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Doenças ocupacionais, acidente do trabalho e conduta médico-pericial

PROFESSORES: Victor Maia e Danielle Alves

Prezado futuro AFT, seja bem-vindo!


Chegamos a nossa última aula, sobre Conduta médico-pericial.
Como está indo? Sei que o conteúdo do edital é enorme, mas lembre-se: é
igual para todos. Terá destaque aquele que se preparar melhor e mantiver a
calma na hora da prova. Não há melhor forma de sentir-se bem na prova do
que ter se preparado de forma adequada.

Aula 1 Doenças ocupacionais 26/7/13


Aula 2 Acidente do trabalho 5/8/13
Aula 3 Conduta médico-pericial 12/8/13

Boa aula!

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Doenças ocupacionais, acidente do trabalho e conduta médico-pericial
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Conduta médico-pericial

A atividade médico-pericial tem por finalidade precípua a emissão de


parecer técnico conclusivo na avaliação da incapacidade laborativa, em face de
situações previstas em lei. Para o médico do INSS esse trabalho é de
fundamental importância pata a análise do requerimento dos benefícios
previdenciários, assistenciais e indenizatórios.
Os profissionais da área médico-pericial se pronunciarão sobre a matéria,
respondendo aos quesitos estabelecidos por dispositivos legais, ou por
despachos e pareceres técnicos que lhes forem solicitados.
No que se relaciona à parte técnica, somente as conclusões médico-
periciais poderão prevalecer para efeito de concessão e manutenção dos
benefícios por incapacidade. Ainda, a realização de exames médico-periciais,
bem como a revisão da conclusão médica, são de competência exclusiva dos
setores de perícias médicas.
No âmbito do INSS, as tarefas médico-periciais serão desempenhadas
por servidores pertencentes a área médica do quadro permanente do INSS ou
por profissionais autorizados sob a forma de credenciamento ou de convênio.
O perito-médico é profissional com a atribuição de se pronunciar
conclusivamente sobre condições de saúde e capacidade laborativa do
examinado, para fins de enquadramento em situação legal pertinente. Deve ter
sólida formação clínica, amplo domínio da legislação de previdência social,
conhecimento de profissiografia, disciplina técnica e administrativa e alguns
atributos de personalidade e caráter destacando-se a integridade e
independência de atitudes, além da facilidade de comunicação e de
relacionamento.
Os laudos de perícia médica, bem como a documentação que contenha
registro de diagnóstico, serão tratados como documentos sigilosos.
Se o médico for pessoalmente indicado para prestar depoimento em
processo criminal, deverá comparecer a Juízo e declarar ao Juiz que está
proibido de depor nos termos do Código de Processo Penal. Tal proibição

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pode deixar de existir se o profissional for desobrigado do sigilo pela parte


interessada (art. 207 do Código Penal). Isso, porém, não privará a Justiça
Pública de obter os laudos relativos a pessoas examinadas pelos médicos do
Instituto.
De acordo com o Código de Processo Civil, em princípio, o Juiz é livre na
nomeação e escolha do perito, desde que o mesmo disponha de conhecimento
técnico e científico para o caso e tenha inscrição no órgão de classe
correspondente.
O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei,
empregando toda sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
Quanto ao exame médico-pericial, tem como finalidade a avaliação
laborativa do examinado, para fins de enquadramento na situação legal
pertinente, sendo que o motivo mais frequente é a habilitação a um benefício
por incapacidade.
Os dados obtidos nesse exame devem ser registrados no Laudo Médico
Pericial (LPM), que é a peça médico-legal básica do processo, quanto à sua
parte técnica. O perito, ao preencher um laudo de perícia médica, terá sempre
em mente que este é um documento decisivo para o interessado e para o
INSS, destinado a produzir um efeito, podendo transitar na via recursal da
previdência ou mesmo em juízo, com caráter de documento médico legal.
Não basta examinar bem e nem chegar a uma conclusão correta.
É preciso registrar, no Laudo de Perícia Médica, com clareza e exatidão, todos
os dados fundamentais e os pormenores importantes, de forma a permitir à
autoridade competente que deva manuseá-lo, inteirar-se dos dados do exame
e conferir a conclusão emitida.

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O diagnóstico de uma doença relacionada ao trabalho, dado pelo médico


do trabalho, tem implicações médico-legais e previdenciárias que necessitam
ser conhecidas e cumpridas pelos profissionais. Quanto às doenças
profissionais do trabalho e relacionadas ao trabalho, julgue os itens abaixo.

1. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) Para fins previdenciários, é


valorizada e avaliada pelo médico a incapacidade laborativa ou a
incapacidade para o trabalho.

Resolução:
A perícia médica tem como finalidade avaliar sob o ponto de vista técnico
a existência de incapacidade laborativa geradora da concessão de benefícios
respectivos assim como da obrigação de submeter-se ao serviço de habilitação
e reabilitação profissional.
Aqueles que estejam em gozo de benefício por incapacidade permanente
serão obrigados a submeter-se a exame médico-pericial, periodicamente, em
geral a cada dois anos, com o objetivo de verificar a continuidade da
incapacidade par ao trabalho.

Gabarito: C

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2. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) O atestado médico de


incapacidade para o trabalho, apresentado por um trabalhador
segurado pela previdência social, serve apenas para justificar
seu afastamento do trabalho pelo tempo que o médico solicitar, o
que justifica suas faltas nos primeiros 45 dias, período em que a
empresa pagará o salário ao funcionário.

Resolução:
No caso dos trabalhadores com carteira assinada, apenas os primeiros 15
dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social
paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho.
Para os demais segurados inclusive o doméstico, a Previdência paga o
auxílio desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar.

Gabarito: E

A respeito de perícia médica, julgue os itens subsequentes.

3. (Cespe – TRE/PR – 2009) A perícia médica, atualmente


reconhecida como área de atuação médica, pode ser exercida por
profissionais de todas as especialidades médicas.

Resolução:
Errado! A perícia médica é atribuição privativa de médico, podendo ser
exercida pelo civil ou militar, desde que investido em função que assegure a
competência legal e administrativa do ato profissional.

Gabarito: E

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4. (Cespe – TRE/PR – 2009) Os exames médico-periciais de


servidores públicos devem ser sempre realizados por junta
médica de, no mínimo, três profissionais, devendo ser
preenchido o laudo de exame médico pericial.

Resolução:
A junta médica é composta por dois ou mais médicos, geralmente três,
investidos em função pericial, mediante designação formal. A junta médica
oficial poderá ser designada pela autoridade administrativa do órgão a que
estiver vinculada a pessoa a ser periciada, o que ocorre na Administração
Pública, ou pode ser nomeada pelo juiz, quando entender que o parecer
médico-pericial subsidiará seu julgamento. Outrossim, esse recurso pode ser
utilizado para atender diligências do Ministério Público, entre outros de
ocorrência menos freqüente.

Gabarito: E

5. (Cespe – TRE/PR – 2009) O laudo de exame médico pericial é um


documento utilizado para fins administrativos, por isso os
diagnósticos nele constantes devem estar sempre codificados,
não devendo ser escritos por extenso.

