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O tem aqui?

02 Darth Jeder
04 World Metal
06 Tributo a Dionísio
08 Lançamento Selo Casa
Blanca
09 DarkTale
13 Relembrando o passado
16 Road To Hell
19 B.R.U.T.AL.
21 Perfil RM
24 Eu estava lá (B.R.U.T.AL.)

13
Expediente

Direção Geral
Pei Fang Fon

Fotografia
Pei Fang Fon

Revisão
Jonas Sutareli
Pei Fang Fon

Capa
Lucas Marques
Pei Fang Fon

Equipe
Daniel Lima
Jonas Sutareli
Lucas Marques
Pei Fang Fon
Renato Tiengo

Colaboradores nesta edição


Flávio Henrique

Contato
Email: contato@rockmeeting.net
Orkut: Revista Rock Meeting
Twitter: http://twitter.com/rockmeeting

Veja os nossos outros links:


www.meadiciona.com/rockmeeting
*As imagens utilizadas são do site ffffound.com

As matérias não refletem, necessariamente,


a opinião da revista, e sim de quem assina.
Editorial
Nesse período do ano muitos se perguntam o que
fez, o que deixou de fazer e o que gostaria de ter feito e
por alguma razão não concretizou o que pensou. 2010,
pode-se dizer, foi um grande ano para a música alagoana.
Claro, não levando em conta as inúmeras dificuldades que
muitas bandas passaram e continuam passando.
Não obstante desta realidade, tendo a dificuldade
como a principal barreira para o crescimento de qualquer
novo empreendimento, independente do fator social,
de estilo de vida, de qualquer outro setor da vida... As
dificuldades sempre existirão. O que seria vencer sem
passar por situações desmotivadoras? Só vencerá aquele
que quer mesmo vencer, que não desiste e que não
permite que a tristeza tome conta do seu sonho.
Neste momento de encorajamento, a Rock Meeting
celebra a força, a união – muito embora ela nunca tenha
existido de fato, em tese –, mas que nunca foi deixada
de lado, sempre discutida, sempre questionada. Pudemos
vê-la em muitos momentos durante este ano. O que
esperamos que ela, enfim, cresça, tenha vida própria e
seja motivo de orgulho.
As bandas que sempre lutam por um lugar ao sol, ou
no palco, aquelas, que não podemos citar todas, mas as
que sempre foram citadas através das nossas matérias,
as que sabemos que existe, as que ainda estão se
organizando... Força, coragem, ousadia. Precisamos de
pessoas ousadas, que não desistam, mesmo que retarde,
mas continuam no mesmo propósito!
Vamos acabar com o modismo, vamos apoiar o que
de fato nos interessa, crescer, evoluir. Nada disso teria
sentido visto os inúmeros eventos que houveram em
2010. Continuem! O nosso público é o mais fiel e o mais
empolgante, com certeza!
2011 está ai. Novidades, desejos e sonhos. Vamos
transformá-los em realidade!
Darth Jeder

O SABOR DA FRONTEIRA FINAL OU


QUAL A FUNÇÃO DO NOVO DISCO DO I RON
Jeder Janotti Jr. - Headbanger
e professor da UFAL-UFPE

Está tudo lá, tudo que um fã pode esperar. Canções com temáticas
históricas ou fantásticas, refrões épicos que não saem da memória dos ouvintes,
as cavalgadas do baixo, as marcações de bateria, as viradas, os solos de guitarra
que dialogam entre melodia e virtuose. O bom e velho Maiden em seu décimo
quinto álbum de estúdio. Até Eddie, transfigurado, está lá, transitando em um
cenário que lembra o filme A Guerra dos Mundos.
Para os bons apreciadores todas as notas, o sabor vintage do bom heavy
metal, taninos metálicos persistentes. ‘The Final Frontier’, o álbum que muitos
juram que será a aposentadoria da velha Donzela de Ferro, é tudo que se pode
esperar do Maiden. Já dá para imaginar todo mundo cantando os refrões em
El Dorado e se deliciando com a épica ‘When The Wild Wind Blows’. Harris,
Dickinson e companhia não desapontam seus fãs. Temos mais do mesmo, em
um gênero musical que preza suas fronteiras e torce o nariz para as esquisitas
misturas que povoam MP3 players e computadores, o Iron garante a certeza de
um porto seguro. Mas será que isso basta?
O que me pergunto é se estamos diante de uma banda, que tal como os
bons vinhos famosos têm sua qualidade e gosto inalterados ao longo do ano,
ou de apreciadores que não querem se arriscar e experimentar novas nuances,
novos gostos. Claro, no mundo do rock, ninguém acha que os Rolling Stones de
hoje são melhores que o dos anos sessenta. Por que, diabos então, cobraríamos
isso da mais reconhecida das bandas de metal. Aquela que sobreviveu às
transformações do mundo da música, passou pelo LP, CDs, MP3 e plataformas
de games, construiu sua reputação justamente por ser isso, a mais amada das
bandas de metal em atuação. Então por que estou tão incomodado?

02 Rock Meeting
Eu sei, você sabe, quem conhece a fundo o Iron Maiden
também sabe. Temos saudades das canções que nos
arrebataram na primeira audição. Músicas como ‘Running
Free’, ‘Run to the Hills’, ‘The Trooper’, e ‘Fear of the Dark’,
entre outras. Mas não há como voltar ao paraíso perdido.
Depois dessas canções o mundo do metal se transformou,
nunca mais foi o mesmo. Então parece que exijo demais
do novo álbum desses adoráveis cinqüentões. É um bom
álbum, o Iron fez aquilo que faz bem, soar como Iron
Maiden.
Mas se pensarmos na atual indústria da música e
no papel que as apresentações ao vivo ganharam nesse
mercado, ‘Final Frontier’ é um retorno ao que sentimos
quando ouvimos os antigos álbuns do Maiden pela primeira
vez, pois é esse lançamento, e sua turnê, que permitirá que
no próximo ano, alguns de nós possamos passar pela doce
experiência de cantar junto com os músicos do Iron as
faixas épicas que citei antes. Assim, mesmo reconhecendo
que é mais do mesmo, já consigo me transportar ao futuro,
esperando para curtir esse, e outros shows, com que a
velha Donzela de Ferro nos brindará.
Iced Earth: Saxon: Biff Byford
Confirmado no confraterniza
Wacken 2011 com Lady Gaga

O frontman do
A banda Iced Earth Saxon, Biff Byford, encontrou
foi confirmada para a edição Lady Gaga nos bastidores de
um recente show da cantora
2011 do Wacken Open Air
na Inglaterra. O próprio contou o acontecido no site
que acontecerá nos dias 4 a da banda.
6 de agosto. ‘Comprei os ingressos para ir com minha filha,
Algumas bandas mas ela acabou não podendo. Então fui com
já confirmaram presença: Cradle of Filth, nosso agente, Steve.(...) Passamos 50 fantásticos
Apocalyptica, Ozzy, Judas Priest, Morbid Angel, minutos com ela, que é uma grande fã do Saxon
Primal Fear, Blind Guardian, Children of Bodom, e de Heavy Rock em geral. Ela é demais e foi um
Sepultura, Trivium, Sodom, Avantasia. grande privilégio conhecê-la”.

