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net/publication/322222813
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Daniel A. Zacarias
Eduardo Mondlane University
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2 do Município de Inhambane
5 Inhambane, in Mozambique
13
14
1
Doutor em Ecologia e Evolução. Professor na Escola Superior de Hotelaria e
Turismo de Inhambane, Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique). E-mail:
daniel.zacarias15@gmail.com
2
Graduação em Gestão de Mercados Turísticos pela Escola Superior de Hotelaria e
Turismo de Inhambane da Universidade Eduardo, Moçambique. E-mail:
moraischilundo@gmail.com
3
Graduação em Informação Turística pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo
de Inhambane, da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique. Agente de
Viagens na Dugongo Viagens. E-mail: simaolanga@gmail.com
15 Resumo
31 (que explica 21.397% da variância total dos dados). Estes resultados poderão
34 serem criadas para garantir que o Município de Inhambane atraia cada vez mais
36
39
40
41 Abstract
42 This work aims to identify the determinants of quality and image of tourist destination
44 searched through the literature review to identify the attributes that best characterize
45 the Municipality taking into consideration the attractions, the infrastructure and the
46 equipment and services, to later understand the residents ' opinion about the quality
47 and representativeness of each attribute within the overall context of quality and
49 attractive, 12 associated with equipment and services and the remaining associated
50 with infrastructure), assessed in the light of the Likert scale of 5 points (1 = poor; 2 =
51 bad; 3 = regular; 4 = good and 5 = great), it was noted that 12 attributes obtained
52 positive assessment, being the landscapes (with the highest score) and natural
53 attractions considered the class A attributes. This study reveals that from the
54 resident’s viewpoint there are 8 factors that determine the quality and image of the
55 city, with emphasis on the availability of information, leisure and sanitation on the
56 beaches (which explains the total variance of 21,397% data). These results may
59 created to ensure that the Town of Inhambane increasingly attracts more customers
61
64
65
66 Resumen
67 Este trabajo tiene como objetivo identificar los factores determinantes de la calidad y
77 muy bueno), se observó que 12 atributos obtienen positiva evaluación, siendo las
79 atributos. El estudio revela que desde el punto de vista de los residentes allí son 8
83 las relaciones entre las comunidades, los residentes y visitantes, así como apoyo en
84 el proceso de toma de decisiones acerca de las acciones que serán criadas para
85 asegurar que la ciudad de Inhambane y atrae cada vez más clientes y tienen una
87
90
91
92 1. Introdução
93 O turismo, é um dos sectores da economia mundial que tem nos últimos anos
102 trabalho em todo o mundo, bem como em cerca de 2.056.6 biliões de dólares para o
103 produto interno bruto (PIB) mundial (cerca de 2.9% do PIB total), o que significa que
104 o turismo representa mais do que o dobro do PIB da industria automóvel (993 biliões
105 de dólares), cerca de 40% mais em relação a indústria química global (1.539 biliões
107 indústria química e 4 vezes mais do que a indústria mineira global (World Tourism
109
110 Estas estatísticas são encorajadoras para diversos países de economia pobre, que
113 referem diversos autores (Vassiliadis et al. 2006), hoje grande parte das nações
116 muitas vezes sem medir o verdadeiro impacto desta atividade no local onde ocorre,
117 nem compreender as bases que tornam determinado lugar um verdadeiro destino
118 turístico.
119
120 Este último aspecto adquire extrema importância na medida em que a atração por
121 determinado lugar para visitar depende não só dos atributos neles contidos como
123 traduzindo-se na imagem do destino turístico. Alves da Silva (2011, p. 49), refere
124 que “sem a imagem não há forma do turista chegar a um conjunto de destinos
125 preferidos e nem como selecionar um deles para visitar”, ilustrando, deste modo, a
127 como também na gestão e melhoramento da imagem que os seus países, territórios
129
132 com isso alterar a sustentabilidade dos mesmos locais, e ainda pela implementação
133 de ferramentas de marketing cada vez mais eficazes. A partir dessas ações, os
134 destinos devem estar aptos a receber turistas que a posterior estejam dispostos a
135 repetir a viagem. Naturalmente, para que isso aconteça torna-se fundamental que as
136 informações transmitidas sobre os atributos das regiões sejam recebidas de forma
138
139 Nos contornos do turismo, as atividades executadas ao logo dos espaços costeiros,
145 Europeu, 2008), verifica-se a cada ano que passa um aumento significativo de
146 turistas a visitarem essas zonas, decorrente em grande medida dos inúmeros
147 atributos que se podem verificar nestas áreas, como é o caso das paisagens que a
148 costa de um lugar pode proporcionar (posição comprovada nos resultados obtidos
150
152 dos visitantes, na medida em que estes criam preferências que baseiam-se na
153 imagem que possuem em relação aos espaços turísticos. Deste modo, a imagem no
155 seleção de destinos a serem visitados pelos turistas e tem a sua importância
156 reconhecida uma vez que em turismo não há formas de se experimentar o que será
157 posteriormente usufruído, ou seja, o primeiro contacto que os turistas têm com o
159 propriamente dita. Dada a sua relevância, a imagem de destinos turísticos tem
162 internacionalmente.