Resolução:
A perícia médica vem sendo utilizada para apoiar as investigações a
cargo das policias técnicas, sempre que do evento investigado resulte dano
físico e/ou mental. É a base do trabalho exercido pelo médico perito junto às
instituições de medicina legal, vinculadas aos setores de polícia especializada,
destacando-se ai o papel dos IML.
O trabalho médico-pericial também tem sido requisitado pelos juízes,
objetivando definir a existência, grau, natureza e causa de lesões físicas ou
mentais sofridas por pessoas que recorrem ao Poder Judiciário, na expectativa

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da reparação de danos sofridos sob a responsabilidade direta ou indireta de


terceiros.
Portanto, o laudo de exame pericial não é um documento com fins
estritamente administrativos.

Gabarito: E

6. (Cespe – TRE/PR – 2009) Quando for emitido atestado para


perícia médica por solicitação do paciente, o documento deverá
registrar o diagnóstico, os resultados dos exames
complementares, a conduta terapêutica, o prognóstico e o
provável tempo de repouso estimado necessário para a sua
recuperação.

Resolução:
Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal
para fins de perícia médica deverá observar:

• o diagnóstico;
• os resultados dos exames complementares;
• a conduta terapêutica;
• o prognóstico;
• as conseqüências à saúde do paciente;
• o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua
recuperação, que complementará o parecer fundamentado do médico
perito, a quem cabe legalmente a decisão do benefício previdenciário,
tais como: aposentadoria, invalidez definitiva, readaptação;

Gabarito: C

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A perícia é conceituada como o meio de prova realizada por técnicos ou


doutos, promovida por autoridade judicial ou policial e que tem por fim
esclarecer a justiça acerca de fato de natureza duradoura ou permanente.
Quando, na perícia, há uma questão médica, ocorre a chamada perícia médica,
feita pelo perito médico - que deve sempre ter em mente os aspectos éticos
envolvidos nessa atividade. Acerca desse tema, julgue os itens que se seguem.

7. (Cespe – STF – 2008) O exame médico pericial, que tem como


um dos seus objetivos essenciais avaliar a capacidade de
trabalho do trabalhador, às vezes é realizado sem a colaboração
do periciado.

Resolução:
De fato! Imagine se o INSS só pudesse realizar perícias médicas com a
colaboração do periciado (que para fins previdenciários é beneficiário).

Gabarito: C

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8. (Cespe – BRB – 2010) O médico do trabalho deve estar atento às


diversas implicações de natureza ética, de responsabilidade civil
e de responsabilidade penal envolvidos na emissão e na
assinatura de um atestado de saúde ocupacional (ASO).

Resolução:
Ainda hoje em alguns lugares, o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) é
considerado necessário apenas para "regularizar" a admissão do trabalhador
na empresa, e pode ser obtido com qualquer médico em qualquer lugar. Era
conhecido como "Atestado de Saúde Física e Mental" ou simplesmente
"Atestado", e solicitado, junto com outros documentos, pelos serviços pessoais
das empresas para formalizar a contratação de seus empregados.
Deve o Médico do Trabalho ficar atento às diversas implicações de
natureza ética, de responsabilidade civil e de responsabilidade penal
envolvidos na emissão e assinatura de um Atestado de Saúde Ocupacional.

Gabarito: C

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LER / DORT - Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade para fins de


Benefícios Previdencários - INSS

A Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados


ao Trabalho (DORT) objetiva simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do
médico perito ao atual nível de conhecimento desta nosologia (ciência que
trata da classificação das doenças).
Os DORT têm-se constituído em grande problema da saúde pública em
muitos dos países industrializados.
A terminologia "Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho"
tem sido preferida por alguns autores a outras, tais como Lesões por Traumas
Cumulativos (LTC), Lesões por Esforços Repetitivos (LER), Doença
Cervicobraquial Ocupacional (DCO) e Síndrome de Sobrecarga Ocupacional
(SSO), por evitar que na própria denominação já se apontem causas definidas
(como por exemplo, "cumulativo" nas LTC e "repetitivo" nas LER) e os efeitos
(como por exemplo, "lesões" nas LTC e LER).
Apesar da adoção de nova terminologia - DORT, o uso do termo LER
justifica-se, para se manter a referência bibliográfica.
As LER representam um grupo heterogêneo de quadros clínicos, alguns
deles bem definidos como tenossinovite, sinovite ou epicondilite e outros mais
difusos.
O estigma criado em torno da LER contribui para que o paciente
tenha receio em recorrer à assistência médica, a não ser quando já se
encontra com dificuldade de manter o ritmo de trabalho. Somado a esta
situação, o paciente enfrenta o afastamento do trabalho, o que significa
geralmente perda econômica e afastamento do círculo que lhe é habitual e no
qual tem um papel definido socialmente.
Encontrar um tratamento que seja adequado é mais um dos desafios que
acaba enfrentando. Infelizmente, a grande maioria da rede de tratamento,
pública ou privada, ainda está despreparada para receber esse paciente. O
mercado, que obedece à lei da quantidade e não da qualidade, geralmente
oferece profissionais não-qualificados, sem informações sobre a fisiopatologia

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da LER, usando aparelhagem ineficaz, e sem visão e prática interdisciplinares


necessárias no caso. No Brasil há uma epidemia de queixas de LER.
Estatísticas dos serviços de saúde públicos e privados, e em especial os de
saúde do trabalhador, mostram que em todo o País as LER ocupam posição de
destaque entre a demanda. Este fato e a incapacidade para o trabalho por
tempo prolongado exigem da parte dos profissionais de segurança, saúde,
ergonomia e produção, sindicatos e empresas seriedade na abordagem dos
diversos aspectos envolvidos, tanto na ocorrência e agravamento do quadro,
como na possibilidade de diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação
adequados.
Entendemos Lesões por Esforços Repetitivos - LER como uma "síndrome
clínica", caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações
objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular
e/ou membros superiores em decorrência do trabalho.

9. (Cespe – STF – 2008) A síndrome de LER/DORT caracteriza-se


por dor, parestesia, fadiga e sensação de peso, de surgimento
insidioso e relacionadas ao trabalho que ocorrem de forma
concomitante ou não, geralmente nos membros superiores (mas
também podem ocorrer nos membros inferiores).

Resolução:
Entende-se LER/DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho,
caracterizada pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais
como: dor, parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso,
geralmente nos membros superiores, mas podendo acometer membros
inferiores.
Entidades neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites,
compressões de nervos periféricos, síndromes miofaciais, que podem ser
identificadas ou não. Frequentemente são causa de incapacidade laboral
temporária ou permanente. São resultado da combinação da

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sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com


a falta de tempo para sua recuperação.
A sobrecarga pode ocorrer seja pela utilização excessiva de determinados
grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência de
esforço localizado, seja pela permanência de segmentos do corpo em
determinadas posições por tempo prolongado, particularmente quando essas
posições exigem esforço ou resistência das estruturas músculo-esqueléticas
contra a gravidade. A necessidade de concentração e atenção do trabalhador
para realizar suas atividades e a tensão imposta pela organização do trabalho,
são fatores que interferem de forma significativa para a ocorrência das
LER/DORT.
O Ministério da Previdência Social e o Ministério da Saúde,
respectivamente, por meio do Decreto nº 3.048/99, anexo II e da Portaria nº
1.339/99, organizaram uma lista extensa, porém exemplificativa, de
doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao
trabalho.

