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Mercados Monetários e de Cambio

Capitulo 1 - Politica Monetário

 Banco Central do Brasil (BACEN ou BCB).


 Promover o equilíbrio entre a oferta e a demanda de moeda, com vista o
controle da inflação e estimular o desenvolvimento da economia do país.

Origem e evolução da moeda

 Antiguidade (Escambo / Troca de mercadorias);


 Séc. I a.C. - IV d.C. (Mercadorias como sal, tabaco e etc);
 Séc. VII a.C. (Moedas metálicas de ouro, prata, cobre e niquel);
 Séc. VI - VIII d.C. (Papel-moeda);
 Atualmente (Moeda escritural);

Moeda

 Tem sua circulação prevista em lei;


 A moeda oficial do Brasil é o Real criado em 1995;
 Emitida pela autoridade nacional monetário BCB;
 Aceitação é obrigatória;
 Poder libertário, ou seja, poder de liberar de débitos ou efetuar
pagamentos;
 A moeda pode ser emitida por um Estado, ou um conjunto de Estados
organizados;
 Um país pode abrir mão de emitir a sua própria moeda delegando esse
poder a uma organização supranacional ou ainda adotar a moeda de
outro país.

A moeda possui três funções básicas:

 A função de instrumento ou meio de troca.


 Unidade de conta, ou seja, o valor ou preço entre os diferentes produtos
ou serviços os quais compõem a economia.
 Reserva de valor, permitindo aos agentes econômicos guarda-los para
no futuro, converte-lo novamente em bens ou serviços, essa função
decorre da confiança das pessoas em sua moeda, que pode ficar
comprometido em ambientes de elevadas inflação, os quais diminuem o
poder de compra futura da moeda.

Tipos de moedas

 Moedas em circulação = total de moedas emitidas – montante retido nos


cofres do Banco Central;
 Moeda em poder público = moeda em circulação – encaixe bancário;
 M1 = Moeda em poder do público + depósitos a vista nos bancos
comerciais;
 É um medidor de avaliação do nível de liquidez da economia;
 Liquidez ou capacidade de liquidar dívidas e obrigações é uma
característica que todo ativo possui em maior ou menor grau;
 Quantidade de M1 na economia pode ser alterada com medidas de
politicas monetárias adotadas pelo BCB e com a criação de moeda
escritural pelo sistema bancário.

Ativos adicionados ao M1 que são denominados quase-moedas ou não


monetárias. O BACEN classifica-os de M2 até M4:

 M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupanças


+ títulos emitidos por instituições depositárias.
 M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações
compromissadas registradas na Selic.
 M4 = M3 + Títulos públicos de alta liquidez.
 Base monetária = Total de células e moedas em circulação + reservas
bancárias voluntarias + reservas bancarias compulsórias.

Criação de moedas pelos bancos comerciais

 Os bancos comerciais recebem os depósitos a vista e repassam


empréstimos aos tomadores. Nessa atividade, os bancos criam a
chamada moeda escritural ou moeda bancaria.

Demanda de moeda

 Porque pessoas demandam moedas?


 Por que gostam de reter moeda em sua forma mais liquida (M1) se
existem alternativas de investimento mais rentáveis?
 Transação: as pessoas preferem reter moeda para pagar suas
despesas correntes;
 Precaução: devido a incertezas futuras;
 Especulação: Os agentes podem demandar moedas por
especulação, pois desconhecem o comportamento futuro das
taxas de juros;

Oferta de Moeda

 A politica monetária é o controle de oferta de moeda e da taxa de juros


de modo a permitir a liquidez adequada de cada momento econômico e
garantir a meta de inflação no curto prazo e o crescimento econômico de
logo prazo.
 BACEN é o executor da politica monetária.
 Excesso de moeda em circulação, sem correspondente aumento de
produção, gera aumento nos índices de inflação.
 Atuação do BACEN na oferta da moeda na economia:
 Aumento ou diminuição das taxas básicas de juros da economia;
 Aumento ou diminuição do deposito compulsório sobre os depósitos
a vista nos bancos comerciais;
 Compra e venda de títulos públicos no mercado aberto (open-
market);
 Redesconto ou empréstimo de liquidez aos bancos;
 Comitê de Politicas Monetárias do Banco Central (COPOM)
 Responsável por estabelecer a meta para taxa Selic;
 Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custodia) é a media das
taxas de juros praticadas nas operações compromissadas de um dia
útil, com lastro em títulos públicos federais;
 Aumento na taxa Selic tem objetivo controlar a inflação. M1 diminui e
M2 e M4 aumentam.

Capitulo 2 – Taxa de Juros – Parte 1

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

 Órgãos normativos: determinam as regras para um bom funcionamento


do sistema.
 Entidades supervisoras: trabalham para que os cidadãos e integrantes
do SFN sigam as regras determinadas pelos órgãos normativos
 Operadores: entidades que lidam diretamente com o público atuando
como intermediários financeiros.

O Banco Central adota uma divisão do SFN em três grandes segmentos:

1. Moeda, crédito, capitais e câmbio.

Normativos Conselho Monetário Nacional (CMN)

Supervisores Banco Central do Brasil (BCB) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


Administradores de
Bancos e caixas econômicas Bolsa de valores
consórcios
Bolsa de
Corretoras e
Operadores Cooperativas de credito mercadorias e
distribuidoras
futuros
Demais instituições
Instituições de pagamento
bancárias

2. Seguros Privados

Normativos Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Supervisores Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)


Seguradoras e Resseguradas
Operadores Entidades abertas de previdência
Sociedades de capitalização

3. Previdência Privada

Normativos Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

Supervisores Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)

Operadores Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de pensão)

Conselho Monetário Nacional (CMN)

 Composto por três membros: O ministro da Fazenda, que ocupa o cargo


de presidente do CMN, o ministro do Planejamento, Orçamento e
Gestão e o presidente do BACEN.
 Emitem normas para o segmento de moeda, crédito, capitais e câmbio.
 Adapta o volume dos meios de pagamentos as necessidades da
econômica nacional.
 Regula o valor interno da moeda para controlar inflações ou deflações.
 Proporciona o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros.
 Regulamentam todas as taxas e remunerações das instituições
financeiras.
 Controla a liquidez e solvência das instituições financeiras.
 Regulamenta as operações de redesconto, deposito compulsório e as
operações de mercado aberto.
 Coordena as politicas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
divida interna e externa.
 Estabelece a meta da inflação.
 Autoriza a emissão do papel-moeda.

Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN)

 Autarquia federal.
 Vinculada ao ministério da fazenda.
 Órgão executivo da CMN.
 Conduz as politicas monetárias, cambial e de crédito.
 Regulador e fiscalizador do SFN.
 Administra o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SPB) e os serviços do
meio circulante.
 Emite papel-moeda e metálica e controla a liquidez.
 Recolhe os depósitos compulsórios dos bancos comerciais bem como
os depósitos voluntários.
 Fiscaliza e aplica penalidades nas instituições financeiras.
 Autoriza o funcionamento, instalação, transferência, fusão e aquisição
de instituições financeiras.
 Realiza operações de redesconto e empréstimo ás instituições
financeiras.
 Geri as reservas internacionais do país e controla o fluxo de capitais
estrangeiro, garantindo o bom funcionamento do mercado de câmbio.
 Atua em operações de compra e venda de títulos públicos federais,
como medida de politica monetária, com a finalidade de regular a oferta
e demanda de moeda e as taxas de juros.
 Determinar periodicamente, por intermédio do Comitê de Politica
Monetária (COPOM) a Taxa Selic.
 Em resumo o BACEN é:
 Banco dos Bancos;
 Banco do governo;
 Executor das politicas monetárias e cambial;
 Gestor das reservas internacionais do país;

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

 Autarquia Federal.
 Fiscaliza, normatiza, disciplina e desenvolve o mercado de valores
mobiliários no Brasil.
 Vinculado ao ministério da fazenda.
 Entidade supervisora no segmento de moedas, crédito, capitais e
câmbio do SFN.
 Protege os investidores no mercado de valores mobiliários.
 Mantem a eficiência e a ordem dos mercados e aumenta a facilidade de
formação de capital pelas empresas.
 O poder fiscalizatório da CVM abrange três segmentos do mercado:
 Instituições financeiras;
 Companhias de capital aberto
 Investidores
 OBS: Quando uma empresa decide abrir seu capital, ou seja, vender
ações ao publico em bolsa de valores, ela deve realizar o processo de
IPO (Initial Public Offer, “Oferta pública inicial”), cujo inicio é o registro da
futura oferta a CVM, a qual ira analisa-lo e aprova-lo ou não.