163
165 potenciais consumidores por meio de descrições, narrações, mídia e fotos, o que
166 induz o cliente à sua compra são as promessas de satisfação que o destino pode
167 oferecer (Bignami, 2002; Day et al., 2002; Ruschmann, 1990; Spotts et al., 1998) e a
168 motivação que o turista tenha para essa viagem (Swarbrooke & Horner, 2002).
170 de decisão de compra do consumidor turístico (Bignami, 2002; Leal, 2004; Spotts et
172
173 O turista, antes de viajar, faz previsões das experiências que pretende ter. Estas
174 estão fundamentadas nas emoções que o destino evoca na sua memória, por
175 comentários de amigos, pela leitura de folhetos, anúncios publicitários etc. Sua
176 decisão basear-se-á na imagem que ele valoriza e espera encontrar (Crompton,
177 1979). Sendo assim, a escolha do destino depende de imagens favoráveis que o
178 consumidor tenha do lugar (Echtner & Ritchie, 1991), caso contrário, o consumo do
180
181 Neste contexto, a imagem é vista como o conjunto de percepções que cada
184 expectativas de cada turista. Deste modo, permite que os locais a serem visitados
187
189 grande importância visto que gera motivação nos turistas em conhecer determinados
190 destinos através das experiências vividas ou transmitidas. Para Fakeye e Crompton
191 (1991), a imagem permite diferenciar os diversos destinos turísticos e ainda pode
192 influenciar os turistas a diferenciarem-se de acordo com os destinos escolhidos, ou
193 seja, permite a segmentação dos destinos, sendo um dos principais fatores de
195
196 Sendo conceituada como a construção mental desenvolvida pelo potencial visitante
197 com base em algumas impressões selecionadas [...] através de um processo criativo
199 sua gestão constitui desafio para os gestores dos destinos turísticos, na medida em
203
205 pouco interesse têm demonstrado em gerir a imagem que os seus destinos
208 Moçambique, esta situação é demasiado evidente, no sentido de que estudos desta
210 transmitida como “terra de contrastes”, lema que revela a fundamentação do turismo
212
215 vividas ou transmitidas pelos turistas reais ou potenciais e tendo em conta que o
216 Município (cidade) de Inhambane constitui destino preferencial dos turistas que
217 visitam Moçambique, este artigo tem como objectivo identificar, do ponto de vista da
220 de Moçambique.
221
224 consumidores por meio de descrições, narrações, mídia e fotos. Assim, o que induz
225 o cliente à sua compra são as promessas de satisfação que o destino pode oferecer
226 (Bignami, 2002; Day et al., 2002; Paiva, 1995; Ruschmann, 1990; Spotts et al., 1998)
227 e a motivação que o turista tenha para essa viagem (Swarbrooke & Horner, 2002).
