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A PRÁXIS PROFISSIONAL DO

ASSISTENTE SOCIAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br

Curso sobre Serviço Social


Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização
Vera Lúcia Hoffmann Pieritz

Autora
Cristiana Montibeller
Denise da Silva Vieira
Joelma Crista Sandri Bonetti
Marines Selau Lopes
Silvana Braz Wegrzynovski

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância


Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge

Revisão
Harry Wiese
ATUALIDADES: NOVAS CONFIGURAÇÕES SOCIAIS PARA O SERVIÇO SOCIAL

Profª. Silvana Braz Wegrzynovski

APRESENTAÇÃO DA ETAPA

Esta etapa tem como objetivo refletir sobre as funções socioinstitucionais que
tradicionalmente se consolidaram no exercício da atuação profissional do Serviço Social,
mediante as novas configurações do mundo do trabalho.

Para compreender melhor a atuação do assistente social nesta sociedade


contemporânea, se faz necessário situá-lo no interior das relações sociais que estão
implementadas na sociedade capitalista.

O assistente social vem, ao longo de sua história, reconstruindo sua prática


profissional, buscando um redirecionamento das suas funções. Sendo assim, no primeiro
tópico desta unidade será apresentado o Serviço Social mediante a trajetória das funções
tradicionais perante as novas configurações de regulação sociopolítica.

No Tópico 2 será apresentada a importância do Serviço Social de entender os


conceitos de estatística, e no Tópico 3, como o Serviço Social deve analisar os principais
indicadores sociais da realidade brasileira.

Finalizando, será apresentada uma nova legislação brasileira, onde o assistente


social precisa estar atualizado para sua intervenção, que é da nova Lei da Guarda
Compartilhada.

Profª. Silvana Braz Wegrzynovski


ATUALIDADES: NOVAS
CONFIGURAÇÕES SOCIAIS PARA O
SERVIÇO SOCIAL

ETAPA 4
SERVIÇO SOCIAL 3

TÓPICO 1 – A PROFISSÃO DO SERVIÇO SOCIAL


MEDIANTE UMA TRAJETÓRIA DAS FUNÇÕES
TRADICIONAIS ÀS PROVOCAÇÕES PERANTE AS NOVAS
CONFIGURAÇÕES DE REGULAÇÃO SOCIOPOLÍTICA
Silvana Braz Wegrzynovski

Quanto ao trabalho do profissional de Serviço Social, diante da atual conjuntura


societária, se faz necessário posicioná-lo no interior do campo das relações sociais da
sociedade capitalista, mesmo sendo contraditórias as origens profissionais, mas as suas
direções e funções sociais estão determinadas ao longo da história através da divisão
sociotécnica do trabalho e na reprodução da chamada força de trabalho.

Quando se realiza uma análise do serviço social entre os métodos de reprodução


das relações sociais, deve-se evidenciar a origem da profissão, o ponto de partida, ou seja,
como a profissão se constitui na sociedade e nas relações sociais existentes. Esta análise
ocorrerá através dos serviços, demandas e atribuições que estão alocados internamente
nos desafios da atuação profissional.

Uma análise completa da profissão não deve ficar restrita apenas às suas
dimensões, deve ultrapassar as situações sociais das relações existentes na sociedade,
que incentivam o sistema capitalista, principalmente no que se refere às respostas
da sociedade e o Estado diante das questões sociais que são impostas para as classes
antagônicas no sistema capitalista e das suas relações com as outras dimensões, que
integram a sociabilidade dos indivíduos e que estão presentes no exercício profissional
no seu cotidiano.

Segundo Yazbeck (2009, p. 127),

Questão social é a expressão das desigualdades sociais constitutivas do capi-


talismo. Suas diversas manifestações são indissociáveis das relações entre as
classes sociais que estruturam esse sistema, e nesse sentido a questão social se
expressa também na disputa política.

Para compreender melhor o Serviço Social, como uma profissão que está inserida
na sociedade capitalista, é preciso compreender o significado de reprodução social,
perante o marxismo, pois se define como determinadas relações sociais diante do modelo
de produção capitalista.

A reprodução das relações sociais, diante desse contexto, é entendida como


a reprodução da vida social em sua totalidade, e que envolve desde a produção e
reprodução dos bens materiais, bem como a reprodução social, cultural, religiosa e
política, que determinam a consciência social e resultam na configuração do ser humano
coletivamente.

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4 SERVIÇO SOCIAL
Para Iamamoto e Carvalho (2011, p. 65), a relação da reprodução social “permeia
as várias ‘dimensões’ e expressões da vida em sociedade”.

A ação de reprodução total das relações sociais que estão impostas na sociedade
é muito complexa, pois se torna um instrumento que consegue gerar transformações
na diversidade, da elaboração e criação do novo, e que consegue criar mecanismo para
exceder os conflitos que são gerados entre as classes sociais.

A compreensão do conceito de reprodução social é importante para compreender


o Serviço Social, o qual se institui como profissão que permeia as dimensões da sociedade.

O Serviço Social é analisado por Iamamoto e Carvalho (2011) através de duas


perspectivas e que se completam:

• Como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes


profissionais e que se expressa pelo discurso teórico e ideológico sobre o exercício
profissional.
• Como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que
imprimem certa direção social ao exercício profissional, que independem de sua
vontade e/ou da consciência de seus agentes individuais.

Essas duas perspectivas são interdependes, porém formam uma relação de


contraditoriedade na atuação do assistente social, que pode ocasionar uma desarticulação
nos objetivos da práxis profissional.

Ao afirmar que o Serviço Social possui um espaço na divisão sociotécnica no


mundo do trabalho, é necessário rever qual é a divisão que correspondeu a uma
influência do modelo capitalista. A profissão do Serviço Social, e outras, surgiram
durante o período da crise capitalista do século XIX.

Perante a divisão sociotécnica do trabalho, a profissão de Serviço Social foi


regulamentada através da Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1992, e com alterações impostas
nas resoluções do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS nº 290/94 e de nº 293/94,
e foi delimitada através do Código de Ética, que foi aprovado pela Resolução nº 273/93,
de 13 de março de 1993. O Serviço Social é reconhecido como profissão desde a sua
origem, sendo importante analisar a sua natureza e as formas que resultaram em sua
construção.

Iamamoto e Carvalho (2009) consideram que o fundamento da profissão está


vinculado com a expectativa sócio-histórica. Garantem ainda que o predomínio do
Serviço Social no Brasil, durante os anos de 1930, está atrelado à classe burguesa
emergente, através de uma tática da mesma que disciplina e diminui os problemas

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SERVIÇO SOCIAL 5

sociais, porém gera uma expansão do sistema capitalista.

A introdução do Serviço Social na divisão sociotécnica do trabalho é histórica,


e está interligada e articulada com as configurações admitidas pelas lutas de classes
sociais subalternas e com o grupo vinculado ao poder, para o enfrentamento das questões
sociais emergentes do sistema capitalista.

Segundo Iamamoto (1997, p. 87), “ainda do caráter das políticas do Estado, que
articuladas ao contexto internacional, vão atribuindo especificidades à configuração do
Serviço Social na divisão social do trabalho”.

Nesse sentido, o Serviço Social se fundamenta como profissão diante da divisão


do trabalho, sendo fundamental analisar, entender e reconhecer a influência da Igreja
Católica, e nas contradições que são visíveis na atual conjuntura social, pois “supõe
inseri-la no conjunto das condições e relações sociais que lhe atribuem um sentido
histórico e nas quais se torna possível e necessária”. (IAMAMOTO,1997, p. 88).

Através da propagação do sistema capitalista no Brasil, aconteceu o crescimento


da economia brasileira, através de um modelo de produção moderno, porém as
contradições que surgem por esse período trazem consequências na fragilização no
processo de organização do trabalho, onde a qualificação profissional se torna cada vez
mais essencial na busca de uma vaga no mercado de trabalho.

É neste contexto, em que se afirma a hegemonia do capital industrial e fi-


nanceiro, que emerge sob novas formas a chamada ‘questão social’, a qual
se torna base de justificação desse tipo de profissional especializado [...] É a
manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado
e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da
caridade e repressão. (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 77).

Através da ampliação do sistema capitalista, beneficia o elo do grupo


predominante, classe dominante, com o Estado, gerando assim o fortalecimento do
primeiro grupo, e que tem como consequências o enfraquecimento das lutas de classe,
das reivindicações e organização dos trabalhadores.

O Serviço Social, desde sua origem, tem sua marca devido à solidariedade, apoio,
ajuda, benevolência de atividades que são e estão envolvidas pelas questões sociais e
pelo controle social e erradicação da pobreza. A profissão assume uma parte dos serviços
que tem como objetivo a reforma social.

Diante do contexto acima pode-se perceber que o Serviço Social assume uma parte
das atividades que tem como objetivo a reforma social, ou seja, efetivar a atuação no
campo psicossocial. Os limites estabelecidos, nessa tarefa, derivam dos que sustentam
o sistema capitalista e da ordem social em vigência.

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A contribuição da profissão, substantivamente, fortalece o domínio e a repressão


praticados pela classe dominante e pela burguesia, diante do desenvolvimento veloz da
miserabilidade e da pobreza, sendo uma profissão que nasceu para controlar a demanda
gerada pelo sistema capitalista.
Este domínio teve origem após a intimidação à ordem social, e que foi atribuído
pela burguesia à classe de trabalhadores o modelo de produção. Como exemplo, pode-se
citar a atuação de uma assistente social no setor privado, em que o trabalhador precisa
atuar conforme os interesses do seu empreendedor, mas precisa seguir seus princípios
éticos e políticos do Serviço Social.

A identificação deste controle pelo Serviço Social acontece no desenvolvimento


da história profissional, quando adota e assume o projeto ideológico da classe burguesa,
auxiliando na sustentação do modelo capitalista implementado na sociedade.

Neste período, os profissionais que atuavam nesta concepção do Serviço Social


buscavam uma teoria que oferecesse a manutenção do fazer e agir profissional, diante
das respostas às demandas sociais existentes.

Como já foi estudado, desde o início do Serviço Social como profissão, o trabalho
realizado pelos assistentes sociais foi focado principalmente nas pessoas que vivem
em situação de pobreza e/ou de vulnerabilidade social. Essas pessoas excluídas do
sistema de produção de bens e serviços vão à busca do assistente social, como sendo
o profissional que poderá auxiliar através do amparo e orientação, a fim de desfrutar
dos seus direitos sociais, oferecidos pelo Estado.

O assistente social começa a atuar em caminhos duplos: além de compreender as


expressões geradas pela questão social que são os elementos de sua prática profissional,
prevalecem, inicialmente, atuações apontadas para as demandas de seus usuários, que
estão inseridos no meio social em que vivem.

Desde o momento em que o profissional começa sua atuação nessa nova


perspectiva, a profissão começa a traçar novos caminhos, através de ações que definem
a variação de conduta das pessoas e sua inclusão na sociedade, por meio da ordem e
justiça social, como também no controle da pobreza, mesmo através da solidariedade
dos indivíduos.

