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PROJETO DE ENSINO

1) IDENTIFICAÇÃO

Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná


Acadêmicos: 4ª Série de Enfermagem: Aline Reche Mendonça, Ana Carla Bedim,
Ana Cláudia Sierra de Brito, Ângela Gonçalves da Silva, Carina da Silva Guimarães,
Caroline Amaral, Daniele Laguna, Denize Paula Pequito Filipe, Fabio Rondis de
Oliveira, Fernando Kami Dell’aringa, Franciele Aline de Brito, Juliane Cristina Cataneo,
Juliane Vanderlinde, Kelly Denise Machado, Kiussa Vidal, Luciana Aparecida Soares,
Marcos Rodrigo Medeiros, Priscila Yoko Mizuno, Renann Zanatta, Silvana P. M. Frata,
Simone Rover, Suzane Snak, Taís Bortolini dos Santos, Vanessa Manola Malakoski,
Willian Meurer da Silva.

Orientadores de Prática de Ensino: Franciele Foshieira Camboim, Luiz Fernando


Reis, Rosa Mara Rodrigues e Solange de Fatiam Reis Conterno.

2) TEMA: Limpeza e zeladoria dos serviços de saúde

3) JUSTIFICATIVA
A assistência de Saúde Pública no nosso país está estruturada pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), que compreende um conjunto de ações e serviços de saúde
organizados por meio de níveis de complexidade (primário, secundário e terciário) para
o atendimento da população. A Unidade Básica de Saúde (UBS) constitui a porta de
entrada do sistema, que presta a assistência de baixa complexidade pela equipe
multiprofissional, formada por: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos,
assistente social (CHIODI, M. B.; MARZIALI, M.H.P, 2006). Além destes profissionais,
atuam na UBS os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), os trabalhadores da
zeladoria, o vigia e o técnico administrativo.
Todos os trabalhadores que atuam na UBS contribuem para o seu bom
funcionamento e atendimento satisfatório aos usuários. O trabalho da zeladoria muitas
vezes não é valorizado, por não ser responsável pelo atendimento clínico, apesar de
não terem este contato direto, dão suporte e garantem a existência deste serviço
(SZNELWAR; et al., 2004).
Uma vez que há conformidade a respeito disto, este trabalhador tem que estar
munido de conhecimento técnico para realizar tal função de forma a garantir a sua
segurança e das demais pessoas que circulam na unidade.
Além disso, estes atores sociais ficam expostos a diversos riscos ocupacionais
que podem ocasionar danos a sua saúde e, conseqüentemente, interferirem na
qualidade da assistência prestada aos usuários. Tais riscos são oriundos de fatores
físicos, químicos, psicossociais, ergonômicos e biológicos (CHIODI, M. B.; MARZIALI,
M.H.P, 2006).
Há ainda outros aspectos relevantes do processo de trabalho dos zeladores
das UBS’s a serem considerados, como o envolvimento destes trabalhadores com os
usuários, por residirem próximos ao local de trabalho podem vir a manter um vinculo
com os mesmos, devido a isto, a ética profissional é muitas vezes infringida.
O trabalho dos zeladores compreende a limpeza de toda a unidade de saúde e
o ambiente deve ser mantido limpo durante todo o período de atendimento,
considerando o fluxo de pessoas, o trabalho precisa ser realizado com rapidez e de
forma repetitiva, sendo muitas vezes interrompido, o que gera um estresse no
trabalhador.
Portanto, a adoção da educação continuada, além de propiciar práticas mais
seguras de trabalho, minimizando e prevenindo os agravos à saúde dos trabalhadores,
assim como dos usuários das unidades de saúde, pode também contribuir para reduzir
o nível de estresse.
Desta forma, a presente proposta destina-se aos trabalhadores da zeladoria
das UBS’s, e tem por finalidade contribuir para a aquisição de conhecimentos técnicos
sobre ergonomia, gerenciamento de resíduos, tipos de limpeza, que poderão subsidiar
o planejamento e execução do trabalho e a adoção de medidas preventivas da
ocorrência de acidentes de trabalho, bem como a abordagem dos princípios éticos.

4) OBJETIVOS
O trabalho proposto tem por objetivo:
• Compreender que o trabalho de zeladoria requer conhecimento técnico e
científico;
• Entender que o trabalho desempenhado faz parte do atendimento ao usuário do
serviço de saúde, englobando princípios éticos que se fazem necessário para o
desenvolvimento do trabalho;
• Compreender os princípios básicos de ergonomia e biossegurança e relacionar
com a prática laborativa;
• Adquirir e ampliar conhecimentos relacionados à limpeza, desinfecção de
superfícies, ambientes e equipamentos da unidade;
• Adquirir e ampliar conhecimento referente a RDC nº 306 que define os
parâmetros sobre o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
• Estabelecer uma ligação entre a teoria apresentada e as diversas situações
presenciadas no cotidiano.

5) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS


Considerando a RDC Nº 306, de 7 de Dezembro de 2004 que dispõe sobre o
Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS),
o gerenciamento constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados
e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o
objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a
preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos
físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no
manejo dos RSS.
O PGRSS deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta,
transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde,
estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas.

1 – MANEJO: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os


resíduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a
disposição final, incluindo as seguintes etapas:

1.1 – SEGREGAÇÃO: Consiste na segregação dos resíduos no momento e


local de sua geração , de acordo com as características física, químicas, biológicas, o
seu estado físico e os riscos envolvidos.
1.2 – ACONDICIONAMENTO: Consiste no ato de embalar os resíduos
segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de
punctura e ruptura.
1.2.1 – Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de
material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000
da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu
esvaziamento ou reaproveitamento.
1.2.2 – Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável,
resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura
sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento.
1.2.3 – Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia
e/ou procedimentos cirúrgicos não necessitam de tampa para vedação.
1.2.4 – Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes
constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e
estanques, com tampa rosqueada e vedante.

1.3 IDENTIFICAÇÃO: Consiste no conjunto de medidas que permite o


reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo
informações ao correto manejo dos RSS.
1.3.1 – A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos
recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo,
e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével,
utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo às exigência relacionadas à
identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.
1.3.2 – A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de
transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes
aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes.
1.3.3 – O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante com
rótulos de fundo branco, desenhos e contornos pretos.
1.3.4 - O Grupo B é identificado pelo símbolo de risco associado e com
discriminação de substância química e frases de risco.
1.3.5 – O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de
radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos
pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO.
1.3.6 – O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante, com
rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de
RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.

1.4 TRANSPORTE INTERNO: Consiste no traslado dos resíduos dos pontos


de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento
externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
1.4.1 – O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro
previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas,
alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou
atividades.
1.4.2 – Os recipientes para transporte interno devem ser constituídos de
material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do
equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem identificados com o símbolo
correspondente ao risco do resíduo neles contidos.

1.5 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO: Consiste na guarda temporária dos


recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de
geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento
entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa.
Não poderá ser feito o armazenamento temporário com disposição direta dos sacos
sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de
acondicionamento.

1.6 TRATAMENTO: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo


que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou
eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio
ambiente.

1.7 ARMAZENAMENTO EXTERNO: Consiste na guarda dos recipientes de


resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com
acesso facilitado para os veículos coletores.
1.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS: Consistem na remoção dos RSS
do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou
disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio
ambiente.

GRUPO A (INFECTANTE)

Os resíduos infectantes devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se de


processo físico ou outros processos que vierem a serem validados para a obtenção de
redução ou eliminação da carga microbiana.
Tipo de material:
• Meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou
mistura de culturas.
• Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos
vivos ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo
de validade, com conteúdo inutilizado, vazios ou com restos de produto,
agulhas e seringas.
• Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos,
recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde,
contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
• Os resíduos do Grupo A, gerados pelos serviços de assistência domiciliar,
devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de
atendimento e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

GRUPO B (QUÍMICO)

Resíduos químicos no estado sólido, quando não tratados, devem ser


dispostos em aterro de resíduos perigosos. Resíduos químicos no estado líquido
devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o seu encaminhamento
para disposição final em aterros. Os resíduos químicos que não serão reutilizados
deverão sofrer processo químico que desative ou altere suas características antes da
disposição final do produto.
Tipo de material:
• Resíduos de produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citstáticos;
antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos, anti-retrovirais.
• Reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de
neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente
lançados na rede coletora de esgoto.
• Resíduos saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo
metais pesados; reagentes para laboratório.

GRUPO D (COMUM)

São resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à


saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.Os
resíduos do Grupo D não necessitam de tratamento prévio, apenas de segregação
adequada, para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a
identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes
usando código de cores e suas correspondentes nomeações baseadas na Resolução
CONAMA n.º 275/2001, símbolos de tipo de material reciclável da seguinte forma:
I – azul: PAPÉIS
II – amarelo: METAIS
III – verde: VIDROS
IV – vermelho: PLÁSTICOS
V – marrom – RESÍDUOS ORGÂNICOS
Tipo de material:
• Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis
de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e
hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não
classificados como A1;
• Sobras de alimentos e do preparo de alimentos ;
• Resto alimentar de refeitório;
• Resíduos provenientes das áreas administrativas;
• Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;
• Resíduos de gesso provenientes da assistência à saúde.
GRUPO E (PERFUROCORTANTE)

Os resíduos perfurocortantes com exceção, dos provenientes das campanhas


de vacinação, não necessitam de tratamento prévio. As agulhas descartáveis devem
ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou
proceder a sua retirada manualmente.
Tipo de material:
• Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e
lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

