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Autores: Derick Henrique de Jesus Silva, João Paulo Arruda Amaral, Rafael Ferreira dos Santos
estocástico.
Resumo: Este trabalho emprega o conhecimento sobre
sistemas a eventos discretos e automata para modelar, projetar Um conjunto E de eventos de um sistema, por exemplo, E =
um controlador e simular o sistema em malha fechada de uma {a,b,c,d,e}, é considerado o alfabeto da linguagem. E cada
célula de manufatura. A célula é composta de uma mesa sequência ou cadeia de eventos, tais como: b, abde, dca, forma
circular e quatro dispositivos que operam com as peças uma palavra. Uma cadeia sem eventos, conhecida como cadeia
colocadas sobre a mesa. vazia é representada pelo símbolo ε.
Palavras Chaves: Automata, Célula de manufatura, Eventos, Segundo [1], uma linguagem L definida sobre um alfabeto E é
Estado. um conjunto de cadeias finitas de eventos (palavras) de E. Uma
Abstract: This paper employs the knowledge about systems linguagem definida para um certo sistema pode ter um número
and discrete event Automata for modeling, designing a finito ou infinito de palavras.
controller and simulate the system in closed loop of a
manufacturing cell. The cell consists of a circular table and 2 AUTOMATA
four devices that operate with the pieces placed on the table.
Uma ferramenta utilizada para representar linguagens Em outras palavras, a linguagem marcada define todas as
graficamente e de maneira compacta é o autômato ou cadeias na qual, partindo-se do estado inicial se chega a um
automaton. Um automaton pode ser representado por um grafo estado marcado. Ela também é chamada linguagem
com nós indicando os estados do sistema e arcos etiquetados reconhecida pelo automaton.
representando as transições. Um exemplo pode ser visto na Pela definição:
Figura 1. • A linguagem marcada é um sub-conjunto da
linguagem gerada;
Por definição, um automaton de estados finitos, G, é uma
• A linguagem gerada é prefixo fechada;
sextúpla:
• Se f é uma função total então L(G) = E*.
G = (X, E, f, Г, x0, Xm), onde:
Dois automata são iguais se eles geram a mesma linguagem e
X é o conjunto de estados; marcam a mesma linguagem.
• Parte Co-acessível:
f((x1,x2),e) = (f1(x1,e), f2(x2,e)) se e ∈ Г1(x1)∩ Г2(x2); Pi(L) = {t ∈ Ei* : ∃s ∈ L e (Pi(s) = t)}, para L ⊆ (E1∪E2)*;
L(G1×G2 ) = L(G1)∩L(G2) Com base nas definições anteriores, dado dois automata, G1 e
G2, as linguagens resultantes da operação de composição
Lm(G1×G2 ) = Lm(G1)∩Lm(G2) paralela entre os dois, pode ser definida como sendo:
2. K = K ∩ Lm(G )
4 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA
A proposta deste trabalho é modelar a planta, projetar um
Figura 2: Esquema simplificado de atuação de um supervisor controlador e simular o sistema em malha fechada para uma
célula de manufatura. A célula é composta por uma esteira,
Por definição, um supervisor S é uma função da linguagem uma mesa giratória, uma furadeira, um testador e um
gerada por G, L(G), no conjunto dos subconjuntos de E. manipulador robótico conforme esquematizado na Figura 3.
S : L(G) →2E
S(s) ∩ Г(f(x0,s))
L(S/G ) = L(S||G)
Durante o projeto de controladores, além das restrições A mesa possui quatro posições, e existem buffers na
específicas, uma condição fundamental deve ser sempre entrada e na saída da célula. Ela é controlada por um CLP
satisfeita: (controlador lógico programável) e foi projetada para
operar da seguinte forma: ao receber uma peça a esteira
L(S/G ) = Lm(S/G) gira até que a peça seja posicionada em P1; então a mesa
gira 90º levando a peça até P2; a peça é furada e depois a
Ou seja, o sistema controlado deve ser sempre não bloqueante,
mesa gira 90º novamente; em P3 a peça é testada e após
o que significa que todos os seus estados devem ser co-
mais um giro de 90º da mesa, a peça é retirada da posição
acessíveis. As restrições específicas devem ser satisfeitas da
P4 e colocada em um buffer de saída por um manipulador
maneira menos restritiva possível.
robótico.
Em alguns casos, as restrições podem não ser implementáveis.
Em outras palavras, pode não existir um supervisor capaz de O controlador (ou supervisor) deve ser projetado de forma
gerar uma determinada linguagem K. a evitar todos os comportamentos descritos abaixo:
1. Operar a esteira, a furadeira, o teste ou o
O teorema da controlabilidade possibilita verificar a manipulador enquanto a mesa estiver girando.
existência de um supervisor capaz de gerar uma linguagem K 2. Sobrepor peças na posição P1.
desejada.
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3. Girar a mesa sem que as peças em P2, P3 ou P4
tenham sido furadas, testadas ou retiradas
respectivamente.
4. Furar, testar ou acionar o robô sem peças nas
posições em P2, P3 ou P4.
5. Furar ou testar duas ou mais vezes a mesma peça.
6. Girar a mesa sem nenhuma peça.
Foram modelados separadamente: a esteira, a mesa, a Foram projetados dois supervisores para célula de manufatura.
furadeira, o testador e o manipulador. E os automata de cada Um considerando que o sistema opera apenas com uma peça de
equipamento podem ser vistos nas Figuras 4,5 e 6 . cada vez e outro considerando que o sistema pode trabalhar
com qualquer número de peças.
Observa-se que:
Figura 4: Automaton da Esteira e da Mesa
Lm(S ) = {ε, i1f1i0f0i2f2i0f0i3f3i0f0i4f4}.
6.2.2 Restrição 2
Não sobrepor peças na posição P1.
6.2.3 Restrições 3 e 4
Não girar a mesa sem que as peças em P2, P3 ou P4 tenham
sido furadas, testadas ou retiradas respectivamente. E não
Figura 7: Supervisor para mesa operando com apenas uma furar, testar ou acionar o robô sem peças nas posições em
peça de cada vez P2, P3 ou P4.
6.2.5 Restrição 6
Não girar a mesa sem nenhuma peça.
7 CONCLUSÕES
A manipulação e representação dos SED’s utilizando automata
apresenta inúmeras vantagens, quando comparada a
respresentam escrita na forma de linguagens. A facilidade para
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construir, manipular, entender a dinâmica do sistema e projetar
controladores, é muito maior utilizando a representação
gráfica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 – Cassandras, C.G. e Lafortune, L., 1999. Introduction to
Discrete Event Systems. Kluwer Academic Publishers.
Pp. 31-120.