A origem histórica dos mecanismos e instrumentos de intervenção, a que o Serviço


Social está determinado – socioeconômicos, culturais e políticos – está fundamentada no
conjunto evolutivo de um sistema capitalista, na sua fase monopolista, implementado
na sociedade. O Estado tem seu papel redefinido com a crise do capitalismo, houve
uma mudança nos seus princípios e nas suas estratégias no que se refere ao ciclo de

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acumulação capitalista, assumindo um caráter burguês intervencionista no que diz


respeito às políticas econômicas e públicas, emergindo a questão de classe social, e,
consequentemente, as profissões que surgiram nesse período detiveram o olhar para
os mais excluídos.

Para Guerra (1995, p. 153), “[...] o processo de institucionalização da profissão


é uma decorrência necessária dos interesses e demandas das classes sociais, que se
antagonizaram no processo produtivo capitalista”.

Este período é fundamental para compreender como o Serviço Social se institui


na divisão sociotécnica no mundo do trabalho, sendo nessa rede de deliberações e
intervenções que a profissão explica sua atuação na sociedade.

As transformações que ocorreram no mundo do trabalho tiveram reflexos no


Serviço Social, fazendo com que participe da divisão técnica do trabalho, colaborando
para a produção e reprodução das relações sociais implantadas na sociedade.

É importante destacar que a profissão não se sintetiza apenas na questão da


reprodução da força de trabalho, e sim em uma diversidade de ações realizadas e
desenvolvidas pelo ser humano no que diz respeito ao processo de reprodução do
trabalho e das forças produtivas com ênfase na reprodução ideológica.

Quando se fala da divisão técnica do trabalho para o Serviço Social, torna-se


importante estudar que essa foi resultado de uma influência das necessidades da
produção do sistema capitalista.

Para Martinelli (2009, p. 66):

A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do


capitalismo e do conjunto de variações que a ele estão subjacentes – alienação,
contradição, antagonismos –, pois foi neste vasto caudal que ele foi engendrado
e desenvolvido.

Diante da necessidade de atender às questões sociais que são geradas pelo


sistema capitalista, o Serviço Social, como profissão, se fortalece no mundo todo, e
ganha significado histórico, pois se alude ao enfrentamento dos diversos interesses de
todas as classes sociais.

A inserção da profissão no sistema capitalista monopolista visa atender aos


conflitos da classe trabalhadora, ou seja, atender às necessidades de acúmulo e também
às de demandas geradas por tal sistema.

Para Iamamoto (1997, p. 88):

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O Serviço Social afirma-se como um tipo de especialização do trabalho coleti-


vo, ao se constituir em expressão de necessidades sociais derivadas da prática
histórica das classes sociais no ato de produzir e reproduzir seus meios de vida
e de trabalho de forma socialmente determinada.

Iamamoto (1997) afirma que a inserção contraditória do Serviço Social como


profissão no capitalismo é decorrente da própria natureza da reprodução social,
que se manifesta pela articulação conflituosa que existe nas instituições sociais pelo
enfrentamento das concepções sociais opostas.

A criação do Serviço Social como profissão, na sociedade capitalista, tem


como objetivo responder à reprodução das relações sociais contrárias. A profissão é
influenciada pelos interesses diferentes dos segmentos existentes na sociedade que se
resumem no poder do Estado, onde a classe dominadora está inserida, e da classe dos
trabalhadores, onde a reprodução social acontece.

A conflitividade perante a questão social, colocada na ordem burguesa, faz com


que novas formas de intervenção social comecem a avançar. O Serviço Social é uma das
profissões que se assenta na divisão sociotécnica do trabalho para diminuir os reflexos
e resultados de uma distribuição de riquezas desigual.

O enfrentamento dos diferentes interesses das classes sociais antagônicas, sobre


as questões sociais, que são o centro do sistema capitalista em todo momento histórico
e geográfico, foi o que deu sentido à origem da profissão mundialmente, e que veio
para “ajudar” a atender às demandas da classe dos trabalhadores.

As configurações técnicas de intervenção social progrediram para originar formas


de constituir e construir uma nova sociedade, igualitária e pacífica, tentando solucionar
os conflitos gerados entre a classe burguesa com a questão social.

O Serviço Social, como profissão, está inserido na divisão sociotécnica no mundo


do trabalho, atuando como instrumento a serviço da legitimação da sociedade, através
de mecanismos que visam minimizar as sequelas das desigualdades sociais, que são
oriundas da inadequada distribuição da riqueza.

Atualmente acontece uma contrariedade que se oculta na sociedade burguesa


perante as políticas públicas e que criam impasses na atuação profissional, inseridas
nesse contexto. Analisando a profissão, percebe-se que esses impasses são visíveis na
atuação do assistente social, sendo que sua atuação está vinculada quase sempre na
prestação de serviços públicos e/ou financiados pelo Estado.

No cotidiano profissional, em alguns campos de trabalho, o assistente social

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SERVIÇO SOCIAL 9

é um mediador de repasse de recursos financeiros para a complementação da renda


familiar dos trabalhadores, que dela necessitam, em decorrência dos baixos salários. O
assistente social precisa agir na garantia dos direitos sociais, sendo essas lutas históricas
dos movimentos sociais e dos trabalhadores, como também deve atuar na composição de
um consenso social, necessário para conservar e controlar as forças diversas ao sistema.

Diante deste contexto da profissão na divisão sociotécnica do trabalho, faz-se


necessário elencar que o assistente social é um trabalhador assalariado, que está inserido
nos movimentos de classes, que participa da dinâmica da luta por melhores condições
de vida.

Para Guerra (1995, p. 155), significa que, como “[...] parte constitutiva da sua
força de trabalho, o assistente social vende um conjunto de procedimentos (histórico
e socialmente) reconhecido que tanto determina a existência da profissão quanto
circunscreve a intervenção”.

Segundo Guerra (1995), os profissionais que atuam na esfera pública podem


adotar uma posição que resultará na separação da categoria profissional dos demais
trabalhadores que estão submetidos ao trabalho assalariado, e isso decorre das tensões
e pressões da relação capital x trabalho.

Nesta divisão social do trabalho, o Serviço Social adere a uma disposição


particularizada variável, pois existem assistentes sociais que ocupam cargos hierárquicos
muito superiores e elevados nas tomadas de decisões, mas também, em grande
porcentual, encontram-se profissionais nos lugares de atuação direta de base ou de
intervenção em instituições sociais.

Porém, a intervenção profissional nas políticas públicas continua tendo a mesma


importância na linha graduada de valores.

Analisando a escala de poder, existem muitos críticos que defendem o “poder


piramidal”, onde a atuação direta pode ser representada por um nível de domínio mais
ativo e efetivo, em todos os níveis hierárquicos e com influência na gestão orçamentária
das políticas públicas voltadas às questões sociais.

Além da atuação em instituições públicas, o assistente social está inserido nas


organizações socioassistenciais. Nas organizações, ele necessita desenvolver sua atuação
prática, através das demandas da instituição e dos gestores que contratam o profissional,
reconhecendo-o como um trabalhador assalariado.

Outras profissões que também estão inseridas no contexto de deliberações sociais


necessárias às configurações do mundo do trabalho na sociedade capitalista, como no

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10 SERVIÇO SOCIAL
caso da prática profissional do assistente social, estão atreladas à condição de trabalhador
com algumas determinações, que são: “[...] o trabalho assalariado, o controle de força
de trabalho e a subordinação do conteúdo do trabalho aos objetivos e necessidades das
entidades empregadoras”. (COSTA, 2000, p. 37).

Pois o assistente social é contratado como um trabalhador, e acredita que


realiza suas tarefas e atribuições que foram apontadas pelo seu gestor, ocasionando
um distanciamento, na maioria das vezes, da prática com a teoria, assim o profissional
perde seu referencial de autonomia.

Para que o profissional de serviço social possa ter sua autonomia como trabalhador
e estar inserido no mercado de trabalho, é fundamental que tenha certo “distanciamento”
ou um olhar analítico e consiga conceber, envolver, analisar, medir e desenvolver ações
para que seu trabalho se materialize.

Nesse sentido, o “afastamento” que o assistente social deverá ter é no sentido


de um olhar diversificado para uma realidade que está estudando ou atuando, e que
poderá estar fundamentado na sua práxis, como, por exemplo, o levantamento de
demandas que necessitam de uma intervenção técnica profissional, não deve ficar restrito
somente nas demandas apresentadas e que estão sendo oferecidas pela instituição, e
sim detectar novas demandas que poderão estar ocultas no cotidiano do atendimento
institucional. O assistente social deverá realizar um reconhecimento das relações de
poder local municipal, que não se restringe apenas na questão política, como prefeito
e vereadores, e sim nas relações que estão difundidas na sociedade organizada,
conhecer e se apropriar das condições práticas de trabalho e do projeto profissional,
e fundamentalmente, conhecer a realidade social e as condições objetivas de vida dos
usuários e da comunidade.

Após o Movimento de Reconceituação, a construção do exercício profissional


do Serviço Social, no Brasil e na América Latina, foi marcada pela renovação de novas
linhas de prática dos profissionais, mediante as perspectivas nas matrizes conservadoras
e críticas. Que são:

• Matriz conservadora – tem sua atuação fundamentada no pensamento positivista


e no funcionalismo estrutural e tem como objetivo de domínio e legitimidade do
poder influente e dominador, com referências na teoria da Igreja e na lógica do
sistema capitalista. Nessa perspectiva, o profissional do Serviço Social tem sua
atuação na transformação do comportamento e das mudanças do meio social. Diante
dessa perspectiva, o Serviço Social desenvolve sua prática através das demandas já
estabelecidas pela instituição onde o profissional foi contratado como trabalhador
assalariado.
• Matriz crítica – sua atuação está de acordo com a concepção do projeto societário

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SERVIÇO SOCIAL 11

das classes subordinadas e da fundamental articulação da prática profissional com


o conhecimento e reconhecimento da realidade social. Através dessa perspectiva
se entende a atuação do assistente social, que se constrói permeada nos diversos
instrumentais que determinam a importância do método histórico e social e que
estão inseridos no exercício do fazer profissional. Outro aspecto dessa perspectiva
é demonstrado na fundamentação teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-
política, que resultará em um diagnóstico a partir da análise da conjuntura da realidade
social e das condições de vida dos usuários.

No exercício profissional, o assistente social necessita trilhar uma direção teórico-


metodológica configurada em ações que favoreçam visibilidade, que sejam coerentes e
integradas com a fundamentação teórica e prática do Serviço Social.

O progresso do pensamento neoliberal mundialmente produziu mudanças


estruturais no mercado de trabalho, resultando com que a atuação do assistente social
aumentasse; entretanto, houve redução dos investimentos nas políticas públicas sociais.

As atuais demandas do Serviço Social são consequência das mudanças que


ocorrem nas configurações de gestão e enfraquecimento da força de trabalho e as formas
atuadas de gestão e as novas maneiras implementadas na sociedade em decorrência da
implementação do neoliberalismo no Brasil.

No fim da década de 80 e início da década de 90, no governo Fernando Collor, o


neoliberalismo é instaurado no país, com o discurso de que para haver o desenvolvimento
é necessário reduzir a linha de pobreza. Através desse discurso, o Estado se torna mínimo
e o mercado financeiro é representado pelos países desenvolvidos e ricos, gerenciadores
das direções sociais, políticas, econômicas e culturais mundiais. No governo de Fernando
Henrique Cardoso, o neoliberalismo, através de seu projeto, se solidifica na sociedade
brasileira.

