Você está na página 1de 17

GESTÃO DE RISCOS – TERMINAL QUÍMICO

Rodrigo Azadinho Mucin


Engenheiro Ambiental pelo Centro Universitário Fundação Santo André, SP/Brasil
Faculdades Metropolitanas Unidas, SP/Brasil
rodrigomucin@gmail.com

RESUMO

Este trabalho avalia os riscos relacionados com a movimentação dos produtos em um terminal
químico, através da aplicação da técnica de avaliação de risco qualitativa, conceitos da Análise
Preliminar de Perigos (APP), adaptada para avaliar os cenários possíveis de ocorrer em
instalações de terminais durante a movimentação destes produtos, e analisar os cenários
visando segurança e meio ambiente. O foco é sobre a aplicação da técnica de análise de risco
para avaliar os riscos sociais e individuais que essas operações representam para obras e
população vizinha, que deverão ser comparados com os critérios de aceitabilidade definidos.
Auxiliando os gestores a definirem ações para a diminuição dos riscos para os trabalhadores,
circunvizinhança e o meio ambiente, fazendo com que o desenvolvimento econômico e ações
produtivas possam ser compatíveis com a segurança de pessoas e proteção ambiental, por
meio do conhecimento de riscos e aplicação de ações mitigadoras.

PALAVRAS-CHAVE: risco industrial, análise preliminar de perigos, segurança, gestão de risco

Scientific Journal of the Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, Brasil.


Recebido/ received: 05/11/2014 Desk Review Abstract on the last page
Aprovado/ accept: 15/01/2015 Double BlindReview Resumen en la última página
Rodrigo Azadinho Mucin

INTRODUÇÃO

Qual o papel da análise de riscos? Avaliar quantitativamente os riscos em uma


instalação industrial, baseado em técnicas de identificação de perigos, estimativa de
frequências e consequências, análise de vulnerabilidade e na estimativa do risco
(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental [CETESB] (2014)), tendo como
função a prevenção de acidentes que possam colocar em risco a saúde e a segurança da
população interna e externa do empreendimento, bem como o meio ambiente como um
todo, definição utilizada pelas seguradoras.
A análise de risco é uma metodologia que permite a identificação do perigo e
avaliação dos riscos de um processo. A análise de risco é feita em processos existentes,
em modificações e/ou em novos projetos, no intuito de identificar potenciais riscos de
acidentes e incidentes (Occupational, Safety and Heath Administration [OSHA] (2000)).
Processo de gestão de riscos é a aplicação sistemática de políticas, procedimentos
e práticas de gestão para as atividades de comunicação, consulta, estabelecimento do
contexto, e na identificação, análise, avaliação, tratamento, monitoramento e análise
crítica dos riscos (Associação Brasileira de Normas Técnicas [ABNT] (2009)).
A Gerência de Riscos surgiu como técnica, nos Estados Unidos, no ano de 1963,
com a publicação do livro Risk Management in the Business Enterprise, de Roberth Mehr
e Bob Hedges. Ao longo de todo esse período, até hoje, a Gestão de Riscos continua
sendo entendida como um conjunto de técnicas de abordagem aplicadas à identificação,
conhecimento e prevenção das perdas que possam estar associadas aos riscos
estudados e determinados nas análises de riscos, com vistas à análise quantitativa
desses. Deve-se enfatizar que, em um processo de gestão, qualquer que seja este, o
importante é não atacar as consequências dos problemas, mas sim suas causas.
Atualmente, têm sido projetados e construídos terminais para armazenamento de
produtos químicos e petroquímicos cada vez maiores no Brasil e em todo o mundo, com a
finalidade de servirem como base de abastecimento para indústrias e seus processos.
Esses novos terminais tiveram o intuito de atender as necessidades do consumo,
resultado da produção em massa. A produção industrial teve que ser em grande escala
para que os produtos se tornassem mais competitivos, uma vez que grandes volumes de
produção reduzem os custos de produto final. Essas mudanças aumentam os inventários
de produtos químicos armazenados fora das empresas, causando também acréscimo da
frequência de transporte desses produtos. Esses fenômenos contribuem para elevação da
frequência de acidentes e incidentes, devido ao maior volume de diferentes produtos
químicos armazenados em terminais.
Neste artigo será tratada a análise de riscos, utilizando a técnica de Análise
Preliminar de Perigos (APP), como ferramenta de avaliação prévia para implantação de
INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 112
Gestão de riscos – terminal químico

um Terminal Químico, onde a mesma servirá terá o objetivo de mensurar os riscos para
segurança, decorrentes de perigos do empreendimento a ser instalado.
Cada setor específico ou aplicação da gestão de riscos traz consigo necessidades
particulares, vários públicos, percepções e critérios. (ABNT, 2009)
O projeto de análise de risco contemplará a ampliação do terminal contemplará a
construção do parque de tanques de produtos químicos, plataformas para o
descarregamento e carregamento de caminhões, bem como será construída a casa de
bombas.

