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1. Vistos.
A análise da CDA que lastreia a inicial revela que, em verdade, o crédito tributário foi
constituído dentro do quinquídio legal, em absoluto respeito, portanto, ao que dispõe o art.
173, inciso I, do Código Tributário Nacional.
Sobre o tema, é importante lembrar que a exigibilidade do débito em questão tem início na
data da constituição definitiva do crédito, a qual, no caso dos autos (ISSQN), realiza-se no dia
seguinte ao vencimento, daí fluindo o prazo prescricional de cinco anos, previsto no art. 174
do Código Tributário Nacional, para a cobrança do crédito tributário. A propósito:
Com relação a prescrição, e tal como já consignado, esta ocorre em cinco anos após a
constituição definitiva do crédito tributário, sendo interrompida com o despacho do juiz que
ordena a citação, nos termos do art. 174, parágrafo único, inciso I, do Código Tributário
Nacional, com a redação dada pela Lei Complementar n. 118/2005.
Neste caso, verifica-se que a execução fiscal foi proposta em 26/Fev/2009, enquanto que o
despacho ordenando a citação da parte executada foi proferido em 28/Jul/2009.
Sendo assim, face ao vício constatado na decisão hostilizada, não resta alternativa ao Juízo
senão acolher os embargos de declaração, atribuindo-lhes efeitos infringentes, de modo a
tornar sem efeito a decisão embargada no que diz respeito a rejeição da tese alusiva a
prescrição, bem como quanto a pronúncia, de ofício, da decadência.
Por outro lado, é de ser reconhecida e declarada a ocorrência da prescrição, a qual fulminou o
crédito tributário referente ao período anterior a 26/Fev/2004, devendo o feito, no ponto, ser
extinto, em conformidade com o disposto no art. 156, inciso V, do Código Tributário
Nacional.
Mas ainda assim, boa sorte não ampara os interesses da parte executada. Basta anotar, para
tanto, que por ocasião da lavratura do auto de infração (03/Dez/2007) o crédito tributário
ainda não havia sido alvejado pela prescrição, donde se constata que a base de cálculo.
Registre-se, demais disso, que a multa foi regularmente constituída e sobre esta penalidade
não há que se falar em prescrição.
3. Por estas razões, atento ao que foi esposado, conheço dos embargos de declaração e, no
mérito, lhes dou provimento, para o fim afastar o vício denunciado pelo embargante e, por
consequência, julgo parcialmente extinta a execução no que se refere aos créditos referentes
ao período anterior a 26/Fev/2004, face ao advento da prescrição, nos termos do art. 156,
inciso V, do Código Tributário Nacional.