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STJ, REsp. 1003708/PR, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, 1a T., DJe 24.3.2008: “Tratam os autos
de ação de reintegração de posse ajuizada pela União contra Aerodata S/A – Engenharia de
Aerolevantamentos e outro objetivando que todos os originais de levantamentos
aerofotométricos que estivessem em sua posse fossem transferidos para as instalações do
Ministério da Defesa, com a condenação em eventual reparação de danos causados ao material.
4. O art. 13 do Decreto 2.278/97 é inequívoco em sua redação ao consignar que a entidade
inscrita, que executa serviço aeroespacial, é a detentora da posse dos originais de
aerolevantamento e, em consequência, a responsável pela sua preservação e controle. Pode-se
firmar conclusão, em princípio, que a propriedade dos originais de aerolevantamento deve ser
creditada à União, tendo em vista a previsão legal expressa sobre a detenção da posse da
empresa executante. 5. Detenção não se confunde com propriedade e posse. O interesse público
no serviço possui tanta relevância que são impostas diversas regras a serem cumpridas pelo
detentor dos documentos, como observar as normas técnicas para o seu armazenamento e
manuseio, não cedê-los sem prévia autorização e efetuar o controle de cópia cedida a
terceiro”.109 LOUREIRO, Luiz Guilherme, cf. Direitos Reais, p. 58.110 STJ, REsp.
1229028/PR, Rel. Min. Mauro Campbell, 2a T., DJe 18.10.2011: Na espécie, o Tribunal de
origem, apesar de reconhecer que o parcelamento tributário possui o condão de suspender o
curso da execução,
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9. EM UMA SITUAÇÃO QUE UM SUJEITO ADQUIRIU UMA POSSE SOB VIOLENCIA QUE
SOFRE UM ESBULHO DE UM TERCEIRO. ESTA POSSE DO TERCEIRO É JUSTA OU
INJUSTA? FUNDAMENTE SUA RESPOSTA.
Posse injusta: É a posse ilícita, ou seja, aquela que decorre de violência, clandestinidade ou precariedade. Porém,
esses vícios não esgotam a matéria. Violência: A posse nasce através de um desforço físico injustificado. Exemplo:
Aquele que ocupa um imóvel através de violência. A posse injusta não pode se convertida em posse justa. A posse
injusta não é protegida por lei, salvo contra terceiro. Assim, a posse, somente, é injusta em face do legítimo
possuidor. Contudo, sendo juris tantum tal presunção admite prova em contrário. De modo que, se o adquirente a
título clandestino ou violento provar que sua clandestinidade ou violência cessaram há mais de ano e dia, sua posse
passa a ser reconhecida (CC, art. 1.208), convalescendo-se dos vícios que a maculavam. Posse injusta – apresenta
os referidos vícios, pois foi adquirida por meio de ato de violência, ato clandestino ou de precariedade, nos
seguintes termos: Posse violenta – é a obtida por meio de esbulho, for força física ou violência moral (vis). A
doutrina tem o costume de associá-la ao crime de roubo. Exemplo: integrantes de um movimento popular invadem
violentamente, removendo e destruindo obstáculos, uma propriedade rural que está sendo utilizada pelo
proprietário, cumprindo a sua função social. “Causa perplexidade o fato de os ocupantes violentos ou clandestinos,
porque meros detentores, não terem defesa possessóriacontra a agressão injusta de terceiros. Como, porém, alerta
Nelson Rosenvald, essa é a única hipótese em que o detentor, por não ser mero instrumento da posse de terceiro,
tem a tutela possessória contra o ataque injusto de terceiros, que não a vítima, de quem obteve o poder imediato de
modo vicioso” (LOUREIRO, Francisco Eduardo. Código Civil..., 2007, p. 1.008). Além disso, segundo a visão
clássica, e pelo que consta do art. 1.208, segunda parte, do atual Código Civil, as posses injustas por violência ou
clandestinidade podem ser convalidadas, o que não se aplicaria à posse injusta por precariedade. Enuncia a norma
em questão que “Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua
aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”. O dispositivo
acaba quebrando a regra pela qual a posse mantém o mesmo caráter com que foi adquirida, conforme o art. 1.203
do CC/2002, e que consagra o princípio da continuidade do caráter da posse. Ato contínuo, reconhece que aqueles
que têm posse violenta ou clandestina não têm posse plena, para fins jurídicos, sendo meros detentores. Tal
previsão causa perplexidade, pois acaba negando o conceito de posse injusta, entrando em clara contradição com o
art. 1.200 da própria codificação. De toda sorte, o presente autor segue a linha que reconhece na posse injusta a
existência de posse e não de detenção. Pois bem, diante dessa situação jurídica, sempre foi comum afirmar,
conciliando-se o art. 1.208 do CC/2002 com o art. 924 do CPC/1973, que, após um ano e um dia do ato de
violência ou de clandestinidade, a posse deixaria de ser injusta e passaria a ser justa. Essa posição majoritária deve
ser Flavio Tartuce (2016)