O neoliberalismo, a partir do seu desenvolvimento e ataque, gerou o desequilíbrio


dos direitos sociais adquiridos até o momento, como, por exemplo, alto índice de
desemprego, condições de trabalho precárias, perdas salariais adquiridas, privação
da autonomia sindical, com isso ocorreu uma desestruturação na organização das
categorias profissionais.

Através de uma simples análise de conjuntura, no que diz respeito à reestruturação


do modelo de produção e das leis do capital, através do mercado, percebe-se que os
trabalhadores são levados a contribuir com o sistema capitalista, mediante o acúmulo
do capital, de forma participativa e que resulte na lucratividade. Sendo assim, cria-se
uma relação entre patrão e empregado, onde o trabalhador deverá realizar da melhor
forma possível o seu trabalho, com toda a sua capacidade, para gerar o bem da empresa

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12 SERVIÇO SOCIAL
e o seu próprio bem.

Diante das transformações provenientes da minimização do Estado e de uma nova


configuração através da reestruturação do modelo de produção, os profissionais das
mais diversas áreas tiveram que redimensionar a atuação profissional para continuar a
permanecer no mercado de trabalho. Essa configuração refletiu no Serviço Social, pois
se expandem:

Os novos espaços ocupacionais do assistente social, derivados das demandas


postas pelo processo de reestruturação produtiva, no âmbito das organizações
públicas e privadas, mais exatamente dentro do conjunto de práticas que obje-
tivam a implantação de processos de qualidade voltados à maior rentabilidade
no mercado profissional. (ANDRADE, 2000, p. 175).

O modelo capitalista tem como fundamento a cultura de qualidade total,


sendo essa uma das novas atribuições ao Serviço Social. Para os assistentes sociais, é
impositivo criar maneiras para um consenso em volta dessa nova cultura, através de
um desempenho produtivo do trabalho com os objetivos de gerar, garantir e inovar a
qualidade dos bens e serviços. Andrade (2000, p. 185) afirma que:

Como se percebe, os processos que vêm sendo desenvolvidos pelas organi-


zações, apesar da aparência de modernidade, reeditam o que o Serviço Social
vem fazendo há muitos anos. Ou seja, a natureza do trabalho não mudou, pois
continua voltada para o processo de reprodução da força de trabalho, mas
com outra roupagem e através de novas estratégias que reforçam o discurso
da coesão social.

O Serviço Social, na década de 90, teve sua atuação profissional e como categoria
de trabalho fortalecida e envolvida no processo de elaboração, discussão e aprovação de
algumas legislações de suma importância para a área da assistência social e no campo
exclusivo da profissão: a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), o Código de Ética e a Lei de Regulamentação da Profissão.

Analisando as políticas públicas na área de assistência social, no contexto


neoliberal, houve a aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social – nº 8.742 (LOAS),
de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá
outras providências, conforme artigo 1º da mesma:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de


seguridade social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade,
para garantir o atendimento às necessidades básicas. (BRASIL, 1993).

Através da aprovação da LOAS, em 1993, foi um processo que teve muita luta
da categoria profissional, além da sua implementação no ano de 1995, tornando-se um
grande momento da profissão, pois, conforme a lei, é “direito do cidadão e dever do

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SERVIÇO SOCIAL 13

Estado”, conduzindo todas as lutas para implementação de uma política de assistência


social que tivesse condição de concretizar o que garante a Constituição Federal.

Perante a importância do direito à cidadania, o Estado teve que obrigatoriamente


constituir uma política de assistência social, rompendo com as ações dispersas e
descontinuadas que eram desenvolvidas até o momento, e também de filantropia que
era concedida pela iniciativa privada.

O Estado passou a ser analisado como protagonista das políticas de assistência


social e não mais como subsidiário nas ações desenvolvidas pela sociedade civil. Somente
a partir de 1995 é que a LOAS começou a ser implementada, e a sua descentralização
foi um processo longo; foi efetivada com a aprovação da Norma Operacional Básica do
Sistema Único de Assistência Social – SUAS em 2005.

Perante a mudança do Governo Federal no início dos anos 2000, a Política


de Assistência Social passou a ter dimensões e configurações técnico-políticas. Os
assistentes sociais participaram efetivamente de toda a discussão em torno da elaboração
e aprovação de outras legislações importantes para a área social, como: Estatuto do
Idoso, Lei de acessibilidade de pessoas com deficiência, Lei Maria da Penha e outras.

Em consequência das novas legislações sancionadas pelo Governo Federal, o


Estado tornou-se o responsável por elaborar, implantar e programar políticas sociais,
através de serviços, programas, projetos, para que fossem efetivadas, abrangendo todas
as esferas de governo (federal, estadual e municipal), e além de operacionalizar os
serviços, é obrigado a evidenciar a criação e implantação dos Conselhos Deliberativos,
na elaboração de planos nacionais, estaduais e municipais de todas as políticas
públicas, como, por exemplo: Plano Municipal de Assistência Social, Plano Municipal
de Habitação, Plano Municipal de Educação, Plano Diretor Municipal, entre outros.

A profissão está hoje inserida no contexto societário e tem uma posição


privilegiada na implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Diante do
conhecimento específico da área, é a protagonista da efetivação do SUAS.

Perante a efetivação do SUAS, a Assistência Social vem se constituindo na


prestação de serviços sociais governamentais, e que tem a função de atuar sobre recursos
financeiros públicos, efetuando, dessa forma, uma redistribuição da chamada “mais-
valia social”.

O assistente social, através de seu trabalho, se registra no teor da defesa e


efetivação dos direitos sociais e da cidadania. O profissional que estiver atuando na
gestão da Política de Assistência Social poderá colaborar para a democratização das
ações desenvolvidas.

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14 SERVIÇO SOCIAL

A Política de Assistência Social tem sua centralidade no amparo e proteção social,


tendo como foco a intervenção técnica da pobreza absoluta que tenciona as ações diárias
do profissional, intervindo na matriz crítica da profissão. As demandas dos usuários,
conquistas de seus direitos são afetadas pelas condições institucionais que, muitas vezes,
determinam e delimitam a atuação profissional, através de olhares e ações tecnicistas,
com o fortalecimento da matriz conservadora do Serviço Social.

Conforme a descrição acima, pode-se analisar, em âmbito municipal, a atuação


de profissionais que atuam diretamente com pessoas em situação de rua. Os gestores
municipais, em muitas situações, impõem que o profissional retire da rua a pessoa,
sem um amparo social e político para atender à demanda, ou até mesmo sem respeitar
os direitos humanos das pessoas, resolvendo apenas a questão imediatista e tecnicista,
sem respeitar o que está na Política Nacional de Assistência Social – PNAS.

Um dos maiores desafios da profissão, que está inserida na sociedade


contemporânea, no que diz respeito às políticas públicas, em todas as áreas, é a
democratização do trabalho do profissional do Serviço Social. Esse desafio só será
possível a partir de um trabalho interdisciplinar e na construção de uma rede de serviços
públicos com o envolvimento de entidades da sociedade civil, e dos usuários.

A efetividade da universalização de direitos, da equidade dos espaços coletivos,


da garantia dos direitos das políticas públicas sociais, acontecerá através de ações
estratégicas que radicalizem a democracia e cidadania

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SERVIÇO SOCIAL 15

TÓPICO 2– A IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA PARA O SERVIÇO


SOCIAL
Silvana Braz Wegrzynovski

Para o profissional de Serviço Social, conhecer a estatística é de fundamental


importância, pois rompe com padrões que ao longo das nossas vidas se materializam,
como conceitos que se tornam verdades, como, por exemplo: “não vou aproveitar
isso nunca na minha vida”, “não tolero matemática e nem cálculos”, “odeio tabelas e
gráficos”, em que se cria um obstáculo, sendo preciso estar muito bem baseado para
poder rompê-lo.

Os números fazem parte do cotidiano de todas as classes sociais, todas as


categorias profissionais. No meio universitário e acadêmico existe certa oposição em
relação aos conceitos sobre estatísticas.

Uma das intenções da estatística é conseguir organizar os dados coletados, os


dados estatísticos que se pretende trabalhar para uma devida finalidade.

Conforme Marcelino (2010, p. 2), pode-se entender estatística como:

A coleta, a apresentação e a caracterização da informação, visando assistir a


análise de dados e o processo de decisão. A estatística descritiva envolve a
coleta, a análise e a apresentação de um conjunto de dados para descrever as
diversas características deste conjunto de dados. A estatística inferencial consiste
nos métodos de estimativas de uma população com base nos estudos sobre
amostras. A população é a totalidade dos itens que estão sendo considerados.
A amostra é a parte da população que está sendo apreciada para análise. A
população finita é aquela que possui um limite quantitativo, enquanto a infinita
se refere a quantitativos sem limite. Um parâmetro é uma medida sintética que
descreve um estado da população.
Os dados podem ser dos tipos qualitativos ou quantitativos. Os dados quan-
titativos discretos são aqueles que podem ser contados. Os dados qualitativos
contínuos são os que podem ser medidos. Estudos enumerativos envolvem a
tomada de decisão, com base nas características de uma população sob análi-
se. Estudos analíticos envolvem a tomada de uma decisão sobre um processo
visando ao aumento de performance no futuro.

Os dados coletados deverão ser avaliados conforme as necessidades de atuação


profissional, onde o resultado final do trabalho desenvolvido depende de cada
situação, sendo que a estatística, conforme o conceito acima referido, tem uma ligação
com a realidade dos fatos listados, havendo a interferência de cada especificidade e
generalidades na sua atuação.

Novamente Marcelino (2010, p. 1) ressalva:

[...] a estatística é uma ciência que estuda e pesquisa sobre: o levantamento de


dados com a máxima quantidade de informação possível para um dado custo;

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16 SERVIÇO SOCIAL
o processamento de dados para a quantificação da quantidade de incerteza
existente na resposta para determinado problema; a tomada de decisões sob
condições de incerteza, sob o menor risco possível.

Diante disso, pode-se constatar que a estatística tem o papel de auxiliar a identificar
e mapear o público-alvo para ser atingido com determinada ação profissional, como
também de quantificar todos os resultados que são adquiridos em uma determinada
pesquisa, que necessite de um certo diagnóstico estatístico.

A origem histórica da estatística antecede ao período denominado “antes de


Cristo”, a.C., pois existem citações bíblicas que usavam o recadastramento para utilizar
nos censos, objetivando a cobrança de taxas de impostos, de alistamento para as guerras
e também para um controle das crianças que nasciam vivas.

Um exemplo bíblico a ser utilizado para provar a existência da estatística a.C.


é através da história de Moisés, quando foi solicitado perante a cultura da época que
os meninos seriam sacrificados. “[...] Há indícios de que 3.000 anos a.C. já se faziam
censos na Babilônia, China e Egito, e até mesmo o quarto livro do Velho Testamento
faz referência a uma instrução dada a Moisés”.
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/mat/graduacao/estatistica/historia-da-estatistica>.
Acesso em: 9 abr. 2015.

Outra menção que afirma que a estatística existe antes de Cristo é a história do
nascimento de Jesus, quando seus pais Maria e José estavam a caminho de Belém para
participar de um censo estatístico.

