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Universidad Nacional de La Plata

Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación


Secretaría de Posgrado- Doctorado en Ciencias de la Educación

O Neoliberalismo na América Latina: o caso da Argentina

Fausto Coimbra Alves Pereira

Professor: Dr. Leandro Sessa


La Plata, Argentina.
ABRIL/2016
Introdução

Em Janeiro de 2016, a edição sul-americana do “Le Monde diplomatique”


estampou em sua capa a manchete: “América Latina gira a la derecha” (2016). Acima do
título ainda segue com destaque os dizeres: “Los triunfos opositores em Argentina y
Venezuelay la debilidade del gobierno brasileiro abren um nuevo ciclo político”.
Nas eleições presidenciais realizadas na Argentina em 22 de novembro de 2015,
por exemplo, o candidato de centro-direita Mauricio Macri colocou fim a 12 anos do
governo de orientação peronista, a chamada era Kirchner, iniciada em 2003, com Néstor
Kirchner, e continuada por Cristina em 2007.
Este momento que se desenha na América Latina e que parece dar início à um
novo ciclo, a uma nova encruzilhada, parece ir deixando para traz o que Arditi (2009)
caracterizou como um “giro à esquerda”, iniciado em 1999, com a chegada de Hugo
Chávez à presidência da Venezuela, na Argentina representado pela chegada de Néstor
Kirchner ao poder.
Colocar em perspectiva a história recente da América Latina torna possível
perceber uma repetição de padrões que conduzem à uma alternância política/econômica,
que, de tempos em tempos, “gira” da direita para a esquerda e vice-versa.
Com objetivo de entender melhor a dinâmica político-econômica da América
Latina, assim como, criar condições de ampliar a compreensão a respeito transformações
vividas (e porvir) na região neste âmbito, o presente trabalho propõe um estudo do “giro
à direita” que se estabeleceu nos países latino-americanos com base no Consenso de
Washington, no início da década de 1990. A proposta é lançar um olhar sobre a ascensão
e decadência do modelo neoliberalista e seus impactos na América Latina, especialmente
na Argentina.

1. Origem do Neoliberalismo e sua chegada à América Latina

Após a Segunda Guerra Mundial, a reestruturação dos Estados e das relações


internacionais foram idealizadas para prevenir um retorno à contextos como os que
levaram à grande depressão da década de 1930, assim como, evitar as rivalidades
geopolíticas que culminaram na guerra. Desta forma “para asegurar la paz y la
tranquilidad en la escena doméstica, había que construir cierta forma de compromiso de
clase entre el capital y la fuerza de trabajo” (HARVEY, 2007, p. 16).
Em uma escala internacional, uma nova ordem mundial surgia por meio dos
Acordos de Bretton Woods, firmados ainda durante a Segunda Guerra, em Nova
Hampshire, Estados Unidos, entre 1º e 22 de julho de 1944. A situação econômica
demandava uma nova ordem internacional baseada “en un programa de políticas
económicas para el desarrollo y, sobre todo, de políticas de estabilización para las
economías dañadas por el conflicto bélico” (RANGEL e GARMENDIA, 2012, p. 36).
Os Acordos de Bretton Woods tiveram como base: desenvolvimento, estabilidade
financeira internacional e liberação do comércio. Mas, como observam Rangel e
Garmendia (2012. P. 37), os norte-americanos, anfitriões da conferência monetária e
financeira, impuseram “su diseño” nos acordos, estabelecendo

el dólar estadounidense como patrón de cambio debido a la fuerza política y económica que
Estados Unidos había adquirido al término de la Segunda Guerra Mundial, tanto por
levantarse como ganador indiscutible, poseedor de la bomba atómica y por ser una de las
naciones con menor daño en su aparato productivo y territorio. Además, este país
experimentó una fuerte acumulación de capital gracias a que se convirtió en el principal
acreedor de los países combatientes, por ello la moneda estadounidense se convirtió en la
divisa fuerte de la posguerra.

Foi a partir dos Acordos de Bretton Woods, que se criaram diversas instituições
como a Organização das Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário
Internacional e o Banco de Pagamentos Internacionais de Basilea, que tinham como
finalidade contribuir para a estabilização das relações internacionais.

