liberdade é melhor conseguido por um microprocessador ou microcomputador. Um sensor de posição (potenciômetro, codificador óptico, detector ultra-sônico) monitora a posição de cada grau de liberdade e transmite esta informação a um circuito de interface. Neste circuito, a posição é convertida para um formato digital adequado ao computador. Conhecendo-se as posições atual e anterior da peça, o computador determina a velocidade e aceleração. As equações de controle dentro do programa do computador usam estas informações e os dados da posição desejada para calcular a saída apropriada. Esta saída (número digital) é convertida por uma segunda interface para uma tensão necessária ou um pulso para acionar o atuador do determinado grau de liberdade. Os atuadores podem ser motores de passo, motores de corrente contínua, motores hidráulicos ou cilindros. Estas séries de leituras, cálculos, conversões e correções ocorrem em milhares de vezes por segundo para todos os graus de liberdade do robot. 4.Sistemas de Controle 4.1. Introdução O outro tipo de controle, além do servomecanismo, é o de processo contínuo. No controle de processo, as variáveis envolvidas são a temperatura, pressão, vazão, nível e análise (pH, composição, umidade, viscosidade e densidade). O objetivo principal de um sistema de controle de processo é regular uma ou mais destas variáveis, mantendo-as em valores constantes (pontos de ajuste). Esta regulação deve ser compensada para as variações na carga do sistema e outro distúrbios introduzidos. Se o ponto de ajuste for alterado, a variável controlada deve segui-lo. Porém, diferente do controle servomecanismo onde as variações do ponto de ajuste são rapidíssimos e grandes, as variações no ponto de ajuste do controle de processo são raras e pequenas (usualmente menores que 10% do fundo de escala. A analise e o projeto dos sistemas de controle de processo são feitos do ponto de vista de como a saída responde a variação de carga, para um determinado ponto de ajuste. As respostas são lentas, de ordem de minutos ou horas. Estas constantes de tempo são maiores que as do servomecanismo. Os sistemas de controle de processo podem ser classificados como contínuo e batelada. O controle batelada envolve uma seqüência temporizada e lógica de operações feitas sobre o material sendo processado são exemplos de operações executadas no processo batelada: 1. aquecimento em uma dada temperatura, durante determinado tempo, 2. adição de uma quantidade prescrita de um segundo ingrediente, 3. agitação durante um tempo determinado da mistura No fim da seqüência dos eventos temporizados, o material passa para uma outra etapa para um processamento adicional e a seqüência começa de novo com outros materiais. Os tratamentos d'água e de efluentes de uma planta são exemplos de processo de batelada. Em um processo contínuo, uma ou mais características do material sendo processado são manipuladas quando material passa por alguma parte do processo. O material está continuamente entrando e saindo do processo. A produção de filme é um exemplo de processo contínuo. O líquido é continuamente injetado em um tambor rotativo, onde ele se esfria e vira uma folha. A folha é puxada, aquecida e tencionada no comprimento e na largura. Estas operações definem as dimensões corretas de espessura e largura. Dependendo do uso final do filme, outros processos adicionais podem ser usados, como revestimento, pintura, secagem. Em um processo industrial há centenas e até milhares de malhas sendo controladas. Geralmente, estas malhas são independentes entre si. É uma questão complexa para o projetista do sistema de controle determinar Controle do Processo 8 quantas e quais as variáveis devem ser controladas, sem haver interação ou interferência de uma malha em outra. O número de controladores é determinado pelo grau de liberdade do processo. Em qualquer processo, sempre deve haver uma variável independente variando livremente (uma variável independente, um grau de liberdade). Por analogia, o trem só possui um grau de liberdade (eixo x); o navio possui dois graus de liberdade (x e y) e o avião possui três graus de liberdade (x, y e z). Embora um processo tenha numerosas malhas de controle, cada malha de controle é projetada e operada individualmente. Algumas poucas malhas são combinadas em malhas de controle multivarável (ver capítulo correspondente). Será visto, agora, como as malhas de controle vão aparecendo no sistema. 4.2. Controle de temperatura O controle de temperatura é um bom exemplo de controle de processo. O circuito eletrônico usado é padrão para a maioria das malhas de controle, independente da variável sendo medida ou manipulada. Um sensor converte a variável de processo em um sinal eletrônico ou mecânico de baixo nível. Este sinal é enviado para um transmissor, que condiciona e o converte em 4 a 20 mA cc (0% a 100%). Este sinal padrão é enviado para um controlador, registrador ou indicador, se este instrumento receptor possuir um circuito (buffer) filtro na entrada, com uma alta relação de rejeição de modo comum, os fios de transmissão podem ser comuns, trancados e não blindados. Se os instrumentos receptores não tiverem este circuito filtro na entrada os fios de transmissão devem ser blindados, para evitar a influência de ruídos. Esta blindagem deve ser aterrada, geralmente em um único ponto. O instrumento receptor pode estar distante do processo, na sala de controle central. O sinal de correção do controlador é enviado para outro atuador eletrônico. A saída do controlador é também de 4 a mA cc. Geralmente o atuador é válvula, ou motor de bomba motor ou aquecedor. A malha de controle de temperatura simplificada é mostrada na Fig. 1.11. Neste diagrama, são