Gabarito: C

10. (Cespe – FUB – 2011) Uma das características básicas dos


casos de LER/DORT é o acometimento tanto dos membros
superiores quanto dos inferiores.

Resolução:
Exato! As LER/DORT aparecem geralmente nos membros superiores,
mas podem acometer membros inferiores.

Gabarito: C

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O termo LER é genérico, e o médico deve sempre procurar


determinar o diagnóstico específico. Como se refere a diversas patologias
distintas, torna-se difícil estabelecer o tempo necessário para uma lesão
persistente passar a ser considerada como crônica. Além disso, até a mesma
patologia pode se instalar e evoluir de forma diferente, dependendo dos
fatores etiológicos.
Com todas essas limitações, o que se pode dizer é que as lesões
causadas por esforços repetitivos são patologias, manifestações ou síndromes
patológicas que se instalam insidiosamente em determinados segmentos do
corpo, em consequência de trabalho realizado de forma inadequada.
Assim, o nexo é parte indissociável do diagnóstico que se fundamenta numa
boa anamnese ocupacional e em relatórios de profissionais que conhecem a
situação de trabalho, permitindo a correlação do quadro clínico com a atividade
ocupacional efetivamente desempenhada pelo trabalhador, donde a proposta
da nova terminologia Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-
DORT.

Anamnese: entrevista realizada pelo médico ao seu paciente a fim de


diagnosticar uma doença

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11. (Cespe – Correios – 2011) Dor aguda e contínua,


acompanhada de sensação de desconforto, peso ou
formigamento, é o sintoma inicial de LER/DORT.

Resolução:
Na fase inicial os sintomas são basicamente o processo de fadiga
incipiente ou inflamação. É a fase em que o paciente sente desconforto e, não
necessariamente dor. Nessa fase, pode-se obter uma completa reabilitação
física, desde que os sintomas iniciais sejam tratados e as causas do transtorno
resolvidas. Dessa forma, é necessária uma atuação conjunta dos médicos do
trabalho que, através de orientações sobre alongamentos, reeducação da
postura e otimização do ambiente de trabalho (ergonomia), eliminam os
sintomas iniciais e reinserem o funcionário na atuação profissional.

Gabarito: E

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12. (Cespe – TRE/PR – 2011) São exemplos de manifestações


clínicas associadas a LER/DORT: dor espontânea ou associada à
movimentação passiva, ativa ou contrarresistência; sensação de
fraqueza; cansaço; diminuição, perda ou aumento de
sensibilidade; e dificuldade para o uso dos membros,
especialmente as mãos.

Resolução:
As lesões por esforços repetitivos (LER) e os distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) referem-se, de maneira abrangente, a
distúrbios ou doenças do sistema musculoesquelético associados ao trabalho.
São exemplos de manifestações clínicas associadas a LER/DORT: dor
espontânea ou associada à movimentação passiva, ativa ou contrarresistência;
sensação de fraqueza; cansaço; diminuição, perda ou aumento de
sensibilidade; e dificuldade para o uso dos membros, especialmente as mãos.

Gabarito: C

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Aspectos Epidemiológicos

Com o advento da Revolução Industrial, quadros clínicos decorrentes de


sobrecarga estática e dinâmica do sistema osteomuscular tornaram-se mais
numerosos. No entanto, apenas a partir da segunda metade do século, esses
quadros osteomusculares adquiriram expressão em número e relevância social,
com a racionalização e inovação técnica na indústria, atingindo particularmente
perfuradores de cartão.
Esses autores explicam a disseminação da prevalência das LER pelo
aumento da carga do trabalho contínuo resultante do uso inadequado de
sistemas de esteiras; aumento do trabalho manual que requer movimento dos
dedos, bem como movimentos repetitivos dos membros superiores;
inadequação dos mobiliários; controle estrito do trabalho pela gerência e
diminuição de pausas e tempo livre.
Entre outros países que viveram epidemias de LER estão a Inglaterra, os
países escandinavos, os Estados Unidos e a Austrália.
A ocorrência das LER em grande número de pessoas em
diferentes países provocou uma mudança no conceito tradicional de
que o trabalho pesado, envolvendo esforço físico, é mais desgastante
que o trabalho leve, envolvendo esforço mental, com sobrecarga dos
membros superiores e relativo gasto de energia.
Há que se lembrar de que, ao contrário de previsões feitas na década de
80, a incidência de LER vem aumentando nos países industrializados, nos quais
as características da organização do trabalho de forma geral privilegiam o
paradigma da alta produtividade e qualidade do produto em detrimento da
preservação do trabalhador, devido à inflexibilidade e alta intensidade de
ritmo, grande quantidade e alta velocidade de movimentos repetitivos, falta de
autocontrole sobre o modo e ritmo de trabalho, mobiliário e equipamentos
ergonomicamente inadequados.
As Lesões por Esforços Repetitivos no Brasil foram primeiramente
descritas como tenossinovite ocupacional. Foram apresentados, no XII
Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - 1973, casos de

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tenossinovite ocupacional em lavadeiras, limpadoras, engomadeiras,


recomendando-se que fossem observadas pausas de trabalho daqueles que
operam intensamente com as mãos.
A partir de 1985, surgem publicações e debates sobre a associação entre
tenossinovite e o trabalho de digitação, que resultaram na publicação da
Portaria no 4.062, em 6 de agosto de 1987, pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social, reconhecendo a tenossinovite como doença do trabalho.
Nesta época, as Comunicações de Acidentes do Trabalho (CAT) de
tenossinovite registradas no INSS concentravam-se na função de digitadores.
Posteriormente, observou-se no Brasil o surgimento de casos em
diferentes ocupações exercendo atividade de risco. Por exemplo, em 1991 o
Núcleo de Saúde do Trabalhador INSS/SUS/MG registrou casos de Lesões por
Esforços Repetitivos nas seguintes funções: digitador, controlador de
qualidade, embalador, enfitadeiro, montador de chicote, montador de tubos de
imagem, operador de máquinas, operador de terminais de computador,
auxiliar de administração, etc.

13. (Cespe – TRE/AL – 2004) As lesões por esforços repetitivos


(LER) ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho
(DORT) são doenças do trabalho que acometem tendões,
articulações, músculos, nervos, fáscias e ligamentos e que
podem causar incapacidades e trazer consequências
socioeconômicas significativas.

Resolução:
Infelizmente os danos causados pelo trabalho não ficam restritos apenas
as consequências imediatas que a grande maioria das pessoas conseguem
perceber. Na realidade os problemas só começam na ocorrência do acidente ou
doença abrindo-se uma imensa avenida de sofrimento físico e mental e
dificuldades sociais.