Banco do Brasil (BB)

 Sociedade anônima de capital misto, cujo controle acionário e feito pela


união federal.
 É o agente financeiro do governo e o principal executor da politica de
credito agrícola.
 Banco comercial, captando poupança popular e concedendo
empréstimos.
 Banco de investidores, financiando setores diversos da economia
nacional.

Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

 Responsável pela politica de investimentos de longo prazo do governo


federal.
 Promove o desenvolvimento econômico e social do país.
 Reduz os desequilíbrios regionais, incentivando o desenvolvimento
regional pela criação de novos polos de produção.
 Incentiva a inovação e o desenvolvimento socioambiental.
 Não atua como banco comercial.
 Atua por meio de programas de fundos específicos destinados as
atividades de fomento.

Caixa Econômica Federal (CEF)

 Instituição financeira pública responsável pela operacionalização das


politicas habitacionais e de saneamento do governo federal.
 Banco comercial.
 Administra as contas do FGTS e PIS.
 Administra os programas sociais do governo.
 Geri o sistema de loterias.

Instituições Financeiras bancárias (ou monetárias)

 Autorizada pelo Banco Central a captar depósitos à vista e a conceder


empréstimos.
 Intermediarias financeiras e operam o SFN.
 Lidam diretamente com o público.
 Bancos comerciais, cooperativas de credito e as caixas econômicas.

Instituições Financeiras não bancárias (ou não monetárias)

 São as captam recursos para empréstimos por meio de emissão de


títulos.
 Não criam moeda escritural, apenas a intermediam.
 Bancos de desenvolvimento e dos bancos de investimento.
 Sociedade de crédito, financiamento e investimento.
 Sociedade de crédito imobiliário.
 Sociedade de arrendamento mercantil.

Instituições auxiliares
 São as bolsas de valores.
 A única bolsa de valores de valores funcionando no Brasil é a B3,
empresa de capital aberto originada da fusão da BM&FBOVESPA com
a Cepit.
 BM&FBOVESPA foi a fusão de bolsa de valores de São Paulo
(BOVESPA) onde se negociavam valores mobiliários emitidos por
empresas com a bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) na qual
negociavam diversos ativos financeiros como os contratos futuros de
câmbio, de taxa de jutos e de Índice Bovespa.
 B3 Atualmente dedica-se a vários segmentos de negociação, mercados
à vista, de futuros, derivativos, mercado de balcão e títulos de renda
fixa, como o tesouro direto.
 As sociedades corretoras são intermediarias financeiras no mercado de
valores mobiliários.

Demais segmentos do SFN

 Seguros privados
 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);
 Propor as diretrizes e estabelecer as normas acerca de politicas
de seguros privadas no Brasil;
 Previdência Fechada
 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC);
 Regular o regime de previdência complementar operando pelas
entidades fechadas de previdência complementar, os fundos de
pensão;

Comitê de Politica Monetária do Banco Central (COPOM)

 Estabelece as diretrizes de politica monetária e define a taxa de juros.


 Implementa a politica monetária.
 Defini a meta da taxa Selic e seu eventual viés.
 Analisa o relatório de inflação.
 As reuniões duram dois dias e acontecem oito vezes no ano.
 A taxa de juros básicas fixada nessas reuniões e a meta para a taxa
Selic (Taxa média dos financiamentos diários com base em títulos
públicos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e
Custodia) que vigora até a próxima reunião.
 Após a reunião é divulgada a impressa a meta de taxa Selic.
 Após seis dias uteis é publicada na página do BCB ata da última
reunião.
 Ao final de cada trimestre do ano civil (março, julho, setembro,
dezembro) o COPOM publica o relatório de inflação.
 Decisões do COPOM são tomadas de modo a cumprir a meta
determinada pelo CMN.
 Caso metas não cumpridas, o presidente do BACEN deve reportar ao
ministro da fazenda os motivos de não atingir a meta e as futuras
providencias que serão adotadas.

Determinação da taxa básica de juros

 SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é um sistema


informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão
do Tesouro Nacional, bem como ao registro e liquidação de operações
com esses títulos.
 A taxa básica Selic é a média das taxas de juros praticadas nas
operações compromissadas de prazo de um dia útil, com lastro em
títulos públicos federais registrados e liquidados no Selic, ou em
sistemas operados por câmaras de compreensão e de liquidação
ativas;
 Principal taxa de juros do mercado;
 Regula as operações diárias de compra e venda com títulos públicos
realizados pelo BCB.
 Controla a liquidez da economia e a estabilidade das taxas de juros
de curto prazo.
 A taxa Selic remunera com um dia útil, operações com títulos
públicos, embora a meta fixada nas reuniões da COPOM sejam em
termos anuais.

Capitulo 3 – Taxa de Juros – Parte 2

Inflação brasileira

 Pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado nos


níveis do preço.
 Acontece que cada vez mais são necessárias quantidades maiores de
moedas para adquirir a mesma quantidade de bens ou serviços.
 Os movimentos de inflação são dinâmicos, levando à elevação contínua
de todos os preços.
 Inflação é um processo e não uma ocorrência passageira.
 A inflação leva à perda de poder aquisitivo da moeda o que afeta a
distribuição de renda.

Tipos de Inflação

 Pode ser classificado de acordo com sua causa:


 Inflação de demanda:
 Onde há um excesso de demanda agregada em relação à produção
disponível de bens.
 Ocorre quando economia está aquecida e perto de sua capacidade
máxima produtiva.
 Outra característica da inflação é o aumento nos meios de
pagamento não acompanhados pelo crescimento de produção,
podendo ser entendido como excesso de dinheiro na economia.
 Os mecanismos da politica monetária mais utilizados para conter a
inflação de demanda e desaquecer a economia são o aumento da
taxa de juros (Taxa Selic), a venda de títulos públicos e o aumento
nas taxas de deposito compulsório sobre depósitos à vista nos
bancos comerciais.
 Inflação de custo
 Ocorre quando, mesmo a demanda aparecer inalterada, os de
produção aumentam, sendo repassados aos preços das
mercadorias.
 O preço de um bem ou serviço é relacionado ao seu custo de
produção.
 Uma causa frequente para elevação de custos são os aumentos
salariais, mas aquele aumento que não acompanha
proporcionalmente a produtividade.
 Em uma situação de monopólio ou oligopólio, os empresários podem
obter lucros extraordinários, estabelecendo um preço dos produtos
acima do seu custo, pois não há o temor da concorrência.

