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Percepção dos residentes sobre a atractividade de destinos turísticos: o caso do


Município de Inhambane

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3 authors, including:

Daniel A. Zacarias
Eduardo Mondlane University
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1 Percepção dos residentes sobre a atractividade de destinos turísticos: o caso

2 do Município de Inhambane

4 Residents' perceptions of the determinants of tourist supply at the municipality of

5 Inhambane, in Mozambique

7 La percepción de los residentes sobre los determinantes de la oferta turística en la

8 ciudad de Inhambane, en Mozambique

10 Daniel Augusta Zacarias1

11 Morais António Chilundo2

12 Simão Ismael Langa3

13

14


1
Doutor em Ecologia e Evolução. Professor na Escola Superior de Hotelaria e
Turismo de Inhambane, Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique). E-mail:
daniel.zacarias15@gmail.com
2
Graduação em Gestão de Mercados Turísticos pela Escola Superior de Hotelaria e
Turismo de Inhambane da Universidade Eduardo, Moçambique. E-mail:
moraischilundo@gmail.com
3
Graduação em Informação Turística pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo
de Inhambane, da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique. Agente de
Viagens na Dugongo Viagens. E-mail: simaolanga@gmail.com
15 Resumo

16 O presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores determinantes da

17 qualidade e imagem do destino turístico “Município de Inhambane”, localizado na

18 região sul de Moçambique. Para o efeito, procurou-se através da revisão

19 bibliográfica identificar os atributos que melhor caracterizam o Município tendo em

20 consideração os atrativos, a infraestrutura e os equipamentos e serviços, para

21 posteriormente perceber a opinião dos residentes sobre a qualidade e

22 representatividade de cada atributo dentro do contexto global de qualidade e

23 imagem do destino. Dos 24 atributos selecionados (4 associados aos atrativos, 12

24 associados a equipamentos e serviços e os restantes associados a infraestruturas),

25 avaliados em função da escala de Likert de 5 pontos (1 = péssimo; 2 = mau; 3 =

26 regular; 4 = bom e 5 = óptimo), constatou-se que 12 atributos obtiveram avaliação

27 positiva, sendo as paisagens (com maior pontuação) e os atrativos naturais

28 considerados atributos de classe A. O estudo revela que do ponto de vista dos

29 residentes existem 8 fatores que determinam a qualidade e imagem do Município,

30 com destaque para a disponibilidade de informação, lazer e saneamento nas praias

31 (que explica 21.397% da variância total dos dados). Estes resultados poderão

32 contribuir para o melhoramento das relações entre as comunidades residentes e

33 visitantes, bem como apoiar no processo de tomada de decisão sobre as ações a

34 serem criadas para garantir que o Município de Inhambane atraia cada vez mais

35 clientes e que estes tenham uma óptima experiência de visitação.

36

37 Palavras-chave: destinos turísticos, imagem do destino, população residente,

38 fatores de qualidade e imagem de destinos

39

40
41 Abstract

42 This work aims to identify the determinants of quality and image of tourist destination

43 "city of Inhambane", located in the southern region of Mozambique. To this end,

44 searched through the literature review to identify the attributes that best characterize

45 the Municipality taking into consideration the attractions, the infrastructure and the

46 equipment and services, to later understand the residents ' opinion about the quality

47 and representativeness of each attribute within the overall context of quality and

48 image of the destination. Among the 24 selected attributes (4 associated with

49 attractive, 12 associated with equipment and services and the remaining associated

50 with infrastructure), assessed in the light of the Likert scale of 5 points (1 = poor; 2 =

51 bad; 3 = regular; 4 = good and 5 = great), it was noted that 12 attributes obtained

52 positive assessment, being the landscapes (with the highest score) and natural

53 attractions considered the class A attributes. This study reveals that from the

54 resident’s viewpoint there are 8 factors that determine the quality and image of the

55 city, with emphasis on the availability of information, leisure and sanitation on the

56 beaches (which explains the total variance of 21,397% data). These results may

57 contribute to the improvement of relations between communities, residents and

58 visitors, as well as support in the decision-making process about the actions to be

59 created to ensure that the Town of Inhambane increasingly attracts more customers

60 and they have a great experience of visitation.

61

62 Keywords: tourism destinations, image of the destination, the resident population,

63 image and quality factors of destinations

64

65
66 Resumen

67 Este trabajo tiene como objetivo identificar los factores determinantes de la calidad y

68 la imagen de destino turístico "ciudad de Inhambane", ubicado en la región sur de

69 Mozambique. Con este fin, búsquedas a través de la revisión de la literatura para

70 identificar los atributos que mejor caracterizan el municipio tomando en

71 consideración los atractivos, la infraestructura y el equipamiento y servicios, para

72 luego comprender la opinión de los residentes sobre la calidad y la representatividad

73 de cada atributo en el contexto global de la calidad y la imagen del destino. De los

74 24 seleccionados atributos (4 asociados con atractivo, 12 asociados a equipos y

75 servicios y los restantes asociados con la infraestructura), evaluados a la luz de la

76 escala de Likert de 5 puntos (1 = deficiente, 2 = malo; 3 = regular, 4 = bueno y 5 =

77 muy bueno), se observó que 12 atributos obtienen positiva evaluación, siendo las

78 paisajes (con el puntaje más alto) y atractivos naturales considerados la clase A de

79 atributos. El estudio revela que desde el punto de vista de los residentes allí son 8

80 factores determinar la calidad y la imagen de la ciudad, con énfasis en la

81 disponibilidad de información, el ocio y el saneamiento en las playas (que explica la

82 variación total de datos 21.397%). Estos resultados pueden contribuir a la mejora de

83 las relaciones entre las comunidades, los residentes y visitantes, así como apoyo en

84 el proceso de toma de decisiones acerca de las acciones que serán criadas para

85 asegurar que la ciudad de Inhambane y atrae cada vez más clientes y tienen una

86 gran experiencia de visitación.

87

88 Palabras clave: destinos turísticos, imagen de la destinación, la población residente

89 y fatores de calidad de imagen de los destinos

90

91
92 1. Introdução

93 O turismo, é um dos sectores da economia mundial que tem nos últimos anos

94 demonstrado níveis de crescimento elevados, acima até de indústrias já

95 estabelecidas a longos anos como é o caso da indústria automobilística. Dados

96 revelados pela Organização Mundial do Turismo (OMT), indicam que os atuais

97 níveis de desenvolvimento do turismo catapultam esta atividade para a liderança do

98 sector de serviços e a colocam como terceira maior atividade económica no mundo.