Asimismo, se incentivó el libre comercio de bienes mediante un sistema de tipos de cambio


fijos, sujeto a la convertibilidad del dólar estadounidense en oro a un precio fijo. Los tipos
de cambio fijos eran incompatibles con la libertad de los flujos de capital que tenían que ser
controlados, pero Estados Unidos tenía que permitir la libre circulación del dólar más allá de
sus fronteras si el dólar iba a funcionar como moneda de reserva global. Este sistema existió
bajo el paraguas protector de la potencia militar de Estados Unidos. Únicamente la Unión
Soviética y la Guerra Fría imponían un límite a su alcance global. (HARVEY, 2007, p. 16)

Após o final da Segunda Guerra Mundial, ganharam força e emergiram na Europa


uma variedade de Estados social-democratas, democratas cristãos e dirigistas. Estas
formas estatais tinham em comum a aceitação de que o estado devia concentrar suas ações
no pleno emprego, no crescimento econômico e no bem estar dos cidadãos. Neste período,
ganham força as políticas chamadas “keynesianas”1, que foram amplamente aplicadas.

1
Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a
um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme influência na renovação
das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Disponível em:
<http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Los Estados intervinieron de manera activa en la política industrial y se implicaron en la
fijación de fórmulas establecidas de salario social diseñando una variedad de sistemas de
protección (asistencia sanitaria y educación, entre otros). (...) Se recurría con frecuencia (por
ejemplo, en Gran Bretaña, Francia e Italia) a la planificación estatal y en algunas instancias
a la propiedad pública de sectores clave de la economía (como el carbón, el acero o la
industria automovilística). El proyecto neoliberal consiste en desembridar al capital de estos
constreñimientos. (HARVEY, 2007, p. 16)

Desta forma, pode-se dizer que, como afirma Lima (2008, p. 5) “o neoliberalismo
foi engendrado na Europa e, mais tarde nos Estados Unidos” como “uma reação teórica
e política impetuosa contra o Estado intervencionista e de bem-estar social”.
Na Inglaterra, esta reação ganha força, principalmente, após a vitória do Partido
Trabalhista contra o Conservador (de Winston Churchill) e seus aliados nas eleições de
1945. A vitória nas urnas foi impulsionada pela adoção de programas recomendadas pelo
Relatório Benveridge2, publicado em 1942. As propostas do relatório aprovadas
juntamente com planos de educação e saúde formaram as bases do Welfare State3 na
Inglaterra.

(...) para inibir as pretensões do Partido Trabalhista que fundava no velho continente pós-
guerra as bases do Estado de bem-estar social, houve em 1947 um encontro de um grupo de
intelectuais conservadores na estação de Mont Pèlerin, na Suíça, onde formaram uma
sociedade de ativistas para combater as políticas do Estado de bem-estar social. (...) Segundo
seus idealizadores, o propósito era combater o keynesianismo e o solidarismo reinante e
preparar as bases de outro tipo de capitalismo duro e livre de regras para o futuro, haja vista
que o Estado de bem-estar social destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da
concorrência da qual dependia a prosperidade de todos. (ANDERSON, 1995 apud LIMA,
2008, p. 5-6)

Houveram então modificações na versão original do Relatório de Beveridge que


aprofundaram o caráter liberal das políticas inglesas a despeito das suas características
social-democratas (CARDOSO, 2010, p. 66-67). Harvey (2007, p. 17-18) observa que
este “liberalismo social” gerou altas taxas de crescimento econômico nos países de
capitalismo avançado durante as décadas de 1950 e 1970.