HISTÓRICO DE ACIDENTES INDUSTRIAIS

A demanda industrial por novos materiais e produtos químicos aumentou


significativamente após a segunda guerra mundial, seguida pela mudança da base de
carvão para o petróleo. O setor químico por ter alta concorrência entre empresas, e o
avanço tecnológico acelerado, contribuiu para ocorrência de vários incidentes e acidentes
no mundo, tanto em nível de óbitos quanto em fatores ambientais.
Estatísticas mostram que esses acidentes têm sua maior severidade em países em
desenvolvimento, como Índia, México e Brasil, e envolvem indústrias multinacionais e
nacionais.
Alguns acidentes serviram como marco para as indústrias químicas e
principalmente para gestão de risco. Em 1974, a explosão em um reator de produção de
caprolactama, em Flixborough, Inglaterra, tornou-se um marco na questão da avaliação
de riscos e prevenção de perdas na indústria química. O acidente levou ao
estabelecimento do Advisory Committee on Major Hazards (ACMH), na Inglaterra, que
durou de 1975 a 1983 e introduziu uma legislação para controle de riscos maiores nas
indústrias. Já em 1976, outro grande acidente em um reator químico, com liberação de
dioxina, em Seveso (Itália), gerou um profundo impacto na Europa, tornando-se o
estímulo para o desenvolvimento da Diretiva de Seveso, que tem como objetivo a
prevenção de acidentes graves com substâncias perigosas e a determinação de suas
conseqüências. para o homem e para o meio ambiente.
Outros acidentes de grande impacto se seguiram no mundo, podendo-se citar,
entre eles: San Carlos (Espanha, 1978), eu tiraria porque você já falou em cima Cidade
do México (México, 1984), Chernobyl (Ucrânia, 1986) e Piper Alpha (Mar do Norte, 1988),
os quais vieram a reforçar a necessidade de desenvolvimento na área de avaliação de
riscos e prevenção de perdas, bem como a necessidade de estabelecimento de diretrizes,
regulamentos e legislações sobre o tema, com o objetivo de reduzir ou evitar a ocorrência
de acidentes industriais maiores.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 113
Rodrigo Azadinho Mucin

No Brasil o principal acidente ocorreu na Vila Socó em 1984, após o rompimento de


um duto de gasolina seguido de incêndio em Cubatão, causando cerca de 500 vítimas,
das quais 93 fatais. Em função disso, juntamente com o conhecimento da Diretiva de
Seveso, parte do grupo de técnicos da CETESB, que atuava no setor de atendimento
corretivo, relacionado a acidentes com produtos químicos, demonstrou interesse pela
questão preventiva, dando início em 1985 à pesquisa em relação ao tema. (CETESB,
2014)
As lições aprendidas com estes acidentes devem ser divulgadas com o objetivo de
evitar a recorrência de outros eventos semelhantes. Além disso, também servem como
premissa para análise de risco de diferentes empreendimentos.

METODOLOGIA

Esse capítulo descreve a metodologia utilizada para a identificação dos perigos


relativos às instalações do Terminal.
A Análise Preliminar de Perigos (APP), do inglês Preliminary Hazard Analysis
(PHA), é uma técnica desenvolvida pelo programa de segurança militar do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos (MIL-STD-882B). Normalmente, a APP é utilizada na fase
inicial de projeto, embora venha sendo aplicada em unidades de operação, permitindo
uma análise crítica dos sistemas de segurança existentes e a identificação das possíveis
hipóteses de acidentes.
Essa ferramenta foca os eventos perigosos cujas falhas têm origem na instalação
em análise, contemplando tanto as falhas intrínsecas de equipamentos, de instrumentos e
de materiais, quanto os erros humanos.
Na APP são identificados os perigos, suas causas, os efeitos (consequências) e
suas respectivas categorias de frequência, severidade e risco, sendo apontadas eventuais
observações e recomendações pertinentes aos perigos identificados. Os resultados são
apresentados em planilha padronizada, conforme figura abaixo:

APP – Análise preliminar de perigos


Unidade: Folha:
Sistemas: Operação: Referência: Data:
Nº da Perigo Causa Efeitos Categorias Observações (O) /
Hipótese Freq. Sev Risco Recomendações (R)
Pessoal

Instalações

Meio
Ambiente
Imagem

Figura 1: Modelo para apresentação de resultados da Análise Preliminar de Perigos.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 114
Gestão de riscos – terminal químico

Fonte: Adaptado de Fleming, P. V., Garcia, C. B. (1999). Avaliação de Riscos industriais e Ambientais com a
análise Preliminar de Perigos (APP) e lógica Fuzzy (p. 03). Recuperado em 21 setembro, 2014, de
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0521.pdf

 Sistemas: Etapa do Processo Analisada;


 Número da hipótese: número sequencial do perigo identificado nas linhas;
 Perigo: evento que define a hipótese acidental e está normalmente associado a
uma ou mais condições com potencial de causar danos às pessoas, ao patrimônio
ou ao meio ambiente;
 Causas: fatos geradores dos eventos acidentais descritos na coluna “Perigo”, que
geralmente estão associados à ocorrência de falhas intrínsecas em equipamentos
ou com a execução de procedimentos errados/inadequados (falhas
operacionais/erros humanos);
 Efeitos: possíveis consequências associadas a um determinado perigo, sendo
categorizada para Pessoal, Instalações, Meio Ambiente e Imagem;
 Categoria de Frequência: A sexta coluna corresponde à frequência de ocorrência
das causas dos Riscos identificados. A Tabela 1 apresenta as categorias de
frequência;
 Categoria de Severidade: Graduação qualitativa do efeito, associado ao cenário
acidental, de acordo com a classificação apresentada na Tabela 2;
 Categorização do Risco: Relação estabelecida entre os níveis definidos de
frequência e consequência de um determinado Risco, de acordo com a matriz de
Risco apresentada na Tabela 4.3;
 Observações (O) / Recomendações (R): observações pertinentes ao Risco e
respectivos cenários acidentais, sistemas de segurança existentes ou
recomendações para o gerenciamento dos riscos associados.

A etapa seguinte consiste na classificação dos cenários de acidente, identificados de


acordo com categorias pré-estabelecidas de frequência de ocorrência e magnitude dos
efeitos.
De acordo com a metodologia da APP, os cenários de acidente devem ser
classificados em categorias de frequência, as quais fornecem uma indicação qualitativa
da frequência esperada de ocorrência para cada um dos cenários identificados.