Arch Enemy: gravações para novo


álbum em andamento

O Arch Enemy acaba de anunciar que já está em


estúdio para o processo de gravação do novo álbum, que
está previsto para maio de 2011, via Century Media Records.
O disco está sendo produzido pela própria banda, e sendo
mixado pelo engenheiro de som Rickard Bengtsson, o mesmo
que produziu “Doomsday Machine” em 2005.
Confira algumas palavras do baterista Daniel
Erlandsson: - “Depois de uma intensa, porém inspiradora
sessão no estúdio, eu posso dizer que acabei de gravar a parte de bateria para as músicas do novo
álbum do Arch Enemy!”. E continuou dizendo - “Nós tivemos um momento muito criativo e inspirador para
escrever este álbum. Acho que isso que estou dizendo vai ficar definitivamente evidente quando vocês
ouvirem o disco.
Há variações nas tonalidades do disco, abrangendo desde o mais melódico, até o mais extremo.” Resumiu,
dizendo - “Como sempre, é muito difícil de descrever as canções através de palavras, mas tenha certeza
que este álbum será fudidamente pesado!”.

Whitesnake: título e arte que confortavelmente


gráfica de novo álbum da banda abraçou e misturou
todos os aspectos e
A lendária banda de rock Whitesnake estilos musicais prévios
escolheu “Forevermore” como título de seu novo da história da banda,
álbum, estimado para o final de março de 2011 enquanto levamos nossa
via Frontiers Records. identidade um pouco
De acordo com um comunicado de mais a frente... tudo em
imprensa, a sequência do Whitesnake ao “Good um álbum.”
To Be Bad” de 2008 será “uma progressão “As novas músicas
sólida, natural da última obra da banda, que foi estão no território bem
eleita pela influente revista Classic Rock como ‘O familiar e reconhecível do Whitesnake de um
Melhor Álbum do Ano’ em 2008.” “Como sempre, Power Rock cheio de alma, com blues e melódico,
quisemos subir ao próximo nível,” afirmou David com algumas baladas para uma boa medida,”
Coverdale. “Acho que com o último álbum disse o vocalista. “Não dá pra ser um álbum do
alcançamos um forte ‘coquetel’ do Whitesnake Whitesnake sem baladas, parceiro!”

04 Rock Meeting
Slash: turnê brasileira Doro Pesch:
tem valores divulgados vocalista retornará
O roqueiro passará pelo Rio de ao Brasil em 2011
Janeiro (6/04), São Paulo (7/04)
e Curitiba (8/04). Para o show no A cantora Doro Pesch,
Rio, que será realizado no Vivo ex-Warlock, retornará ao Brasil
Rio, as entradas custam entre R$ em abril de 2011. A informação
180 e R$ 220. Já a apresentação sobre as apresentações saíram
paulista, que acontecerá no na comunidade Doro Pesch -
HSBC Brasil, tem valores entre Deusa do Metal, no Orkut, pelo
R$180 e R$ 360. A produtora dos shows de Slash perfil da Negri Concerts. A última
no Brasil, a Free Pass Entretenimento, ainda não apresentação de Doro no Brasil foi em outubro de 2006
confirmou o local da apresentação em Curitiba e, no festival Live n´Louder em São Paulo.
Datas:
consequentemente, os valores da mesma não foram
21/04/2011 - Belo Horizonte/MG - Local: Lapa Multishow
divulgados.
23/04/2011 - São Luis/MA - Local: A definir
O guitarrista vem ao Brasil divulgar seu disco
24/04/2011 - São Paulo/SP - Local: Carioca Club
solo lançado neste ano, “Slash”

Grave Digger: nova turnê na


América do Sul em 2011

O vocalista e líder do Grave Digger, Chris


Boltendahl, concedeu uma entrevista ao programa
“Heavy Metal Thunder” da “Metal Messiah Radio”.
Dentre vários assuntos, Chris falou sobre
a gravação do último álbum, “The Clams Will Rise
Again”, sobre o trabalho com o guitarrista atual Axel
Ritt, trabalho em estúdio com dois guitarristas, sobre
bandas que ainda estão na ativa e o estilo de vida
no rock n’ roll, sobre a mudança ocorrida na banda em 1997, seu álbum solo, shows na Rússia, Ucrânia e
Sibéria, além de shows em festivais na Europa.
Quase no final da entrevista, Chris disse que o Grave Digger irá fazer uma nova turnê na América
do Sul no meio de 2011 e encerrou a conversa falando sobre o lançamento do CD/DVD “The Clams Are Still
Marching” gravado no festival alemão Wacken Open Air 2010 em comemoração aos 30 anos da banda.

Motörhead: Tarja Turunen: 12


próximo álbum março em sp
poderá ser Confirmadíssimo o
de covers ou show de São Paulo! O twitter
acústico do HSBC Brasil que em breve
as vendas de ingressos estarão
A Radio Metal disponíveis para o show da
recentemente conduziu uma entrevista com o guitarrista do Tarja, que acontecerá no dia
Motörhead, Phil Campbell. 12 de março, às 22h!
“Eu tinha a ideia de fazer um álbum acústico. Talvez nós A pré-venda estará
também façamos um álbum cover. Talvez esse álbum de disponível para clientes HSBC
covers seja o nosso próximo álbum. Nós já fizemos vários até o dia 25 de dezembro, na compra de até 4
covers. Fizemos ‘Cat Scratch Fever’ (Ted Nugent), ‘Shoot ingressos.
‘Em Down’ do Twisted Sister, ‘Hellraiser’ do Ozzy Osbourne, A classificação do show é a partir de 14 anos.
‘God Save The Queen’ do Sex Pistols, ‘Rockaway Beach’ dos Portanto, jovens com menos de 14 anos precisarão
Ramones e mais alguns. Mas este álbum é somente uma ideia entrar acompanhados dos pais ou responsáveis.
para o futuro, nós ainda não sabemos o que está por vir nele.” Info: www.tarjabrasil.com