ERGONOMIA

É o estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de


trabalho ás capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.
A ergonomia é uma ciência multidisciplinar com a base formada por várias
outras ciências, de forma a possibilitar o conhecimento e o estudo completo do sistema
homem-máquina-ambiente de trabalho visando uma melhor adequação do trabalho ao
homem.
Dentro da Legislação das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho
e Emprego, temos:

Normas Regulamentadoras NR 17- Ergonomia

17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,


transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições
ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho.
17.2.Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.
17.3.2 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de
boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos
mínimos:
17.6.3 Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise
ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores

• Ergonomia e suas bases práticas

As articulações devem assumir uma posição neutra, pois assim os músculos e


ligamentos circunjacentes a ela são tencionados minimamente, além do que, nesta
posição liberam sua força máxima.
Os pesos devem ser mantidos próximos ao corpo tanto quanto possível, pois à medida
que se afasta do corpo será exigida uma tensão muscular maior e o corpo penderá
para frente. Essa tensão também se estende para as articulações relacionadas da
região.
Também é importante evitar a curvatura para frente durante períodos prolongados, pois
isso faz com que os músculos e ligamentos trabalhem para a manutenção dessa
posição. Durante a curvatura seguramos o peso de nosso tronco que pesa
aproximadamente 40 kg. Da mesma forma a curvatura da cabeça maior que 30o
provoca o tencionamento da região aparecendo dores nucais e nos ombros. A cabeça
deve ser mantida em posição vertical sempre que possível, em todas as situações.
Torções no tronco causam tensão nas vértebras. Os ligamentos, músculos e
articulações locais sofrem descarga de peso assimétrica, o que é prejudicial à coluna
vertebral e suas adjacências. Movimentos bruscos também devem ser evitados, pois
produzem alta tensão e podem provocar dores nas costas. É necessário aquecer a
musculatura antes de exercer uma grande força.
Posturas mantidas durante um longo período e movimentos repetitivos podem ser
muito cansativos, portanto, posturas e movimentos devem ser alternados. Por exemplo,
pessoas que ficam muito tempo em pé devem alternar sentando-se. Trabalhadores da
área de produção podem fazer rodízios para alternância de movimentos. A duração do
esforço muscular deve ser observada, pois quanto maior o esforço muscular, menor se
torna o tempo suportável.
Pessoas que trabalham muito tempo em pé, devem alternar com as posições sentada
e andando com a finalidade de evitar dores nas costas e pernas.
Atividades que exijam que mãos e cotovelos permaneçam acima do nível dos ombros
devem ser evitadas ou ter uma duração limitada. Trabalhar com as mãos para trás
também seguem as duas recomendações imediatamente anteriores.
No caso dos pesos, se não for possível evitar levantamentos manuais, sendo estes
freqüentes e/ou pesados, deve-se intercalar com atividades leves e variadas. É
importante ressaltar que, cada trabalhador deve determinar seu próprio ritmo de
trabalho. Na prática diária, se o levantamento manual de pesos for inevitável (até 23
kg), é necessário: manter a carga próxima ao corpo; o deslocamento vertical não
ultrapassar 25 cm; segurar o peso com as duas mãos; a carga deve ter furos ou alças
para a colocação dos dedos; o tronco deve estar alinhado durante o levantamento; a
freqüência de elevação de pesos não deve ultrapassar a um por minuto; a duração da
elevação não deve superar uma hora, seguida por intervalos ou tarefas leves de 120%
de duração do trabalho de elevação do peso; ao segurarmos um objeto, este deve ser
agarrado com a palma das mãos e não somente com alguns dedos; erguer a carga
com a coluna reta, conservado a carga próxima ao corpo evitando torções e se
necessário, mover a perna; ao carregar pesos evite segurá-los com somente uma das
mãos para não submeter o corpo a tensões assimétricas e, se isso não for possível,
alterne os braços em relação ao tempo de carregamento; se houver alguém para
ajudá-lo, peça auxílio, pois dividir o peso da carga economiza energia de trabalho e
evita a fadiga muscular.
Sempre que possível o uso de equipamentos para erguer pesos como, por exemplo,
alavancas, carrinhos, roldanas, etc, estes devem ser utilizados. (J. Dul, 1995).