Causas da inflação no Brasil

 O déficit no setor público sempre foi um elemento comum causador de


inflação no Brasil.
 Despesas do governo são superiores as suas receitas, obrigando-o a
endividar-se ou emitir mais moeda.
 Nos anos de 1970, os lideres da época optaram pelo modelo de
endividamento externo, com a finalidade de obter recursos que
garantissem o crescimento da economia. Foi desastroso, maioria dos
empréstimos foi contraído a taxas de juros flutuantes e a elevação das
taxas internacionais.
 Algumas correntes econômicas dedicam-se a explicar as causas da
inflação brasileira:
 Os monetaristas associam aos desequilíbrios crônicos do setor
público, que para financiar a dívida pública aumenta as emissões de
moeda, acima das capacidades reais da economia, acarretando nas
elevações dos preços.
 Os estruturalistas avaliam que aumento da inflação no Brasil (na
época um pais subdesenvolvido) deve-se às deficiências na estrutura
econômica em todos os setores do país.
 Inercialistas, diziam que a inflação brasileira está associada aos
mecanismos de indexação, em especial à correção monetária, os
quais perpetuam a inflação passada. Dessa forma, faz necessária a
aplicação de mecanismos de desindexação destinados a não
propagar a inflação passada para o futuro.
 O Plano Real foi o primeiro plano econômico bem-sucedido no combate
a inflação, pois procurou promover uma ampla desindexação da
economia, impedindo que índices da inflação passada se propagassem
para os meses subsequentes.
 A inflação é perpetuada por meio dos contínuos reajustes de preços
na economia.
 Não recorria a congelamento de preços.
 Contenção nos gastos públicos por intermédio fiscal.
 A âncora cambial que pendurou até janeiro de 1999.
 A desindexação dos contratos da economia, pela conversão dos
preços para a URV (Unidade de referência de Valor), para evitar que
a inflação passada se transmitisse para a nova moeda.
 Privatizações de empresas estatais.

Índices de inflação

 A inflação é medida pelos chamados números-índices que são formulas


matemáticas que informam o percentual de aumento nos preços de bens
e serviços em determinado período.
 No Brasil são calculados os Índices Gerais de Preços (IGPs) e os
Índices de Preços ao Consumidor (IPCs).
 Os IGPs procuram calcular a inflação pesquisando todos os bens
produzidos na economia, enquanto os IPCs se concentram nos gastos
comuns de uma família.

Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M)

 Calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vagas (FGV).


 Tem como base metodológica a estrutura de Índice Geral de Preços –
Disponibilidade Interna (IGP-DI) e resulta da média ponderada de três
índices de preços:
 Índice de Preços ao Produto Amplo (IPA-M), na proporção de 60%.
 Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), na proporção de 30%.
 Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) com peso de
10%.
 Período de coleta de preços é do dia 21 do mês anterior de referência
até o dia 20 do mês de referência.
 A cada mês de referência apura-se 3 vezes o índice, em intervalos de 10
dias, denominado decênios.

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

 Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE).
 Período de coleta dias 1º

e 30º de cada mês e abrange famílias com renda compreendida ente 1


e 40 salários mínimos, quaisquer que sejam as fontes de renda, e
residentes em áreas urbanas metropolitanas.

 IPCA é o índice oficial da inflação no Brasil.

Índice Nacional de Prelos ao Consumidor (INPC)

 Calculado pelo IBGE.


 Abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 5 salários, cuja
pessoa de referência é assalariada e residente nas régios
metropolitanas pesquisadas.
 É coletado em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços,
concessionarias de serviço público e internet, entre os dias 1º e 30 do
mês de referência.
 Regiões pesquisadas: Belém, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte,
Vitoria, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Distrito
Federal, Goiânia e Campo Grande.

Taxa de Juros Nominal

 São aquelas expressas em seus valores monetários numerais, ou seja,


não ajustados ao poder aquisitivo.
 Representam a taxa de crescimento do dinheiro e a taxa de juros
acordada no momento do investimento.

Taxa de Juros Real

 É o excedente da taxa de juros sobre a sobre a taxa de inflação e


compreende o crescimento do poder aquisitivo de um investimento.
 Taxa de crescimento do poder aquisitivo do dinheiro.
 A utilização dessa taxa pelo mercado financeiro permite que se apure os
ganhos ou perdas verdadeiras, sem a interferência das variações de
preço.

Capitulo 4 - Equilíbrio no mercado monetário

Títulos públicos federais

 São títulos de dividas emitidos pelo governo.


 Ativos financeiros emitidos por países destinados a captar recursos para
financiamento de seus emissores.
 Quando emitidos por governos, são conhecidos como títulos públicos ou
soberanos.
 São ativos de renda fixa e são classificados em:
Títulos prefixados: Os juros sobre o valor aplicado é conhecido antes

do investimento.
 Títulos pós-fixados: O valor do recebimento futuro sobre o capital
aplicado ainda não é conhecido, mas será remunerado com base em
um indexador determinado.
 São considerados de risco baixo pelo mercado.
 A emissão pode ser destinada tanto para ao mercado interno como ao
mercado externo.
 Podem ser usados para financiar o déficit orçamentário, nele incluindo o
refinanciamento da dívida pública e para realizar operações com
finalidades especificas definidas por lei.

Principais títulos públicos federais

 Os títulos prefixados emitidos pelo governo federal, destinados ao


mercado interno e que compõem a Divida Pública Mobiliaria Federal
Interna (DPMFi) são:
 As Letras do Tesouro Nacional (LTN);
 AS Notas do Tesouro Nacional – Serie F (NTN-F);
 Os títulos pós-fixados são:
 As Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com remunerações
atreladas à taxa Selic;
 As Notas do Tesouro Nacional – Serie B (NTN-B), títulos indexados
ao IPCA.
 As NTN – Serie C (NTN-C), indexadas ao IPG-M, embora não mais
emitidos em leilão pelo Tesouro Nacional ainda continuam em
circulação;

Prazo de Emissão Regaste do


Título Indexador Juros Custodiante
(Regra Geral) Principal

Não há – título No vencimento, pelo


LTN Até 4 anos Não já Selic
prefixado valor nominal.

No vencimento, pelo
valor nominal,
acrescido do 6% ao ano, pagos
NTN-B IPCA Até 40 anos respectivo rendimento semestralmente. Selic
desde a data-base do
título.

Não há – título No vencimento, pelo 10% ao ano, pagos


NTN-F Até 10 anos Selic
prefixado valor nominal. semestralmente.

No vencimento, pelo
valor nominal,
acrescido do
LFT Selic Até 5 anos Não há Selic
respectivo rendimento
desde a data-base do
título.
6% ao ano, pagos
No vencimento, pelo semestralmente,
valor nominal, exceção é a NTN-C
Não são mais emitidas acrescido do 2031, cujo cupom de
NTN-C IGP-M Selic
em leilões regulares respectivo rendimento juros é 12% ao ano,
desde a data-base do pagos
título. semestralmente.

 Os principais títulos públicos federais emitidos no mercado exterior e


que compõem a parcela da dívida pública conhecida como Dívida
Pública Federal Externa (DPFe) são:
 Os globais bonds, usualmente emitidos em dólares norte-americanos
(US$), Euros (€) ou Reais (R$).
 Os prazos de vencimento variam de acordo com o mercado, sendo
os títulos denominados em dólares os que apresentam prazo de
vencimento mais longo.