2
William Henry Beveridge, 1º Barão de Beveridge (5 de março de 1879 — 16 de março de 1963) foi
um economista e reformista social britânico. Elaborou em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial,
o Report on Social Insurance and Allied Services, conhecido como Plano Beveridge, visando libertar o
homem da necessidade. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Beveridge>. Acesso em:
10 abr. 2016.
3
O Estado do Bem-estar também é conhecido por sua denominação em inglês, Welfare State. Os termos
servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde,
habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos. Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-
welfare-state.htm>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Mas este modelo começou a ruir no final da década de 1960, tanto no campo
internacional, como dentro das economias domésticas. O crescimento do desemprego,
assim como da inflação disparou “anunciando la entrada en una fase de ‘estanflación’
global que se prolongó durante la mayor parte de la década de 1970 (...). Las políticas
keynesianas habían dejado de funcionar.” (idem)
É neste contexto que o neoliberalismo surge como resposta aos problemas que
devem ser resolvidos. É inaugurada então uma nova etapa do processo de globalização
que engendra crescentes interferências no campo internacional, trazendo novas questões
para a relação entre países no que diz respeito: às políticas macroeconômicas, a política
externa, a integração entre blocos comerciais e suas influências nos mercados nacional e
internacional.
Assim sendo, a partir da década de 1980, as políticas neoliberais passaram a ser
adotadas primeiramente em países ricos. Os pioneiros foram a “Dama de Ferro” da
Inglaterra – Margareth Thatcher, em 1979 e Ronald Reagan dos Estados Unidos, em
1980, que passaram a desmantelar a interferência direta do Estado na economia como
provedor de bens e serviços. Ambos priorizaram a subjugação do tamanho do Estado por
meio da desestatização/privatização de empresas estatais, da abertura e da
desregulamentação da economia. (LIMA, 2008, p. 6-7)
A partir da década de 1990 foram também discutido caminhos para o
desenvolvimento do neoliberalismo nas economias dos países sul-americanos – Brasil,
Argentina, México, Chile –, que na década anterior foram vítimas de forte crise
econômica.
O momento de turbulência na América Latina também afetou os Estados Unidos,
que necessitavam elevar suas exportações para sanar o déficit comercial com a Europa e
Japão. A solução estava no mercado consumidor latino-americano, mas para isso, era
necessário promover a abertura comercial e eliminar a crise econômica e financeira da
região (LIMA, 2008, p. 18). Desta forma,

el mundo capitalista fue dando tumbos hacia la respuesta que constituyó la neoliberalización
a través de una serie de zigzagueos y de experimentos caóticos, que en realidad únicamente
convergieron en una nueva ortodoxia gracias a la articulación de lo que llegó a ser conocido
como el «Consenso de Washington». (HARVEY, 2007, p. 20)

Em novembro de 1989, o Instituto Internacional de Economia realizou a


conferência “Latin American Adjusment: How Much Has Happened?”, na qual foram
apresentadas as consideradas principais reformas necessárias para restabelecer o
crescimento econômico da América Latina. Participaram do encontro renomados
economistas e representantes dos organismos internacionais, que chegaram a um
consenso a respeito dos dez4 instrumentos de política econômica que os Estados latino-
americanos deviam adotar para sair da crise econômica.
Esta conferência ficou conhecida como Consenso de Washington (CW), que foi
formulada a partir da busca por um modelo econômico aberto e baseado na lógica de
mercado para a América Latina. Rangel e Garmendia (2012, p. 43) destacam que

el CW presentó otro programa de ajuste estructural, después de Bretton Woods, para remediar
los problemas derivados de la crisis de la deuda. En esencia, dicho programa de ajuste fue
diseñado para la región latinoamericana y después éste se hizo aplicable para cualquier región
del mundo.

2. O impacto das políticas Neoliberais na América Latina

As transformações ocorridas no caminho para o estabelecimento de uma


globalização neoliberal, por meio das chamadas reformas estruturais, significou para a
América Latina a acentuação da desigualdades preexistentes, como também da
“emergencia de nuevas brechas políticas, económicas, sociales y culturales. Este proceso
de redistribución del poder social condujo a un nuevo escenario (...)” (SVAMPA, 2006,
p. 142). Este novo contexto foi marcado por uma grande assimetria de forças, com a perda
de poder dos setores populares e a concentração política e econômica nas elites de poder
internacionalizado.
Muitas das mudanças na ordem econômica foram iniciadas na década de 1970 e
as transformações correspondentes implantadas na estrutura social se tornaram visíveis
na década de 1980, que ficou conhecida como “a década perdida”. Este movimento
culminou em fortes episódios de hiperinflação, abrindo as portas para a implementação
das reformas neoliberais dos anos 1990.
A implantação de programas neoliberais na América Latina foi iniciada no Chile,
com Pinochet, se alastrando para outros países da região principalmente após o final da
década de 1980 e sendo fortemente estimulada pelo crédito das Instituições Financeiras
Multilaterais aos Programas de Ajuste Estrutural.