05 Rock Meeting
3° Tributo a Dionísio
Por Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net)

No dia 03 de dezembro de 2010 ocorreu a terceira edição


do Tributo a Dionísio, organizado pelo Centro Acadêmico
(CA) do curso de Filosofia da UFAL (Universidade Federal de
Alagoas) na Tenda Cultural Estudantil, mais conhecida como
Circo. Este ano, a festa contou com a presença do professor
Milton Rozendo que declamou
alguns poemas eróticos e as
bandas DarkTale e Arcânia.
As apresentações
começaram com o professor
Milton Rozendo declamando
poemas com um conteúdo
nada infantil. Falavam de coisas
eróticas e que o público reagia
com aqueles tradicionais gritos
de empolgação. Todos estavam
atentos e às vezes riam com alguns textos mais picantes.
Enquanto isso, as pessoas estavam chegando e começando a
encher a arquibancada da Tenda.
Por volta das nove horas da noite, a primeira banda
sobe ao palco para animar a plateia que compareceu para
prestigiar a festa. DarkTale fez o show de estreia em 2010
já que a banda ficou parada desde o final do ano passado e
tiveram mudanças na formação.
Com presença dos novos integrantes, Rafael Braga
(vocal), Thiago de Souza (baixo) e Andersson Vasconcelos
(bateria), a DarkTale tocou seis músicas e fez os headbangers
presentes baterem cabeça até o final do show. Eles haviam
preparado oito músicas para o show, mas, infelizmente, o
tempo não foi suficiente para apresentar todas e as outras
duas ficaram para as próximas apresentações em 2011.

06 Rock Meeting
Em seguida, veio a banda Arcânia
que tocou para um público bastante
reduzido já que passava das 10 horas
da noite e boa parte dos presentes
dependem dos transportes coletivos
para voltar às suas residências. Eles
iniciaram a sua apresentação com
a música da banda irlandesa, The
Cranberries, logo após tocaram uma
música própria. Depois, tocaram
sucessos que são bastante conhecidos
do público.
Mais um ano de tributo a
Dionísio e as dificuldades continuam
as mesmas como sempre ocorrem.
Não há patrocínio e os organizadores
têm que correr bastante atrás de som,
iluminação e equipamentos necessários
para a realização do evento. Todos
que realizaram o evento sabem da
dificuldade que é para que ele aconteça.
O que se tem a fazer é não desistir e
mostrar que as dificuldades encontradas
não são barreiras impossíveis de serem
derrubadas. Ano que vem tem mais
tributo a Dionísio na Universidade
Federal de Alagoas.

07 Rock Meeting
Mais um selo foi lançado
No ano de 2010 tivemos algumas novas produtoras surgindo, o pessoal
botando a mão na massa e querendo mexer na cena alagoana.

Por Jonas Sutareli (@sutareli | jonas@rockmeeting.net)

Recentemente, no último dia 11 deste mês, aconteceu o lançamento de mais um


selo, o Casa Blanca. O surgimento destes selos e produtoras é extremamente interessante
e bem vindo, pelo fato de gerar um maior leque de possibilidades, sendo assim, um ponto
positivo para um maior salto na cena alagoana.
Segundo um dos idealizadores do selo, Ruan Monteiro, o selo surgiu da necessidade
de se ter mais uma possibilidade na organização de eventos, apoio às bandas e,
futuramente, gravações, para que nem tudo gire em torno de um único eixo, das poucas
e já conhecidas pessoas que organizam.
A ideia do Casa Blanca é unir as novas bandas do underground alagoano, dar
espaço às novas caras e sempre tentando convidar uma atração de fora do estado que
apoie o selo e as bandas. Saindo da rotina, por assim dizer, é fortalecer o elo entre as
novas bandas do underground local e as bandas dos estados vizinhos, criando laços
importantes para a cena alagoana, quiçá, nordestina.
Toda a ideia de construção do selo gira basicamente em descentralizar, pluralizar,
construir e firmar. Realizações, estilos e sons, uma cena mais intensa e respeitada,
amizades e elos de confiança e parceria. É algo louvável e que deve ser no mínimo
respeitado, pela atitude e vontade de se fazer com que a cena cresça, se expanda e dê
espaço às caras novas, que tanto querem também mostrar seu som. Este o propósito do
Casa Blanca.
A festa de lançamento do selo Casa Blanca aconteceu no Kfofo Show Bar e contou com
a presença das bandas Burried in Katherine, Mia Dolce Vendetta, Emily, She Watched The
Sky, Arcânia, Sticky Garden e também a banda pernambucana Alexis Has Taken Revenge.
A casa estava bastante cheia, com um público considerável. Apesar do atraso (o que já
virou rotina no Kfofo), o show aconteceu com todas as bandas e o público correspondia
à toda empolgação, com rodinhas e o chamado ‘hardcore
dance’, que é uma característica irrefutável do metalcore,
atualmente, e o que tange a esta vertente. Nada mais justo
isso ser um fato marcante no show, já que todas as bandas
faziam um som puxado para essa vertente.
O primeiro evento do selo Casa Blanca foi bastante
movimentado, deu um público considerável, foi um evento
sem maiores problemas e os que tiveram, foram sanados.
Nós da Rock Meeting desejamos boa sorte a todos que
fazem o selo nesta caminhada e que continuem na luta,
2011 vem aí!

08 Rock Meeting
O Retorno
Por Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

O que passa pela mente de um músico quando fica um ano


sem estar nos palcos? Como formadora de opinião, não tenho a
mínima ideia, mas se é uma função como qualquer outra, imagine-
se deixando de fazer algo que tanto ama por um ano?... Imaginou?
Eu mesma não teria muita paciência. No entanto, a banda de Doom/
Gothic Metal, DarkTale, conta um pouco sobre esse período de
jejum e sobre a volta aos palcos.
Com nova formação, a banda já compôs quatro músicas das
quais foram ouvidas no 3º Tributo a Dionísio, na Ufal. Sem mais
delongas, acompanhe a entrevista mais que especial para este
retorno. Com vocês, DarkTale.