99 Por exemplo, só no ano 2012 o turismo movimentou cerca de 1.035 biliões de

100 turistas, 1.075 biliões de dólares norte-americanos (Organização Mundial do Turismo

101 [OMT], 2013) e em 2013 contribuiu diretamente em cerca de 101.118.000 postos de

102 trabalho em todo o mundo, bem como em cerca de 2.056.6 biliões de dólares para o

103 produto interno bruto (PIB) mundial (cerca de 2.9% do PIB total), o que significa que

104 o turismo representa mais do que o dobro do PIB da industria automóvel (993 biliões

105 de dólares), cerca de 40% mais em relação a indústria química global (1.539 biliões

106 de dólares), 5 vezes mais postos de trabalho do que a industria automóvel e a

107 indústria química e 4 vezes mais do que a indústria mineira global (World Tourism

108 and Travel Council [WTTC], 2013).

109

110 Estas estatísticas são encorajadoras para diversos países de economia pobre, que

111 se sentem encorajados a incrementar o desenvolvimento desta atividade como

112 forma de gerar riqueza e melhorar os seus indicadores socioeconómicos. Como

113 referem diversos autores (Vassiliadis et al. 2006), hoje grande parte das nações

114 pobres vê no turismo a principal estratégia de geração de divisas e desenvolvimento

115 e precipitam-se na corrida para angariação do maior número possível de visitantes,

116 muitas vezes sem medir o verdadeiro impacto desta atividade no local onde ocorre,
117 nem compreender as bases que tornam determinado lugar um verdadeiro destino

118 turístico.

119

120 Este último aspecto adquire extrema importância na medida em que a atração por

121 determinado lugar para visitar depende não só dos atributos neles contidos como

122 também do resultado da assimilação da informação existente sobre o mesmo,

123 traduzindo-se na imagem do destino turístico. Alves da Silva (2011, p. 49), refere

124 que “sem a imagem não há forma do turista chegar a um conjunto de destinos

125 preferidos e nem como selecionar um deles para visitar”, ilustrando, deste modo, a

126 necessidade de os governos não só investirem no sentido de atrair mais visitantes,

127 como também na gestão e melhoramento da imagem que os seus países, territórios

128 e lugares turísticos emitem para os potenciais mercados.

129

130 Consequentemente, a referida gestão passa essencialmente pela adaptação dos

131 espaços turísticos, transformando-os em atrativos para os potenciais visitantes, sem

132 com isso alterar a sustentabilidade dos mesmos locais, e ainda pela implementação

133 de ferramentas de marketing cada vez mais eficazes. A partir dessas ações, os

134 destinos devem estar aptos a receber turistas que a posterior estejam dispostos a

135 repetir a viagem. Naturalmente, para que isso aconteça torna-se fundamental que as

136 informações transmitidas sobre os atributos das regiões sejam recebidas de forma

137 positiva, de modo a criar o interesse em usufruí-los.

138

139 Nos contornos do turismo, as atividades executadas ao logo dos espaços costeiros,

140 relacionam-se maioritariamente com o “turismo de sol e praia”. Este segmento

141 promove o surgimento de consequências negativas e positivas, originadas algumas


142 vezes pela ocorrência de grandes fluxos populacionais (Martins da Silva, 2013).

143 Contudo, não obstante os referidos impactos e de o turismo praticado na zona

144 costeira variar em grande escala de acordo com a sazonalidade (Parlamento

145 Europeu, 2008), verifica-se a cada ano que passa um aumento significativo de

146 turistas a visitarem essas zonas, decorrente em grande medida dos inúmeros

147 atributos que se podem verificar nestas áreas, como é o caso das paisagens que a

148 costa de um lugar pode proporcionar (posição comprovada nos resultados obtidos

149 neste estudo).

150

151 Portanto, os atributos de determinados destinos vão condicionando nas escolhas

152 dos visitantes, na medida em que estes criam preferências que baseiam-se na

153 imagem que possuem em relação aos espaços turísticos. Deste modo, a imagem no

154 contexto do turismo apresenta-se como um factor determinante no que concerne a

155 seleção de destinos a serem visitados pelos turistas e tem a sua importância

156 reconhecida uma vez que em turismo não há formas de se experimentar o que será

157 posteriormente usufruído, ou seja, o primeiro contacto que os turistas têm com o

158 produto a ser consumido acontece no momento da realização da viagem

159 propriamente dita. Dada a sua relevância, a imagem de destinos turísticos tem

160 recebido especial atenção no contexto académico (Campo-Martínez et al., 2010;

161 Campo-Martínez & Alvarez, 2010), sendo a sua importância reconhecida

162 internacionalmente.

163

164 Sendo o turismo um bem de consumo abstracto (intangível), apresentado aos

165 potenciais consumidores por meio de descrições, narrações, mídia e fotos, o que

166 induz o cliente à sua compra são as promessas de satisfação que o destino pode
167 oferecer (Bignami, 2002; Day et al., 2002; Ruschmann, 1990; Spotts et al., 1998) e a

168 motivação que o turista tenha para essa viagem (Swarbrooke & Horner, 2002).

169 Neste sentido, a imagem do destino é uma característica determinante no processo

170 de decisão de compra do consumidor turístico (Bignami, 2002; Leal, 2004; Spotts et

171 al., 1998).

172

173 O turista, antes de viajar, faz previsões das experiências que pretende ter. Estas

174 estão fundamentadas nas emoções que o destino evoca na sua memória, por

175 comentários de amigos, pela leitura de folhetos, anúncios publicitários etc. Sua

176 decisão basear-se-á na imagem que ele valoriza e espera encontrar (Crompton,

177 1979). Sendo assim, a escolha do destino depende de imagens favoráveis que o

178 consumidor tenha do lugar (Echtner & Ritchie, 1991), caso contrário, o consumo do

179 turismo simplesmente não ocorre (Bignami, 2002; Leisen, 2001).

180

181 Neste contexto, a imagem é vista como o conjunto de percepções que cada

182 indivíduo possui sobre os destinos, sendo as mesmas influenciadas por um

183 processo seletivo de informações que são armazenadas de acordo com as

184 expectativas de cada turista. Deste modo, permite que os locais a serem visitados

185 sejam vistos de maneiras diferentes e preferidos em detrimento de outros e nos

186 modelos de seleção constitui a base para que a escolha aconteça.

187

188 Segundo Gomes (2012), a imagem de um destino posiciona-se como factor de

189 grande importância visto que gera motivação nos turistas em conhecer determinados

190 destinos através das experiências vividas ou transmitidas. Para Fakeye e Crompton

191 (1991), a imagem permite diferenciar os diversos destinos turísticos e ainda pode
192 influenciar os turistas a diferenciarem-se de acordo com os destinos escolhidos, ou

193 seja, permite a segmentação dos destinos, sendo um dos principais fatores de

194 decisão dos turistas em visitar determinado destino (Tavares, 2008).

195

196 Sendo conceituada como a construção mental desenvolvida pelo potencial visitante

197 com base em algumas impressões selecionadas [...] através de um processo criativo

198 no qual impressões são elaboradas, embelezadas e ordenadas (Carvalho, 2010), a

199 sua gestão constitui desafio para os gestores dos destinos turísticos, na medida em

200 que esta é completamente dependente do quadro geral de estabilidade/instabilidade

201 social, da existência de produtos turísticos e da qualidade e quantidade de

202 informação sobre o potencial turístico.

