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Bibinha Maria Rodrigues

Hortêncio Eusébio Pierino Aurélio

Juma Mussa

Manuel Joaquim António Saraiva

Paulo João Nigumane


Victorino Benedito Alberto
Zulmira Molite Abibo

Métodos para cálculo dos impostos diferidos

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Universidade Pedagógica

Montepuez

2019
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Bibinha Maria Rodrigues

Hortêncio Eusébio Pierino Aurélio

Juma Mussa

Manuel Joaquim António Saraiva

Paulo João Nigumane


Victorino Benedito Alberto
Zulmira Molite Abibo

Métodos para cálculo dos impostos diferidos

Trabalho recomendado pelo docente da cadeira de


CONTABILIDADE FINANCEIRA IV, 20 ano
apresentado ao Departamento de Contabilidade e
Gestão Delegação de Montepuez, para fins de
carácter avaliativo.

dr: Sofia Vasco

Universidade Pedagógica

Montepuez

2019
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ÍNDICE
1.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3
1.2. Objetivos da Pesquisa...........................................................................................................3
1.3. Organização do trabalho.......................................................................................................3
1.4. Metodologia da pesquisa.......................................................................................................3
2. Imposto.....................................................................................................................................4
2.1 Impostos diferidos..................................................................................................................4
2.2 Tipologia das diferenças temporárias....................................................................................5
2.2.1 Diferenças Temporárias Tributáveis...................................................................................5
2.2.2. Diferenças Temporárias Dedutíveis...................................................................................6
2.3 Contabilização dos impostos diferidos..................................................................................7
2.4 Passivos e activos por impostos diferidos..............................................................................8
2.4.1 Passivos por impostos diferidos..........................................................................................8
2.5 Activos por impostos diferidos............................................................................................10
3.Políticas contabilísticas...........................................................................................................11
3.1. Enquadramento IAS – Imposto sobre o rendimento...........................................................12
4.Conclusões..............................................................................................................................13
REFERENCIAS.........................................................................................................................14
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1.1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho pedagógico foi desenvolvido sobre a temática de impostos diferidos e


pretende explicitar aos seus leitores quais os impactos que poderão existir nas Demonstrações
Financeiras em virtude da aplicação de diferentes cenários que originem o reconhecimento de
impostos diferidos. Adicionalmente, pretende-se demonstrar quais as divulgações necessárias
serem efectuadas pelas empresas com a aplicação dos impostos diferidos. O contexto do tecido
económico, caracterizado por pequenas e médias empresas origina que não exista uma maior
aplicação de impostos diferidos por parte das empresas, mensuração e divulgações das
demonstrações financeiras nas empresas em matérias que se referem a impostos diferidos, hoje
ainda não muito desenvolvidas pelas empresas.

1.2. Objetivos da Pesquisa

Objetivo Geral

O presente trabalho tem como principal objetivo proceder um estudo sobre as fontes de impostos
diferidos, envolvendo aspectos ligados a estabilidade e metodos.

Objetivos específicos

a) Conceituar a estrutura dos metodos na efectuacao dos impostos diferidos,


b) Diferenciar a tipologia das diferenças temporárias,
c) Levantar algumas alternativas nas demonstracoes financeiras.

1.3. Organização do trabalho

A presente pesquisa foi dividida em três capítulos, sendo que no primeiro capítulo trata-se das
considerações iniciais, seus objetivos, sua organização, juntamente com a metodologia aplicada.

No segundo capítulo é tratada a fundamentação teórica onde são relatadas as informações


coletadas na literatura contábil.

No terceiro e último capítulo são apresentadas as conclusões gerais.

1.4. Metodologia da pesquisa

O trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica. Assim com o intuito de fundamentá-lo,


realizou-se inicialmente a coleta do material bibliográfico. Após esta etapa fez-se uma triagem
do material pertinente em tela, com posterior seleção e análise dos dados.
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2. Imposto

Imposto é todo o montante de dinheiro que os cidadãos de um país devem pagar ao Estado para
garantir a funcionalidade de serviços públicos e coletivos.

2.1 Impostos diferidos

Os impostos diferidos resultam das diferenças entre as normas contabilísticas e as normas fiscais,
concretamente entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e as respectivas bases
fiscais (diferenças temporárias), dando origem aos passivos por impostos diferidos (que
representam mais imposto sobre o rendimento a pagar no futuro) e activos por impostos diferidos
(que representarão poupança futura de imposto sobre o rendimento). (Gonçalves, C. 2012).

