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Perspectivando o Ensino Do Instrumento Musical No Séc PDF
Perspectivando o Ensino Do Instrumento Musical No Séc PDF
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Eduardo Lopes
Universidade de Évora
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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS MODELOS DE IMPROVISAÇÃO RÍTMICA MUSICAL EM MUSICOTERAPIA E ANSIEDADE View project
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Coordenador
EDUARDO LOPES
Índice
BIOGRAFIAS [iii]
INTRODUÇÃO [1]
ii
Biografias
iii
classe de Noel Flores, Mestre em Ciências Musicais pela Fac. de
Letras da Universidade de Coimbra e Doutor em Música
Contemporânea pela Universidade de Sheffield (Reino Unido). A
sua actividade como pianista é dedicada essencialmente à música
contemporânea; é, ainda, investigador (CESEM), compositor e
professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico
do Porto.
iv
Escola Profissional de Música de Almada (2000). Fundador da
Escola de Jazz de Torres Vedras (2002). Criador do projecto
pedagógico “O Jazz Vai à Escola” (2005) e “Viagem ao Mundo
do Jazz” (Fund. Calouste Gulbenkian, 2007). Como intérprete
destacam-se as colaborações com, Mário Laginha, Carlos
Barretto, Maria João, Jacinta, Freddie Hubbard, Eddie Henderson,
Benny Golson e Curtis Fuller. É docente no Departamento de
Música da Universidade de Évora.
v
Mantém uma actividade regular como concertista, tendo mais de
uma dezena de discos gravados. É Professor de Piano e Música de
Câmara no Departamento de Música do ILCH (Instituto de Letras
e Ciências Humanas) e membro investigador do CEHUM (Centro
de Estudos Humanísticos), Universidade do Minho.
vi
uma larga experiência pedagógica nos diversos graus de ensino, a
par da intensa actividade artística.
vii
Introdução
1
Davidson, J. and Jordan, N. (2007). “Private Teaching, Private Learning: An
exploration of music instrument learning in the private studio, junior and senior
conservatoires” in Bresler, L. (ed.) The International Handbook of Research in
Arts Education. Dortrecht: Springer. 729-744
1
O binómio mestre/aprendiz tem sido também reforçado ao longo
dos tempos pelo carácter individual das aulas de instrumento. No
entanto, a partir da segunda metade do séc XX, a postura
inerentemente exclusiva da aprendizagem de instrumento –
derivada em grande parte do contexto de aula individual e do
conceito mestre/aprendiz – tem sofrido algumas alterações. Do
ponto de vista sociológico, a contínua democratização das
sociedades mundiais tem sido um factor preponderante para a
“inclusividade” na educação contemporânea. Desta maneira,
passou a ser mais aceitável que um aluno de instrumento tenha
aulas de uma forma mais ou menos regular ou através de master
classes com mais do que um professor. Terá começado assim o
desvanecimento do peso institucional da relação mestre/aprendiz,
que eventualmente terá desaparecido com a globalização das
sociedades e fácil disseminação da informação, fruto das novas
tecnologias do final do séc. XX.
2
o ensino do instrumento. Aquilo que foi um ensino de uma
sociedade que se concebia pouco mutável, centralizado na
experiência pessoal de um especialista e certificado pelo conceito
de “o que resultou para o professor resultará para o aluno” não
tem eco nos dias de hoje. Por outro lado, num contexto artístico
contemporâneo em que progressivamente se pede mais da
individualidade do instrumentista, questiona-se até que ponto um
ensino exclusivo e unidireccional do instrumento fomenta a
criatividade do aluno – sendo esta fundamental em toda a arte,
bem como para o futuro instrumentista.
3
capítulo, “Piano: para uma pedagogia mais... pedagógica?
Contemporânea? Não castrante?”, Francisco Monteiro
contextualiza historicamente o piano como representante máximo
da cultura do virtuosismo musical que nos chegou até aos dias de
hoje. Questionando a rigidez de um ensino tradicional do piano
que tem como objectivo final o “virtuoso”, aponta diversos
aspectos didácticos de uma pedagogia do piano mais diversa e
contemporânea, que visa promover a capacidade de escolha, de
intervenção e de uma auto-expressão de largo espectro. No
terceiro capítulo, “O pedal no ensino do piano”, Luís Pipa alude
ao interesse e necessidade de um estudo mais aprofundado das
técnicas específicas da utilização dos pedais do piano. Tendo em
conta a importância de uma reflexão artístico-pedagógica sobre o
uso dos pedais, o autor propõe também que a abordagem a este
tópico possa ser feita em espaço lectivo próprio. No quarto
capítulo, “Propuesta investigadora para la enseñanza elemental de
fagot como perspectiva educativa para el siglo XXI”, José Ramón
Pérez Mestre apresenta uma metodologia para o ensino do fagote
para os níveis elementares. Tendo já esta metodologia sido
implementada no Conservatório Superior de Badajoz, o autor
acredita que, com os devidos ajustes programáticos e de ordem
normativa, o âmbito da sua aplicação poderá ser mais largo. No
quinto capítulo, “Contributos da psicologia da música para a
formação de professores do ensino vocacional da música”, Nuno
Arrais e Helena Rodrigues apresentam a psicologia da música
como matéria basilar na formação do professor de instrumento.
Para os autores, o professor quando equipado com conhecimento
4
na área da psicologia da música, torna-se mais eficiente na
adequação de estratégias de ensino ao estádio de desenvolvimento
musical de cada aluno. No sexto capítulo, “Colaboraciones I:
Algunas cuestiones prácticas sobre la disciplina de Clase de
Conjunto”, Roberto Alejandro Pérez reflecte sobre o ensino de
classe de conjunto de nível médio (conservatórios e academias)
em Portugal. Enfoca questões de criação de novos repertórios de
acordo com as estéticas musicais actuais, considerando também a
realidade da sociedade em que os alunos estão inseridos. No
sétimo capítulo, “O contexto social no ensino do Jazz: A ‘jam
session’”, José Menezes defende que para uma coerência no
percurso pedagógico da área do jazz a nível superior, o ensino
deverá incluir aspectos sociológicos e culturais da vivência
jazzística. A título de exemplo, o autor aponta a “instituição” da
jam session. No oitavo e último capítulo, “Práticas jazzísticas no
ensino do clarinete”, Paulo Gaspar e Eduardo Lopes reflectem
sobre questões do ensino tradicional de instrumento e o ensino de
instrumento jazz. Tendo como caso-estudo o clarinete, é
apresentado um conjunto de práticas de ensino específicas do jazz
e a forma como estas poderão enriquecer o ensino tradicional do
instrumento.
Eduardo Lopes
5
6
1 Contribución para una formación reflexiva y
dialógica del profesorado
Prólogo
7
y política y que se presentan ideológicamente como evidentes y
naturales (Freire, 1974a; 1974b; 1977; 2003).
8
2009: 51-56) y se llega al amor de la servidumbre (La Boétie,
referido por Gil, 2009: 56).
Todavía, las cosas no tienen por que ser de este modo. Otro
mundo es siempre posible y a la libertad es permitido soñar y
desear otro orden de cosas y de vida humana y natural (Gil, 2009:
52). La política y la educación no tienen porqué estar vinculadas
apenas a la dominación del Hombre y de la Naturaleza. Digamos,
en particular, de algunos hombres por otros hombres. La
transformación social es posible así como deseable y su
concretización –dejando de lado las posibilidades revolucionarias
y las mitologías totalitarias del “Hombre Nuevo”– se puede hacer
en el día a día, en las prácticas sociales y educativas que
conducimos cada uno de nosotros en nuestros centros, articulando
nuestra praxis individual y colectiva.
9
Sociedad y de Mundo que ésta busca. Tal es la tarea de la
Filosofía de la Formación y de la Educación y de la Antropología
Filosófica y Pedagógica, a las que pedimos los valores indicados
en el inicio de este prólogo. El trabajo de formación aquí
presentado, presupone la libertad y la autonomía del Profesor, con
la correspondiente responsabilidad y confianza. La concepción de
base presupuesta es la del Profesor –y correlativamente, la del
Alumno, lo que presuponemos siempre en el horizonte de nuestro
texto– como Persona, es decir, ser en relación o intersubjetividad
originaria e ineludible. Como tal, es un factor fundamental en la
relación pedagógica y rechazamos las perspectivas positivistas y
objetivistas que pretenden encuadrar en modelos tecnocráticos la
praxis formativa y educativa.
10
Filosofía de la formación desde un punto de vista
intersubjetivo y biográfico
11
se basa, así, en un modelo teórico dialógico y hermenéutico. En
su transcurso asumen particular relieve la recogida y formulación
de biografías educativas2 de Profesores teniendo en cuenta los
conceptos originados en esa Filosofía de la Educación.
12
abarcar reflexivamente la totalidad de la realidad, idea designada
por Aristóteles por medio del término nõus. Este término fue
interpretado en la tradición filosófica posterior en el sentido de
capax universi (Pereira, 1967: 8-9), y por Maurice Nédoncelle
como perspectiva universal (Nédoncelle, 1963: 38-42; 1942: 96-
98, passim; 1957: 259; 1953: 196). La utilización sistemática de
la reflexividad ejercida sobre la narración y la biografía es un
medio formativo e investigativo central en los trabajos que ambos
conducimos y de los que se da aquí cuenta de uno.
13
científico sobre la misma a la Praxis, entendida como instancia de
producción y transformación de la realidad humana y social por
medio de valores constituyentes e integrantes de un deber-ser de
orden futuro que la Persona y la Sociedad postulan y prosiguen.
Así, el registro lingüístico conveniente a la Educación no se
puede limitar a la producción de enunciados indicativos y
constatativos, afines a un entendimiento positivista del discurso
científico sobre ella. Antes, debe/ puede recurrir a enunciados
performativos y a actos de habla (Austin, 1970; Searle, 1980), en
los que dé cuenta del hacer y del actuar no-poiético. Si es cierto
que la Educación se concreta en fenómenos de orden factual,
espacio-temporales, el núcleo que le da alma es del orden de la
Libertad y del Deber-Ser. En nombre de ese núcleo esencial, se
postula la transformación y superación de la situación presente de
modo a que prosiga con la humanización del Ser Humano patente
en su esencial ser-en-formación. Entre el discurso del Ser y el
discurso de la Acción tiene su lugar la Educación. De esa
situación deriva la necesidad de cuadrarla en un discurso que dé
cuenta reflexivamente, tanto de la conceptualización y
estructuración racional de ella, como de la articulación de las
acciones con los fines y valores orientadores del acto educativo.
