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0103 1104 Sdeb 40 Spe 0163 PDF
0103 1104 Sdeb 40 Spe 0163 PDF
Marcelo Rasga Moreira1, Antônio Ivo de Carvalho2, José Mendes Ribeiro3, Fernando Manuel
Bessa Fernandes4
RESUMO O objetivo do presente trabalho é contribuir para uma melhor compreensão das per-
cepções sobre descriminalização e legalização da maconha. Para isso, foi realizada pesquisa
de opinião nacional, entre 07 de outubro e 26 de novembro de 2014, mediante 3.007 entrevis-
tas telefônicas. Os resultados apontam que o debate sobre o tema não é bem feito no Brasil; os
1 Fundação Oswaldo entrevistados consideram-se mal informados e parte significativa deles não quer informação;
Cruz (Fiocruz), Escola
Nacional de Saúde Pública TV e internet são as principais fontes de informação; serviços de educação e saúde não são
Sergio Arouca (Ensp), vistos como fonte de informação; mulheres acima de 45 anos com baixa escolaridade e renda
Departamento de Ciências
Sociais (DCS) – Rio de têm percepções mais negativas em relação à descriminalização e à legalização, se comparadas
Janeiro (RJ), Brasil. a homens jovens com maior escolaridade e renda.
rasgamoreira@gmail.com
2 Fundação Oswaldo
PALAVRAS-CHAVE Democracia. Crime. Cannabis.
Cruz (Fiocruz), Centro de
Estudos Estratégicos (CEE)
e Escola Nacional de Saúde ABSTRACT The objective of the present work is to contribute to a better understanding of per-
Pública Sergio Arouca
(Ensp), Departamento ceptions about marijuana decriminalization and legalization. For this, a national opinion survey
de Administração e was conducted, between October 07 and November 26, 2014, by means of 3.007 telephone inter-
Planejamento em Saúde
(Daps) – Rio de Janeiro views. The results point that the debate on the subject is not well done in Brazil; the interviewees
(RJ), Brasil. consider themselves poorly informed and a significant part of them does not want information;
aivo@ensp.fiocruz.br
TV and the internet are the main sources of information; education and health services are not
3 Fundação Oswaldo seen as a source of information; women over 45 with low schooling and income have more ne-
Cruz (Fiocruz), Escola
Nacional de Saúde Pública gative perceptions regarding decriminalization and legalization, if compared to young men with
Sergio Arouca (Ensp), higher schooling and income.
Departamento de Ciências
Sociais (DCS) – Rio de
Janeiro (RJ), Brasil. KEYWORDS Democracy. Crime. Cannabis.
ribeiro@ensp.fiocruz.br
4 Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), Escola
Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca (Ensp),
Departamento de Ciências
Sociais (DCS) – Rio de
Janeiro (RJ), Brasil.
fernando.bessa@ensp.
fiocruz.br
DOI: 10.1590/0103-11042016S14 Saúde Debate | rio de Janeiro, v. 40, n. especial, p. 163-175, DEZ 2016
164 MOREIRA, M. R.; CARVALHO, A. I.; RIBEIRO, J. M.; FERNANDES, F. M. B.
das mais moderadas – como modelo de ne- dos cidadãos, e não só de um pacto entre
gócios, defendem a legalização, focam sua elites mais ativas e organizadas.
atuação em drogas de maior aceitação social
e advogam o aperfeiçoamento incremental
do aparato legal voltado para as socialmente Aspectos metodológicos
mais aceitas.
É nesse contexto que o debate sobre a le- O presente artigo é fruto do estudo ‘A percep-
galização e a descriminalização da maconha ção dos brasileiros sobre temas relacionados
tornou-se o mais ativo em diferentes socie- à descriminalização da maconha’, desenvol-
dades, em um movimento que foi reforçado vido pelo Centro de Estudos Estratégicos
pela descoberta de suas propriedades tera- da Fundação Oswaldo Cruz (CEE-Fiocruz),
pêuticas e possibilidades de uso médico. Nos que, entre 07 de outubro e 26 de novembro
últimos anos, vários países fizeram altera- de 2014, realizou uma pesquisa de opinião de
ções importantes em suas legislações sobre a caráter nacional, mediante 3.007 entrevistas
maconha. Merecem destaque determinados telefônicas com pessoas acima dos 18 anos,
estados dos EUA, que fizeram a opção pelo em todos os estados do País. A margem de
livre mercado; e o Uruguai, que, seguindo erro é de mais ou menos 1,4%, com intervalo
caminho contrário, estatizou o processo de de confiança de 95%.
