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Disciplina CCE0766 – Transmissão de

energia elétrica II – Aula 9

Professor Bruno Sampaio Andrade


Cálculos nos cabos de LT

Faixa de passagem
Aterramento de estruturas
Cálculos nos cabos de LT

Faixa de passagem
Aterramento de estruturas
Faixa de passagem
 As faixas de linhas de transmissão caracterizam-se como locais com
limitações no que se refere ao uso e ocupação. A ocupação adequada e a
conservação das faixas de servidão e de segurança contribuem para
garantir:
 a plena operação;
 a execução dos serviços de manutenção;
 a maior rapidez na localização de anomalias nas linhas;
 a preservação do meio ambiente; e
 a segurança de pessoas e bens em suas proximidades.
 O uso compartilhado desses locais depende de análises técnicas e de
segurança estabelecidas nas normas técnicas brasileiras e especificações e
procedimentos da concessionária de energia.
Para a instituição da faixa de segurança das linhas é adotado o Método
Comparativo Direto de Dados de Mercado para avaliação de bens, NBR
14653 -1, e para formalização do contrato utiliza o Pacto de Servidão ou a
Escritura Pública de acordo o valor a ser indenizado (CELG PAR).
Faixa de passagem
 As seguintes definições devem ser estabelecidas:
FAIXA DE PASSAGEM
 Faixa de terra ao longo do eixo da LT, podendo ser de domínio ou de
servidão. Sua largura deve ser no mínimo igual a da faixa de segurança.
FAIXA DE DOMÍNIO
 Faixa de terra ao longo do eixo da LT, declarada de utilidade pública,
adquirida pelo proprietário da linha por meio de acordo por instrumento
público extrajudicial, decisão judicial ou prescrição aquisitiva (aquisição
de uma propriedade pela posse pacífica e ininterrupta durante certo
tempo), devidamente inscrita no cartório de registro de imóveis, com
largura, no mínimo igual a da faixa de segurança.
FAIXA DE SERVIDÃO
 Faixa de terra ao longo do eixo da LT cujo domínio permanece com o
proprietário, porém com restrições ao uso. O referido direito sobre o
imóvel alheio pode ser instituído através de instrumento público,
particular, prescrição aquisitiva por decurso de prazo ou ainda...
Faixa de passagem
FAIXA DE SERVIDÃO (continuação)
... por meio de medida judicial, mediante inscrição a margem da respectiva
matrícula imobiliária. A concessionária, além do direito de passagem da
linha, possui o livre acesso às respectivas instalações.
FAIXA DE SEGURANÇA
 Faixa de terra ao longo do eixo da LT, necessária para garantir seu bom
desempenho, a segurança das instalações e de terceiros.
LARGURA DA FAIXA DE SEGURANÇA
 Espaço de terra transversal ao eixo da LT e determinado em função de
suas características elétricas e mecânicas, necessário para garantir o bom
desempenho da linha, sua inspeção, manutenção e a segurança das
instalações e de terceiros.
DISTÂNCIA DE SEGURANÇA
 Afastamento mínimo do condutor e seus acessórios energizados a
quaisquer partes, energizadas ou não, da própria linha e ao solo ou a
obstáculos próximos à linha, conforme prescrições da NBR 5422.
Faixa de passagem
CONTRAPESO
 É o condutor enterrado no solo ao longo da faixa de segurança da linha,
com o objetivo de reduzir a resistência de aterramento da estrutura, torre
ou poste, para valores compatíveis com o desempenho esperado frente a
curtos-circuitos, surtos de manobra, descargas atmosféricas e a segurança
de terceiros
TRAVESSIA
 É a transposição de rodovias, ferrovias, oleodutos e rios navegáveis, por
uma de linha de transmissão, obedecendo a critérios definidos e às
exigências normativas dos órgãos envolvidos.
CRUZAMENTO
 É a transposição de uma linha de transmissão por outra linha (tensão
superior, igual ou inferior), redes de distribuição, linhas telegráficas,
linhas telefônicas e cercas obedecendo a critérios definidos e às
exigências normativas dos órgãos envolvidos.
Faixa de passagem
LARGURA DA FAIXA DE SEGURANÇA
 A largura da faixa de segurança varia de acordo com a classe de tensão e
o tipo da região atravessada (rural ou urbana).
 A NBR 5422 define os parâmetros mínimos para o dimensionamento da
largura da faixa de segurança e das distâncias de segurança da LT, em
função da natureza e tipo de utilização do terreno.
 Tem ainda, como variáveis a serem consideradas as interferências
eletromagnéticas, as quais podem ser significativas, dependendo da
classe de tensão e do arranjo dos condutores da linha.
 De forma geral as faixas de segurança das linhas apresentam as larguras
descritas na Tabela abaixo (CELG PAR):
Faixas de segurança

