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Histórico

Embora antecedentes das atuais áreas protegidas possam ser encontrados na história de
diversos países e lugares, inclusive desde a antiguidade, segundo a literatura mais
atualizada sobre o tema as atuais áreas protegidas surgiram entre os séculos XVIII e
XIX, como resultado da devastação dos espaços naturais rurais, da poluição e da
artificialização das áreas naturais remanescentes nos centros urbanos, Apesar de não se
poder precisar com exatidão qual foi a primeira área protegida criada, um marco inicial
das atuais políticas públicas nacionais de criação de áreas protegidas foi a criação do
Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, em 1 de março de 1872.[6] Nos
anos seguintes, o mundo assistiria a uma gradual inclusão desses espaços nas políticas
públicas dos países e, no início do século XXI, a maior parte das legislações dos países
preveem a sua criação,

A definição de área protegida mais aceita internacionalmente nos meios científicos e


políticos foi elaborada e vem sendo atualizada pela União Internacional para a
Conservação da Natureza (UICN). Trata-se do conceito de área protegida utilizado
como referência pela Base de dados Mundial de áreas protegidas. Até 2016 essa
definição

Uma área protegida é um espaço geográfico claramente definido, reconhecido, dedicado


e gerido, através de meios legais ou outros igualmente eficazes, com o objetivo de
garantir a conservação a longo prazo da natureza, juntamente com os serviços
ecossistêmicos e os valores culturais associados.

Diversidade de nomenclaturas nos países

Alguns levantamentos estimam em pelo menos uma centena a variedade de nomes com
que as áreas protegidas são denominadas nos diferentes países e regiões, e não raro os
países possuem suas próprias categorias de espaços protegidos, mais ou menos similares
ao conceito de área protegida da UICN. Assim, no contexto africano, alguns países
utilizam o conceito de "área de conservação", definida como qualquer área protegida
designada e gerida com o fim de obter um dado número de objectivos (embora esses
objectivos sejam definidos tendo como referência as seis categorias da IUCN). No
contexto francês, o termo corrente, bastante amplo, é espaces protégés. A situação
brasileira é incomum, pois em sua legislação existem dois conceitos
semelhantes,"espaços territoriais especialmente protegidos" e "unidades de
conservação". No entanto, este último é aquele que mais se aproxima do conceito de
área protegida da UICN.
Objetivos

Ao lado da biodiversidade, a proteção de espaços naturais com forte valor estético


continua a ser um dos objetivos centrais das áreas protegidas. No contexto Africano
especialmente, em Mocambique,é frequente a proteção de espaços naturais com algum
grau de presença humana.

Os objetivos das áreas protegidas podem ser os mais variados, mas têm como elemento
central uma preocupação com a proteção da natureza local. Materialmente, seus
objetivos podem abranger desde elementos específicos da natureza local, como a
biodiversidade biológica, a paisagem ou o patrimônio cultural que frequentemente se
encontram presentes, ou um conjunto desses elementos. Da mesma forma, a foco
específico desses objetivos podem variar consideravelmente, prevendo desde uma
proteção estrita e que restringe fortemente a presença humana, até abordagens
inspiradas na ideia de desenvolvimento sustentável ou de proteção integrada,

Apesar dessa diversidade de objetivos e considerações, as legislações dos países e os


documentos que regulamentam a gestão desses espaços tipicamente incluem um ou
mais dos seguintes objetivos:

Preservação das espécies e da diversidade genética;

Protecção de características naturais e culturais locais;

Manutenção dos serviços ambientais (água, regulação do clima, diminuição da


erosão, dentre outros);

Investigação científica;

Turismo e recreação;

Educação ambiental;

Utilização sustentável dos recursos naturais;

Números-chave das áreas protegidas.

Somadas, as áreas protegidas de todo o mundo cobrem uma área aproximadamente do


tamanho do continente da Africa
a mais completa fonte de informações sobre o número e a área coberta pelas áreas
protegidas, em nível mundial, é a Base de Dados Mundial de Áreas Protegidas. Além
disso, relatórios periódicos são publicados, de tempos em tempos, por organismos
internacionais, e segundo dados de 2014 as áreas protegidas ocupam cerca de 15.4% do
território terrestre mundial,
O Sistema IUCN de Categorias de Gestão de Áreas Protegidas é um conjunto de
recomendações desenvolvido pela União Internacional para a Conservação da Natureza
(IUCN) com o objectivo de estabelecer um regime de definição, registo e classificação
de áreas protegidas, capaz de acomodar, de forma transparente e lógica, a ampla
variedade de objectivos específicos, formas organizativas e tipologias de gestão que
caracterizam esses regimes de conservação da natureza a nível global.

O método de categorização da IUCN é actualmente dominante a nível internacional,


tendo sido adoptado por múltiplos governos nacionais e infra-nacionais e por
organizações internacionais, entre as quais a Organização das Nações Unidas e a
Convenção sobre a Diversidade Biológica

Critérios para a designação das categorias de áreas protegidas

No sistema de classificação adoptado pela IUCN, as áreas protegidas são agrupadas em


seis categorias distintas (designadas de I a VI) de acordo com as suas características e
com os objectivos de gestão determinados para cada uma delas[3]. A Categoria I,
referente às reservas naturais, é subdividida em duas sub-categorias.