Gabarito: C

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Fatores de Risco

O desenvolvimento das Lesões por Esforços Repetitivos é multicausal,


sendo importante analisar os fatores de risco envolvidos direta ou
indiretamente. A expressão "fator de risco" designa, de maneira geral, os
fatores do trabalho relacionados com as LER. Os fatores foram estabelecidos,
na maior parte dos casos, por meio de observações empíricas e depois
confirmados com estudos epidemiológicos.
Os fatores de risco não são independentes. Na prática, há a interação
destes fatores nos locais de trabalho. Na identificação dos fatores de risco,
deve-se integrar as diversas informações. Sobre o plano conceitual, "os
mecanismos de lesão dos casos de LER são considerados um acúmulo de
influências que ultrapassam a capacidade de adaptação de um tecido, mesmo
se o funcionamento fisiológico deste é mantido parcialmente".
Na caracterização da exposição aos fatores de risco, alguns elementos
são importantes, dentre outros:

• a região anatômica exposta aos fatores de risco;


• a intensidade dos fatores de risco;
• a organização temporal da atividade (por exemplo: a duração do ciclo
de trabalho, a distribuição das pausas ou a estrutura de horários);
• o tempo de exposição aos fatores de risco.

Os grupos de fatores de risco das LER podem ser elencados como:

• o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão


o A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a
adotarem posturas ou métodos de trabalho que causam ou
agravam as lesões osteomusculares;
• o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos

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o A pressão mecânica localizada é provocada pelo contato físico de


cantos retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramentas com
tecidos moles do corpo e trajetos nervosos;
• as posturas inadequadas
• a carga osteomuscular
• a carga estática
• a invariabilidade da tarefa
• as exigências cognitivas
• os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho

A carga estática está presente quando um membro é mantido numa


posição que vai contra a gravidade. Nestes casos, a atividade muscular não
pode se reverter a zero ("esforço estático"). Três aspectos servem para
caracterizar a presença de posturas estáticas: a fixação postural observada, as
tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo;
As exigências cognitivas podem ter um papel no surgimento das LER,
seja causando um aumento de tensão muscular, seja causando uma reação
mais generalizada de estresse;
Os fatores psicossociais do trabalho são as percepções subjetivas que
o trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho. Como exemplo de
fatores psicossociais podemos citar: considerações relativas à carreira, à carga
e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. A "percepção"
psicológica que o indivíduo tem das exigências do trabalho é o resultado das
características físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências
anteriores e da situação social do trabalho.

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14. (Cespe – Correios – 2011) A invariabilidade da tarefa está


entre os fatores de risco para LER/DORT.

Resolução:
Os grupos de fatores de risco das LER podem ser elencados como:

• o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão


o A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem
posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões
osteomusculares;
• o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos
o A pressão mecânica localizada é provocada pelo contato físico de cantos
retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramentas com tecidos moles do corpo
e trajetos nervosos;
• as posturas inadequadas
• a carga osteomuscular
• a carga estática
• a invariabilidade da tarefa
• as exigências cognitivas
• os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho

Gabarito: C

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15. (Cesgranrio – Petrobras – 2011) Diversos são os fatores de


risco que predispõem ao aparecimento de Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), tais como
fatores organizacionais e biomecânicos. Esses fatores
apresentam como características moduladoras, que
potencializam o risco, a intensidade, a frequência e a duração.

Resolução:
A presença de um fator de risco no trabalho não é suficiente para
desencadear LER/DORT, para o seu aparecimento seria necessário um
determinado grau de gravidade (importância) e conjunção de outros fatores.
O fator de risco apresenta três características modulares: intensidade,
frequencia e duração. Quanto mais intenso, frequente e duradouro, tanto mais
elevado é o risco.

Gabarito: C

16. (Cespe – FUB – 2011) Assim como os fatores ergonômicos,


os aspectos mentais, psicológicos e sociais contribuem para o
aparecimento, manutenção e(ou) mesmo perpetuamento dos
casos de DORT.

Resolução:
Os fatores psicossociais do trabalho são as percepções subjetivas que o
trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho. Como exemplo de
fatores psicossociais podemos citar: considerações relativas à carreira, à carga
e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. A "percepção"
psicológica que o indivíduo tem das exigências do trabalho é o resultado das
características físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências
anteriores e da situação social do trabalho.

Gabarito: C

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Considerando que, em decorrência de mudanças no mundo do trabalho e


no modo de trabalhar, sugiram doenças como as classificadas como Lesão por
Esforço Repetitivo (LER) e(ou) Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho (DORT), julgue os itens que se seguem.

17. (Cespe – Correios – 2011) Fatores como sentimento de


rejeição, isolamento social e agravamento de patologia são
comuns em caso de reinserção do trabalhador em novas
atividades laborais.

Resolução:
Os fatores psicossociais do trabalho são as percepções subjetivas que o
trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho. Como exemplo de
fatores psicossociais podemos citar: considerações relativas à carreira, à carga
e ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. A "percepção"
psicológica que o indivíduo tem das exigências do trabalho é o resultado das
características físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências
anteriores e da situação social do trabalho.

Gabarito: C

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18. (Cespe – TRE/PR – 2011) As exigências cognitivas


envolvidas no trabalho, por causarem aumento da tensão
muscular ou reação mais generalizada de estresse, são
consideradas fatores de risco para LER/DORT.

Resolução:
Os grupos de fatores de risco das LER podem ser elencados como:

• o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão


o A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem
posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões
osteomusculares;
• o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos
o A pressão mecânica localizada é provocada pelo contato físico de cantos
retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramentas com tecidos moles do corpo
e trajetos nervosos;
• as posturas inadequadas
• a carga osteomuscular
• a carga estática
• a invariabilidade da tarefa
• as exigências cognitivas
• os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho

Gabarito: C

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Anamnese Ocupacional

Para a caracterização de um quadro clínico como LER, é necessário


definir o nexo por meio de: anamnese ocupacional, exame clínico, relatórios do
médico responsável pela assistência ao paciente, do coordenador do PCMSO e,
eventualmente, vistoria no posto de trabalho.

Uma boa anamnese ocupacional deve incluir informações sobre:

• Ambiente e trabalho: percepção do segurado quanto à temperatura,


ruído, poeiras, iluminamento;
• Equipamentos: qualidade dos equipamentos e ferramentas,
manutenção dos mesmos, necessidade de emprego de força
decorrente de equipamento impróprio, desvios posturais impostos pelo
equipamento, necessidade de repetição da tarefa por falha do
equipamento;
• Mobiliário: qualidade e manutenção, freqüência de reposição,
adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos processos,
desvios posturais impostos pelo mobiliário;
• Organização do trabalho: ritmo, pausas, hierarquia, horas-extras,
estímulo à produção, rotatividade de mão-de-obra, composição de
mão-de-obra quanto a sexo e idade, e relacionamento interpessoal.

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19. (Cespe – FUB – 2011) De acordo com dados estatísticos, os


casos de LER/DORT, resultantes de fatores multicausais, são
mais frequentes em trabalhadores idosos do sexo feminino.