Atualmente, as chamadas ciências investigativas se tornaram importantes, pois


apresentam as taxas de referências para a atuação das diferentes categorias profissionais.
No caso do assistente social, na sua atuação prática diária, as taxas são utilizadas através
de vários exemplos, como: taxa per capita, taxa de vulnerabilidade social, taxa de
desempregos, taxa de mulheres chefes de família, taxa de analfabetismo, entre outras,
sendo papel do profissional de Serviço Social conseguir realizar uma leitura científica
das taxas referenciadas em uma determinada pesquisa.

Os censos ou recenseamentos demográficos, realizados em um período de


dez em dez anos, são um conjunto de estudos demográficos de uma determinada
população, que congrega as mais diversas informações da realidade em estudo, através
de um levantamento socioeconômico, sendo um instrumento indispensável para o
conhecimento do profissional de Serviço Social.

A contagem da população e sua “demarcação” mediante critérios políticos,


sociais, econômicos, culturais, religiosos, vem antes mesmo da era pré-cristã, acontece
através dos censos demográficos, conforme a necessidade de cada momento histórico.

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SERVIÇO SOCIAL 17

O Brasil é um dos países que possuem um censo demográfico mais completo


e detalhado se comparado como outros países. Para Jannuzzi (2006, p. 41), “[...] sua
operação envolve mais de duas centenas de milhar de pessoas para recensear os mais
de 37 milhões de domicílios brasileiros, dispersos nos mais de 5.500 municípios”.

As políticas públicas são implementadas através das demandas sociais que são
apresentadas por meio dos dados compilados e situados em um censo.

Sendo assim, o censo demográfico é concretizado a cada dez anos, e tem por
objetivo a contagem da população. No intervalo deste período é realizada a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios – PNDAS, que objetiva um acompanhamento anual
sistêmico do panorama socioeconômico. Um dos focos mais relevantes desta pesquisa
é a fecundidade/anticoncepção, a migração, saúde, mobilidade, os associativismos
partidários, os bens de consumo. Na década de 80 teve destaque especial a pesquisa
sobre o mercado de trabalho.

A seguir você poderá verificar as dimensões práticas que envolveram o Censo


de 2010:
o Universo recenseado: todo o território nacional
o Número de municípios: 5.565 municípios
o Número de domicílios: 67.569.688 de domicílios
o Número de setores censitários: 314.018 setores censitários
o Pessoal contratado e treinado: cerca de 240 mil pessoas (coleta, supervisão,
apoio administrativo)
o Orçamento: aproximadamente R$ 1,4 bilhão
o Tecnologia: centenas de computadores em rede nacional, rede de comunica-
ção em banda larga e 220 mil computadores de mão equipados com receptores
de GPS.
o Unidades executoras: 27 unidades estaduais, 7 mil postos de coleta informa-
tizados e 1.283 Coordenações de Subárea.

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Para saber mais acesse os links:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
trabalhoerendimento/pnad98/saude/metodologia.shtm>.

<ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_
por_Amostra_de_Domicilios_continua/Notas_metodologicas/notas_
metodologicas.pdf >.

A implantação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, de 2004,


teve como referência de classificação dos municípios o porte demográfico individual,
conforme dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

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18 SERVIÇO SOCIAL
Conforme a PNAS:

QUADRO 8 - CLASSIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS SEGUNDO O TOTAL DE


HABITANTES
Classificação do Município Total da população
Municípios pequenos 1 Com população de até 20.000 habitantes
Municípios pequenos 2 Com população de até 20.001 a 50.000 habitantes
Municípios médios Com população de até 50.001 a 100.000 habitantes
Municípios grandes Com população de até 100.001 a 900.000 habitantes
Metrópoles Com população de 900.000 habitantes
FONTE: Adaptado pela autora. Disponível em: <file:///C:/Users/User/Downloads/PNAS%202004%20
e%20NOBSUAS_08.08.2011.pdf>. Acesso em: 21 maio 2015.

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No link a seguir você encontrará um arquivo disponível com todo os dados
da PNAS.

<http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/arquivo/Politica%20
Nacional%20de%20Assistencia%20Social%202013%20PNAS%202004%20
e%202013%20NOBSUAS-sem%20marca.pdf>.

Para o Serviço Social, o referencial estatístico é importante, por possuir uma


característica investigativa da própria profissão sobre a realidade em foco. O profissional
tem parâmetros para a elaboração de um diagnóstico social, que seja propositivo e
analítico.

A citação e referência aos dados podem oferecer a análise, positiva ou negativa,


servirão de apoio para o desenvolvimento de programas e projetos, conforme a
necessidade atual. Marcelino (2010) enfatiza que a estatística tem aumentado a sua
participação na linguagem das agilidades profissionais da conjuntura atual, visando que
os números e seus respectivos significados refletem as questões do cotidiano, permitindo
a análise com apoio dos fatos e dados compilados.

A estatística no Serviço Social é utilizada como uma ferramenta que está


compreendida nos instrumentais teóricos e metodológicos referentes à atuação
profissional do assistente social, possibilitando a análise e compreensão da realidade
social que se pretende conhecer.

A estatística se torna uma ferramenta importante para o profissional que possui


habilitação para planejar, executar e avaliar projetos, pesquisas e programas, impondo
o reconhecimento das referências estatísticas para uma ação investigativa da realidade

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SERVIÇO SOCIAL 19

social em que o assistente social está atuando.

As raízes históricas do Serviço Social, diante das aflições e indignações da realidade


social, fazem com que os assistentes sociais busquem investigar proporcionando um
novo conhecimento sistêmico, com um retorno emergente às demandas sociais,
preponderando todo o público pesquisado, os serviços já ofertados, levando sempre
em consideração que o público do Serviço Social é usuário instituído de direitos sociais.
Essa indignação com as diferenças sociais oportuniza aos assistentes sociais usarem uma
prática investigativa, e uma pesquisa que resulta em uma reflexão da realidade social.

Segundo Bourguignon (2007, p. 49), “[...] a pesquisa se revela como potencialidade


para o Serviço Social, e é neste contexto que se enfrenta o desafio de construir articulações
orgânicas, entre a produção de conhecimento e a prática profissional”.

Os usuários do Serviço Social possuem um papel ativo na participação de uma


pesquisa social. Cabe também ao assistente social a orientação e um retorno para os
usuários sobre a pesquisa realizada, baseado no princípio ético da profissão.

Citando novamente Bourguignon (2007, p. 52),

A pesquisa para o Serviço Social deve gerar um conhecimento que reconheça


os usuários dos serviços públicos como sujeitos políticos que são capazes,
também, de conhecer e intervir em sua própria realidade com autonomia,
desvencilhando-se das estratégias de assistencialismo, clientelismo e subalter-
nidade, tão presentes nas ações governamentais e política públicas.

Outro conceito importante para o Serviço Social é sobre os indicadores sociais,


que podem ser utilizados de maneira correspondente para fundamentar as informações
reais e concretas de uma determinada realidade regional nos mais diversos segmentos,
podendo nortear as ações que serão direcionadas, oferecendo um suporte aos processos
de gestão social.

A indicação de uma política pública independente da área de concentração


necessita de dados que forneçam indicadores com a possibilidade de situar, desempenhar
e propor o resultado final para a efetivação da mesma.

Os indicadores sociais estão nas fases do processo de execução das políticas


públicas, conforme figura a seguir:

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20 SERVIÇO SOCIAL
FIGURA 17 – PROCESSOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

FONTE: A autora

Os dados numéricos, que foram coletados através de uma determinada pesquisa,


são parâmetros que criam critérios de classificação de indicadores, segundo a área de
intervenção social que se pretende, como:

• Saúde;
• Educação;
• Mercado de trabalho;
• Demográfico;
• Habitação;
• Segurança pública;
• Infraestrutura urbana;
• Renda e desigualdade.

Ao apresentar os resultados obtidos, necessita de um determinado cuidado


mediante o processo de análise, especialmente quando os resultados são apresentados
em forma de gráficos, porcentagens, tabelas e outros.

Como vimos anteriormente, a estatística fornece informações que, em conjunto,


oferecem definição de parâmetros de uma medida perante a realidade social pesquisada.

O profissional de Serviço Social tem sua habilitação para desenvolver o


diagnóstico social, nas atividades diárias da profissão através de dados e taxas numéricas
que mostram o foco da realidade social estudada.

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SERVIÇO SOCIAL 21

Os resultados de uma pesquisa, que são concentrados nos dados estatísticos,


se tornam elementos fundamentais, matérias-primas, no processo de elaboração de
indicadores sociais.

Nas tomadas de decisões do poder público para efetivação das políticas sociais,
os indicadores sociais são determinados como instrumentos de maior importância, pois
apresentam as maiores e principais demandas sociais. Ao gestor das políticas públicas
fica a responsabilidade para um controle efetivo, através de processos de avaliação e
monitoramento das políticas públicas implantadas, além de mostrar as consequências
e os impactos perante o investimento do poder público.

A estatística social tem um papel de proporcionar os dados coletados em uma


pesquisa de maneira bruta, através de números de censos demográficos, pesquisas de
amostras e por dados que estão organizados em registros e arquivos públicos.

Ao estudar os indicadores sociais, consegue-se perceber que são instrumentos que


explanam as diferenças de uma região de um espaço geográfico com a outra, norteiam
o mapeamento das regiões consideradas mais desenvolvidas das outras, apontando
fatores determinantes para essa diferenciação, como, por exemplo, fatores econômicos,
geográficos, sociais, culturais, políticos, entre outros.

Para Giroto et al. (2008, p. 7):

[...] os indicadores sociais são expressos usualmente, como taxa de desemprego,


taxa de mortalidade infantil, taxa de analfabetismo, IDH (Índice de Desenvolvi-
mento Humano), e são termos comumente utilizados por políticos, jornalistas,
estudantes e pela população para avaliar as políticas públicas, verificar as con-
dições de vida, além de argumentar, a partir da utilização deles, as prioridades
sociais defendidas por determinada classe social. Ou seja, os indicadores trans-
cenderam as esferas técnicas, acadêmicas e órgãos de planejamento público.

A construção de indicadores sociais acontece através de junção dos dados


coletados em sistemas organizados. A base de dados que constituem os indicadores
sociais deve ser fundamentada em dados verdadeiros e referência de confiabilidade,
que ofereçam uma análise da realidade de um território ou determinada região, através
das demandas prioritárias.

Os indicadores são constituídos através de referências de dados estatísticos,


que podem ser retirados das pesquisas de campo, relatórios sociais e de fontes como
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Ministérios e Secretarias do
Governo Federal, DATASUS, de instituições de ensino, organizações governamentais
e não governamentais e outros.

Januzzi (2006, p. 37) afirma que “[...] os indicadores são construídos a partir de

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22 SERVIÇO SOCIAL
estatísticas sociais levantadas em censos demográficos, pesquisas amostrais e a partir
de dados dispostos em registros administrativos públicos”.

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Não deixe de acessar o site, para entender e compreender melhor sobre
indicadores sociais.

<http://www: datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=01>.

Na elaboração do diagnóstico social de uma determinada realidade pesquisada,


o uso de indicadores sociais permite mapear as prioridades, considerando, nas tomadas
de decisões, quais são as políticas públicas sociais que contestam as reais demandas.