Tabela 1
Categorias de Frequências de Eventos

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 115
Rodrigo Azadinho Mucin

CATEGORIA FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO


Conceitualmente possível, mas extremamente
Extremamente <1 em 10^6 anos
A improvável de ocorrer durante a vida útil da
Remota Instalação. Não há referências históricas de que
isto tenha ocorrido.
1 em 10^4 a 1 em 10^6 anos Não esperado ocorrer durante a vida útil da
B Remota
Instalação, apesar de haver referências históricas.
1 em 10^2 a 1 em 10^4 anos Possível de ocorrer até uma vez durante a vida útil
C Pouco
da Instalação.
1 por ano a 1 em 10^2 anos Esperado ocorrer mais de uma vez durante a vida
D Provável
útil da instalação.
>1 por ano Esperado ocorrer muitas vezes durante a vida útil
E Frequente
da Instalação.
Fonte: Adaptado de Fleming, P. V., Garcia, C. B. (1999). Avaliação de Riscos industriais e Ambientais com a
análise Preliminar de Perigos (APP) e lógica Fuzzy (p. 05). Recuperado em 21 setembro, 2014, de
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0521.pdf

Esta avaliação de frequência poderá ser determinada pela experiência dos


componentes do grupo de análise risco ou por banco de dados de acidentes (próprio ou
de outras empresas similares).
Os cenários de acidente também devem ser classificados em categorias de
severidade, as quais fornecem uma indicação qualitativa da severidade esperada de
ocorrência para cada um dos cenários identificados.

Tabela 2
Categorias de Severidade de Eventos
CATEGORIA
DESCRIÇÃO / CARACTERÍSTICAS
SEVERIDADE
Segurança Pessoal Patrimônio Meio Ambiente Imagem
I Desprezíve Sem lesões, ou no Danos leves ao sistema Sem danos ou com Sem
máximo casos de sem comprometimento da danos Impacto
primeiros socorros, sem continuidade operacional insignificantes
afastamento da instalação industrial
II Marginal Lesões leves em Danos leves ao sistema Danos Leves Impacto
empregados e terceiros. com comprometimento da Local
Ausência de lesões continuidade operacional
extramuros da instalação industrial
III Crítica Lesões de gravidade Danos severos ao Danos severos Impacto
moderada em pessoas sistema da instalação com efeito Regional
intramuros. Lesões leves industrial (reparação localizado
em pessoas extramuros lenta)
IV Catastrófica Provoca mortes ou Perda da instalação Danos severos em Impacto
lesões graves em 1 ou industrial áreas sensíveis ou Nacional
mais pessoas intra ou se estendendo ou
extramuros para outros locais Internacio
nal
Fonte: Adaptado de Fleming, P. V., Garcia, C. B. (1999). Avaliação de Riscos industriais e Ambientais com a
análise Preliminar de Perigos (APP) e lógica Fuzzy (p. 05). Recuperado em 21 setembro, 2014, de
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0521.pdf

E importante observar que cada classe de severidade e frequência deve ser adequada ao
tipo do sistema e empreendimento analisado, para tornar a análise do risco mais precisa e menos
subjetiva.
Combinando-se as categorias de frequência com as categorias de severidade, obtém-se
uma matriz de riscos, a qual fornece uma indicação qualitativa do nível de risco de cada cenário,
conforme:

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 116
Gestão de riscos – terminal químico

Severidade

I II III IV

E M M I I
D T M I I

Frequência C T M M I
B T T M M

A T T T M

Figura 4: Matriz de Risco


Fonte: Elaborado pelo autor.

 Tolerável (T) - O risco é considerado tolerável. Não há necessidade de medidas


adicionais.
 Moderado (M) - O risco é considerado tolerável quando mantido sob controle.
Controles adicionais devem ser avaliados e implementados aplicando-se uma
analise para avaliar as alternativas disponíveis, de forma a se obter uma redução
adicional dos riscos.
 Intolerável (I) - O risco é considerado não tolerável com os controles existentes.
Métodos alternativos devem ser considerados para reduzir a probabilidade de
ocorrência e, adicionalmente, as consequências.
Com os resultados obtidos da APP, listam-se as recomendações de medidas
preventivas e/ ou mitigadoras pela equipe.
Neste estudo, os perigos decorrem basicamente da liberação acidental dos
produtos operados. Assim como princípio básico utilizado na aplicação da APP, foram
identificadas situações típicas relacionadas com grandes liberações (rupturas
catastróficas) e médias liberações (20% do diâmetro da linha), associadas a falhas de
componentes, tais como conexões, válvulas de bloqueio, flanges e linhas, entre outros.
As planilhas da APP, que serão apresentadas na sequência, foram estabelecidas
através de dados prévios do projeto de implantação do empreendimento, sendo então
identificados os principais perigos, suas causas e os respectivos efeitos associados.

ANÁLISE DE DADOS

Nesse capítulo serão apresentados os dados de preenchimento das planilhas de APP,


correspondente ao levantamento do número de cenários de acidentes, identificados por
categorias de frequência e de severidade, identificando-se os cenários classificados nas
categorias de severidade, e identificando os riscos através da Matriz de Risco. Serão
determinadas as recomendações e observações, visando medidas mitigadoras dos riscos
determinados.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 117
Rodrigo Azadinho Mucin

Iremos analisar os seguintes processos nas APP, e dessas premissas serão


geradas as hipóteses de eventos:

 Armazenamento em Tanques (capacidade 100 m³);


 Transferências entre plataformas de carregamento e Tanques;
 Movimentações de produtos em linhas (dutos);
 Bombeamento de produtos;
 Carregamento de caminhões.