14
miembros de la Comunidad Educativa, por supuesto). Una
perspectiva de Educación completa se entenderá en la perspectiva
de promoción de competencias (inter)personales, y será
susceptible de ser desarrollada en los más diversos contextos
educativos y formativos, en particular bajo de la perspectiva de
formación permanente a lo largo de la vida. Tanto en la formación
de Profesorado, inicial o continua, como en la educación del
Alumnado que integra los diferentes niveles del sistema
educativo, el cuidado ético con la formación personal y social de
sus integrantes debe ser una constante, con el fin de que se
formen personas capaces de pensar y de actuar en el plan
personal, social y de ciudadanía de modo autónomo y
emancipado/emancipatorio, orientados por valores de la Dignidad
Humana y de su traducción en los Derechos del Hombre. De entre
los diferentes actores que integran el sistema educativo, asume
particular relieve en nuestra investigación la Persona del Profesor
en la que concentramos nuestro estudio. Procediendo de este
modo, vemos en el ser profesor un múnus orientado por la
exigencia ética de promoción del Alumno en la integridad de su
ser personal, en una línea en que las ideas de servicio (Reboul,
1982) y de responsabilidad (Levinas, 1974) ganan un relieve
considerable.
15
intersubjetivo en cuanto espacio ético, ontológico y metafísico de
formación de las personas en relación. Esta formación tiene
como trazo ontológico propio la historicidad, la cual se traduce en
el reconocimiento del estatuto de permanente incompletud y de
continuo proceso de advento de ser como caracterizador de la
Persona. Se inserta así en el proceso de la persona la práctica en
cuanto actividad de transformación inmanente de lo agente y
orientada ética y moralmente [en el sentido aristotélico de praxis
(Aristóteles, 2004)]. Relación y Tiempo concurren de este modo
para la formación de la Persona.
16
epistemológica y metodológica que asuma el carácter central del
sujeto del conocimiento en la producción del conocimiento y la
referencia de éste a ese mismo sujeto. Esto implica en último
análisis la asunción del carácter de auto-conocimiento propio de
toda actividad gnoseológica humana. La idea de reflexividad,
esencial en la elaboración de biografías educativas y en el
procedimiento narrativo-formativo en general, asume
explícitamente la tesis de la omnipresencia del sujeto en el real
conocido y en el conocimiento del real, en dirección al propio
acto constitutivo y originante del surgimiento del sujeto ético-
práctico (Kant, 1985; Santos, 1989; 1990; 2000). Como tal, la
dimensión epistemológica de la reflexividad deberá corresponder
isomórficamente a la reflexividad narrativa presente en la
biografía educativa del Profesor.
17
ética de la Profesión. En la medida en que ésta existe en
referencia a un modo de ser antropológico –el dialógico ser en
formación como trazo esencial del ser inacabado del Hombre,
tarea para sí mismo y ser-en-riesgo (Gehlen, 1987: 35-36)–, en
ella se encuentra uno frente a la problematicidad radical que Max
Scheler veía en el ser del Hombre (Scheler, 1957: 24) derivada
precisamente de su Libertad ontológica originaria y no-
objectivable (Jaspers, 1978: 61-64). Según esto, la formación en
general –y la formación de Profesorado, en particular–
corresponderá al ser esencial del Hombre en la medida en que es
la expresión originaria de su praxicidad, historicidad y no-
acabamiento perenne, manifestados en su Cura ontológica y
humanizadora (Heidegger, 1986: 229ss). Seguimos así el camino
abierto por la cuestión planteada por Bernard Honoré relativa a la
necesidad de definir «(…) les outils conceptuels pour penser la
formation comme praxis du changement (…)» (Honoré, 1992:
20), buscando anclar el pensamiento sobre la formación en el
sentido radical de la praxis aristotélica y de la reflexión filosófica.
18
datos susceptibles de mejorar efectivamente su docencia en un
sentido fructífero para el individuo y el grupo profesional en el
que se inserta. De este modo, las pertinentes críticas hechas por
José Gil a la figura hodierna del Hombre Evaluado (Gil, 2009: 51-
59), bajo cuyo signo el totalitarismo tecnocrático actual
comprende al ser humano, son asumidas aquí e inténtase
mantener la Dignidad y sentido de la profesión docente mediante
ejemplos prácticos de resistencia y apertura de posibilidades, bien
que estemos conscientes de que la tarea es quijotesca. Pero hay
que mantener siempre abierta la posibilidad de otros mundos…
19
misma y a sus obras y actos en orden a detectarles su sentido,
criticarles asumiendo determinados aspectos y proponiéndose a
cambiar otros. La capacitación y autonomía del Profesor, la
confianza y la responsabilidad son elementos que hay que valorar,
sobretodo en tiempos y contextos de promoción de procesos de
evaluación del Profesorado en los que la perspectiva maquinal y
dominadora impera, como –tristemente– podemos verificar en el
proceso de destrucción del sistema educativo portugués –y
principalmente de las personas que lo integran– conducido en los
últimos años y de que el Hombre Evaluado es la figura.
20
respectivo ciclo de estudios y de la circunstancia de los estudios y
sus condiciones, pero destacándose el hecho de que son los
alumnos que lo exigen de acuerdo con sus características. Esto
nos coloca frente al hecho fundamental de la relación pedagógica
y sus efectos, manifestaciones, variantes y exigencia de aplicación
al caso concreto planteado a la praxis (Gadamer, 1998;
Aristóteles, 2004). Al mismo tiempo, se reconoce la utilidad de
recurrir a diversos estilos educativos en las clases de acuerdo con
la circunstancia concreta (tipo de asignatura, nivel de enseñanza,
tipo de alumnado, etc.).
21
La autorreflexión y su mediación por el Otro nos surgen
igualmente en este procedimiento evaluativo. La intersubjetividad
surge como instancia a partir de la cual uno accede a sí mismo y
mediante la que se desarrolla en su proceso de formación, por
ejemplo, en la fase de confrontación de las autopercepciones con
las del observador externo/ par de trabajo. Este principio
dialógico se puede alargar a la dimensión de la escuela (Alves;
Machado, 2008: 97-108), pero aquí estamos en el plan de la
díada. Se efectúa un trabajo por pares, dándose cuenta de los
resultados obtenidos al colectivo para beneficio de todos,
asistiendo a las clases del par para observación de las mismas, su
grabación y análisis. En cuanto a la observación externa
posibilitada por la grabación de las clases, señálese el sentido de
autocrítica revelado así como el reconocimiento de la utilidad de
este procedimiento para mejora futura del trabajo de la profesora
en autoevaluación.
22
los resultados definitivos del mismo, al tratarse de un arduo y
amplio trabajo.
23
Autoidentificación del perfil como docente
Tras realizar ese difícil estudio, concluí con que no me encuentro
un único perfil como profesora, sino que éste depende del carácter
de la asignatura (troncal, obligatoria de universidad, optativa,
libre configuración) y del ciclo en el que se imparta: 1º, 2º ó 3º y
de su colocación en cuatrimestres.
24
En tercer ciclo se analiza la docencia en el 1º curso de un
Programa de Doctorado y se analizan las características que
conlleva la dirección de Proyectos de Investigación Tutelados.
Por lo que respecta a la docencia en Primer Ciclo, hay que
empezar a señalar que tampoco el estilo docente es el mismo en
todas las asignaturas:
En Lenguaje Musical el estilo docente es más de Lección
Magistral sui generis, ya que al ser la asignatura troncal y
fundamental para el desenvolvimiento del resto de las materias
específicas de la especialidad, y al llegar la mayor parte del
alumnado sin ningún tipo de conocimiento musical, el
“Programa” ha de cubrirse completamente en un tiempo récord.
Los contenidos teóricos se van explicando en clase, pero
apoyados continuamente con ejemplos prácticos para asentarlos.
Si bien es cierto que no se realiza ningún tipo de negociación de
los contenidos teóricos ni de los prácticos que se incluyen en esta
asignatura, creo que sí se es bastante negociadora en cuanto a la
manera de desarrollarlos; pero ocurre que el alumnado recién
salido de la Educación Secundaria, prefiere seguir con las clases
magistrales a verse preparando una asignatura, realizando trabajos
en grupo con los compañeros y exponiéndolos posteriormente en
clase, por lo que ellos solos son los que eligen este tipo de
enseñanza, porque les resulta más cómoda, más tranquila y menos
inquietante. Creo que también se es bastante negociadora en lo
que respecta a fechas para la realización de las pruebas y entrega
de trabajos y bastante flexible en lo que a elección de libros que
25
complementen lo explicado en clase se refiere, pues no existe
ninguna preferencia al no ser ninguno del total agrado.
En la asignatura La Melodía y el Ritmo Musical y su
Didáctica, el estilo docente cambia completamente, porque
aunque siguen sin ser negociables los contenidos teóricos y
prácticos de la asignatura (que está puesta para ampliar la
formación escasísima que se puede obtener con 4,5 créditos de
Lenguaje Musical), los conocimientos teóricos (profundizaciones)
corren a cargo del alumnado al que previamente se les facilitan
los documentos que han de consultar; en clase los leen y discuten
por grupos tomando acuerdos entre los distintos grupos y todos
los grupos leen todos los documentos, pero luego no realizamos
una exposición para el gran grupo sobre el trabajo previo grupal.
Los contenidos prácticos los realizan bajo la supervisión de la
profesora de forma individual pero en voz alta, de manera que
todo el grupo participa y a veces de forma colaborativa entre todo
el grupo; esta tarea colaborativa del gran grupo culmina con el
montaje instrumental de una obra musical.
En la asignatura Coordinación del Prácticum II de Educación
Musical, la labor es de Coordinadora, claramente, no de profesora
stricto sensu, se trabaja en reuniones y seminarios con la totalidad
del alumnado de 3º curso de Educación Musical. El trabajo
consiste en explicarle el Plan de Prácticas, aclararles sus derechos
y deberes en este periodo tan importante para su formación,
ponerlos al “corriente” de lo que se encontrarán al llegar al centro
educativo, presentarles al profesor supervisor comentándoles cual
será su misión y los días, horas y lugar que dedican a los
26
Seminarios de Supervisión. También se les explica paso a paso en
qué consiste el trabajo que con posterioridad han de presentar
(comúnmente conocido por “Memoria” o Informe Final realizado
por el alumno). Se les comunica que en Reprografía encontrarán
una carpeta con los documentos que durante este periodo han de
trabajar (legislación educativa vigente y normativas referentes al
área de conocimiento de Didáctica de la Expresión Musical, Guía
de estilo para universitarios y bibliografía recomendada para este
período).
