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Disciplinas:

MAP 0216 - Introdução à Análise Real


MAT 0206 - Análise Real

Semestre: 2019/2

Professor: Rodrigo Bissacot - Sala 147A - IME-USP

mail: rodrigo.bissacot@gmail.com

Listas de exercı́cios e informações sobre o curso em:

https://sites.google.com/site/matbissacot/Home/analise2019

Monitores:

Ulisses Lakatos - mail: uli.lakatos@gmail.com


Iuri Grangeiro - mail: iuri.granjeiro2@gmail.com
Renan Molinari - mail: renan.molinari@usp.br

Monitorias:
- Segundas - 17:00 às 18:00 - Sala: 101 -B
- Quintas - 13:00 às 14:00 - Sala: 101 -B
- Sextas - 16:00 às 17:00 - Sala: 101 -B

Lista 9: Funções Contı́nuas - Parte III. Funções uniformemente contı́nuas.


Descontinuidades e limites. Funções convexas e de variação limitada - Parte
II. Sequências de funções. Eqüicontinuidade. Integral de Riemann - Parte
II. Derivada e Teorema do Valor Médio.

ENTREGA: DIA 5 de Dezembro - QUINTA

Exercı́cio 1. Seja X um subconjunto de R e Y ⊆ X um subconjunto denso


em X. Mostre que f, g : X → R são funções contı́nuas tais que
f (y) = g(y) para todo y ∈ Y , então f = g.

Exercı́cio 2. Seja X um subconjunto de R e f : X → R uma função


uniformememnte contı́nua. Mostre que:
(i) Se (xn )n∈N é uma sequência de Cauchy em X então (f (xn ))n∈N é uma
sequência de Cauchy.

(ii) Se A ⊆ X é limitado então f (A) é limitado.

(iii) Mostre que ambas afirmações dos itens (i) e (ii) são falsas no caso

1
de funções apenas contı́nuas.

Exercı́cio 3. Seja x0 um ponto de acumulação de um conjunto X ⊆ R. Seja


(fn )n∈N uma sequência de funções fn : X → R que converge uniformemente
para uma função f : X → R. Suponha que, para cada n ∈ N, exista o limite

lim fn (x) = Ln .
x→x0

Mostre que:
(i) Existe um número real L tal que lim Ln = L.
n→→∞

(ii) Vale lim f (x) = L. Ou seja, estamos provando que


x→x0

lim [ lim fn (x)] = lim [ lim fn (x)].


n→→∞ x→x0 x→x0 n→→∞

(iii) Dê um exemplo onde não podemos trocar a ordem dos limites como
no item (ii) onde a convergência não é uniforme mas somente pontual.
Rx1
Exercı́cio 4. Seja F : (0, ∞) → R definida por F (x) = 1 t dt.
Mostre que F (x.y) = F (x) + F (y).

Observação: RAqui estamos


R 1 1usando a convenção de que se 0 < x < 1
x 1
então F (x) = 1 t dt = − x t dt. Essa é uma das maneiras de definirmos
a função logarı́tmo.

Exercı́cio 5. Seja (fn )n∈N uma sequência tal que fn : [0, 1] → R, para
cada n ∈ N, definida por:
nx
fn (x) = .
1 + n2 x2
(i) Mostre que (fn )n∈N converge pontualmente para a função nula em
[0, 1].

(ii) Mostre que a convergência do item (i) não é uniforme.


Z 1 Z 1
(iii) Mostre que lim fn (x)dx = 0 dx = 0.
n→∞ 0 0

Exercı́cio 6.
(i) Mostre que a sequência de funções (fn )n∈N definidas de R em R por
fn (x) = n1 sin(nx) converge uniformente para a função nula.

(ii) Mostre que fn0 (x) = cos(nx) não converge nem pontualmente para
qualquer função.

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Observação: Esse exercı́cio mostra que no caso de convergência
uniforme de funções diferenciáveis, isso não nos diz nada sobre a
convergência de suas derivadas. Mas se impormos a convergência
uniforme nas derivadas e não na f e adicionarmos um pouco mais de
hipóteses, é ainda possı́vel mostrar que a derivada do limite é o limite
das derivadas, analogamente ao que coi feito na caso das integrais.

Exercı́cio 7. Seja C 1 ([a, b]) = {f : [a, b] → R; f é derivável e f 0 é contı́nua}


e (fn )n∈N em C 1 ([a, b]) tal que (fn0 )n∈N converge uniformemente para uma
função g.
Mostre que se existe c ∈ [a, b] tal que a sequência de números (fn (c))n∈N
converge então (fn )n∈N converge uniformemente para uma função
Verifique que neste caso f 0 (x) = g(x) e que, portanto,
f : [a, b] → R. 
d
dx lim fn (x) = lim fn0 (x).
n→∞ n→∞

Dica: Use o Teorema Fundamental do Cálculo (Integral da Derivada),


o número c do enunciado e escreva:
Z x
fn (x) = fn (c) + fn0 (t)dt, para todo ∈ [a, b].
c

Exercı́cio 8. Seja K > 0 e LipK ([a, b]) o conjunto das funções f : [a, b] → R
que admite K como sua constante de Lipschitz. Mostre que LipK ([a, b]) é
um conjunto eqüicontı́nuo.