Gestão da dívida pública

 A dívida pública federal (DPF) é composta por todos os títulos emitidos


pelo governo federal, é gerida pela Secretaria do Tesouro Nacional
(STN) ligada ao Ministério da Fazenda e ao Órgão Central do Sistema
de Administração Financeiro Federal e do Sistema de Contabilidade
Federal.
 O objetivo é suprir as necessidades de financiamento do governo ao
menor custo no longo prazo, respeitando-se a manutenção de níveis
prudentes de riscos e, adicionalmente, buscando contribuir para o bom
funcionamento do mercado brasileiro de títulos.
 Para alcançar esses objetivos, algumas diretrizes precisam nortear a
STN como:
 Substituição gradual dos títulos remunerados por taxas de juros
flutuantes por títulos com rentabilidade prefixada e pós-fixada;
 Consolidação da atual participação dos títulos vinculada à taxa de
cambio, em conformidade com seus limites de longo prazo;
 Suavização da estrutura de vencimento, com especial atenção para a
dívida que vence no curto prazo;
 Aumento do prazo médio do estoque;
 Desenvolvimento da estrutura a termo de juros nos mercado interno
e externo;
 Aumento da liquidez dos títulos públicos federais no mercado
secundário;
 Ampliação da base de investidores;
 Aperfeiçoamento do perfil da DPF e por meio de emissores de títulos
com prazos de referência (benchmark), do programa de resgate
antecipado e de operações estruturadas;
 A classificação de risco, ou rating, é a nota dada por agências
especializadas em análise de crédito a um país emissor de dívida,
levando-se em conta a capacidade em honrar integralmente e
pontualmente o pagamento de sua dívida de curto e longo prazo,
emitidos em moeda local ou estrangeira.
 As notas de crédito conferidas pelas agências de classificação de risco
internacionais utilizam escalas com letras, números e sinais
matemáticos.
 Tabela com escalas das notas de classificação de risco dadas pelas
principais agências:
S&P FITCH MOODY'S SIGNIFICADO DO RATING

AAA Aaa Mais alta qualidade


AAA
AA+ AA+ Aa1
AA AA Aa2 Alta qualidade
AA- AA- Aa3
A+ A+ A1
A A A2 Qualidade médio-alta
A- A- A3
BBB+ BBB+ Baa1 Qualidade média – último nível do grau de investimento (investment
BBB BBB Baa2 grade)
BBB- BBB- Baa3
BB+ BB+ Ba1
BB BB Ba2 Sem grau de investimento (investment grade)
Início do chamado grau especulativo
BB- BB- Ba3
B+ B+ B1
B B B2 Grau especulativo alto
B- B- B3
CCC+ CCC+ Caa1
CCC CCC Caa2 Alto risco de inadimplência
CCC- CCC- Caa3
CC CC Elevado risco de inadimplência
Ca
C C
RD DDD
SD DD C Inadimplência
D D

Mercado primário e mercado secundário

 As operações de open Market processam-se por intermédio da


colocação (Venda) ou regaste (Compra) de um título público no
mercado.
 Quando as colocações desses títulos ocorrem pela primeira vez,
constituem o chamado mercado primário, ou seja, o mercado primário é
representado pela negociação direta (e primaria) entre o governo
(emissor de títulos) e as instituições financeiras adquirentes.
 As colocações primárias ocorrem por meios de leilões periódicos
divulgados pelas portarias do STN as quais tornam públicos as
características da oferta do título e realizados por meio de sistema
eletrônico do BCB.
 Os leilões podem ser:
 Formais: Participam todas as instituições financeiras interessadas;
 Informais (go around): Participam primeiramente os chamados
dealers (instituições financeiras legalmente credenciadas a atual no
mercado em nome do BCB) e repassado, em seguida, as demais
instituições financeiras do mercado;
 As operações no mercado aberto podem ser de dois tipos:
 Compromissadas: O BCB negocia os títulos assumindo o
compromisso de regatá-los dentro de um prazo fixo, normalmente um
dia (overnight);
 Definidos: Os títulos são adquiridos e incorporados à carteira do
adquirente;
 No mercado secundário de títulos de dívida, processa-se a transferência
ou revenda para terceiros dos títulos adquiridos no mercado primário
sem a participação direta entre o órgão publico emissor do título e os
investidores.
 O mercado secundário constitui uma importante fonte de financiamento
de carteiras de aplicações formado por instituições financeiras.

Tesouro Direto

 É um programa do Tesouro Nacional desenvolvido com a B3 para venda


de títulos públicos federais a pessoas físicas pela internet.
 Iniciou-se em 2002.
 Antigamente só era possível investir em títulos públicos por pessoas
físicas, indiretamente, por meio de fundo de renda fixa, que eram cheios
de taxas e com pouca atratividade.
 A partir de 2015, a STN passou a designar títulos do Tesouro Direto
explicando suas características de rentabilidade:
 Títulos indexados ao IPCA: Tesouro IPCA (NTN-B Princ) e Tesouro
IPCA+ com juros semestrais (NTN-B);
 Títulos prefixados: Tesouro Prefixado (LTN) e o Tesouro Prefixado
com juros semestrais (NTN-F);
 Títulos indexados à taxa Selic: Tesouro Selic (LFT);
 Títulos indexados ao IPCA garantem o poder de comprar do capital
investido.
 Títulos com juros semestrais (cupons) garantem fluxo de caixa periódico.
 Títulos indexados a taxa Selic, são uma base de referência à taxa de
juros livre de risco da economia nacional.

Capitulo 5 – Mercado de Câmbio

Definição

 É o segmento financeiro em que ocorrem as operações de compra e


venda de moedas internacionais conversíveis.
 É onde se encontram todos os agentes que, por quaisquer motivos,
dependem da realização de transações com o exterior.
 A moeda estrangeira é uma mercadoria e, como tal, sujeita-se às forças
de oferta e demanda.
 A relação de preço entre a moeda nacional e a moeda estrangeira é a
taxa de câmbio.
 Quanto aos tipos de cotação, as taxas de câmbio podem ser BID
(compra), que é o preço (taxa) no qual a moeda X é adquirida em
relação a moeda Y, ou ASK (venda), que é preço (taxa) no qual a moeda
X é vendida em relação a moeda Y cotada. Ou seja, US$1,00 é
comprado (BID) por R$3,38 e vendido (ASK) por R$3,30 na taxa cambial
do dia.
 O BCB atua no mercado cambial visando ao controle das reservas
cambiais da economia e a manutenção do valor da moeda nacional em
relação às outras moedas internacionais.
 As taxas de câmbio podem ser classificadas como:
 Spot: Quando o pagamento pela moeda estrangeira e a respectiva
entrega da moeda nacional ocorrem à vista;
 Forward: Quando a entrega e pagamento se dão em data futura,
normalmente em prazo não inferior a um mês;
 Nos mercados Futuros de câmbio, os agentes podem negociar contratos
derivativos de moedas com fins de proteção contra oscilações
indesejadas de preços (hedge) ou especulação sobre cotações das
moedas em data futura.
 No Brasil, existe um único mercado de câmbio legal.
 A terminologia “Câmbio Comercial” ou “Dólar Comercial” e “Câmbio
Turismo” ou “Dólar Turismo”, no entanto são utilizados pelo mercado
para indicar as diferentes taxas praticadas de acordo com a natureza da
operação.
 O câmbio ou dólar turismo é utilizado em casos de compra e venda de
moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie.
 O câmbio ou dólar comercial é utilizado para exportações, importações,
transferências financeiras, etc.
 Essas expressões são utilizadas em outras moedas estrangeiras, como
euro, iene, etc.
 Os agentes que participam do mercado de câmbio no país dividem-se
entre os que vendem moeda estrangeira (exportadores, tomadores de
empréstimos e investidores que trazem recursos do exterior, turistas
estrangeiros em viagem pelo país e os que recebem transferência do
exterior) e os que compram (importadores, tomadores de empréstimos e
investidores que remetem recursos ao exterior e realizam remessa de
lucros ou dividendos e turistas residentes no país em viagem ao
exterior).
 As operações de câmbio são intermediadas por um corretor, cuja função
principal é procurar no mercado as melhores taxas para efetuar o
fechamento da operação em nome de seu cliente.
 As instituições financeiras que atuam no mercado secundário de câmbio
representando o BCB são conhecidas com dearles e tem com principais
obrigações:
 Disponibilizar ao BCB todas as informações necessárias para o
controle do mercado de câmbio;
 Cotar as taxas de câmbio de compra e venda sempre que solicitado
pelo BCB;
 Participar de leilões de câmbio promovidos pelo BCB;
 Promover liquidez ao mercado de cambio;
 A chamada taxa PTAX é a taxa média de compra e venda de moeda
estrangeira praticado no mercado interbancário, coletada e divulgada
pelo BCB. São taxas de referências e não obrigatórias.
 As projeções na taxa de câmbio são variáveis que devem ser
consideradas pelo BCB nas reuniões periódicas do COPOM, visto que
podem impactar no comportamento dos índices de inflação no país.
Diversos produtos da cesta de consumo servem de base para o cálculo
do IPCA, em especial as commodities, como soja, trigo, milho, açúcar e
minério de ferro, por serem transacionadas em mercados internacionais
já que seus preços estão atrelados ao dólar norte-americano. Nesse
contexto uma alta nas cotações do dólar, em relação ao real poderá
levar a um aumento interno de preços desses produtos em moeda
nacional, gerando um aumento nos índices de inflação.