229 decisão de compra do consumidor turístico (Bignami, 2002; Leal, 2004; Spotts et al.,
230 1998). A teoria da imagem (Alexander, Brewer, & Livingston, 2005), mais geral que
233 cada grupo, ou seja, a nação a que o indivíduo pertence impacta na avaliação que
235
236 O turista, antes de viajar, faz previsões das experiências que pretende ter. Estas
237 estão fundamentadas nas emoções que o destino evoca na sua memória, por
238 comentários de amigos, pela leitura da folhetearia, anúncios publicitários etc. Sua
239 decisão basear-se-á na imagem que ele valoriza e espera encontrar (Crompton,
240 1979). Sendo assim, a escolha do destino vai depender de imagens favoráveis que o
241 consumidor tenha do lugar (Echtner & Ritchie, 1991). Caso contrário, o consumo do
243
245 não reunindo consenso entre os vários autores, variando, assim, o seu significado
247 et al., 2002). Daí que as múltiplas definições da imagem de destino surjam por vezes
248 como algo imprecisas e ambíguas, dificultando a sua operacionalização (Fakeye &
250
251 Nessa perspectiva, a imagem vista como uma representação mental, é formada por
253 literatura como factor de sucesso para qualquer destino turístico (Chagas, Marques
254 Júnior & Duarte, 2013; Chagas, Sampaio & Santos, 2013; Buosi et al., 2014). Estes
256 dos destinos, face aos desejos e motivações dos potenciais visitantes.
257
260 lugar (Jenkins, 1999), sendo resultante da experiência vivida e da informação que
261 recolhe durante o processo de escolha (Crompton & Fakeye, 1991; Baloglu &
262 Brinberg, 1997). Essa expressão do conhecimento pode estimular um efeito positivo
271 positivas para novas visitas ao destino turístico (O’Leary e Deegan, 2005).
272
273 Alguns autores (Baloglu & Brinberg, 1997; Baloglu & McCleary, 1999) consideram
279 dois elementos da imagem quando combinados têm influência direta na imagem
280 global ou composta que se refere a uma avaliação positiva ou negativa do destino.
281
282 Alhemoud e Armstrong (1996) salientam que o termo imagem tem diversos
283 significados e que, no que é relevante para este estudo, agrupam o conjunto de
284 ideias ou conceitos detidos por um indivíduo ou uma comunidade sobre o destino
285 turístico. A imagem tem na sua génese expectativas anteriores à experiência, que
286 tenham origem no indivíduo ou que lhe sejam sugestionadas. A imagem terá origem
288 informação que o indivíduo tem disponível, com as mais variadas origens, incluindo
289 a comunicação de marketing, mas também muitas outras que não são controladas
291
293 como se forma a imagem de destino, na medida em que uma vez formada,
294 geralmente resiste às mudanças (Martin & Bosque, 2008). Reconhece-se também
297 citado por Echtner e Ritchie (1993, p. 38), considera que o processo da formação da
301 é organizada num conceito mental com significado para o indivíduo (Leisen, 2001).
305
306 Estes últimos autores, referem a existência de uma ligação direta entre os fatores
308 destino. Estes fatores, quando integrados num determinado grupo social,
311 familiares e amigos também representam uma força eficaz na formação da imagem.
312
313 Portanto, ocorre deste modo uma etapa no processo de formação da imagem
314 baseada nas informações obtidas, nas quais de acordo com origem das mesmas
315 podem envolver três (3) estágios tal como referem Crompton e Fakeye (1991)
317 longo do tempo, consideradas por Gun (1988) como informações não turísticas; a
319 turísticas, com objectivos predeterminados, sendo para Tavares (2008) informações
320 de carácter turístico e a imagem complexa, referindo-se à que é obtida após a visita
321 no destino, originada pela visita no local, posicionando-se como mais realística e
323
325 experiências que irá desfrutar no destino, reproduzindo emoções positivas na sua
326 mente (Leisen, 2001), coincidindo a escolha do destino com as imagens mais
327 favoráveis (Echtner & Ritchie, 1993; Govers & Kumar, 2007). Assim, a complexidade
328 da imagem de destino poderá ser explicada pelo facto de ser formada a partir de: (i)
329 várias fontes de informação, tais como textos promocionais, brochuras de viagem,
330 cartazes, as opiniões dos outros (exemplos: família, amigos e agências de viagens);
333 efetivamente o destino (Echtner & Ritchie, 1993). A imagem percebida do destino
335
337 destino, como tem sido considerado pelos modelos do processo de tomada de
338 decisão, desenvolvidos por vários autores (Mathieson & Wall 1982, citados por
339 Kastenholz, 2002; Moutinho 1987; Chon, 1990; Beerli & Martin, 2004). Embora
343 destino, afectando antes todas as fases. Deste modo, a imagem torna-se um factor
345 experiência turística (Moutinho 1987; Chon 1990; Kim & McKercher, 2009). Nos
346 estudos de Bigné et al., (2001) e Govers e Kumar (2007) verificou-se que a imagem
348 familiares.
