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YALEM FLYSEER., sera dedicadas A consideragao da nosea herenga fu- dlasy-Pego~lhes, preliminarmente, de tentar esquecer, dey pér em parentese fenomenodlogica;.0.fato de que o judeismo ainda existe, 0 tema destas dues aulaé nada. tema vericom o Judaiamo tel como este:se conservou, talvez para la histéria do Ocidente. Tratar& exclusivamente do fu ontribui..para a formagao da.nosea civilizagao, ¢ pore 9a0'doa nossos conceitos., Sem.divida & o fenémeno de per sistente contimidade do judaismo-um fenbmeno: interessante, ‘Sem.divida tc nt BO lvagaot’e.Santise-, . 80 nosso tema! @,coii:pesar, excluo‘eles tanto da exposigao, como dé debates. = Aguile que changrei de “fudaisno* neste curso serfy portanto, gquele projeto: . exiatencial qué trotou, in illo ‘tempore, de ‘um certo ‘némero de'mitos -eaipel— ‘abi lénicos © siriacos, ‘que refebou o.seu'dmmuleo central-no-mito do non | te 'Sinal, que se _ritualicou rigidanente a@ acbrde com regras .contidas em live « ros. chamados *o Velho Testamento", que se tornow auto-consciente mum fenéme- no chamado."profecia®, © que, apbs contato com os eregos, resultou no cristi> anietio, ‘frata-se, como’ vém 08 ‘senhores, de um esforgo de definir-o judaienc . Limitando-o'em nossa diregao, nas deizando-o. aberte om diregao do passado. Aa origens do judaismo, ‘como toda origem, sao mieteriosas,'e tented deixar este misterio intocado na definigao proposta, Mas éxelui do conceito todo aquele. desenvolvimento que principfa com o Talmud, @.nao ser que queiramos considerar ‘ds Evangelhos como uma espécie de Michna, ‘0 talaixd 6, .como telvez os sonhores sebem, © conjunto das teorias o pr&ticas que se baseiam no Velho testanento, foi elaborado durante os duzentos ‘anos precedentes e os dutentos anos posteri~ ores A 6poca do Cristo, ¢ forma a base do judaiemo tel como 0 conhecerios moder namente, face talmd ten doid Aspectos: michna @ gomarey senda a michnay @roe. 80 mode, & teoria, De um ponto de vista estritamente formal nao passa portan~ to 0,Novo testamento de uma michna, A definigao do judeiemo que Thes acabed de propor ‘exclui todos’ esses desenvolvimeritos, e nao fara portanto esse desen~ volvimento parte desta oe da préxime aula, Ne presente ula tentared dar-lhoi uma'ddeia do projoto existencial do judaiemo, tal como o acabei por definiry ma préxima expored alguns daqueles conceitoa que, @ meu ver, continuamos .a:ebri ger gragas a esse projeto, z ; ta Comegarei por releitrar~lhes um aspecto do mito de Abrad, no qual ‘esse pad da! adora primeiro o sole as estrelas, para depois aderar Aquilo que traencende‘o: etus, Esse salto para fore da naturezd'me parece ser nao sémente o fundamento. do judeiemo, mas ainda e’ caracterfati iy! ga0, que a distingue de todos os demaie projetoss Veremos, futuramente, que! houve um avango paralelo entre os gregoe, mas veremos também, que entre eles* tomiou um rumo diferente, Darety primeiro, o aspecto ontol6gico desse salto,: pera depois tratar do seu aspecto epiptemoltgico, 6tico © ‘estético, nesta ort O mito de Abtrao revela o ser como algo\que transcende.a netureza, e'revela a ne tureza como um eub-produto do ser, um'sub-produte dentro do quai e.com o qualt o ser Suncionas Refele, em outras palbvias, « cubjetividede © absolutidade do ger, @-8 Objetividade e instrumentt @ da natureze. A netureze & objeto ied inetrumento do ser subjetivo e ab: ‘toe | A natureza nao'6, portanto, como/tén de a ser pera os ‘gregos, uma ilusao que|ebconde o sér, mae 6'muito pelo rio, uma forma outentica de ser, a sabet ela & 0 como o ser funciona, Nao Hay como nos gregos, duas camedas ontolbgicas, uma fenomenal e cutra