Resolução:
Vários serviços de atenção à saúde do trabalhador apresentam entre seu
pacientes uma maior prevalência de mulheres acometidas de LER/DORT.
Mulheres da população em geral e trabalhadoras apresentam maior número de
casos de síndrome do túnel do carpo e de dor em pescoço e ombros. As razões
deste fato ainda não são conhecidas, podendo estar ligadas a fatores genéticos
ou ao fato de as mulheres estarem mais expostas que os homens a fatores de
risco dessas doenças.
Estudo realizado mostrou que as diferenças não decorrem do fato das
mulheres terem menor força muscular ou mais dificuldade no manuseio de
materiais pesados.
Segundo o estudo, enquanto em geral os homens tinham mais liberdade
para escolher suas atividades ("work tasks") recebiam pagamento por
produção com menor frequência que as mulheres e não realizavam trabalho
monótono e repetitivo ou o faziam com menor frequência.
As mulheres costumavam realizar o mesmo trabalho repetitivo por
muitos anos e mesmo quando a ocupação tinha o mesmo nome, havia
diferenças sutis no trabalho realizado por homens e mulheres. Assim, além de
levarmos em conta que as populações atendidas em serviços não representam
a população geral, devemos considerar os aspectos acima levantados.
Para realmente afirmar que LER/DORT atingem mais
frequentemente mulheres seriam necessários estudos de amostras
homogêneas, compostas por trabalhadores de ambos os sexos submetidos a
condições de trabalho semelhantes, tais como posto de trabalho, jornada,
idade, antiguidade e inserções semelhantes na vida familiar e social.

Gabarito: E

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Tratamento

Sempre que possível, a identificação das estruturas anatômicas


acometidas por ocasião do diagnóstico é importante no planejamento da
conduta. Um dos principais determinantes no tratamento inadequado
das LER deve-se à falha no diagnóstico das reais etiologias do quadro
clínico, da avaliação da incapacidade e dos fatores que agravam o
quadro doloroso.
A maioria dos casos teria bom prognóstico, caso o diagnóstico fosse
realizado precocemente, o tratamento iniciado de imediato e houvesse
modificação do posto de trabalho/atividade e/ou função desde as fases iniciais
da doença, evitando-se a cronificação.
Durante o tratamento devem ser realizadas avaliações periódicas para
eventual reorientação da conduta terapêutica.
É indispensável estabelecer-se, desde o início, uma boa relação dos
profissionais de saúde com o trabalhador, para que o desânimo e a desilusão
não se instalem em ambos, uma vez que os efeitos do tratamento podem, nos
casos mais graves, ser demorados.
Os medicamentos analgésicos e antiinflamatórios são eficazes no
combate à dor aguda e inflamação. Isoladamente, não são eficazes para
combate da dor crônica. Neste caso, é necessário associação dos psicotrópicos
(antidepressivos tricíclicos e fenotiazínicos), que proporcionam efeito
analgésico e ansiolítico, estabilizam o humor e promovem alterações na
simbologia da dor.
Dos numerosos métodos terapêuticos, os meios físicos são os mais úteis
para o tratamento da dor. Dentre eles, incluem-se: massoterapia,
termoterapia (calor e frio), eletroterapia, cinesioterapia, administração
transcutânea de agentes farmacológicos por iontoforese, bloqueio da cadeia
simpática através de ultra-som, acupuntura e suas variantes.
Em associação com esses métodos deve haver exercícios de relaxamento
de estruturas tensas ou contraturas e, posteriormente, de métodos de

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fortalecimento muscular por exercícios isométricos ativos livres e de atividades


programadas de terapia ocupacional.
Essas atividades terapêuticas ajudam a reduzir o edema e a inflamação,
melhoram as condições circulatórias, aceleram o processo cicatricial e
relaxamento muscular, reduzem a dor e a incapacidade funcional e estimulam
o sistema analgésico intrínseco, promovendo a liberação de
neurotransmissores supressores da dor, como as endorfinas, encefalinas e
monoaminas (noradrenalinas e serotonina) nas sinapses do sistema nervoso
central. Além de acelerarem a melhora clínica, permitem que se proceda à
redução da dose de medicação analgésica utilizada pelo paciente.
Cumpre ressaltar que geralmente os meios físicos com finalidade
analgésica, quando não associados aos procedimentos reabilitadores globais
descritos acima, não proporcionam melhora expressiva da dor.
O bloqueio da cadeia simpática com anestésicos locais ou outras
formulações visam diminuir o desconforto e propiciar a possibilidade do
emprego de medidas fisioterapêuticas como a cinesioterapia, para recuperação
do trofismo e da amplitude articular da região afetada pela lesão.
As imobilizações não devem ser por períodos prolongados, pois
favorecem o surgimento de síndromes de imobilização caracterizadas pela
atrofia e descalcificação dos segmentos imobilizados, retrações músculo-
tendíneas e ligamentares, limitações da amplitude articular e distrofia
simpático-reflexa. É recomendado o uso de órteses de posicionamento, pois
podem ser periodicamente removidas para adoção de medidas fisiátricas para
manutenção de trofismo e da amplitude articular. As órteses podem ser
constituídas de tecido de lona, neoprene ou tecido elástico em moldes pré-
fabricados, material plástico termomoldável, que são confeccionadas sob
medida para cada caso.

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A cirurgia, quando indicada, só deve ser feita por especialista


habituado a tratar de pacientes portadores de LER e com o diagnóstico
preciso firmado. A grande maioria dos casos tem indicação de tratamento
clínico, e a indicação equivocada de cirurgia poderá prejudicar muito a
evolução, agravando o caso e piorando o prognóstico e reabilitação para
retorno ao trabalho. O especialista deve esclarecer sempre o paciente sobre as
perspectivas positivas e negativas do procedimento, antes de realizá-lo.

20. (FCC – TRT/23 – 2011) O tratamento cirúrgico pode ser


necessário em algumas formas clínicas de LER/DORT que não
apresentaram resultado satisfatório com o tratamento clínico.

Resolução:
A conduta de tratamento inicia-se com um tratamento conservador,
afastando o profissional da atividade de esforço repetitivo, medicação
analgésica e antiinflamatória, fisioterapia, reforço muscular, orientações
preventivas e gerais sobre a organização do trabalho. E, em alguns casos, o
tratamento cirúrgico é indicado.

Gabarito: C

Apoio psicológico torna-se necessário, principalmente para


aqueles pacientes que apresentam componente ansioso-depressivo. Os
pacientes portadores de LER muitas vezes sentem-se pressionados para se
recuperar em curto período de tempo, e isto acarreta insegurança quanto ao
retorno às atividades prévias no trabalho e medo das consequências da
doença, quanto a sua estabilidade no emprego e perspectivas futuras, pois a
LER costuma ocorrer nos indivíduos na fase mais produtiva da vida. A
abordagem dos aspectos psicossociais da LER e do sofrimento mental que cada
paciente apresenta são muito úteis no processo reabilitacional.
Atividades coletivas com os grupos de portadores de LER têm sido
realizadas com bons resultados nos serviços públicos de saúde, permitindo a

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socialização da vivência da doença e da incapacidade, a discussão e reflexão


sobre os temores e dúvidas do paciente em relação à doença e às dificuldades
encontradas no estabelecimento do diagnóstico, tratamento e reabilitação.
A formação de uma equipe multiprofissional, composta por
médicos, enfermeiros, engenheiros, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais, torna-se de
fundamental importância na instituição de tratamento com uma
abordagem mais integral e uniforme.