4
1. Disciplina fiscal; 2. Reordenación de las prioridades del gasto público; 3. Reforma fiscal; 4.
Liberalización financeira, 5. Tipo de cambio competitivo; 6. Liberalización del comercio; 7. Liberalización
de la inversión extranjera directa; 8. Privatizaciones; 9. Desregulación; 10. Derechos de propiedad.
(RANGEL e GARMENDIA, 2012, p. 47)
Mônica Franch (2001, p.64) observa que “todo esse estímulo ao mercado e ao
setor privado” se tornou um problema por terem sido direcionado à países que nunca
desfrutaram dos benefícios de um Estado do Bem-Estar. “O contexto latino-americano
diferencia-se radicalmente dos centros que irradiaram as ideias neoliberais (Europa e
Estados Unidos) pelas maiores taxas de pobreza, violência, desigualdades econômicas”
(idem).
Após o estabelecimento das regras do Consenso de Washington, o cenário político
latino americano passou por várias transformações, que foram acontecendo
gradativamente.

O México iniciou as privatizações, com a venda das ações do Estado da Teléfonos de México.
A Argentina que estava submersa na hiperinflação também privatizou sua companhia
telefônica. Passando a colocar ordem no setor fiscal. (...) Observa-se que os países da
América Latina procuraram implementar o Consenso de Washington, não necessariamente
por iniciativa própria, mas por sugestão ou mesmo determinação do FMI – Fundo Monetário
Internacional - que impunha a eles a necessidade do aumento do superávit primário, para
sanar a dívida contraída junto ao Fundo (LIMA, 2008, p. 19).

Como resultados das privatizações e da redução das taxas de juros americanos, no


período de 1990-1991, as economias da América Latina receberam muitos investimentos
estrangeiros. Este capital impulsionou o crescimento da região em uma média de 4,2% ao
ano entre 1990 e 1994. Após uma década de queda, as rendas per capta passaram a
apresentar crescimento, apesar das taxas de desemprego terem permanecido altas e os
salários reais terem apresentado uma recuperação lenta.
O Brasil iniciou o processo de privatizações e liberalização do comércio no início
dos anos 1990, conseguindo finalizar o processo de estabilização com o Plano Real, em
1994. “Isto alinhou a maior economia da região com as políticas de outros países” (LIMA,
2008, p. 20). Já o México, após vários anos de negociação, ingressou no Tratado Norte-
Americano de Livre Comércio - NAFTA. “Mas quando tudo parecia estar solucionado, o
fantasma da crise voltou a assombrar as economias da América Latina” (idem).
No caso do México, o motivo

foi o déficit insustentável de conta corrente dos anos de 1992-94, que gerou uma crise de
confiança e em última tendência, levou a uma grande e desordenada desvalorização da moeda
mexicana, estancando o excesso de importações. Imediatamente, houve uma mobilização
para evitar o calote da dívida que em moeda mexicana, aumentou consideravelmente. Foram
disponibilizados quase 50 bilhões de dólares para a recuperação do país. Em seguida, o Brasil
tornou-se também vítima da crise. Naquela ocasião foram necessários 42 bilhões de dólares
para a recuperação do país. (LIMA, 2008, p. 20 apud WILLIAMSON, 2004)

Maristella Svampa (2006, p.149-150) observa que apesar das especificidades de


cada país, a implantação do modelo neoliberal na América Latina conduziu à um aumento
das desigualdades, concentração econômica e exclusão de setores da população. Segundo
a socióloga, ao longo dos anos 1990, o modelo neoliberalista se desenvolveu em cinco
eixos fundamentais:

- en primer lugar, las políticas neoliberales conllevaron una reformulación de la intervención


del Estado sobre la sociedad, a partir de la privatización de los bienes básicos así como del
deterioro de los servicios públicos estatales, lo cual profundizó la crisis en la educación, la
salud y la seguridad pública.
- En segundo lugar, la política de privatización conllevó una crisis y desmantelamiento de las
industrias nacionales y, finalmente, condujo a la reprimarización de la economía a través de
la expansión de enclaves de exportación desconectados de la comunidad local.
- En tercer lugar, la política de desregulación laboral se tradujo por la multiplicación de la
informalidad y la consolidación de un modelo de flexibilización laboral que amplió
enormemente las fronteras de la precariedad en América Latina.
- En cuarto lugar, frente a la ampliación de las fronteras de la exclusión, el Estado fue
desarrollando estrategias de contención de la pobreza por la vía de la distribución de ayuda
social (asistencia alimentaria, programas sociales) a las poblaciones afectadas y movilizadas.
- Por último, el Estado se encaminó hacia el reforzamiento del sistema represivo institucional,
apuntando al control de las poblaciones pobres y a la represión y criminalización del conflicto
social.