BIOSSEGURANÇA

A biossegurança é uma ciência que surgiu para controlar e diminuir os riscos


quando de praticam diferentes tecnologias , tanto aquelas desenvolvidas em
laboratórios , ambulatórios como as que envolvem o meio ambiente. Em vários países
do mundo, a biossegurança é regulada por um conjunto de leis que ditam e orientam
como devem ser conduzidas as pesquisas tecnológicas; a biossegurança no Brasil está
formatada legalmente para os processos envolvendo organismos geneticamente
modificados , de acordo com a lei de Biossegurança N-8974 de 05 de Janeiro de 1995.
Por outro lado a palavra biossegurança , também a aparece em ambientes onde
a moderna biotecnologia não está presente, como indústrias , hospitais, laboratórios de
saúde pública, universidades, etc; no sentido de prevenção dos riscos gerados pelos
agentes químicos, físicos e ergonômicos, envolvidos em processos onde o risco
biológico se faz presente ou não.
A biossegurança não somente trata de doenças infecciosas , mas também de
todo processo preventivo, em que se inclui preocupação com a inalação de gases
anestésicos, medicamentos, ou qualquer outro produto químico, produzidas por
produtos químicos ou físicos, incêndios, descarte do lixo, contaminação da água,
doenças profissionais de qualquer natureza, ergonomia, radiobiologia, bioética,
legislação, trabalhismo, etc (GUIMARÃES,2001).

RISCOS DE ACIDENTES

Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho pode ser definido como


uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no
processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou danos
materiais. Portanto, mesmo ocorrências que não resultem em lesões ou danos
materiais devem ser encaradas como acidentes de trabalho. (FUNDACENTRO, 1979).
O acidente do trabalho é um evento acidental e não intencional. É uma
ocorrência não programada. Porém, certos acidentes são acontecimentos esperados,
por exemplo, devido à negligência.
Do ponto de vista legal no Brasil, considera-se acidente do trabalho aquele que
ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal,
perturbação funcional ou doença, que cause a morte, ou a perda ou redução
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. (FUNDACENTRO, 1979).
Para ser caracterizado, é preciso haver uma lesão, ao contrário do caso anterior,
onde bastava haver uma perda de tempo útil. A legislação ainda considera diversas
condições que são definidas como acidentes de trabalho. Por exemplo, acidentes que
ocorrem fora dos limites da empresa, estando o funcionário a serviço da firma, os ditos
acidentes de trajeto, isto é, aqueles que ocorrem no percurso residência-empresa, ou
vice-versa, e outros casos excepcionais.

CAUSAS DE ACIDENTES

Os acidentes de trabalho decorrem basicamente de duas causas primárias: atos


inseguros e condições inseguras. Os atos inseguros são as causas de acidentes do
trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles decorrentes de
execução de tarefas de uma forma contrária às normas de segurança. Exemplos:
recusa do funcionário em usar EPI´s; utilizar de maneira incorreta ferramentas
manuais; utilizar equipamentos defeituosos; não obedecer a sinais ou instruções de
segurança.
Condições inseguras são as causas dos acidentes do trabalho que decorrem
diretamente das condições do local ou do ambiente de trabalho, que são conhecidas
como riscos profissionais.

PREVENÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS PROFISSIONAIS

A segurança do trabalho é a ciência que atua na área da prevenção e controle


dos acidentes do trabalho que decorrem das condições inseguras do local. Estas
condições inseguras do local ou riscos de local ou ainda riscos de operação são
exemplificados por pisos defeituosos ou escorregadios, maquinário desprotegido,
equipamento elétrico não isolado ou aterrado, peças espalhadas pelo chão.
A higiene do trabalho tem por objetivo a prevenção e controle de acidentes do
trabalho que decorrem das condições inseguras de ambiente ou riscos de ambiente.
Estes, quando não controlados, podem ocasionar o aparecimento das chamadas
doenças do trabalho ou moléstias profissionais.
Estes agentes ambientais costumam serem classificados em agentes físicos,
químicos, biológicos e ergonômicos.
Riscos de acidentes são quaisquer circunstâncias ou comportamento que
provoque alteração da rotina normal de trabalho.
São diversos os riscos de acidentes. Os mais comuns são:
- Área do prédio insuficiente para instalação adequada das máquinas e
equipamentos;
- Distribuição das máquinas e equipamentos de forma inadequada, dificultando a
circulação dos trabalhadores;
- Pisos irregulares e com pouca resistência;
- Instalações elétricas inadequadas e expostas;
- Falta de sinalização da localização dos extintores e hidrantes e de rotas de
fuga em caso de incêndio ou explosão;
- Matéria-prima e produtos armazenados de forma inadequada;
- Máquinas e equipamentos instalados inadequadamente;
- Maquinário sem manutenção preventiva;
- Ferramentas usadas de forma incorreta ou para outra finalidade;
- Máquinas e equipamentos sem proteção nas partes móveis ou de operação.
Exemplo: rebitadores, prensas, máquina de cortes, etc.;
- Falta de uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI.