Para Jannuzzi (2006, p. 15), “[...] o indicador social é, pois, o elo entre os modelos
explicativos da teoria social e a evidência empírica dos fenômenos sociais observados”.

Durante a década de 1990, os indicadores sociais iniciaram uma integração nas


pautas das agendas públicas de todo o país, com respaldo nas mídias, como fonte de
referências e ampliando os espaços e conquistas nas decisões políticas.

Conforme Santagada et al. (2007, p. 121):

A investigação no campo dos indicadores sociais, realizada por organismos


governamentais e não governamentais, tem buscado aprofundar a vinculação
dos indicadores com os princípios que nortearam o seu surgimento, ou seja,
servir de instrumentos para o planejamento governamental, bem como superar
a análise estritamente econômica. Agora as condições sociais fazem parte do rol
de preocupações não só de especialistas, como também dos governos. A “qua-
lidade de vida” ou o “bem-estar” assumem um papel importante, juntamente
com enfoque econômico, para responder como anda o “estado social” da nação.

Ao diagnóstico social cabe compreender a realidade social e sua dinamicidade, através


dos índices de vulnerabilidades sociais, econômicas, políticas, culturais, entre outras, através
da falta de políticas públicas sociais em um território e também da falta de empenho político
dos gestores públicos.

A Secretaria Técnica da Rede Interagencial de Informação para a Saúde – RIPSA (2008,


p. 18) apresenta um roteiro com oito tópicos com referências de qualidade de um indicador,
que são:

• Conceituação: características que definem o indicador e a forma como ele


se expressa, se necessário agregando informações para a compreensão de
seu conteúdo.

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SERVIÇO SOCIAL 23

• Interpretação: explicação sucinta do tipo de informação obtida e seu signi-


ficado.
• Usos: principais formas de utilização dos dados, as quais devem ser consi-
deradas para fins de análise.
• Limitações: fatores que restringem a interpretação do indicador, referentes
tanto ao próprio conceito quanto às fontes utilizadas.
• Fontes: instituições responsáveis pela produção dos dados que são adotados
para o cálculo do indicador e pelos sistemas de informação a que correspon-
dem.
• Método de cálculo: fórmula utilizada para calcular o indicador, definindo
precisamente os elementos que a compõem.
• Categorias sugeridas para análise: níveis de desagregação dos dados que
podem contribuir para a interpretação da informação e que sejam efetivamente
disponíveis, como sexo e idade.
• Dados estatísticos e comentários: tabela resumida e co­mentada, que ilustra
aplicação do indicador com base na situação real observada. Sempre que
possível, os dados devem ser desagregados por grandes regiões e para anos
selecionados da década anterior.

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Conheça o material na íntegra da RIPSA: Indicadores básicos para a saúde
no Brasil: conceitos e aplicações.

Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/1ed/


indicadores.pdf>.

Os aspectos que determinam a implementação de uma política pública social


devem estar em sintonia com as prioridades que aparecem através das demandas de
uma determinada realidade social de uma região ou até mesmo do país.

Para uma elaboração coerente das políticas públicas, através da utilização


dos indicadores das demandas sociais, se faz necessária a composição de uma
equipe técnica multidisciplinar, composta por profissionais das diferentes áreas, que
estejam comprometidos com o processo de elaboração e que respeitem eticamente a
confiabilidade das informações e a fonte de referência utilizada.

Os indicadores poderão estar agrupados em um sistema, tais como a classificação


das temáticas, como os aspectos demográficos, a educação, a saúde, o mer­cado de
trabalho, a qualidade de vida, a habitação, a infraestrutura urbana, condições de
vulnerabilidade social e outros.

No quadro a seguir é possível verificar algumas publicações periódicas e sites,


portais, de indicadores sociais.

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24 SERVIÇO SOCIAL
QUADRO 9 – SÍTIOS COM INDICADORES SOCIAIS
FONTE SÍTIO CONTEÚDO
• Síntese de Indicadores Sociais
• Síntese de Desenvolvimento Sustentável
• Indicadores Sociais
IBGE <www.ibge.gov.br>
• Países
• Estados
• Cidades
• Aplicativo de Atlas do Desenvolvimento Humano
PNUD <www.pnud.org.br>
e relatório com o mesmo índice
• Relatório do IPEADATA
• Radar Social
PEA <www. Ipea.gov.br>
• Relatório de Acompanhamento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio
Ministério • Indicadores e Dados Básicos
<www.datasus.gov.br>
da Saúde • Cadernos de Informações Municipais
Portal ODM <www.portalodm.com.br> • Sistemas de Indicadores Municipais
FONTE: A autora

Segundo Jannuzzi (2006, p. 20), os indicadores sociais podem ser classificados


como básicos ou usuais:

• Indicadores objetivos/quantitativos: “se referem às ocorrências concretas ou


entes empíricos da realidade social, construídos a partir de políticas públicas
disponíveis”. Exemplo: percentual de desemprego, percentual de domicílio com
acesso à rede de água, esgoto e energia elétrica, taxa de mortalidade infantil,
taxa de evasão escolar e outros.

• Indicadores subjetivos/qualitativos: “correspondem a medidas construídas


a partir da avaliação dos indivíduos e especialistas com relação a diferentes
aspectos da realidade levantadas em pesquisas de opinião pública ou grupos
de discussão”. Exemplos: indicador de confiança de uma organização e/ou
instituição, notas avaliativas sobre a execução dos gestores públicos. (Grifo
da autora).

Os indicadores sociais também se encontram em uma classificação como indicadores


descritivos e os normativos, sendo descritos por Jannuzzi (2006, p. 21) da seguinte forma:

• Indicadores descritivos: “apenas descrevem características e aspectos da


realidade empírica, não são fortemente dotados de significados valorativos”.
Exemplo: a taxa de natalidade infantil, evasão escolar.

• Indicadores normativos: “refletem explicitamente juízos de valor ou critérios


normativos com respeito à dimensão social estudada”. (Grifo da autora).

Qualquer indicador normativo, quando é referenciado, necessita de normas que


estabeleçam um modelo constituído metodologicamente, podendo ser utilizado como
exemplo um indicador de vulnerabilidade social. Na definição de vulnerabilidade
social se faz necessário estabelecer normas e critérios que agregam na questão da

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SERVIÇO SOCIAL 25

vulnerabilidade social, como, por exemplo, a pobreza, quem é a população considerada


que vive na linha de pobreza. Essas normatizações definem um indicador normativo.

Outro aspecto que proporciona a classificação está na complexidade metodológica


na constituição dos indicadores, que poderá ser usada nos critérios de diferenciação de
dois outros conjuntos de indicadores, defendidos por Jannuzzi (2006, p. 22).

• Os indicadores simples: “são construídos a partir de uma estatística social


específica, referida a uma dimensão social elegida” Exemplo: os indicadores
sociais de saúde e habitação.
• Os indicadores compostos: “são elaborações mediante a aglutinação de dois
ou mais indicadores simples, referida uma mesma ou diferentes dimensões
da realidade social”. Exemplo: Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.
(Grifo da autora).

Conforme a apresentação dos sistemas de indicadores, consegue-se identificar


as demandas atuais realizando uma proeminência para as futuras demandas e um
planejamento das políticas públicas sociais, através de curto, médio e longo prazo, e
com ações de prevenção e controle das questões sociais levantadas.

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Para aprofundar o assunto sobre o Planejamento da Políticas Públicas, é
fundamental conhecer este material:

<www.http://www.ipea.gov.br/bd/pdf/2009/Livro_BrasilDesenvEN_Vol01.
pdf>.

Os assistentes sociais devem utilizar-se dos indicadores sociais como mecanismos


estratégicos no enfrentamento das demandas sociais que são apresentadas, e
aproveitando-os para a elaboração de novos indicadores, podendo subsidiar relatórios
das instituições, organizações de atuação profissional que estejam comprometidas com
as dimensões ético-políticas da profissão.

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26 SERVIÇO SOCIAL
TÓPICO 3 – O SERVIÇO SOCIAL: ANALISANDO OS
PRINCIPAIS INDICADORES SOCIAIS DA REALIDADE
BRASILEIRA
Silvana Braz Wegrzynovski

No contexto histórico, os indicadores sociais eram vistos como problemas e


cálculos matemáticos. Atualmente são representados em todas as esferas de poder
público, através das políticas públicas, empregando-se os dados estatísticos para elencar
precedências na gestão de recursos públicos, através de um monitoramento e avaliação
dos impactos causados nas demandas sociais.

O diagnóstico e a interpretação de uma determinada realidade social se dão por


meio de uma leitura profissional dos indicadores sociais, que estão fundamentados nos
dados estatísticos.

Os indicadores sociais, além de possuírem um papel fundamental na elaboração


das políticas públicas, também possuem um caráter investigativo na busca de respostas
e de direcionamento nas ações profissionais.

As análises e compreensões dos indicadores sociais perante a realidade que


está sendo investigada devem possuir uma visão ampla do contexto, analisando
primeiramente em nível macrorregional, ou seja, em nível de País; após referenciar
esses indicadores, deve-se realizar uma avaliação Regional (Estados, Regiões) e, por
último, uma avaliação microrregional, ou seja, Municipal, trazendo para a realidade
das instituições, por meio de programas e projetos sociais.

O Censo Demográfico de 2010 diagnosticou que o Brasil é o quinto maior país em


área territorial, sendo que a sua população urbana é de aproximadamente 191 milhões
de habitantes. (IBGE, 2010a). Divididos entre:

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SERVIÇO SOCIAL 27

FIGURA 18 – DIVISÃO HABITACIONAL BRASILEIRA

FONTE: A autora

Diante dos resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), no ano de 2010, que é o órgão nacional responsável pela realização
da pesquisa, a população brasileira já estava em sua maioria concentrada nas áreas
urbanas, totalizando 84,35% de habitantes.

Segundo os dados do IBGE, a região mais populosa continua sendo o Sudeste,


tendo mais de 80 milhões de habitantes, e nas demais regiões, em segundo lugar é o
Nordeste, com um total de 53.081.950; em terceiro lugar a Região Sul, com 27.386.891;
já em quarto lugar a Região Norte, com 15.864.454, e em último lugar a Região Centro-
Oeste, com um total de 14.058.094 de habitantes (BRASIL, 2011).

Pode-se confirmar que 5.564 municípios estão em situações e áreas de


vulnerabilidade social, onde uma quantia da população não tem acesso às principais
políticas públicas sociais.

Para compreender melhor essa disparidade social entre as regiões brasileiras, é


necessário entender o significado de um espaço territorial, bem como o que determina
uma territorialização.

Um território constitui um espaço operativo, onde as ações se desenvolvem


no enfrentamento do cotidiano da população, diante de um determinado espaço de

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28 SERVIÇO SOCIAL
intercâmbio e interação social, onde aparecem diversas características típicas, como:
cultura, geografia, política, social e econômica.

Segundo Koga (2003, p. 23), é importante:

[...] pensar na política pública a partir do território exige também um exercício


de revisita à história, ao cotidiano, ao universo cultural da população que vive
nesse território, se considerarmos para além do espaço físico, isto é, como toda
a gama das relações estabelecidas entre seus moradores, que de fato constroem
e reconstroem.