As categorias correspondentes aos numerais mais baixos são aquelas em que o objectivo
essencial da utilização da área é a conservação da natureza, aumentando o grau de
antropização e o uso humano do território à medida que se sobe de categoria. As últimas
categorias (V e VI) visam criar condições de utilização sustentável dos recursos e da
paisagem.

Categorias de áreas protegidas do sistema IUCN

Categoria DesignaçãoCaracterísticas e objectivos

Reserva natural

I Reserva natural estrita Áreas protegidas de maneira estrita, separadas para a


proteção da biodiversidade e também possivelmente de acidentes geográficos e
formações geológicas, nas quais a visitação, o uso e os impactos humanos são
estritamente controlados e limitados, para que se possa assegurar os objetivos de
conservação. Essas áreas protegidas podem servir como referências indispensáveis para
pesquisas científicas e monitoração.

I Área de vida selvagem areas protegidas normalmente de grande extensão, não


modificadas ou minimamente modificadas, que mantém seu caráter e influência
naturais, isentos de influência humana significativa ou permanente, e que são protegidas
e geridas para que mantenham sua condição natural.
Parque nacional

II Parque nacional Áreas protegidas de grande extensão, de caráter natural ou pouco


modificado, que são separadas para a proteção em larga de escala de processos
ecológicos, complementada pela proteção de espécies e ecossistemas característicos da
área, e que também proporcionam condições para oportunidades espirituais, científicas,
educacionais, recreativas e de visitação, que sejam ambientalmente e culturalmente
compatíveis.

Monumento natural

III Monumento natural Áreas protegidas separadas para proteger um monumento


natural específico, e que pode ser um acidente geográfico, um monte marinho, uma
caverna submarina, uma formação geológica como uma caverna, ou ainda um elemento
vivo, como uma floresta ancestral. Essas áreas protegidas são geralmente de pequeno
tamanho, e frequentemente têm alto valor de visitação.

Área protegida para a gestão de habitats ou espécies

IV Área de gestão de espécies e habitat Áreas protegidas que objetivam proteger


espécies ou habitats específicos, e sua gestão reflete essa prioridade. Muitas áreas
protegida da categoria IV carecem de intervenções ativas e regulares para satisfazer as
exigências de espécies específicas ou da manutenção de habitats, embora esse não seja
um requerimento da categoria.

Paisagem protegida

V Paisagens protegidas terrestres e marinhas Uma área protegida onde a interação


das pessoas com a natureza através do tempo tem produzido uma área de caráter
distinto, com grande valor ecológico, biológico, cultural e cênico, e onde a salvaguarda
da integridade dessa interação é vital para proteger e manter a área e os valores
associados de conservação da natureza e outros.

Área protegida para gestão de recursos

VI Área protegida de utilização sustentável dos recursos naturais Áreas protegidas que
conservam ecossistemas e habitats, juntamente com valores culturais associados e
sistemas tradicionais de gestão de recursos naturais. Geralmente elas são de grande
extensão, com a maior parte da área em condição natural, onde uma parte da área está
submetida a uma gestão sustentável dos recursos naturais, e onde o uso de baixo
impacto e não-industrial dos recursos naturais, compatível com a conservação da
natureza, é visto como um dos principais objetivos da área,
Área de conservação em Moçambique

As áreas de conservação de Moçambique são espaços naturais delimitados e geridos


com o objetivo de conservar o seu patrimônio natural. Trata-se dos representantes, no
contexto moçambicano, do instituto das áreas protegidas. Esses espaços são designados
pela legislação moçambicana como "áreas de protecção ambiental", estando definidas
pelo artigo 13 da Lei 20/97 de 1 de Outubro

Moçambique é um território com 799 388 km² de superfície e uma costa com 2770 km
de comprimento, face ao Oceano Índico em frente à "ilha dos Lêmures" (Madagascar), e
apresenta uma grande variedade de "habitats" e ecossistemas, tanto terrestres como
marinhos.

Segundo dados do governo existem primatas mencionados como atrativos na Reserva


de Pomene, uma área de conservação com cerca de 200 km² no distrito de Massinga) e
nos 2100 km² da Reserva parcial de Caça do Gilé na Província da Zambézia, que
apresenta uma exuberante fauna constituída por cerca 59 espécies de mamíferos onde se
incluem o macaco cão amarelo, macaco de cara azul e gálagos,

Entre os primatas, registram-se ainda o macaco-cão amarelo e o cinzento do gênero


Papio, os macacos-simango, de cor acastanhada e o macaco-de-cara-preta, de cor
cinzenta (Cercopithecus).

Neste país, a Primatologia não foge à regra da ausência de cursos especializados, mas há
perspectivas do seu início. Recentemente, realizou-se um convênio com a Universidade
de Aveiro em Portugal para recuperação do Parque Nacional da Gorongosa, em parceria
com a Fundação Carr, sendo esta a primeira instituição universitária europeia a assinar
um protocolo de cooperação científica nesta área. O Parque Nacional da
Gorongosa/Fundação Carr prevê também assinar acordos de cooperação com a
Universidade do Zimbabwe, Universidades de Pretória e da Cidade do Cabo (África do
Sul) e com o Centro para a Ciência da Floresta Tropical, do Instituto Smithsonian. O
conflito armado pós-independência de mais de uma década e o vazio institucional que
se prolongou mesmo depois da assinatura dos acordos de paz em 1992, conduziram à
destruição de mais de 98% dos grandes mamíferos que ali habitavam.

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