pouneniad y } bf, muito palo contrério, uma finica realidade que.tem o Beu aepecto subjetivos absolute e trenseendente, ¢ seu aspecto objetivo, instrumental @ imanentes 0° ser-ee realiza na natureza, embora a.trariscenda, como o:homem, essa copia do ser absoluto, se realiza nos seus ins ntos, embora .os “transcends, 0 pro~ Jeto judeu nao despreaa portanto a natureza, como o fazem os ideelistas, nem @-conaidera a totalidade do ser, ¢om0 0 fazem os materialistas, masa, conside; Fa,0/aspecto inetrunental do ser, real p to @ malefvel, isto 6 tramsformb=| vel de fora, : es Consideremos a consequencia epistemol6gica Wessa concepgao da realidade, Com 4 nheser a natureza 6 possui-la, 6 Seanofernoriey € violente-la, “Aliée, 6 oo . ih - 7 \ : paaed poet x by . 2 ‘ @VILEM FLUSSER- F -Sxatamente neste sentido que a Biblia emprega o termo “conhecer", por exem- plo:.*Abrao ‘conheceu Sara", Como podem observer, portanto, tem o conheoimen -to-da natureza.umiounho curiosamente marxiata, Eate tipo de conhecimento 6~ uum trabalho, Uma: obra,:ou em hetr&ico "mitavé" tanlhe squele aspects 6rico'que caracteriza‘o conhecimento de natureza no sentido §re60 Mas do conhecimento ‘da natureza, h& einda-o.conhecimento do:absoluto, Bese gonhecinento passivor que nos advin pelasirevelagces imediatas, "de ‘Vemos .conserver ‘fidelidade, "emunh",a-26:portantd,.., Peloxtrabalho e i portanto.alcangamos conheoimento, e:a formula ."ora ‘et; labora” “caracterizaybe a'epistemologia judia, tal como 6 revelada no mito’de-Abrao,- { : “Com esta considerg¢ac *J& nos’ adentramos né 6tica que ‘este mito ,revela medrotluger ele nos :oferece wha escala.de,valores. , 0 supreho Bem-& al s0luto, consequentemente © supremo Mal & 0 neo-ser. ‘Ascoisas:da natarere k + Ba0"boas emquanto inetrumentos, mas nao-sao boas em si: "Amarée a Deub sobre todas as coisas", O-homem tem uma tarefar. obedecer o ser absoluto'arabalhan ‘do, Nesea tarefa entram dois conceitos tipicamente judeus, "Obadccern 6: una raiz hebr&ica que consiste ‘das letras "ch" o "m".. Essa rais significes alte de "obedecer*, ainda “ouvir” e "defender", e,’ em Gltima enflise, significa. "none", "Chem& Israel" significa portanto "obedega, 6-Ierasi", "ouga, '6’a= rael"; "defends, 6 Israel", © "chem" 6 o Nome do supremo ser, © none santos Ea palavra “obra".= “mitsvi" significa ainda lef e honra. -$e portanto. os Socislistas se cumprimentam dizendo “honredo trabalho" ‘conetem-um pleonasmo. do ponte de vista Judeu, Deus 6 Aquele que nos sanctificou "bemitsvotov" con a honra de nos ter dado leie para o trabalho, Nessa honra de ter leie para 9 trabalho reside a eleigao de Israel, da qual tratarei dentro em pow A &tica judia & portanto um observar de leis reveladas pelo Nome santo, ea 14 ~ perdade reside na possidilidade de escutar ou nao essa v6z que proclama as. > leis honrosas, A nao-observagao, 0 nac~escutar, o contrério de "mitev&" por, tanto; 6 0 pecados’ © pecado tem portanto dois aspectos, 0 pecado passive e © pecado ativo, Nao trensformando a natureza de acordo com os mandementes estaremos cometendo 0 pecado passive, Transformando a natureza em desacordo com os mandamentos estaremos.cometendo 0 pecado ativo, 0 pecado passive 6 _,§M@Uy Porque conduz a0 naceser, 0 pecado Ativo-€ mau, porque desvirtua a nas “gureza, porque a perverte,( Notem que todos os conceitos que estou utilizans do, embora tipicamente portugueses, sao fundamentalmente judeus). A perver< “sao da natureza pelo pecadoy consequencia.do neo-escutar dos mendamentos, re sulta num desequilibric, porque e natureza foi construida de acordo com eéa@ mendamentos, Essa perversao & portanto "injusta", sendo "fuatiga" é "equi+” Ubrio®* sinénimos, a