Folha: 118 /
Unidade: Terminal Químico
1
Operação: Movimentação de Produtos Químicos Data:
Sistema: Área de Químicos
Referência: Projeto 27/09/14
Categorias Observações (O) /
Causas Efeitos
Hipótese Perigo Freq
(possibilidade) Sev. Risco Recomendações (R)
.
Ruptura parcial Em caso de existência de fonte de
da linha e/ou ignição, risco de lesões moderadas
equipamento causadas por: M
Pessoal III
causada por:  Incêndio em Poça; O1) A operação de
Médio
 Corrosão  Flashfire; descarga/carga de produtos é
vazamento
(pouco  UVCE. sempre feita com a presença
de líquido
provável); humana.
inflamável na
 Falha de Danos moderados a equipamentos O2) Inspeção visual
linha, desde M
material; Instalações e instalações, em caso de III permanente na área da base.
01 as C
 Impacto existência de fonte de ignição. O3) Presença de
plataformas
mecânico procedimento de inspeção e
de
associado à manutenção preventiva
carregament Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
falha humana; III M periódica dos tanques, linhas
o até as Ambiente caso haja vazamento do produto.
 Falha e equipamentos.
bombas de
Operacional; O4) Existência de
transferência
 Causas procedimento para carga e
Naturais; Imagem Comprometimento da Imagem. III M descarga de produto de
 Ações de caminhão-tanque;
Terceiros. O5) Presença de
Em caso de existência de fonte de equipamentos de
Ruptura ignição, risco de morte e lesões salvaguarda:
catastrófica da graves causadas por: M - Indicador de pressão, chave
Pessoal IV
linha e/ou  Incêndio em Poça; e alarme alto de pressão após
equipamento  Flashfire; as bombas;
Grande  UVCE.
causada por: -Indicador de pressão,
vazamento
 Falha Danos severos a equipamentos e transmissores de temperatura
de líquido
mecânica da Instalações instalações, em caso de existência IV M e nível, chave de nível alto,
inflamável na
linha ou de de fonte de ignição. alarme de nível alto e baixo,
linha, desde
componentes -Válvulas manuais;
as
associados; Meio Contaminação de Água, Ar, Solo -Sistema de nitrogênio para
02 plataformas B IV M
 Falhas em Ambiente caso haja vazamento do produto. inertização da atmosfera no
de
soldas; interior dos tanques.
carregament
 Impacto R1)Assegurar o cumprimento
o até as IV M
mecânico; Imagem Comprometimento da Imagem. de procedimentos de
bombas de
 Falha inspeção e manutenção.
transferência
Operacional; R2)Assegurar o cumprimento
. Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
 Causas IV M de procedimentos
Naturais; Ambiente caso haja vazamento do produto. operacionais.
 Ações de
Terceiros. Imagem Comprometimento da Imagem. IV M

Médio Ruptura parcial Em caso de existência de fonte de C O1) A operação de


vazamento da linha e/ou ignição, risco de lesões moderadas descarga/carga de produtos é
de líquido equipamento causadas por: M sempre feita com a presença
Pessoal III
causada por:  Incêndio em Poça; humana.
03 inflamável na  Corrosão  Flashfire; O2) Inspeção visual
linha desde (pouco  UVCE. permanente na área da base.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 118
Gestão de riscos – terminal químico

o início do provável); Danos moderados a equipamentos O3) Presença de


trecho até os  Falha de Instalações e instalações, em caso de III M procedimento de inspeção e
tanques de material; existência de fonte de ignição. manutenção preventiva
 Impacto periódica dos tanques, linhas
armazename
mecânico Meio Contaminação de Água, Ar, Solo e equipamentos.
nto associado à III M O4) Existência de
Ambiente caso haja vazamento do produto.
falha humana; procedimentopara carga e
 Falha descarga de produto de
Operacional; caminhão-tanque;
 Causas M O5) Presença de
Imagem Comprometimento da Imagem. III
Naturais; equipamentos de
 Ações de salvaguarda:
Terceiros. - Indicador de pressão, chave
e alarme alto de pressão após
as bombas;
-Indicador de pressão,
Grande
transmissores de temperatura
vazamento e nível, chave de nível alto,
de líquido Em caso de existência de fonte de alarme de nível alto e baixo
B
inflamável na ignição, risco de morte e lesões -Válvulas manuais;
linha desde graves causadas por: -Sistema de nitrogênio para
Ruptura Pessoal IV M
o início do  Incêndio em Poça; inertização da atmosfera no
catastrófica da  Flashfire; interior dos tanques.
trecho até os
linha e/ou  UVCE. R1)Assegurar o cumprimento
tanques de equipamento de procedimentos de
04 armazename causada por: inspeção e manutenção.
nto  Falha R2)Assegurar o cumprimento
mecânica da de procedimentos
linha ou de operacionais.
componentes Danos severos a equipamentos e
associados; Instalações instalações, em caso de existência IV M O1) A operação de
 Falhas em de fonte de ignição. descarga/carga de produtos é
soldas;
sempre feita com a presença
 Impacto Meio Contaminação de Água, Ar, Solo IV M humana.
mecânico; Ambiente caso haja vazamento do produto. O2) Inspeção visual
 Falha
permanente na área da base.
Operacional;
Imagem Comprometimento da Imagem. IV M O3) Presença de
 Causas
procedimento de inspeção e
Naturais;
Danos moderados a equipamentos manutenção preventiva
 Ações de
Instalações e instalações, em caso de III M periódica dos tanques, linhas
Terceiros.
existência de fonte de ignição. e equipamentos.
O4) Existência de
Meio Contaminação de Água, Ar, Solo procedimentopara carga e
III M descarga de produto de
Ambiente caso haja vazamento do produto.
caminhão-tanque;
Imagem Comprometimento da Imagem. III M O5) Presença de
Ruptura Em caso de existência de fonte de equipamentos de
catastrófica da ignição, risco de morte e lesões salvaguarda:
linha e/ou graves causadas por: - Indicador de pressão, chave
Pessoal IV M e alarme alto de pressão após
Grande equipamento  Incêndio em Poça;
causada por:  Flashfire; as bombas;
vazamento
 Falha  UVCE. -Indicador de pressão,
de líquido transmissores de temperatura
mecânica da Danos severos a equipamentos e
inflamável na e nível, chave de nível alto,
linha ou de Instalações instalações, em caso de existência IV M
linha desde componentes alarme de nível alto e baixo
de fonte de ignição.
os tanques associados; -Válvulas manuais;
05 B -Sistema de nitrogênio para
de  Falhas em Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
soldas; IV M inertização da atmosfera no
armazename Ambiente caso haja vazamento do produto.
 Impacto interior dos tanques.
nto até as R1)Assegurar o cumprimento
mecânico;
bombas de de procedimentos de
 Falha
transferência Operacional; inspeção e manutenção.
.  Causas Imagem Comprometimento da Imagem. IV M R2)Assegurar o cumprimento
Naturais; de procedimentos
 Ações de operacionais.
Terceiros.
Em caso de existência de fonte de
Médio Ruptura parcial O1) A operação de
ignição, risco de lesões moderadas
vazamento da linha e/ou descarga/carga de produtos é
causadas por: M
equipamento Pessoal III sempre feita com a presença
de líquido  Incêndio em Poça;
causada por: humana.
06 inflamável na  Flashfire;
 Corrosão O2) Inspeção visual
linha desde  UVCE.
(pouco permanente na área da base.
Danos moderados a equipamentos C
as bombas provável); O3) Presença de
de  Falha de Instalações e instalações, em caso de III M procedimento de inspeção e
material; existência de fonte de ignição. manutenção preventiva
transferência
 Impacto periódica dos tanques, linhas
das Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
mecânico III M e equipamentos.
plataformas. associado à Ambiente caso haja vazamento do produto. O4) Existência de