27
seminarios y 25% la calificación de la “Memoria”). Los centros
educativos tienen desde siempre acostumbrado al alumnado a la
calificación de Sobresaliente (ya que desde el curso 2002-2003 no
tienen opción de hacerlo con Matrícula de Honor) y sobresaliente
es la calificación final que éstos esperan obtener, sorprendiéndose
cuando el profesorado supervisor de la Facultad los califica con
aprobado o notable, a veces incluso suspenso cuando el trabajo es
de bajísima calidad y su asistencia y participación a los
seminarios escasa o nula; esta situación plantea a veces conflictos
no solamente con el profesorado supervisor, sino con la
Coordinadora, generando en ocasiones bastante violencia
académica y provocando situaciones desagradables y estrés.
Definitivamente, no se termina de ver la solución a esta
asignatura.
28
Por fin y terminando el análisis del Prácticum II de Educación
Musical, comentar que las relaciones con los tres Vicedecanos de
Prácticas que hemos tenido en la Facultad de Ciencias de la
Educación de la Universidad de Granada –durante este periodo-, a
nivel personal han sido cordialísimas y fluidas, pero a nivel
académico no se termina de ver cohesionada su actuación con la
de los Coordinadores en múltiples aspectos del desarrollo de la
fase práctica de las titulaciones.
29
1. Estudio de varios documentos de los que
conforman el programa, realizando un resumen colectivo.
2. Exposición al resto de la clase de los resúmenes de
los diferentes grupos, variando el relator en cada clase, para
que todo el alumnado participe de la misma manera.
3. Presentación y desarrollo de actividades musicales
prácticas que tengan referencia y se relacionen con los
documentos estudiados.
Las actividades prácticas unas veces las propone o las presenta la
profesora, y otras veces la elección de las mismas y la
presentación corren a cargo de un alumno.
30
realizó este estudio; el curso se denomina Formación del
Profesorado de Educación Musical: asesoramiento
curricular en los diferentes niveles educativos y está inserto
en el Programa Fundamentos del Currículo y Formación
del Profesorado en las Áreas de Educación Primaria y
Secundaria, con Mención de Calidad. Aquí el estilo docente
vuelve a variar, pues la formación que pretendemos impartir
se supone que va dirigida a Licenciados con una formación
mayor que la del alumnado del 1º y 2º Ciclo; además se
pretende que vayan buscando su perfil como investigadores,
con lo que el estilo docente de impartir “clases magistrales”
se convierte en una atención a ratos personalizada, tarea que
no resulta demasiado dificultosa dado que la ratio
profesor/alumnado es mucho menor (entre 55 y 120
alumnos en 1º Ciclo, 50 en 2º Ciclo y 4 o 5 personas en el
Curso de Doctorado). Las clases llevan una parte de lección
magistral algo interactiva, pues se imparten con
presentaciones en Power-Point, audiciones en cd’s y
proyección de algunos trabajos en vídeo; tienen también una
parte de trabajo de análisis de documentos por parte del
alumnado; una parte en que ellos exponen las conclusiones
de su trabajo; una parte donde desarrollan trabajos prácticos
que preparan con anterioridad y unas conclusiones a modo
de recapitulación al final de cada sesión. La evaluación se
realiza teniendo en cuenta la asistencia y participación en las
sesiones, observación directa y se les pide al final un trabajo
31
de pre-investigación, acorde con los intereses más directos
de cada uno.
b) El Proyecto de Investigación, al tener parte
tutelada, también conlleva un trabajo directo con el alumno.
Se les aconseja que escojan un tema con el que se sientan
cómodos trabajando y les atraiga, que por supuesto se esté
dentro de las líneas de investigación con las que estamos
trabajando. Lo que se tiene en este nivel muy claro, es que
se prefiere no dirigir ningún Proyecto de Investigación que
dirigirlo a alumnos con poca capacitación, preparación y
motivación; que tengan intereses contrapuestos a los del
Director del Proyecto o con los que a nivel personal no
exista cierto feeling, ya que realizar este tipo de trabajo
exige de bastante empatía entre ambas partes.
32
Propusimos en su momento y fue aceptado por todos, que en una
primera fase se asistiese a alguna clase del “par” en plan de
observación, para de manera conjunta tomar ideas sobre el trabajo
del otro.
La fase de grabación en vídeo de diferentes clases la realizamos
con posterioridad a esta «observación del otro» en asignatura
similar.
33
Fue durante unos años compañera del Grupo de Investigación
que dirijo, HUM-742 D.E.Di.C.A. (Desarrollo Educativo de las
Didácticas en la Comunidad Andaluza), y en el que abordamos
trabajos relacionados en algunos aspectos con el presente.
Trabajamos en dos Proyectos de Innovación Docente en los
que se tratan temas relacionados con el presente trabajo.
Organizamos juntas Cursos de Formación para complementar
parte de las carencias que observamos en los titulados de nuestra
especialidad.
Observación Externa
La observación tuvo cierta dificultad para realizarse, pero
finalmente se llevó a cabo mediante la observación de la
grabación de video que de varias clases se hicieron.
Los aspectos mejorables en las aulas descritas anteriormente, que
la observación externa a la misma hizo notar fueron los
siguientes:
- Parece que sería de desear que en mi práctica cotidiana
comenzara cada sesión de clase exponiendo de manera clara y
contundente cuál es el objeto de la misma. Esta percepción no la
había yo ni siquiera intuido, quizás por la deformación
profesional propia de que al tener yo clarísimo cuál es ese objeto,
piense que los demás lo conocen igualmente.
34
alumnado expone temas que previamente han preparado por
grupos en la clase, la disposición fuese en semicírculo, la atención
del gran grupo sería mayor y también mejoraría el contacto visual
entre todos los compañeros. De esta forma, también mejoraría el
respeto a las intervenciones ajenas, evitando los corrillos que
hablan bajo y dificultan la escucha de las aportaciones del resto.
Quiero comentar que esta percepción externa me parece de lo más
juiciosa y aprovechable.
- En la observación externa –con la que coincido totalmente al
visionar el video– después de estudiar las reflexiones que
acertadamente se me ofrecen, se me hace notar que es posible que
existan estereotipos sexistas en la asunción de roles en la clase;
sería un punto interesante de reflexión con el alumnado, sobre
todo para evitarlos en la medida de lo posible, aunque no era el
caso real de la clase visionada.
- Debo promover más la reflexión y el análisis entre los
contenidos que se trabajan y desarrollan con el grupo-clase y no
favorecer tanto el resumen de los contenidos trabajados; este
extremo quizás reste interés y atención a los grupos que en ciertos
momentos no intervienen directamente. Fomentando la reflexión
y el análisis favorecería el protagonismo del alumnado, verdadero
actor y protagonista de las clases.
35
Al resto de mi práctica docente, la observación externa no le
realizó más apreciaciones, por lo que debo decir que quedé
bastante satisfecha, no sólo por no cometer en la misma grandes
desviaciones que puedan perjudicar al alumnado, sino porque las
observaciones realizadas son fáciles de incorporar a la práctica
docente para mejorar la misma.
Contraste
Nos alegró comprobar que las autopercepciones no difieren
mucho de la percepción del observador externo, que después
amablemente facilitó sus comentarios.
36
Hemos de promover siempre los procesos de reflexión y análisis,
al igual que el de la crítica y autocrítica de todos los implicados
en el proceso educativo para poder lograr un mayor
enriquecimiento y aprovechamiento de todos los sectores que
participan del proceso.
37
En el documento de partida estudiado, en el apartado “Pasos
usados en las estrategias de enseñanza”, habría quizás que añadir:
Recapitulación (adecuación o no de los contenidos desarrollados
sobre los objetivos previamente trazados); esta misma apreciación
de añadir sería deseable en el epígrafe Otros aspectos, habría que
recoger los Medios utilizados, y también en “Actividades del
alumno” se podría incluir Intervención aportando opiniones.
38
En cuanto a la idea de “Aprovechar la experiencia para mejorar la
práctica”, comentar brevemente lo siguiente:
Son muy adecuados los comentarios incluidos relativos a la
Investigación-Acción.
En los comentarios referentes a las Prácticas Docentes, el
autor del documento manifiesta un conocimiento muy superficial,
permitiéndose hablar de las mismas con descripciones sin
“sustancia”.
Epílogo
39
muchos autores ya que son inmensas las variaciones del tema a lo
largo de la historia de la educación, pero hay que referir la
formulación prístina del tema en Comenius, en su obra Didáctica
Magna (Coménio, 1976) así como la idea de las escuelas como
«Oficinas de Humanidad» (Coménio, 1976: 145-161) ahí
presente, bien como la encarnación de este tema en la obra y en la
práctica de Henri Pestalozzi (con destaque para los institutos de
Berthoud y de Yverdon). En Portugal, hay que subrayar la
asunción de esa finalidad de la educación en la Lei de Bases do
Sistema Educativo portuguesa (Lei n.º 46/86, de 14 de octubre,
con las alteraciones introducidas por la Lei n.º 115/97, de 19 de
septiembre, y por la Lei n.º 49/2005, de 30 de agosto, art. 1º, nº
2). La actualidad de esta perspectiva educativa y educacional se
impone cada vez más en el contexto de las sociedades más
volcadas para el desarrollo tecnológico y económico, como la
podemos constatar con cada noticia que surge respecto de la
vivencia escolar y social de hoy día, en la que la violencia y el
sin-sentido de la praxis son patentes. Para que sea alcanzada esa
finalidad, la existencia de Profesorado capacitado y autónomo, el
desarrollo de la educación bajo esa perspectiva y la defensa de la
relación pedagógica y su eticidad son decisivos. Así, el desarrollo
de una praxis docente en la que la Persona del Profesor sea
valorizada y promocionada se impone como una urgencia y un
imperativo del tiempo presente. Si a los sistemas les incumbe
enmarcar el funcionamiento macroscópico de la educación – y así
condicionar naturalmente la acción de los individuos–, siempre
quedará un margen de actuación para que las personas
40
individuales y los pequeños contextos relacionales y grupales
puedan generar experiencias nuevas y valiosas, en las que el
cambio social se pueda basar e inspirar. Así ocurre siempre que
no se deje que el sistema se imponga a la Persona y a su
dimensión relacional, intersubjetiva y ética.