203

204 Entretanto, e como indicado anteriormente, os governos de economia mais pobre

205 pouco interesse têm demonstrado em gerir a imagem que os seus destinos

206 transmitem nem em fomentar pesquisas no sentido de se conhecer os elementos

207 que contribuem para a transmissão da imagem dos seus territórios. Em

208 Moçambique, esta situação é demasiado evidente, no sentido de que estudos desta

209 natureza são praticamente inexistentes, sendo a imagem do país simplesmente

210 transmitida como “terra de contrastes”, lema que revela a fundamentação do turismo

211 de Moçambique simplesmente na disponibilidade de recursos.

212

213 Considerando que a imagem de um destino não só se fundamenta na oferta turística

214 existente, mas também na forma de transmissão de informação e nas experiências

215 vividas ou transmitidas pelos turistas reais ou potenciais e tendo em conta que o

216 Município (cidade) de Inhambane constitui destino preferencial dos turistas que
217 visitam Moçambique, este artigo tem como objectivo identificar, do ponto de vista da

218 população residente, os principais fatores construtores da imagem e determinantes

219 da qualidade do destino turístico “Município de Inhambane”, localizado na região sul

220 de Moçambique.

221

222 2. Processos de construção e propriedades da imagem de um destino turístico

223 O turismo é um bem de consumo abstracto (intangível), apresentado aos potenciais

224 consumidores por meio de descrições, narrações, mídia e fotos. Assim, o que induz

225 o cliente à sua compra são as promessas de satisfação que o destino pode oferecer

226 (Bignami, 2002; Day et al., 2002; Paiva, 1995; Ruschmann, 1990; Spotts et al., 1998)

227 e a motivação que o turista tenha para essa viagem (Swarbrooke & Horner, 2002).

228 Logo, a imagem do destino é uma característica determinante no processo de

229 decisão de compra do consumidor turístico (Bignami, 2002; Leal, 2004; Spotts et al.,

230 1998). A teoria da imagem (Alexander, Brewer, & Livingston, 2005), mais geral que

231 de imagem do destino, hipotetiza, ainda, que estereótipos inter-étnicos específicos

232 derivam padrões de competição percebida, diferença de poder, e status cultural de

233 cada grupo, ou seja, a nação a que o indivíduo pertence impacta na avaliação que

234 ele realiza do destino.

235

236 O turista, antes de viajar, faz previsões das experiências que pretende ter. Estas

237 estão fundamentadas nas emoções que o destino evoca na sua memória, por

238 comentários de amigos, pela leitura da folhetearia, anúncios publicitários etc. Sua

239 decisão basear-se-á na imagem que ele valoriza e espera encontrar (Crompton,

240 1979). Sendo assim, a escolha do destino vai depender de imagens favoráveis que o
241 consumidor tenha do lugar (Echtner & Ritchie, 1991). Caso contrário, o consumo do

242 turismo simplesmente não ocorre (Bignami, 2002; Leisen, 2001).

243

244 O conceito de imagem de destino é considerado complexo, subjetivo e dinâmico,

245 não reunindo consenso entre os vários autores, variando, assim, o seu significado

246 conforme os objectivos do estudo e as metodologias de análise utilizadas (Gallarza

247 et al., 2002). Daí que as múltiplas definições da imagem de destino surjam por vezes

248 como algo imprecisas e ambíguas, dificultando a sua operacionalização (Fakeye &

249 Crompton, 1991; Echtner & Richie, 2003).

250

251 Nessa perspectiva, a imagem vista como uma representação mental, é formada por

252 um conjunto de atributos que definem o destino e é largamente reconhecida na

253 literatura como factor de sucesso para qualquer destino turístico (Chagas, Marques

254 Júnior & Duarte, 2013; Chagas, Sampaio & Santos, 2013; Buosi et al., 2014). Estes

255 atributos possuem extrema importância, na medida em que permitem o julgamento

256 dos destinos, face aos desejos e motivações dos potenciais visitantes.

257

258 Assim, a imagem de um destino é construída a partir de um conjunto de impressões,

259 conhecimentos e emoções que um indivíduo desenvolve sobre um determinado

260 lugar (Jenkins, 1999), sendo resultante da experiência vivida e da informação que

261 recolhe durante o processo de escolha (Crompton & Fakeye, 1991; Baloglu &

262 Brinberg, 1997). Essa expressão do conhecimento pode estimular um efeito positivo

263 ou negativo no comportamento futuro dos turistas e condicionar o sucesso ou

264 insucesso de um determinado destino (Kastenholz, 2002).


265 No âmbito do turismo, a imagem tem sido considerada como uma das principais

266 variáveis para a segmentação, e proporciona um efeito de impulso na preferência,

267 na motivação e no comportamento de um indivíduo relativamente aos produtos e

268 destinos turísticos (Cooper et al., 1993). As imagens no turismo representam um

269 papel importante na tomada de decisão do turista em potencial e influenciam o nível

270 de satisfação com a experiência do turista, ajudando ainda nas recomendações

271 positivas para novas visitas ao destino turístico (O’Leary e Deegan, 2005).

272

273 Alguns autores (Baloglu & Brinberg, 1997; Baloglu & McCleary, 1999) consideram

274 que a imagem é formada pelas interpretações racionais e emocionais do consumidor

275 e tem o efeito de dois componentes inter-relacionados: as avaliações

276 cognitivas/perceptivas, que pertencem ao conhecimento do indivíduo e às suas

277 convicções sobre o objecto; e as avaliações afectivas, que pertencem aos

278 sentimentos do indivíduo relativamente ao objecto. No contexto do turismo, estes

279 dois elementos da imagem quando combinados têm influência direta na imagem

280 global ou composta que se refere a uma avaliação positiva ou negativa do destino.

281

282 Alhemoud e Armstrong (1996) salientam que o termo imagem tem diversos

283 significados e que, no que é relevante para este estudo, agrupam o conjunto de

284 ideias ou conceitos detidos por um indivíduo ou uma comunidade sobre o destino

285 turístico. A imagem tem na sua génese expectativas anteriores à experiência, que

286 tenham origem no indivíduo ou que lhe sejam sugestionadas. A imagem terá origem

287 numa construção mental baseada num conjunto de impressões retiradas da

288 informação que o indivíduo tem disponível, com as mais variadas origens, incluindo
289 a comunicação de marketing, mas também muitas outras que não são controladas

290 pelo marketing.

