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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Sérgio Brito Guimarães Filho

Trabalho: Linguagens Midiáticas


A História do Cinema Brasileiro.
Prof. Edilene Maia de Almeida Macedo

Taubaté
15 de setembro de 2019
A História do Cinema Brasileiro.

A história do cinema brasileiro começaria com a filmagem de Afonso Segreto


que chegou ao Brasil com seu irmão Paschoal em 1897, trazendo imagens da
Itália. Em 19 de junho de 1898, a bordo do navio francês Brésil, retornando de
uma nova viagem à Europa, onde fora comprar equipamentos de filmagens e
novos filmes, registra as primeiras imagens do Brasil, tomadas das fortalezas e
de navios de guerra na Baía da Guanabara. Por esse feito, é considerado o
primeiro cinegrafista e diretor de cinema do Brasil. Filma dezenas de filmetes
de curta duração até 1900, captando imagens de flagrantes históricos, políticos
e paisagísticos, quando estranhamente some do noticiário, seu nome volta a
aparecer em 1908. Ensina a arte de filmar, os rudimentos da técnica
cinematográfica a diversos profissionais. No Rio de Janeiro, passou a trabalhar
na Empresa Paschoal Segreto. Depois, em Paris, realizou um estágio na Pathé
Films. Voltou para o Brasil e no dia de sua chegada, em 19 de junho de 1898,
Afonso filmou, a bordo do navio francês Brèsil, a cidade do Rio de Janeiro em
pleno amanhecer e, depois, as fortalezas e navios de guerra na baía de
Guanabara, sendo estas, umas das primeiras filmagens ou vistas feitas no
Brasil.

Por causa de discussões e desacordos políticos com seu irmão Paschoal,


devido a seus filmes feitos com bastante independência, Afonso foi afastado da
Empresa Paschoal Segreto. Em 1902, a Empresa apresentou um único
filme, Vistas Nacionais (com o reaproveitamento de filmagens de Afonso),
paralisando suas atividades cinematográficas até 1907.

Abrindo esse caminho então, nessa mesma década aconteceu a primeira


inauguração de sala de cinema no Rio de Janeiro onde se passavam filmes
estrangeiros. Nas próximas décadas, criaram vários filmes no cinema nacional
que ficaram conhecidas como chanchadas. A primeira tentativa de humor no
cinema foi em 1908, com o curta Nhô Anastácio Chegou de Viagem.
Basicamente a história contava as desventuras de um caipira na cidade
grande, que se envolvia com uma corista, e no final apanhava de sua mulher.
Aí pode se perceber alguns traços do que viria a se tornar a chanchada dos
anos 50. Principalmente as de Zé Trindade, cômico baiano que encarnava um
mulherengo que vivia perseguido por sua terrível mulher. As comédias mudas
tiveram vida curta, devido ao advento do som em 1929.

Em 1920, Adhemar Gonzaga, jovem intelectual da época, formou um dos


primeiros clubes do país, o Cineclube Paredão, com outros jovens cujo objetivo
era o estudo do cinema como uma arte. Em 1926, Adhemar criou a prestigiada
revista Cinearte, que defendia para o cinema brasileiro padrões estéticos
semelhantes aos dos filmes norte-americanos.
Fez estágio em Hollywood e em 1930, fundou, os estúdios da Cinédia, com
equipamentos importados dos Estados Unidos, na primeira tentativa de
industrializar a produção cinematográfica no país. Se dedicando a produzir
dramas populares e comédias musicais, que ficaram conhecidas pela
denominação genérica de chanchadas.

