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Um REFIS em 2013, quem sabe?

Foram publicadas, recentemente, duas notícias referentes ao REFIS – Programa de


Recuperação Fiscal, que merecem a devida atenção dos empresários. Uma informou que o
Governo estaria estudando a possibilidade de um NOVO REFIS, a outra noticiou a derrubada
do VETO à MP 600, que reabriria o prazo para o REFIS da Lei 11.941/2009.

A primeira notícia aduz que “O governo deve lançar um novo Programa de


Recuperação Fiscal (Refis) para permitir que empresas com débitos tributários possam
refinanciá-los em condições especiais, disseram à Reuters fontes do Executivo e do Legislativo.
A reabertura do Refis está sendo debatida com lideranças do Congresso para ser incluída em
uma medida provisória já em tramitação, provavelmente a 615 que trata, entre outras coisas,
de subvenção econômica a produtores de cana-de-açúcar e etanol do Nordeste. Os detalhes do
novo Refis ainda estão sendo finalizados pela Casa Civil e pelo Ministério da Fazenda, segundo
duas fontes do governo. Entre os pontos debatidos estão os prazos e as condições do
refinanciamento. Está em estudo a possibilidade de essa nova rodada de negociações incluir
todas empresas que quiserem refinanciar seus débitos. Mas não está descartado permitir
apenas a empresas que não ingressaram no último programa, de 2009. A reabertura do Refis
já foi proposta pelo Congresso durante a gestão da presidente Dilma Rousseff no ano passado,
mas o governo trabalhou para barrar a proposta. Agora, num momento em que o crescimento
econômico está abaixo do esperado e algumas empresas podem sofrer com a alta do dólar em
relação ao real, o governo se mostrou disposto a negociar”.

Já na segunda, o foco é a reabertura do REFIS de 2009, como se vê em seu teor “O


governo está com mais abacaxi para descascar na votação dos vetos presidenciais. É veto
aplacado pela presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei resultante da medida provisória 600
de 2012, que reabre o prazo de adesão ao Refis da Crise, o programa de renegociação de
dívidas tributárias lançado pelo governo no final de 2008 para amenizar os efeitos da crise
econômica internacional. Encabeça as prioridades do líder do PMDB na Câmara, Eduardo
Cunha (RJ) a aprovação do novo Refis. A aprovação da matéria, sob o pleno contragosto da
área fiscal do governo é uma questão de honra para o líder e para o PMDB, inclusive com o
apoio do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)”. (Fonte: DCI, publicado
na FENACON do dia 22/08/2013).”

É cediço que, em proximidade às eleições, o cenário se torna sombrio aos deputados,


senadores e membros do executivo, que dependem sobremaneira do dinheiro da iniciativa
privada para o financiamento de suas campanhas eleitorais. Assim, nada melhor para
fomentar a reciprocidade dos empresários à criação de um novo programa de recuperação
fiscal.

Ademais, seria a chance de se corrigir os erros ocorridos no REFIS de 2009, porquanto


muitos contribuintes tiveram seus parcelamentos cancelados, devido às falhas nas orientações

1
Henrique Neves Santiago de Paula, Advogado, especialista em Direito Tributário, Sócio proprietário do
escritório De Paula, Neves e Santiago Sociedade de Advogados
oficiais da Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em suas portarias
conjuntas.

De salientar, também, que a Lei de n°. 11.942/2009 contemplou apenas débitos


vencidos até 30/11/2008. Contudo, a crise de 2008 se debelou no segundo semestre de 2009,
deixando em aberto a inclusão daqueles de dezembro de 2008 a julho de 2009. Veja-se que,
com a reabertura do prazo de adesão ao REFIS de 2009, seria possível corrigir as mencionadas
falhas, melhorando a arrecadação tributária federal e, consequentemente, a situação das
empresas, terceiro setor e prefeituras.

Vale a reflexão de que, caso o governo aguarde 2014 para dar início ao REFIS, não
haverá tempo hábil para que as empresas façam os seus caixas de doações às campanhas
eleitorais do legislativo e executivo.

Conclui-se, então, que o cenário se posiciona favoravelmente à implementação de um


novo programa de recuperação fiscal, ainda neste ano, ou reabertura do prazo daquele de
2009.

Nesse momento, cabe aos empresários, imediatamente, junto aos seus advogados,
buscar estratégias para a implantação de uma boa gestão fiscal, alimentando o caixa de suas
empresas, gerando, consequentemente, capital de giro e desoneração de juros bancários.

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