- Desde o ano passado, para ser exato – no dia 27 de dezembro, a DarkTale


não se apresentava no palcos alagoanos. Muitas coisas aconteceram neste
período, incluindo a saída de três integrantes da banda. Agora com uma
nova formação, as perdas foram sanadas?

Eduardo Moraes: Com certeza! Claro que qualidades particulares em alguns casos, para mim, fazem
falta. Porém são compensadas com outras qualidades particulares dos novos integrantes.

Thyago de Souza: Não só sanadas como podemos dizer que esta crise nos deixou mais fortes
do que nunca! A qualidade agora será a peça-mestra tanto em nossas gravações como nas muitas
apresentações que estão por vir!

Andersson Vasconcelos: A amizade e o respeito completam qualquer coisa antes de algo que seja
profissional, antes de qualquer coisa, a união prevalece para evolução da banda.

Any Deyse: Sim, foram! Os novos integrantes são pessoas maravilhosas tanto em qualidade musical
quanto com a relação à amizade e respeito.

09 Rock Meeting
- No último dia 03, a banda fez uma apresentação na Tenda Cultural da
Ufal, no III Tributo a Dionísio. Novo fôlego, novos rumos, novas ideias...
Conte um pouco sobre esta volta.

Eduardo Moraes: Então, o show em particular, tanto por ter sido o primeiro depois de um
hiato de um ano fora dos palcos (não que a banda tivesse parada), como por ter sido a mostra
pela primeira vez da nova cara da banda. E tocar na UFAL é sempre bom por não ser nosso
publico alvo, claro que tinha alguns que foram nos ver, mas, em sua totalidade, é um mix de
gente desde fãs de rock a estudantes que só entraram por curiosidade. O melhor é ver a reação
do público e ouvir deles que a banda foi legal... O legal é ouvir, de quem já nos conhecia, que a
banda consegue manter o mesmo nível de fases anteriores, ou até superá-las... ou não.

Andersson Vasconcelos: Falando como músico que penso que sou, o som ficou a desejar,
mas isso só provou o quanto a banda está entrosada por tocar sem ouvir uns aos outros.

Any Deyse: Ahhhh foi muito bom fazer esse show com a nova formação lá na UFAL. Apesar
dos problemas com o som a gente colocou a prova o nosso entrosamento e viu o quanto ele
esta firme. A banda agora esta sim com uma nova cara, um som mais agressivo, reflexo, talvez,
das nossas transformações pessoais. E os novos membros só vieram para somar coisas boas
nessa nova metamorfose.

- Definida a formação da banda, para 2011, o que podemos esperar da


DarkTale? Um novo EP está por vir?

Eduardo Moraes: Com certeza. Acho que está nos planos de todo músico que ainda sonha em
conquistar seu espaço, ou simplesmente mostrar sua arte, mostrar seu som para quem quiser
ouvir. Já temos músicas novas, só falta decidirmos quando vai ser a hora de parar pra gravar.

Any Deyse: Desde que os meninos chegaram, uma febre de inspiração foi batendo e a gente
já têm umas músicas legais que só precisam ser um pouco mais lapidadas para começar o
trabalho de gravação!

- Durante este tempo off dos palcos, o que mais a banda sentiu falta?

Eduardo Moraes: Dos palcos!!! (risos) Acho que isso é particular a cada integrante, tem
músico que curte o processo de estúdio de compor e tal, têm outros que acham um saco,
o negócio é estar nos palcos, eu gosto de todo o processo, porém a sensação de estar nos
palcos só sendo músico para entender.

Andersson Vasconcelos: Shows? O que é uma banda sem seu público, como ser uma?

Any Deyse: Palcos com certeza (risos). A sensação de fazer os outros sentirem a sua música
é inigualável...

- Continuando no momento out que a banda passou em boa parte de


2010, sendo, neste momento, o espectador, o que pode nos destacar de
pontos positivos e negativos?

Any Deyse: Acredito que a banda adquiriu um nível de maturidade superior ao que tinha,
depois de todas as dificuldades passadas. De negativo, só a saudade deixada por alguns dos
companheiros que saíram.

10 Rock Meeting
Andersson Vasconcelos: Passamos a Devido as influências particulares ela ganha
confiar, e que não somos só músicos que a outro caminho, caso seja de bom senso que
compõe, e sim amigos que zelam pelo bem ficou melhor, porem não abro mão do meu
estar da banda e seu público. E o negativo, som arrastado.
quando eu “súber” eu aviso! (risos).
- Sem muitos rodeios, quando os metalheads Thyago de Souza: Novidades sempre são
poderão ver um show de vocês completo? impactantes. Na verdade, o que fizemos
foi remodelar ideias antigas, desde o
Eduardo Moraes: Janeiro de 2011. princípio da criação delas. Talvez isto possa
ter gerado alguma confusão para os mais
Any Deyse: Se tudo der certo, janeiro de conservadores, mas o que realmente importa
2011! é que organizamos a bagunça. A pegada mais
nervosa é só consequência da organização das
- Na atual formação, com a entrada ideias, queríamos fazer isso desde o início, e
do Rafael Braga assumindo o vocal conseguimos com a formação atual.
masculino, o que acrescentou na
química entre ele e Any Deyse? Foi Andersson Vasconcelos: É só uma
uma fórmula certa ou precisa de questão de pegada, algo que não interfere na
mais alguma coisa para melhorar? progressão da banda.