291

292 Torna-se valioso no contexto de gestão de destinos turísticos tentar compreender

293 como se forma a imagem de destino, na medida em que uma vez formada,

294 geralmente resiste às mudanças (Martin & Bosque, 2008). Reconhece-se também

295 que a compreensão do processo de formação da imagem poderá contribuir para

296 aumentar a atratividade e a competitividade dos destinos turísticos. Reynolds (1965)

297 citado por Echtner e Ritchie (1993, p. 38), considera que o processo da formação da

298 imagem do destino constitui “o desenvolvimento de uma construção mental baseada

299 em algumas impressões escolhidas das fontes de informação”. Estas impressões

300 são elaboradas, ajustadas e ordenadas na mente da pessoa, ou seja, a informação

301 é organizada num conceito mental com significado para o indivíduo (Leisen, 2001).

302 Para Baloglu e McClearly (1999), a formação da imagem do destino é um processo

303 dinâmico sujeito a constantes modificações e influências, particularmente afectada

304 por fatores pessoais e os fatores-estímulos.

305

306 Estes últimos autores, referem a existência de uma ligação direta entre os fatores

307 pessoais, nomeadamente os psicológicos e sociais, e a percepção afectiva de um

308 destino. Estes fatores, quando integrados num determinado grupo social,

309 desenvolvem variados tipos de comportamento e influenciam a forma como se

310 desenvolve a imagem sobre determinado destino. Neste caso, recomendações de

311 familiares e amigos também representam uma força eficaz na formação da imagem.

312
313 Portanto, ocorre deste modo uma etapa no processo de formação da imagem

314 baseada nas informações obtidas, nas quais de acordo com origem das mesmas

315 podem envolver três (3) estágios tal como referem Crompton e Fakeye (1991)

316 nomeadamente: a imagem orgânica, formada a partir de informações recolhidas ao

317 longo do tempo, consideradas por Gun (1988) como informações não turísticas; a

318 imagem induzida, formada a partir de informações veiculadas pelas organizações

319 turísticas, com objectivos predeterminados, sendo para Tavares (2008) informações

320 de carácter turístico e a imagem complexa, referindo-se à que é obtida após a visita

321 no destino, originada pela visita no local, posicionando-se como mais realística e

322 completa dentre as demais tal como realça Gun (1988).

323

324 Após a recolha de informações, o consumidor faz uma avaliação e prevê as

325 experiências que irá desfrutar no destino, reproduzindo emoções positivas na sua

326 mente (Leisen, 2001), coincidindo a escolha do destino com as imagens mais

327 favoráveis (Echtner & Ritchie, 1993; Govers & Kumar, 2007). Assim, a complexidade

328 da imagem de destino poderá ser explicada pelo facto de ser formada a partir de: (i)

329 várias fontes de informação, tais como textos promocionais, brochuras de viagem,

330 cartazes, as opiniões dos outros (exemplos: família, amigos e agências de viagens);

331 da comunicação social em geral, nomeadamente jornais, revistas, televisão, livros

332 ou filmes; e (ii) da experiência pessoal e da informação direta obtida ao visitar

333 efetivamente o destino (Echtner & Ritchie, 1993). A imagem percebida do destino

334 pode ser alterada ou consolidada em função de tal experiência.

335

336 O comportamento do turista é condicionado pela imagem que aquele detém do

337 destino, como tem sido considerado pelos modelos do processo de tomada de
338 decisão, desenvolvidos por vários autores (Mathieson & Wall 1982, citados por

339 Kastenholz, 2002; Moutinho 1987; Chon, 1990; Beerli & Martin, 2004). Embora

340 exista consenso quanto ao facto da imagem positiva aumentar as probabilidades de

341 um destino entrar no processo de seleção e de ser escolhido, a influência da

342 imagem no comportamento do turista, não se limita apenas à fase na escolha do

343 destino, afectando antes todas as fases. Deste modo, a imagem torna-se um factor

344 relevante na análise do comportamento do turista, antes, durante, e depois da

345 experiência turística (Moutinho 1987; Chon 1990; Kim & McKercher, 2009). Nos

346 estudos de Bigné et al., (2001) e Govers e Kumar (2007) verificou-se que a imagem

347 do destino afecta a intenção de visitar o destino e a sua recomendação a amigos e

348 familiares.

349

350 Um dos modelos mais relevantes no estudo do comportamento do consumidor no

351 contexto de turismo foi desenvolvido por Mathieson e Wall (1982 citado por

352 Kastenholz, 2002), o qual destaca quatro aspectos principais no processo do

353 comportamento na compra de uma viagem: (1) perfil do turista, incluindo

354 características sociodemográficas; motivação e experiências de viagem passadas;

355 (2) características da viagem, como, por exemplo, a relação custo-valor, o local e a

356 confiança nos operadores turísticos; (3) conhecimento da viagem, referindo-se às

357 percepções relacionadas com os serviços e estruturas que o destino oferece; e (4)

358 características do próprio destino, ou seja, os recursos e as atrações. No entanto,

359 como Castro (2005) aponta, este modelo não enfatiza a importância dos aspectos

360 como a motivação, personalidade e percepções na tomada de decisão.

361
362 Por sua vez Chon (1990) integra o conceito da imagem no seu modelo de processo

363 de compra, constituído pelas seguintes fases: 1) reconhecimento da necessidade: 2)

364 avaliação de alternativas; 3) escolha; 4) comportamento pós-consumo. O autor

365 sublinha a importância da imagem inicial, pois segundo ele, a imagem da pessoa

366 tem uma forte resistência à mudança, o que leva a que a imagem inicial condicione

367 toda a nova informação obtida.

368

369 O modelo de Moutinho (1987) sobre o comportamento do turista inclui três fases: a

370 fase antes da decisão, avaliação depois da viagem e decisões para o futuro. O autor

371 argumenta que a fase da avaliação da experiência turística é importante porque esta

372 possibilita à pessoa a acumulação de experiências de viagem e assim a expansão

373 dos seus desejos e das suas percepções pessoais. O resultado da fase de avaliação

374 também contribui para um melhor conhecimento do mercado e influencia os

375 comportamentos futuros. Esta ideia pode ser ligada a já referida relação do papel da

376 experiência pessoal com a formação de imagem que possivelmente cria um círculo

377 virtuoso de comportamento de lealdade com o destino (Kastenholz, 2002). Deste

378 modo, pode-se concluir que ambas as imagens – a imagem induzida e a imagem

379 induzida-modificada, devem ser consideradas importantes para a escolha do destino

380 turístico.

381

382 3. Metodologia

383 3.1 Breve descrição da área de estudo

384 O objecto de análise neste artigo é o Município de Inhambane, um dos principais

385 pontos turísticos em Moçambique, localizado na região sul de Moçambique, cobrindo

386 uma parte continental e duas ilhas com 192Km2. À semelhança de muitas cidades
387 de países em desenvolvimento, no Município de Inhambane os limites entre o

388 urbano e o rural são cada vez menos nítidos e o campo, os espaços rurais e a sua

389 população adquirem características nitidamente mais urbanizadas. Neste sentido, o

390 crescimento do Município de Inhambane é resultado da aglomeração da população

391 de origem rural, caracterizando-se a aglomeração como “cidade dentro de uma

392 cidade” (Araújo, 1997), limitada em quase todas as direções pelo mar.