A reprodução da leitura da realidade se resume através do diagnóstico, em


que as demandas e os investimentos necessários para a implementação das políticas
públicas se enfatizam e se concretizam. A leitura da realidade acontece através dos
principais indicadores sociais que são apresentados por pesquisas sociais, como o
censo demográfico, realizado pelo IBGE e outros órgãos públicos de todos os níveis
administrativos.

Para a elaboração de um diagnóstico, que traga uma análise mais próxima e


coerente com a realidade social estudada, se faz necessário ter um olhar mais profundo
que o imediato e analisar todos os aspectos sociais, demográficos, geográficos, culturais,
políticos e outros.

Como exemplo:
01) Produto Interno Bruto (PIB): que representa toda a produção anual de bens
e serviços, que ocorre em um território nacional. Para calcular o PIB de uma região é
necessário utilizar a seguinte fórmula:

PIB = C+I+G+X – M
Onde,
C= consumo privado;
I= a totalidade de investimento realizado no período;
G= gasto do governo;
X = volume de exportações;
M = volume de importações.
Os dados do IBGE (2015) mostram que:

Em relação ao terceiro trimestre, o PIB do quarto trimestre de 2014 cresceu


0,3%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. A Agropecuária
teve expansão de 1,8%, a Indústria manteve-se praticamente estável (-0,1%) e
os Serviços cresceram 0,3%. Na comparação com o quarto trimestre de 2013, o
PIB variou -0,2%, sendo que o valor adicionado a preços básicos variou -0,2%,
e os impostos sobre produtos -0,6%. A Indústria recuou (-1,9%), enquanto os
Serviços (0,4%) e a Agropecuária (1,2%) tiveram variação positiva.

No ano de 2014, o PIB variou 0,1% em relação a 2013. A estabilidade do PIB

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SERVIÇO SOCIAL 29

resultou da variação positiva de 0,2% do valor adicionado e do recuo nos impostos


(-0,3%). Nessa comparação, a Agropecuária (0,4%) e os Serviços (0,7%) cresceram e
a Indústria caiu (-1,2%). Em 2014, o PIB alcançou R$ 5,52 trilhões (valores correntes).
(Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?view=noticia&id=1&id
noticia=2857&busca=1&t=2014-pib-varia-0-1-totaliza-r-5-52-trilhoes>. Acesso em: 21
maio 2015).

02) PIB per capita: representa o PIB dividido por renda per capita ou renda média, de
cada habitante do país, estado ou região. O cálculo acontece pela divisão da renda
total pelo número de habitantes.

O PIB per capita ficou em R$ 27.229, com queda (-0,7%), em volume, em relação
a 2013. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?view=noticia&id=
1&idnoticia=2857&busca=1&t=2014-pib-varia-0-1-totaliza-r-5-52-trilhoes>. Acesso em:
21 maio 2015.

03) Índice de Gini: é um cálculo usado para medir a desigualdade social, que
foi desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini, no ano de 1912. É
apresentado entre o número 0 e o número 1, onde o zero corresponde a uma
completa igualdade na renda, ou seja, onde todos detêm a mesma renda per capita, e
o um corresponde a uma completa desigualdade entre as rendas (diferentes parcelas
de indivíduos da sociedade, onde pequena parte dela detém toda a renda, e a outra
parcela, a maior parte, nada tem). O Gini mede o coeficiente através de pontos
percentuais, que é igual ao coeficiente multiplicado por 100.

Para saber mais, acesse: <http://www.sae.gov.br/imprensa/sae-na-midia/renda-


de-volta-a-1964-valor-economico-20-02-2014/>.

04) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): O Índice de Desenvolvimento Humano


– IDH foi criado no ano de 1990, como o padrão dos programas das Nações Unidas,
que a partir de 1993 tem como objetivo medir os níveis de desenvolvimento de cada
país, estados e munícipios. O IDH tem como fonte de dados os indicadores sociais,
sendo avaliados com base nos indicadores de longevidade, educação, saúde e renda.

Antes do IDH possuir suas definições formadas, a qualidade de vida era


mensurada através do PIB per capita. Para Scarpin (2007, p. 912), “[...] o PIB per capita de
um país ou região não é suficiente para avaliar as condições de vida da sua população,
pois é necessário conhecer as distribuições desses recursos e como se dá o acesso a eles”.

Novamente, segundo Scarpin (2007, p. 912):

O IDH foi criado no início da década de 1990 para o PNUD (Programa das

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30 SERVIÇO SOCIAL
Nações Unidas para o Desenvolvimento), é uma contribuição para essa busca, e
combina três componentes básicos do desenvolvimento humano: a longevidade,
que reflete, entre outras coisas, as condições de saúde da população, medida
pela esperança de vida ao nascer; a educação, medida por uma combinação
da taxa de alfabetização e taxa combinada de matrícula nos níveis de ensino
fundamental, médio e superior; e renda, medida pelo poder de compra da po-
pulação, baseado no PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torná-lo
comparável entre países e regiões, por meio da metodologia conhecida como
paridade do poder de compra (PCC). (Grifo da autora).

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento decide que a intenção


da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto a
outro indicador, que é o Produto Interno Bruto per capita, conhecido como PIB, que é
muito empregado em relação ao desenvolvimento econômico.

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Para conhecer mais sobre os principais indicadores sociais que apontam a
realidade social brasileira, acesse: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/
home.php>.

Conforme o IBGE (2013), os indicadores sociais demográficos compõem uma


análise de um determinado grupo de indicadores perante a estrutura etária e também
através das taxas de fecundidade, mortalidade e migração. Sendo que os indicadores
de fecundidade se referem à taxa de fecundidade total, ou seja, o número médio de
filhos nascidos vivos que uma mulher terá no fim do seu período reprodutivo. Segundo
IBGE (2012), a taxa de fecundidade retribuía 1,8 filho por mulher, sendo que o maior
valor desta taxa estava concentrado no Acre, que é de 2,7 filhos por mulher, o menor
valor se refere a de 1,6 filhos por mulher e se concentra nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Analisando o censo demográfico de 2010, pode-se constatar que a pirâmide etária


no Brasil se alterou desde a última década. No ano de 2000, as crianças de até 4 anos
de idade representavam o total de 9, 64% da população; em 2010 esse número passou
para 7,17%. Já as crianças de 5 a 9 anos, que representavam, em 2000, 9,74% do total,
passaram em 2010 para 7,79%. Analisando a população de jovens de 24 anos, somava
49,68% dos brasileiros, e com o novo censo ficou representada em 41,95%. (IBGE, 2010).

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Para entender melhor a pirâmide demográfica, acesse: <http://www.ibge.
gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/piramide/
piramide.shtmnteo>.

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SERVIÇO SOCIAL 31

Essa inversão na pirâmide demográfica aponta a redução do número de crianças


e adolescentes, como também a queda do número de fecundidade, pois o alargamento
da pirâmide se expressa no aumento da expectativa de vida.

Segundo Kilsztajn, 2000, no Brasil está ocorrendo um processo de envelhecimento


da população, com a queda da taxa de natalidade, sendo que em 2050 sua estrutura
poderá ser comparada à dos países desenvolvidos, como o Japão, França e Estados
Unidos.

Os indicadores sociais, que estão relacionados com o perfil demográfico, apontam


para o crescente aumento da população idosa a cada ano. O Brasil vem passando por
uma nova configuração na estrutura de sua pirâmide, com um estreitamento na base e
alargamento do topo. O grupo populacional que está em crescimento é o da população
acima de 60 anos.

GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, SEGUNDO OS CENSOS DEMOGRÁFICOS E


PROJEÇÃO – BRASIL – 1950/2050

FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_


populacao/2008/projecao.pdf>. Acessa em: 21 maio 2015.

Para o Serviço Social, os indicadores da saúde são de fundamental importância


para o país, pois, se forem utilizados de maneira regular em um sistema dinâmico,
tornam-se instrumentos para a gestão e avaliação das políticas públicas de saúde em
todos os níveis de governos do país.

A definição sistêmica de um mínimo de indicadores se faz necessária para


trabalhar com conceitos como: gestão, monitoramento e avaliação para todos os níveis
do sistema de saúde.

Conforme Rede (2008), as principais modalidades de indicadores de saúde são:

• Mortalidade/sobrevivência:

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32 SERVIÇO SOCIAL
• Mobilidade/gravidade/incapacidade;
• Nutrição/crescimento e desenvolvimento;
• Aspectos demográficos;
• Condições socioeconômicas;
• Saúde ambiental;
• Serviços de saúde.

Segundo o IBGE (2013), os três principais indicadores da saúde no Brasil são:

Mortalidade infantil: A meta internacional aplicada ao Brasil é reduzir a mor­


talidade na infância para 17,9 óbitos por 1.000 nascidos vivos até 2015. Os dados mostram
essa tendência de re­dução, chegando-se perto do objetivo em 2010, com 18,6 óbitos por
1.000 nascidos vivos, enquanto a mortalidade era de 53,7 óbitos por 1.000 nascidos vivos
no ano-base (1990). Os dados mostram uma expressiva redução no país, com destaque
para o Nordeste, mas ainda subsistem, no entanto, fortes diferenças regionais. Em 2010,
a taxa era de 15,5 para o Sul, e 25,0 e 22,1 para Norte e Nordeste. (IBGE, 2013, p. 206).

Mortalidade materna: mortalidade materna tem sua importância destacada no


documento Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de saúde e a vigilância da saúde
da mulher, do Ministério da Saúde: “A mortalidade materna é um indicador sensível
à qualidade de vida de uma população. Isso porque esse indicador se refere a mortes
precoces, evitáveis, que em sua quase totalidade atingem as mulheres com menor acesso
aos bens sociais, configurando-se como uma grave violação dos direitos humanos das
mulheres”. (IBGE, 2013, p. 209).

Promoção e prevenção (exames de controle, exames de câncer de mama):


[…] é possível observar no Brasil um aumento dos equipa­mentos existentes em
estabelecimentos de saúde de 2002 a 2009, principalmente na rede pública (118%) e
nos esta­belecimentos privados que prestam serviços ao SUS (75%), sendo que a rede
privada não disponível ao SUS ainda concentrava, em 2009, 49% destes equipamentos
(2.037 mamógrafos). A distribuição dos mamógrafos reproduz desigualdades regionais,
com menores taxas por 100 mil habitantes no Norte e Nordeste (IBGE, 2013, p. 211).

As políticas de saúde utilizam-se dos seguintes sistemas e fontes de informações:

• Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).


• Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).
• Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAM).
• Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
• Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
• Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
• Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI).
• Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-
-malária). Sistemas de Informações para a Gestão do Trabalho em Saúde.
• Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS).
• Sistema de Informações de Beneficiários (SIB).

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SERVIÇO SOCIAL 33

O DATASUS é um sistema de dados informatizados do Ministério de Saúde, que


tem como objetivo subsidiar indicadores sobre as questões que envolvem a saúde no
país. O DATASUS é um órgão do Sistema Único de Saúde – SUS.

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Para você saber sobre os principais indicadores de saúde em todo o território
nacional, poderá explorar o site do DATASUS.

Pode-se citar também outros indicadores sociais que são fundamentais na atuação
do assistente social, que são os dados da educação, trabalho e renda no Brasil.