Por outras palavras podemos dizer que os impostos diferidos não são mais do que as estimativas
de impostos a pagar ou a receber no futuro em resultado das diferenças entre as normas
contabilísticas e as regras fiscais. Assim, os impostos diferidos funcionam como elo de ligação
entre o resultado contabilístico e o resultado fiscal. Tal como foi anteriormente referido, em
regra, o resultado contabilístico é diferente do resultado fiscal por força da aplicação de
diferentes critérios, apresentando, por isso, dois tipos de diferenças: diferenças permanentes e
diferenças temporárias.
Assim, se a empresa num determinado período tiver reconhecido diferenças permanentes e não
tiver reconhecido diferenças temporárias não terá que reconhecer impostos diferidos. Pelo que a
sua despesa fiscal é igual à despesa de imposto corrente. Por outro lado, no caso das empresas
que reconhecem diferenças temporárias e diferenças permanentes, deverão reconhecer, para as
diferenças temporárias, impostos diferidos. No cálculo do imposto corrente, as entidades deverão
ter em conta um determinado montante dos impostos diferidos reconhecidos em períodos
anteriores. (Gonçalves, C. 2012).

Regra geral o lucro tributável é diferente do lucro contabilístico. As diferenças entre ambos
podem ter duas naturezas:

 Diferenças Permanentes ou definitivas (não revertem nos períodos seguintes) – são custos
ou proveitos que afectam o resultado fiscal mas nunca o contabilístico e vice-versa Ex:
Multas, desp. Confid, IRC, menos valias contabilísticas.
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 Diferenças tempestivas ou Temporárias de resultados – podem ser tributáveis (aumenta o


imposto a pagar) ou dedutíveis (diminui o imposto a pagar). Ex: Reavaliação do
Imobilizado, Prejuízos Fiscais, Subs. Investimento.

2.2 Tipologia das diferenças temporárias

2.2.1 Diferenças Temporárias Tributáveis

As diferenças temporárias dedutíveis são as que resultam de quantias que são dedutíveis na
determinação do lucro tributável (perda fiscal) de períodos futuros quando a quantia escriturada
do ativo ou do passivo seja recuperada ou liquidada. Uma diferença temporária dedutível surge
quando a quantia escriturada do passivo excede a sua base tributável ou o contrário. Caso a
quantia escriturada do passivo exceda a sua base tributável, significa que os recursos proveem da
entidade, num período anterior àquele em que parte ou o todo das suas quantias podem ser
dedutíveis, na determinação do lucro tributável, no propósito de que a quantia escriturada do
passivo será liquidada nos períodos futuros. Por outro lado, se a base tributável de um ativo
exceder a sua quantia escriturada, verifica-se uma diminuição de benefícios económicos
tributáveis que provirão para a empresa, relativamente à quantia que será permitida como
dedução para efeitos tributários. Como exemplos de diferenças temporárias dedutíveis são:
 Os rendimentos tributados antes de terem sido reconhecidos na contabilidade;
 Os gastos que são dedutíveis depois de serem reconhecidos na contabilidade;
 Aumento da base tributável de um ativo que se encontra indexado à inflação para
finalidades tributárias;
 Ativos escriturados pelo justo valor ou revalorizados e a quantia ajustada é inferior à
original, e nenhum ajustamento equivalente é efetuado para efeitos tributários;
 O gasto de uma concentração que seja uma aquisição é imputado aos justos valores dos
ativos e passivos identificáveis, constando da operação um ativo reconhecido por um
justo valor inferior à quantia do detentor anterior à data da transação, não existindo, no
entanto, nenhum ajustamento para efeitos fiscais (a quantia do detentor anterior à data da
transação permanente como a base tributável do ativo).
Neste caso existirá um ativo por impostos diferidos quando surja uma quantia a favor da
entidade, resultante de um imposto que haverá de ser liquidado e, consequentemente, recuperado
mais tarde, verificando-se apenas quando um passivo esteja registado contabilisticamente por um
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valor superior ao da base tributável, ou quando o valor contabilístico de um ativo seja inferior ao
da sua base tributável, dando origem a um apuramento de imposto momentâneo superior ao que
será apurado na totalidade, ainda que posteriormente. (Gonçalves, C. 2012).