349
351 contexto de turismo foi desenvolvido por Mathieson e Wall (1982 citado por
355 (2) características da viagem, como, por exemplo, a relação custo-valor, o local e a
357 percepções relacionadas com os serviços e estruturas que o destino oferece; e (4)
359 como Castro (2005) aponta, este modelo não enfatiza a importância dos aspectos
361
362 Por sua vez Chon (1990) integra o conceito da imagem no seu modelo de processo
365 sublinha a importância da imagem inicial, pois segundo ele, a imagem da pessoa
366 tem uma forte resistência à mudança, o que leva a que a imagem inicial condicione
368
369 O modelo de Moutinho (1987) sobre o comportamento do turista inclui três fases: a
370 fase antes da decisão, avaliação depois da viagem e decisões para o futuro. O autor
371 argumenta que a fase da avaliação da experiência turística é importante porque esta
373 dos seus desejos e das suas percepções pessoais. O resultado da fase de avaliação
375 comportamentos futuros. Esta ideia pode ser ligada a já referida relação do papel da
376 experiência pessoal com a formação de imagem que possivelmente cria um círculo
378 modo, pode-se concluir que ambas as imagens – a imagem induzida e a imagem
380 turístico.
381
382 3. Metodologia
386 uma parte continental e duas ilhas com 192Km2. À semelhança de muitas cidades
387 de países em desenvolvimento, no Município de Inhambane os limites entre o
388 urbano e o rural são cada vez menos nítidos e o campo, os espaços rurais e a sua
392 cidade” (Araújo, 1997), limitada em quase todas as direções pelo mar.
393
394 Neste município, a prática de turismo de sol e praia constitui uma das principais
395 fontes de renda (Fiege et al., 2002), largamente dependente das condições
396 atmosféricas e da qualidade dos recursos a serem aproveitados, tal como o turismo
399 2013). Dadas as características turísticas do Município, a sua área territorial foi
401 Moçambique, 2003), estratégia adoptada para valorizar as quatro praias importantes
405 árabe e africana (Fiege et al., 2002) que a conferem um ambiente único e acolhedor
407
410 procurou-se perceber quais são os fatores que definem a qualidade do destino
415 imagem do destino. Os dados foram coletados através do método survey que
418
420 da imagem de um destino turístico proposta por Echtner e Ritchie (1991), que
426
428 e Freire (2010) e Pérez-Nebra e Torres (2010), tendo sido estruturado com o
429 objectivo de medir a imagem que a comunidade residente tem a respeito do destino
432 serviços, infraestrutura), tal como ilustrado no Quadro 1. Aos inquiridos solicitou-se
434 percepção imediata sobre o destino em avaliação, sendo esta efectuada segundo
populares e paisagens
rodoviário e aeródromo
440
441 No referente à análise dos dados da fase quantitativa do estudo, realizou-se uma
442 análise inicial descritiva dos constructos avaliados, seguida de uma análise
445 apresentadas por Jenkins (1999). As análises foram realizadas com recurso aos
446 pacotes informáticos Microsoft Excel for Windows e SPSS (Statistical Package for
447 Social Sciences). O universo da pesquisa foi composto pela população residente no
448 Município de Inhambane, com idade igual ou superior a 18 anos. Deste universo
450 entre Setembro e Outubro de 2013, dos quais somente 200 foram utilizados para
451 este estudo. Esta redução do número de questionários resultou da não devolução
452 dos mesmos por parte de alguns inquiridos e devolução de questionários com três
454
456 Como foi atrás referenciado, foram utilizados neste estudo duzentos questionários,
459 município.