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Prevenção

Um programa de prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos em uma


empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco. A cada
situação corresponde um conjunto de medidas de controle específicas,
evitando o surgimento e a progressão da doença.
A Norma Regulamentadora 17, do Ministério do Trabalho, estabelece
que compete ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
para avaliar a adaptação das condições laborais às características
psicofisiológicas do trabalhador.

As medidas de controle a serem adotadas envolvem o dimensionamento


adequado do posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as
condições ambientais e a organização do trabalho.
No dimensionamento do posto de trabalho, deve-se avaliar as exigências
a que está submetido o trabalhador (visuais, articulares, circulatórias,
antropométricas etc.) e as exigências que estão relacionadas com a tarefa, ao
material e à organização da empresa. Por exemplo, deve-se adequar o
mobiliário e os equipamentos de modo a reduzir a intensidade dos esforços
aplicados e corrigir posturas desfavoráveis, valorizando a alternância postural.
"Das condições ambientais, sabe-se que o conforto térmico, visual e
acústico favorecem a adoção de gestos de ação, observação e comunicação,
garantindo o cumprimento da atividade com menor desgaste físico e mental, e
maior eficiência e segurança para os trabalhadores".
Quanto à organização do trabalho, deve-se permitir que o trabalhador
possa agir individual e coletivamente sobre o conteúdo do trabalho, a divisão
das tarefas, a divisão dos homens e as relações que mantêm entre si. A
divisão das tarefas vai do seu conteúdo ao modo operatório e ao que é
prescrito pela organização do trabalho.
A Norma Regulamentadora 17 estabelece que nas atividades que exijam
sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e

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membros superiores e inferiores, a partir da análise ergonômica do trabalho,


deve ser observado o seguinte:

o todo sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e


vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
o devem ser incluídas pausas de descanso.

21. (Cespe – STF – 2008) A norma regulamentadora 17 (NR-17)


do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece algumas
condições de trabalho úteis para programas de prevenção das
LER/DORT.

Resolução:
De fato, a norma regulamentadora 17 objetiva estabelecer parâmetros e
diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos operadores
de checkout, visando à prevenção dos problemas de saúde e segurança
relacionados ao trabalho.

Gabarito: C

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22. (Cespe – BRB – 2010) Por definição, LER/DORT engloba


apenas os distúrbios relacionados à região cervical, à cintura
escapular ou aos membros superiores.

Resolução:
A sigla LER significa lesões por esforços repetitivos, sendo também
denominada como distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho -
DORT. São doenças caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema
músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais.
Geralmente são causadas por movimentos reincidentes e contínuos com
consequente sobrecarga dos nervos, músculos e tendões. O esforço excessivo,
má postura, stress, condições desfavoráveis de trabalho também contribuem
para o aparecimento da LER.

Gabarito: E

O resultado do programa de prevenção depende da participação e


compromisso dos diferentes profissionais da empresa: trabalhadores,
supervisores, copeiros, técnicos de serviço de segurança do trabalho, gerentes
e diretores.

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Notificação

A notificação tem por objetivo o registro e a vigilância dos casos de


DORT. Sendo confirmado o diagnóstico de DORT, deve ser emitida a
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), mesmo nos casos que
não acarrete incapacidade laborativa para fins de registro e não
necessariamente para o afastamento do trabalho.

23. (Cespe – STF – 2008) A Comunicação de Acidente de


Trabalho (CAT) somente deve ser emitida nos casos confirmados
de LER/DORT que acarretem incapacidade laborativa e
necessidade de afastamento do trabalho.

Resolução:
Sendo confirmado o diagnóstico de DORT, deve ser emitida a
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), mesmo nos casos que não
acarrete incapacidade laborativa para fins de registro e não necessariamente
para o afastamento do trabalho.

Gabarito: E

Levando-se em consideração a complexidade e a importância do


problema, seria desejável a abordagem do mesmo através de ações coletivas
de todos os agentes envolvidos, desde o próprio segurado, a empresa,
instituições e sindicatos, dentro de suas atribuições tais como:
Pela empresa, médico da empresa ou médico responsável pelo
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). (Portaria
24, de dezembro de 1.994 do MTB)
Considerando que são os responsáveis diretos pela saúde do trabalhador
no aspecto preventivo, e as particularidades que envolvem o presente quadro
clínico, requerendo uma pronta intervenção com a identificação do risco, às
primeiras exposições e às primeiras manifestações sintomáticas:

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o identificar as áreas de risco da empresa, com descrição detalhada dos


postos de trabalho com as tarefas pertinentes a cada função, incluindo a
descrição das ferramentas e ciclos do trabalho tomando por base o
Código Brasileiro de Ocupações - CBO, informar os responsáveis e,
conjuntamente, trabalhar nos aprimoramentos ergonômicos, lembrando
do perfil epidemiológico da doença e, sobretudo, do disposto na NR
7(PCMSO), NR 9 (PPRA) e NR 17 (Ergonomia);
o acompanhar cuidadosamente os trabalhadores submetidos a excesso de
solicitação osteomioligamentar dos membros superiores, procurando
minimizar ou eliminar tal condição;
o aos primeiros sintomas suspeitos, afastar o trabalhador da atividade até
que se estabeleça o diagnóstico correto. Se a causa identificada for
corrigida e o trabalhador tornar-se assintomático em menos de 15 dias,
retorná-lo à função, mantendo-o sob observação e responsabilidade do
coordenador de PCMSO. Se o diagnóstico for firmado e a causa for
ocupacional emitir a CAT para fins de notificação.
o quando da emissão da CAT, o LEM deverá ser preenchido ou anexar
relatório médico equivalente, detalhado, com os exames e laudos já
realizados e informações sobre o processo de trabalho, justificando assim
a relação entre o trabalho e a patologia e oferecendo ao perito
informações úteis para a caracterização das DORT;
o a minimização e a solução do problema serão obtidas pela prática da
ergonomia nos locais e postos de trabalho, que é responsabilidade da
empresa;
o é necessário que nas funções e trabalhos em que haja solicitação
osteomioligamentar, as pessoas sejam treinadas, recebendo
ensinamentos sobre as técnicas corretas de execução das tarefas e
alertando-as sobre as práticas erradas que estejam adotando;
o o médico do trabalho deverá manter atualizados os dados referentes às
condições de saúde do empregado principalmente no que tange as
doenças ocupacionais relacionadas ao excesso de solicitação
osteomioligamentar.

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Tais procedimentos evitarão cronificação de qualquer quadro inicial,


podendo levar, em futuro próximo, a uma diminuição substancial na incidência
e prevalência de tal quadro clínico, comprovando uma ação profissional e ética
dos agentes envolvidos e isentando-os de possíveis repercussões ao nível de
responsabilidades legais.

24. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) Nessa situação clínica,


deve-se dispensar o preenchimento da comunicação de acidente
de trabalho (CAT), por se tratar de uma incapacidade temporária
não reconhecida como acidente do trabalho.

Resolução:
A Lei nº 8.213/91 determina que todo acidente do trabalho ou doença
profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa
em caso de omissão.
Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo
e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele
contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e
epidemiológico, mas também trabalhista e social.

Gabarito: E

Considerando DORT como resultado do desajuste no sistema


homem/trabalho, a atuação preventiva das Delegacias Regionais do Trabalho
DRT, identificando riscos, propondo soluções e aplicando penalizações, tem
importância fundamental na abordagem interinstitucional da questão:

o coordenar a execução das atividades relacionadas com a segurança,


higiene e medicina do trabalho e prevenção de acidentes nas áreas
urbanas e rurais, em âmbito estadual;

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o proporcionar as condições necessárias para os trabalhos de pesquisas


regionais, na área de segurança e saúde do trabalho, nas empresas que
mais contribuem com os índices de acidentes do trabalho;
o designar engenheiro ou médico do trabalho mediante solicitação do
Serviço de Relações doTrabalho, para participar das negociações;
o programar as atividades de inspeção de segurança e saúde do trabalho;
o propor intercâmbio com os órgãos do poder público, entidades privadas,
em nível estadual e municipal, objetivando a elaboração dos programas
de segurança e saúde do trabalho;
o promover métodos capazes de integrar as ações de inspeção de
segurança e saúde do trabalho, no âmbito estadual;
o permutar informações sobre métodos, técnicas e processos utilizados em
matéria de higiene, segurança e saúde do trabalho;
o fornecer dados para a elaboração de normas urbana e rural, sobre
higiene, segurança e medicina do trabalho;
o inspecionar o cumprimento das normas regulamentadoras de segurança
do trabalho;
o orientar e supervisionar a alimentação do trabalhador, bem como
levantar as condições de alimentação nos estabelecimentos;
o realizar o cadastramento das empresas inspecionadas, com anotações
das notificações, infrações e perícias, bem como, elaborar quadros
estatísticos;
o acompanhar as atividades de inspeção de segurança e saúde do
trabalho;
o analisar e registrar a documentação referentes as normas relativas à
higiene, segurança e saúde do trabalho;
o colaborar nas Campanhas de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
o propor medidas corretivas para as distorções identificadas na execução
dos programas e ações;
o propor adequação dos procedimentos administrativos, segundo critérios
de funcionalidade, simplificação e produtividade;

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o cadastrar as CIPAs, SESMTs, caldeiras e cursos de treinamento


referentes à higiene, à segurança e à saúde do trabalho. Com a adoção
dessas medidas, a DRT estará colaborando efetivamente na melhoria das
relações homem/trabalho.

25. (Cespe – INSS – 2008) Os afastamentos por DORT não


podem ser considerados acidentes do trabalho, já que tais
distúrbios ainda não são reconhecidos como doenças
ocupacionais pela previdência social.

Resolução:
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Gabarito: E

Considerando o segurado como centro de atenção em matéria da relação


indivíduo/trabalho e principal interessado na prevenção dos riscos e na
manutenção da saúde do trabalhador, este deverá:

o procurar imediata atenção médica ao sentir qualquer sintoma de


anormalidade em sua saúde como, por exemplo, dor persistente no
membro superior;
o cumprir o tratamento clínico prescrito e atender com presteza às
solicitações do médico-assistente;
o sabendo do risco à sua atividade, evitar outras exposições concomitantes
e horas-extras, obedecendo às determinações emanadas de acordos
coletivos e/ou dissídios, quanto ao seu limite de horário de trabalho e
observar as normas de segurança da empresa, acatando as medidas de
proteção;

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o descrever com detalhes e precisão suas atividades na empresa e fora


dela;
o acatar todas as determinações do INSS, para fins de benefícios
previdenciários.

O segurado deverá conscientizar de que a manutenção e a recuperação


de sua saúde dependem de sua efetiva colaboração em todos os níveis de
atenção à saúde do trabalhador.
Considerando a necessidade de atender prontamente à concessão de
benefício por incapacidade laborativa, quando justa, e à necessária
preocupação com os aspectos preventivos, o INSS deverá:

o capacitar e conscientizar a perícia médica para o estabelecimento de


critérios uniformes para reconhecimento de doenças ocupacionais e
avaliação das incapacidades laborativas;
o agilizar as medidas necessárias para recuperação e/ou reabilitação
profissional nos casos pertinentes, evitando a cronificação das lesões,
com ônus desnecessários ao sistema securitário e seus segurados;
o reconhecer que um dos principais fatores contributivos para o
aparecimento desses quadros é a inadequação do sistema e dos métodos
de trabalho, podendo ser decorrentes do descumprimento das
determinações contidas na NR-17, NR-9 e NR-7, e fazer gestões para
reverter tal situação;
o desmistificar as DORT e orientar o segurado e a empresa quanto às suas
responsabilidades decorrentes de benefícios indevidos, motivados por
fatores extradoença incapacitante, evitando direcionamento para doença
incurável;
o evitar o ônus decorrente de diagnósticos imprecisos e mal conduzidos
que levam à extensão do benefício acidentário para doenças que fogem à
natureza desta questão;

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o exigir o correto preenchimento das documentações encaminhadas para o


INSS, especialmente o campo referente às informações médicas do LEM
ou relatório médico circunstanciado;
o estabelecer gestões para corrigir distorções existentes no fluxo dos
encaminhamentos de segurados para o sistema;
o garantir o direito a recurso dentro dos prazos legais estabelecidos;
o fiscalizar o cumprimento das medidas preventivas recomendadas;
o realizar as ações regressivas pertinentes.

Com a adoção dessas medidas, o INSS estará contribuindo de forma


efetiva à integração dos agentes e instituições envolvidos na saúde do
trabalhador.

É importante a presença atuante da representação sindical, em


defesa de seus associados, no aprimoramento das relações capital trabalho,
priorizando o bem-estar e a integridade do seu elemento mais nobre, o ser
humano, através das melhorias nas condições de trabalho:

o ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos e


individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;
o é assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Atuando mais efetivamente nos aspectos voltados ao cumprimento de


medidas preventivas pelas empresas na questão da saúde do trabalhados, o
sindicato estará colaborando na mudança das relações homem x trabalho.

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Considerando a natureza e a importância dos aspectos de vigilância e


controle em matéria de saúde no trabalho e o pronto atendimento nos casos
acometidos pela doença, e em busca do restabelecimento, o mais breve
possível, das condições de saúde do trabalhador, à Direção Nacional do
Sistema de Saúde - SUS compete:

o participar na formulação e na implementação de políticas:


o de controle das agressões ao meio ambiente;
o de saneamento básico;
o relativas às condições e ambientes do trabalho.
o - definir e ordenar os sistemas:
o de vigilância epidemiológica;
o vigilância sanitária;
o participar das definições das normas e mecanismos de controle, com
órgãos afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que
tenham repercussão na saúde humana;
- participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das
condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do
trabalhador;
o - coordenar e participar na execução das ações de vigilância
epidemiológica;
o - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do
exercício profissional, bem como com entidades representativas de
formação de recursos humanos na área de saúde;
o - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios para o aperfeiçoamento de sua atuação institucional

o - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para


Municípios, de serviços e ações de saúde, respectivamente, de
abrangência estadual e municipal;
o - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde,
respeitadas as competências estaduais e municipais.