Bibliografia
41
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44
2 Piano: Para uma pedagogia mais… Pedagógica?
Contemporânea? Não castrante?
Francisco Monteiro
45
3. As estruturas curriculares, os programas e os normativos
existentes, uniformizados para as diferentes escolas em
paralelismo pedagógico, não são clarificadores no que
respeita aos objectivos/competências ambicionadas, ao
alcance da pedagogia que se propõe efectuar;
O piano
46
Portugal deveriam «tocar piano e falar francês»,
correspondendo, assim, a um modelo específico de
instrução;
47
substituído pelo seu homónimo eléctrico; isso, claro, se
nos remetermos para o uso mais tradicional; diga-se de
passagem, que o “piano eléctrico” se parece menos com
um caixão, é razoavelmente transportável (como, p.ex.,
uma harpa) e não desafina;
O acto educativo
48
professor, toma contacto, apreende e compreende, interpreta a
obra musical. Porque afinal, a música é a actividade e razão de ser
do processo educativo.
49
questão. Por exemplo, ao dizermos que é fundamental o “domínio
do instrumento”, relevamos uma relação psicológica e física (de
dominação) relativamente ao objecto inanimado que é o piano – o
tal paralelepípedo / caixão negro e enorme. A centralização do
processo educativo no piano reflecte, ainda, uma visão particular
do fenómeno musical conhecida por virtuosismo; não só o
virtuosismo pirotécnico de tocar imensas teclas por segundo mas
também o virtuosismo mais subtil, que se interessa pela
manipulação do som e do fraseado. A música – a obra musical –
é, aqui, um utensílio, uma mera base para mostrar as qualidades
da relação do músico com o piano ou, em último caso, para
exemplificar as virtudes do próprio instrumento - o piano. A
música é absolutamente necessária, mas somente como a terra
num canteiro de flores.
50
interessante tendo em vista uma educação em que a música e o
instrumento não são mais que pretextos – utensílios. E não
deixaria de focar o interesse deste esquema quando a
aprendizagem de um instrumento é motivada por questões, p. ex.,
de desenvolvimento da destreza motora, de desenvolvimento da
concentração, do exercício da autoconfiança e de auto-expressão
do aluno. O desenvolvimento da capacidade musical do aluno –
da sua criatividade musical – é da maior importância em termos
de uma educação musical actuante.
51
escola revelam-se o centro da actividade educativa, utilizando a
música e os alunos para o seu engrandecimento. Outras ainda,
uma tradição específica – uma “escola” – é o centro de todas as
atenções e actividades, sendo as obras e os alunos utensílios para
mostrar e preservar essa tradição, essa escola. Parece-me que este
modelo de focagem pedagógico é, em termos de uma pedagogia
moderna, pouco produtivo; mas útil para estatísticas e imagem da
escola.
O Corpo
É interessante pensar que, muito em especial na situação de aula
individual de piano, existe uma forte presença de corpo, de 3
corpos: o do aluno, o do instrumento e o do professor. E, salientes
os corpos, revelam-se componentes psicomotoras interessantes.
52
outras vezes o próprio aluno, participando activamente no
processo psicomotor.
53
instrumentista, a sua relação e potencialidades com o
instrumento, (p. ex. exercícios de respiração, de
descontracção ou força muscular). Corresponde, na prática
interpretativa e pedagógica, a um tipo de exercícios com
ou sem o instrumento, em que não se perspectiva o
resultado sonoro mas as potencialidades psicofísicas do
instrumentista. Exclui, eventualmente, escalas, arpejos e
exercícios congéneres que têm como fim a audição dos
sons na execução de determinada passagem (“modelo
musical”).
54
tocar determinada passagem de uma peça da maneira
pretendida). Corresponde, na aprendizagem da
interpretação, à execução integral da obra, à execução
parcial (com fins diferentes dos “modelos musicais”), à
prática de diversas estratégias como a leitura interior, a
audição, a análise, etc.
55
• Tantas vezes os alunos são deparados com pequenos
exercícios (p. ex. Hanon) que mecanicamente repetem ao
piano.
56
• Porque não tocar de pé? Haverá, eventualmente, uma
postura menos incómoda e mais móvel para a criança.
57
criança só possa começar a tocar peças quando souber ler. A
leitura – e a escrita musical – devem advir das necessidades: de
leitura de obras musicais mais complexas, ou de um maior
número de músicas; mas também deve advir da necessidade de
escrever as músicas inventadas pelo próprio aluno ao piano. Este
tipo de trabalho, muito pouco usado, é gratificante para o
desenvolvimento do aluno a vários níveis, inclusivamente ao
nível das suas capacidades “pianísticas”. E o processo de
aprendizagem acontece da seguinte forma: 1. na exploração no
instrumento o aluno descobre novas coisas, diferentes
sonoridades, ou tenta imitar os alunos mais adiantados; tal
constitui uma forte motivação para que o aluno se desenvolva,
tentando fazer o que, na verdade, ainda não sabe e não consegue;
2. com a ajuda do professor, ele poderá conseguir, indo ao
encontro das suas necessidades. Trata-se do melhor processo de
motivação, intrínseca, criando auto-objectivos. 3. À medida que
as suas peças – por ele inventadas – se tornam mais complexas,
ou são mais numerosas, torna-se necessário escrever para mais
tarde tocar, ou para outros alunos as tocarem.
58
• Outras aprendizagens – Leitura interior
Muitas vezes vemos alunos dos mais diversos instrumentos a
trautearem músicas que tocam e a fazerem gestos ao mesmo
tempo. Através da minha experiência tenho observado muitos
instrumentistas de sopro com essas práticas. Por outro lado, é
vulgar ver crianças, alunos de piano, a “tocar no ar” com os
dedos. É interessante que naturalmente os alunos criem essas
formas de estudo, substituindo a própria prática das peças – tocá-
las mesmo no instrumento.
59
Por uma pedagogia do instrumento moderna
60
improvisada); o piano sem dúvida que é, historicamente,
limitado; mas os alunos não necessitam de o ser;
61
É importante pensarmos que os alunos das escolas de música, os
alunos de piano, em caso de sucesso, poderão ter inúmeras
profissões ligadas ou não à música: músicos amadores, técnicos
de som, compositores, empresários ou dinamizadores culturais,
maestros, melómanos, músicos rock, ministros da cultura ou, até,
pianistas de concerto ou no programa Praça da Alegria.
Felizmente não vão ser todos pianistas.
62
3 O Pedal no ensino do piano
Luís Pipa
Introdução
63
outro aspecto frequentemente negligenciado é a existência de dois
outros pedais: na verdade, quando se menciona genericamente “o
pedal” pretende-se normalmente referir o pedal de ressonância.
Sendo este inquestionavelmente o pedal de maior importância, os
outros dois, os pedais una corda (ou surdina, como muitas vezes
é denominado) e tonal ou sostenuto, podem assumir um papel
relevante quando utilizados com propriedade. Se bem que a
diminuta abordagem a estes pedais possa ser compreensível numa
fase inicial da aprendizagem, sobretudo porque esta é feita muitas
vezes em pianos verticais, que não possuem o pedal tonal e cujo
mecanismo do pedal esquerdo é diferente do do piano de cauda,
essa lacuna torna-se verdadeiramente inaceitável em níveis mais
avançados de ensino.
64
Fig. 1
F. Chopin, Nocturne op. 55 nº 1 (Mikuli), cc. 1-3.
65
suprimir ao mínimo indispensável as indicações de pedal,
reservando-as quase exclusivamente para criar efeitos específicos.
Um caso clássico é o do início do segundo andamento do
concerto para piano nº 3, op. 37, de Beethoven, em que o
compositor indica um só pedal para uma série de compassos com
várias mudanças de harmonia (Fig. 2). Czerny, que foi aluno de
Beethoven e deixou para a posteridade testemunhos preciosos
sobre a maneira de interpretar o mestre, explica que o próprio
compositor em 1803 tocou a passagem toda com o mesmo pedal,
e que soava magnificamente nos débeis pianos da época,
sobretudo usando o mecanismo una corda, mas o próprio Czerny
aconselhava uma mudança de pedal em cada alteração
significativa da harmonia nos pianos mais modernos de então
(meados do século XIX), sem no entanto interromper a
continuidade sonora, devendo a passagem soar como uma
“harmonia distante, sagrada e etérea” (Newmann 1985: 161).
Fig. 2
L. v. Beethoven, concerto para piano e orquestra nº 3, op. 37, segundo
andamento, cc. 1-6.
66
de pedal de Debussy. O pianista Maurice Dumesnil, que conviveu
de perto com o compositor, atribui-lhe as seguintes palavras: “O
pedal não pode ser anotado. Varia conforme o instrumento, a sala
ou o auditório (…) Deverão fazer fé vossos ouvidos” (Nichols
1992: 163). Na verdade, alguns compositores ao longo do século
XX procuraram descrever através de palavras formas mais subtis
de uso do pedal. Na sua obra Jogos (Jatékók), uma série de peças
em oito volumes de linguagem contemporânea, György Kurtág
descreve desta forma o uso do pedal:
67
diferente e mais completa do que a normalmente utilizada, com
libertações parciais de pedal e a sua pressão e libertação de forma
gradual (Fig. 3).
Fig. 3
Jatékók, indicações de pedal (Kurtág 1979)
68
Fig. 4
Banowetz (1985), notações de pedal
69
Fig. 5
Nieto (2001), notações de pedal
70
A utilização destas técnicas de notação mais subtis e completas
poderia, por exemplo, resolver a questão da pedalização do
Nocturno de Chopin discutida anteriormente (ver Fig. 1). Uma
notação que indicasse utilizações e libertações parciais de pedal,
enriqueceria a peça do ponto de vista harmónico, preservando
simultaneamente a clareza da articulação da mão esquerda, sendo
essa uma solução mais consentânea com a escrita do compositor,
devendo a medida exacta da sua aplicação ter sempre em conta,
como reclamava Debussy, as condições acústicas e as
características do próprio instrumento.
Pedal de dedos
Uma das formas de notação sugeridas por Nieto tem a ver com
aquilo que se denomina comummente “pedal de dedos”, ou seja,
notas pedalizadas manualmente. Esta prática é uma forma subtil
de criar uma sugestão de pedal de ressonância em texturas que
necessitam de manter nítida a sequência de uma linha melódica de
sucessões de graus conjuntos e cromáticos, mantendo premidas as
notas do acompanhamento harmónico. O segundo andamento da
sonata K. 545 de Mozart é um exemplo onde essa prática pode
enriquecer a execução. A utilização do pedal em cada mudança de
harmonia colidiria com a clareza da linha melódica descendente
do compasso três, ou com a articulação em staccato dos segundo e
terceiro tempos do compasso cinco. Independentemente da
utilização desta técnica, o pedal pode ser também usado de uma
forma parcial e com mudanças frequentes, com o objectivo de
71
enriquecer a paleta sonora de harmónicos, sem no entanto
contribuir para sobrepor as notas da melodia (Fig. 6).