393

394 Neste município, a prática de turismo de sol e praia constitui uma das principais

395 fontes de renda (Fiege et al., 2002), largamente dependente das condições

396 atmosféricas e da qualidade dos recursos a serem aproveitados, tal como o turismo

397 de mergulho que sobrevive graças à existência de espécies como os recifes de

398 coral, tubarões-baleia, raias manta, tartarugas marinhas e golfinhos (Zacarias,

399 2013). Dadas as características turísticas do Município, a sua área territorial foi

400 considerada prioritária para o desenvolvimento do turismo (Governo de

401 Moçambique, 2003), estratégia adoptada para valorizar as quatro praias importantes

402 para o contexto de desenvolvimento do turismo em Moçambique (Tofo, Barra,

403 Tofinho e Rocha), os massivos recifes de coral, as paisagens do espaço rural e a

404 envolvente histórico-cultural do centro urbano, miscelânea da presença da europeia,

405 árabe e africana (Fiege et al., 2002) que a conferem um ambiente único e acolhedor

406 (Zavale, 2011; Salas de Schetter, 2012).

407

408 3.2 Materiais e métodos

409 Considerando a amálgama de características apresentadas por este destino,

410 procurou-se perceber quais são os fatores que definem a qualidade do destino

411 turístico e como estes influenciam os processos de construção da imagem pela


412 população residente. Neste sentido, o estudo foi desenvolvido com carácter

413 quantitativo descritivo com vista a permitir a mensuração da percepção dos

414 residentes no Município de Inhambane em relação a variáveis pré-definidas sobre a

415 imagem do destino. Os dados foram coletados através do método survey que

416 segundo Malhotra (2002) se fundamenta em questionamentos sobre motivações,

417 comportamentos e percepções dos sujeitos através de questionários estruturados.

418

419 Para o seu desenvolvimento, o estudo adoptou a abordagem estrutural de medição

420 da imagem de um destino turístico proposta por Echtner e Ritchie (1991), que

421 consiste na especificação e incorporação de vários atributos comuns da imagem

422 num instrumento padronizado e os inquiridos avaliam cada destino relativamente a

423 cada atributo. Neste contexto, a sua construção metodológica concentrou-se em

424 duas abordagens principais, nomeadamente: elaboração e administração do

425 questionário e análise de dados.

426

427 A elaboração do questionário baseou-se na perspectiva apresentada por Cerqueira

428 e Freire (2010) e Pérez-Nebra e Torres (2010), tendo sido estruturado com o

429 objectivo de medir a imagem que a comunidade residente tem a respeito do destino

430 turístico “Município de Inhambane”. Nesta perspectiva, o questionário era composto

431 por 24 itens subdivididos em 3 classes principais (atrativos, equipamentos e

432 serviços, infraestrutura), tal como ilustrado no Quadro 1. Aos inquiridos solicitou-se

433 que avaliassem cada atributo apresentado no questionário de acordo com a

434 percepção imediata sobre o destino em avaliação, sendo esta efectuada segundo

435 uma escala de Likert de 5 pontos, em que 1 = “péssimo”, 2 = “mau”, 3 = “regular”, 4

436 = “bom” e 5 = “óptimo”.


437 Quadro 1: Classes e atributos utilizados para avaliar a qualidade do destino

438 turístico "Município de Inhambane"

Classe Atributos avaliados

Atrativos Atrativos naturais, património histórico-cultural, manifestações

populares e paisagens

Equipamentos Equipamentos de lazer, passeios oferecidos, informações

e serviços turísticas, guias de turismo, hospitalidade do povo, meios de

hospedagem, serviços dos bares, restaurantes e barracas de

praia, comércio de artesanato, diversão noturna, sinalização

turística, serviços de táxi, sanitários públicos de praia.

Infraestrutura Meios de comunicação, sinalização urbana, segurança pública,

limpeza dos espaços públicos, terminal marítimo, terminal

rodoviário e aeródromo

439 Fonte: adaptado de Cerqueira e Freire (2010), Perez-Nebra e Torres (2010)

440

441 No referente à análise dos dados da fase quantitativa do estudo, realizou-se uma

442 análise inicial descritiva dos constructos avaliados, seguida de uma análise

443 multivariada, onde testes de correlação, análise fatorial e elaboração de um modelo

444 de equações estruturais foram aplicados, seguindo algumas sugestões

445 apresentadas por Jenkins (1999). As análises foram realizadas com recurso aos

446 pacotes informáticos Microsoft Excel for Windows e SPSS (Statistical Package for

447 Social Sciences). O universo da pesquisa foi composto pela população residente no

448 Município de Inhambane, com idade igual ou superior a 18 anos. Deste universo

449 foram distribuídos por conveniência e acessibilidade 234 questionários no período

450 entre Setembro e Outubro de 2013, dos quais somente 200 foram utilizados para
451 este estudo. Esta redução do número de questionários resultou da não devolução

452 dos mesmos por parte de alguns inquiridos e devolução de questionários com três

453 ou mais respostas mal ou não preenchidas.

454

455 4. Resultados e discussão

456 Como foi atrás referenciado, foram utilizados neste estudo duzentos questionários,

457 buscando perceber como as pessoas compreendem as potencialidades existentes

458 no Município de Inhambane e como os enquadram no contexto geral do turismo no

459 município.

460

461 4.1 Percepção da qualidade de algumas características do Município de

462 Inhambane

463 Como se pode verificar na Tabela 2, 50% das características (n=12) foram

464 consideradas de boa qualidade e as restantes (n=12) foram consideradas de baixa

465 qualidade. Neste estudo, considera-se atributo de boa qualidade o que tiver média

466 superior a 3 e de qualidade baixa os que tiverem o contrário. Neste contexto,

467 atributos como “atrativos naturais”, “património histórico-cultural”, “paisagens”,

468 “hospitalidade do povo”, “meios de hospedagens”, “serviços dos bares, restaurantes

469 e barracas de praia”, “comércio de artesanato”, “serviços de táxi”, “segurança

470 pública”, “limpeza dos espaços públicos”, “terminal marítimo” e “terminal rodoviário”

471 foram considerados positivos (média = 3.54; desvio padrão = 0.95).

472

473 Do ponto de vista de baixa qualidade, os restantes atributos (manifestações

474 populares, equipamentos de lazer, passeios oferecidos, informações turísticas, guias

475 de turismo, diversões noturnas, sinalização turística, sanitários públicos de praia,


476 meios de comunicação, sinalização urbana, transporte público urbano e aeródromo)

477 obtiveram média igual a 2.64 e desvio padrão igual a 0.99. Importa realçar neste

478 aspecto o elevado grau de concordância e/ou discordância apresentado pelos

479 inquiridos em relação a cada atributo selecionado para este estudo.