A Cinédia fez sucesso principalmente com comédias musicais como Alô, alô,


Brasil; Alô, alô, carnaval e Onde estás, felicidade? , lançou atores
como Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves.
Mas a produtora que sedimentou a chanchada no Brasil foi a produtora de,
Atlântida Cinematográfica fundada em 1940. Quando Luiz Severiano Ribeiro Jr.
Entrou em sociedade e junto com a cadeia de cinemas do seu pai no país fez
sucesso no cinema como indústria e deteve todas as fases da produção.
Produzia-se na Atlântida, revelava na Cinegráfica São Luiz, distribuía pela UCB
e exibia no circuito de seu pai, o maior do Brasil. Esta experiência única na
história do Brasil demonstra com nitidez o tino comercial, a visão empresarial e
o senso de oportunidade deste excepcional brasileiro, que com competência e
determinação ofereceu relevante contribuição para a cultura nacional.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo,
em 1945, São Paulo vivia um momento de efervescência cultural. Revistas de
divulgação artística, conferências, seminários e exposições agitavam a vida
paulista. No final dos anos 1940, foram inaugurados o Museu de Arte
Moderna (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Na mesma
época, Franco Zampari, empresário de origem italiana, montou uma companhia
teatral de alto nível, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Crescia o interesse
pelo cinema e os intelectuais fundavam cineclubes e movimentavam grupos de
debates. Alimentada por empresários paulistas, criou-se então a Companhia
Cinematográfica Vera Cruz, em 1949.
Embora possuísse capital para manter a companhia e a administrasse com
seriedade, Franco Zampari pouco entendia de cinema; se dava melhor com o
teatro. Portanto, chamou o renomado Alberto Cavalcanti, que havia obtido fama
e experiência no cinema inglês, para montar a Companhia. Ele trouxe dezenas
de técnicos estrangeiros, que trabalhavam em um sistema burocrático e
complicado, incompatível ao mercado brasileiro. A justificativa era de que não
havia profissionais suficientemente capacitados no país, o que afetaria a
ambição da empresa, que era a de atingir padrões internacionais, realizando
um cinema de bases industriais. Depois das custosas primeiras produções,
desavenças fizeram Cavalcanti ser demitido do cargo de Produtor Geral
em 1951. O papel ficou para Fernando de Barros, comerciante português que
havia tido experiência com o cinema carioca da época e que também tinha o
compromisso de baratear as produções.
Apesar de ter existido por apenas 5 anos, a Vera Cruz formou uma geração de
cineastas e profissionais de cinema. A qualidade técnica e artística de seus
filmes marcou uma época e mostrou a viabilidade do cinema brasileiro. Michael
Stoll, um dos técnicos de som, fundou mais tarde o estúdio paulista Álamo, em
1972. Foi na Vera Cruz que surgiu uma das mais importantes personalidades
do cinema brasileiro: Amácio Mazzaropi, indiscutível campeão de bilheteria até
a década de 1970.

Convidado por Abílio Pereira de Almeida e Franco Zampari, Mazzaropi estreia


seu primeiro filme, intitulado Sai da Frente, em 1952, rodado pela Companhia
Cinematográfica Vera Cruz, onde produziria mais dois filmes. Com as
dificuldades financeiras da Vera Cruz, Mazzaropi faz, até 1958, mais cinco
filmes por diversas produtoras.

Naquele mesmo ano, vende sua casa e cria a PAM Filmes (Produções Amácio
Mazzaropi) e passa não só a produzir, mas distribuir os filmes em todo o Brasil.

Nas décadas de 1960 e 1970 foi criado um novo movimento cinematográfico


brasileiro o Cinema Novo, destacado pela sua ênfase na igualdade social e
intelectualismo que se tornou proeminente no Brasil. O Cinema Novo se formou
em resposta à instabilidade racial e classista no Brasil. Influenciados
pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, filmes produzidos
sob a ideologia do Cinema Novo se opuseram ao cinema tradicional brasileiro
de até então, que consistia principalmente em musicais, comédias e épicos ao
estilo "hollywoodiano". Glauber Rocha é amplamente considerado o cineasta
mais influente do cinema. Hoje, o movimento é muitas vezes dividido em três
fases sequenciais que diferem em tom, estilo e conteúdo.

Outro movimento cinematográfico brasileiro que se propagou em meados de


1968 e 1973 foi o Cinema marginal, tendo como principais produtoras a Boca
do Lixo em SP e a Belair Filmes no RJ. Surgindo de uma relação paradoxal de
diálogo e ruptura com o Cinema Novo e associado ao movimento
revolucionário e de guerrilha, o cinema marginal pregava a ideologia
da contracultura, além de criar uma abertura de diálogo lúdico e intertextual
com o classicismo narrativo hollywoodiano e as chanchadas.

Tendo uma forte relação com o tropicalismo, o cinema marginal também sofreu
grande repressão e censura pela ditadura que se instaurava no Brasil devido
aos seus filmes extremistas de teor sexual, violento e que seguiam a chamada
estética do lixo.