Fig. 6
W. A. Mozart, Sonata K. 545, 2º Andamento, cc.1-6.
72
pianista Charles Rosen confessou-se mesmo surpreendido quando
soube que alguns dos seus colegas o usavam também para
diminuir a quantidade de som (Rosen 2002: 67-8). A verdade é
que, tal como o pedal de ressonância, o pedal una corda pode ter
várias gradações e, dependendo da quantidade de pressão
exercida e das características do instrumento, poderá também ser
usado com esse propósito. O intérprete deverá ter a capacidade de
fazer esse julgamento à medida que vá conhecendo um
determinado instrumento, sendo importante que os jovens sejam
alertados para essas questões tão cedo quanto possível e
obrigados a manter um critério rigoroso em relação à sua
utilização. Será também importante notar que a mudança tímbrica
fica normalmente mais exposta no registo agudo, podendo, em
alguns pianos, o som tornar-se pouco sustentado, pelo que
importa também ter presente a necessidade de compensar essa
lacuna com uma maior profundidade no ataque.
73
evocar uma doçura tímbrica e uma intimidade próximas da do
clavicórdio, instrumento tão da preferência do próprio Bach.
Pedal Tonal
74
sustentação das notas colocadas entre parêntesis, aplicando-lhes o
pedal, de forma a explorar a acumulação de sons harmónicos
produzidos à medida que as outras notas são executadas. Neste
caso específico, o pedal deverá ser accionado pelo pé esquerdo,
uma vez que o pedal de sustentação também deverá ser utilizado
de uma forma intercalada, mas este pode sê-lo também com o pé
direito, quando se utilize o pedal una corda.
Fig. 7
L. Berio, Sequenza IV (Levaillant 1993: 106)
75
de ressonância, poderá manter a nota grave, emprestando à
passagem maior clareza harmónica (Fig. 8).
Fig. 8
R. Schumann, Estudos Sinfónicos, sugestão de utilização de pedal tonal
(Banowetz 2006)
76
Fig. 9
C. Debussy, Sonata para violoncelo e piano, final do primeiro e início do
segundo andamento.
77
andamento da sonata op. 27 nº 2 de Beethoven, vulgarmente
conhecida como “sonata ao luar”. Beethoven indica no início que
“si deve suonare tutto questo pezzo delicatissimamente e senza
sordino”, o que equivale a dizer que se deverá tocar sempre sem
os abafadores (“senza sordino”), ou seja, na prática, sempre com
o pedal de sustentação accionado. Uma vez que (tal como Czerny
alertava para o início do segundo andamento do terceiro concerto
para piano) a permanência literal do pedal de ressonância ao
longo de toda a peça se tornaria insustentável num piano
moderno, Banowetz descreve como Howard Ferguson imaginou
um sistema em que, pressionando silenciosamente todas as teclas
abaixo do dó sustenido grave (nota mais grave a ser tocada) e
accionando o pedal tonal, se poderá tirar partido dos sons
harmónicos por simpatia, recriando, com a ajuda do pedal de
sustentação, a atmosfera pretendida por Beethoven. Para ajudar
ainda mais ao carácter íntimo (Beethoven também indica no
início sempre pp), Banowetz sugere que se pressione os pedais
una corda e tonal simultaneamente com o pé esquerdo (Banowetz
1985: 168-9), (Fig. 10).
78
Fig. 10
L. v. Beethoven, sonata op. 27 nº 2, Primeiro andamento, cc.1-5 (Banowetz
1985: 169)
Conclusão
79
curricular ‘Técnicas de Interpretação’ que dirijo no primeiro
semestre da Licenciatura em Música da Universidade do Minho, e
que funciona em paralelo com a aula individual de instrumento,
com o propósito de analisar e aprofundar em grupo questões
fundamentais relacionadas com a técnica do piano. O seu
objectivo é o de preparar o aluno de modo a poder evoluir com
conhecimentos sólidos e abordar com maior confiança os desafios
colocados na nova etapa a nível superior, na qual o estudo do
pedal assume um papel absolutamente relevante.
Bibliografia
80
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81
4 Propuesta investigadora para la enseñanza
elemental de fagot como perspectiva educativa para el
siglo XXI
82
dada la adaptación a la generalidad con que se caracterizan todos
los planteamientos realizados, que son aplicables a otros
territorios y escenarios teniendo en cuenta la normativa vigente
sobre educación que corresponda en cada caso. Surge como
resultado de las investigaciones llevadas a cabo en mi trabajo de
tesis doctoral El fagot en Extremadura. Aportaciones a la
investigación sobre su genealogía histórico-evolutiva y su
técnica. Propuesta didáctica y pedagógica para la enseñanza del
mismo.
83
observar e indagar con mirada analítica, que nos permita ir más
allá de lo que de verdad tenemos ante nuestros ojos; buscar
estructuras ordenadas a temas aparentemente desestructurados;
o, cambiar, modificar, innovar el conocimiento@.
84
! )Qué claves básicas podríamos aportar en la actual
enseñanza del fagot dentro del marco educativo
vigente para garantizar un buen magisterio que
favorezca la proliferación del instrumento en los
conservatorios y demás centros de enseñanza
musical en España?
Al propio tiempo, partimos de tres premisas principales que nos
planteamos a modo de interrogantes:
)Qué queremos investigar?
Con nuestra investigación pretendemos contribuir
y profundizar en determinados aspectos del fagot en
España, y en Extremadura sobre todo, tomando como
punto de partida una pauta de actuación concreta sobre las
metodologías didácticas más actuales en el marco
educativo vigente.
)Cómo queremos hacerlo?
El cómo investigar hace referencia a la naturaleza
propia de nuestro trabajo de investigación, teniendo en
cuenta que éste está dotado de un carácter mixto que
combina dos líneas de actuación. Una, marcada por su
fundamentación teórica (investigación documental) y otra,
totalmente impregnada por la práctica en sí (investigación
de campo).
85
(follow up) que nos permitió en todo momento, detectar
los fallos que se pudieran producir, para corregirlos
inmediatamente, y en qué forma y grado se cumplían las
actividades. Por otro lado, un sistema de retroalimentación
constante (feed back) que nos sirvió para verificar nuestra
propia actividad docente, llevando a cabo una evaluación
de tipo triangular en la que se vieron inmersos
simultáneamente tres elementos claves: el alumno/a, el
profesor y el proceso en sí de enseñanza-aprendizaje.
Todo ello, teniendo en consideración un enfoque
metodológico específico y, las técnicas y herramientas
necesarias para su elaboración y desarrollo.
86
)Cuál será el tratamiento más adecuado para su
realización?
Cualquiera de los aspectos antes mencionados
forman parte de lo que denominamos metodología de
investigación. Junto a ambas líneas de actuación
recurrimos a algunos de los modelos más utilizados en
investigación musical. Cada uno de ellos reúne una serie
de características determinadas que nos ha permitido
utilizar unas coordenadas muy específicas para así
ayudarnos a centrar el desarrollo de nuestro trabajo. Éstos
son los que a continuación mostramos:
! Método Experimental: para establecer relaciones
bilaterales entre causas y efectos
! Método Filosófico: para alcanzar un mayor
conocimiento del por qué de las cosas
! Método Comparativo: para así revisar, valorar,
comparar, verificar y demostrar aspectos
relacionados con nuestro objeto de estudio
! Método Descriptivo: para poder presentar la
realidad desde la práctica
87
inexistencia, para la investigación del fagot en España. A pesar de
ello, fuera de nuestras fronteras nacionales sí hay documentación
bibliográfica de significativa importancia en diferentes lenguas
distintas a la castellana, que ha sido consultada y que tiene un
gran peso específico en este estudio. En este sentido, cabe citar
los siguientes ejemplos: Seltmann y Angerhöfer (1984), Spencer
(1958) y Waterhouse (1955). Es por ello, que con el presente
trabajo pretendemos contribuir al desarrollo de materiales en
castellano tomando como base la documentación mencionada,
ampliando así su situación en España y, aportar propuestas
didácticas y pedagógicas para la enseñanza del fagot en la
península e islas adyacentes.
88
como uno de los instrumentos integrantes de los grupos de
ministriles.
89
citan cuando aparecen por primera vez en la documentación
consultada.
90
En la provincia de Badajoz sólo existe un centro, el
Conservatorio Superior de Música, ubicado en Badajoz capital y
dependiente administrativamente de su Diputación aunque
educativamente de la Junta de Extremadura. En él se imparten
estudios relativos a las enseñanzas elementales, profesionales y de
grado superior.
91
en la mayoría de los casos, por el alto coste económico del
mismo.
92
este instrumento de una forma asequible pero así mismo con
rigurosidad científica.
93
adopción de unos criterios ideológicos con preferencia a otros, se
convierten en objeto de estudio.
94
5. Confeccionar, organizar y seleccionar las tablas,
fotografías, esquemas, cuadros, gráficos, etc., que luego íbamos a
utilizar
95
En la Introducción, incluimos la presentación, justificación y
propósito del trabajo de investigación; el estado de la cuestión,
antecedentes y desarrollo actual del tema; los objetivos, diseño,
metodología y fuentes; así como, el esquema general y
distribución del trabajo de investigación.
96
En el cuarto capítulo, el designado bajo el nombre de Las fichas
como modelo de investigación-acción en el aula. Aspectos
técnicos, adjuntamos y analizamos una serie de fichas cuyo
diseño es de elaboración propia. Éstas nos sirvieron de elemento
de trabajo para nuestra investigación, así como para el análisis y
valoración de los resultados obtenidos a través de Schola de
Fagot en base a la propuesta de programación didáctica y a la
metodología para la enseñanza de fagot implantadas.
