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el dólar estadounidense como patrón de cambio debido a la fuerza política y económica que
Estados Unidos había adquirido al término de la Segunda Guerra Mundial, tanto por
levantarse como ganador indiscutible, poseedor de la bomba atómica y por ser una de las
naciones con menor daño en su aparato productivo y territorio. Además, este país
experimentó una fuerte acumulación de capital gracias a que se convirtió en el principal
acreedor de los países combatientes, por ello la moneda estadounidense se convirtió en la
divisa fuerte de la posguerra.
Foi a partir dos Acordos de Bretton Woods, que se criaram diversas instituições
como a Organização das Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário
Internacional e o Banco de Pagamentos Internacionais de Basilea, que tinham como
finalidade contribuir para a estabilização das relações internacionais.
1
Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a
um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme influência na renovação
das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Disponível em:
<http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Los Estados intervinieron de manera activa en la política industrial y se implicaron en la
fijación de fórmulas establecidas de salario social diseñando una variedad de sistemas de
protección (asistencia sanitaria y educación, entre otros). (...) Se recurría con frecuencia (por
ejemplo, en Gran Bretaña, Francia e Italia) a la planificación estatal y en algunas instancias
a la propiedad pública de sectores clave de la economía (como el carbón, el acero o la
industria automovilística). El proyecto neoliberal consiste en desembridar al capital de estos
constreñimientos. (HARVEY, 2007, p. 16)
Desta forma, pode-se dizer que, como afirma Lima (2008, p. 5) “o neoliberalismo
foi engendrado na Europa e, mais tarde nos Estados Unidos” como “uma reação teórica
e política impetuosa contra o Estado intervencionista e de bem-estar social”.
Na Inglaterra, esta reação ganha força, principalmente, após a vitória do Partido
Trabalhista contra o Conservador (de Winston Churchill) e seus aliados nas eleições de
1945. A vitória nas urnas foi impulsionada pela adoção de programas recomendadas pelo
Relatório Benveridge2, publicado em 1942. As propostas do relatório aprovadas
juntamente com planos de educação e saúde formaram as bases do Welfare State3 na
Inglaterra.
(...) para inibir as pretensões do Partido Trabalhista que fundava no velho continente pós-
guerra as bases do Estado de bem-estar social, houve em 1947 um encontro de um grupo de
intelectuais conservadores na estação de Mont Pèlerin, na Suíça, onde formaram uma
sociedade de ativistas para combater as políticas do Estado de bem-estar social. (...) Segundo
seus idealizadores, o propósito era combater o keynesianismo e o solidarismo reinante e
preparar as bases de outro tipo de capitalismo duro e livre de regras para o futuro, haja vista
que o Estado de bem-estar social destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da
concorrência da qual dependia a prosperidade de todos. (ANDERSON, 1995 apud LIMA,
2008, p. 5-6)
2
William Henry Beveridge, 1º Barão de Beveridge (5 de março de 1879 — 16 de março de 1963) foi
um economista e reformista social britânico. Elaborou em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial,
o Report on Social Insurance and Allied Services, conhecido como Plano Beveridge, visando libertar o
homem da necessidade. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Beveridge>. Acesso em:
10 abr. 2016.
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O Estado do Bem-estar também é conhecido por sua denominação em inglês, Welfare State. Os termos
servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde,
habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos. Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-
welfare-state.htm>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Mas este modelo começou a ruir no final da década de 1960, tanto no campo
internacional, como dentro das economias domésticas. O crescimento do desemprego,
assim como da inflação disparou “anunciando la entrada en una fase de ‘estanflación’
global que se prolongó durante la mayor parte de la década de 1970 (...). Las políticas
keynesianas habían dejado de funcionar.” (idem)
É neste contexto que o neoliberalismo surge como resposta aos problemas que
devem ser resolvidos. É inaugurada então uma nova etapa do processo de globalização
que engendra crescentes interferências no campo internacional, trazendo novas questões
para a relação entre países no que diz respeito: às políticas macroeconômicas, a política
externa, a integração entre blocos comerciais e suas influências nos mercados nacional e
internacional.