2.1 – Na Argentina

2.1.1 – O Menemismo

O regime militar (1976-1983), seguido da crise econômica e a hiperinflação,


herdadas da gestão de Raúl Alfonsín (1983-1989) abriram caminho para o recém eleito
presidente, Carlos Menem, a fazer um rearranjo institucional em direção à proposta
neoliberal na Argentina (VIANINI, 2012, p. 12).
Este processo pode ser melhor entendido a partir da questão democrática na
Argentina, desde seu estabelecimento a partir de 1983, e dividido em três etapas. A
primeira quando transcorre a chamada decomposição do regime autoritário5, que se
encerra de forma abrupta após a derrota na guerra das Malvinas em 19826.
A segunda etapa é a transição iniciada por “un fuerte proceso de descomposición
del régimen social de acumulación que se había instaurado durante la ditadura”
(ERBETTA, 2005, p. 21). A partir disso, passa a ser necessário pensar em um novo

5
A 24 de março de 1976 uma nova sublevação militar derrocou a Presidenta María Estela Martínez de
Perón instalando uma ditadura de tipo permanente (Estado burocrático autoritário) autodenominada
«Processo de Reorganização Nacional». Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpes_de_Estado_na_Argentina>. Acesso em: 17 abr. 2016.
6
A derrota infligida provocou a queda da terceira junta militar e meses mais tarde a quarta junta convocou
eleições para 30 de outubro de 1983, nas quais triunfou o candidato da União Cívica Radical, Raúl
Alfonsín, quem assumiu em 10 de dezembro de 1983. (idem)
modelo de institucionalização dentro do regime de governo, o que marca a terceira parte
do processo: a consolidação de um novo regime.
Neste contexto, entra em cena na Argentina o que Guilhermo O’ Donell (1997
apud ERBETTA, 2005, p. 24) caracterizou como Democracia Delegativa, que o cientista
político descreve como “un ‘nuevo animal’ de apariencia democrático pero con una fuerte
matriz autoritaria en lo que se refiere al manejo del poder” (idem). Esta versão
democrática tende a concentrar a autoridade pública em uma figura política, que
“encarna” os interesses da nação.

Las Democracias Delegativas se insertan dentro de un régimen democrático representativo,


y si bien no pueden consolidarse a nivel institucional si pueden sostenerse como forma de
gobierno en el tiempo. Menem y sus dos períodos de gobierno consecutivos serían el ejemplo
paradigmático de esta modalidad democrática, dado que se legitima en su posición a través
de los mecanismos formales que constituyen a la democracia procedimental. (ERBETTA,
2005, p. 26)

Sebastián Barbosa (2010, p. 20) observa que uma forma interessante de abordar a
lógica de construção de poder no menemismo é de um ponto de vista político discursivo.
Menem conseguiu relacionar e vincular semanticamente a simbologia e a iconografia do
peronismo clássico com um modelo político, econômico, social e cultural claramente
oposto.
Se presenta en tal sentido como un seguidor de la doctrina y discurso peronista. La causa que
presenta Menem para diferenciarse del discurso peronista tradicional es sólo por una razón
temporal. El discurso del 21/7/89 en la Bolsa de Comercio de Buenos Aires expresa que los
valores de la soberanía política, la independencia económica y la justicia social deben
adaptarse a los nuevos tiempos y que el imperativo es actualizarlos ya que después de 40
años cambió la Argentina y el mundo.
(...) La posibilidad de diferenciar entre doctrina y realidad permiten al menemismo volver
eficaz la resignificación de los significantes tradicionales pero no por una causa interna sino
por el propio peso de la realidade. (BARBOSA, 2010, p. 20-21)

As apelações do menemismo tendem a despolitizar as categorias politizadas e


unificá-las em uma unidade nacional ampla e indiferenciada. A lógica expressada tende
esvaziar a politização de categorias políticas tradicionais integrando-as à uma totalidade
social ampla e privando-as, deste modo, todo caráter de classe.