Paridade cambial

 Refere-se a uma relação de poder de compra entre moedas emitidas


por diferentes economias.
 Segundo a teoria econômica, a paridade cambial entre duas diferentes
moedas deve levar a taxa de câmbio entre elas ao seu valor de
equilíbrio, ou seja, o poder de compra entre as diferentes moedas deve
se equivalente à taxa de câmbio.
 Se a taxa de câmbio entre o real e o dólar norte-americano for de
R$3,00/US$1,00, por exemplo, a paridade cambial será atingida quando
R$3,00 no Brasil comparem a mesma quantidade de bens que US$1,00
nos EUA.
 Se for possível comprar mais bens no Brasil com R$3,00 do que com
US$1,00 nos EUA. O US$ estará mais valorizado que o R$. Torna-se
então interessante converter os dólares em reais e realizar compras no
Brasil. Isso aumentará a demanda pelo R$ e elevará o seu preço em
relação ao dólar, buscando-se atingir novamente a paridade cambial e
assim vice-versa.

Balanço de pagamentos
 Restringe os valores de todas as transações internacionais efetuados
por um país, destacando os pagamentos pelas varias operações
realizadas entre residentes e não residentes em determinado período.
 Estão registradas todas as exportações e importações no período, os
fretes, seguros e empréstimos obtidos no exterior, ou seja, todas as
transações com mercadorias, serviços e capitais físicos e financeiros
entre o país e o resto do mundo.
 A estrutura do balanço de pagamentos segue o sistema contábil de
partidas dobradas, no qual são registrados os débitos e seus respectivos
créditos.
 A estrutura do balanço de pagamentos é a seguinte:
a) Balança comercial
1. Exportações (FOB)
2. Importações (FOB)
b) Balança de serviços e rendas
1. Viagens internacionais
2. Transportes e fretes
3. Seguros
4. Rendas de capital: lucros, dividendos e juros
5. Serviços governamentais
6. Serviços diversos
c) Transferências unilaterais
d) Saldo em conta-corrente ou balanço em transações correntes
(a+b+c)
e) Conta capital e financeira
1. Investimentos diretos
2. Reinvestimentos
3. Empréstimos e financiamentos
4. Amortizações
5. Outros
f) Erros e omissões
g) Saldo do balanço de pagamentos (d+e+f)
 A conta balança comercial registra o saldo apurado das exportações
menos as importações. Essas transações são fixadas por seu valor FOB
(free on board), ou seja, pelo valor de embarque das mercadorias, não
incluso fretes e seguros. Uma redução na taxa cambial inibiu
exportações da economia e estimula importações, provocando reflexos
negativos sobre a balança de pagamentos. Uma elevação do valor do
câmbio apresenta um incentivo às exportações e desincentivo às
importações, gerando um resultado positivo (superávit) na balança de
pagamentos.
 A conta balança de serviços e renda refere-se aos vários pagamentos e
recebimentos realizados entre residentes no país com o resto do mundo
e relativos a seguros, fretes, royalties e assistência técnica, viagens
internacionais, lucros e dividendos, lucros reinvestidos, gastos
governamentais com embaixadas e organismos internacionais, etc.
 A conta transferência unilaterais refere-se às doações de mercadorias e
assistência, remessas de imigrantes, etc.
 O saldo de conta-corrente conhecido como saldo em balanço de
transações correntes é o resultado da soma da balança comercial com a
balança de serviços e rendas e as transferências unilaterais.
 Se os saldos das transações correntes forem negativos significa que
o país está financiando seus investimentos internos por meio de
recursos externos e que a poupança interna se revela insuficiente;
 Se for o contrario, ou seja, o saldo seja positivo, essa indicaria que o
país está enviando ao exterior excedente de poupança interna e,
portanto, financiando o crescimento mundial.
 Na conta capital e financeira, encontramos os recursos que integram os
investimentos diretos do exterior e no país, investimentos em carteiras
(ações e renda fixa), derivativos, empréstimos e financiamentos
contratados por diversos setores da economia, inclusive empréstimos ao
FMI, amortizações, repatriações de investimentos, etc.
 Em erros e omissões, incluem-se a diferença entre o saldo do balanço
de pagamentos e o financiamentos do resultado, que surge quando se
tenta contabilizar transações físicas e financeiras e as várias fontes de
informação. A regra internacional é admitir, para erro e omissões, um
valor de no máximo 5% da soma das exportações com as importações.
 O saldo de balanço de pagamentos é o resultado do final liquido das
várias transações realizadas entre residentes e não residentes no país.
Caso positivo, tem-se um superávit, indicando que entraram mais divisas
no país do que saíram. Se negativo (déficit), indica volume maior de
saídas em relação à entradas de divisas.

Determinantes dos saldos em transações correntes e movimento de capitais

 Quando o balanço das transações correntes apresenta um déficit


significa que o país absorveu poupança externa, no valor equivalente a
principio, a esse déficit.
 O ingresso liquido de recursos permite ao país investir intensamente,
em termos reais, mais do que lhe seria possível se não fosse esse
déficit. Por outro lado em um superávit demostra que o país investiu
quantidades equivalentes de recursos no exterior. Portando, o déficit
em conta-corrente é a maneira que os países em desenvolvimento têm
de captar poupança externa para manter seu nível interno de
crescimento.
 Na maioria das vezes, o Brasil, costuma apresentar uma balança
comercial superavitária, maus um balanço de serviço e rendas
deficitário, principalmente devido ao pagamento de juros de dívida
externa e remessas, lucros, pagamentos de fretes, seguros e royalties.
Com isso gerando um saldo das transações correntes frequentemente
deficitários. Portanto, o déficit em conta-corrente tem sido financiado
com o ingresso liquido de capitais externos, na forma tanto de
investimento diretos como de capitais especulativos.
 Deve ser ressaltada a amortização na conta capital e financeira. Caso
um país tenha grande endividamento externo, além de um saldo
negativo em conta-corrente, encontrará maiores dificuldades em cobrir
os desembolsos de suas dividas.
 A estimativa de quando um país deverá captar recursos no exterior por
mio de empréstimos/financiamentos e investimentos diretos, visando ao
equilíbrio de seu balanço de pagamentos, é medida pelo saldo
(superávit/déficit) em conta-corrente mais as amortizações previstas.
Caso não consiga levantar esses recursos monetários internacionais,
colocando em risco sua capacidade de pagamento.
 Quando as reservas monetárias de um país não forem os suficientes
para cobrir o déficit em conta-corrente, o desequilíbrio no balanço de
pagamentos deve ser resolvido rapidamente de maneira a não gerar
uma grave crise cambial.
 Algumas medidas que podem ser acionadas para evitar o desequilíbrio
no balanço de pagamentos e em crise cambial:
 Renegociação de divida externa com os credores;
 Negociação de novos empréstimos emergenciais.
 Medidas de controle de saída de divisas fortes do país,
principalmente nos itens de conta serviços.
 Desvalorização cambial visando estimular as exportações e
provocar um superávit na balança comercial.

Capitulo 6 – Regimes Cambiais

 É o modelo de taxa de câmbio que o país adota.