Assim sendo, a partir da década de 1980, as políticas neoliberais passaram a ser
adotadas primeiramente em países ricos. Os pioneiros foram a “Dama de Ferro” da
Inglaterra – Margareth Thatcher, em 1979 e Ronald Reagan dos Estados Unidos, em
1980, que passaram a desmantelar a interferência direta do Estado na economia como
provedor de bens e serviços. Ambos priorizaram a subjugação do tamanho do Estado por
meio da desestatização/privatização de empresas estatais, da abertura e da
desregulamentação da economia. (LIMA, 2008, p. 6-7)
A partir da década de 1990 foram também discutido caminhos para o
desenvolvimento do neoliberalismo nas economias dos países sul-americanos – Brasil,
Argentina, México, Chile –, que na década anterior foram vítimas de forte crise
econômica.
O momento de turbulência na América Latina também afetou os Estados Unidos,
que necessitavam elevar suas exportações para sanar o déficit comercial com a Europa e
Japão. A solução estava no mercado consumidor latino-americano, mas para isso, era
necessário promover a abertura comercial e eliminar a crise econômica e financeira da
região (LIMA, 2008, p. 18). Desta forma,
el mundo capitalista fue dando tumbos hacia la respuesta que constituyó la neoliberalización
a través de una serie de zigzagueos y de experimentos caóticos, que en realidad únicamente
convergieron en una nueva ortodoxia gracias a la articulación de lo que llegó a ser conocido
como el «Consenso de Washington». (HARVEY, 2007, p. 20)
el CW presentó otro programa de ajuste estructural, después de Bretton Woods, para remediar
los problemas derivados de la crisis de la deuda. En esencia, dicho programa de ajuste fue
diseñado para la región latinoamericana y después éste se hizo aplicable para cualquier región
del mundo.
4
1. Disciplina fiscal; 2. Reordenación de las prioridades del gasto público; 3. Reforma fiscal; 4.
Liberalización financeira, 5. Tipo de cambio competitivo; 6. Liberalización del comercio; 7. Liberalización
de la inversión extranjera directa; 8. Privatizaciones; 9. Desregulación; 10. Derechos de propiedad.
(RANGEL e GARMENDIA, 2012, p. 47)
Mônica Franch (2001, p.64) observa que “todo esse estímulo ao mercado e ao
setor privado” se tornou um problema por terem sido direcionado à países que nunca
desfrutaram dos benefícios de um Estado do Bem-Estar. “O contexto latino-americano
diferencia-se radicalmente dos centros que irradiaram as ideias neoliberais (Europa e
Estados Unidos) pelas maiores taxas de pobreza, violência, desigualdades econômicas”
(idem).
Após o estabelecimento das regras do Consenso de Washington, o cenário político
latino americano passou por várias transformações, que foram acontecendo
gradativamente.
O México iniciou as privatizações, com a venda das ações do Estado da Teléfonos de México.
A Argentina que estava submersa na hiperinflação também privatizou sua companhia
telefônica. Passando a colocar ordem no setor fiscal. (...) Observa-se que os países da
América Latina procuraram implementar o Consenso de Washington, não necessariamente
por iniciativa própria, mas por sugestão ou mesmo determinação do FMI – Fundo Monetário
Internacional - que impunha a eles a necessidade do aumento do superávit primário, para
sanar a dívida contraída junto ao Fundo (LIMA, 2008, p. 19).
foi o déficit insustentável de conta corrente dos anos de 1992-94, que gerou uma crise de
confiança e em última tendência, levou a uma grande e desordenada desvalorização da moeda
mexicana, estancando o excesso de importações. Imediatamente, houve uma mobilização
para evitar o calote da dívida que em moeda mexicana, aumentou consideravelmente. Foram
disponibilizados quase 50 bilhões de dólares para a recuperação do país. Em seguida, o Brasil
tornou-se também vítima da crise. Naquela ocasião foram necessários 42 bilhões de dólares
para a recuperação do país. (LIMA, 2008, p. 20 apud WILLIAMSON, 2004)
2.1 – Na Argentina
2.1.1 – O Menemismo
5
A 24 de março de 1976 uma nova sublevação militar derrocou a Presidenta María Estela Martínez de
Perón instalando uma ditadura de tipo permanente (Estado burocrático autoritário) autodenominada
«Processo de Reorganização Nacional». Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpes_de_Estado_na_Argentina>. Acesso em: 17 abr. 2016.
