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Condutores de descida

Por: Jobson Modena
 18, outubro, 2022
 Sem Comentários

As correntes da descarga atmosférica devem ser conduzidas desde a captação


até o eletrodo de aterramento de forma adequada, sem provocar
centelhamento perigoso e com o mínimo de indução possível ao interior da
estrutura. Um subsistema de descida bem projetado e instalado deve ser
responsável por essa função. As exigências estabelecidas pela ABNT NBR
5419-3 para esse subsistema visam controlar os níveis de tensão gerados ao
longo da proteção. 

A ABNT NBR 5419-3 mostra na Tabela 1 as quantidades necessárias para


distribuir as correntes relacionadas ao nível de proteção e ao perímetro da
estrutura.

Tabela 1 – Espaçamentos médios entre os condutores de descida.

É importante notar que há uma tolerância máxima de 20% para aplicação dos
espaçamentos entre os condutores de descida, ou seja, os valores da tabela
não são máximos, mas médios. Tomemos como exemplo o nível 1, se
somarmos os valores de todos os espaçamentos adotados na distribuição dos
condutores e dividirmos pela quantidade de espaçamentos, o resultado dessa
operação não poderá ser maior que 10, logo, alguns espaçamentos poderão
ser maiores que 10 e outros serão menores que 10 para que o valor médio se
mantenha. Mas os valores maiores do que 10 tem um limite. No nosso exemplo
esse valor seria 12.

O subsistema de descida não é composto somente pelos condutores verticais.


Ele também recebe condutores na horizontal, anéis intermediários de
interligação. Esses anéis têm a função principal de redistribuir a corrente da
descarga atmosférica, reduzindo os potenciais gerados e, eventualmente, para
estruturas acima de 60 m, complementar a função da captação relacionada às
descargas laterais. Esses anéis tinham um espaçamento fixo de 20 m na ABNT
NBR 5419:2005, já na versão de 2015 esses valores variam de acordo com o
nível de proteção. A distância máxima entre os anéis, sendo o primeiro o do
aterramento, não poderá ultrapassar os valores estabelecidos na tabela 1,
assim a distância entre os anéis intermediários é a mesma utilizada para os
condutores de descida.

Outros detalhes relacionados aos condutores de descida:

– Não há obrigatoriedade da existência de proteção mecânica (eletroduto de


PVC ou metálico) dos condutores de descida; 

– O espaçamento entre a fixação dos condutores deve ser de, no máximo, 1,5
m; 

– As distâncias entre os condutores de descida, portas, janelas e elementos


que não possam sofrer com centelhamento perigoso devem ser calculadas
utilizando o conceito da distância de segurança (s); 

– Observar a preferência pelos cantos da estrutura na instalação dos


condutores de descida;

– Não são permitidas emendas nos cabos em condutores de descida; e

– Há a necessidade de um conector de ensaio, onde é realizada a desconexão


dos subsistemas de captação e descida em relação ao subsistema de
aterramento, para possibilitar o seu ensaio de continuidade elétrica.

Essas prescrições devem ser consideradas para o SPDA externo não natural,
aquele que não utiliza as armaduras de aço da estrutura como elemento
natural de descida. 

Autor:

Por Jobson Modena, engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de


Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como
coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas
atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia |
www.guismo.com.br

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