Conforme a legislação vigente, Ementa Constitucional nº 14, de 12 de setembro


de 1996, e Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), fica claro que é de
competência do Governo Federal atuar no Ensino Superior e prestar assessoria técnica
e financeira às esferas estaduais e municipais. Sendo que para os estados e o Distrito
Federal, cabe a oferta dos ensinos Fundamental e Médio, e para os municípios o Ensino
Fundamental e a Educação Infantil.

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Para saber mais, acesse: <www.http://conae2014.mec.gov.br/images/pdf/
educacaobrasileiraindicadoresedesafios.pdf>.

Os dados estatísticos da Educação Brasileira poderão ser consultados através do:

INEP - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(INEP) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, cuja missão é
promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o sistema educacional brasileiro. O
objetivo é subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área
educacional, a partir de parâmetros de qualidade e equidade, bem como produzir
informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público.

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34 SERVIÇO SOCIAL

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Acesse: <www.http://portal.inep.gov.br/> em geral.

Educacenso – Educacenso é um sistema on-line que mantém um cadastro único e


centralizado das escolas das redes pública e privada, professores, auxiliares de educação
infantil e estudantes. A intenção é dar mais rapidez à atualização das informações. O
sistema fornece dados individualizados e possibilita o acompanhamento da trajetória
escolar de alunos e professores.

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Acesse: <http://educacenso.inep.gov.br/Autenticacao/index>.

Censo da Educação Superior – Anualmente, o INEP realiza a coleta de dados


sobre a educação superior, com o objetivo de oferecer informações detalhadas sobre a
situação atual e as grandes tendências do setor, tanto a comunidade acadêmica quanto
a sociedade em geral.

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Acesse: <http://sistemascensosuperior.inep.gov.br/censosuperior_2011/>.

Cadastro da Educação Superior – O cadastro reúne uma série de informações


para ajudar os estudantes a fazerem a melhor escolha do seu curso superior. Ele contém
dados atualizados de cursos e instituições de educação superior de todo o país.

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Acesse: <http://emec.mec.gov.br/>.

Siope – O principal objetivo do Sistema de Informações sobre Orçamentos


Públicos em Educação (Siope) é levar ao conhecimento da sociedade o quanto as três
esferas de governo investem efetivamente em educação no Brasil, fortalecendo, assim,

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SERVIÇO SOCIAL 35

os mecanismos de controle social dos gastos na manutenção e no desenvolvimento do


ensino.

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Acesse: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&id=208&Itemid=267>.

Em relação aos indicadores de trabalho e renda, inicia-se a apresentação através


da compreensão do mercado de trabalho.

O mercado de trabalho é representado pelo trabalhador que está disponível no


mercado de trabalho e pelas vagas que estão disponíveis.

Segundo IBGE (2013b):

[...] trabalho: significa a ocupação econômica remune­rada em dinheiro,


produtos ou outras formas não mo­netárias, ou a ocupação econômica sem
remuneração, exercida pelo menos durante 15 horas na semana, em ajuda a
membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou a instituições
religiosas beneficentes ou em cooperativismo ou, ainda, como aprendiz ou
estagiário. Para os indivíduos que trabalham investiga-se a ocupação, o ramo
de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o
rendimento efe­tivamente recebido no mês anterior, o número de horas efeti-
vamente trabalhadas etc.

Os trabalhadores são divididos em duas classes: População em Idade Ativa – PIA,


e População Economicamente Ativa – PEA. A PIA pode ser considerada a população
no Brasil que está apta a exercer uma atividade economicamente produtiva.

A população em idade ativa pode ser considerada a que possui idade superior a
16 e inferior a 65 anos, e que possui condições de desenvolver as ações correspondentes
às exigências do mercado de trabalho.

Para Jannuzzi (2006, p. 89):

No caso brasileiro, as pesquisas sobre mercado de traba­lho tendem a tomar


o PIA como o conjunto de todas as pessoas com 10 anos ou mais. Dentre os
indivíduos da PIA, aqueles que estão efetivamente disponíveis para o exercício
de atividade econômica, seja trabalhando ou procurando emprego.

A taxa de desemprego/emprego tem como objetivo monitorar o crescimento


econô­mico da região. A perspectiva de novas demandas, para o Estado, menciona
indicadores para acompanhamento das políticas econômicas e na formulação de políticas

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36 SERVIÇO SOCIAL
sociais que consigam atender às questões de emprego e distribuição de renda no país.

Atualmente, o emprego está dividido em duas classificações no mercado de


trabalho, os empregos formais e informais.

Emprego formal é aquele que possui vínculo empregatício com uma empresa,
indústria, comércio, por meio de carteira nacional de trabalho assinada, dentro da
Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, ou os funcionários públicos, con­tratados por
concursos públicos com legislação específica do servidor público. Segundo o IBGE, em
2012, o trabalhador com carteira assinada representava 40% do total dos trabalhos do
país, comparado a 2002, quando apresentou 15% (IBGE, 2013).

Conforme o IBGE (2013, p. 146),

Na última década, o crescimento do rendimento real da população ocupada de


16 anos ou mais de idade foi de 27,1%; para a população em trabalhos formais,
esse crescimento foi de 13,6%, enquanto entre os informais o aumento foi de
31,2%. Para as mulheres em trabalhos informais, esse ganho real chegou a 38,5%.
A política de valorização do salário mínimo e o aumento da remunera­ção em
algumas categorias ocupacionais, como a de tra­balhadores domésticos, cuja
variação tem sido superior à da inflação para o período, influenciaram esse
resultado.

O emprego informal é aquele que não possui vínculo empregatício através da
CLT ou como servidor público, ou seja, não tem registro em carteira, não contribui com
a previdência social, não gera impostos e não possui garantia legal. Conforme o IBGE
(2013), a taxa de informalidade pode acontecer pela busca do primeiro emprego, pelos
jovens que tenham as necessidades de conciliar o trabalho com estudo, evidenciando a
redução de 24,5% da informalidade neste grupo populacional entre 2002 a 2012.

No emprego informal está centralizada uma parcela de trabalhadores, como


os autônomos, que são vendedores, costureiras, cozinheiras, empregados domésticos,
que mesmo com a mudança da legislação que fornece garantia à proteção legal desses
trabalhadores, encontra-se uma grande parcela dessa categoria no trabalho informal,
consequentemente não contribui com a previdência social.

Essas classes de trabalhadores correspondem às demandas diante da política de


assistência social e como usuários do serviço social. São funcionais frente ao mercado
infor­mal, como autônomos, ou mesmo realizando os trabalhos sem definição clara de
funções. São classificados como catadores de papéis, serventes de pedreiro, diaristas,
que não trabalham com salários fixos, e sim por diárias ou horas, hoje comumente
denominados “bicos”.

Os dados do IBGE (2013, p. 145) apontam que:

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SERVIÇO SOCIAL 37

A informalidade ainda é uma característica importante no Brasil, abrangendo


43,1% dos trabalhadores em 2012. Es­tes percentuais são ainda mais elevados
nas Regiões Norte e Nordeste, onde Pará e Maranhão possuem, respectiva­
mente, 67,5% e 74,5% de seus trabalhadores inseridos na informalidade.
Por outro lado, o Estado de Santa Catarina e o Distrito Federal, localizados,
respectivamente, nas Regiões Sul e Centro-Oeste, possuem apenas 26,9%
de seus trabalhadores nestas condições.

Conforme a Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua (2008, p. 10):

A população em situação de rua é composta, em grande parte, por trabalha-


dores: 70,9% exercem alguma atividade remunerada.
Dessas atividades destacam-se: catador de materiais recicláveis (27,5%), flane-
linha (14,1%), construção civil (6,3%), limpeza (4,2%) e carregador/estivador
(3,1%).
Apenas 15,7% das pessoas pedem dinheiro como principal meio para a sobre-
vivência. Esses dados são importantes para desmistificar o fato de que a po-
pulação em situação de rua é composta por “mendigos” e “pedintes”. Aqueles
que pedem dinheiro para sobreviver constituem minoria.
Desse modo, a maioria tem profissão: 58,6% dos entrevistados afirmaram ter
alguma profissão.
Entre as profissões mais citadas destacam-se aquelas ligadas à construção civil
(27,2%), ao comércio (4,4%), ao trabalho doméstico (4,4%) e à mecânica (4,1%).
Contudo, a maior parte dos trabalhos realizados situa-se na chamada economia
informal: apenas 1,9% dos entrevistados afirmaram estar trabalhando atual-
mente com carteira assinada.
Essa não é uma situação ocasional. 47,7% dos entrevistados nunca trabalharam
com carteira assinada.
Entre aqueles que afirmaram já ter trabalhado alguma vez na vida com carteira
assinada, a maior parte respondeu que isso ocorreu há muito tempo (50% há
mais de cinco anos; 22,9% de dois a cinco anos).

Os dados estatísticos e indicadores socioeconômicos compõem um conjunto


de informações quantitativas que possibilitam o acompanhamento das variações
conjunturais e estruturais da economia de uma certa nação, ou até de uma determinada
região geográfica, e que subsidiam nas decisões das administrações públicas no que
diz respeito aos mecanismos da política fiscal, monetária, comércio exterior e do
desenvolvimento regional. O setor privado subsidia os investimentos econômicos, de
livre concorrência de mercado e outros. Como também no que se refere às diversas
dimensões do sistema econômico e das etapas na metodologia de mudanças da
agropecuária e indústria de bens e de serviços consumidos pelas pessoas e suas famílias.

A elaboração dos indicadores econômicos é produzida com certa periodicidade


e regularidade, podendo ser anual, mensal, semanal e diária, e eles são expressos por
valores nominais e reais, que são ajustados por algum índice de valor ou preço, e são
concebidos com variações de percentuais, números, índices e taxas de variações no
decorrer do tempo.

Todos os dados e indicadores econômicos podem ser qualificados por diversos


critérios. Existe uma distinção entre dados conjunturais, e que são citados nos eventos

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38 SERVIÇO SOCIAL
periódicos da conjuntura econômica, a curto prazo, através de índices de preços,
códigos e indicadores de produção industrial ou de vendas no varejo e no comércio;
e pelos dados estruturais, que passam por alterações e mudanças mais pausadas que
as características mais consolidadas da economia, e com a efetiva participação das
indústrias e na agricultura através da repartição de renda, um elevado gasto com bens
não duráveis.

Existe um fator que é importante e merece evidência e diz respeito aos


acontecimentos de que os indicadores se referem:

 Nas esferas de produção ou transação, que são os indicadores da indústria, do


comércio e da agropecuária.
 Nos eventos de fluxo de circulação, nos indicadores de produção de vendas e de
consumo.
 Nas unidades de média, como física e monetárias.
 Nas dimensões macro e micro do processo econômico, como a taxa de crescimento
do PIB, taxa de crescimento de um determinado ramo da indústria.
 Na natureza da fonte originária dos dados de registro administrativo dos ministérios,
associações e entidades patronais e de estatísticas de pesquisa amostral.

Os indicadores econômicos são classificados em três categorias, sendo: indicadores


antecedentes, que têm como objetivo prever com antecedência, num período de curto
prazo, e são examinados por todos os setores ligados à área econômica. Existem também
os indicadores consequentes, que despontam em vários desdobramentos em uma
tomada de decisão governamental, referentes à política econômica ou de entidades
privadas. Outra classificação é a dos indicadores de expectativas, que apresentam o nível
de confiança dos empresários, investidores e/ou consumidores no comportamento da
economia, que contrapõem os indicadores da economia real, ligados à produção física,
taxa de desempregos e outros.