2.2.2. Diferenças Temporárias Dedutíveis

As diferenças temporárias tributáveis são definidas como aquelas que resultam em quantias
tributáveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal) de períodos futuros quando a
quantia escriturada do ativo ou do passivo seja recuperada ou liquidada. Uma diferença
temporária tributável surge quando a quantia escriturada do ativo excede a sua base tributável,
traduzindo um excesso de benefícios económicos tributáveis que fluirão para a empresa,
relativamente à quantia que será permitida como dedução para efeitos fiscais.
No entanto, as diferenças temporárias tributáveis são aquelas que irão originar impostos a pagar
no futuro de situações ocorridas no presente, que, resultam em valores que concorrem para
aumentar o lucro tributável ou prejuízo fiscal em anos futuros. Como exemplos de diferenças
temporárias tributáveis:
 Rendimentos tributados depois de terem sido reconhecidos contabilisticamente;
 Os gastos que são dedutíveis antes de serem reconhecidos na contabilidade;
 Ativos escriturados pelo justo valor ou revalorizados e a quantia ajustada é superior à
original, e nenhum ajustamento equivalente é efetuado para efeitos tributários;
 A parte ou o todo do custo de um ativo não é dedutível para efeitos fiscais;
 O gasto de uma concentração empresarial que seja uma aquisição é imputado aos justos
valores dos ativos e passivos identificáveis e a aquantia escriturada de um ativo
identificável seja aumentada para o seu justo valor, não existindo no entanto nenhum
ajustamento para efeitos fiscais, (a quantia do detentor anterior à data da transação
permanece como a base tributável do ativo).
Nestes termos, um passivo por impostos diferidos será uma quantia a favor do Estado resultante
de um imposto que haverá de ser liquidado e consequentemente pago mais tarde, tal só se
verifica quando um ativo esta registado contabilisticamente por um valor superior ao da sua base
tributável, ou por sua vez, o valor contabilístico de um passivo é inferior ao da sua base
tributável, dando origem a um apuramento de imposto momentâneo inferior que será apurado na
totalidade, ainda que posteriormente.
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Associado à forma como é encarada a natureza do imposto sobre os rendimentos, diferente é a


forma de mensurar o montante do imposto a considerar como gasto do exercício e,
consequentemente, diferente será o método de contabilização a adoptar. As conceções que
existem sobre a natureza do imposto podem ser classificadas numa das seguintes perspetivas:
1. O imposto sobre o rendimento é uma distribuição do resultado, isto é, a natureza do
imposto nesta perspetiva é similar aos dividendos;
2. O imposto sobre o rendimento é um gasto de exploração.
Se, por um lado, o imposto sobre o rendimento for visto como uma distribuição do resultado,
então o imposto a “distribuir” é o imposto calculado de acordo com as normas fiscais (ou seja,
imposto corrente). A esta forma de encarar o imposto o rendimento, está associado o «método de
imposto a pagar». Se, por outro lado, o imposto for visto como mais um gasto absolutamente
necessário para o exercício da atividade da entidade, então, o gasto a reconhecer não deve ser
apenas o imposto corrente, mas, em observância, nomeadamente do pressuposto do acréscimo,
deve incluir também os efeitos tributários decorrentes da existência de diferenças temporárias
originadas e revertidas no exercício, pelo que o gasto por imposto do exercício deve refletir os
efeitos em impostos futuros derivados de transações ou eventos verificados no próprio exercício,
e que lhes dão origem. A esta forma de encarar o imposto o rendimento, está associado o
«método do efeito fiscal (impostos diferidos)». (JESUS, Tânia et al.2011).

2.3 Contabilização dos impostos diferidos

A contabilização dos impostos diferidos, embora aparentemente fácil, reveste – se de alguma


complexidade, face a diferença geralmente existente entre o resultado contabilístico e o resultado
fiscal. Enquanto o primeiro é determinado de acordo com normas contabilísticas, o segundo
(lucro tributável ou prejuízo fiscal), embora tomando como base o resultado do período, é
apurado em função de regras fiscais, existindo em muitas situações divergências significativas,
não obstante o esforço de aproximação com a entrada em vigor do SNC.

De uma forma simples, poder-se-á dizer que as diferenças resultam, em grande parte, do facto de
existirem gastos contabilísticos que que, pela sua natureza, nunca são fiscalmente aceites ou do
desfasamento temporal que existe entre o reconhecimento contabilístico de certos gastos e
rendimentos e a sua aceitação em termos fiscais. (JESUS, Tânia et al.2011).
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As diferenças resultantes de gastos nunca aceites pela Administração Fiscal são frequentemente
designadas diferenças permanentes ou definitivas. Por exemplo:

 As despesas não devidamente documentadas;


 As multas fiscais e os juros compensatórios;
 As indeminizações por eventos seguráveis;
 Certos gastos além dos limites fixados fiscalmente.

Deste tipo de diferença não resulta qualquer dificuldade contabilística, na medida em que
afectam o resultado fiscal no período em que são reconhecidas na demonstração dos resultados.