produção e distribuição. Buscando levantar informações e percep-
No Brasil, foi intensa a repercussão dessas ções dos entrevistados sobre o tema, em si,
medidas nos setores organizados da socie- e suas relações com saúde, violência e segu-
dade. Organizações Não Governamentais rança pública, esta pesquisa contou com um
(ONGs) e instituições civis ganharam novo instrumento composto por 32 questões – 3
alento e mais espaço para avançarem no abertas, 26 fechadas (13 com escalas de con-
tema; projetos de lei foram apresentados cordância/discordância) e 3 mistas.
ao congresso nacional; criou-se a Comissão Por seu caráter telefônico, pela abrangên-
Brasileira sobre Drogas e Democracia cia nacional e pelo tamanho da amostra, os
(CBDD), com ampla representação social; e, pesquisadores que realizaram as entrevistas
como tem se tornado cada vez mais comum telefônicas contaram com um roteiro que se
no processo político brasileiro, o Judiciário iniciava com a seguinte fala:
entrou no debate, que hoje está em suspen-
so, aguardando o Supremo Tribunal Federal Bom dia/boa tarde, meu nome é [...] e no mo-
(STF) julgar uma ação cujo resultado pode mento estamos fazendo uma pesquisa para a
produzir uma evidente mudança legal, abrir Fiocruz sobre a opinião das pessoas acerca de te-
precedentes e tornar o mais alto tribunal do mas de saúde pública, em especial, a questão das
País a principal arena desse debate, em nível drogas. O(a) Sr.(a) poderia participar?
nacional.
A despeito da importância da mobiliza- A fim de garantir os princípios da bioé-
ção dos setores organizados e do valor da tica na pesquisa, os entrevistadores foram
causa, há uma incógnita: E os brasileiros, treinados para esclarecer dúvidas quanto
o que pensam? Este é o objetivo do artigo: ao instrumento e, acima de tudo, aceitar
contribuir para a compreensão sobre o imediatamente, sem negociar, uma negativa
que pensam brasileiros e brasileiras acerca de participação. As pessoas que aceitavam
da descriminalização e da legalização da eram informadas de que seus nomes, ende-
maconha, apoiando caminhos para uma reços e quaisquer possíveis dados que pu-
mudança social que, caso haja, seja fruto de dessem identificá-las seriam mantidos sob
um processo que incorpore a participação sigilo. Foi-lhes reforçada, ainda, a ideia de
que suas respostas seriam utilizadas exclu- senso comum, promovendo o princípio da
sivamente no âmbito da pesquisa, que en- beneficência.
volveria a publicação de relatórios, artigos
e livros. Além disso, foi-lhes garantido que,
mesmo nessas publicações, os dados jamais Resultados e discussões: o
seriam divulgados de maneira individual, que pensam os brasileiros
reforçando-lhes o sigilo e o anonimato pro-
metidos, e preservando-lhes o princípio da
sobre a descriminalização e
não maleficência. a legalização da maconha?
Os dados desta pesquisa mostraram-se
extremamente ricos e abrangentes. Para o Para uma melhor compreensão dos resul-
presente artigo, adotou-se como recorte o tados da pesquisa, optou-se por dividir esta
foco na percepção dos entrevistados sobre o seção nos seguintes tópicos: ‘grau de infor-
‘grau de informação’ acerca do debate sobre mação’, ‘percepção sobre uso/consumo de
descriminalização/legalização da maconha; maconha e suas repercussões na saúde’, ‘per-
as ‘repercussões na saúde’ e a ‘violência’ ad- cepção sobre a descriminação/legalização da
vindas de uma possível descriminalização/ maconha e suas repercussões na violência’,
legalização da maconha; e as ‘expectativas’ e ‘expectativas e experiências com relação
em relação ao uso/consumo, caso a maconha ao uso/consumo de maconha’. Desta forma,
fosse descriminalizada/legalizada. torna-se mais fácil fazer tanto uma leitura de
Os resultados foram trabalhados, como cada tópico como uma articulação entre eles.
se verá a partir do próximo tópico, por meio
de uma estratégia que privilegiou a apre- Percepções sobre o ‘grau de informa-
sentação percentual do resultado geral e o ção da sociedade’ e o ‘grau de infor-
distribuiu, também percentualmente, nos mação do próprio indivíduo’ acerca
seguintes estratos populacionais: região de do debate sobre descriminalização e
moradia, gênero, faixa etária, renda mensal legalização da maconha
e grau de escolaridade. Para que a leitura
ficasse fluida e compreensível, optou-se por Conforme ilustra a tabela 1, para 74% dos
apresentar as distribuições percentuais por entrevistados, o debate sobre a descrimi-
estrato, nas situações em que elas apresen- nalização da maconha não está sendo bem
tassem contrastes com o resultado geral ou feito no Brasil. Distribuindo-se as respostas
entre si, permitindo, assim, um melhor co- pelos estratos populacionais trabalhados na
nhecimento das convergências e divergên- pesquisa, aqueles que consideram mais in-
cias encontradas. cisivamente que esse debate não está sendo
Diante disso, como consequência do tra- bem feito são: (i) pessoas do sexo masculino;
balho desenvolvido, entende-se que a di- (ii) jovens entre 18 e 24 anos; (iii) moradores
vulgação do conhecimento construído com da Região Sudeste; (iv) pessoas com renda
os entrevistados em torno do tema melhora acima de dez salários mínimos; e (v) pessoas
as possibilidades explicativas dos pesqui- que têm ensino superior completo ou grau
sadores e contribui para a superação do de instrução ainda maior.