Eduardo Moraes: Na minha opinião se Any Deyse: Eu confesso que sou adepta da Ira
melhorar estraga (risos), sem desmerecimentos (risos). Mas também gosto das melancolias...
aos antigos vocalistas. Então para mim está perfeito! Esse mix de
ideias que acabam se encaixando é o que faz
Any Deyse: Putz, mistura perfeita! Cantar a diferença quando a música nasce.
com o Braga é ótimo, a gente tem uma
química interessante e nossa. Eu o admiro
muito como frontman, acho que é a união - Deixem uma mensagem final para
vocal que a gente precisava. Tanto como os leitores da Rock Meeting.
postura no palco quanto no sentido de cantar,
acho que a gente consegue se completar. Eduardo Moraes: Continuem dando suporte
Sem sobras e sem faltas. à revista, e procurando através desse meio
se informar sobre as bandas locais, o que
- Agora com uma pegada mais se passa na cena, valorizar não só o que sai
agressiva no som, deixando à no Whiplash ou outras grandes mídias. E
tangente a melancolia, pode-se pra quem curte nosso som, aguardem mais
dizer que estão com mais ‘raiva’ e novidades.
‘ira’?
Andersson Vasconcelos: “O entusiasmo é
Eduardo Moraes: Pode-se dizer que ainda a maior força da alma. Conserva-o e nunca te
estamos DarkTale. Por mais que a gente tente faltará poder para conseguir o que desejas.”
fazer músicas com determinada fórmula, ela
sempre ganha um elemento X na hora em Any Deyse: ‘Head up High my Dear’(risos)
que ela sai do “esboço” e vira a música. Não é Cabeça sempre erguida e seguindo adiante
uma coisa que a gente faz de caso pensado. sempre! Continuem apoiando a revista, que
Tipo, vamos fazer músicas só agressivas por sinal faz um trabalho muito legal. E
ou o que seja, cada compositor tem sua apoiem, principalmente, o metal local, porque
maneira singular de compor e na hora que aqui tem muita banda boa que precisa ser
essa composição toma forma com os outros valorizada de dentro pra fora.
integrantes.

11 Rock Meeting
RESTROSPECTIVA RM 2010

Por Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net

Dezembro chegou. 2010 está acabando. E logo, um pensamento vem à mente:


retrospectiva. Ok, um ano é muito tempo para lembrar o que houve em cada momento
e ainda mais quando se fala de música.
Tá certo, vamos lembrar o que foi notícia aqui na Rock Meeting... bem achava que
seriam notícias gerais? Sei que lembram que a Espanha foi campeã da copa do mundo,
que Dilma será nossa presidente e que todos tomaram a vacina contra a gripe H1N1,
vacina essa que doía bastante... Mas vamos à música, pois é isto que nos interessa
neste momento.

O ano dos shows incríveis

2009 ainda estava terminando quando já se


sabia que um grande show iria acontecer no início
de 2010. Paul Speckmann iria desembarcar em
Maceió com a ‘Master of Hate Tour’. Acompanhados
das bandas Predator e After Death foram
contagiando as cidades por onde eles passaram
e deixando gostinho de ‘quero mais’. No entanto,
o público alagoano não pôde desfrutar da mesma
empolgação sentida nas cidades que antecederam
Maceió. Infelizmente, por uma fatalidade, dois
integrantes da banda inglesa, After Death, tiveram
suas vidas ceifadas por um descuido, se foram
ainda muito novos e com uma carreira pela frente.
Toda uma tensão foi gerada em virtude do
ocorrido e a única coisa que se podia pensar era
‘será que vai ter show?’. O fato era totalmente
compreensível, mas a vontade dos metalheads, sedentos por música, falava mais alto.
No final, a tour continuou, mas já com uma baixa insubstituível.
O show ocorreu e o público compareceu. Foi um evento que o ‘artista’ estava bem
próximo daquele que faz o show acontecer: o público. Speckmann era acessível a todos,
sem exceção. Não só eles como os demais integrantes e as bandas de apoio.
13 Rock Meeting
Janeiro passou, fevereiro também e um boato
começava a ter força. A vinda de um dos vocalistas
que já passaram pela maior banda de Heavy Metal
do mundo estava para acontecer. Blaze Bayley estava
confirmado!
A vinda deste ícone às terras alagoanas foi o
que de mais próximos os metalheads poderiam chegar
do grandioso Iron Maiden. Ver um ex-integrante da
Donzela de Ferro bem perto de você e ainda mais na
cidade que você mora, é insano, quase impensável...
mas aconteceu.
Todos os maiden maniacs se fizeram presentes e cantaram junto com Bayley
todas as músicas. Muito embora, o que mais impressionou a todos foi a maneira
que o inglês se comportou. Não parecia alguém que veio de uma banda bastante
renomada e que via os fãs tão de longe, estava tão próximo dos que ovacionavam
o seu nome a cada vez que uma música era tocada. Blaze Bayley foi além do
imaginável.
Tocar para centenas de fãs enlouquecidos tiveram algumas razões especiais:
um por ele ter feito parte do Maiden;
dois, pela sua presença de palco;
cativou até o mais desconfiado.
Realmente foi um show inesquecível
e que muitos gostariam poder ver
novamente.
Outro show que chamou
bastante atenção neste ano foi o da
banda paranaense, Dominus Praelii.
No seu retorno às terras alagoanas,
triunfal (diga-se de passagem),
contou com a presença dos cariocas
da Apokalyptic Raids e seu Thrash oitentista. A milícia do metal se fez presente.
Os que estavam presentes puderam ouvir algo diferente e único naquela noite,
5 de setembro. O som repleto de tradicionalismo o que nos faz lembrar que a
modernidade não teve tanta influência assim.

14 Rock Meeting
Um ano de conquitas

Não poderíamos deixar de falar de nós


mesmos. A Rock Meeting, em 2010, deu um
salto para a qualificação do seu trabalho e de
conquistas. Quando foi iniciada, em setembro
de 2009, era tímida, sem muitas inovações
gráficas e, principalmente, apoio. Após todo este
ano de luta e perseverança foi conquistado um
lugar significativo como mídia alternativa para o
rock alagoano, em destaque as próprias bandas que fazem o som tipicamente fora dos
padrões da mídia tradicional local.
Inicio da jornada foi em março. Fora de qualquer pensamento mais positivo que
pudesse haver dentro da Equipe Rock Meeting, nada se compara ao lançamento da revista
fora do estado de Alagoas. Algo impensável para todos quando se, apenas, pensava em
fazer um trabalho diferente e que gerasse algum destaque entre os leitores e os que
acompanhavam as atualizações das edições.
O espaço foi sendo conquistado a cada mês e o foi
reconhecido em Pernambuco, cidade na qual fizemos o
lançamento. Através do convite da ‘Otherside Produções’,
conquistamos o nosso lugar no estado vizinho.
Outro ponto a ser destacado foram as parcerias feitas.
2010, sem sombra de dúvida, foi contemplado por grandes
parcerias junto com a revista. Selamos amizade com
grandes nomes que fazem a diferença na cidade e fora
de Alagoas. O blog ‘Boteko do Rock’ já estava conosco
desde o ínicio e firmamos, cada vez mais, os laços. Cactus
Instrumentos Musicais, Otherside Produções (PE), Reign
in Metal (loja virtual - ES), Naipe Records, Ultimate Press
(SP), Salto Comunicações e Marketing, Rock on Stage (SP).
Não dá para esquecer das entrevistas feitas. Bandas e
personalidades do rock and roll brasileiro já se fizeram
presentes nas páginas da Rock Meeting. Mário Pastore, Dani Nolden (Shadowside),
Douglas Jen (Suprema), Harppia (SP). Algumas bandas ganharam destaque nas páginas
da Rock Meeting, é o caso das bandas pernambucanas Pandemmy, Cangaço, Caravellus,
Cruor e Terra Prima, sendo que as duas primeiras bandas fizeram parte no line up do
evento de um ano da revista, em setembro passado.
Em falar na festa de comemoração de um ano... foi um grande momento de
consolidação do trabalho realizado durante o período que a revista está ativa no cenário
alagoano.
Como falar da revista sem mencionar os leitores... não há como! Durante as edições
alguns leitores participaram ativamente enviando seus ‘diários de bordo’ para que fossem
publicados, contando detalhe por detalhe da sua ida até o show da banda que tanto
gosta. Os nossos leitores têm sua parcela no crescimento exponencial da Rock Meeting.