saber “tside&", A obediencia acs mendamentos restate: ‘ge 0 equilitrio, & portanto justa,e o homen.que escuta © observa os manda mentos 6 justo “teadic", Mtretanto essa justiga nade tem da moderagao aria atotélica, do "golden mean, nao 6 um compromisso. A juetiga 6 radicalmente oposta eo pecado, 6 una justiga “engagse", para falarmoe modernanente, A Dt! tica dessa justiga purifica, condaz A pureza "cachrut". A injustiga, o nao observer dos mandamentos, o neo‘excuter a vz do Nome, 6 a vergonha. E com’ © concedto’ da vergonha entremos na estética que o nosso mito revela, ae A vergonha -€ um conceito fundamental judeu, portanto do Ocidente, Todos os @emais projetos sao uns sem-vergonha, inclusive o projeto grego. Z que sue vergonha era tao grande que ser a sua dmortalidades A vergonha 6'0 ‘aspecto estético, vivencial, do peckdo. J& no-mito de Adao eurge depois 40 pecado ‘original e ecompanha o Ocidente qual sombra. 0 pesado & vergonhosoy 6 nojento, € feio,.porque perverte 4 natureza de justiga, do equilibrio, por tanto quebra-lhe a beleza, 0 pecado. passive 6 vergonhoso, .6-portanto ver gonhoso © corpo mi, © campo nao arado, a ajuda ao .préximo, nao prestade, .8 vergonhosa a.contemplagao estéril, a jespeculagao tebrica neo “engagte®, a tri teza do coragao, como ‘diz.a Bo pecado ative & vergonhoso, 6 porten to vergonhoso 0 adultério,.a ces’ yao das colheitas, .o assassinio, ‘ver=, “*gonhosa a falsa £6, (0 smo), ¢,Vergonhoso o amor. pelas coisas e por-at Reamo, ‘a soberba, como diz a Igreja,! A naturera como campo desees pecados.6 ‘yergonhosa, 6 feia. Boa justiga & bblk. 8 belo o corpo vestido de acordo { com os mandamentos, & belo o campo cultivade de acordo com eles, & bela a afr ieee : 3 3 eae Viney FLUSSE| fe da.ao 'prdtino, sao Fol0e os ensinamentos Divinos, e sao belas ae nosses cangoes.em-louvoz do.Nome. E a natureza comgtampo de justiga 6 bele,. Eesa deleza nao 6 algo subjetivo, mas est& objetivamente locelizada dentro da na” tureze,- Podemos dizer que,easa beleza chama-se "cultura", Ao ver ae tendas de Jacb; o burro de'Bileam, inimigo @ pecador; proclamar "Queo belgs. sao . se'tendas, Jac, tuas moradias, 6 Israel", A veleze .6 consequencia. do. tras balho modificater do homem sobre avnatureza;'trabaiho ease ae seotdo oom oe mandamentos, Como vém, trata-se de uma .calocskatia,vembora:mm-sentido que}, nao.teria ocorido a Platao, # clard que uma -eatética’aseim;"(e1digo ieterds passagen), 6 mais’ emiga da misica e-da poesia que das artes. plisticas:erda; * teatro, Mas voltarei futuranente para o problema, ; ond 8. pena que’ as limitagoes impostes polo progrema .deate curso nao me -perniten: que me‘aprofunde mais nas potencialidades do mito de Abrao, e miito menos "da" outros mitos, Para agueles que.se interessen recomendo s teitura de "tenor + ¢ tronor” de Eerkegaard, que ilunina um outro aspecto do mesmo mito, a aa ber .o secrifitie do filho, Para o propésito do presente curso.a minha anflise superficial deve bastar, para que,-a partir dela,’ lnes proponha um cabogo do. projeto judeu. Eese projeto, como J& disse, recebeu o seu impulso.contral.nod mito do monte Sinai, o qual portanto recapitulo: Moisés 6 chemado. sobs.a ., montenha, Recebe os Dez mandanentos, E-deace, E tudo icto lhe acontece nd qualidade de lider de um povo.: Og elementos do projeto sao portento.o ti sido chamado Coded ao} a subide (purificagao) os mandamentos (0 contrate). @ descida (sacerd6cio), ©, tudo isto referente a um povo, Sao elementos qu fezem parte, todos eles ou ‘alguns deles, também de outros mitos, mag a sua constelagao especifica no mito do. monte sined projeta uma especifica maneis va de existir, que ¢ o tema desta