 Em julho de 1994, no plano Real, inicialmente foi usado a âncora
cambial onde o dólar americano só poderia ficar menor ou igual ao real,
ou seja, 1 para 1.
 Após esse primeiro período, no primeiro trimestre de 1995, o BCB
adotou o regime de bandas cambiais, no qual o valor do dólar flutuaria
em um valor mínimo e máximo.
 E finalmente em janeiro de 1999, adotou-se o regime de câmbio
flutuante administrativo (flutuação suja, “Dirty floating”), com
intervenções da autoridade monetária, no sentido de reduzir a
volatilidade e garantir o valor justo à moeda nacional.

Câmbio Fixo

 É fixo quando tem seu valor atrelado a um referencial fixo, como o


ouro, dólar ou até mesmo um cesta de moedas de diversas economias.
 O valor da moeda nacional será então expresso em uma quantidade
fixa de seu referencial.
 O BCB determina antecipadamente a taxa de câmbio com o qual o
mercado deve operar.
 Vantagem principal: É a não ocorrência de instabilidade cambial,
melhorando, assim, a previsibilidade das operações econômicas entre
residentes e não residentes.
 Desvantagem principal: É a perda da politica monetária como
instrumento de politica econômica, pois a quantidade de moeda
nacional no mercado está condicionada à manutenção da taxa de
câmbio fixo.
 Ao fixa sua taxa de cotação, obriga-se o país a disponibilizar suas
reservas em moeda forte ao mercado, quando requisitadas por
exportadores, turistas ou em virtude de saídas de capital financeiro.
 Ao disponibilizar a totalidade de suas reservas cambiais para manter a
cotação fixa, elas, por sua vez, se tornam mais vulneráveis à demanda
por moeda estrangeira, podendo sofrer ataques especulativos e
pagamento elevadas de dívidas externas públicas e privadas.
 Quando ocorrem os ataques especulativos, se o país mantiver o
regime de câmbio fixo, será obrigado a elevar as taxas de juros para
atrair capital financeiro internacional, evitando a saída de reservas. Ou
seja, a politica monetária do pais fica dependente da questão cambial,
em vez de ser direcionada a outros objetivos de politica econômica
como uma redução nas taxas de juros que estimule a produção e
reduza o desemprego.

Taxas flutuantes de câmbio

 É determinada pelo mercado por meio da oferta e demanda da moeda


estrangeira.
 Nesse regime, a oferta de moeda estrangeira não é suprida pela
autoridade monetária, mas sim por exportadores, ao trazer para o país
os recursos obtidos com vendas de seus produtos no exterior;
investidores estrangeiros, que trazem seus recursos do exterior e
aplicam-nos internamente; turistas estrangeiros em visita ao país e por
todos demais agentes que, por algum motivo, trazem divisas
estrangeiras de fora.
 A principal vantagem é a utilização do critério de mercado na
determinação do preço da moeda estrangeira.
 Não existe a necessidade de intervenção do BCB pra manter a cotação
fixa.
 Conferem maior agilidade à correção de desequilíbrios econômicos,
promovendo alterações nas taxas de câmbio de acordo com as
variações de oferta e demanda no mercado.
 A principal desvantagem é que as taxas de câmbio podem torna-se
muito voláteis devido às alterações nos mercados financeiros, nacional e
internacional.
 Caso ocorra uma supervalorização da moeda estrangeira em relação à
moeda nacional, os produtos importados se tornam mais caros, o que
poderá impactar nos índices internos de inflação.

Flutuação suja (Dirty floating)

 Mesmo em um sistema de taxas flutuantes de câmbio, o BCB pode


interferir indiretamente na determinação das taxas de câmbio por meio
da compra e venda de divisas no mercado, mantendo-as dentro dos
níveis que julgar adequadas, de acordo com os objetivos da politica
econômica monetária estabelecida pela instituição.
 Exemplo, se a taxa de câmbio estiver alta e o BCB julgar necessário
diminuir esse valor, ele injeta (vende) dólares no mercado, derrubando
sua cotação perante o real. Por outro lado se o BCB ver a taxa de
câmbio em baixa e tem o objetivo de estimular as exportações
nacionais, o BC compra dólares do mercado, elevando a sua cotação e
relação ao real.
 É o regime cambial adotado pela maioria dos países.
 As intervenções do BCB não são comunicados, atuando apenas no
momento que julgar conveniente.
 As intervenções do BCB também podem ocorrer por meio de swaps
cambiais, que são instrumentos derivativos que permitem troca de
rentabilidades.
 As operações de swap cambial, realizadas pelo BCB, consistem na
compra (swap cambial tradicional) e venda (swap cambial reverso) de
um contrato padronizado de derivativo negociado na B3, denominado
Contrato de Swap Cambial com Ajuste Periódico Baseado em
Operações Compromissadas de Um Dia (SCS).
 Os leilões de swap cambial são operações que consistem na troca da
variação cambial do período em vigência do swap somado ao cupom
cambial (Taxa de juros em dólar, no Brasil), acordado no inicio da
operação pela taxa de juros domestica.
 Nesse tipo de operação, não a troca de principal da divida, apenas
liquidação em reais do resultado dos swaps.
 Esse tipo de intervenção é muito utilizado pelo BCB com objetivo de
fornece hedge cambial, ou seja, proteção contra oscilações das taxas
de câmbio.
 Os leilões de swaps têm como diferencial não impactarem nas
reservas cambiais já que não há troca financeira de moedas, apenas
a liquidação, em reais, do resultado da operação.
 Os usos de swaps cambiais tradicionais ou reverso equivalem
respectivamente a uma venda ou compra de dólar no mercado
futuro.
 O mercado futuro de taxas de câmbio de reais por dólar comercial
consiste em um contrato cujo objetivo de negociação é a taxa de
cambio de reais por dólares americanos.
 Os contratos são negociados em series com vencimento no primeiro
dia útil de todos os meses do ano e a liquidação é financeira, ou seja,
não a entrega física de moeda, apenas acerto financeiro de posições
entre compradores e vendedores.
 A taxa de referência é a PTAX800, divulgada diariamente pelo BCB.

Regime de bandas

 É um sistema intermediário entre regime de câmbio fixo e o de câmbio


flutuante.
 O BCB estabelece dois parâmetros, um mínimo (piso) e um máximo
(teto) dentro os quais a cotação da moeda estrangeira irá flutuar
livremente.
 Nos extremos das bandas, a autoridade monetária poderá intervir de
modo a manter a taxa de câmbio dentro desse intervalo preestabelecido.

Capitulo 7 – Taxa de Câmbio

Determinação da taxa de câmbio em um sistema de câmbio flexível

 Desde 1999 vigora no país o regime de cambio flutuante administrativo


(dirty floating).
 A taxa de cambio é determinada pelo mercado com base na oferta e
demanda de moeda estrangeira.
 O BCB pode interferir indiretamente na taxa por meio de compra e
venda de divisas no mercado, para manter a moeda dentro dos
níveis mais adequados para seus objetivos da politica monetária.
 A atuação do BCB no mercado cambial faz-se por intermédio dos
dealers de câmbio, que são bancos e instituições financeiras
credenciadas para operar em nome do BCB no mercado cambial.
 O critério para escolha dos dealers é o volume de negócios e de
qualidade na prestação de informação para o BCB.
 A intervenção do BCB via dealers, é feita no mercado da seguinte forma:
 Se a taxa de câmbio cai, ficando abaixo do desejável pelo governo, o
BCB entra no mercado e compra o excesso de divisas, o que implica
em uma elevação gradual da taxa de câmbio até que retorne para o
valor desejado.
 Se a taxa de câmbio sobe, ficando acima do desejável, o BCB vende
ao mercado parte de seu estoque de divisas das reservas
internacionais, aumentando a oferta até a taxa cair para o nível
desejado.
 Além de intervenção por meio dos dealers, o BCB pode atuar ofertando
contratos de swap cambial para quem busca hedge (proteção) contra
oscilações nas taxas de câmbio.
 Swap (permuta) é uma operação em que as partes trocam posições
entre si.
 No swap cambial, um investidor assume o compromisso de pagar a
outro o resultado da variação cambial verificada em certo período,
recebendo em troca pagamento baseado em taxas de juros (Selic mais
um adicional).
 No swap cambial não há a necessidade de troca física de moedas. No
encerramento da operação, serão apurados os resultados líquidos das
partes e será realizado o acerto financeiro.