Tabela 1. O debate sobre a maconha está sendo bem feito no País? Distribuição por região, sexo, faixa etária, renda e escolaridade. Brasil, 2014
Tabela 2 . Grau de concordância/discordância com a frase “A maconha acaba com a vida das pessoas”: distribuição por região, sexo, faixa etária, nível de
escolaridade e renda. Brasil, 2014
Base concorda mais concorda mais discorda discorda não concorda nr/ns Total
totalmente que discorda que concorda totalmente nem discorda
Total 3007 54,6% 16,4% 12,3% 11,9% 4,4% 0,4% 100,0%
Regiões do País
Centro-Oeste 205 47,8% 22,4% 16,6% 7,8% 5,4% 100,0%
Nordeste 794 63,0% 13,5% 7,8% 11,8% 3,5% 0,4% 100,0%
Norte 198 54,0% 20,7% 9,6% 8,6% 7,1% 100,0%
Sudeste 1349 51,1% 17,3% 15,1% 11,3% 4,6% 0,4% 100,0%
Sul 461 53,4% 14,3% 11,1% 17,1% 3,5% 0,7% 100,0%
Sexo
Masculino 1460 46,1% 18,2% 16,7% 14,9% 4,9% 0,2% 100,0%
Feminino 1547 62,6% 14,7% 9,1% 9,2% 3,8% 0,6% 100,0%
Faixa etária
18 a 24 anos 607 41,8% 16,0% 19,9% 18,6% 3,3% 0,3% 100,0%
25 a 34 anos 727 46,5% 16,8% 15,3% 15,7% 5,5% 0,3% 100,0%
35 a 44 anos 655 55,7% 18,2% 11,9% 10,8% 2,9% 0,5% 100,0%
45 a 59 anos 605 64,1% 14,9% 7,9% 7,4% 5,3% 0,3% 100,0%
60 anos ou mais 413 71,7% 16,0% 2,9% 3,9% 4,8% 0,7% 100,0%
Tabela 2. (cont.)
Renda
até 1 salário mínimo 316 78,2% 6,0% 2,8% 8,2% 4,1% 0,6% 100,0%
1 a 2 salários mínimos 773 60,7% 18,1% 10,3% 7,4% 2,8% 0,6% 100,0%
2 a 5 salários mínimos 1077 48,6% 17,8% 15,9% 13,0% 4,6% 0,1% 100,0%
5 a 10 salários mínimos 379 42,0% 16,9% 15,6% 20,8% 4,5% 0,3% 100,0%
Mais de 10 salários mínimos 135 39,3% 18,5% 11,1% 20,0% 9,6% 1,5% 100,0%
Escolaridade
Até ensino fundamental incom-
363 77,1% 12,7% 4,4% 2,5% 3,0% 0,3% 100,0%
pleto
Fundamental completo/ médio
456 68,2% 15,4% 5,5% 7,7% 2,9% 0,4% 100,0%
incompleto
Médio completo/ superior in-
1534 49,0% 17,8% 15,0% 13,3% 5,5% 0,4% 100,0%
completo
Superior completo ou mais 654 45,6% 16,1% 15,1% 17,0% 5,8% 0,5% 100,0%
Fonte: CEE/Fiocruz, 2015.
Tabela 3. Percepção dos entrevistados sobre perguntas referentes às repercussões da descriminalização da maconha na saúde dos indivíduos.
Distribuição das respostas concordantes por grau de informação sobre o debate. Brasil, 2014
Tabela 4. Percepção dos entrevistados sobre perguntas referentes às repercussões da descriminalização da maconha no cenário de violência.