480

481 Tabela 1: Estatística descritiva dos atributos associados ao turismo no

482 Município de Inhambane

Escalas de avaliação (%)

Desvio
1 2 3 4 5 Média
padrão

Atrativos naturais 2.5 4.0 13.5 45.5 34.0 4.05 0.931

Património histórico-cultural 3.0 7.5 38.0 41.0 9.5 3.47 0.882

Manifestações populares 11.0 24.5 43.5 13.0 2.5 2.70 0.939

Paisagens 1.0 2.5 19.0 34.5 39.0 4.12 0.889

Equipamentos de lazer 17.0 29.0 31.0 18.0 2.5 2.59 1.058

Passeios oferecidos 13.5 31.5 36.0 12.0 3.5 2.59 0.997

Informações turísticas 12.0 27.7 39.0 17.5 2.0 2.70 0.972

Guias de turismo 11.0 23.0 44.0 15.0 3.0 2.75 0.960

Hospitalidade do povo 7.0 5.0 28.5 35.5 20.5 3.60 1.100

Meios de hospedagem 3.0 5.5 38.0 40.5 7.5 3.47 0.847

Serviços dos bares,

restaurantes e barracas de 4.0 8.0 34.0 35.0 14.5 3.50 0.989

praia

Comércio de artesanato 1.0 6.0 24.5 40.5 26.5 3.87 0.916

Diversões noturnas 8.5 26.5 41.5 15.0 5.2 2.81 0.979


Sinalização turística 17.0 37.0 24.5 17.0 2.0 2.49 1.037

Serviço de táxi 2.5 16.0 45.5 26.5 5.0 3.16 0.858

Sanitários públicos de praia 39.5 29.5 18.5 6.0 1.0 1.94 0.982

Meios de comunicação 6.5 16.5 49.0 19.5 3.5 2.97 0.896

Sinalização urbana 17.5 27.5 33.5 17.5 2.0 2.58 1.042

Segurança pública 10.5 11.5 37.5 27.0 11.5 3.18 1.125

Limpeza dos espaços


5.5 7.5 28.0 36.0 21.5 3.61 1.080
públicos

Transporte público urbano 15.0 22.5 35.0 23.0 3.5 2.77 1.078

Terminal marítimo 4.0 15.0 39.5 30.0 7.5 3.23 0.949

Terminal rodoviário 3.5 15.0 38.5 34.0 4.0 3.21 0.890

Aeródromo 9.5 23.0 41.5 20.5 3.5 2.85 0.979

483 Fonte: resultados do trabalho de campo

484

485 Como se pode depreender dos resultados apresentados na Tabela 1, as paisagens

486 naturais constituem o atributo que recebeu maior pontuação (𝑋=4.12, dp=0.889),

487 seguidas pelos atrativos naturais (𝑋=4.05, dp=0.931) e comércio de artesanato

488 (𝑋=3.87, dp=0.916), enquanto os sanitários públicos de praia, a sinalização turística

489 e a sinalização urbana foram atributos que apresentam menor pontuação (𝑋=1.94,

490 dp=0.982; 𝑋=2.94, dp=1.037; 𝑋=2.58, dp=1.042, respectivamente). Considerando a

491 divisão em cinco classes homogéneas (Figura 2), em que “A” constitui a melhor

492 classe e “E” a pior (sendo a classe “A” correspondente a médias entre 4 e 5; classe

493 “E” corresponde a médias entre 0 e 1), as paisagens e os atrativos naturais foram

494 considerados de classe A (𝑋=4.13 e 4.05 respectivamente) e 10 atributos foram

495 considerados de classe B (comércio de artesanato; limpeza dos espaços públicos;


496 hospitalidade do povo; serviços dos bares, restaurantes e barracas de praia;

497 património histórico-cultural; meios de hospedagem; terminal marítimo; terminal

498 rodoviário; segurança publica e serviços de táxi).

499

500 Outros atributos como meios de comunicação, aeródromo, diversão noturna,

501 transporte público urbano, guias de turismo, manifestações populares, informações

502 turísticas, passeios oferecidos, equipamentos de lazer, sinalização urbana e

503 sinalização turística, foram considerados de classe C e os sanitários públicos de

504 praia (1.94±0.982) foram considerados de classe D (Figura 1).

505

12
Número de atributos

10

0
Classe A Classe B Classe C Classe D
Classes dos atributos
506

507 Figura 1: Distribuição dos atributos por classes qualitativas (classe A = melhor

508 qualidade, classe E = menor qualidade)

509

510 Posteriormente à análise descritiva simples dos dados, procurou-se perceber a

511 estrutura dos mesmos, em função da tipologia proposta (atrativos, equipamentos e

512 serviços, infraestrutura). No que concerne aos atrativos existentes no Município, os

513 atrativos naturais e as paisagens foram considerados de classe A, o património


514 histórico-cultural foi considerado de classe B e as manifestações culturais foram

515 consideradas de classe C.

516

517 Em relação aos atrativos naturais, 34.5% (n=68) consideraram de elevada

518 qualidade, 45.5% (n=91) consideraram-nos de boa qualidade e 13.5% (n=27)

519 atribuíram-nos qualidade regular, tendo os restantes atribuído ma qualidade (4%,

520 n=8) e péssima qualidade (2.5%, n=5). Como se pode depreender, 79.5% (n=159)

521 dos inquiridos atribuiu qualidades elevadas aos atrativos naturais e somente 6.5%

522 (n=13) considerou-os de qualidade reduzida (Figura 3). Sobre o património histórico-

523 cultural (classe B), 9.5% (n=19) dos inquiridos considerou-o de ótima qualidade,

524 41% (n=82) considerou-o de boa qualidade, 38% (n=76) considerou-o de qualidade

525 regular, tendo 7.5% (n=15) considerado de má qualidade e os restantes 3% (n=6)

526 atribuído péssima qualidade.

527

528 Por outro lado, as manifestações populares (classe C) dividiram a opinião dos

529 inquiridos, com 37.6 (n=71) a atribuírem qualidade reduzida e 15.5% (n=31) a

530 atribuir qualidade elevada. Como se pode verificar na Figura 3, 11% (n=22) dos

531 inquiridos atribuiu péssima qualidade, 24.5% (n=49) atribuiu ma qualidade, 43.5%

532 (n=87) atribuiu qualidade regular e 13% (n=26) atribuiu boa qualidade, tendo os

533 restantes 2.5% (n=5) atribuído ótima qualidade. Já as paisagens (classe A) foram

534 consideradas de ótima qualidade (39%, n=78), de boa qualidade (34.5%, n=69), de

535 qualidade regular (19%, n=38), de má qualidade (2.5%, n=5) e de péssima qualidade

536 (1%, n=2).