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 119
Rodrigo Azadinho Mucin

falha humana; procedimento para carga e


 Falha descarga de produto de
Operacional; caminhão-tanque;
 Causas Imagem Comprometimento da Imagem. III M O5) Presença de
Naturais; equipamentos de
 Ações de salvaguarda:
Terceiros. - Indicador de pressão, chave
Ruptura Em caso de existência de fonte de e alarme alto de pressão após
catastrófica da ignição, risco de morte e lesões as bombas;
linha e/ou graves causadas por: -Indicador de pressão,
Pessoal IV M
equipamento  Incêndio em Poça; transmissores de temperatura
causada por:  Flashfire; e nível, chave de nível alto,
 Falha  UVCE. alarme de nível alto e baixo,
mecânica da Danos severos a equipamentos e -Válvulas manuais;
Grande -Sistema de nitrogênio para
linha ou de Instalações instalações, em caso de existência IV M
vazamento componentes inertização da atmosfera no
de fonte de ignição.
de líquido associados; interior dos tanques.
07 B
inflamável  Falhas em Meio Contaminação de Água, Ar, Solo R1)Assegurar o cumprimento
soldas; IV M de procedimentos de
nas Ambiente caso haja vazamento do produto.
plataformas  Impacto inspeção e manutenção.
mecânico; R2)Assegurar o cumprimento
 Falha de procedimentos
Operacional; operacionais.
 Causas Imagem Comprometimento da Imagem. IV M
Naturais;
 Ações de
Terceiros.
Ruptura parcial Em caso de existência de fonte de
da linha e/ou ignição, risco de lesões moderadas
Médio O1) A operação de
equipamento causadas por: M
vazamento Pessoal III descarga/carga de produtos é
causada por:  Incêndio em Poça;
de líquido sempre feita com a presença
-Corrosão (pouco  Flashfire;
humana.
inflamável na provável);  UVCE.
O2) Inspeção visual
linha desde  Falha de Danos moderados a equipamentos permanente na área da base.
a material; Instalações e instalações, em caso de III M O3) Presença de
08 interligação  Impacto existência de fonte de ignição. C procedimento de inspeção e
mecânico
com a Casa manutenção preventiva
associado à Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
de Bombas III M periódica dos tanques, linhas
falha humana; Ambiente caso haja vazamento do produto.
até os e equipamentos.
 Falha
O4) Existência de
tanques de Operacional;
procedimento para carga e
armazename  Causas
M descarga de produto de
nto Naturais; Imagem Comprometimento da Imagem. III
caminhão-tanque;
 Ações de
O5) Presença de
Terceiros.
equipamentos de
Ruptura Em caso de existência de fonte de
salvaguarda:
catastrófica da ignição, risco de morte e lesões
- Indicador de pressão, chave
linha e/ou graves causadas por: M
Grande Pessoal IV e alarme alto de pressão após
equipamento  Incêndio em Poça;
vazamento as bombas;
causada por:  Flashfire;
de líquido -Indicador de pressão,
 Falha  UVCE.
transmissores de temperatura
inflamável na mecânica da Danos severos a equipamentos e e nível, chave de nível alto,
linha desde linha ou de Instalações instalações, em caso de existência IV M alarme de nível alto e baixo;
a componentes de fonte de ignição. -Válvulas manuais;
09 interligação associados; B -Sistema de nitrogênio para
 Falhas em Meio Contaminação de Água, Ar, Solo
com a Casa IV M inertização da atmosfera no
soldas; Ambiente caso haja vazamento do produto.
de Bombas interior dos tanques.
 Impacto
até os R1)Assegurar o cumprimento
mecânico;
de procedimentos de
tanques de  Falha
inspeção e manutenção.
armazename Operacional;
IV M R2)Assegurar o cumprimento
nto  Causas Imagem Comprometimento da Imagem.
de procedimentos
Naturais;
operacionais.
 Ações de
Terceiros.
Ruptura parcial Em caso de existência de fonte de O1) A operação de
da linha e/ou ignição, risco de lesões moderadas descarga/carga de produtos é
equipamento causadas por: M sempre feita com a presença
Médio Pessoal III
causada por:  Incêndio em Poça; humana.O2) Inspeção visual
vazamento  Corrosão  Flashfire; permanente na área da base.
de líquido (pouco  UVCE. O3) Presença de
inflamável na provável); Danos moderados a equipamentos procedimento de inspeção e
linha desde  Falha de Instalações e instalações, em caso de III M manutenção preventiva
10 os tanques material; existência de fonte de ignição. C
 Impacto periódica dos tanques, linhas
de mecânico e equipamentos.
Meio Contaminação de Água, Ar, Solo M
armazename associado à III O4) Existência de
Ambiente caso haja vazamento do produto.
nto até as falha humana; procedimento para carga e
bombas de  Falha descarga de produto de
exportação. Operacional; caminhão-tanque;
 Causas Imagem Comprometimento da Imagem. III M
O5) Presença de
Naturais;
 Ações de equipamentos de