Exercı́cio 9. Sejam uma sequência (fn )n∈N e f em C(X), o conjunto de


funções contı́nuas de X em X. Mostre que se (fn )n∈N converge unifor-
memente pra f , então o conjunto F = {fn ; n ∈ N} ∪ {f } é um conjunto
eqüicontı́nuo.

Exercı́cio 10. Seja f : [a, b] → R uma função monótona.


(i) Seja x0 ∈ (a, b) um ponto onde f é descontı́nua. Mostre que a des-
continuidade em x0 é de primeira espécie, também chamada de tipo salto,
ou seja existem os limites laterais abaixo mas estes são distintos:

lim f (x) 6= lim f (x).


x→x+
0 x→x−
0

(ii) Mostre que o conjunto de pontos onde f é descontı́nua é enumerável.


Conclua que f é integrável.

Exercı́cio 11. Seja f : (a, b) → R uma função diferenciável.


Mostre que f é convexa se, e somente se, f 0 (x) ≥ 0 para todo x ∈ (a, b).
Conclua que se f duas vezes diferenciável, então f é convexa se, e
somente se, f 00 (x) ≥ 0 para todo x ∈ (a, b).

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Exercı́cio 12. Seja f : [a, b] → R uma função convexa. Mostre que o con-
junto de pontos onde f não é diferenciável é enumerável.

Observação: Esse exercı́cio é importante para aplicações pois em geral


a função pressão (ou energia livre) em Fı́sica Estatı́stica é convexa.

Exercı́cio 13. Seja I = [a, b] ⊆ R um intervalo fechado e seja f : [a, b] → R,


para cada partição P = {t0 = a < t1 < t2 < ... < tn−1 < tn = b} definimos
n
X
a variação de f referente a partição P por V (f ; P) = |f (ti ) − f (ti−1 )|.
i=1
Lembro que f é dita de de variação limitada quando o supremo das variações
sobre todas as partições possı́veis é finito, ou seja:

sup{V (f ; P); Pé partição de [a, b]} = Vab (f ) < ∞


P

Quando f for de variação limitada o número real Vab (f ) é chamado de va-


riação total de f no intervalo [a, b].

(i) Mostre que se f : [a, b] → R é de variação limitada, então f é limitada.

(i) Mostre que toda função f ∈ C 1 ([a, b]) é Lipschitz. Conclua portanto
que toda função emf ∈ C 1 ([a, b]) é de variação limitada.
Observação: As derivadas em a e b são as derivadas laterais.

(ii) Mostre que se f ∈ C 1 ([a, b]) então


Z b
Vab (f ) = |f 0 (x)|dx.
a

Observação: Esse exercı́cio é importante porque justifica porque essa


integral é definida como comprimento de arco da curva t → f (t) quando
t varia de a à b. Note que o número Vab (f ) nada mais é do que o supremo
das aproximações do comprimento da curva f (t) pela soma dos compri-
mentos de segmentos de reta.

Exercı́cio 14. Seja a > 0 e f : [a, b] → R definida por:



 0 se x é irracional
f (x) =
1 p
se x = é uma fração irredutı́vel e q > 0.

q q

(i) Mostre que f é contı́nua nos pontos irracionais de [a, b] e descontı́nua


nos pontos racionais de [a, b].

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Rb
(ii) Mostre que f é integrável e que a f (x)dx = 0.

Observação: Compare esse exercı́cio com o da lista 8 onde a existência


de um ponto onde f (x0 ) 6= 0 implica que a integral de |f (x)| é maior que
zero quando f é contı́nua. O exercı́cio 14 mostra que se eliminarmos a
hipótese da continuidade, podemos ter um número infinito de pontos
com f assumindo valores estritamente maiores que zero, a função ser
não-negativa e mesmo assim sua integral ainda dar zero.

Exercı́cio 15. Seja C(K) = {f : K → R; f é contı́nua} o espaço das funções


contı́nuas de K em R, onde K é um compacto de R.

(a) Mostre que d(f, g) =: ||f − g||∞ = sup |f (x) − g(x)| define uma
x∈K
métrica em C(K).

(b) Mostre que (C(K), d) é um espaço métrico completo. Ou seja, como


essa métrica provém da norma ||.||∞ , estamos provando que (C(K), ||.||∞ )
é um espaço de Banach.

(c) Sejam uma sequência (fn )n∈N e f em C(K). Mostre que (fn )n∈N
converge uniformemente pra f se, e somente se, lim d(fn , f ) = 0.
n→∞

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