Pornochanchada foi um gênero do cinema brasileiro. O termo, fruto das


junções das palavras "pornô" com "chanchada", serviu para classificar um tipo
de filme que começou a ser produzido na passagem para a década de 1970,
que, por uma confluência de fatores econômicos e culturais, em especial com
a liberação dos costumes, produziu uma nova tendência no campo
cinematográfico no questionamento dos costumes e na exploração do
erotismo.[1] Produto cultural tipicamente do Brasil, a pornochanchada teve um
grande sucesso comercial no país ao longo da década de 1970, não obstante o
baixo custo de suas produções, realizadas principalmente na Boca do Lixo.

A Embrafilme foi uma empresa de economia mista estatal brasileira produtora e


distribuidora de filmes cinematográficos. Foi criada através do decreto-lei Nº
862, de 12 de setembro de 1969, como Empresa Brasileira de Filmes
Sociedade Anônima e vinculada ao então Ministério da Educação e Cultura e
como braço do Instituto Nacional do Cinema (INC).

Enquanto existiu, sua função foi fomentar a produção e distribuição de filmes


brasileiros. No final dos anos 80, houve uma forte campanha de oposição a
empresa, acusada de clientelismo, desperdício e má administração. A intenção
era convencer a opinião pública de que o cinema não devia ser matéria de
Estado.

Com o fim da Embrafilme, fechada pelo governo Fernando Collor em 1990 em


nome da austeridade de gastos do Estado e da valorização do livre mercado, o
cinema brasileiro virtualmente acabou. Não se trata apenas de força de
expressão, e sim de um fato estatístico incontestável. Em 1992, apenas um
filme brasileiro de longa metragem estreou no mercado.

Com a chegada da tecnologia, progresso técnico do cinema dos Estados


Unidos e sua maior agressividade na conquista de mercados na América
Latina; a queda brusca de público com a difusão dos aparelhos
de videocassete. Fatores que ajudaram a Embrafilme ser fechada.

Iniciou-se o chamado “cinema da retomada”, depois de anos de crise. O ritmo


de produções ficcionais e documentais aumentou, estabelecendo, em muitos
casos, parcerias com as grandes emissoras de televisão, sobretudo a Rede
Globo. Mesmo sem atingir os níveis de público dos anos 1970, quando esteve
no auge da popularidade, o cinema brasileiro renascia das cinzas.

Boa parte dos novos sucessos de público tratava da ditadura militar. A partir de
1995, os filmes sobre a guerrilha e a repressão passaram a constituir quase um
subgênero ficcional, normalmente sendo abordadas pelo viés do drama ou da
aventura. O cinema documental também manteve seu olhar sobre o período,
apontando para uma necessidade de esmiuçar temas e personagens dos anos
1960 e 1970, principalmente na área da política e da cultura.

Percebe-se nesses filmes a afirmação de uma memória crítica sobre a


ditadura, ora de cores mais liberais, ora de viés esquerdista.
Então em 2001, foi criada a Agência Nacional do Cinema (Ancine) no governo
do presidente Fernando Henrique Cardoso. É um órgão oficial do governo
federal do Brasil, constituída como agência reguladora, com sede na cidade de
Brasília, cujo objetivo é fomentar, regular e fiscalizar a indústria
cinematográfica e videofonográfica nacional.

A Ancine executa a política nacional de fomento ao cinema, formulada


pelo Conselho Superior de Cinema, fiscaliza o cumprimento da legislação
pertinente (por exemplo, a Cota de Tela), promove o combate à pirataria de
obras audiovisuais, aplica multas e sanções na forma da lei, regula as
atividades de fomento e proteção à indústria cinematográfica e
videofonográfica, resguardando a livre manifestação do pensamento, da
criação, da expressão e da informação.

Também fornece o Certificado de Produto Brasileiro à obras nacionais, registra


as obras cinematográficas e videofonográficas que serão comercializadas em
todos os segmentos de mercado e presta apoio técnico e administrativo ao
Conselho Superior de Cinema.

No começo do século XXI, o cinema brasileiro adquire novamente


reconhecimento no cenário mundial, com diversos filmes indicados para
festivais e Oscar.

Como exemplo, temos: Cidade de Deus (2002) de Fernando


Meirelles; Carandiru (2003) de Hector Babenco; Tropa de Elite (2007) de José
Padilha; e Enquanto a Noite Não Chega (2009), de Beto Souza e Renato
Falcão.

Com a introdução de novas tecnologias (3D, por exemplo), as produções e a


quantidades de salas de cinema no país crescem cada vez mais.

Alguns pesquisadores da área denominam o período como a pós retomada do


cinema brasileiro, em que a indústria cinematográfica do Brasil se consolida.

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