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XVIII Encontro de Química da Região Sul Curitiba, 11 a 13 de novembro de 2010

Estudo da influência da temperatura de sinterização em corpos de prova


a base de cerâmica vermelha
Joana G. Meller (IC) (1)*, Ritchelli A. Moraes (IC) (2), Ângela B.C, Arnt (PQ) (3), Marcio R.da Rocha (PQ)
(4)

jooanameller@hotmail.com
(1,2,3,4)
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Av. Universitária, 1105 – Criciúma –SC

Palavras Chave: Cerâmica Vermelha, Sinterização, Resistência Mecânica.

Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Secretarias Regionais PR, SC e RS


XVIII Encontro de Química da Região Sul Curitiba, 11 a 13 de novembro de 2010

Introdução óxido de ferro na sua composição. Com relação ao


ensaio de perda ao fogo, e ao teor de matéria
As temperaturas elevadas constituem importante orgânica da massa padrão, os valores obtidos para
fator na fabricação dos produtos cerâmicos. Elas a temperatura de 1000°C foram inferiores aos
são usadas para a secagem prévia dos produtos já obtidos para a faixa de temperatura de 900°C, o que
conformados, para produzir aglomerações e reduzir pode ser associado à estabilidade do óxido de ferro
a porosidade, para modificar as tensões residuais e contido na massa cerâmica. Quanto à resistência
para produzir cristalização. O objetivo da mecânica à flexão as amostras apresentaram
sinterização ou queima é desenvolver valores que atendem à norma brasileira para
microestruturas adequadas. As operações de resistência à flexão para blocos cerâmicos
sinterização implicam em alterações bastantes estruturais.
significantes, trazendo consigo a redução na área
especifica total ,redução no volume aparente total e Conclusões
aumento na resistência mecânica.¹ ,2,3 Neste trabalho
será avaliado a resistência de corpos de prova Os resultados obtidos mostraram que a variação da
confeccionados com massa cerâmica vermelha de temperatura de sinterização provoca alteração nas
uso comercial, sinterizados em diferentes propriedades do material.
temperaturas. Este estudo integra uma linha de
pesquisa que utiliza resíduo de setor metalúrgico,
rico em óxido de ferro, como pigmento em produtos Agradecimentos
cerâmicos, e servirá como referência para viabilizar
o seu reaproveitamento em massas cerâmicas À Cerâmica Ouro Preto Ltda, situada no município
obtidas com diferentes tonalidades. Para a de Sangão, Estado de Santa Catarina, e a
realização deste estudo foram confeccionados 36 Universidade do Extremo Sul Catarinense –
corpos de prova (120mmx20mm) de massa UNESC.
cerâmica vermelha de queima branca.
Primeiramente a massa cerâmica de uso comercial
foi seca em estufa (Servitech, mod.CT 242), em ____________________
100ºC por 24h e desaglomerada. Posteriormente foi VAN VLACK, Lawrence H. Princípios de ciência dos materiais. São
Paulo: Ed. Perspectiva, 1970. 427 p.
moída em moinho de bolas (Servitech, modelo 2
VIEIRA, C.M.F.; SOARES, T.M.; SÁNCHEZ, R.; MONTEIRO, S.N.
CT24m), em 200 rpm por 10 horas, sendo então Incorporation of granite waste in red ceramics. Materials science and
peneirada até a malha 18 mesh ABNT (1 mm) e Engineering A373, 2004.p.115-121. 
3
VIEIRA et all. Incorporation of fine steel sludge waste into red
prensadas (prensa hidráulica ICON modelo 2x12- ceramic. Materials Science and Engineering A427, 2006. p.142-147.
1.5) com força na ordem de 30 MPa. Após secagem 4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.1997. Placas
em estufa a 100ºC por 24 horas as amostras foram cerâmicas para revestimentos– especificações e métodos de ensaio, 78p.
queimadas nas temperaturas de 900ºC, 950ºC e
1000oC por 2 horas (forno muflado Jung, Mod.
09130), com taxa de aquecimento igual a 3ºC/min.
Estas amostras foram caracterizadas quanto a
retração linear de queima, perda ao fogo e ensaio
de flexão em três pontos.

Resultados e Discussão
A composição química da massa cerâmica
vermelha de queima branca utilizada para a
confecção dos corpos esta representada na Tabela
1.
Tabela 1 - Análise química semi-quantitativa da massa
cerâmica.
SiO Al2O Fe2O Ca Mg K2 Na2 TiO
C* 2 3 3 O O O O 2
72,
% 15,1 2,3 0,1 0,4 0,4 0,1 1,3
0
*Composição

Após a sinterização os corpos de prova


apresentaram retração em volume, decorrente do
rearranjo de partículas, reações químicas e/ou
desgaseificação ocorridas durante a queima. A
retração aumentou na temperatura de 1000°C,
indicando maior taxa de sinterização, o que
normalmente ocorre em cerâmicas que contêm

25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2

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