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97
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98
5 Contributos da psicologia da música para a
formação de professores do ensino vocacional de música
99
esta deveria ser matéria basilar na formação do professor de
instrumento, dotando-o de atributos de observação/acção que o
ajudem a melhor adequar as estratégias de ensino ao estádio de
desenvolvimento musical de cada aluno. Reforçando a formação
neste sentido, estaremos também a talhar caminho sobre o
entendimento do processo ensino/aprendizagem, já que o
professor esclarecido será aquele que mais poderá contribuir para
o reconhecimento de aspectos relevantes do comportamento
musical ao longo da formação do aluno. Estabelecendo pontes de
conhecimento entre a investigação científica e a prática educativa,
a Psicologia da Música pode contribuir para preparar músicos
com maior consciência da sua relação com a música. A integração
desta disciplina num currículo de formação de professores de
instrumento musical proporcionará, pois, uma preparação mais
sólida e integral do professor o que, naturalmente, se reflectirá na
qualidade do ensino da música do séc. XXI.
100
como a Psicologia da Música, que ajuda a compreender o
comportamento do homem em comprometimento com o seu meio
sonoro.
101
Hoje, volvido mais de meio século, e apesar do enorme avanço
científico verificado nas últimas décadas, podemos afirmar que
esta questão continua em aberto, já que a maioria daqueles que
trabalham em música (i.e. músicos, professores, compositores,
produtores, etc.) continuam afastados do conhecimento alcançado
no âmbito da Psicologia da Música.
102
falta de investigadores e professores com formação
efectiva nesta área; ii. a inexistência de formação nesta
área para a presente geração de professores de
instrumento. Salvo a devida excepção para aqueles que
estudaram noutros sistemas de ensino onde estas matérias
são veiculadas ou que, por iniciativa própria, se
interessaram em investigar um pouco mais, a maioria dos
que se dedicam ao ensino do instrumento não tem
conhecimento sobre os aspectos psico-pedagógicos
envolvidos na sua actividade.
103
planeamento, o movimento, as convenções estilísticas, o controlo
da ansiedade, etc. É, pois, através desta decomposição epistémica
a que obriga o procedimento científico, que a Psicologia da
Música tem vindo gradualmente a fazer o varrimento dos
processos envolvidos, contribuindo de forma decisiva para a
compreensão da performance musical no seu todo.
104
e aquisição de competências musicais faz com que este contexto
artístico tenha vindo a tornar-se no campo de pesquisa de eleição.
105
comunidade científica em tornar a sua produção multidimensional
e operante, portanto, com respostas abrangentes para a explicação
de um fenómeno tão complexo e ao mesmo tempo com soluções
inovadoras para alguns dos problemas encontrados.
106
No entanto, a tradição no ensino da música ocidental é fonte de
um conjunto de saberes e também de juízos que, por ausência de
outra explicação, se foram mistificando, sendo apropriados e
aceites por grande parte da comunidade educativa. Por falta de
comprovação factual e empírica, a verosimilhança de algumas
ideias estabelecidas transfere muitas vezes o ensino musical para
o domínio do intangível, fazendo dos professores de instrumento
os sábios guardiões das alquimias musicais.
107
bem sucedidos enquanto instrumentistas. A sua formação e
experiência pedagógica, embora possa ser tida em conta, é quase
sempre relegada para segundo plano, na presença de um
curriculum onde se destacam as apresentações públicas de mérito.
Será que efectivamente o que conta é o que o professor sabe
tocar? Ou será que o nosso ensino musical está profundamente
desvirtuado pela ideia de que os que estudam um instrumento têm
como principal e único objectivo virem a ser solistas de topo?
Nesta visão parece haver um certo lirismo que confere a outras
actividades, como a de professor por exemplo, uma importância
menor no estatuto da carreira artística.
108
capacidade de comunicação (verbal e não-verbal), o tipo de
actividades que utilizam no trabalho com os alunos e o empenho
pessoal na melhoria das suas próprias competências pedagógicas.
Outro aspecto que serve de referência no ensino instrumental é a
qualidade da relação professor-aluno que, quando pautada pelo
entendimento mútuo, facilita a troca construtiva de ideias, a
análise de modelos de referência e o feedback sobre a
performance do aluno, proporcionando a construção de hábitos de
auto-regulação e desenvolvimento de estratégias metacognitivas
essenciais à aprendizagem efectiva.
109
instrumento carece de competências analíticas e relacionais que a
formação em Psicologia da Música pode ajudar a adquirir.
110
e controlo da ansiedade; Dos modelos de
avaliação da performance;
111
responsabilidades acrescidas? Isto é, sabendo que pode conhecer
de forma mais detalhada os aspectos psicológicos e funcionais
envolvidos, será que o professor não tem o dever de promover o
seu próprio rendimento pedagógico e consequentemente o da
aprendizagem dos seus alunos? Mais: sucede que os
conhecimentos e as reflexões no âmbito da Psicologia da Música
podem ajudar o professor de música a desenvolver-se como
docente e a compreender-se melhor como músico. Poderá este
dar-se ao luxo de prescindir de tal ferramenta de trabalho? A
propósito das vantagens práticas do conhecimento sobre a
performance pianística, Parncutt (2007: 8) sustenta o seguinte:
“Improved knowledge of relevant physics, physiology, and
psychology - which can be acquired in a fraction of the time
necessary to acquire advanced pianistic skills – may help pianists
to achieve technical and interpretative goals more quickly”.
Relativamente aos professores de instrumento a questão torna-se
ainda mais premente, já que estes estão responsáveis por conduzir
os seus alunos por um processo que na maioria das vezes perdura
por vários anos, durante o qual o seu contributo é decisivo na
determinação da continuidade ou da desistência, do sucesso ou do
insucesso (Hallam 2006).
112
melhor observador e adequando mais eficazmente as estratégias
de actuação. O segundo, é o do aluno passar a beneficiar de um
ensino em articulação com um conhecimento estruturado,
adaptável às suas necessidades educativas e ao nível de
desenvolvimento musical em que se encontra, por isso, com
maiores probabilidades de sucesso. Em último lugar, mas não
menos importante, este pode bem ser um processo que se
alimenta a si próprio, já que o professor avisado será aquele que
reconhecerá na sua prática do dia-a-dia as fragilidades e/ou a
utilidade dos conhecimentos alcançados, encontrando-se numa
situação privilegiada para cooperar com a pesquisa no âmbito do
ensino da performance musical.
113
A ciência e a arte deixaram há muito de ser estruturas
compartimentadas, fechadas sobre si próprias. Complementando-
se em associação simbiótica são, agora mais que nunca, um
núcleo de potenciação do saber e da criação artística. Por isso,
parece-nos absolutamente imprescindível que, tal como já
acontece noutros países, possamos considerar a Psicologia da
Música como uma ferramenta fundamental na compreensão e
mediação produtiva do processo de ensino/aprendizagem musical,
e que por esta razão deva ser facultada a todos aqueles que em
breve se tornarão profissionais do ensino da música.
Consideramos que esta é uma premissa essencial para o
estabelecimento de um paradigma educativo em que o professor
de música, dotado de um conhecimento eclético, transdisciplinar e
abrangente, estará melhor preparado para garantir a qualidade do
ensino de instrumento no séc. XXI.
Bibliografia
114
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Williamon, A. (2004). Musical Excellence: Strategies and
Techniques to Enhance Performance. Oxford: Oxford University
Press.
115
6 Colaboraciones I: Algunas cuestiones prácticas
sobre la disciplina de clase de conjunto
116
Continuando con la colocación de límites o márgenes para esta
comunicación, surge el nivel de enseñanza al cual será aplicado,
pudiendo ser: superior, secundario, básico o preescolar. La
discusión caerá sobre los niveles secundarios y básicos de la
enseñanza musical en Conservatorios y Escuelas de Música.
117
Cámara (desde dúos hasta grupos de constitución Sui Generis,
resultado de la distribución de la población estudiantil entre las
diferentes clases). La elección del grupo a tratar recae, en este
texto, sobre los ensambles Orff, ya que la constitución de las
orquestas más convencionales, como su repertorio, no plantean
grandes problemas (si bien los conjuntos constituidos por la
combinación de niños con poca experiencia con jóvenes más
preparados puede ser motivo de una nueva comunicación). El
trabajo y el repertorio para voces está más explorado.
118
El primer problema que se levanta en las escuelas de música, do
mundo real portugués, es la constitución heterogénea de los
ensambles, formados muchísimas veces por un conjunto de
alumnos que frecuentan desde el primer grado de su formación
hasta alumnos (no muchos) que frecuentan los últimos grados. La
preparación elemental sumada a la curiosidad y entusiasmo de los
primeros está en proporción inversa a la preparación musical y
entrega a este tipo de trabajo por parte de los segundos. En este
caso la tarea pedagógica del profesor responsable se ve
dificultada por una cuestión administrativa del establecimiento
donde trabaja.
119
para ayudar a desenvolver comportamientos dentro de un grupo
(valga la redundancia) necesarios en cualquier colectivo.
120
UniRio, A literatura pianística do século XX para o
ensino do piano nos níveis básico e intermediário, donde
la autora hace referencia a pasajes retirados de obras para
piano del Siglo XX, entre las cuales se destaca una
cantidad significativa de obras de compositores brasileros.
Como aprovechar la riqueza instrumental, rítmica,
armónica, etc. de una obra compete a cada profesor
responsable.
• La función disciplinadota de una clase de conjunto que
puede estar preconcebida durante la composición musical
podrá ser aplicada a niños y jóvenes. Se estimulará, por
ejemplo, con partes individuales muy simples para ser
ejecutadas por alumnos con alguna pericia, para trabajar
las “virtudes de la humildad y la paciencia”, o bien partes,
con relativamente poco material para ser ejecutado, para
llamar la atención de que cada elemento de la
composición musical es vital para mantener saludable el
organismo de la partitura, pudiendo hacerse referencia a
las catorce notas da Tuba en la Sinfonía del Nuevo Mundo.
Sirvan las páginas que restan para ilustrar con dos ejemplos,
compuestos por mi, los secos comentarios proferidos hasta este
momento.
121
La primera de estas piezas, Móbiles I, fue escrita para un ciclo de
ocho pequeños gestos musicales que serían presentados en
Navidad y acompañados por la lectura de poemas de escritores
portugueses referentes a dicha celebración religiosa. Esto es
porque la música en sí misma no completa el espectro de las
“competencias” que en principio deben caracterizar a una
composición musical. El texto recitado sobre las texturas creadas
funciona como foco de atención, que es “decorado” por texturas
musicales que funcionan en segundo plano.
HISTÓRIA ANTIGA
122
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
123
Móbiles I
124
Con respecto de la “partitura”, puede decirse que es clara y
analógica. Cada letra de ensayo se corresponde con un gesto
musical, rítmico, melódico, mixto o armónico.