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A derrota infligida provocou a queda da terceira junta militar e meses mais tarde a quarta junta convocou
eleições para 30 de outubro de 1983, nas quais triunfou o candidato da União Cívica Radical, Raúl
Alfonsín, quem assumiu em 10 de dezembro de 1983. (idem)
modelo de institucionalização dentro do regime de governo, o que marca a terceira parte
do processo: a consolidação de um novo regime.
Neste contexto, entra em cena na Argentina o que Guilhermo O’ Donell (1997
apud ERBETTA, 2005, p. 24) caracterizou como Democracia Delegativa, que o cientista
político descreve como “un ‘nuevo animal’ de apariencia democrático pero con una fuerte
matriz autoritaria en lo que se refiere al manejo del poder” (idem). Esta versão
democrática tende a concentrar a autoridade pública em uma figura política, que
“encarna” os interesses da nação.
Sebastián Barbosa (2010, p. 20) observa que uma forma interessante de abordar a
lógica de construção de poder no menemismo é de um ponto de vista político discursivo.
Menem conseguiu relacionar e vincular semanticamente a simbologia e a iconografia do
peronismo clássico com um modelo político, econômico, social e cultural claramente
oposto.
Se presenta en tal sentido como un seguidor de la doctrina y discurso peronista. La causa que
presenta Menem para diferenciarse del discurso peronista tradicional es sólo por una razón
temporal. El discurso del 21/7/89 en la Bolsa de Comercio de Buenos Aires expresa que los
valores de la soberanía política, la independencia económica y la justicia social deben
adaptarse a los nuevos tiempos y que el imperativo es actualizarlos ya que después de 40
años cambió la Argentina y el mundo.
(...) La posibilidad de diferenciar entre doctrina y realidad permiten al menemismo volver
eficaz la resignificación de los significantes tradicionales pero no por una causa interna sino
por el propio peso de la realidade. (BARBOSA, 2010, p. 20-21)
Era preciso demonstrar vontade e capacidade para fazer as reformas, obter rapidamente
fundos frescos e começar a solucionar o problema do endividamento externo. Tudo foi feito
com muita rapidez, de maneira descuidada, e mesmo contrariando outras intenções
declaradas, como estimular a concorrência. [...] Em pouco mais de um ano, sob condições
parecidas, a rede viária, os canais de televisão, boa parte das ferrovias e as áreas petrolíferas
tinham sido privatizados. (ROMERO, 2006 apud VIANINI, 2012, p. 28)
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Per saltum foi um mecanismo jurídico utilizado pelo poder executivo durante o governo Meném. Dessa
forma, Meném conseguia a aprovação de leis e decretos, passando por cima de juízes e das câmaras.
(ROMERO, 2006)
No entanto, os dois primeiros anos de governo Menem não trouxeram resultados
significativos para a economia argentina, além disso, a larga corrupção que cercava
grande parte dos processos de privatização no país ficaram evidentes.
As privatizações foram realizadas com objetivo de fazer caixa e a utilização de
velhas receitas, baseadas na contenção de gastos para o controle da inflação, provocou
uma forte recessão.
A ineficiência das medidas adotadas até então conduziu Domingo Cavallo ao
Ministério da Economia, nome responsável por propor e conseguir a aprovação da “Ley
de Convertibilidade del Austral8”, que “encarnó la forma más acabada de profundización
de la ofensiva del capital efectivizada con la instauración del régimen de acumulación
neoliberal”. (VARESI, 2011, p. 36)
Além da Lei de Conversibilidade, foi estabelecida uma redução geral das tarifas,
concretizando, por fim, a abertura econômica da Argentina ao mercado externo. Tais
medidas tiveram como resultado imediato o reaquecimento da economia e a recuperação
da confiança dos investidores. (ROMERO, 2006, p. 259)
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La Ley de Convertibilidad del Austral (Ley Nº 23.928) fue sancionada el 27 de marzo de 1991 (...) y
estuvo vigente durante 11 años. Establecía a partir del 1 de abril de 1991 una relación cambiaria fija entre
la moneda nacional y la estadounidense, a razón de 1 dólar estadounidense por cada 10.000 australes o
posteriormente un Peso Convertible. Disponível em: <
https://es.wikipedia.org/wiki/Ley_de_Convertibilidad_del_Austral>. Acesso em: 18 abr. 2016.