Distribuição das respostas concordantes por grau de informação sobre o debate. Brasil, 2014
Tabela 5. Grau de concordância/discordância com a frase “Se a maconha for descriminalizada, seu uso vai aumentar?”: distribuição por região, sexo, faixa
etária, nível de escolaridade e renda. Brasil, 2014
Base concorda mais concorda mais discorda discorda não concorda nr/ns Total
totalmente que discorda que concorda totalmente nem discorda
Total 3007 54,8% 16,14% 11,2% 14,9% 2,9% 0,1% 100,0%
Regiões do País
Centro-Oeste 205 46,3% 31,2% 12,7% 4,9% 4,9% 100,0%
Nordeste 794 57,1% 13,5% 10,2% 17,0% 2,3% 100,0%
Norte 198 52,0% 22,2% 8,6% 13,6% 3,5% 100,0%
Sudeste 1349 55,3% 15,6% 11,2% 14,5% 3,3% 0,2% 100,0%
Sul 461 54,2% 13,0% 13,2% 17,6% 1,7% 0,2% 100,0%
Sexo
Masculino 1460 54,2% 15,9% 12,2% 15,1% 2,5% 0,1% 100,0%
Feminino 1547 55,3,6% 16,4% 10,2% 14,7% 3,2% 0,2% 100,0%
Faixa etária
18 a 24 anos 607 50,7% 17,3% 13,8% 16,8% 1,3% 100,0%
25 a 34 anos 727 53,2% 17,7% 11,4% 14,4% 3,2% 100,0%
35 a 44 anos 655 55,9% 16,2% 11,5% 14,2% 2,3% 100,0%
45 a 59 anos 605 56,0% 14,2% 10,7% 14,9% 3,8% 0,3% 100,0%
60 anos ou mais 413 59,8% 14,3% 7,0% 14,0% 4,4% 0,5% 100,0%
Renda
até 1 salário mínimo 316 61,4% 9,2% 7,3% 18,0% 3,8% 0,3% 100,0%
1 a 2 salários mínimos 773 58,6% 15,5% 9,3% 13,3% 3,2% 100,0%
2 a 5 salários mínimos 1077 53,9% 18,8% 12,3% 13,0% 2,0% 0,1% 100,0%
5 a 10 salários mínimos 379 47,2% 18,2% 14,0% 18,5% 2,1% 100,0%
Mais de 10 salários mínimos 135 51,1% 11,1% 11,9% 22,2% 3,7% 100,0%
Tabela 5. (cont.)
Escolaridade
Até ensino fundamental incom-
363 55,6% 18,7% 8,8% 12,4% 4,1% 0,3% 100,0%
pleto
Fundamental completo/ médio
456 60,7% 11,6% 9,0% 15,4% 2,9% 0,4% 100,0%
incompleto
Médio completo/ superior in-
1534 54,9% 17,1% 11,3% 1,0% 2,6% 0,1% 100,0%
completo
Superior completo ou mais 654 49,8% 15,4% 13,8% 18,0% 2,9% 100,0%
Fonte: CEE/Fiocruz, 2015.
serão vistos pelos defensores da ‘guerra às dos entrevistados diz que não consumiria
drogas’ como alvos da repressão. maconha, caso ela fosse legalizada no Brasil,
Outro ponto essencial a ser destacado é que e as respostas que revelam que um percen-
o debate deve ser ambientado no campo da tual também muito grande considera que
saúde pública e no da superação da violência o consumo de maconha vai aumentar, de-
que envolve o tráfico de drogas, este que todos monstram que, para identificar e compre-
os dias deixa vítimas nas grandes cidades do ender o que as pessoas pensam sobre um
País. Fortalecer as políticas de saúde e superar assunto complexo e melindroso como este,
a violência demandam agendas articuladas, os pesquisadores devem percorrer caminhos
capazes de trazer melhorias vigorosas às con- conturbados de esquinas, cruzamentos, bi-
dições de vida da população. furcações e atalhos, antes de chegarem a
Por fim, ressalta-se que esta pesquisa não um local onde possivelmente uma resposta
se preocupou em perguntar se os entrevista- direta e objetiva represente uma tradução do
dos são ‘contra ou a favor’ da descriminali- que o entrevistado pense sobre o tema.
zação e da legalização das drogas. O que se Esta foi uma opção da presente pesqui-
queria efetivamente compreender era, e é, o sa, tendo como intenção contribuir para
que pensam as pessoas sobre os fatores e as a construção de agendas democratizantes
relações que fazem parte desse processo, e para o século XXI: oportunizar um primeiro
que tornam-se completamente obscurecidos contato direto com determinados sujeitos e
quando se faz uma pergunta do tipo ‘contra suas percepções. Tal opção pode, logicamen-
ou a favor’. te, também ser encarada como uma limita-
O paradoxo entre as respostas que re- ção da pesquisa, que, desejamos, seja suprida
fletem o fato de que a quase totalidade por mais e melhores estudos. s
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em álcool, crack e outras drogas – o caso do município
Recebido para publicação em dezembro de 2016
do Rio de Janeiro, Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva. Rio de Versão final em dezembro de 2016
Conflito de interesses: inexistente
Janeiro, v. 21, n. 1, p. 71-81, 2016.
Suporte financeiro: não houve