As diferenças do segundo tipo, por que se originam num período esse revertem num ou mais
períodos seguintes, enquadram – se nas denominadas diferenças temporárias.

São exemplos destas diferenças:

 As imparidades em contas a receber de clientes acima dos limites fiscalmente


estabelecidos.
 Depreciações ou amortizações acima das taxas máximas fiscalmente permitidas.

2.4 Passivos e activos por impostos diferidos

2.4.1 Passivos por impostos diferidos

Quer segundo o IASB quer segundo a CNC um passivos por impostos diferidos deve ser
reconhecido relativamente a todas as diferenças temporárias tributáveis, a menos que as mesmas
provenham:

 Do reconhecimento inicial do goodwill; ou


 Do reconhecimento inicial de um activo ou de um passivo numa transação que não seja
uma concentração de empresas nem afecte, no momento da transação, quer o resultado
contabilístico quer o resultado fiscal.

No caso das diferenças temporária estarem relacionadas com investimentos em subsidiárias,


associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, o passivo por impostos diferidos deve
ser reconhecido, excepto se se verificarem simultaneamente as seguintes condições:
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 A empresa – mãe (ou o investidor ou o empreendedor) controlar a tempestividade da


reversão da diferença temporária; e
 Ser provável que a diferença não reverta no futuro previsível.

Entre as muitas situações geradoras de passivos por impostos diferidos, salientam – se as


seguintes:

 Revalorização de elementos do activo fixo tangível;


 Mensuração das propriedades de investimento com base no justo valor através de
resultados;
 Aplicação do método da equivalência patrimonial, admitindo – se a tributação dos
dividendos;
 Diferimento da tributação das mais-valias fiscais por via do reinvestimento do valor de
realização dos activos;

Vejamos cada uma das situações.

Revalorização de elementos do activo tangível

Ate há pouco tempo era normal que a revalorização de um activo fixo tangível se traduzisse num
aumento do seu valor contabilístico, e consequentemente, do capital próprio. Tendo em conta
que nem todo o aumento do valor contabilístico, quando for este o efeito de revalorização, é
aceite fiscalmente a base tributável do bem é inferior ao seu valor contabilístico. Nestas
circunstâncias, a diferença existente deve dar origem ao reconhecimento de um passivo por
imposto diferido, cuja reversão devera processar – se a medida em que o excedente de
revalorização se realizar, seja por via da depreciação seja pela alimentação do bem.
(GUIMARÃES, Joaquim, 2007).

Mensuração das propriedades de investimento com base no justo valor através de


resultados

De acordo com o nº 9 do artº 18º do CIRC, os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo


valor não concorrem para formação do lucro tributável, sendo imputados como rendimentos (ou
gastos) no período de tributação em que os elementos ou direitos que lhes deram origem seja
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alienados, excepto quando respeitem a instrumentos financeiros ou outros casos previstos no


CIRC.

Tal regra conduz ao reconhecimento de passivos por impostos diferidos quando, pela
mensuração ao justo valor, as propriedades de investimento apresentam mensuração superior ao
custo. (GUIMARÃES, Joaquim, 2007).

Aplicação do método da equivalência patrimonial, admitindo – se a tributação dos


dividendos

A aplicação do método da equivalência patrimonial pode gerar diferenças temporárias


dedutíveis, conforme se verifiquem aumentos ou reduções do investimento financeiro.

O referido método conduz, portanto, a divergências entre o valor contabilístico do activo


financeiro e a sua base tributável, já que de um ponto de vista fiscal os lucros ou prejuízos
imputados ou quaisquer outras variações ocorridas no capital próprio da empresa participada só
são considerados fiscalmente quando colocados à disposição ou exigidos. (GUIMARÃES,
Joaquim, 2007).

De salientar, contudo, que o reconhecimento de passivos por impostos diferidos não deve ser
considerado se se verificarem simultaneamente as condições anteriormente referidas.

Diferimento da tributação das mais-valias fiscais por via do reinvestimento do valor de


realização dos activos

Como forma de incentivo ao investimento tem – se permitido, em alguns períodos, o diferimento


total da tributação das mais-valias obtidas na alienação de um activo fixo tangível desde que o
valor de realização fosse objecto GUIMARÃES, Joaquim, (2007 de reinvestimento.

O diferimento de tributação era processado através da não-aceitação como gasto fiscal da


totalidade das depreciações do novo activo, o que conduz a um passivo por impostos diferidos.
(GUIMARÃES, Joaquim, 2007).

