Produção Técnica Nº 002

SPDA LEGISLAÇÃO
Eng. Eletricistas Bianca A. Martinez e Carlos E. Cisi

1. OBJETIVO

Tem o presente a finalidade de servir como elemento técnico para orientação quanto
a legislação referente ao Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para as conclusões expressas nesta produção a partir do

levantamento das leis e regulamentos que regem a necessidade de instalação de
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

• CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei 8.078 de 11/09/90. Diário Oficial da

União, Brasília, 1990.
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal.

• BRASIL. Decreto n.° 56.819, de 10 de março de 2011, Institui o Regulamento de

Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São
Paulo e dá providências correlatas . Diário Oficial [da] Republica Federativa do
Brasil , Brasília, DF, 11 mar. 2011, p.1

• BRASIL – MTE. NR10 – Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações

Elétricas. Brasília, DF: MTE, 2004

• CBPMSP. Instrução Técnica 041/2011 - Inspeção visual em instalações elétricas

de baixa tensão. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. São
Paulo, SP. 2011.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção de

estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2005.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra

descargas atmosféricas. Vol 1. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra

descargas atmosféricas. Vol 2. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra

descargas atmosféricas. Vol 3. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra

descargas atmosféricas. Vol 4. Rio de Janeiro, 2015.

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4. LEVANTAMENTO

4.1 Poder Público Federal

O Código de Defesa do Consumidor, Lei Federal 8.078/90, é um conjunto de normas

que regulam as relações de consumo, protegendo o consumidor.

Nesta lei é definido as práticas para fornecimento de serviços, onde versa:

“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas:

(…) VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou

serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro)”.

Na Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a Segurança Pública, define como
órgão oficial para exercer a preservação da ordem pública e da incolumidade(isenção
de perigo, de dano; em segurança) as polícias militares e corpos de bombeiros
militares.
“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos: (EC n o 19/98 e EC n o 82/2014)

(…) V – polícias militares e corpos de bombeiros militares”.

4.2 Poder Público Estadual

O Decreto nº 56.819, de 10/03/2011 institui o Regulamento de Segurança contra

Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e estabelece o SPDA
como uma medida e segurança contra incêndio e determina o atendimento as
instruções técnicas para implantação e execução das medidas de segurança.
“Artigo 4º – Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de
São Paulo – CBPMESP, por meio do Serviço de Segurança contra
Incêndio, cabe regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de
segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco, bem
como realizar pesquisa de incêndio”

(…)
“Artigo 7º – É função do Serviço de Segurança contra Incêndio:
I – realizar pesquisa de incêndio;
II – regulamentar as medidas de segurança contra incêndio;
III – credenciar seus oficiais e praças;

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IV – analisar o processo de segurança contra incêndio;

V – realizar vistoria nas edificações e áreas de risco;
VI – expedir o AVCB;
VII – cassar o AVCB;
VIII – emitir consultas técnicas;
IX – emitir pareceres técnicos.”

(...)
“Artigo 10º – O AVCB será expedido pelo Corpo de Bombeiros,
desde que as edificações e as áreas de risco estejam com suas
medidas de segurança contra incêndio executadas de acordo com
a regulamentação do CBPMESP.”

(...)
“Artigo 24 – Constituem medidas de segurança contra incêndio das
edificações e áreas de risco:

(…) XXII – sistema de proteção contra descargas atmosféricas

(SPDA);

(…) § 1o – Para a execução e implantação das medidas de

segurança contra incêndio, devem ser atendidas as Instruções
Técnicas elaboradas pelo CBPMESP.

§ 2o – As medidas de segurança contra incêndio das edificações e

áreas de risco devem ser projetadas e executadas visando atender
aos objetivos deste Regulamento.”

(…)
“Artigo 30 – As edificações e áreas de risco devem ter suas
instalações elétricas e sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA) executados, de acordo com as prescrições das
normas brasileiras oficiais e normas das concessionárias dos
serviços locais.”

4.3 Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo

Sendo a IT 41/2011 a instrução técnica do CBPMSP que regulamenta os parâmetros

para inspeção do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e determina a
norma da ABNT a ser seguida:
“Instrução Técnica nº 41/2011 - Inspeção visual em instalações
elétricas de baixa tensão.

(…) 6.9 O sistema de proteção contra descargas atmosféricas

(SPDA) deve estar em conformidade com a NBR 5419/05”.

4.4 Ministério do Trabalho e Emprego

O MTE, ministério do trabalho e emprego, em sua Norma Regulamentadora NR 10,

estabelece como requisito de a segurança dos trabalhadores que os serviços nas
instalações elétricas atenda as normas oficiais, e que no Prontuário de Instalações

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Elétricas das edificações contenha as especificações do sistema de aterramento e

demais dispositivos de proteção, além das inspeções e medições do SPDA.
10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão,
distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção,
montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-
se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos
competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas
internacionais cabíveis.

(…)
10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares
atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos
com as especificações do sistema de aterramento e demais
equipamentos e dispositivos de proteção.
10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW
devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas,
contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:

(…) b) documentação das inspeções e medições do sistema de

proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

4.5 Associação Brasileira de Normas Técnicas

Mesmo a norma NBR 5419/05 ter sido revogada estando atualmente em vigor a NBR
5419/15, a norma vigente ressalta que os órgãos responsáveis que determinam as
exigências técnicas regulamentadas:

“Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação

em Regulamentos Técnicos. Nestes casos, os Órgãos responsáveis
pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas para
exigência dos requisitos desta Norma, independentemente de sua
data de entrada em vigor”.

4.6 Prefeitura Municipal

Cada prefeitura a partir de suas secretarias e departamentos, dentre outras

responsabilidades, possui a de fiscalização de obras e de atividades comerciais em
solo privado, com emissão de alvará de uso e eventos.

Sendo exigido a apresentação de documentação que ateste o SPDA da edificação em

conformidade com o Corpo de Bombeiros ou a Norma ABNT vigente.

4.7 Seguradoras

As seguradoras, em caso de sinistros, podem se recusar a pagar a indenização em

circunstâncias de prejuízo causado por culpa grave ou dolo do segurado.

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Para os casos em especial de sinistro nas instalações elétricas por ocasião de

descargas atmosféricas, já é prática da seguradora a realização de inspeções por
profissional habilitado para garantir o atendimento as exigências do Corpo de
Bombeiros ou da Norma ABNT vigente.

Assim constatado qualquer irregularidade, a seguradora recusará o pagamento da

indenização, mesmo que o segurado possua laudo técnico do sistema instalado, pois
é considerado como negligência do responsável pela edificação.

4.8 Certificadoras ISO

As certificadoras ISO exigem o laudo técnico do SPDA que atenda as exigências da

Norma ABNT vigente.

5. CONCLUSÃO

Portanto, nesta data, ó possível o ateste do SPDA instalado para as duas normas NBR
5419/2005 e 5419/2015. Dependendo da necessidade do cliente junto aos órgãos
fiscalizadores.

Uma edificação que necessita apenas atestar o SPDA para renovação do AVCB no
estado de São Paulo, ainda pode estar instalado de acordo com a norma 5419/2005.

Pontuamos ainda que nada impede que seja feita já em conformidade a NBR
5419/2015 uma vez que esta é mais rigorosa no quesito de proteção.

Caso a edificação necessite de alvará de funcionamento e/ou possui alguma

certificação ISO, o SPDA instalado deverá atender a norma 5419/2015.

Ressaltamos que essa flexibilidade está sujeita a alteração pelo Corpo de Bombeiros.

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