15 Rock Meeting
As bandas alagoanas

2010 foi um ano de muitas


mudanças. Muitos se foram, situações
aconteceram e poucas notícias tivemos.
Mas o que podemos lembrar é que as
bandas que ‘retornaram’ das cinzas,
feito fênix, puderam sentir a euforia
do público que comparecia aos shows.
Um exemplo forte deste clamor foi
a banda Goreslave. Ela que não se
apresentava com frequência, devido
à saída do guitarrista, e retornou aos
palcos com a formação, antes desfeita, com todo vapor. Em julho deste ano, a banda
completou 11 anos e fez uma festa em homenagem. E, possivelmente, tenha sido um dos
maiores públicos do metal que o Kfofo Show Bar tenha recebido.
Outro momento, que não pode ser deixado de lado, foi a diluição da DarkTale. No
entanto, a banda já se recompôs, outros músicos, novos ares, novos rumos. Este tem sido
o primeiro momento da nova formação que a banda de Doom/Gothic Metal alagoana tem
para mostrar.
Continuando no perfil de vocal feminino, a banda Autopse não poderia deixar se ser
lembrada. Dani Serafim esconde por trás de seu semblante angelical uma fúria através de
sua voz, que pode ser conferida em vários eventos ocorridos em 2010 e, pelos metalheads,
no aniversário da Goreslave, em julho passado.
Adicionando ainda mais sobre os shows. Nunca houveram tantos eventos dos mais
variados estilos em Maceió e no interior, no qual estivemos presentes no F.M.I (Festival
de Música Independente – Palmeira dos Índios) e no Viçosa Pró Rock. Era possível
escolher para qual gostaria de ir. A Rock Meeting compareceu a boa parte deste eventos
e, sinceramente, nem é possível lembrar de todos os que estivemos presentes... #Fail Isso
é um sinal do reconhecimento que a revista veio tomando e do apoio que é dado por toda
a cena alagoana, que apesar de pequena, não está parada e vem crescendo.
O ponto positivo de tudo
o que ocorreu na cidade foi que
abriram-se portas para os mais
variados aspectos dentro da música.
O sentimento ainda é o mesmo, só
precisava de incentivo e motivação.
Todos queremos compartilhar boas
músicas, celebrar os bons momentos.
2011 está ai e novas possibilidades
irão surgir. Boas festas e bom fim
de ano!

16 Rock Meeting
‘Para o Inferno’
Não levando bem ao pé da letra, o ‘Road to Hell’ aconteceu
Road to Hell

em meio a urros de regozijo, tapas e beijos... no chão.

Por Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

No último dia 12 de dezembro o Kfofo foi palco do ‘Road to


Hell’, evento realizado pela Bigorna e Lobão Produções, também com
parceria e apoio da casa de show.
Em mais uma investida dos seguidores do heavy metal, o
evento contou com a participação das bandas Wanted (HardRock),
Raiser (Heavy/Thrash), Imdy Project (Iron cover D’ianno Years) e
Powerslave (Iron cover).
O número de presentes era significativo, mas não suficiente.
No entanto, as bandas empolgaram aos mais tímidos dos metalheads
que se fizeram presentes naquele fim de tarde.
A primeira banda, Wanted, chamou o público no melhor estilo,
através da música. Tocando clássicos do Hard Rock internacional, a
banda pôde resgatar a memória afetiva de cada um que estava lá.
Músicas que, de alguma maneira, remetia ao passado e a vivência.
‘Hurricane’ e ‘Dream on’ foram algumas que estavam no setlist da
Wanted.
Em seguida, veio a Raiser com toda a sua força. Tocando
suas músicas próprias e também alguns covers, a banda mostrou a
que veio. Sem muito diálogo, executaram logo de cara uma música
própria, já mostrando o que a galera poderia esperar. A Raiser
possui uma energia incrível e que transborda para o público que
correspondia com circle pit.
Incidente: Este evento não será o
primeiro nem o último a ter fãs do heavy metal
que se exaltam um pouco além do que se pode
esperar. Enquanto a Raiser tocava, acontecia
o circle pit e algumas discordâncias também.
Fora do momento da diversão, um grupo de
jovens extrapolou a ‘lei da boa convivência
entre headbangers’ e ‘distribuíram’ socos e
pontapés para todo o lado, causando certo
desconforto para os demais que estavam
apenas curtindo o som. O resultado foi a falta
do maior símbolo dos eventos de metal: a
‘rodinha’. Toda a empolgação ficou restrita a
chacoalhar a cabeleira ou apenas a cabeça,
para os desprovidos de cabelo, grande.
Não obstante da apresentação, e diga-
se de passagem, bem executado, a Raiser
finalizou o seu setlist tocando ‘Agony’ da
banda brasileira, Korzus, onde o guitarrista,
Marlus, fez uma exaltação ao mais recente
álbum da banda paulista.
Para a alegria dos maiden maniacs, a
Imdy Project subiu ao palco logo após, sem
muitos comentários, declamaram o seu amor
pelo Iron Maiden em voz, instrumentos e
coros. Iniciando com ‘Transylvania’, a banda
mostrou que a parte instrumental estava
pronta para encarrar o público. ‘Prowler’,
‘Purgatory’, ‘Wrathchild’ e ‘Phantom’ foram
algumas tocadas pela Project em menção a
primeira fase da donzela quando Paul D’ianno
assumia o vocal.
E fechando a noite, Powerslave
apresentava os novos integrantes. Começando
pelo vocal com Zeno, passando pela guitarra
com Fabinho e o não tão novo Daniel
Espanhol, na bateria. Cantando o período
atual do Maiden, muitas músicas soaram
como hino e foram verdadeiras declarações.
’Somewhere’, ‘Rainmaker’, ‘Revelations e,
‘Powerslave’ foram algumas das que estavam
no setlist.