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 120
Gestão de riscos – terminal químico

Terceiros. salvaguarda:
- Indicador de pressão, chave
e alarme alto de pressão após
Ruptura Em caso de existência de fonte de as bombas;
catastrófica da ignição, risco de morte e lesões -Indicador de pressão,
linha e/ou graves causadas por: M transmissores de temperatura
Pessoal IV
Grande equipamento  Incêndio em Poça;
e nível, chave de nível alto,
vazamento causada por:  Flashfire;
 Falha  UVCE. alarme de nível alto e baixo,
de líquido -Válvulas manuais;
mecânica da Danos severos a equipamentos e
inflamável na -Sistema de nitrogênio para
11 linha ou de Instalações instalações, em caso de existência IV M
linha desde componentes inertização da atmosfera no
de fonte de ignição.
os tanques associados; interior dos tanques.
B
de  Falhas em Meio Contaminação de Água, Ar, Solo R1)Assegurar o cumprimento
soldas; IV M
armazename Ambiente caso haja vazamento do produto. de procedimentos de
nto até as  Impacto
mecânico; inspeção e manutenção.
bombas de R2)Assegurar o cumprimento
 Falha
exportação. Operacional; de procedimentos
 Causas Imagem Comprometimento da Imagem. IV M operacionais.
Naturais;
 Ações de
Terceiros.
Ruptura parcial Em caso de existência de fonte de O1) A operação de
da linha e/ou ignição, risco de lesões moderadas descarga/carga de produtos é
equipamento causadas por: M sempre feita com a presença
Pessoal III
causada por:  Incêndio em Poça; humana.O2) Inspeção visual
Médio  Corrosão  Flashfire; permanente na área da base.
(pouco  UVCE. O3) Presença de
vazamento
provável); Danos moderados a equipamentos
de líquido procedimento de inspeção e
 Falha de Instalações e instalações, em caso de III M
inflamável na material; manutenção preventiva
existência de fonte de ignição.
12 linha desde  Impacto C periódica dos tanques, linhas
as bombas mecânico Meio Contaminação de Água, Ar, Solo e equipamentos.
associado à III M
de até a Ambiente caso haja vazamento do produto. O4) Existência de
Casa de falha humana; procedimento para carga e
 Falha descarga de produto de
Bombas.
Operacional;
caminhão-tanque;
 Causas M
Imagem Comprometimento da Imagem. III O5) Presença de
Naturais;
 Ações de equipamentos de
Terceiros. salvaguarda:
Ruptura Em caso de existência de fonte de - Indicador de pressão, chave
catastrófica da ignição, risco de morte e lesões e alarme alto de pressão após
linha e/ou graves causadas por: M as bombas;
Pessoal IV
equipamento  Incêndio em Poça;
B -Indicador de pressão,
Grande causada por:  Flashfire;
 Falha  UVCE. transmissores de temperatura
vazamento
mecânica da Danos severos a equipamentos e e nível, chave de nível alto,
13 de líquido
linha ou de Instalações instalações, em caso de existência IV M alarme de nível alto e baixo.
inflamável na componentes de fonte de ignição. -Válvulas manuais;
linha desde associados; -Sistema de nitrogênio para
as bombas  Falhas em Meio Contaminação de Água, Ar, Solo IV M inertização da atmosfera no
de até a soldas; Ambiente caso haja vazamento do produto.
 Impacto interior dos tanques.
Casa de
mecânico; R1)Assegurar o cumprimento
Bombas.
 Falha de procedimentos de
Operacional; inspeção e manutenção.
 Causas Imagem Comprometimento da Imagem. IV M R2)Assegurar o cumprimento
Naturais; de procedimentos
 Ações de
operacionais.
Terceiros.
Ruptura Ruptura Em caso de existência de fonte de O1) A operação de
catastrófica catastrófica da ignição, risco de morte e lesões descarga/carga de produtos é
dos tanques linha e/ou graves causadas por: M sempre feita com a presença
equipamento Pessoal IV
de  Incêndio em Poça; humana.O2) Inspeção visual
causada por:  Flashfire;
armazename permanente na área da base.
 Falha  UVCE.
nto de O3) Presença de
14 mecânica da B
líquido linha ou de procedimento de inspeção e
Danos severos a equipamentos e
inflamável componentes manutenção preventiva
Instalações instalações, em caso de existência IV M
associados; de fonte de ignição. periódica dos tanques, linhas
 Falhas em e equipamentos.
soldas; Meio Contaminação de Água, Ar, Solo O4) Existência de
 Impacto IV M
Ambiente caso haja vazamento do produto. procedimento para carga e
mecânico;

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 121
Rodrigo Azadinho Mucin

 Falha descarga de produto de


Operacional; caminhão-tanque;
 Causas O5) Presença de
Naturais;
equipamentos de
 Ações de
Terceiros. Imagem Comprometimento da Imagem. IV M salvaguarda:
- Indicador de pressão, chave
e alarme alto de pressão após
as bombas;
-Indicador de pressão,
Em caso de existência de fonte de transmissores de temperatura
ignição, risco de morte e lesões e nível, chave de nível alto,
Ruptura alarme de nível alto e baixo;
graves causadas por: M
catastrófica do Pessoal IV
 Incêndio em Poça; -Válvulas manuais;
caminhão
 Flashfire; -Sistema de nitrogênio para
Ruptura causada por:
 UVCE. inertização da atmosfera no
 Falha
catastrófica
mecânica; interior dos tanques.
15 de  Falhas em Danos severos a equipamentos e R1)Assegurar o cumprimento
caminhão- soldas; Instalações instalações, em caso de existência IV M
B de procedimentos de
tanque  Impacto de fonte de ignição.
inspeção e manutenção.
contendo mecânico;
 Falha R2)Assegurar o cumprimento
líquido
Operacional; de procedimentos
inflamável. Meio Contaminação de Água, Ar, Solo IV M
 Causas Ambiente caso haja vazamento do produto. operacionais.
Naturais;
 Ações de
Terceiros. Possibilidade de comprometimento
Imagem IV M
da Imagem.