A: Puede ser realizado por cualquier grupo de instrumentos que
contemple cierta homogeneidad dentro de los idiófonos o pieles
de diferentes tamaños. El grupo puede estar constituido por tres o
más alumnos. Cada alumno, a una señal de profesor, ejecuta dos,
tres, cuatro o hasta cinco articulaciones de sonido comenzando al
mismo tiempo, cada uno escoge sin comunicar a los colegas, la
cantidad de ataques que realizará. A dinámica está determinada en
la partitura.
B: Gesto que puede ser realizado por láminas de metal y/o un
piano, (tocando sólo en las teclas blancas, a dos o cuatro manos).
Sobre cada una de las líneas rítmicas indicadas, el alumno toca
uno o dos sonidos (simultáneamente) a su elección. En un
conjunto de más de cuatro alumnos los agregados estáticos que se
forman adquieren una sonoridad pandiatónica. El tempo de la
pulsación es lento pero no uniforme. Esto quiere decir que cada
alumno realizará las células rítmicas propuestas a manera de
pedal sin preocuparse con que su tempo coincida con el de los
colegas, obteniéndose así un efecto de “Politempia” (vale el
neologismo) semejante al propuesto cien años atrás por Charles
Ives.
C: Gesto que puede estar a cargo de xilófonos, claves, bloques de
madera, sin mezclar el tipo de instrumento elegido. Los tres o
cuatro alumnos elegidos para este gesto deben tener la capacidad
de crear una secuencia de ráfagas de tres a cinco articulaciones
125
(en el caso de los xilófonos pueden ser gestos rápidos y
descendentes de tres a cinco notas, sin recurrir al glissando)
sucesivas e no simultaneas, lo que obliga a una audición y
concentración realmente activas.
D: A cargo de instrumentos melódicos como por ejemplo, flauta
dulce o traversa. El alumno elegido debe, sobre las notas
propuestas, elegir un modelo de articulación entre los que se
encuentran englobados más abajo. Sonidos que mudan en cada
respiración, sonidos cortos que se articulan rápido y
nerviosamente en grupos de pocas notas o contornos melódicos
de pocas notas (ligados e cantables). La elección recae sobre el
alumno responsabilizándolo a escuchar el contexto en el cual se
insiere su participación.
E: Ataques antifonales entre dos triángulos.
La estructura de la pieza es simple.
El profesor va construyendo las camadas adicionando o retirando
elementos de la textura, siempre dejando tiempo para que cada
“momento” sea perceptible como una sección individual.
Por ejemplo:
1) Comienza el grupo B creando una textura armónico
rítmica, con un carácter algo estático. Dejar “sentir” esta
sonoridad.
2) Sobre la textura anterior puede superponerse ataques de
los grupos A, C o eventualmente D. Recomiendo no
superponer grupos con las mismas características (A o C).
3) Substituir B talvez por D más F.
126
4) Así por delante ir creando secciones con diferentes
elementos que soporten la lectura del poema, cuyas
estrofas serán leídas de acuerdo con señales específicas
del profesor.
127
Conservatorio Chaicovsky de Moscú o el Instituto Gnesin de
también Moscú daban una gran importancia a este aspecto del
sonido. Estos ejercicios de simple lectura, de simple ejecución
pueden bien ser utilizados para llamar la atención de los jóvenes
aprendices a este parámetro muchas veces descuidado en las
clases regulares de instrumento y música de conjunto en muchas
instituciones dedicadas a la enseñanza de la música.
128
7 O contexto social no ensino do jazz: A “jam
session”
José Menezes
129
criativos e originais. Este é um processo que transcende em muito
os aspectos técnicos ou antológicos da aprendizagem que têm
lugar dentro dos limites físicos da sala de aula. Pelo interesse que
estes aspectos da pedagogia do Jazz me suscitam proponho uma
reflexão sobre a transmissão de elementos de natureza social no
ensino do Jazz ao mesmo tempo que analisarei uma situação de
performance - habitual na prática de Jazz - que, apesar de
informal, contém mais-valias pedagógicas importantes: A jam
session.
130
forma a proporcionar a intimidade entre os músicos e a minimizar
a interferência do público (Cameron, 1954: 178) público esse que,
não sendo o primeiro destinatário da performance é, na maior
parte dos casos, apenas uma testemunha do desenrolar de
acontecimentos.
131
Mas, de todos estas funções, interessar-me-ão, de momento, as
relacionadas com os aspectos educativos e de construção
identitária presentes numa jam session.
Diz-nos Scott (2004) que a jam session foi o primeiro local onde
ocorreu a troca pedagógica no Jazz. Dizzy Gillespie (1982: 134)
por sua vez, considerava-a como um local privilegiado para a
troca de ideias musicais, ele, que na década de 40, foi um dos
principais mentores de uma linguagem que redefiniu o jazz – o
bebop – linguagem nascida e apurada principalmente ao longo de
inúmeras jam sessions. Através de tentativa e erro, num contexto
social e em contacto com a tradição, os neófitos não só aprendiam
os elementos de carácter técnico relativos à improvisação mas
também, através de observação e imitação, tomavam contacto
com o processo de se tornarem “músicos de jazz”.
132
174). Contudo, mesmo na actualidade a jam session é um meio
privilegiado de transmitir a linguagem do Jazz através de
processos orais e imitativos (Scott, 2004: 285), processos esses
habitualmente pouco acarinhados pela academia. Vários
educadores, contudo, chamam a atenção para a importância desta
“aprendizagem social” ao mesmo tempo que sublinham a
importância da criação de condições pedagógicas para a sua
inclusão nos currículos. Um destes pedagogos é o pianista Barry
Harris, que orienta regularmente cursos que ficaram célebres não
só pelo seu sucesso pedagógico mas também pela metodologia
aplicada. Barry Harris usa a jam session como ferramenta
pedagógica, proporcionando aos alunos a oportunidade de
aprenderem a linguagem vernacular do Jazz no contexto social da
jam session. A abordagem pedagógica de Barry Harris estrutura-
se segundo um eixo fundamental: veicular, desde o princípio, a
aprendizagem da improvisação ao envolvimento com outros
músicos (Scott, 2004: 287). Dessa forma é valorizada desde muito
cedo a noção de que a improvisação jazzística não assenta apenas
nas capacidades técnicas ou no talento de um único indivíduo mas
sim na negociação de capacidades, talentos, tensões entre todos os
elementos do grupo.
133
encontramos no sistema de ensino de música nos países
ocidentais, estes processos estão, contudo, presentes nas
sociedades africanas de tradição oral. (Soules, 2002). Diz-nos
Miller Chernoff (“African Rhythm and African Sensibility”
1979, University of Chicago Press, citado em Soules, 2002) :
134
Aquilo a que designarei de “protocolo”- no Jazz ou no ensemble
africano - é constituído por uma série de códigos que estabelecem
uma estrutura normativa de procedimento e são explicita ou
implicitamente veiculados na forma de expressão do
improvisador (Soules, 2002) .
135
faço-o não com uma visão linear da história do Jazz ou seja,
centrada fundamentalmente na performance e cristalizada em
torno de um punhado de ícones que viveram num tempo há muito
passado e num lugar geograficamente restrito. Falo de uma visão
eclética do passado do jazz, centrada numa perspectiva social,
plurifacetada e crítica e onde as questões do canon e da
“autenticidade” são confrontadas com a história da miscigenação
cultural na qual o jazz teve origem, uma visão histórica que tenha
presente que a única verdadeira tradição do Jazz é, afinal … a
mudança.
136
Por estas razões alguns musicólogos consideram a jam session
como “mero evento de carácter competitivo cuja única função é a
de embaraçar, humilhar e afastar do palco os menos experientes”
(Balliett, 1998 citado em Scott, 2004: 285). Contudo esta visão
peca, a meu ver, por alguma superficialidade. Os aspectos
aparentemente cruéis ou humilhantes presentes numa jam session
representam componentes de um intrincado ritual de passagem.
137
- o jovem músico acumula também “capital simbólico”
(reputação), só então podendo ascender a mais um patamar na
estrutura social já que, como nos diz Kirschbaum ( 2007: 191) o
“capital cultural” só tem valor útil se acompanhado de “capital
simbólico”. Confiabilidade e estabilidade de laços sociais com os
seus pares constituem outros aspectos importantes dum “capital
social” que, juntamente com o cultural, conduzem á liderança e
consequente reforço do capital simbólico (muitas vezes com um
reforço do capital económico, propriamente dito…). Contudo,
alguns aspectos podem fugir a esta lógica. Um deles está ligado
ao instrumento que é tocado pelo músico. Os diferentes papéis
funcionais do instrumento tendem a determinar diferentes
experiências, sensibilidades e prioridades (MacDonald and
Wilson, 2005: 403). Como nos diz Ingrid Monson (1996: 26) três
funções básicas podem ocorrer num grupo de jazz: manter o
tempo, acompanhar e improvisar.
138
solista que seja demasiado dependente do suporte rítmico e
harmónico tende a gerar constrangimentos de vária ordem à
criatividade da secção rítmica. Pelo contrário, um solista auto-
suficiente harmónica e ritmicamente tende a usar o grupo de uma
forma apenas utilitária, sem estabelecer nenhuma forma de
interacção musical com os membros da secção rítmica (Berliner,
1994: 411). Mais uma vez, a jam session se revela como o lugar
onde estas tensões são negociadas. Como afirma Paul Berliner :
“uma improvisação colectiva é produto não só de conceitos
puramente musicais, gostos e capacidades técnicas mas também
das diferentes formas de interacção social, relações de poder
dentro do grupo e da predisposição para o compromisso colectivo
(Berliner, 1994: 430).
139
envolvidos mas pela análise e negociação de aspectos de ordem
social.
140
que, apesar de não detectável no momento, sê-lo-á à luz da
acção futura
• Desenvolver o estreitamento de laços entre membros de
uma comunidade de praticantes ou colaboradores
• Alternar papéis na estrutura organizacional de tal modo
que cada membro possa eventualmente desempenhar todas
as funções (Barrett, 2002 cited in Alterhaug, 2004:107).
