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Manuel Bandeira nasceu em Pernambuco(1886) e lá faleceu em 1968.

Obras: A
cinza das horas,Carnaval,Ritmo dissoluto,Libertinagem,Estrela da manhã,Lira
dos cinquent´anos,Mafuá do malungo,Belo Belo,Opus,Estrela da
tarde,Itinerário de Pasárgada,entre outras.

Manuel Bandeira

Nasce em Recife. Estuda no Colégio Pedro II (RJ) e, depois, pretende estudar


Engenharia em SP.  Vive um tempo na Europa e sofre de Tuberculose – Suíça.
Em 1917, é o seu retorno ao Brasil. Ele Publica A cinza das Horas. Em 1922,
participa do movimento modernista. Foi professor de Literatura no Colégio
Pedro II e Faculdade Nacional de Filosofia. Pertenceu à Academia Brasileira de
Letras;

OBRAS:

Poesia:

A Cinza das Horas (1917)

Carnaval (1919)

O Ritmo Dissoluto (1924)

Libertinagem (1930)

Estrela da Manhã (1936)

Lira dos Cinquent’Anos (1940)

Belo, Belo (1948)

Mafuá do Malungo (1948)

Opus 10 (1952)

Estrela da Tarde (1963)

Estrela da Vida Inteira (1966)

Prosa:
Crônicas da Província do Brasil (1937)

Guia de Ouro Preto (1938)

Noções de História das Literaturas (1940)

Literatura Hispano-Americana (1949)

Gonçalves Dias (1952)

Itinerário de Pasárgada (1954)

De Poetas e de Poesia (1954)

Flauta de papel (1957)

Andorinha, Andorinha (seleção de Carlos Drummond de Andrade, 1966)

Colóquio Unilateralmente Sentimental (1968)

Características da Obra:

Manuel Bandeira ficou conhecido como “o grande clássico de nossa poesia


contemporânea” ou “É dos nossos maiores poetas surgidos com o
Modernismo”.  De Início, revelou penumbrismo simbolista,  técnica parnasiana;
- ex. A cinza das horas e Carnaval (1917) e Inspiração em alguns românticos;
(cf. Belo belo -1948).

O seu senso poético: “compreendi que em literatura está nas palavras, se faz
com palavras e não com idéias e sentimentos, muito embora, bem entendido
seja pela força do sentimento ou pela tensão do espírito que acodem ao poeta
as combinações de palavras onde há carga de poesia” – (Cf. Itinerário de
Pasárgada)

O escritor possui aversão pelo gosto canônico. Ele foi o “Poeta do coloquial e
do prosaico”, com a confissão pessoal e vida cotidiana, demonstrando a
síntese: subjetividade e objetividade;

Ex: Poema tirado de uma notícia de jornal


João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia
num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Crítica Social:

O Bicho:

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Comentários sobre Libertinagem (1930):

 Quanto ao título, é total desregramento da linguagem no texto -liberdade, seja


de conteúdo, seja de forma. Demonstra o anseio de liberdade vital e estética
("Na Boca", "Vou-me embora pra Parságada") e a interiorização cada vez mais
profunda dos vultos familiares ("Profundamente", "Irene do céu", "Poema de
finados", "Anjo da guarda"). Há a valorização de imagens brasileiras
("Mangue", "Evocação do Recife", "Lenda Brasileira", "Cunhantã"). Os poemas
em geral são de ordem popular (frases curtas, pontuação freqüente), ligando-
se com a oralidade. Usa-se do “não-me-importismo” irônico - fundo
melancólico.

 
Presença do Biográfico: possui a predileção estética da juventude. É uma
espécie de diário íntimo, de caráter confidencial. Há o registro lírico dum dia-a-
dia em que a Arte era o prato obrigatório. Fica evidente também a melancolia e
tristeza fundamental, o enaltecimento da sem-razão e da “ausência”, a
libertação, irreverência, amargura, insatisfação e melancolia, sonho e Ironia!

Vou-me Embora pra Pasárgada


(Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada


Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada


Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica


Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

 
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste


Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

PROFUNDAMENTE:

Quando ontem adormeci


Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.

No meio da noite despertei


Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes

Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo


Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente

2ª. A GERAÇÃO DE 30: POESIA

A geração do Modernismo de 30 que segue até 1945 perpetua a mudança de


paradigma provocada pelos modernistas da 1a.geração. O romance toma força
com temas intimistas, psicológicos, urbanos e de injustiças sociais e
econômicas do Nordeste brasileiro. Todas as atrocidades mundiais
influenciaram essa geração: a bomba atômica, a guerra civil espanhola, a
invasão da Polônia por Hitles. No Brasil, a segunda República, o 9 de julho em
São Paulo, a perseguição política a vários escritores por Getúlio Vargas. As
mazelas sociais dos nordestinos sobremaneira ficam presentes nas obras dos
principais romancistas brasileiros. Na prosa, alguns dos renomados escritores
da segunda geração modernista: Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins
do Rego, Érico Veríssimo, Jorge Amado. (você estudará esses escritores na
disciplina Literatura Brasileira: Prosa).

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