Figura 2. APP – Análise Preliminar de Perigos


Fonte: Elaborado pelo autor.

O vazamento de um líquido inflamável faz com que, em um primeiro momento, o


produto se espalhe pelo solo formando uma poça, cujas dimensões dependerão da taxa
de alimentação (vazão da liberação), das características da substância, do tipo de solo e
da presença de obstáculos como, por exemplo, diques de contenção.
O fenômeno seguinte à formação da poça é a evaporação do produto, cuja taxa
depende do tamanho da poça, da troca térmica com o ar e o solo, da velocidade do vento,
do tipo de solo e das características da substância (volatilidade). Caso exista uma fonte
de ignição imediata, antes da evaporação do produto ocorrerá o fenômeno denominado
incêndio em poça.
No caso de não ocorrer ignição imediata, pode-se estudar o comportamento da
nuvem de vapor na atmosfera, possibilitando obter a máxima distância atingida pela
nuvem inflamável.Uma vez formada a nuvem em condições inflamáveis, esta ao encontrar
uma fonte de ignição poderá gerar dois fenômenos: flashfire e UVCE (Unconfined Vapor
CloudExplosion).
O flashfire – sempre que você usa palavras em inglês tem que deixar em itálicoé a
ignição retardada de uma nuvem de vapor sem efeitos de sobrepressão, porém com
efeitos térmicos, e a UVCE é a ignição retardada de uma nuvem de vapor onde ocorrem
efeitos significativos de sobrepressão, gerando danos às pessoas, equipamentos e
edificações.
No flashfire ocorre a ignição da massa de vapor sem uma considerável emissão de
radiação térmica ao longo da distância. Portanto, a menos que haja um indivíduo dentro

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 122
Gestão de riscos – terminal químico

da área ocupada pela mistura inflamável, este evento não traz maiores consequências à
população circunvizinha.
A ocorrência de uma explosão de nuvem na atmosfera está diretamente
relacionada com a massa de produto existente entre os limites de inflamabilidade na
nuvem de vapor e ao seu grau de confinamento. A figura 3 mostra a Árvore de Evento
para a situação descrita acima.

Figura 3: Tipologia Acidental para vazamentos de líquidos inflamáveis


Fonte: Elaborado pelo autor.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir da aplicação da APP para a identificação dos perigos relacionados com as


instalações e operações de produtos, foram identificados 15 perigos, considerando
sempre situações acidentais relevantes, ou seja, eventos causados por vazamentos de
inflamáveis significativos.
Os possíveis efeitos associados às hipóteses acidentais identificadas na APP
foram classificados em termos de severidade, considerando-se sempre dois tipos de
fenômenos, quando pertinente; isto é, grandes e médios vazamentos, associados à perda
de contenção desses produtos.
A distribuição dos efeitos associados a essas hipóteses de acidentes (perigos) se
deu da seguinte forma:
 06 efeitos (40 %) classificados na categoria de severidade III (crítica);
 09 efeitos (60 %) classificados na categoria de severidade IV (catastrófica).
A Tabela 3 apresenta a relação das hipóteses acidentais com severidade III e IV,
extraídas da Figura 2, Planilha de Análise Preliminar de Perigos (APP)

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 123
Rodrigo Azadinho Mucin

Tabela 3
Hipóteses Acidentais

CATEGORIA DE
HIPÓTESES DESCRIÇÃO DAS HIPÓTESES
SEVERIDADE

Médio vazamento de líquido inflamável na linha, desde as


I III
plataformas de carregamento até as bombas de transferência

Grande vazamento de líquido inflamável na linha, desde as


II IV
plataformas de carregamento até as bombas de transferência.

III Médio vazamento de líquido inflamável na linha desde o início do III


trecho até os tanques de armazenamento.

IV Grande vazamento de líquido inflamável na linha desde o início do IV


trecho até os tanques de armazenamento

V Grande vazamento de líquido inflamável na linha desde os


IV
tanques de armazenamento até as bombas de transferência.

VI Médio vazamento de líquido inflamável na linha desde as bombas


III
de transferência plataformas.

VII Grande vazamento de líquido inflamável nas plataformas IV

Médio vazamento de líquido inflamável na linha desde a


VIII interligação com a Casa de Bombas até os tanques de III
armazenamento.

Grande vazamento de líquido inflamável na linha desde a


IX interligação com a Casa de Bombas até os tanques de IV
armazenamento

X Médio vazamento de líquido inflamável na linha desde os tanques


III
de armazenamento até as bombas de exportação.

XI Grande vazamento de líquido inflamável na linha desde os


IV
tanques de armazenamento até as bombas de exportação.

XII Médio vazamento de líquido inflamável na linha desde as bombas


III
de até a Casa de Bombas.

XIII Grande vazamento de líquido inflamável na linha desde as


IV
bombas de até a Casa de Bombas.

Ruptura catastrófica dos tanques de armazenamento de líquido


XIV IV
inflamável

XV Ruptura catastrófica de caminhão-tanque contendo líquido


IV
inflamável.
Fonte: Elaborado pelo autor.