18 Rock Meeting
Bandas
Reunidas no
B.R.U.T.AL.

Último
Thrash de
Alagoas

O último show de Metal do ano


Por Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net)

O B.R.U.T.AL (Bandas Reunidas no Último Thrash de Alagoas


em 2010) aconteceu no Kfofo - local que já virou ponto de referência
quando se fala em show de Metal em Maceió – no último dia 18 do mês
– com a participação das bandas Morcegos, Goreslave e Penitência.
O público foi pequeno a se comparar com shows anteriores, mas
cheio de caras novas no circuito underground da cidade.
A primeira banda foi Morcegos que iniciou a apresentação com
uma sequência de músicas ao estilo de “Cry”, que em um piscar de
olhos acabam. O vocalista, Frankstone, falou que eram músicas de
uma banda que influenciou o som da Morcegos e estavam fazendo
uma homenagem.
Sempre bem humorados, enquanto tocavam as músicas e eles
também convidavam as pessoas que estavam do lado de fora da casa
de show para que pudessem acompanhar o setlist repleto de velhos
clássicos. O público respondeu ao chamado e foi adentrando a casa
conforme passavam as músicas, mas ainda era tímida a interação
do público, pois resguardam a energia e ficaram no canto apenas
observando o show. A banda Morcegos fez um ótimo show como
sempre e esse foi apenas o começo da noite do B.R.U.T.AL.

19 Rock Meeting
Em seguida, veio a banda de Death Metal, Goreslave, que
estavam bastante inspirados para tocar naquela noite, apesar
das imensas dificuldades, infelizmente. O público começou a
bater cabeça, outros começaram a formar a roda e respondiam
ao chamado da banda.
Com um som brutal, e que condizia com o nome da festa,
a Goreslave preparou algumas surpresas para os presentes. A
primeira foi a música “Arise” do Sepultura, em seguida veio um
Thrash para ninguém botar defeito, “Pleasure To Kill” do Kreator,
o que fez o público pirar e efervescer o show. Outra banda cuja
qual também fizeram um cover foi Cannibal Corpse, além de
músicas próprias. O show encerrou-se com aplausos do público
e todos estavam satisfeitos com a apresentação.
Para encerrar à noite, a banda Penitência iniciou a
apresentação com músicas do seu EP recém-lançado ‘The
Home Tracks’ e, em seguida, covers que já fazem parte do seu
repertório. Sepultura, Crematory e Pantera são bandas que eles
costumam apresentar no seu setlist que é pancadaria do início
ao fim e o público responde à altura.
Dificuldades para que os eventos ocorram sempre rolam.
Mas a bateria fugir do baterista já é demais. Os bateristas
reclamavam que a bateria ficava saindo constantemente do
lugar e, em alguns momentos da apresentação, um membro
da banda tinha que ficar empurrando a bateria para o lugar
e na banda Penitência esse papel ficou para o vocalista que
ficava sempre empurrando para ela ‘voltar ao seu lugar’. Isso
não teria acontecido se houvesse um tapete um pouco maior. O
que havia era muito pequeno e não dava aderência à bateria.
Simples assim!
Uma coisa que chamou bastante a atenção foram algumas
pessoas que estavam na roda, pareciam que não estavam
ali para se divertir e sim para espancar o outro. Isso ocorreu
durante toda a noite e várias pessoas reclamaram desse fato que,
infelizmente, só temos que lamentar pela falta de esportividade.
A banda Folorxcia de União dos Palmares não pode
comparecer para se apresentar devido problemas de saúde
com um dos integrantes da banda. Apesar desse desfalque,
os shows foram de primeira qualidade e em 2011 haverá mais
eventos no cenário underground não só de Maceió, mas em
Alagoas. Espera-se que cada vez mais o Rock seja fortalecido,
pois ultimamente está em baixa. Que as pessoas responsáveis
pelo som do evento cheguem no horário combinado para não
prejudicar o andamento dos shows que, muitas vezes, tem
que reduzir o tempo das bandas para que todos possam tocar.
Indesejavelmente, esta é uma realidade que tem de ser mudada
e que no próximo ano isso não venha a acontecer novamente.

20 Rock Meeting
Perfil RM - Especial

O Perfil RM tem o objetivo de fazer os leitores conhecer as


pessoas do meio do rock and roll alagoano. Esta edição
será diferente. Não haverá algum músico, mas será com
uma pessoa que é parte integrante da equipe Rock Meeting.
Confira cada linha deste Perfil e conheça mais sobre ela.

- Apresente-se
Meu nome é Pei Fang Fon (Lê-se pói fan). Graduanda em Jornalismo, fotógrafa e idealizadora
da Rock Meeting.

- De que maneira o Rock apareceu na sua vida e permaneceu nela?


Quando criança eu costumava escutar o que minha tia ouvia. Ela gostava de HardRock.
Mas fui gostar mesmo de rock aos 15 anos, mas reconheci ele como o estilo musical ao
qual ‘pertenço’ depois que me converti ao Cristianismo, é até contraditório, mas comigo só
nasceu após tomar esta decisão.

- Como surgiu a ideia de criar a Rock Meeting e dedicá-la ao Rock


alagoano?
Apesar de ter criado, poucas pessoas me perguntaram isso. Mas foi um encorajamento de
um amigo, Thiago Freire, que me motivou a fazer algo diferente para o cenário do Rock
em Alagoas. Como eu já estava na faculdade, no curso de Comunicação, e visto que eu já
conhecia algumas técnicas jornalísticas, resolvi tentar e hoje ela tomou as proporções que
eu não esperava ter. Posso dizer que a equipe que se mantém firme, até hoje, foi formada
no show do Sepultura e Angra no ano passado.