Bajo una concepción monetarista neo-conservadora, se apunta a debilitar a la clase


trabajadora a través de la directa represión de sus formas organizativas y de sus cuadros de
clase, o interviniendo en la organización sindical, desregulando relaciones laborales y
desestructurando los sistemas protectivos, en un contexto global de devaluación de la fuerza
de trabajo como respuesta capitalista a la crisis. (SOTO, 2013, p. 370)

O paradigma da economia liberal se configura como o que marcaria os limites da


comunidade sob a referência da estabilidade econômica. “En el menemismo el
significante estabilidad pasa de ser algo meramente económico a transformarse en algo
cultural que aseguraría el porvenir diferenciado del pasado ruinoso” (BARBOSA, 2010,
p. 26-27). Neste contexto, se produz um processo de naturalização da economia e de um
discurso neoliberal.
Aproveitando-se da queda da popularidade do radicalismo, Menem conseguiu a
aprovação de duas leis consideradas fundamentais para as reformas subsequentes: a Lei
de Emergência Econômica, que suspendia todo tipo de subsídios, privilégios e regimes
de incentivo, autorizando inclusive a demissão de empregados das estatais, e a Lei de
Reforma do Estado, que declarou a necessidade de privatizar uma longa lista de empresas
estatais, cabendo ao presidente a execução. (VIANINI, 2012, p. 25) O presidente também
adotou diversas medidas em que a Suprema Corte decidia a seu favor, chegando a passar
por cima de juízes e câmaras, por meio do per saltum7.
A partir disso, Menem consegue caminhar para uma dupla estabilidade na
Argentina, tanto política, quanto econômica. No início da década de 1990, a sociedade
argentina demandava segurança econômica e Menem soube interpretar e canalizar este
pedido. No período, a implementação do chamado modelo de corte neoliberal conduz à
uma estabilidade econômica inédita por décadas no país, favorecendo para a estabilização
da democracia, que se apresenta como um regime “eficaz” (QUIROGA 1997 apud
ERBETTA, 2005, p. 26-27).
Com objetivo de resolver a inflação e a desorganização econômica herdadas do
governo de Alfonsín, Menem inicia a implantação de alguns pontos do Consenso de
Washington. O governo então desvalorizou a moeda, ajustou as tarifas dos serviços
públicos, dos combustíveis e aumentou os salários abaixo da taxa de inflação (VIANINI,
2014, p. 2). Outro ponto do Consenso de Washington posto em prática por Menem foi a
privatização das empresas estatais.

Era preciso demonstrar vontade e capacidade para fazer as reformas, obter rapidamente
fundos frescos e começar a solucionar o problema do endividamento externo. Tudo foi feito
com muita rapidez, de maneira descuidada, e mesmo contrariando outras intenções
declaradas, como estimular a concorrência. [...] Em pouco mais de um ano, sob condições
parecidas, a rede viária, os canais de televisão, boa parte das ferrovias e as áreas petrolíferas
tinham sido privatizados. (ROMERO, 2006 apud VIANINI, 2012, p. 28)

7
Per saltum foi um mecanismo jurídico utilizado pelo poder executivo durante o governo Meném. Dessa
forma, Meném conseguia a aprovação de leis e decretos, passando por cima de juízes e das câmaras.
(ROMERO, 2006)
No entanto, os dois primeiros anos de governo Menem não trouxeram resultados
significativos para a economia argentina, além disso, a larga corrupção que cercava
grande parte dos processos de privatização no país ficaram evidentes.
As privatizações foram realizadas com objetivo de fazer caixa e a utilização de
velhas receitas, baseadas na contenção de gastos para o controle da inflação, provocou
uma forte recessão.
A ineficiência das medidas adotadas até então conduziu Domingo Cavallo ao
Ministério da Economia, nome responsável por propor e conseguir a aprovação da “Ley
de Convertibilidade del Austral8”, que “encarnó la forma más acabada de profundización
de la ofensiva del capital efectivizada con la instauración del régimen de acumulación
neoliberal”. (VARESI, 2011, p. 36)
Além da Lei de Conversibilidade, foi estabelecida uma redução geral das tarifas,
concretizando, por fim, a abertura econômica da Argentina ao mercado externo. Tais
medidas tiveram como resultado imediato o reaquecimento da economia e a recuperação
da confiança dos investidores. (ROMERO, 2006, p. 259)

