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UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

CTG - Centro de Tecnologia e Geociências


DEE - Departamento de Engenharia Elétrica

Controladores Lógicos Programáveis - EL407

Aula 01

7 de Abril de 2015

Aula 01 Controladores Lógicos Programáveis - EL407


Apresentação

Professor: Herbert Leitão


E-mail: herbert.leitao@ufpe.br
Carga Horária: 45 horas
Avaliação: Média Aritmética (Prova + Trabalho)

Aula 01 Controladores Lógicos Programáveis - EL407


Apresentação

Conteúdo Programático

Apresentação da disciplina.
Introdução à Automação Industrial.
Introdução ao CLP.
Visão geral do software de programação.
Módulos.
Entradas e saı́das digitais.
Linguagens de programação (Ladder e Grafcet).
Operações binárias e digitais.
Blocos de programação, de dados e de organização.
Eliminação de erros.

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Automação

Definição

Automação (do latim Automatus, que significa mover-se por si), é a aplicação de técnicas
para tornar automático um processo ou um conjunto de processos, buscando aumentar
a sua eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia e/ou matéria
prima, menor emissão de resı́duos de qualquer espécie, melhores condições de segurança,
seja material ou humana, ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre
estes processos ou máquinas.

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Automação

Definição

Um sistema pode ser definido como automatizado quando é capaz de cumprir, por si só,
uma ou mais tarefas por meio de decisões que são tomadas em função de sinais de várias
naturezas que provêm do próprio sistema a ser controlado.

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Automação

Ramos principais

Automação comercial
Automação predial
Automação industrial

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Automação comercial

Automação comercial

Automação comercial é o ramo da automação no qual se busca a otimização de pro-


cessos comerciais, geralmente utilizando-se mais software do que hardware, tais como:
sistemas de controle de estoques, contas a pagar e receber, folha de pagamentos, identi-
ficação de mercadorias por códigos de barras ou por rádio frequência (RFID), etc.

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Automação predial

Automação predial

Automação predial é o ramo que aplica técnicas de automação para melhoria do con-
forto e da segurança de residências (automação residencial), conjuntos habitacionais e
prédios comerciais, tais como: controle de acesso por biometria, cartão magnético ou
RFID, portões eletrônicos, circuitos fechados de televisão (CFTV), controle de luminosi-
dade de ambientes, controle de umidade, temperatura e ar condicionado (HVAC), sistema
de segurança conectado à central de polı́cia, etc.

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Automação industrial

Automação industrial

A automação industrial de máquinas e processos consiste, essencialmente, em escolher,


dentre as diversas tecnologias comercialmente disponı́veis, a que melhor se adequa ao
conjunto de processos desenvolvidos pela indústria, de forma a garantir sempre a melhor
relação custo/benefı́cio (compromisso entre o custo da automatização e o aumento da
produtividade, da qualidade, da confiabilidade e da segurança no processo produtivo).

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Automação industrial

Considerando que todo processo pode, de alguma forma, ser automatizado, a decisão
entre automatizar ou não um processo torna-se uma questão mais de ordem econômico-
financeira que propriamente técnica. Ao longo dos anos, a automação tem provocado uma
série de mudanças no ambiente de trabalho:

Redução da quantidade de empregos com atividades repetitivas ou que requerem pouca


qualificação.
Desaparecimento de algumas profissões e surgimento de outras.
Aumento da qualidade e padronização de produtos.
Redução de custos de produção.

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Automação Industrial

Alguns segmentos industriais que demandam automação

Indústria automobilı́stica.
Indústria quı́mica.
Indústria de mineração.
Indústria de alimentos.

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Automação Industrial

Partes de um sistema automatizado

Bloco de potência
Corresponde aos músculos do sistema, ou seja, são os componentes diretamente
responsáveis pela execução das tarefas do sistema. Exemplos: motores, cilindros
pneumáticos ou hidráulicos, válvulas, resistências, etc.

Bloco de comando
corresponde à unidade responsável pelo automatismo, ou seja, é a parte inteligente que
coordena as tarefas e processos. É composto de computadores/controladores, chaves de
fim de curso, sensores, transdutores, botões, temporizadores, etc.

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Automação Industrial

Elementos de um sistema automatizado

Atuadores.
Sensores e transdutores.
Interface Homem-Máquina (IHM).
Sistema de controle.
Dispositivos de manobra, proteção e acionamento.