141
o percurso do aluno nas suas componentes técnicas do domínio do
instrumento, da assimilação das novas sonoridades, do
alargamento da sua percepção musical ou da sua capacidade de
recombinação dos materiais estudados é, todos concordamos,
fundamental. Mas é também fundamental avaliar o
desenvolvimento das suas capacidades de interacção social e
sónica no contexto do grupo, avaliar a sua disponibilidade para a
integração no processo “aqui e agora” de construção colectiva. Se
como nos disse Miller Chernoff “No ensemble africano…o valor
de um determinado ritmo assenta no seu potencial para ser
afectado por outros ritmos” também no jazz o valor musical
intrínseco do praticante passa fundamentalmente pela sua
capacidade de interacção com o ensemble. E toda esta dinâmica -
feita por um lado de elementos técnicos e objectivos e por outro,
de componentes relacionais e expressivos, toda esta dinâmica,
dificilmente poderá ser alvo de uma avaliação assente apenas no
habitual exame de música, conforme ele é tradicionalmente
encarado. Em meu entender, o local para uma avaliação integral e
integrada da progressão do estudante de Jazz é a jam session.
142
• Fornecer ao aluno uma visão não só do seu
desenvolvimento técnico mas também da evolução das
suas capacidades de interacção e adaptação
• Integrar o momento avaliativo numa experiência de vida
“real”
• Integrar “processo” e “produto” no momento da avaliação
• Avaliar não só a aprendizagem do “fazer” mas a
aprendizagem do “ser”.
143
Estas são precisamente as áreas que podem ser muito
positivamente afectadas pela inclusão da jam session no processo
pedagógico do jazz quer como forma privilegiada de transmissão
de conhecimento quer como contexto ecológico de avaliação.
Bibliografia
144
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Soules, Marshall (1997). Protocols of Improvisation and Online
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Technology '97 Conference, in Victoria, B.C.
145
8 Práticas Jazzísticas no Ensino do Clarinete
Introdução
146
(estudo/interpretação) do seu repertório tradicional. Ao integrar
estas práticas, o clarinetista não só ficará equipado com um
espectro mais largo de exercícios para o estudo do seu
instrumento, bem como incorporará no seu dia-a-dia o estudo da
sempre tão “inacessível” improvisação.
147
Quadro 1, Diferenças Estéticas
1. Beat 1. Offbeat
7. Polyphony 7. Polyrhythm
8. I-V 8. I-IV
9. Variation 9. Repetition
17. Formal study, separated from daily life 17. Informal, integrated with daily life
148
Apesar destas diferenças estéticas, ao longo da história da música
as influências de certa música não erudita no seio da música
erudita tem sido uma constante. Foram muitos os compositores
que fundiram as duas tradições, ultrapassando barreiras estilísticas
e provando a sua compatibilidade. Além dos aspectos estéticos
que são intrínsecos nas diversas “músicas do mundo”, também a
improvisação (embora pouco frequente na música “escrita”) tem
merecido muito interesse de intérpretes consagrados. De facto, a
música erudita tem absorvido diversas influências de diferentes
músicas populares dos “quatro cantos do mundo”. O jazz tem sido
reconhecido como um dos géneros musicais que mais facilmente
faz a ponte entre as tradições erudita e não erudita, sendo
inúmeros os casos de compositores e obras que ilustram este
facto. Não podendo deixar de assinalar que a influência da música
popular no seio da música erudita é secular, o processo de mistura
do jazz com a música erudita foi iniciado nos anos 20 do século
XX e mantém-se até hoje.
149
influenciados por elementos característicos do jazz no seu
processo de composição.
150
Benny Goodman foi primeiro clarinetista de jazz a ser
reconhecido no seio da música erudita. Como veremos mais à
frente, um número significativo de obras compostas por
personalidades de renome da tradição erudita foram-lhe
dedicadas, incorporando estas referências à música jazz. Também
o clarinetista Eddie Daniels, para além de diversas gravações de
obras eruditas de Brahms e Weber, é um dos destacados
intérpretes do jazz actual. No disco Breakthrough (GRP 1024)
podemos ouvir uma fusão de estilos; a partir de temas eruditos
como Solfeggietto ou Siciliano de Carl Phillipe Emmanuel Bach,
e após a apresentação do tema na sua forma original, é feita uma
variação jazzística na qual Daniels improvisa com o
acompanhamento de uma secção rítmica de jazz, sendo o tema no
final retomado na sua versão erudita.
151
pianista e maestro André Previn, paralelamente ao seu trabalho
como músico erudito, tem dedicado parte da sua carreira ao jazz.
Para além da sua formação como pianista clássico, tocou com
Goodman, tendo participado em algumas das suas gravações.
Gravou também com o trombonista J. J. Johnson música de Kurt
Weill e, enquanto director da orquestra de Boston, conjugava
programas que combinavam repertório erudito e jazz (Firestone
1993).
152
memória e da capacidade de análise exigido pelo estudo do jazz,
favorecem as capacidades de interpretar música escrita assim
como motivam os alunos para aprender”. Para Gellrich (1995), “o
ensino da improvisação deve ser dividido em diversas áreas e
articulado com o ensino tradicional”. Cada músico tem
características sonoras individuais e uma personalidade musical
distinta. Esta personalidade compreende traços estilísticos
individuais, tais como: fraseado, articulação, som (por ex.
timbre), e ideias musicais características. O processo de
aprendizagem compreende então a procura por uma voz própria
(Berliner 1994), sendo o ouvido o sentido mais importante neste
processo.
153
parte importante da formação artística de todos – como parte da
democracia, digamos assim” (Gelly 2000).
Questões metodológicas
154
aspectos relacionados com a sua própria prática musical que são
ainda hoje actuais e por esta razão relevantes para o ensino do
clarinete.
155
natural), ou os modos que têm como base na escala menor
melódica, mixolídio b6 (modo do V) ou o superlócrio (modo do
VII), para falar apenas das mais utilizadas.
156
ponto e segundo o autor “cada nota deve ser atacada com um leve
toque da língua sem perder a qualidade do som”. Na sequência, o
exemplo 31 utiliza semicolcheias, enquanto as notas sugerem
alguns padrões que vão do mi2 ao mi4 sempre na tonalidade de
Dó Maior (C∆), o texto refere como objectivo que este estudo
”deverá ajudar o aluno a perceber o feeling exacto da
semicolcheia.”
157
e praticados até se tornarem fáceis.” Os compassos variam entre
4/4, 3/4 e 2/4; as tonalidades não vão além das três alterações na
armação de clave, mas os subtítulos dos exercícios também
sugerem assuntos muito interessantes como: (61) “estudo das
semicolcheias no compasso 2/4”, (62) “estudo rítmico”, (64)
“estudo em tempo de valsa”, (65) “estudo dos acentos rítmicos”,
(69) “combinação entre staccato e legato”, (71) “estudo técnico”,
(72) “estudo das tercinas”. Além do carácter tonal e da
simplicidade rítmica dos exercícios, as sugestões são interessantes
e na realidade dão pistas sobre as preocupações essenciais dos
clarinetistas até aos nossos dias.
158
temas são de autores como Mel Powell (6) Clarinade e (7) I´m
Here, assim como (9) Oomph Fah Fah, da autoria de Ellis L.
Larkins. Enquanto folheamos os temas, encontramos pelo meio
vinte e dois desenhos legendados que funcionam como uma
pequena fotobiografia de Benny Goodman. Estes desenhos
ilustram o percurso do músico desde o início da sua carreira até
1940, quando o seu estilo já tinha alcançado grande maturidade.
Apesar da grande quantidade de bons conselhos e apresentação de
exercícios de referência, nesta secção do método seria relevante
haver uma pequena abordagem das cifras e das formas dos temas.
Este tipo de abordagem seria relevante sabendo que Benny
Goodman deu um importante contributo ao jazz como
improvisador, podendo assim indicar processos visando o estudo
da improvisação.
159
No pensamento escalar, os músicos de jazz relacionam as escalas
entre si de forma independente, falando de modos naturalmente.
São de referir, por exemplo a sucessão dos graus de uma escala
que, no ensino tradicional, estão relacionados com uma armação
de clave, enquanto no jazz se privilegia a sucessão de tons e
meios-tons e a relação interválica entre o acorde e os vários graus
da escala - sendo aqui a acuidade auditiva da maior importância.
É necessário tratar as escalas dentro de um contexto harmónico e
não apenas como uma sucessão de notas. Por exemplo, a
diferença entre a escala maior e a menor melódica é apenas no
terceiro grau menor.
160
Improvisação estudada e pré-composição
161
técnico do instrumentista, com vista à interpretação do reportório,
sendo o seu domínio essencial também para a improvisação.
162
mais apropriadas e esse conhecimento prévio é imprescindível
para que o discurso na improvisação explore correctamente estas
relações, e faça a gestão correcta das dissonâncias e consonâncias.
Em alguns temas o autor indica também a escala ou modo que
deve ser utilizada, por exemplo: alt refere-se à escala alterada ou
modo superlócrio, por exemplo F7 alt. Pode ser considerado
como o modo do 7º grau da escala menor melódica e a sua
sucessão interválica é MTMTTTT. Nos temas Milestone ou So
What para além da cifra, o seu autor, Miles Davis, indicou
também o modo que deve ser utilizado na improvisação, Dm7
dórico ou Am7 eólio. De facto, estes princípios, ao serem
explorados pelo clarinetista erudito tornam-se muito importantes
na performance musical de todo o repertório do seu instrumento,
já que, na música tonal, a relação entre melodia e harmonia é
também uma constante.
163
necessário, para além de ouvir jazz, praticar as escalas e os
arpejos, tocando-os com uma articulação swing até à 9ª; isto de
forma a manter um movimento de contínuo de colcheias num
compasso quaternário. Poder-se-á também decidir uma sucessão
de acordes ou tonalidades e praticá-los nos doze tons.
164
metronómico fixo, colegas para interagir, experimentando assim a
relação melodia/harmonia e a sensação de tocar para além do que
está escrito. Será importante fazer estas experiências, ainda que
de forma básica, uma vez que a esmagadora maioria da música
erudita está totalmente definida.
Conclusão
165
Conclui-se então que uma metodologia de ensino inclusiva do
ponto de vista de prática e género, não só servirá para ajudar a
resolução de dificuldades pontuais de aprendizagem do
instrumento tradicional, mas preparará melhor o clarinetista para
os desafios profissionais que lhe são feitos no séc. XXI.
Acreditamos profundamente que a escola do futuro deverá formar
instrumentistas capazes de integrar uma orquestra sinfónica,
assim como uma big band de jazz – tal como prova o percurso de
Benny Goodman. Assim, a formação académica do músico
prático do futuro será enriquecida, sendo capaz de responder às
exigências e desafios de um universo musical cada vez mais
globalizado esteticamente.
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Benny Goodman, Hodder & Stoughton.
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