Diante dessa análise, muitos indicadores econômicos são apresentados


anualmente, levando à reflexão sobre o desempenho estrutural da metodologia
econômica de um determinado momento ou período do ano.

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SERVIÇO SOCIAL 39

TÓPICO 4 – O SERVIÇO SOCIAL E A LEI Nº 13.058/2014 –


GUARDA COMPARTILHADA

Silvana Braz Wegrzynovski

Em dezembro de 2014 foi sancionada a Lei nº 13.058 – Lei da Guarda


Compartilhada, quando o Brasil começou a figurar na vanguarda do direito à família.

Durante quatro anos de intensos estudos, debates, audiências públicas no


legislativo federal, sobre os temas ligados ao o convívio igualitário entre pais e filhos
separados, passou a ser obrigatório

Através de campanhas movidas especialmente pelas redes sociais no Brasil, a


aprovação da nova Lei da guarda compartilhada teve sua aprovação no Congresso
Nacional e a sanção presidencial pouco tempo depois, e passou a ser a Lei nº 13.058/14.
Foi uma conquista vitoriosa para milhares de pais que estavam há muito tempo
lutando por uma convivência igualitária com seus filhos, e que para a justiça brasileira
representou um grande avanço.

A nova lei tem todo o respaldo da sociedade científica internacional, pois garante
um desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes através do contato com seus
genitores. A nova lei trouxe profundas mudanças nas relações familiares, e alterando
o Código Civil nos artigos pertinentes sobre o instituto Guarda Compartilhada,
anteriormente alterados pela acanhada Lei da Guarda Compartilhada de 2008 – Lei nº
11.698.

Nesse sentindo, é importante ressaltar que aconteceram três momentos jurídicos


importantes que merecem ser destacados:

 2008 = institucionalização da Guarda Compartilhada pela legislação brasileira.


 2010 = entrou em vigor a Lei de Combate à Alienação Parental.
 2014 = entra em vigor a Lei da Guarda Compartilhada.

Com a aprovação da Lei da Guarda Compartilhada, houve uma comunicação com


a Lei da Alienação Parental – Lei nº 12.318/10. Onde uma complementou a outra, na sua
efetivação, em virtude de que a lei de 2008 deixava a desejar em todo o seu contexto,
pois mesmo que já existisse, não impunha a sua aplicabilidade com a nova lei de 2014.
A aplicação ocorria geralmente nos casos de acordos e que não dava visibilidade às
decisões judiciais que firmavam a Guarda Compartilhada, em alguns casos ilegítimos.

Freitas (2008, p. 72) ressalta:

Mesmo não havendo um bom relacionamento entre os pais, há possibilidade

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40 SERVIÇO SOCIAL
da guarda compartilhada, quando estes servem de âncora social ao menor. A
guarda compartilhada é apropriada a todos os casos, devendo ser analisados
os benefícios que trará para os pais e, principalmente, aos filhos.

A Lei da Alienação Parental - Lei nº 12.318/10, no seu artigo 6º, previa a alteração
da Guarda Unilateral em Compartilhada e vice-versa, sendo uma das opções para ajudar
no combate à alienação parental:

Art. 6º [...] V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada


ou sua inversão.

Até a entrada da Lei nº 13.058/14 em vigor, a guarda da criança ou adolescente


era fixada com o genitor que tivesse melhores condições socioafetivas ao menor, sendo
que a questão financeira não seria mais a condição determinante, em virtude de que
a pensão alimentícia acabaria com as diferenças econômicas entre os genitores. Sendo
previsto no art. 7º da Lei nº 13.058/14:

Art. 7º A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor


que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor
nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada.

Sendo assim, a definição de guarda, na prática, era para aquele que cumpria a
fixação judicial, e que dificilmente haveria uma modificação, até mesmo em casos de
alienação parental.
Ambos os pais, perante a lei, tiveram o direito de fiscalização, auxílio e decisão,
sobre o menor, independente da guarda, e pelo instituto Poder Familiar. No cotidiano
e na prática, o genitor que não estava com guarda física do filho, quase sempre se sente
impedido de ajudar nas tarefas diárias relacionadas à orientação e educação do menor,
restando apenas o auxílio através da pensão alimentícia.

Atualmente, no Brasil, a guarda compartilhada é comparada de certo modelo


como a de Portugal, onde não existe a discussão de guarda, sendo de responsabilidade
de ambos os pais a educação, orientação e pensão, de forma conjunta.

Uma das principais alterações que a Lei nº 13.058/14 trouxe em destaque é a sua
aplicação compulsória, finalizando a discussão litigiosa de qual instituto poderá ser
aplicado, e centralizando apenas nas discussões pertinentes à residência base, período
de convivência e pensão alimentícia.

Para Freitas (2008, p. 2008, p. 41):

O novo conceito de Guarda consiste na condição de direito de uma ou mais


pessoas, por determinação legal ou judicial em manter um menor de 18 (dezoito)
anos sob sua dependência sociojurídica, devendo ser, de regra, compartilhada
quando houver ambos pais, mesmo que separados.

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SERVIÇO SOCIAL 41

Com o surgimento da nova lei da guarda compartilhada, o atual sistema


brasileiro de tomadas de decisões passou a ser compartilhado, “joint legal custody”, e
em alguns casos passou a ser aplicado como o compartilhamento da guarda física e de
responsabilidades diárias, “joint physical custody”.

Caberá ao Judiciário o poder, através de uma equipe interdisciplinar, de discutir


a modalidade de guarda, no que se refere ao domicílio predominante do menor e o
período de convivência entre os genitores.

Existem várias opiniões equivocadas sobre a lei da guarda compartilhada, onde


se critica que o período de convivência terá que ser dividido igualmente entre os pais.
A nova lei sugere em seu contexto, com bastante clareza, que deverá ser fixado algo que
traga benefícios à criança e ao adolescente, porém em seu texto deixa clara a obrigação
de fixar residência base durante o período de convivência equilibrado, e não dividido
igualmente.

Conforme as alterações do art. 1.583 do Código Civil, passou a vigorar:

§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de custódia física dos filhos deve ser


dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista
as condições fáticas e os interesses dos filhos.
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos
será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.

(Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1583+do+C%C3%B3digo+Civil>.


Acessado em: 22 maio 2015).

O artigo acima citado referencia que a custódia física dos filhos deve ser de forma
equilibrada, e segundo o dicionário, entende-se por equilibrado como aquilo “que se
equilibrou, contrabalanceado, em harmonia”. Diante desse conceito, a lei afirma que
não existe harmonia, ou equilíbrio na convivência entre um pai ou mãe com seu filho,
quando passa apenas os finais de semana com ele, e que são intercalados quinzenalmente,
ou seja, são quatro dias para 26 dias, em relação a um genitor e outro.

Perante situações concretas, para existir o equilíbrio exigido na lei, a criança


ou adolescente deverá ter o convívio com um de seu genitor, ao menos oito dias por
mês, correspondendo aos finais de semana alternados, contando de sexta-feira até no
domingo, e uma vez por semana com o genitor quando o mesmo não passar o fim de
semana com este.

Para Freitas (2014, p. 41):

Em suma, a redação da atual Lei da Guarda Compartilhada (13.058/14), ao


trazer a expressão “equilíbrio” para a fixação do sistema de convivência, pode-
-se afirmar que a mesma sugere que não haja para um dos genitores, período
menor que oito dias no mês de convivência com o filho. E, para fins técnico-

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42 SERVIÇO SOCIAL
-doutrinários, entende-se que menos do que 10 dias por mês com um dos
genitores, a Guarda Compartilhada será considerada sem residência alternada
e, com 10 ou mais dias com um dos genitores, a Guarda Compartilhada será
considerada com residência alternada.

Estudos psicológicos sobre a guarda compartilhada demonstram que o maior


contato com os pais é saudável para a criança e adolescente no que se refere ao seu
desenvolvimento.

FIGURA 19 - GUARDA COMPARTILHADA

FONTE: Disponível em: <http://paginadoenock.com.br/ainda-ha-juizes-em-mato-grosso-juiza-eulice-


cherulli-da-3a-vara-especializada-de-familia-de-varzea-grande-ganha-destaque-nacional-por-
paticipar-ativamente-na-formulacao-da-lei-da-guarda-compartilhad/>. Acesso em: 26 de maio
15.

Sendo assim, conforme a Lei nº 13058,14, compete a ambos os pais, qualquer que seja a
sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:

I - dirigir-lhes a criação e a educação;


II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do;
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência
permanente para outro município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos
pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos
atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes,
suprindo-lhes o consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua
idade e condição”. (NR)

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SERVIÇO SOCIAL 43

Acadêmico para aprofundar este assunto assista o vídeo: Globalização Milton


Santos - O mundo global visto do lado de cá.
 
Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM> Acessado em 06 de jun.2016.

IMPORTANTE

Suplemento da PNAD 2014 mapeia acesso ao Cadastro Único para programas


sociais e ações de inclusão produtiva.

Acesse: Disponível em: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnot


icia=3205.Acessaso em:06 de mar 16.

Fórum

A atuação profissional do Assistente Social, mediante a atual conjuntura societária


do trabalho, faz com que o mesmo tome posições que no interior do campo das relações
sociais da sociedade capitalista, são contrárias as suas origens teóricas e práticas, as
origens profissionais, porém sua historicidade como profissão estão determinadas
ao longo da história na divisão sociotécnica do trabalho e na reprodução da força de
trabalho. Como acadêmico e futuro assistente social, qual é a sua postura mediante as
novas configurações societárias da profissão.

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44 SERVIÇO SOCIAL
REFERÊNCIAS

ALMANAQUE ABRIL. 2015. Ano 41. São Paulo: Editora Abril. Disponível em:
<https://almanaque.abril.com.br/>. Acesso em: 13 mar. 2015.

BERALDO, Lílian. AGÊNCIA BRASIL: Desafios do Brasil. 2014. Disponível em:


<http://agenciabrasil.ebc.com.br/especial/2014-09/desafios-do-brasil>. Acesso em: 13
mar. 2015.

BRASIL. Código de ética do/a assistente social. Lei nº 8.662/93 de regulamentação da


profissão. 10ª ed. rev. e atual. [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, 2012.

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS. Atribuições privativas do/a


assistente social em questão. 1ª edição ampliada. 2012. Gestão “Tempo de Luta de
Resistência” (2011-2014). CFESS: Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.cfess.
org.br/arquivos/atribuicoes2012-completo.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2015.

DICIONÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. Prefeitura


Municipal. Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Belo Horizonte:
ASCOM, 2007.

DOWBOR, Ladislau. Os mecanismos econômicos. 2014. Disponível em: <http://


dowbor.org/principais-livros/>. Acesso em: 15 dez. 2014.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 25ª ed. São Paulo: Cortez, 2014.

IAMAMOTO, Marilda Villela. Questão Social no Capitalismo. In: TEMPORALIS.


Revista da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa. ABEPSS. Ano II, nº 3, janeiro a
junho de 2001.

IANNI, Octávio. Capitalismo, violência e terrorismo. Rio de Janeiro: Civilização


Brasileira, 2004a.

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