O Estado melhorou a arrecadação de impostos, recebeu uma quantidade expressiva de


empréstimos e investimentos do exterior e o consumo aumentou. Entre 1991 e 1994, entrou
no país um volume considerável de dólares, a ponto de o governo saldar seus déficits e das
grandes empresas se reequiparem. (idem)

A Argentina então se tornou um exemplo de que o neoliberalismo era a via para a


resolução dos problemas econômicos “As agências multilaterais, em especial o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional, se valiam da condição argentina, afirmando
que o país era um exemplo a ser seguido pelos demais países emergentes”. (BEINSTEIN,
2001 apud VIANINI, 2012, p. 33)
Em meados de 1994, a Argentina convivia com um processo de estabilidade
econômica e com certa euforia com os resultados obtidos no país até aquele momento,
mas a crise mexicana9 mostrou que o “milagre argentino” tinha rachaduras. O Efeito

8
La Ley de Convertibilidad del Austral (Ley Nº 23.928) fue sancionada el 27 de marzo de 1991 (...) y
estuvo vigente durante 11 años. Establecía a partir del 1 de abril de 1991 una relación cambiaria fija entre
la moneda nacional y la estadounidense, a razón de 1 dólar estadounidense por cada 10.000 australes o
posteriormente un Peso Convertible. Disponível em: <
https://es.wikipedia.org/wiki/Ley_de_Convertibilidad_del_Austral>. Acesso em: 18 abr. 2016.
9
A crise econômica do México de 1994, (...), teve repercussões mundiais. Foi provocada pela falta de
reservas internacionais, causando desvalorização do peso, durante os primeiros dias da presidência
de Ernesto Zedillo. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_do_M%C3%A9xico_de_1994>. Acesso em: 18
abr. 2016.
Tequila, como ficou conhecido mais tarde, atingiu os demais países da América Latina
que haviam optado por políticas econômicas neoliberais. De acordo com Chudnovsky
(2004 apud VIANINI, 2014, p. 3), por força de ações rápidas do governo, do FMI e do
Banco Mundial, a economia argentina não desmoronou juntamente com a mexicana.
Nas eleições presidenciais de 1995, a oposição, composta pela Unión Cívica
Radical e a Frepaso, não conseguiu derrotar Carlos Meném, que foi reeleito. Mas durante
o segundo mandato o desemprego e a dívida externa eram problemas para os quais já não
se conseguia encontrar soluções com facilidade. (VIANINI, 2012, p. 34-36)

Aí mesmo começou a queda. Até então, Menem controlava a luta, bem postado no centro do
ringue, como os bons boxeadores. Mas, desde o começo de seu segundo mandato, perdeu a
iniciativa. Acossado por muitos lados – principalmente pelos peronistas –, só conseguiu deter
os golpes, recebê-los da melhor forma possível, e esperar o toque final do sinal. (ROMERO,
2006, p. 272)

Quem sentiu primeiro o impacto da nova conjuntura foi Cavallo. Em 1996, o


ministro, que saiu com sucesso da crise de 1995, iniciou uma nova série de privatizações
e conseguiu que fosse declarada emergência provisória, o que afetava diretamente as
remessas de dinheiro da união para as províncias. (ROMERO, 2006, p. 273)

Na impossibilidade de pagar os salários dos funcionários públicos, muitos governadores


tiveram que vender bancos provinciais e empresas públicas, além de reduzir o quadro de
funcionários. A insatisfação da sociedade e dos políticos aumentava e a relação entre Menem
e Cavallo se estremeceu. (VIANINI, 2012, p. 37-38)

Quando a Lei de Orçamento de 1996, considerada fundamental para a continuação


de seu projeto reformista, foi barrada no congresso, Cavallo, contrariado com a falta de
apoio de Menem, passou a criticá-lo abertamente, o que levou à sua saída do Ministério.
Em seu lugar assume Roque Fernández que não alterou as políticas econômicas
engendradas por Cavallo e foi capaz de resistir a muitos tipos de pressão. O novo ministro
teve que lidar com negociações intermináveis com o congresso, agora resistente às
medidas econômicas liberais. (VIANINI, 2014, p. 3-4)
A conjuntura econômica mundial na primeira metade da década de 1990 era
favorável, apesar da Crise do México. Mas a crise monetária do sudeste asiático10, em