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A crise econômica do México de 1994, (...), teve repercussões mundiais. Foi provocada pela falta de
reservas internacionais, causando desvalorização do peso, durante os primeiros dias da presidência
de Ernesto Zedillo. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_do_M%C3%A9xico_de_1994>. Acesso em: 18
abr. 2016.
Tequila, como ficou conhecido mais tarde, atingiu os demais países da América Latina
que haviam optado por políticas econômicas neoliberais. De acordo com Chudnovsky
(2004 apud VIANINI, 2014, p. 3), por força de ações rápidas do governo, do FMI e do
Banco Mundial, a economia argentina não desmoronou juntamente com a mexicana.
Nas eleições presidenciais de 1995, a oposição, composta pela Unión Cívica
Radical e a Frepaso, não conseguiu derrotar Carlos Meném, que foi reeleito. Mas durante
o segundo mandato o desemprego e a dívida externa eram problemas para os quais já não
se conseguia encontrar soluções com facilidade. (VIANINI, 2012, p. 34-36)
Aí mesmo começou a queda. Até então, Menem controlava a luta, bem postado no centro do
ringue, como os bons boxeadores. Mas, desde o começo de seu segundo mandato, perdeu a
iniciativa. Acossado por muitos lados – principalmente pelos peronistas –, só conseguiu deter
os golpes, recebê-los da melhor forma possível, e esperar o toque final do sinal. (ROMERO,
2006, p. 272)
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A crise começou na Tailândia com o colapso financeiro do Thai baht causado pela decisão do governo
tailandês de tornar o câmbio flutuante, desatrelando o baht do dólar, após exaustivos esforços para evitar a
massiva fuga de capitais em parte devido ao estado (...). O que parecia ser uma crise regional com o tempo
se converteu no que se denominou "a primeira grande crise dos mercados globalizados". Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997>. Acesso em: 18 abr. 2016.
1997, resultou num agravamento da situação da Argentina (VIANINI, 2012, p. 40-42),
impactada também pela desvalorização da moeda brasileira, na tentativa do Brasil de
minimizar os danos da crise asiática. “Esse foi um golpe duro para a Argentina, já afetada
pelo encarecimento do crédito e pela queda dos preços de suas exportações, e
impossibilitada de adotar a solução da desvalorização.” (ROMERO, 2006, p. 275)
A crise iniciada em 1998 foi mais profunda e prolongada que a do México, e não teve um
final anunciado. Tudo se somou, o aumento dos juros da dívida, a escassez e o alto custo do
crédito, a queda dos preços de produtos de exportação e a recessão interna. Nesse ano, o PIB
encolheu cerca de 4% e a produção de automóveis caiu quase pela metade. A situação
aprofundou a internacionalização. Vários bancos e empresas foram comprados por
corporações multinacionais ou por grandes fundos de investimento, (...). O governo Menem
chegou ao seu fim sem margem sequer para fazer benfeitorias eleitorais, e teve de fechar o
orçamento com um déficit tão grande que não se atreveu a declará-lo. Nessa época, a dívida
externa chegava a 160 bilhões de dólares, o dobro da de 1994. (idem)
Neste contexto, Menem passou a receber uma oposição cada vez mais organizada.
Em 1999, no auge da crise internacional, após o fracasso em emplacar seu projeto de uma
nova reeleição, ele não conseguiu fazer seu sucessor vencer as eleições presidenciais,
vencida pela aliança oposicionista encabeçada por Fernando De la Rúa (VIANINI, 2014,
p. 3-5).
3. Considerações Finais
ANDERSON, 1995. “Balanço do neoliberalismo”. In.: Emir Sader & Pablo Gentili
(orgs.) Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1995.
HARVEY, David. La breve historia del neoliberalismo. Madrid: Ediciones Akal, 2007.