Desvalorização cambial

 Poder de compra de uma moeda se reduz em relação à moeda


estrangeira.
 Desvalorização da taxa de cambio favorece aos exportadores
nacionais. Mas a essa valorização do dólar pode levar ao aumento da
inflação interno, pois grande parte do consumo interno vem de produtos
com preço internacional.
 A correlação entre taxas de câmbio e as taxas de inflação mostram-se
fortes desde adoção do regime de taxas de juros flutuantes
administrados.
 Para se manter a paridade cambial do poder de compra entre moedas,
a desvalorização do real em relação ao dólar é calculada considerando-
se a taxa de câmbio nominal média do período, corrigido pela diferença
entre as taxas de inflação interna e externa.
E* = E x (1 + INFi) / (1 + INFe)
E* = Nova taxa nominal que mantém a paridade cambial.
E = Taxa de câmbio antes do ajuste
INFi = Índice de inflação interno
INFe = Índice de inflação externo
 Exemplo: Taxa nominal de cambio está R$3,30/US$1,00. Em
determinado período a inflação no Brasil foi de 6% ao ano e nos
EUA foi de 2% ao ano. Portanto, a nova taxa de câmbio que irá
manter a paridade cambial do poder de compra entre ambas
moedas será:
E* = 3,30 x (1 + 0,06)/(1 + 0,02) = 3,3294
Taxa de câmbio PTAX, spot e forward

 PTAX é um indicador oficial do BCB para divulgar a cotação das moedas


estrangeiras negocias no Brasil.
 Divulgadas diariamente ao mercado;
 É calculada pela média aritmética das operações realizadas no
mercado interbancário de câmbio, no decorrer do dia;
 Seus dados são obtidos mediante quatro consultas diárias às
instituições dealers de câmbio;
 As taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada
consulta correspondem, respectivamente, à medida das cotações de
compra e venda efetivamente fornecidas pelos dealers, excluídas,
em casa caso, as duas maiores e as duas menores;

Evolução intradiária da taxa de câmbio e formação da taxa PTAX – boletim do dia 22


de maio de 2018
HORA TIPO TAXA COMPRA TAXA VENDA
10:00 Abertura 3,6552 3,6559
11:00 Intermediário 3,6560 3,6566
12:00 Intermediário 3,6465 3,6471
13:00 Intermediário 3,6406 3,6412
13:06 Fechamento 3,6496 3,6502
PTAX

 Spot é utilizado quando os pagamentos da moeda estrangeira e a


respectiva entrega da moeda nacional são realizados à vista.
 Forward é utilizado quando a entrega e o pagamento pela moeda
estrangeira ocorrem em data futura, geralmente não inferior a um mês. A
taxa de câmbio é estabelecida livremente pelas partes criando proteção
contra o risco cambial em operações realizadas em moedas
estrangeiras para liquidação futura.

Cupom cambial

 Expressa a taxa de juros calculada pela diferença entre a taxa Selic (ou
DI), em determinado período, e a variação de taxa de câmbio verificado
no mesmo período.
 O cupom cambial mede de outra maneira, a variação entre a taxa
interna de juros da economia e a variação da taxa de câmbio, e é dado
pela formula:
Cupom cambial = taxa Selic (ou DI) / variação cambial – 1
 Utilizado no mercado como uma importante referência (benchmarks) das
decisões de investimento em moeda estrangeira.
 Exemplo: Se a taxa Selic for 7% ao ano e a variação cambial do mesmo
período for 5,3%, o rendimento do cupom cambial atingido é:
Cupom cambial = 1,07 / 1,053 -1 = 1,6144%
 Ou seja, o rendimento real de um título em moeda estrangeira é de
1,6144% ao ano.
 É interessante comparar o rendimento de um cupom cambial com o de
uma taxa real de um título negociado internamente na economia.
 Exemplo: Seu fundo DI estiver pagando 7,6% ao ano e a inflação no
período for 4,5%, a taxa real de juros será:
Taxa de juros real = 1,076 / 1,045 – 1 = 2,966%.
 Isso significa que o retorno real de um título interno esta mais
interessante do que o cupom cambial.

Taxas internacionais de juros

 As principais taxas internacionais de juros são a Libor (London Interbank


Offered Rate) e a prime rate.
 A Libor é a taxa de juros interbancária do mercado de Londres,
comumente utilizada nas operações internacionais de empréstimos
realizados entre instituições financeiras.
 A Libor é a taxa de juros preferencial do mercado internacional, sendo
uma referencia para fixação dos juros que os bancos cobram de seus
empréstimos, geralmente com prazo médio de dois anos.
 Os repasses de recursos externos praticados no Brasil adotam o Libor
como o principal encargo financeiro do financiamento, sendo geralmente
acrescida de um adicional de risco (spread).
 O libor é cotado para vencimentos de um dia a um ano para as dez
principais moedas e flutuam no mercado de acordo com a conjuntura
internacional.
 Como é uma taxa paga pelos bancos com a maior qualidade de crédito,
a maioria das empresas toma empréstimos por uma taxa que excede à
Libor.
 Enquanto o Libor equivale à taxa mínimo com a qual os bancos aplicam
seus recursos, a Libid (London Interbank Bid Rate) representa a taxa
mínima que pagam para levantar recursos no mercado.
 Calculada a partir do Libor, o Libid é a taxa de juros do mercado
internacional, com a qual os bancos internacionais aceitam depósitos a
prazo.
 A diferença entre a Libor e a Libid é o spread mínimo cobrado pelos
bancos em suas operações de crédito. Sobre esse diferencial, ainda
adicionada uma taxa, denominada over Libor, com intuito de remunerar
certas características de prazo e forma de amortização da operação e os
riscos evidenciados pelos tomadores.
 Prime rate é a taxa de juros cobrada pelos bancos norte-americanos de
seus clientes classificados preferenciais (clientes de mais baixo risco e
de mais capacidade de crédito).
 É a taxa de referência de operações de empréstimos envolvendo banco
e empresas.
 Para operações com clientes de menor qualidade, as instituições
costumam também incluir na prime rate um adicional de risco (spread).
 O mercado avalia o risco cobrado de uma operação de empréstimo pela
diferença entre o prime rate considerado e a taxa de juros de títulos
emitidos pelo governo dos EUA, admitindo como o mais próximo de
risco zero.
 Outra taxa de juros muito utilizado é o Euribor (European Interbank
Offered Rate), uma das principais referências entre os bancos da zona
do euro.
 É a taxa de juros praticados entre os principais bancos dos países que
adotam a moeda única europeia e baseia-se na média das taxas de
juros de empréstimos interbancários em euros, calculados para períodos
de uma semana a doze meses.
 A diferença entre as taxas de juros pagos pelos títulos brasileiros e as
taxas de juros internacionais servem como parâmetro para o cálculo do
risco-país. O índice EMBI+ (Emerging Market Bond Index Plus)
divulgado diariamente pelo banco J.P. Morgan, é calculado a partir do
spread entre os títulos brasileiros e os títulos emitidos pelo tesouro
norte-americano, considerado como livre de risco.
 Quanto maior for spread entre os títulos brasileiros e os norte-
americanos, maior será o risco país atribuído ao Brasil naquele
momento.