EPI´S

Definido pela legislação como Equipamento de Proteção Individual (E.P.I), todo


meio ou dispositivo de uso pessoal destinado a proteger a integridade física do
trabalhador durante a atividade trabalho.
A função do E.P.I. é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra
o corpo do trabalhador que o usa.
Os equipamentos de proteção individual, usualmente identificados pela sigla
"EPI", formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a segurança do
trabalhador no exercício de suas funções. (SAAD, 1981).
Para cada parte do corpo têm-se um EPI mais adequado, a saber:
- proteção do crânio: capacetes de segurança;
- proteção visual e facial: óculos e escudos de segurança;
- proteção respiratória: máscaras respiratórias;
- proteção auricular: protetores auriculares;
- proteção para o tronco: aventais, blusões e capas de segurança;
- proteção para os membros superiores: luvas, mangas e punhos de segurança;
- proteção para os membros inferiores: calçados de segurança, perneiras;
- proteção contra quedas: cinturões de segurança.

CORES NO AMBIENTE DE TRABALHO

Para a dinâmica de cores do ambiente de trabalho, o grau de reflexão das cores


tem muita importância. Essas cores tem as seguintes funções: princípios de ordenação,
auxílio de orientação; símbolos de segurança; contraste de cores para facilitar o
trabalho; efeitos psicológicos das cores.
ORDENAÇÃO E ORIENTAÇÃO

Pode-se dar cores específicas a determinadas salas, andares, até mesmo


prédios, para obter uma visão geral de conjunto com uma melhor ordenação. Em
instalações industriais grandes e pouco visíveis superficialmente, ou na existência de
muitas canalizações, o uso de cores diferentes pode materializar um principio de
organização, através do qual a orientação para o serviço fica facilitada.

CORES DE SEGURANÇA

Se usarmos uma única cor para identificar um perigo, pode-se condicionar


uma reação de proteção automática em uma pessoa. Sobre a simbologia de cores
gerais pode-se resumir que:
- vermelho é a cor do perigo, significa pare, proibido. É também a cor de aviso
para perigos de incêndio (instalações de extintores, etc);
- amarelo, muitas vezes em contraste com o preto, significa perigo de colisão,
cuidado, risco de tropeçar. Amarelo-preto são também aviso de transportes;
- verde significa salvação, ajuda, caminho de fuga, saída de emergência.É
usado para identificação de objetos para salvamento e instalações de primeiros
socorros;
- azul não é propriamente uma cor de segurança, mas serve mais como cor de
ordenação ou organização. É usado para orientações, avisos, sinais e indicador de
direções.

CORES DE CONTRASTE PARA GRANDES SUPERFÍCIES

Para a obtenção de contrates de cores é preciso distinguir entre coloração de grandes


superfícies (paredes, móveis) e pequenas superfícies (atrativos visuais para botões,
comandos, alavancas).
Em superfícies grandes deveriam ser selecionadas cores que tenham um grau de
reflexão semelhante. Através disso podem ser obtidos bons contrastes visuais, sem
grandes diferenças de luminâncias, isto é, sem grandes contrastes de brilho. A
prevenção de contrastes de luminâncias em grandes superfícies é uma das mais
importantes premissas para a garantia de uma acuidade visual sem perturbações.
A orientação e a compreensão visual do material de trabalho são obtidas com
um bom contraste entre o material de trabalho e a vizinhança imediata, o qual deve ser
em brilhos excessivos.

ATRATIVOS VISUAIS

Os atrativos visuais (armadilhas visuais) podem ser obtidos com o uso de


cores fortemente contrastantes, luminosas e que atraem o olhar. No local de trabalho é
certo chamar a atenção com alguns atrativos visuais. É recomendável que botões
importantes, alavancas, comandos, cabos sejam configurados com atrativos visuais. Se
as superfícies destes atrativos visuais não são grandes (não maoir que alguns
centímetros quadrados) então devem ser usados contrastes fortes de cores, que se
distingam ao mesmo tempo por suas grandes luminâncias.
O maior contraste obtém-se entre amarelo e preto. O maior perigo na
coloração, especialmente na configuração dos atrativos visuais, é de somar os
contrastes, gerando um excesso.

EFEITOS PSICOLÓGICOS

Por efeitos psicológicos das cores compreende-se a ilusões de sentidos e


efeitos psíquicos que podem emanar das cores. Efeitos psíquicos, no sentido de
sentimentos, a favor ou contra, podem ser atingidos, também, pelo uso de cores das
salas.

ILUSÕES DOS SENTIDOS

Algumas cores tem um efeito psicológico especial, com intensidades diferentes,


mas quase sempre mais ou menos do mesmo tipo. As mais importantes são as ilusões
de distâncias, de temperatura e os efeitos sobre a disposição psiquíca geral. De
maneira muito genérica, pode-se dizer que cores escuras são abafantes, sufocantes e
desestimulantes; além disso dificultam a limpeza e absorvem a luz. Todas as clores
claras parecem ser leves, amistosas e estimulantes; elas difundem mais a luz, clareiam
o ambiente e obrigam a uma limpeza maior.