quia, A-estrutura fundamental da situagao que este projeto cria € a relagao sujeitorobjeto, H& um sujeite, (o ser ab=~ 4 aoluto), b4 um objeto,(o povo), e hé uma relagao entre ambos (0 contrat). “Com efeito, a estrutura fundamental dessa eituagao é identica com a estrutu-, ra fundamental da frase das 1: ‘lexioneis, identidede eesa da qual tra: tei no. curso dewmme-passado, Podemos portanto dizer que o mito do monte si nai 6°0 protétipo de todas as nossas frases, um rrot6tipe no qual o sujeito € Deus, 0 objeto 6. Israel, e o predicado 6 "brith" (0 contrato). 0 sujeito : frenscende a situagao, 0 objeto & 0 instrunento pelo quei o sujeito funcio~ na situageo, © o predicado’é esse funcionsr do cujeito, Mas hf, além dis ‘sy unia sfitil transformagao da relagao entre sujeito o objeto no nosso mites. Pelo contrato trensformayse 0 dbjeto, antes puramente instrumentals em par’ ‘ceixo ‘do sujeito, Pare Zalarmos com Buber, treneforme-se 0 relagao, antes uma relagao "eu © isto" (ich und-es), na relegao feu e tu” (ich und du), @. surge @ relagao do reconhecimento, -Pelo contrato Deus reconhece Israel’e Is= Fael reconhece Deus, ‘Trata-se, com ‘efeito, de uma relagao amorose, Mas. a-- preaso-me pera evitar que essa seja ‘soxializada, Deus parece ter © papel mea gulino como aquele parceiro que.escolhe e que se impoe pelos mandamentos,, ried Ble parece ter o papel feminino como ‘equele parceiro que quer ser procurado” @ possuido, 8 portanto uma situagag ‘amorosa que ultrapassa as categorias 4a sexualidade, Direi que se trata da situagao emorosa da conversagao no mais , amplo sentido deste termo, A estrutura fundemental da eituagac criada pelo ° Projeto judeu.6 a de conversagao portento, $8 a-situagao de conversagao do ° hhomem organizado em povo com o ser’ tretiscendente, E este & um aspecto per= »: menente da situagao do Ocidente. A nosea civilizegad pode eer caracteriza— da como. conversagao com o ser trenscendente. 2 ee Pera isto fomos escolhidos, ‘*Acher bakhar bam micol haamim" (Ble nos escol< heu entre todos of povos), Nao importaiquem sao esses nbs _escolhides no mi- = to para perticipar da conversagso com n Tealidade. Se sao um povo pastorily ~ chamado Terael, ou se sao a Igreja catblica, ou a classe proletéria, ou 08. Mormoes, 0 importante 6 a eacolha, A escolhe, a eleigao, @ separagac, ou qualquer que seja o termo que queiramos eplicar, 6 um trago fundamental. do Brojeto judeu, a0 quel nao podenes escapar, enbora o tentenos, J& que entra ‘em choque com 6 nossa herange Free: B fotos escolhidos, nao 4 dividualmente,. mas em grupo. Esse trago do mito, esse conceito do "povo escolhido* 6 um tra’ E . a oe : ‘ i a gocdMlaBMa"hY ESKER siviiteageo ¢ marca definitivancnte todce os ossoe eon- cektos politicos, econ6micos e sociais, de maneira que: para nés esses. concei= £28; G0dam defini tivamente projetados, A polition e a economla Bao pare mss a4) oiplinas preparatéries ‘para‘a'converaagao vom 0 ‘trenscendental, e todo estado + todo ‘sistema economies,’ tanto"o feudal como o mercantil, tanto o capitalista moo secialista, sao .civitates : Dei:-como’ Breparativos pera a subide a0. monte nai, ondgrecebemds os mandamentos, | fi Heese Estes mandementos sa0.0 ‘ensinamento ‘de verdade; :*Vénstan.lam et tordtor '( eu née a Tord), A verdade como Pevelagaoy 6 a ‘oonsequenteaboligao :do te dor eiverdade. portanto nao como contrario do ‘erro, més como’ contrerd osddimens, ‘al como ela est projetada no'mito do Sina, 6 uma heranga’ sudie.quets; cidente diante de um-problema insolivel, Veremos mais tarde neste » que a nossa Givilizagdo tem, pelo menos, mes tres‘ conceitos da verdadé, a saber a aletheia grega, 4 veritas latina, e'a Wahrheit