Capitulo 8 – Captação no exterior

Euronotes e Eurobonds

 São títulos de divida internacionais que não são denominadas na moeda


local do país em que são emitidos. Portanto, não há conexão entre o
local físico do mercado onde são negociados e o local da entidade
emissora.
 Sua negociação não está sujeita às regulamentações de nenhum país
em particular.
 A diferença entre ambos é o prazo de vencimento do título. Os bonds
(bônus) são emissões de longo prazo (10 anos ou mais), enquanto os
notes (notas) são emissões de médio prazo (de 5 e 10 anos).
 As principais moedas de emissão são o dólar norte-americano, o euro e
o iene japonês.
 As emissões são transacionadas principalmente nos mercados dos
Estados Unidos, Europa e Japão.
 Eurobonds e Euronotes, que podem ser emitidos fora da jurisdição de
qualquer mercado doméstico e em qualquer divisa, não devem ser
confundidos com uma obrigação transacionável em um país europeu e
denominados em euros.
 Os emissores são governos e grandes empresas que buscam novas
fontes de financiamento, com prazos maiores e taxas de juros mais
apropriadas a seus objetivos.
 Uma emissão é subscrita por um grupo de bancos internacionais e
oferecida simultaneamente a investidores de diversos países.
 As empresas captam recursos do exterior para reestruturar suas dividas
ou para realizar investimentos.
 As instituições financeiras captam para obter ganhos de arbitragem, que
é o spread entre o custo de captação e a taxa de juros cobradas dos
tomadores, e também aplicações financeiras em títulos públicos.
 Para empresas brasileiras captar recursos no exterior pela emissão de
Eurobonds e Euronotes mostra-se muito interessantes, pois possibilita o
acesso a novas formas de financiamento, a mercados maiores, a taxa
de juros menores do que os praticados no mercado interno brasileiro e
também a prazos de vencimento maiores.
 As emissões de Eurobonds e Euronotes normalmente pagam a taxa
básica de juros (Libor ou prime rate) mais um percentual (spread), o que
indica o prêmio de risco da empresa emissora.

Risco-país

 Pode ser definido como a probabilidade de uma economia não atender


corretamente seus compromissos financeiros perante seus credores
externos.
 Assim, o risco-Brasil representa o risco de crédito que os investidores
estrangeiros estão submetidos quando investem no país.
 Os índices mais conhecidos para medir o risco das economias são
EMBI+ (Emerging Market Bonus Index Plus) e o CDS (Credit Default
Swap).
 O EMBI+, criado pelo banco norte-americano J.P.Morgan é um índice
ponderado composto pelos títulos de dívida externa denominados em
dólar e emitidos pelos chamados países emergentes.
 Seu calculo reflete o momento dos preços e os retornos dos títulos que o
compõem e é dado pela média ponderada dos retornos diários pagos
por esses títulos aplicados ao índice do dia anterior.
 Para maioria das carteiras, a data-base (numero base igual a 100) é 31
de dezembro de 1993, data que o EMBI+ começou a ser calculado.
 O EMBI+ é calculado com base em uma composição de três títulos de
dívida emitidos por países emergentes: bradies, eurobônus e
empréstimos de entidades soberanas.
 O peso de cada título na carteira é dado pelo peso de sua emissão
como porcentagem do total dos títulos no índice, e o peso por país e
calculado pela soma dos pesos dos títulos para cada país.
 Dentre todos os números divulgados pelo EMBI+, o mais utilizado é o
spread over treasury, que é a diferença entre o rendimento de cada título
até o vencimento (conhecido como yield to maturity) e o rendimento de
ponto correspondente na curva de juros dos papeis do tesouro norte-
americano divulgado na forma de pontos-base.
 Cada 100 pontos-base correspondem a 1% de juros acima da taxa de
juros paga pelos títulos norte-americanos.
 Cada título individual que compõe o EMBI+ deve atender a três critérios
para ser incluídos na composição da carteira do índice:
 País emissor dever ter rating máxima BBB+/Baa1;
 Prazo até o vencimento de no mínimo 2,5 anos;
 Liquidez do título, segundo critérios previamente determinados;
 A exclusão do EMBI+ se dá nos seguintes casos:
 Quando o título não atende mais os critérios prévios de liquidez;
 Quando o país emissor recebe rating acima de BBB+/Baa1;
 Além do EMBI+ total, são divulgados subíndices para cada país, região
e tipo de dívida.
 O EMBI+ calculado para o Brasil, conhecido com risco-Brasil, recebe a
sigla EMBI+Br, em março de 2016, era composta por 15 títulos emitidos
pelo país no exterior.
 No histórico do Brasil, percebe-se uma correlação entre o risco-Brasil e
as taxas de câmbio, onde em períodos em que o risco-Brasil sobre, a
taxa de câmbio tende a se valorizar.
 O índice de risco-brasil EMBI+Br pode ser interpretado em relação ao
investimento direto no país, constante no balanço de pagamentos.
Economia com menor percepção de riscos costuma atrair mais recursos
vindos do exterior direcionados a investimentos produtivos.
 Incorporando novas variáveis à analise macroeconômica brasileira, um
estudo entre os indicadores EMBI+Br, PIB e taxa de câmbio e a
contratação na atividade econômica, representada por uma queda no
PIB.
 CDS (Credit Default Swap) é um contrato bilateral que permite ao
investidor comprar proteção para credito especifico contra um evento de
crédito de emissor de determinado ativo.
 Um evento de crédito (default) inclui ocorrências como inadimplência,
falha em pagamentos, reestruturação de dívidas ou falência do emissor
do ativo.
 O CDS é um derivativo de crédito que tem por objetivo proteger a
concedente de crédito de inadimplência do devedor.
 Para adquirir essa proteção o comprador faz pagamentos periódicos ao
vendedor, normalmente trimestrais ou semestrais, especificados como
porcentagem principal.
 Essa porcentagem é conhecida com spread, prêmio ou taxa fixo, e
representa, para o investidor em ativo de risco, o custo para a proteção
contra um evento de crédito relacionado com o emissor do ativo.
 Quanto maior for a percepção de risco de inadimplência, mais elevado é
o prêmio de proteção da carteira.
 CDS é negociado em mercado secundário (bolsa de valores) e mercado
de balcão.
 O spread ou prêmio do CDS funciona como medida de risco de crédito
da entidade de referência.
 Que mais utiliza o CDS são os bancos – tanto vendendo proteção como
comprando – e as companhias de seguro, corretoras, hedge funds,
fundos de pensão, empresas, fundos mútuos e agencias
governamentais.

Risco cambial

 Pode ser definido como o resultado do valor de um determinado


investimento diante da oscilação desfavorável da taxa de câmbio.
 Considerando esse risco, os agentes econômicos que utilizam a taxa de
câmbio como variável no planejamento de suas empresas devem adotar
politicas de hedge para se proteger das oscilações desfavoráveis.
 Além das operações de swap cambial tradicional e reverso os agentes
econômicos contam com contratos derivativos negociados em mercado
de bolsa de valores ou balcão para compor suas respectivas estratégias
de hedge contra o risco cambial.
 Os contratos futuros de taxa de câmbio real por dólar comercial são um
instrumento derivativo que possibilita a proteção ao investidor contra
oscilações.
 Além dos contratos futuros, os investidores podem recorrer ao mercado
de opções de compra e venda na moeda norte-americana.
 As opções são contratos bilaterais que dão ao titular o direito de comprar
(call) ou vender (put) determinado ativo por um preço de exercício
acordado até a data de vencimento.
 Para adquirir esse direito, o titular compra a respectiva opção no
mercado, pagando ao vendedor um prêmio. Na data de vencimento o
titular irar exercer seu direito de compra ou venda do ativo subjacente
apenas se as condições forem favoráveis, caso contrario, a opção
encerrará sem exercício.
 Ao contrario dos contratos futuros, nos contratos de opções não há o
ajuste diário de posições. A única despesa do titular da opção, seja ela
de compra ou venda, é o montante de aquisição do derivativo.

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