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questões de poder
N
o final de janeiro, quando a disseminação do novo coronavírus era
assunto restrito à China, o estrategista americano Steve Bannon,
interlocutor e referência ideológica da família Bolsonaro, passou a
dedicar seu podcast “War Room” ["Sala de Guerra”] ao assunto,
acrescentando a palavra Pandemia ao título do programa. O gigante
asiático já era o principal alvo de Bannon em sua retórica nacionalista, e o
“vírus chinês”, como se diz nas rodas ultraconservadoras, fez com que ele
aumentasse a ferocidade das críticas.
https://piaui.folha.uol.com.br/separados-pelo-coronavirus/ 1/4
02/04/2020 Separados pelo coronavírus
https://piaui.folha.uol.com.br/separados-pelo-coronavirus/ 2/4
02/04/2020 Separados pelo coronavírus
A
insistência em negar a necessidade de uma quarentena geral para os
210 milhões de brasileiros, que vivem em ambientes muito mais
desiguais e subdesenvolvidos que os suecos, dividiu o próprio
governo Bolsonaro. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é o
principal defensor da abordagem técnica.
Como não se sabe a situação nem daqui a dois dias, é difícil prever
mudanças na postura da cúpula do Congresso, que por ora, consolidada
na pessoa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reluta em
falar em impeachment. Avalia-se que é preciso haver um derretimento
maior da popularidade de Bolsonaro, com avaliação de ótimo/bom no
limite de 10% – as últimas pesquisas mostraram a manutenção do apoio
de cerca de 30% dos brasileiros.
https://piaui.folha.uol.com.br/separados-pelo-coronavirus/ 3/4
02/04/2020 Separados pelo coronavírus
Teme-se que Bolsonaro, cada vez mais isolado, se saia com uma solução à
la Hungria, que aprovou o direito do primeiro-ministro Viktor Orbán de
governar por decreto para agilizar ações contra o novo coronavírus. Por
isso a reiteração da cautela como melhor vacina.
https://piaui.folha.uol.com.br/separados-pelo-coronavirus/ 4/4