537
538 4.2 Fatores determinantes da qualidade e imagem do destino turístico

539 “Município de Inhambane”

540 A determinação da qualidade e fiabilidade dos dados recolhidos através da

541 aplicação do questionário foi realizada através da avaliação do grau de consistência

542 das 24 dimensões mediante a realização do teste Alfa de Cronbach. Na

543 generalidade, os resultados reúnem condições para a realização da análise factorial

544 com índice médio de Cronbach de 0.832, considerado bom (Pestana & Gageiro,

545 2008; Pereira, 2008; Cervantes, 2005; Virla, 2010, Maroco & Garcia-Marques, 2006).

546 Os resultados indicam que os atributos são internamente consistentes, com índice

547 Alfa de Cronbach situado entre 0.821 e 0.834.

548

549 A análise factorial realizada pelo método de componentes principais com rotação

550 varimax resultou na identificação de oito fatores que no seu conjunto explicam

551 62.795% da variância total dos dados (Tabela 2), descriminados como

552 disponibilidade de informação, lazer e saneamento nas praias (factor 1), sistema de

553 comunicação para apoio ao turista (factor 2), disponibilidade de atrativos e recursos

554 para turismo (factor 3), segurança e limpeza urbanas (factor 4), disponibilidade de

555 alojamento de qualidade e transporte privado (factor 5), existência de atividades de

556 animação e entretenimento (factor 6), cultura local e infraestrutura de transporte para

557 turismo (factor 7) e qualidade do produto artesanal comercializado (factor 8).

558

559 O factor 1 (disponibilidade de informação, lazer e saneamento nas praias) explica

560 21.397% da variância total dos dados e correlaciona-se positivamente com

561 informações turísticas (0.562), guias de turismo (0.727), diversão noturna (0.608) e

562 sanitários públicos na praia (0.562), ilustrando a relevância que a disponibilidade de


563 informação e de entretenimento possui na melhoria da imagem e da qualidade do

564 destino. Este indicador corrobora-se com a bibliografia existente sobre o assunto,

565 principalmente associando-se a Almeida et al., (2012), Reisinger e Steiner (2006),

566 Dahles (2002) quando destacam o papel da disponibilização de informação turística

567 e a existência de guias de turismo no destino turístico como estratégia para o

568 melhoramento da imagem do território.

569

570 Por exemplo, Almeida et al., (2012:65) indicam que “os turistas tomam as suas

571 decisões em função da imagem mental representativa das diferentes alternativas

572 oferecidas” sendo “a informação através dos diferentes canais a fonte que alimenta

573 a imagem de um destino na mente de um turista” (op.cit, p.66), tornando evidente

574 que a disponibilidade de informação sob diferentes formas e transmitida por diversos

575 meios constitui elemento que contribui positivamente para que a imagem de um

576 destino seja facilmente propagada. Já Dahles (2002) e Reisinger e Steiner (2006)

577 destacam que os guias de turismo constituem um factor estratégico na

578 representação da imagem do destino, influenciando a qualidade da experiência do

579 turismo e seu tempo de permanência, à medida que estes fornecem informações e

580 explicam ou interpretam as diversas narrativas associadas ao destino, traduzindo o

581 emaranhado da cultura num idioma cultural familiar aos visitantes (Dahles, 2002

582 citando Cohen 1985:15). Neste sentido, torna-se necessário acrescentar que

583 segundo Hu (1996) citado por Gohr et al. (2009) as informações representam o

584 conteúdo do processo de comunicação entre o destino e o turista num determinado

585 destino.

586
587 Tabela 2: Carga factorial e comunalidade dos atributos de qualidade e imagem

588 do destino turístico "Município de Inhambane"

Componentes e carga fatorial por atributo Comunali


Atributos
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 dade

v1 0.776 0.671

v2 0.599 0.666

v3 0.823 0.693

v4 0.757 0.612

v5 0.776 0.732

v6 0.691 0.729

v7 0.562 0.504

v8 0.727 0.587

v9 0.654 0.628

v10 0.554 0.655

v11 0.606

v12 0.697 0.634

v13 0.608 0.606

v14 0.612 0.490

v15 0.816 0.722

v15 0.562 0.541

v15 0.656 0.608

v16 0.772 0.749

v17 0.706 0.650

v18 0.746 0.658

v19 0.619
v20 0.546 0.638

v21 0.589

v22 0.522 0.486

Eigenvalue

(autovalores 5.135 2.067 1.640 1.445 1.375 1.270 1.101 1.038 ------

Variância
21.39
explicada 8.610 6.833 6.023 5.729 5.290 4.586 4.325 ------
7
(%)

589 Método de extração: Análise de componentes principais

590 Método de rotação: Varimax com normalização Kaiser

591

592 O segundo factor (sistema de comunicação para apoio ao turismo) explica 8.610%

593 da variância total dos dados, associando variáveis como sinalização turística (0.612),

594 meios de comunicação (0.656) e sinalização urbana (0.772) como elementos

595 evidentes no contexto de imagem e qualidade do destino. Esta associação evidencia

596 o relevante contributo que a sinalização urbana e turística, bem como a capacidade

597 e disponibilidade de meios de comunicação tem sobre a mobilidade dos visitantes,

598 divulgação do património e acessibilidade aos recursos, locais de hospedagem e

599 demais elementos da oferta turística de um destino.

600

601 Como escreve Gomes de Moraes (2010), tal como outros recursos necessários a um

602 destino turístico, a sinalização é essencial para que a grande maioria das pessoas

603 que visitam determinado destino tenham informações sobre determinados atrativos.

604 Nesta perspectiva, a existência de um sistema eficiente de direcionamento dos


605 visitantes a determinada potencialidade ou atrativo, bem como a facilidade de

606 comunidade (existência de três operadoras de telefonia móvel funcionando em

607 pleno) são considerados pelos residentes como fatores que ajudam a melhorar a

608 imagem do destino turístico “Município de Inhambane”.

609

610 Entretanto, é necessário considerar que a inexistência de placas interpretativas do

611 património existente na área de estudo, contendo informações históricas e visuais

612 como mapas e desenhos (Guedes & Leão, 2007) pode influenciar negativamente a

613 experiência do visitante no Município de Inhambane, uma vez que o deslocamento

614 do turista em espaços desconhecidos requer atendimento específico devido à perda

615 de referências às quais está familiarizado, passando os símbolos a facilitar o

616 processo de transferência de informação no contexto de segurança e conforto do

617 visitante no destino visitado (Ghedin et al., 2011, Alves de Sousa, 2006).