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Elementos de um Sistema Automatizado

Atuadores

A operação final, em sistemas automáticos, consiste em transformar um sinal elétrico,


pneumático ou hidráulico em uma outra grandeza fı́sica, que normalmente é o desloca-
mento mecânico. Tal operação é executada por atuadores.

Tipos de atuadores

Elétricos
Pneumáticos
Hidráulicos
Mecânicos

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Elementos de um Sistema Automatizado

Atuadores Elétricos
Válvulas solenoides.
Motores.
Resistências.

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Elementos de um Sistema Automatizado

Atuadores Pneumáticos
Atuador linear.
Válvula pneumática.
Garra pneumática.

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Elementos de um Sistema Automatizado

Atuadores Hidráulicos
Atuador linear.
Atuador rotativo.

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Elementos de um Sistema Automatizado

Sensores

O sensor é um dispositivo que converte uma grandeza fı́sica de qualquer espécie em outro
sinal que possa ser transmitido a um elemento indicador, para que este mostre o valor da
grandeza que está sendo medida ou que seja inteligı́vel para o elemento de comparação de
um sistema de controle.

Transdutores

Um elemento sensor é denominado transdutor quando converte a grandeza de entrada


para uma grandeza elétrica, como corrente, tensão ou resistência elétrica.

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Elementos de um Sistema Automatizado

Exemplos de sensores

Sensor capacitivo
Sensor indutivo
Chave fim de curso
Termopar

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CLP

Definição

O CLP é um sistema eletrônico, projetado para uso em um ambiente industrial, que usa
uma memória programável para armazenar instruções e funções especı́ficas, tais como
lógica, sequencial, temporização, contagem e aritmética, com o objetivo de controlar,
através de entradas e saı́das digitais ou analógicas, vários tipos de máquinas ou processos.

(Norma IEC 61131-1) e (NEMA - EUA, 1978)

O CLP é um equipamento eletrônico digital com hardware e software compatı́veis com


aplicações industriais.

(ABNT)

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Origem

O CLP foi desenvolvido a partir de uma demanda existente na indústria automobilı́stica


norte-americana, em especial na General Motors (GM), no final dos anos 1960.

Os primeiros CLPs foram desenvolvidos, em 1968, na Bedford Associates, sob o comando


do engenheiro Richard Morley, conhecido como o pai do CLP.

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Origem

A primeira linha de CLPs, chamada de Modicon (Modular Digital Controller), foi apli-
cada na Hydronic Division da General Motors e, posteriormente, foi vendida para diversas
outras empresas.

A empresa Bedford Associates foi, posteriormente, adquirida pela empresa francesa


Schneider Electric, que continua atuando no mercado de CLPs.

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Origem

Richard Morley e o Primeiro CLP

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Origem

Especificações do primeiro CLP

Facilidade de programação e reprogramação, alterando a sequência de operações na linha


de montagem;
Confiabilidade em ambientes industriais;
Tamanho reduzido e com custo competitivo em comparação à solução a relés;
Entradas e saı́das em 115V, com capacidade mı́nima de 2A para operar com válvulas
solenoides e contatores;
Memória programável com, no mı́nimo, 4KB e possibilidade de expansão;
Interface mais amigável e armazenamento em banco de dados para o planejamento da
produção.

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Histórico e Evolução

1971
Inı́cio da comercialização dos CLPs para indústrias em todo o mundo.
1972-1973
Incorporação de funções de temporização, contagem, aritmética, manipulação de dados e
comunicação entre CLPs.
1974-1975
Comunicação com IHM, aumento na capacidade de memória, inserção de controle
analógico e controle PID.
1977
Os CLPs deixaram de ser implementados com componentes eletrônicos discretos e passa-
ram a contar com um microprocessador central.

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Histórico e Evolução

1979-1980

Os CLPs passaram a operar com módulos I/O remotos, módulos inteligentes, hierarquia
de processo, e a terem a possibilidade de serem controlados por sistemas supervisórios.
Década de 1980
Popularização dos CLPs no mercado industrial brasileiro.
1981
Comunicação em rede com diversos dispositivos.
A partir de 1982
Alto grau de integração, diminuição do tamanho fı́sico (mini e micro CLPs), aumento
da memória interna, da capacidade de processamento, do número de entradas e saı́das
digitais e analógicas.

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Histórico e Evolução

Primeira Geração

Se caracteriza pela programação associada ao hardware do equipamento, utilizando lin-


guagem Assembly, que variava de acordo com o processador contido no CLP, ou seja, para
poder programar era necessário conhecer a estrutura interna do CLP. A tarefa de pro-
gramação era desenvolvida por uma equipe técnica altamente qualificada, gravando-se o
programa em memória EPROM, sendo realizada normalmente no laboratório junto com
a construção do CLP.