germanies, conceltod ses inaseinilaveis, Pode parecer=lhes, gepganha exposigac, que @ Toré. da quel dhes estou falando nao & tao radicalnellteHaverdade socrétieay J& que tamer Para Socrates verdade @ virtude’ se. confunden, ferei, entretanto’ plineiee et” Bnalisar os mitos gregos,'e principalmente o mito de Orfeu, para demonstrar a’, inassinilibilidade desses acisconceitos. Pelo contrério, do ponto de vista {rdeu 6 2 mecutica soortica um procedimento vergonhoso. '*Nao deves peaguitar 8 inscrigao que se 18 na porta da entrada para a verdadé judia, *Deves es Perar at€ que para elas: sejas’ chamado". Porque o ser absoluto deve eer produs rado pelo amor, e nao pela Pesquisa, Ble 6 0 doador da verdade,"natan hator&", @'na0 ove que esconde a'verdade a ser descoberta “aletheia", A impossibiiidae de da nossa civilizagao em formular um conceito unificado da verdade € uma” das suas elasticidades, ©: portanto uma das esperangas de sue contima abertura, * Desconsiderarei os demais aspectos do mito,.para formar o que me parece ser 9 Projeto gudeu, A exietencia humana, de acordo com ease projeto, 6 uma oxie~ teneia jogada dentro de um mundo instrumentalyela realidade transgendentés sua situagao 6 portanto uma eituagdo-de desterro.- Os miaticos judeus. chamai ela de "galut da ‘chekhiné" (desterro do ser), e & Igreja chema & mesma ei tues a0 de "non peecare non posse*. Mes a salvagao dessa situagao 6 poeeivel, & Poseivel de duas maneiras, Primeiramente :pelo trabalho sobre © mundo inetrimen tai quo cerea a existencia,' de modo que se crie wa ‘sociedade que seja chamads pela realidade transcendental pera una conversageo reveladore, 2 seguniamente pelo emor de ‘realidade transcendentes Com efeito, ambas easas possibilidades 880 © verso Go anverso de mesma -moeda. S-pelo amor ao ser que nos estabelecou que trensformemos 9 nosso mundo. & & pela transformegao do nosso mundo que de- monstramos © nosso amor eo ser qué nos, estabeleceu,. A Nossa salvasao & portan= to simultaneamente a salvagao do mundo, A 6poca messianica, o reino dos cous sobre a terra, € a mote desae projeto.’ £ 6 politicamente, socialmente © econb= micamente que alcangaremos esse estado, de -cbisas,, 0 projeto existencial judeu & um projeto fundamentalmente 6tico,.social, e imanente, justamente por ser ime pelide pelo amor ao transcendente, A vida judia 6 uma vida enquadrade ns sooie edade e na sociedade se realisa, embora e justamente seja ela uma vida dedica- da & conversagao com 0 de todo diferente,. 7 Z i E por esta razao que o problema da morte aparece nesse projeta apenas em ‘surdis Ras Esse problema, que 6 tao fundamental pare a'nossa‘civilizagao, e que eat& tao intimsmente ligado com os Problonas da alne e de imortalidede, 'nés nao o. he démog dos judeus, Pare eles, & o tu que entra em conversagao com'o eu absolut nao fixo sndividuo, mae o povd dnortel’e quase tao eterno quanto o Eterno, Esta $e razao principal porque 0 projeto judeu nos parece ser teo primitivo. . Pare ele'un dos nosses problemas principals quase nao existe. . Nests eentido podemos Giger que superamos 0 projeto judeu num sentido hegeliano,’ Eubora a satuagas Judie seja a nosea, 6 a-nossa muito meis complex. Tem todas as problematicas deZeituagao judia, mas tem miitas outraa, : : a Limito esta aula a estes consideragoes perfuntorias, para permitir o debate que, dada a virulencie dos problémas por. mim expostas, certamente seré acirrado, Na prorina sula aprofundered os conesites hoje: introduzides, © apresentared outros, Pego-lhes, portanto, de manter em mente, que a presente exposigao & incompleta mesmo do ponto de vista deste curso, 1.

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