618

619 Ademais, a disponibilidade de atrativos e recursos para turismo foi considerado

620 factor determinante da imagem e qualidade do destino turístico “Município de

621 Inhambane”, explicando 6.833% da variância total dos dados. Este factor,

622 associando atributos como atrativos naturais (0.776), património histórico-cultural

623 (0.599) e paisagens (0.757), ressalta a importância que a existência e qualidade de

624 recursos turísticos têm em relação à atração de visitantes. Como sugerem Azevedo

625 et al., (2013), somente um destino turístico que ofereça atrativos turísticos e

626 infraestrutura turística é capaz de atrair visitantes, sendo para tal necessário que

627 estes estejam integrados num sistema de comunicação eficiente e que mantenha o

628 turista em ligação com o seu lugar de origem e ao mesmo tempo o insira como

629 membro integrante da comunidade que visita.


630 O terceiro factor identificado foi a “disponibilidade de atrativos e recursos para

631 turismo” que explica 6.833% da variância total dos dados e se correlaciona com os

632 atrativos naturais (0.776), o património histórico-cultural (0.599) e as paisagens

633 (0.757). Este factor evidencia os recursos turísticos como elemento base para o

634 desenvolvimento do turismo, tal como apresentado por Fratucci (2000) quando

635 revela que é no lugar turístico que o turismo, em si, se manifesta e impõe suas

636 formas fixas representadas pelos atrativos turísticos, equipamentos e infraestrutura

637 de apoio, ou seja, onde se observa a transição entre o potencial turístico e a

638 produção e consumo do produto turístico (Maia & Ramiro da Silva, 2012).

639

640 O quarto factor de qualidade e imagem do destino turístico “Município de

641 Inhambane” foi a “segurança e limpeza urbanas” que ressalta o destaque da área de

642 estudo em termos de segurança e limpeza em Moçambique, tendo sido já

643 considerada como a cidade mais limpa. Entretanto, falar de segurança não se limita

644 somente à estabilidade social e ausência de crimes, mas também a um conjunto de

645 atividades que tornam o destino cada vez melhor e mais seguro. Como referem Ferri

646 et al., (2002:128),

647

648 “...quando falamos de segurança devemos pensar em todos os seus níveis. Assim,

649 além do terrorismo, da guerra e da criminalidade, também são problemas graves a

650 falta de fiscalização, o não cumprimento das leis e normas, a precariedade das

651 infraestruturas básicas e de apoio que, muitas vezes, não oferecem as condições

652 mínimas necessárias para o desenvolvimento do turismo. É preciso pensar, também,

653 que a maioria dos prestadores de serviços turísticos e de apoio não está preparada

654 para agir em situações de emergência que requerem habilidade ou treinamento


655 específico”. Com base neste apontamento, é possível que a satisfação dos

656 inquiridos em relação à segurança seja uma concepção distorcida, resultante da

657 ausência de crimes e estabilidade social no Município de Inhambane.

658

659 Outro factor que influencia a qualidade e os processos de formação da imagem do

660 destino turístico “Município de Inhambane” é a “disponibilidade de alojamento de

661 qualidade e transporte privado”, um factor que associa os meios de hospedagem e

662 os serviços de táxi. Compreende-se neste indicador o peso que a mobilidade urbana

663 tem nos processos de criação da imagem de destinos, na média em existência em

664 quantidade (não se avaliou a percepção de qualidade, nem do preço) de táxis na

665 cidade de Inhambane facilita a distribuição das pessoas de um lugar a outro, uma

666 vez que o turismo constitui apenas uma forma de lazer orientada para mobilidade

667 temporária, e constitui parte da mobilidade, sendo ambos moldados dentro das

668 práticas contemporâneas de consumo, produção e estilo de vida (Hall, 2005; Dubois,

669 2008).

670

671 A “existência de atividades de animação e entretenimento”, a “associação entre a

672 cultura local e a infraestrutura de transporte para turismo”, bem como a “qualidade

673 do produto artesanal comercializado na cidade” foram outros fatores que explicam a

674 qualidade e imagem do destino turístico “Município de Inhambane, segundo a

675 percepção dos residentes.

676

677 5. Considerações finais

678 Este estudo tem como objectivo identificar com base na percepção imediata da

679 população residente, os principais fatores construtores da imagem e determinantes


680 da qualidade do destino turístico “Município de Inhambane”, em Moçambique. Os

681 resultados deste estudo demonstram que existem características positiva e

682 negativamente percebidos pela comunidade residente no Município de Inhambane, o

683 que destaca a necessidade intervenção urgente dos organismos de gestão e

684 decisórios no melhoramento de aspectos como as manifestações populares,

685 qualidade dos equipamentos de lazer, aumento da oferta de passeios ou itinerários

686 recreativos, estabelecimento de balcões ou centros de informação turística,

687 treinamento e aprovisionamento de guias de turismo, melhoramento da sinalização

688 urbana e turística, bem como sanitários públicos de praia, meios de comunicação e

689 transporte.

690

691 Por outro lado, foram identificados como fatores determinantes da imagem e

692 qualidade do Município de Inhambane, a disponibilidade de informação, lazer e

693 saneamento nas praias, a eficiência do sistema de comunicação para apoio ao

694 turista, a disponibilidade de atrativos e recursos para turismo, a segurança e limpeza

695 urbanas, a disponibilidade de alojamento de qualidade e transporte privado, a

696 existência de atividades de animação e entretenimento, os padrões culturais locais e

697 a infraestrutura de transporte para turismo e qualidade do produto artesanal

698 comercializado.

699

700 A abordagem utilizada neste estudo permite concluir que na opinião dos residentes

701 do Município, este apresenta uma boa imagem turística, fundamental para os

702 processos de desenvolvimento da atividade que poderá permitir a atração e

703 fidelização de visitantes. Embora se chegue a esta opinião, é necessário que

704 estudos subsequentes explorem a opinião dos visitantes em relação às


705 características do Município de Inhambane e se faça um cruzamento com os

706 resultados das comunidades residentes, para perceber com maior exatidão os

707 aspectos a ser incluídos, melhorados ou aumentados no contexto de satisfação dos

708 seus frequentadores. Por outro lado, este estudo não procurou perceber o grau de

709 satisfação global dos residentes em relação ao Município de Inhambane como

710 destino, mais um aspecto que deverá ser explorado em subsequentes.

711

712 É importante realçar que os resultados obtidos neste estudo podem constituir base

713 para reflexão sobre os processos de planeamento e gestão de destinos turísticos

714 costeiros, cada vez mais frequentados por pessoas provenientes de outras esferas

715 da sociedade e atuar como mecanismo para melhoramento das relações entre as

716 comunidades residentes e as comunidades visitantes que nem sempre são cordiais

717 ou que por vezes permanecem saudáveis, mas em estado latente.

718

719 6. Agradecimentos

720 Este trabalho é fruto do cruzamento entre o trabalho de campo realizado por DAZ e

721 SIL e a monografia de conclusão de curso de MAC. Os autores agradecem a

722 colaboração de todos os munícipes que aceitaram ceder algum do seu tempo para

723 responder aos breves questionários administrados.

724

725 7. Referências

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