mostrados apenas os equipamentos básicos funcionais, como TE Elemento sensor TT Transmissor Controlador TC Válvula de TV controle TI Indicador Não são mostrados os condicionadores de sinal, transdutores de sinal eletrônico pneumático, circuitos compensadores. Também por simplicidade, o indicador e controlador estão mostrados no mesmo símbolo (TIC) 4.3. Controle de temperatura e vazão Para garantir um produto aquecido adequadamente para o próximo estagio, em uma vazão controlada, deve-se usar um controlador de vazão acionado a bomba de descarga. Ha também uma grande variedade de sensores de vazão, que serão vistos em outro capitulo. Fig. 1.11. Malha de controle de temperatura O processo com o controlador de vazão atuando na bomba de saída apresenta um grande problema. É inteiramente possível bombear o tanque e esvazia-lo, podendo causar o sistema de controle de temperatura superaquecer e queimar o vaso. Ou se a vazão de saída for ajustada para valor muito baixo, o tanque pode ficar cheio e derramar. Controle do Processo 9 Fig. 1.12. Malha de controle de temperatura e vazão 4.4. Controle de temperatura, vazão e nível A solução deste problema é adicionar um sistema de controle de nível, manipulando a vazão de entrada do produto. O controle de nível evita que o tanque fique totalmente vazio ou cheio totalmente. Outra vantagem, é que o nível constante também facilita o controle o controle de temperatura. 4.5. Controle de temperatura, vazão, nível e análise Pode ser desejável ou necessário alterar a composição do material no vaso. Isto pode ser feito pela adição de uma segunda tubulação de alimentação, válvula, sensor de composição e transmissor de composição e controlador. Também se coloca um misturador apropriado. Se o volume do aditivo é desprezível em relação ao volume do A este controle é adequado. Porém, a malha de controle de nível que manipula o produto A, afeta o nível e também a percentagem da mistura. Do mesmo modo, qualquer variação da quantidade de B devida ao controlador de composição irá afetar o nível, porém, em um grau muito menor. Fig. 1.13. Malhas de controle de temperatura, vazão e nível Fig. 1.14. Malhas de controle de temperatura, vazão, nível e análise Controle do Processo 10 Fig. 1.15. Malhas de controle de temperatura, vazão, nível, análise e feedforward 4.6 Controle digital direto A Fig. 1.17 mostra um segundo enfoque: controle digital direto (DDC). Todos os controladores e indicadores analógicos são removidos. Os transmissores e sensores enviam seus sinais diretamente e somente para o computador. O computador lê todas estas entradas, compara cada uma com o seu correspondente ponto de ajuste, previamente entrado pelo teclado, calcula novas saídas baseadas no status atual e na saída anterior e manipula os atuadores diretamente. O computador executa todas as funções de controle. Os dados são armazenados para posterior análise, alarmes soam e mensagens são impressas se apropriado e os gráficos coloridos de alta resolução nos monitores são atualizados. Tudo isso acontece para todas as malhas controladas, de 10 a 100 vezes por segundo. Muitas técnicas de controle mais complexas podem ser implementadas com o computador cont*rolando diretamente o atuador. Isto fornece uma grande melhoria do desempenho em relação ao controlador analógico. Porém, se o computador falhar, o processo inteiro fica totalmente sem controle. Isto pode ser desastroso. Também, o computador deve ser muito rápido e caro para executar todas as tarefas associadas com o controle de cada malha e o armazenamento e display da informação e interface com o operador. 4.7. Controle digital distribuído A ultima geração de controle digital de processo é o controle distribuído a computador. A primeira vista, ele parece com o controle supervisório digital. (Fig.1-19). Cada malha possui seu próprio sensor, transmissor, indicador/controlador e atuador. Porém o controlador/indicador é agora um poderoso microcomputador. Cálculo complexos e modelagem do processo podem ser feitos pelo controlador a microcomputador single loop). Ele pode também ter a habilidade de trocar sua própria equação de controle para fornecer um desempenho ótimo sem intervenção do computador principal ou do operador. Isto é chamado de auto sintonia (self tuning). A comunicação entre todos os controladores microprocessados e o computador supervisório é feita através de protocolo digital em um único cabo. Este único cabo pode ser compartilhado por centenas de controladores localizados ao longo da planta. Os dados relacionados com os valores atuais das variáveis de processo, pontos de ajuste, sintonia do controlador, alarmes, intertravamentos, passam através deste circuito de área local nos dois sentidos. Os controladores remotos podem ser reprogramados do computador supervisório do circuito de comunicação. O controle distribuído a computador combina as vantagens do controle supervisório e do controle digital direto. Um computador controla sua flexibilidade e potência de fazer contas matemáticas, controla cada malha. O status do sistema pode ser monitorado e a operação dirigida de uma estação supervisória central. Falha de qualquer elemento no sistema (controlador, circuito de comunicação ou computador supervisório) não faz o processo inteiro parar. Em adição, gráficos sofisticados, diagnósticos e geração de relatórios para centenas de malhas e até de toda a planta, podem ser feitos com o computador supervisório desde que ele não monitora e controla constantemente cada malha separada. 11 Fig. 1.18. Processo com controle supervisório digital: computador monitora instrumentos convencionais Controle do Processo 12 Fig. 1.19. Processo com controle supervisório digital: computador atua como controlador