CONCLUSÕES

Pode-se concluir que a APP é uma técnica muito abrangente, utilizada para
identificar as causas que potencializam a ocorrência de eventos e as suas consequências,
porém ela efetivamente apresenta dados qualitativos de severidade das dá pra trocar por
outra palavra pra não ficar repetido e frequência de ocorrência dos cenários de acidentes
e do risco associado, métrica superficial de análise. A grande desvantagem da utilização
da APP é a falta de dados quantitativos, isto é, não apresenta os dados mensurados de
magnitude de vazamento, área atingida pelo evento e consequências físicas.
Ao aplicarmos qualquer análise de risco podemos reduzir os índices de incidentes
e acidentes, mesmo que de forma menos detalhada, entretanto necessitamos que as
INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 124
Gestão de riscos – terminal químico

recomendações possam ser avaliadas de forma adequada e implementadas com projetos


consistentes que visem à segurança do trabalhador e da planta industrial.
Os responsáveis pelo projeto de gestão de risco necessitam não só de
conhecimento da técnica da ferramenta de análise de risco e valores financeiros do
projeto, mas também de uma equipe bem preparada para implantação do projeto, devido
à necessidade de liderança de diversas equipes ao decorrer de sua implantação. Os
custos com implantação do projeto de gerenciamento de riscos e ações mitigadoras para
instalação de Terminal Químico inicialmente aparentaram ser altos, porém no caso desse
projeto os valores poderão ser diluídos em períodos futuros, e atenuação de custos com
seguro das plantas, pois a seguradoras verificaram que existem ações de atenuação de
riscos.
Importante ressaltar que a segurança aos trabalhadores e ao meio ambiente é vital
para existência e vida de um empreendimento, por isso a importância de uma correta
análise risco.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. (2014) Manual de Orientação para


a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos. Recuperado em 13 setembro,
2014, de http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/servicos/normas/pdf/P4261-
140414.pdf.

Occupational, Safety and Health Administration (ed.). Process Safety Management: OSHA
3132, 2000 (Reprinted). Recuperado em 13 setembro, 2014
www.osha.gov/Publications/osha3132.pdf.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2009) Gestão de Riscos – Princípios e


Diretrizes: NBR/ISO 31000, 2009. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, p. 2-8.

Fleming, P. V., Garcia, C. B. (1999). Avaliação de Riscos industriais e Ambientais com a


análise Preliminar de Perigos (APP) e lógica Fuzzy. Recuperado em 21 setembro,
2014, de http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0521.pdf

Souza, J. W., & Medeiros, J. P. (2007). Diagnóstico da qualidade de vida no trabalho


(QVT) de frentistas de postos de combustíveis e suas interfaces com a qualidade
dos serviços prestados (vol. 14). Revista de Gestão da USP, São Paulo, SP, Brasil,
p. 71-89.

Duarte, M. (2002) Riscos industriais: Etapas para investigação e a prevenção de


acidentes. Funenseg. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, p. 05-07.

Karwowski, W. and Mital, A. (1986). Potential Applications of Fuzzy Sets in Industrial


Safety Engineering, Fuzzy Sets and Systems (vol. 19), p. 105-120.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 125
Rodrigo Azadinho Mucin

Garcia, C.B. (1997). Avaliação Quantitativa de Riscos Através de Lógica Fuzzy Associada
à Técnicade Análise Preliminar de Perigos. Tese de Mestrado, Mestrado em
Engenharia Química,UFBA.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 126
Gestão de riscos – terminal químico

RISK MANAGEMENT - CHEMICAL TERMINAL

ABSTRACT
This scientific article uses a methodology to evaluate the risks related to the movement of
the products on chemical terminal, through the application of qualitative risk evaluation
technique, and concepts of Preliminary Hazard Analysis (APP), adapted to evaluate the
scenarios possible to occur on terminals installations during movement of these products,
and to analyze of these scenarios focusing to safety and environment. The proposed
methodology focus also on the application of quantitative risk analysis technique to
evaluate social and individual risks that these operations represent to works and
neighboring population, which should are compared with the acceptability criteria defined,
and minimized with the adequacy to safety systems and operational system. The
managers may then define corrective actions to minimize the risks for the workers,
population, and the environment. The objective is to establish the security development on
this installation, making the economic development and productive actions compatible with
people safety and environment protection, through knowledge of risk and application of
mitigation actions.

KEYWORDS: Industrial Risk Analysis; Preliminary Hazard Analysis; Safety; Risk


Management; Risk.

GESTIÓN DEL RIESGO - QUIMICAS TERMINAL

RESUME
Este artículo utiliza la metodología científica para evaluar los riesgos relacionados con la
manipulación de los productos en un terminal de químicos , mediante la aplicación de la técnica de
la evaluación cualitativa del riesgo , conceptos del Análisis de Peligros preliminar ( FPA ), daptado
para evaluar los posibles escenarios se presentan en instalaciones de la terminal para el manejo
de estos productos , y analizar los escenarios para la seguridad y el medio ambiente. La atención
se centra en la aplicación de la técnica de análisis de riesgo para evaluar los riesgos sociales e
individuales que estas operaciones representan obras y la población vecina , que debe
compararse con los criterios de aceptabilidad definidos y reducirse al mínimo con la adecuación
de los sistemas de seguridad y sistema operacional. A partir de esta clasificación, los
administradores pueden definir acciones para reducir los riesgos para los trabajadores y el medio
ambiente que rodea a la región. El objetivo principal es establecer el desarrollo de la seguridad en
estas instalaciones, haciendo que el desarrollo económico y las acciones productivas pueden ser
compatibles con la seguridad de las personas y la protección del medio ambiente, a través del
conocimiento y la aplicación de las acciones de mitigación de riesgos.

PALABRAS CLAVE: Análisis de Riesgo Industrial; Análisis Preliminar de Riesgos; Seguridad;


Gestión de Riesgos; Riesgo.

INOVAE - Journal of Engineering and Technology Innovation, São Paulo, v. 3, n. 1, p.111-127, jan./abr., 2015. 127

Você também pode gostar