A COLORAÇÃO DOS AMBIENTES


O local de trabalho deve ser concebido de acordo com os seguinte princípios.
Deve ser considerado se o trabalho a ser feito é monótono ou se tem grandes
exigências à concentração. Em trabalhos monótonos, o uso de alguns elementos
coloridos estimulantes é recomendado. Mas isto não significa grandes superfícies com
uma estimulante, mas só alguns elementos da sala ( uma coluna, uma porta). Se a
atividade da sala exige uma grande concentração, deve-se fazer a coloração da sala
mais discreta, para evitar distrações e cores intranqüilizastes. Neste caso, as paredes,
teto e outros elementos da construção devem ser pintados de cores claras, em tons
pouco definidos.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

A CIPA não é uma instituição genuinamente brasileira. Essa modalidade de


Comissão composta por representantes dos representantes dos empregados e do
empregador de um mesmo estabelecimento industrial, com finalidade de cuidar da
prevenção dos acidentes de trabalho, teve origem em recomendações da Organização
Internacional do Trabalho – OIT. Fundada em 1919 a OIT organizou em 1921, um
Comitê para estudos de assuntos de segurança e de higiene do trabalho e para
divulgação de recomendações de medidas preventivas de acidentes e de doenças do
trabalho, que passariam a ser adotadas pelos países, de acordo com o interesse de
cada um em melhorar as condições de trabalho do seu povo. A adoção dessa
recomendação no Brasil deu-se em 10 novembro de 1944, por um ato da Presidência
da República do então chamado Estado Novo, ao ser promulgado o Decreto-lei nº.
7.036, que passou a ser conhecido como Nova lei de Prevenção de Acidentes.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes foi a primeira grande
manifestação de atividades preventivas de acidentes do trabalho no Brasil. Foi o
primeiro movimento de âmbito nacional e de caráter prático, tanto da parte das
autoridades que criaram dispositivos legais e baixaram instruções para a organização e
o funcionamento dessas Comissões, como da parte de empresas privadas que, com
mais ou com menos espontaneidade, com mais ou menos convicção, passaram a
organizar a CIPA em seus estabelecimentos.
A CIPA propiciou os primeiros ensaios e os modelos precursores dos atuais
Serviços Especializados do Trabalho. Antes do advento da primeira regulamentação da
CIPA, 1944, nada havia que pudesse ser considerado serviço de segurança do
trabalho ou de prevenção de acidentes. Com o surgimento da legislação referente a
ela, muitas empresas passaram a organizá-la. De início os departamentos de pessoal,
regra geral, incumbiam-se da organização da CIPA. Fato comum era o gerente ou
chefe do pessoal ser o presidente da comissão, ou pelo menos o seu primeiro
presidente. Assim, muitas CIPAS começaram a manifestar-se por meio do
departamento do pessoal da empresa que, em muitos casos, abrangia na época todas
as atividades hoje subordinadas aos denominados departamentos de relações
industriais.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como missão a
preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que
interagem com a empresa.
Atualmente ela está regulamentada pela NR-5.
Segundo o Ministério da Saúde:
A empresa que constituir CIPA deverá observar os seguintes itens:
a) A CIPA será composta de representantes do empregador, por ele designado,
e dos representantes dos empregados eleitos.
b) Todo estabelecimento que não se enquadrar no Quadro I da NR-5, deverá
designar um responsável pelo cumprimento da norma.
Processo Eleitoral
C1) É de responsabilidade do empregador convocar as eleições para escolha
dos representantes dos empregados, sessenta dias antes do término do mandato.
C2) O edital de convocação deverá ficar fixado durante quinze dias, de maneira
que todos os empregados que queiram se candidatar tomem ciência e se inscrevam.
a) No ato da inscrição o candidato deverá receber um recibo;
b) Todos os candidatos inscritos terão garantia de emprego até a eleição;
C3) O empregador deverá constituir a Comissão Eleitoral cinqüenta dias antes
do término da gestão em curso, que será responsável pela organização e
acompanhamento do processo eleitoral.
C4) Deverá ser publicado em Edital de Divulgação o nome dos empregados que
se candidataram, esse deverá estar fixado durante quinze dias, de maneira que todos
os empregados tomem ciência dos candidatos inscritos.
C5) Deverá ser realizada a eleição no prazo de trinta dias antes do término do
mandato.
a) Durante a eleição respeitar os turnos de trabalho;
b) Folha de votação deverá ser assinada por todos os empregados que votarem;
c) Durante a eleição o voto deverá ser secreto;
d) Todo empregado do estabelecimento tem o direito a voto;
C6) Os representantes eleitos e designados deverão ser empossados, com o
devido treinamento de 20 horas conforme a NR-5, no primeiro dia útil após o término
do mandato em curso.
C7) A empresa deverá protocolizar (requerimento) em até dez dias, na unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho, as cópias das atas de eleição de Instalação
e Posse, e os Calendários anuais de reuniões, constando dia, hora e local, sendo doze
reuniões entre o inicio e o término do mandato.
C8) Protocolizada a documentação na Delegacia Regional do Trabalho, o
empregador não poderá desativar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CIPA, antes do término do mandato, exceto no caso de encerramento das atividades
do estabelecimento.
Atribuições dos Representantes da CIPA
D1) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalhado;
D2) Divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras;
D3) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA;
D4) Promover anualmente em conjunto com o SESMT, se houver, a semana
interna de prevenção do trabalho - SIPAT;
D5) As atas de reuniões deverão ficar no estabelecimento a disposição dos
agentes de inspeção do trabalho;
D6) As atas de reuniões deverão ser assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.
Observações Gerais:
a) A CIPA deverá ser constituída por estabelecimento.
b) No caso de empreiteiras ou empresas de prestação de serviços, considera-se
estabelecimento o local em que seus empregados estiverem exercendo suas
atividades.
c) A empresa deverá guardar os documentos relativos à eleição, por um período
de cinco anos.
d) As empresas ligadas a transportes deverão verificar Portaria Nº 25 de 27 de
maio de 1.999 e Portaria 16 de 10 de maio de 2.001.
e) As empresas que constam nos grupos C 18 e C-18a na Portaria N º 08 de
fevereiro de 1.999, deverão verificar a Portaria Nº 24 de 27 de Maio de 1.999.
f) As empresas ligadas a Mineração ou permissionário de lavra Garimpeira,
deverão verificar NR-22.36.
g) É considerado empregado, para fins de constituição da CIPA, a pessoa que
preste serviço de natureza não eventual ao empregador, sob dependência e mediante
salário.
h) O mandato dos membros da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição (manual da CIPA NR5 item 5.7).
i) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes desde o registro de
sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
j) Caso o empregado queira sair da CIPA, o mesmo deverá solicitar por escrito
ao presidente da comissão, informando ao empregador e este comunicando Ministério
do Trabalho a saída do representante como a posse de outro para substituí-lo.
k) Toda Legislação, de Segurança e Saúde do Trabalhador esta a disposição no
site: www.mte.gov.br.