- O que a RM representa para você e o que acha que ela representa


para o público alagoano?
Inicialmente, ela representava uma personificação das teorias aprendidas em sala de aula.
Mas depois percebi que era muito além disso, eu realmente posso dizer que amo o que
faço em nome da revista, não falo isso por que eu dei vida a um projeto, das coisas que já
fiz, poucas me trouxeram alegria.
No começo a Rock Meeting, creio assim, que foi mais um projeto que poderia ter dado
errado, a receptividade do público ainda era tímida, muito embora, apoiada. Cresceu e
hoje percebo que ela ganhou um status de respeito entre os leitores. A nossa missão é
informar, independente de ela ser do rock, pois esta lição aprendemos em sala de aula.

- Rumores correm por ai que a revista se tornará impressa. Isso é


verdade?
É um sonho, mas não perco as esperanças. Apesar de que eu sempre me pergunto:
‘vai ser paga?’ ‘Distribuída gratuitamente?’ ‘Se fosse paga, quem iria comprar?’ ‘Há quem
compre?’... Os custos são imensuráveis, tenho muitas dúvidas, mas espero que meus
outros projetos saiam do campo das ideias e se tornem reais.

21 Rock Meeting
- Dentro do que viu durante esse tempo em que a
revista está circulando, notou alguma mudança na
qualidade e quantidade de shows?
Posso dizer que isso foi notório. Eu não sei se foi por influência do trabalho
desenvolvido da revista, mas que o número de eventos aumentou isto
é fato! Ainda bem. Pelo menos hoje você pode ‘escolher’ para qual
vai. No entanto, a frequência que os eventos estavam acontecendo foi
ínfima, visto em outubro. Mas ainda bem que a revista veio para somar,
pois tem sido esta a nossa meta.

- Você acredita que há possibilidades de alguma


banda do estado possa sair em turnê?
Eu acredito que sim. Temos um celeiro muito bom de bandas e músicos.
Precisamos ser mais ousados, dar a cara tapa, sabe? Claro que tudo
é um custo, disponibilidade e compreendo os motivos que levam a
uma banda a não sair de ‘sua casa’, mas quem busca algo além do
‘quintal de casa’ é preciso dar um passo adiante. Enquanto formadora
de opinião, tenho mencionado os destaques alagoanos fora do estado
e tentando fazer esta ponte para divulgar mais o que nós temos.

- Entre as bandas que viu durante esse tempo, quais


você destacaria?
Nossa! Agora estou numa saia justa... Pois bem... a Raiser é uma banda
muito interessante, tem força, cadência e qualidade musical. Outra que
posso destacar é a DarkTale. Venho sempre acompanhando o trabalho
interno deles e vejo que o som deles melhorou muito e tenho gostado
do que vi, apesar de não ser adepta do Doom Metal. Autopse, Mia
Dolce Vendetta aponto como algumas revelações interessantes. Já
a Goreslave fiquei surpresa com a velocidade das músicas. Abismo,
Morcegos não poderiam ficar de fora. Hellbound me surpreendeu
bastante. Há várias bandas que poderia citar, mas estas são algumas
das que posso destacar.

- Cite 5 álbuns importantes para você e entre eles um


que é indispensável para alguém que está começando
a entrar nesse mundo.
Eu sou muito suspeita para falar disso, pois sempre poderei indicar
algo da banda que gosto muito, que não é segredo para ninguém,
que é o Nightwish. E deles indico ‘Century Child’. Mas para ser mais
diversificada nos estilos, indicaria: ‘Shadows are Security’ do As I
Lay Dying; ‘Slania’ do Eluveitie; ‘Dare to Dream’ do Shadowside; e
‘AEquilibrium’ do Torture Squad.

22 Rock Meeting
- Qual foi o seu show inesquecível? Por quê?
Essa também uma resposta que, para quem me conhece, já sabe qual é a
resposta. O show em que pude aproveitar cada momento, fazer o que fiz,
mesmo que eu nunca pudesse imaginar foi no dia 16 de novembro de 2008, no
Clube Português em Recife. Nightwish. Não me passava pela cabeça assistir
a um show deles nem tão pouco conhecê-los. Pois isso tudo foi possível, fui
ao show e ainda conheci a banda. Esta data ficará para sempre no lugar das
minhas ótimas lembranças.

- A revista já ultrapassou as barreiras de Alagoas e do país.


Quais são os estados e países que já tem conhecimento da
RM?
Eu tenho contato com as pessoas dos quatro cantos do país. Sul, Sudeste,
Norte, Centro Oeste e Nordeste, claro. Eu não sei exatamente os estados
brasileiros, mas recebo, sempre, comentários do pessoal de São Paulo,
Salvador, Belém e Recife.

- Algum momento em especial ficará na memória dentro


do período que a revista existe?
Com toda certeza, o evento do aniversário da revista de um ano. Poxa,
um ano! Um ano de muito luta, força e dificuldades. A consagração de um
trabalho feito arduamente para sair todo fim de mês. Amo o que faço! Todos
os momentos de confeccioná-la têm sua particularidade.

- Se pudesse mudar alguma coisa no cenário alagoano, o


que você mudaria?
Duas coisas fundamentais: um local/som adequado e a mentalidade dos fãs
de rock. São estes pontos que destaco. Não há como realizar um evento
quando não se há um local apropriado nem um som decente, falo isso por
conhecimento de causa e relatos dos integrantes de diversas bandas. Já a
mentalidade do público é algo que vai além da minha compreensão. Muitos
falam e poucos fazem! Já chega de criticar, vamos agir. Críticas são bem
vindas, mas é preciso que todos tenham sua parcela de participação nos
eventos, pois eles só acontecem quando o público aparece. Claro que existem
contratempos... Eu só gostaria de ver os verdadeiros apoiadores da causa
alagoana em ação... Só isso!

- Com a RM aprendi que ...


Aprendi que preciso dormir mais... brincadeira! Aprendi tanta coisa... a parte
profissional melhorou, a técnica também. Mas aprendi a dar mais valor ao
que é nosso. Enxergar os detalhes e poder ajudar, na medida do possível.

- Deixe uma mensagem para o público da RM.


Agradeço! É isso que tenho a dizer para todos os leitores, apoiadores e
aqueles que nos encorajam a fazer algo diferente para nós e para todos.
Muito obrigada!

23 Rock Meeting
E STAVA LÁ
EU
As últimas fotos deste ano reflete bem a euforia do público
alagoano por evento de qualidade, mesmo que os problemas
técniso persistam em acontecer. 2011 será diferente!
B.R.U.T.AL. aconteceu no Kfofo, no último dia 18.
Lineup: Morcegos, Goreslave e Penitência.
Fotos: Pei Fang Fon

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