460
462 Inhambane
463 Como se pode verificar na Tabela 2, 50% das características (n=12) foram
465 qualidade. Neste estudo, considera-se atributo de boa qualidade o que tiver média
470 pública”, “limpeza dos espaços públicos”, “terminal marítimo” e “terminal rodoviário”
472
477 obtiveram média igual a 2.64 e desvio padrão igual a 0.99. Importa realçar neste
480
Desvio
1 2 3 4 5 Média
padrão
praia
Sanitários públicos de praia 39.5 29.5 18.5 6.0 1.0 1.94 0.982
Transporte público urbano 15.0 22.5 35.0 23.0 3.5 2.77 1.078
484
486 naturais constituem o atributo que recebeu maior pontuação (𝑋=4.12, dp=0.889),
489 e a sinalização urbana foram atributos que apresentam menor pontuação (𝑋=1.94,
491 divisão em cinco classes homogéneas (Figura 2), em que “A” constitui a melhor
492 classe e “E” a pior (sendo a classe “A” correspondente a médias entre 4 e 5; classe
493 “E” corresponde a médias entre 0 e 1), as paisagens e os atrativos naturais foram
499
505
12
Número de atributos
10
0
Classe A Classe B Classe C Classe D
Classes dos atributos
506
507 Figura 1: Distribuição dos atributos por classes qualitativas (classe A = melhor
509
516
520 n=8) e péssima qualidade (2.5%, n=5). Como se pode depreender, 79.5% (n=159)
521 dos inquiridos atribuiu qualidades elevadas aos atrativos naturais e somente 6.5%
522 (n=13) considerou-os de qualidade reduzida (Figura 3). Sobre o património histórico-
523 cultural (classe B), 9.5% (n=19) dos inquiridos considerou-o de ótima qualidade,
524 41% (n=82) considerou-o de boa qualidade, 38% (n=76) considerou-o de qualidade
527
528 Por outro lado, as manifestações populares (classe C) dividiram a opinião dos
529 inquiridos, com 37.6 (n=71) a atribuírem qualidade reduzida e 15.5% (n=31) a
530 atribuir qualidade elevada. Como se pode verificar na Figura 3, 11% (n=22) dos
531 inquiridos atribuiu péssima qualidade, 24.5% (n=49) atribuiu ma qualidade, 43.5%
532 (n=87) atribuiu qualidade regular e 13% (n=26) atribuiu boa qualidade, tendo os
533 restantes 2.5% (n=5) atribuído ótima qualidade. Já as paisagens (classe A) foram
534 consideradas de ótima qualidade (39%, n=78), de boa qualidade (34.5%, n=69), de
535 qualidade regular (19%, n=38), de má qualidade (2.5%, n=5) e de péssima qualidade
537
538 4.2 Fatores determinantes da qualidade e imagem do destino turístico
544 com índice médio de Cronbach de 0.832, considerado bom (Pestana & Gageiro,
545 2008; Pereira, 2008; Cervantes, 2005; Virla, 2010, Maroco & Garcia-Marques, 2006).
546 Os resultados indicam que os atributos são internamente consistentes, com índice
548
549 A análise factorial realizada pelo método de componentes principais com rotação
550 varimax resultou na identificação de oito fatores que no seu conjunto explicam
551 62.795% da variância total dos dados (Tabela 2), descriminados como
552 disponibilidade de informação, lazer e saneamento nas praias (factor 1), sistema de
553 comunicação para apoio ao turista (factor 2), disponibilidade de atrativos e recursos
554 para turismo (factor 3), segurança e limpeza urbanas (factor 4), disponibilidade de
556 animação e entretenimento (factor 6), cultura local e infraestrutura de transporte para
558
561 informações turísticas (0.562), guias de turismo (0.727), diversão noturna (0.608) e
564 destino. Este indicador corrobora-se com a bibliografia existente sobre o assunto,
569
570 Por exemplo, Almeida et al., (2012:65) indicam que “os turistas tomam as suas
572 oferecidas” sendo “a informação através dos diferentes canais a fonte que alimenta
574 que a disponibilidade de informação sob diferentes formas e transmitida por diversos
575 meios constitui elemento que contribui positivamente para que a imagem de um
576 destino seja facilmente propagada. Já Dahles (2002) e Reisinger e Steiner (2006)
579 turismo e seu tempo de permanência, à medida que estes fornecem informações e
581 emaranhado da cultura num idioma cultural familiar aos visitantes (Dahles, 2002
582 citando Cohen 1985:15). Neste sentido, torna-se necessário acrescentar que
583 segundo Hu (1996) citado por Gohr et al. (2009) as informações representam o
585 destino.