Riscos Físicos

Refere-se a riscos provocados por algum tipo de energia (Hirata, 2002). Pode-se
citar alguns como o calor, vibrações, ruídos, frio, radiações ionizantes e não-ionizantes
e pressões anormais.

• Calor

Há alguns equipamentos que geram calor como estufas, muflas, banhos de água,
bico de gás, lâmpada infravermelha, manta aquecedora, agitadores magnéticos com
aquecimento, termociclador, incubadora elétrica, forno de microondas, esterilizador de
alça ou agulha de platina e autoclaves, estes são os principais equipamentos. A
instalação deve ser feita em locais ventilados e longe de material inflamável, volátil e
de equipamentos termossensíveis.
Ao operar estes equipamentos é necessário o uso correto de EPI´s, especialmente
o uso de luvas térmicas ou isolantes de calor.

• Frio

Quando o operador necessitar tais tarefas por um período prolongado, recomenda-


se a utilização de proteção adequada ao frio (Hirata, 2002). Operando equipamentos
de temperatura -70Cº deve-se fazer o uso de aventais térmicos e máscaras, alem de
proteger as mãos com luvas térmicas. No caso de cabelos longos é necessário prendê-
los.

• Pressões anormais

É fundamental a utilização de equipamento de proteção contra as pressurizações


ou despressurizações. A falta das devidas precauções pode causar invalidez
permanente como surdez, ou levar até a morte por embolia (Hirata, 2002).

• Radiação não-ionizante

Refere-se a radiações que somos submetidos nos vários ambientes de trabalho


como luz natural, infravermelho, ultravioleta entre outros. O ambiente de trabalho deve
estar com intensidade de luz apropriada para manter conforto visual (Hirata, 2002).

• Ruídos e vibrações

Em ambientes de trabalho onde há ruídos e vibrações constantes, deve-se fazer


uso correto de protetores auriculares.
A norma NBR nº. 10152/ABNT estabelece um limite de 60 decibéis para uma
condição adequada de trabalho (Hirata, 2002).

• Umidade

Deve-se utilizar proteção contínua devido ao grande risco que traz à saúde, como
contaminação com bactérias e fungos, sendo assim necessário utilizar roupas
impermeáveis com proteção à umidade.

Riscos Biológicos

Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos como


plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, parasitas (protozoários e metazoários),
amostras biológicas (sangue, urina, escarros, derrames cavitários, peças cirúrgicas,
biópsias, entre outras) provenientes de animais e seres humanos. Incluem-se também
os organismos geneticamente modificados em que os cuidados são mais relevantes
por estarem albergando genes com características diferenciadas (Hirata, 2002).

