1. Entrevista à Folha de São Paulo do dia 23/03/2020, o economista e filosofo Eduardo
Giannetti da Fonseca disse o seguinte para responder a uma pergunta do jornal: Como o governo pode aumentar gastos no atual contexto de aperto fiscal? O Estado brasileiro tem três caminhos. Ou ele tributa, o que, no momento, é totalmente inviável. Pelo contrário, vai cair muito a arrecadação e ele será mais flexível na cobrança dos impostos, o que é correto. Ou ele se endivida, ou seja, joga a conta para gerações futuras. Ou ele faz emissão primária, expande a base monetária. Se houver demanda voluntária por dívida pública, será esse o caminho. Se não houver, ele vai gastar imprimindo dinheiro. Esse terceiro cenário não causaria inflação? Essa relação não é tão direta e tão linear. Na crise de 2008 e 2009, os bancos centrais expandiram brutalmente seus passivos e fizeram emissão primária em doses cavalares, e não veio uma onda de inflação porque essa massa financeira não foi exercida como poder de compra. Como a demanda estará muito deprimida, acho que a emissão primária agora não terá impacto. Mas a prerrogativa do governo de criar dinheiro do nada é um brinquedo muito perigoso. É a bomba atômica econômica. É uma tecnologia para ser usada com muita parcimônia, em circunstâncias muito especiais. Não pode virar, como já ocorreu no Brasil, um novo modo de vida. A luz do modelo IS-LM visto até agora, analise algebricamente, graficamente e em texto o que o economista está dizendo. Qual é a sua avaliação para as recomendações dele? A princípio pode-se começar comentando sobre os impactos dos caminhos que o economista fala como alternativas para o aumento de gastos do governo: 1°- o aumento da tributação – o aumento da tributação gera impacto direto na renda, pois parte desse é tributada, esse impacto gera uma diminuição da renda disponível (figura 1), isso se tudo o mais permanecer constante. Essa diminuição da renda disponível afeta o consumo, isso porque parte do consumo é determinado pela renda disponível (figura 2). (gráfico 1)
FIGURA 1
Onde Yd é renda disponível, Y é renda e t é a propensão a tributar,
permanecendo tudo o mais constante, nesse caso a questão das transferências.
FIGURA 2
Onde C é consumo, c0 é o consumo autônomo, c1 é a propensão
marginal a consumir e (1-t)Y é a renda disponível. Gráfico 1
Fonte: elaboração própria
No gráfico 1 pode-se ver o movimento que a curva de demanda teria
nesse caso de aumento de tributação, a curva se deslocaria para baixo, reduzindo a demanda e renda/produto de ZZ para ZZ`
O aumento da tributação seria uma opção porque o orçamento do
governo é determinado pela parte da renda que é tributada menos os gastos do governo e as suas transferências, caso existam. Esse aumento de tributo eleva o orçamento por ser a única variável que possui uma relação positiva na função (FIGURA 3)
FIGURA 3
Onde BS é orçamento do governo, G os gastos do governo e TR as
transferências caso existam.
2° - a emissão primaria, expansão da base monetária – nesse
caso o Banco Central aumenta a oferta de moeda ao país e, em tese, diminuiria as taxas de juros com o intuito de expandir o consumo. Aqui o economista coloca como opção para expansão, o financiamento dessa operação por meio da demanda voluntaria por dívida pública, ou seja, essa demanda financiaria essa expansão da base monetária QUESTAO 3 3. Suponha que o congresso decida reduzir os pagamentos de transferência (como a assistência social) mas aumentar as compras de bens e serviços por parte do governo na mesma proporção. Isto é, ele passara por uma mudança na política fiscal de forma que ∆G=-∆TR a. Você acha que a renda de equilíbrio aumentara ou diminuirá como resultado dessa mudança? Por quê? Cheque sua resposta com o seguinte exemplo: suponha que inicialmente c=0,8; t=0,25; Yo=600. Agora deixe ∆G ser igual a 10 e ∆TR ser igual a -10.
b. Descubra a mudança na renda de equilíbrio, ∆Yo.
c. Qual é a mudança no superávit orçamentário, por que o orçamento mudou?