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Histórico e Evolução

Segunda Geração

Aparecem as primeiras ”linguagens de programação”não tão dependentes do hardware do


CLP, possı́veis pela inclusão de um software que converte (compila) as instruções do pro-
grama do usuário, verifica o estado das entradas, compara com as instruções do programa
e altera o estado das saı́das. Terminais de programação gravavam o programa do usuário
em uma memória EPROM, que era colocada no CLP para executar as tarefas do usuário.

Terceira Geração

Os CLPs passam a ter uma entrada de programação, na qual um teclado é conectado,


podendo-se alterar, apagar e gravar o programa do usuário, além de realizar testes (debug)
no equipamento e no programa. A estrutura fı́sica dos CLPs também sofre alterações,
tendendo para sistemas modulares.

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Histórico e Evolução

Quarta Geração

Com a popularização e a diminuição dos preços dos computadores pessoais (PCs), os CLPs
passaram a incluir uma entrada de comunicação serial, que permitia a sua programação
através de PCs. As principais vantagens eram: a utilização de vários tipos de lingua-
gens, a possibilidade de simulações, testes, treinamento e ajuda por parte do software de
programação; e a possibilidade de armazenamento de vários programas de usuário no PC.

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Histórico e Evolução

Quinta Geração

Atualmente, existe uma preocupação em padronizar protocolos de comunicação industri-


ais, de modo a permitir que equipamentos de um fabricante se comuniquem com equipa-
mentos de outros fabricantes, não só para CLPs, como também para módulos de medição,
equipamentos industriais, controladores de processos, sistemas supervisórios, redes inter-
nas de comunicação, etc. O objetivo é proporcionar uma integração afim de facilitar a
automação, o gerenciamento e o desenvolvimento de plantas industriais mais flexı́veis e
padronizadas, fruto da chamada globalização.

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Mercado Mundial

Após o grande avanço na indústria de computadores na década de 1980, os CLPs tornaram-


se dispositivos versáteis e especializados para o setor industrial.

Por este motivo, o mercado mundial de CLPs cresceu de um volume de cerca de 120
milhões de dólares em 1978 para cerca de 8,9 bilhões de dólares em 2007.

Segundo a empresa internacional de consultoria Frost & Sullivan, o mercado mundial de


CLPs obteve em 2013 uma receita de 10,37 bilhões de dólares e estima-se chegar a 14,58
bilhões de dólares em 2018.

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Mercado Mundial

Research and Markets

O mercado global de CLPs crescerá 9,23% no perı́odo de 2013-2018.


Este mercado encontra-se dividido em três segmentos: hardware, software e serviços.
Os atuais lı́deres de vendas são a Mitsubishi Electric, a Rockwell Automation, a Schneider
Electric e a Siemens.

http://www.researchandmarkets.com/research/6ltlbm/global plc market

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Famı́lia de Controladores Siemens

Controlador modular para


soluções de sistemas de
SIMATIC S7-400 automação exigentes, aplicações
distintas e automação de
processos.

Complexidade das aplicações


Controlador modular para
soluções de sistemas de
SIMATIC S7-300 automação distintos para médias
instalações.

Mini PLC modular para soluções


de aplicações de automação
SIMATIC S7-1200 elementares e autônomas para
pequenas instalações.

Módulo lógico para soluções de


comando e controle em
LOGO! aplicações autônomas de
automação para pequenas
instalações.

Capacidade de E/S, tamanho do programa, velocidade das instruções, capacidade de comunicação...

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SIMATIC S7-1500

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SIMATIC S7-1200

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SIMATIC S7-1200

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SIMATIC S7-1200

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SIMATIC S7-1200

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SIMATIC S7-1200

Placa de Sinal
SB1223 DC/DC

Entradas e saı́das digitais


DI 2×24 VDC 0.5 A
DO 2×24 VDC 0.5 A

SB1232 AQ

Saı́das analógicas
AO 1×12 bit
±10 VDC / 0-20 mA

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Módulos Digitais SIMATIC S7-1200

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Módulos Analógicos SIMATIC S7-1200

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Acessórios SIMATIC S7-1200
Switch
Fonte

Cartão de Memória

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Módulos de Comunicação Ponto a Ponto

RS232/RS485

Comunicação serial baseada


em caracteres.
Conexão isolada através de
conector DB9.
Alimentação através do
barramento da CPU.

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Dúvidas

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