Riscos Químicos

A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos, também deve


ser conhecida pelos seus manipuladores. Nesse aspecto, têm-se solventes
combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos (Carvalho,
1999).

• Contaminantes do ar

São estes, ar, poeiras, fumaça de diferentes origens, incluindo as de cigarro,


aerossóis, neblinas, gases asfixiantes, gases irritantes e vapores. Os equipamentos
quando utilizados com substâncias contaminantes devem ser hermeticamente
fechados (Hirata, 2002).
• Substâncias tóxicas e altamente tóxicas

Evitar o contanto de substâncias com o corpo humano que podem causar graves
danos à saúde, principalmente aquelas que podem trazer conseqüências fatais. A sua
manipulação deve ser feita com luva e o seu descarte deve ser realizado apenas após
inativação (Hirata, 2002).

• Substâncias explosivas

Evitar choques, produção de faíscas, fogo e ação de calor (Hirata, 2002).

• Sustâncias irritantes

Evitar o contato das substâncias químicas irritantes, como hidróxido de amônia,


ácido nítrico, acrilamida, com o corpo humano e com a inalação de seus vapores. O
manuseio requer utilização de proteção do sistema respiratório, contato com as mãos e
peles através de utilização de luvas e manipulação em uma de segurança química.

• Substâncias corrosivas

Evitar o contato com os olhos, pele e a roupa mediante protetoras especiais. Não
inalar vapores. Deve-se utilizar luvas de proteção com avental de manga comprida e de
material impermeável e resistente a esses compostos (Hirata, 2002).

• Substâncias inflamáveis

Manipular as substâncias inflamáveis longe de chamas ou emissores de calor e


centelhas. Quando os produtos forem voláteis, operar com proteção adequada (Hirata,
2002).

6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHIODI, M. B.; MARZIALI, M.H.P. Riscos ocupacionais para trabalhadores de


Unidades Básicas de Saúde: revisão bibliográfica. Acta Paul Enferma, v. 19, n. 2, p.
212-7, 2006.

SZNELWAR, L. I.; LANCMAN, S.; et al. Análise do trabalho e serviço de limpeza


hospitalar: contribuições da ergonomia e da psicodinâmica do trabalho
Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 045-057, Set./Dez. 2004.

ZOCCHIO, A.; CIPA história, organização, atuação. São Paulo: Atlas S.A, 1980.
GUIMARÃES,J.J. Biossegurança e controle de infecção cruzada. Livraria editora
Santos LTDA; 1º ed, São Paulo, 2001.

http://www.mte.gov.br/delegacias/pr/pr_serv_cipa.asp. acessado em 21/04/08

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_17.asp

http:/www.sogab.com.br/saudebiosseg.htm

7) METODOLOGIA:
O desenvolvimento da temática do projeto de ensino ocorrerá em 3 módulos
teóricos de 5 horas/aula cada, de acordo com o cronograma de aulas. Para que todos
os servidores possam participar das atividades educativas as turmas serão
organizadas com o máximo de 15 servidores por módulo.
O conteúdo do projeto será abordado por meio de aulas expositivas-
dialogadas, tendo o conteúdo aprofundado através de exemplos, de problemas e
situações vivenciadas pelos trabalhadores, além de simulações acerca das principais
condutas a serem apreendidas.
Para explanação da parte teórica será utilizado Projetor multimídia e para
simulações materiais concretos utilizados do cotidiano dos trabalhadores.

8- CRONOGRAMA

GRUPO 02 (15 SERVIDORES)

ACADÊMICAS RESPONSÁVEIS: Caroline Amaral, Kelly D. Machado, Kiussa Vidal,


Juliane Cristina Cataneo, Willian Meurer da Silva

DATA TURNO HORÁRIO ATIVIDADES SALA


27 DE MAIO (3ª FEIRA) TARDE 13:15 -17:30 1º MÓDULO 25
30 DE MAIO (6ª FEIRA) TARDE 13:15 -17:30 1º MÓDULO 16
03 DE JUNHO (3ª TARDE 13:15 -17:30 1º MÓDULO 25
FEIRA)
05 DE JUNHO (5ª TARDE 13:15 -17:30 2º MÓDULO 15
FEIRA)
10 DE JUNHO (3ª TARDE 13:15 -17:30 2º MÓDULO 25
FEIRA)
13 DE JUNHO (6ª TARDE 13:15 -17:30 2º MÓDULO 16
FEIRA)
HORÁRIO DAS AULAS
13:15 14:04 (1ª AULA)
14:05 14:55 (2ª AULA)
14:55 15:45 (3ª AULA)
15:45 15:50 (INTERVALO)
15:50 16:40 (4ª AULA)
16:40 17:30 (5ª AULA)

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