2.5 Activos por impostos diferidos

Os activos por impostos diferidos correspondem as quantias a recuperar de impostos sobre o


rendimento de períodos futuros, respeitantes a:
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 Diferenças temporárias dedutíveis;


 Reporte de prejuízos fiscais;
 Reporte de benefícios fiscais não utilizados.

As diferenças dedutíveis correspondem a diferença de que resultam quantias que são dedutíveis
na determinação do resultado fiscal de períodos futuros, quando os correspondentes activos e
passivos se extinguem.

3.Políticas contabilísticas

Os impostos diferidos são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com
itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também
registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos diferidos são calculados, de
acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os
valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto
aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera
virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem. (COSTA, Carlos Baptista
da; ALVES, Gabriel Correia, 1999).

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis,
das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos que não afectam quer
o lucro contabilístico quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em
subsidiárias na medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os impostos
diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros
tributáveis no futuro capaz de absorver as diferenças temporárias dedutíveis. A empresa procede
à compensação de activos e passivos por impostos diferidos, sempre que:

 O imposto sobre o rendimento de cada subsidiária a pagar às Autoridades Fiscais é


determinado numa base líquida, isto é, compensando impostos correntes activos e
passivos,
 Os impostos são cobrados pela mesma Autoridade Fiscal sobre a mesma entidade
tributária. Esta compensação é por isso, efectuada ao nível de cada subsidiária,
reflectindo o saldo activo no balanço consolidado a soma dos valores das subsidiárias que
apresentam impostos diferidos activos e o saldo passivo no balanço consolidado a soma
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dos valores das subsidiárias que apresentam impostos diferidos passivos. (COSTA,
Carlos Baptista da; ALVES, Gabriel Correia, 1999).

3.1. Enquadramento IAS – Imposto sobre o rendimento

O Imposto sobre o Rendimento importa explicitar o significado de impostos sobre lucros,


impostos correntes e impostos diferidos. Os impostos sobre lucros compreendem os impostos
correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados,
excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais
próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os
impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável
apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou
substancialmente aprovada em cada jurisdição. Os impostos diferidos são calculados, de acordo
com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores
contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto
aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera
virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem. Os impostos diferidos
passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis, das diferenças
resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos que não afectam quer o lucro
contabilístico quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em subsidiárias na
medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os impostos diferidos activos são
reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que exista lucros tributáveis no futuro
capaz de absorver as diferenças temporárias dedutíveis. Para efeito de imposto sobre o
rendimento, as diferenças entre a contabilidade e fiscalidade, podem ser não passíveis de
compensação, designadas de diferenças permanentes ou definitivas, ou passíveis de
compensação noutros períodos de relato, diferenças temporárias. (BAPTISTA, Luís et al.2009 ).
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4.Conclusões

Durante a pesquisa deu - se por conclui que os impostos diferidos funcionam como elo de
ligação entre o resultado contabilístico e o resultado fiscal. Tal como foi anteriormente referido,
em regra, o resultado contabilístico é diferente do resultado fiscal por força da aplicação de
diferentes critérios, apresentando, por isso, dois tipos de diferenças: diferenças permanentes e
diferenças temporárias.
Assim, se a empresa num determinado período tiver reconhecido diferenças permanentes e não
tiver reconhecido diferenças temporárias não terá que reconhecer impostos diferidos. Pelo que a
sua despesa fiscal é igual à despesa de imposto corrente. Por outro lado, no caso das empresas
que reconhecem diferenças temporárias e diferenças permanentes, deverão reconhecer, para as
diferenças temporárias, impostos diferidos. No cálculo do imposto corrente, as entidades deverão
ter em conta um determinado montante dos impostos diferidos reconhecidos em períodos
anteriores.
Apesar de poderem influenciar o valor das empresas os estudos concluem que os gestores não
utilizam os impostos diferidos como forma de gerir os resultados.
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REFERENCIAS

BAPTISTA, Luís et al.2009 “Anotações ao Sistema de Normalização Contabilística”. CTOC –


Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.

COSTA, Carlos Baptista da; ALVES, Gabriel Correia, (1999), Contabilidade Financeira, Vislis,
3ª Edição.

GUIMARÃES, Joaquim, (2007), “Técnicos Oficiais de Contas, História da profissão e do


associativismo, estatuto e código deontológico, Contabilidade e Fiscalidade, encerramento de
contas”, Edições Infocontab.

JESUS, Tânia et al.2011 “Casos Práticos SNC Contabilidade Financeira –Tomo I –Contabilidade
das Empresas Individuais”. Rei dos Livros.

Gonçalves, C. (2012). Impostos Diferidos – Sebenta do curso online DIS0712. Lisboa: OTOC.

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