviço e
desenvolvimento profissional, que devem levar em conta não somente os méritos ligados à
qualificação técnica, mas também àqueles relacionados à qualificação pedagógica.
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Aliada a esses ‘requisitos’ soma-se à experiência, considerada importantíssima e "tão incrustada
em quase todos os professores que, em seu estudo apontam que grande maioria deles afirma ter
aprendido a ensinar pela própria experiência, ao sabor dos erros e acertos”.
Considerando a prática docente como as atividades realizadas pelo professor visando a
educar o estudante, através do processo ensino-aprendizagem, estudos realizados, indicam que as
concepções de ensino e de planejamento de ensino de professores de engenharia são insuficientes
para responder às exigências requeridas para que realize um ensino que aumente a probabilidade
do estudante de ser capaz de transformar o que aprendeu em comportamentos socialmente
significativos.
Atuam, de maneira geral, sem adequado conhecimento da relação entre a teoria e prática
pedagógica, realizando atividades carentes de reflexões a respeito do processo instrutivo e
educativo.
Sua prática ocorre, portanto sem os conhecimentos básicos que podem tornar o processo
educacional mais motivante, ativo, consciente de modo a contribuir eficientemente para uma
melhor formação dos futuros engenheiros. Pesquisas realizadas mostram que uma considerável
parcela de professores de engenharia, considera que ensinar é transmitir matéria (cumprir o
programa), com o ensino centrado no professor como transmissor e com participação passiva do
aluno (receptor) e sendo avaliação considerada sempre como sinônimo de prova ou teste.
Ao estudar a prática docente em diferentes cursos de engenharia, verifica-se ainda que
grande parte dos professores desses cursos, não dialogam sua didática, seu sistema de avaliação,
os interesses e dificuldades em sala de aula. Somente em poucas oportunidades, os alunos são
solicitados a utilizar o raciocínio reflexivo, a criatividade e o senso crítico. As provas são em sua
maioria realizadas mecanicamente, sem o entendimento do significado do que se está fazendo e
somente uma percentagem ínfima apresenta boa ou excelente didática.
Os problemas no ensino de engenharia parecem, portanto, não se resumir apenas "aos
métodos de ensino, mas também aos objetivos, à quantidade de matéria, à avaliação, mas também
como associação, às concepções do que seja ensinar, ou seja, à concepção cartesiana do ensino da
engenharia, muito útil para se ter uma compreensão do que seja a engenharia em termos de
informação, contudo, é um equívoco considerar que a aprendizagem da engenharia
(particularmente, a aquisição da capacidade de resolver problemas) se dê segundo esta
concepção.
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O modo de organização de um ramo do saber é diferente de seu modo de aprendizagem.
O ensino de engenharia, até hoje, não se pautou por uma reflexão pedagógica sobre como se
deveria ensinar engenharia. A "pedagogia" empregada está inteiramente inadequada ao processo
de aprendizagem. Em resumo digo que, os engenheiros-professores que assumem a formação de
novos profissionais, o fazem carregando consigo toda uma bagagem resultante de sua própria
formação, sem considerar que uma prática docente adequada assenta-se sobre dois tipos de
qualificação: a qualificação técnica, indispensável para sua atuação como engenheiro, e a
qualificação pedagógica para o exercício de sua profissão como professor.
Os numerosos diplomas, a quantidade de cursos e os anos de estudo na área técnico-
científica, fazem do engenheiro-professor um profissional técnico altamente qualificado, mas não
garantem que sua qualificação como professor-engenheiro esteja se dando como decorrência.
Para proporcionar o efetivo desempenho em sua prática como professor-engenheiro, é
preciso que aliada a essas aquisições técnico-científicas, associem-se também aquelas referentes
ao domínio da profissão docente. Os conhecimentos técnicos são, indubitavelmente,
imprescindíveis, mas não suficientes para que se possa considerar um engenheiro habilitado a
seguir a carreira docente e atuar com a eficiência esperada nos dias de hoje.
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Esta internalização consciente, pode conduzir a processos de auto-avaliação e às ações
auto-transformadoras promovendo auto aperfeiçoamento do professor, que, com novos
conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades e habilidades passa a executar suas
atividades docentes em níveis mais elaborados. Pois em uma atividade docente efetiva, o
professor deve desenvolver não só a capacidade de atuar, mas deve também avaliar as
conseqüências de suas ações, considerando desenvolvimentos alternativos da ação, utilizando
uma série de marcos conceitual neste processo cognitivo e interativo.
Sob essa perspectiva um trabalho interativo para promover a capacitação pedagógica de
professores de engenharia deve considerar a reflexão e conscientização das concepções e
conflitos que distorcem a atividade docente e empobrecem o aperfeiçoamento pessoal
profissional do engenheiro-professor; a apropriação de conhecimentos, capacidades habilidades
pedagógicas, sob novos pontos de vista do que seja e como se dá o processo ensino-
aprendizagem; partindo de situações reais de sala de aula, que são consideradas problemáticas,
analisar seus fundamentos procurando novas explicações e conceitualizações teóricas para sua
resolução; de volta à prática concretizar as reflexões teóricas realizadas a partir da análise e
interpretação das situações problemas encontradas; experiências individuais na prática para uma
nova discussão grupal, onde através de uma elaboração conjuntas novas perspectivas, opiniões,
representações aparecem. Desta forma a estratégia de trabalho interativo pode propiciar a capa-
citação pedagógica onde o professor adquira um considerável domínio dos saberes docentes, de
tal modo a poder conduzir adequada e conscientemente suas atividades relacionadas com o
ensino-aprendizagem e se prepare para os problemas derivados das mudanças decorrentes de todo
processo.
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3 – Tipo de Aluno da Engenharia Ambiental
Deve ser flexível, aberto a mudanças e ter inclinação para a liderança de equipes, para o
desenvolvimento de projetos e pesquisas, para busca de soluções e para a tomada de decisões, e
aptidão para um campo de atuação dinâmico, multidisciplinar e interdisciplinar, no qual
atualizações profissionais, além de necessárias, são uma constante.
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4 – Considerações Finais
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Entendo que não há modelo pronto e inflexível de práticas em educação ambiental no
âmbito do ensino superior ou em outro espaço. Por isso, a educação ambiental se realiza de forma
diferenciada em cada meio, sendo necessária a adaptação à realidade. Portanto sem direcionar
práticas pedagógicas, mas como soluções propositivas, observo que o mapeamento e o
planejamento podem contribuir sobremaneira à educação ambiental universitária.
O desenvolvimento sustentável, a interdisciplinaridade, a dialogicidade e a reflexidade
crítica retratam o quanto estimo a realização de uma educação ambiental praticada por
educadores que buscam formação continuada.
Em suma a prática de uma educação reflexiva gera pedagogia que rompe coma racionalidade
técnica, fragmentada. A educação ambiental é uma concepção de educação transformadora, que
radica numa compreensão de um Homem criador, sujeito da História e que se transforma na
medida em que transforma o mundo.
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5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAZZO, Walter A. Ensino de engenharia: novos desafios para formação docente. Dissertação de
Doutorado em Ciência Naturais - Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de
Santa Catarina,1998.
BAZZO, W.A & PEREIRA, L.T.V. Ensino de Engenharia. Florianópolis: Ed.UFSC,1997. P. 11-
39, 1o sem. 1998.