10
A crise começou na Tailândia com o colapso financeiro do Thai baht causado pela decisão do governo
tailandês de tornar o câmbio flutuante, desatrelando o baht do dólar, após exaustivos esforços para evitar a
massiva fuga de capitais em parte devido ao estado (...). O que parecia ser uma crise regional com o tempo
se converteu no que se denominou "a primeira grande crise dos mercados globalizados". Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997>. Acesso em: 18 abr. 2016.
1997, resultou num agravamento da situação da Argentina (VIANINI, 2012, p. 40-42),
impactada também pela desvalorização da moeda brasileira, na tentativa do Brasil de
minimizar os danos da crise asiática. “Esse foi um golpe duro para a Argentina, já afetada
pelo encarecimento do crédito e pela queda dos preços de suas exportações, e
impossibilitada de adotar a solução da desvalorização.” (ROMERO, 2006, p. 275)

A crise iniciada em 1998 foi mais profunda e prolongada que a do México, e não teve um
final anunciado. Tudo se somou, o aumento dos juros da dívida, a escassez e o alto custo do
crédito, a queda dos preços de produtos de exportação e a recessão interna. Nesse ano, o PIB
encolheu cerca de 4% e a produção de automóveis caiu quase pela metade. A situação
aprofundou a internacionalização. Vários bancos e empresas foram comprados por
corporações multinacionais ou por grandes fundos de investimento, (...). O governo Menem
chegou ao seu fim sem margem sequer para fazer benfeitorias eleitorais, e teve de fechar o
orçamento com um déficit tão grande que não se atreveu a declará-lo. Nessa época, a dívida
externa chegava a 160 bilhões de dólares, o dobro da de 1994. (idem)

Neste contexto, Menem passou a receber uma oposição cada vez mais organizada.
Em 1999, no auge da crise internacional, após o fracasso em emplacar seu projeto de uma
nova reeleição, ele não conseguiu fazer seu sucessor vencer as eleições presidenciais,
vencida pela aliança oposicionista encabeçada por Fernando De la Rúa (VIANINI, 2014,
p. 3-5).

3. Considerações Finais

Os impactos das políticas neoliberalistas na América Latina são bem


representados pelo caso da Argentina. A abertura ao modelo neoliberal conduziu o país à
uma situação calamitosa. “Ao final da década, todos os ganhos obtidos pelo Plano Cavallo
foram perdidos, além da deterioração dos índices sociais” (VIANINI, 2012, p. 43).
Com Domingo Cavallo à frente do Ministério da Economia, o crescimento da
Argentina se baseou na abertura comercial e passou a depender da entrada de capitais
externos. Para garantir essa entrada de capitais, o país adotou um câmbio fixo, o que
aumentava a confiança dos investidores. Mas o que era a solução para a questão
econômica do país, em longo prazo, também se tornou o problema.
Sob o governo de Carlos Meném a indústria argentina sofreu uma decisiva
transformação estrutural. “Em grande medida esta mudança ocorreu devido à condução
de políticas econômicas que tiveram início no governo militar, muito embora, a partir da
década de 1990, em numerosos campos, a política econômica liberal tenha sido
aprofundada” (VIANINI, 2012, p. 43).
Alguns setores se consolidaram na Argentina sob o regime de conversibilidade,
que perdurou até fins de 2001, como a indústria automotiva e o de produtos básicos
industriais. No entanto, setores como os de bens de capital, metal mecânico e têxtil
sofreram grandes perdas. Este movimento teve forte impacto negativo na demanda de
empregos, além disso, a terceirização de serviços e a precarização do trabalho surge como
consequência.
Se por um lado, a adoção de medidas neoliberais durante a gestão de Carlos
Menem e mantidas pelo governo de Fernando De la Rúa conseguiu resolver a
hiperinflação e a crise da década de 1980; por outro, resultou em uma crise econômica,
política e social sem precedentes na Argentina.
Este contexto político abriu caminho para a chegada Néstor Kirchner ao poder,
colocando a Argentina no caminho do que Arditi (2009) caracterizou como um “giro à
esquerda”, iniciado em 1999, com a chegada de Hugo Chávez à presidência da Venezuela.
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