586
587 Tabela 2: Carga factorial e comunalidade dos atributos de qualidade e imagem
v1 0.776 0.671
v2 0.599 0.666
v3 0.823 0.693
v4 0.757 0.612
v5 0.776 0.732
v6 0.691 0.729
v7 0.562 0.504
v8 0.727 0.587
v9 0.654 0.628
v11 0.606
v19 0.619
v20 0.546 0.638
v21 0.589
Eigenvalue
(autovalores 5.135 2.067 1.640 1.445 1.375 1.270 1.101 1.038 ------
Variância
21.39
explicada 8.610 6.833 6.023 5.729 5.290 4.586 4.325 ------
7
(%)
591
592 O segundo factor (sistema de comunicação para apoio ao turismo) explica 8.610%
593 da variância total dos dados, associando variáveis como sinalização turística (0.612),
596 o relevante contributo que a sinalização urbana e turística, bem como a capacidade
600
601 Como escreve Gomes de Moraes (2010), tal como outros recursos necessários a um
602 destino turístico, a sinalização é essencial para que a grande maioria das pessoas
603 que visitam determinado destino tenham informações sobre determinados atrativos.
607 pleno) são considerados pelos residentes como fatores que ajudam a melhorar a
609
612 como mapas e desenhos (Guedes & Leão, 2007) pode influenciar negativamente a
617 visitante no destino visitado (Ghedin et al., 2011, Alves de Sousa, 2006).
618
621 Inhambane”, explicando 6.833% da variância total dos dados. Este factor,
624 recursos turísticos têm em relação à atração de visitantes. Como sugerem Azevedo
625 et al., (2013), somente um destino turístico que ofereça atrativos turísticos e
626 infraestrutura turística é capaz de atrair visitantes, sendo para tal necessário que
627 estes estejam integrados num sistema de comunicação eficiente e que mantenha o
628 turista em ligação com o seu lugar de origem e ao mesmo tempo o insira como
631 turismo” que explica 6.833% da variância total dos dados e se correlaciona com os
633 (0.757). Este factor evidencia os recursos turísticos como elemento base para o
634 desenvolvimento do turismo, tal como apresentado por Fratucci (2000) quando
635 revela que é no lugar turístico que o turismo, em si, se manifesta e impõe suas
638 produção e consumo do produto turístico (Maia & Ramiro da Silva, 2012).
639
641 Inhambane” foi a “segurança e limpeza urbanas” que ressalta o destaque da área de
643 considerada como a cidade mais limpa. Entretanto, falar de segurança não se limita
645 atividades que tornam o destino cada vez melhor e mais seguro. Como referem Ferri
647
648 “...quando falamos de segurança devemos pensar em todos os seus níveis. Assim,
650 falta de fiscalização, o não cumprimento das leis e normas, a precariedade das
651 infraestruturas básicas e de apoio que, muitas vezes, não oferecem as condições
653 que a maioria dos prestadores de serviços turísticos e de apoio não está preparada
658
662 os serviços de táxi. Compreende-se neste indicador o peso que a mobilidade urbana
665 cidade de Inhambane facilita a distribuição das pessoas de um lugar a outro, uma
666 vez que o turismo constitui apenas uma forma de lazer orientada para mobilidade
667 temporária, e constitui parte da mobilidade, sendo ambos moldados dentro das
668 práticas contemporâneas de consumo, produção e estilo de vida (Hall, 2005; Dubois,
669 2008).
670
672 cultura local e a infraestrutura de transporte para turismo”, bem como a “qualidade
673 do produto artesanal comercializado na cidade” foram outros fatores que explicam a
676
678 Este estudo tem como objectivo identificar com base na percepção imediata da
688 urbana e turística, bem como sanitários públicos de praia, meios de comunicação e
689 transporte.
690
691 Por outro lado, foram identificados como fatores determinantes da imagem e
698 comercializado.
699
700 A abordagem utilizada neste estudo permite concluir que na opinião dos residentes
701 do Município, este apresenta uma boa imagem turística, fundamental para os
706 resultados das comunidades residentes, para perceber com maior exatidão os
708 seus frequentadores. Por outro lado, este estudo não procurou perceber o grau de
711
712 É importante realçar que os resultados obtidos neste estudo podem constituir base
714 costeiros, cada vez mais frequentados por pessoas provenientes de outras esferas
715 da sociedade e atuar como mecanismo para melhoramento das relações entre as
716 comunidades residentes e as comunidades visitantes que nem sempre são cordiais
718
719 6. Agradecimentos
720 Este trabalho é fruto do cruzamento entre o trabalho de campo realizado por DAZ e
722 colaboração de todos os munícipes que aceitaram ceder algum do seu tempo para
724
725 7. Referências
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