Fonte: LTP-AA1.039/00 – CELG PAR


Faixa de passagem
 Em áreas urbanas, soluções técnicas mais elaboradas permitem a
instalação de linhas em faixas mais estreitas, mediante a adoção de
compactação de fases e de circuitos, bem como, a utilização de sistemas
de aterramento não convencionais. As soluções devem ser estudadas
caso a caso, de forma a conciliar a largura da faixa com os requisitos
operativos e de segurança requeridos.
 Deverá ser considerada uma faixa adicional, caso seja constatada a
presença de plantações de elevado porte, lavouras de cana de açúcar,
açudes transversais à linha ou edificações que possam prejudicar a
operação ou a manutenção da LT.
 Além da faixa específica da linha deverá ser verificada a existência de
“corredor potencial” para futuras linhas. Nesse caso a largura da faixa de
segurança será superior.
Faixa de passagem
SUBDIVISÕES DA FAIXA DE PASSAGEM
 Para fins de uso e de ocupação da faixa de passagem das LT deverão ser
consideradas as seguintes áreas, definidas de acordo com seu grau de
importância para operação, manutenção e segurança da linha:
Área “A”
 Localiza-se no entorno das estruturas da linha de transmissão e destina-
se a permitir o acesso das equipes de manutenção com seus respectivos
veículos e equipamentos, bem como servir para a instalação de proteção
contra abalroamentos às estruturas.
Área “B”
 Faixa de terreno, excluída a área A, que envolve os cabos condutores ao
longo da linha e destina-se a proporcionar maior segurança à linha e
também a terceiros.
Área “C”
 Porção da faixa de passagem, excluindo-se as zonas A e B, cujos limites
externos são definidos no projeto da linha de transmissão e destina-se a
garantir os limites de campos elétricos e magnéticos, no limite da faixa de
passagem, e a evitar acidentes devido a balanço de cabos da LT.
Faixa de passagem
Observação: uma área adicional “D” poderá ser instituída, adjacente à faixa
de passagem, onde estarão estabelecidos limites para as alturas de
edificações e de vegetações de grandes proporções, ou visando a futura
ampliação do sistema.

Divisão da faixa de passagem em áreas "A", "B" e "C"


Fonte: LTP-AA1.039/00 – CELG PAR
Faixa de passagem
Observação: Valores de L1, L2 e L3

Fonte: LTP-AA1.039/00 – CELG PAR


 De acordo com a NBR5422, a largura da faixa de segurança de LT deve ser
determinada levando em consideração o balanço dos cabos devido à ação
do vento, efeitos elétricos e posicionamento das fundações de suportes e
estais.
 No caso de uma única linha, a largura mínima da faixa de segurança é dada
pela expressão: , onde:
 b – distância horizontal do eixo de suporte ao ponto de fixação do
condutor mais afastado desse eixo [m]
 d – soma das projeções horizontais da flecha do condutor e do
comprimento da cadeia de isoladores, após seu deslocamento angular β
devido à ação do vento [m]
Faixa de passagem
D = Du/150 [m], no mínimo 0,5 m
 β – ângulo de balanço da cadeia e do condutor. Deve ser calculado de
acordo com a expressão: β = tg-1(k . tg βR) onde:
 k – Valor dado na figura abaixo;
βR – ângulo de balanço balanço teórico dado pela expressão:
tgβR = qo. d / p . (V/H), onde:
 q0 – pressão dinâmica de referência, calculado pela expressão:
q0 = 0,5 . ρ . Vp2 . [N/m2], onde:
 ρ – massa específica do ar [kg/m3]
Vp – velocidade do vento de projeto [m/s] (item 4.8 da NBR5422)
 d – diâmetro do condutor [m]
 p – peso unitário do condutor [N/m]
 V – vão de peso do condutor
 H – vão de vento do condutor
Faixa de passagem

Fator K para determinação do ângulo de balanço


Fonte: NBR5422
Faixa de passagem

Faixa de servidão – condutores dispostos horizontalmente.


Fonte:NBR5422
Faixa de passagem
OBSERVAÇÕES
 No caso de tensão nominal superior a 230 kV, a faixa de segurança deve
ser verificada quanto aos aspectos referente à ignição de combustíveis, ao
nível de radio interferência, ao ruído audível e à interferência na recepção
de TV, compatíveis com a região atravessada pela LT.
 O valor do campo elétrico ao nível do solo, no limite da faixa de
segurança não deve ultrapassar 5 kV/m.
Cálculos nos cabos de LT

Faixa de passagem
Aterramento de estruturas
Aterramento de estruturas
 O sistema de aterramento de uma linha de transmissão é composto pela
interligação com a malha terra das subestações, para-raios de linhas, cabos
para-raios e pelo aterramento dos pés de torres, sendo que estes podem
ser constituídos por hastes e/ou cabos enterrados no solo, são os
denominados contrapesos.
 A resistividade do solo é uma das principais responsáveis pelo
desempenho do sistema de aterramento de uma linha de transmissão,
sendo esta influenciada pelos seguintes fatores:
 Tipo de solo;
 Teor de umidade;
 Temperatura;
 Composição química;
 Concentração de sais da água retida; e
 Estratificação e compactação do solo.
Aterramento de estruturas
 O sistema de aterramento de uma torre de linha de transmissão de energia
elétrica geralmente é composto pelas seguintes partes:
 Todos os elementos metálicos que compõe a torre e que mantém contato
com o solo ou com o concreto das fundações, inclusive vergalhões,
grelhas, stubs, parafusos, etc.
 Qualquer dispositivo de aterramento, tais como: hastes de aterramento,
anéis horizontais, contrapesos, ou ainda qualquer combinação destes que
estejam enterrados no solo.
 Eletrodos ou hastes de aterramento suplementar podem ser de dois tipos
básicos:
 Concentrado (haste vertical no solo, condutor cilíndrico horizontal,
condutor cilíndrico em anel fechado);
 Prolongado ou contínuo: Também conhecido como contrapeso contínuo,
constituído de um e, às vezes, de vários condutores cilíndricos contínuos
enterrados no solo ao longo da linha de transmissão e conectados nos
pés de cada torre.
Aterramento de estruturas
 Dentre os principais objetivos do sistema de aterramento podemos citar:
 Tornar a resistência de aterramento mais baixa possível para as correntes
provenientes de falta à terra;
 Manter potenciais produzidos por correntes de falta entre valores que
não provoquem a fibrilação do coração humano;
 Fazer com que equipamentos de proteção sejam mais sensibilizados e
atuem de forma a isolar rapidamente as faltas à terra;
 Propiciar caminho adequado para escoar à terra descargas atmosféricas.
 As torres (suportes) de uma linha de transmissão devem ser aterradas de
maneira a tornar a resistência de aterramento compatível com o
desempenho desejado e a segurança de terceiros.
 O aterramento deve se restringir a faixa de segurança da linha de
transmissão e não interferir com outras instalações existentes e com
atividades desenvolvidas dentro da faixa.
 Os materiais empregados nos aterramentos devem ser resistentes à
corrosão e sua durabilidade no solo deve ser, sempre que possível,
compatível com a vida útil da linha de transmissão. (NBR 5422/1985)
Aterramento de estruturas
 A resistência de aterramento R de um condutor enterrado horizontalmente
no solo é dada pela seguinte expressão:

Onde:

p [m] – profundidade do condutor enterrado;


l [m] – comprimento total do condutor;
r [m] – raio equivalente do condutor;
ρa [Ωm] – resistividade aparente do solo;
 O comprimento do contrapeso por perna deverá ser em função da
resistividade do solo (tabela abaixo):

Comprimento do contrapeso
Fonte: Berardo (2012)
Restará sempre muito o que
saber!!

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