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o - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em


cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

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Questões Resolvidas

1. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) Para fins previdenciários, é


valorizada e avaliada pelo médico a incapacidade laborativa ou a
incapacidade para o trabalho.

2. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) O atestado médico de


incapacidade para o trabalho, apresentado por um trabalhador
segurado pela previdência social, serve apenas para justificar
seu afastamento do trabalho pelo tempo que o médico solicitar, o
que justifica suas faltas nos primeiros 45 dias, período em que a
empresa pagará o salário ao funcionário.

A respeito de perícia médica, julgue os itens subsequentes.

3. (Cespe – TRE/PR – 2009) A perícia médica, atualmente


reconhecida como área de atuação médica, pode ser exercida por
profissionais de todas as especialidades médicas.

4. (Cespe – TRE/PR – 2009) Os exames médico-periciais de


servidores públicos devem ser sempre realizados por junta
médica de, no mínimo, três profissionais, devendo ser
preenchido o laudo de exame médico pericial.

5. (Cespe – TRE/PR – 2009) O laudo de exame médico pericial é um


documento utilizado para fins administrativos, por isso os
diagnósticos nele constantes devem estar sempre codificados,
não devendo ser escritos por extenso.

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6. (Cespe – TRE/PR – 2009) Quando for emitido atestado para


perícia médica por solicitação do paciente, o documento deverá
registrar o diagnóstico, os resultados dos exames
complementares, a conduta terapêutica, o prognóstico e o
provável tempo de repouso estimado necessário para a sua
recuperação.

A perícia é conceituada como o meio de prova realizada por técnicos ou


doutos, promovida por autoridade judicial ou policial e que tem por fim
esclarecer a justiça acerca de fato de natureza duradoura ou permanente.
Quando, na perícia, há uma questão médica, ocorre a chamada perícia médica,
feita pelo perito médico - que deve sempre ter em mente os aspectos éticos
envolvidos nessa atividade. Acerca desse tema, julgue os itens que se seguem.

7. (Cespe – STF – 2008) O exame médico pericial, que tem como


um dos seus objetivos essenciais avaliar a capacidade de
trabalho do trabalhador, às vezes é realizado sem a colaboração
do periciado.

8. (Cespe – BRB – 2010) O médico do trabalho deve estar atento às


diversas implicações de natureza ética, de responsabilidade civil
e de responsabilidade penal envolvidos na emissão e na
assinatura de um atestado de saúde ocupacional (ASO).

9. (Cespe – STF – 2008) A síndrome de LER/DORT caracteriza-se


por dor, parestesia, fadiga e sensação de peso, de surgimento
insidioso e relacionadas ao trabalho que ocorrem de forma
concomitante ou não, geralmente nos membros superiores (mas
também podem ocorrer nos membros inferiores).

10. (Cespe – FUB – 2011) Uma das características básicas dos


casos de LER/DORT é o acometimento tanto dos membros
superiores quanto dos inferiores.
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11. (Cespe – Correios – 2011) Dor aguda e contínua,


acompanhada de sensação de desconforto, peso ou
formigamento, é o sintoma inicial de LER/DORT.

12. (Cespe – TRE/PR – 2011) São exemplos de manifestações


clínicas associadas a LER/DORT: dor espontânea ou associada à
movimentação passiva, ativa ou contrarresistência; sensação de
fraqueza; cansaço; diminuição, perda ou aumento de
sensibilidade; e dificuldade para o uso dos membros,
especialmente as mãos.

13. (Cespe – TRE/AL – 2004) As lesões por esforços repetitivos


(LER) ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho
(DORT) são doenças do trabalho que acometem tendões,
articulações, músculos, nervos, fáscias e ligamentos e que
podem causar incapacidades e trazer consequências
socioeconômicas significativas.

14. (Cespe – Correios – 2011) A invariabilidade da tarefa está


entre os fatores de risco para LER/DORT.

15. (Cesgranrio – Petrobras – 2011) Diversos são os fatores de


risco que predispõem ao aparecimento de Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), tais como
fatores organizacionais e biomecânicos. Esses fatores
apresentam como características moduladoras, que
potencializam o risco, a intensidade, a frequência e a duração.

16. (Cespe – FUB – 2011) Assim como os fatores ergonômicos,


os aspectos mentais, psicológicos e sociais contribuem para o
aparecimento, manutenção e(ou) mesmo perpetuamento dos
casos de DORT.
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Considerando que, em decorrência de mudanças no mundo do trabalho e


no modo de trabalhar, sugiram doenças como as classificadas como Lesão por
Esforço Repetitivo (LER) e(ou) Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho (DORT), julgue os itens que se seguem.

17. (Cespe – Correios – 2011) Fatores como sentimento de


rejeição, isolamento social e agravamento de patologia são
comuns em caso de reinserção do trabalhador em novas
atividades laborais.

18. (Cespe – TRE/PR – 2011) As exigências cognitivas


envolvidas no trabalho, por causarem aumento da tensão
muscular ou reação mais generalizada de estresse, são
consideradas fatores de risco para LER/DORT.

19. (Cespe – FUB – 2011) De acordo com dados estatísticos, os


casos de LER/DORT, resultantes de fatores multicausais, são
mais frequentes em trabalhadores idosos do sexo feminino.

20. (FCC – TRT/23 – 2011) O tratamento cirúrgico pode ser


necessário em algumas formas clínicas de LER/DORT que não
apresentaram resultado satisfatório com o tratamento clínico.

21. (Cespe – STF – 2008) A norma regulamentadora 17 (NR-17)


do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece algumas
condições de trabalho úteis para programas de prevenção das
LER/DORT.

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22. (Cespe – BRB – 2010) Por definição, LER/DORT engloba


apenas os distúrbios relacionados à região cervical, à cintura
escapular ou aos membros superiores.

23. (Cespe – STF – 2008) A Comunicação de Acidente de


Trabalho (CAT) somente deve ser emitida nos casos confirmados
de LER/DORT que acarretem incapacidade laborativa e
necessidade de afastamento do trabalho.

24. (Cespe – Banco da Amazônia – 2010) Nessa situação clínica,


deve-se dispensar o preenchimento da comunicação de acidente
de trabalho (CAT), por se tratar de uma incapacidade temporária
não reconhecida como acidente do trabalho.

25. (Cespe – INSS – 2008) Os afastamentos por DORT não


podem ser considerados acidentes do trabalho, já que tais
distúrbios ainda não são reconhecidos como doenças
ocupacionais pela previdência social.

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Gabarito

1. C
2. E
3. E
4. E
5. E
6. C
7. C
8. C
9. C
10. C
11. E
12. C
13. C
14. C
15. C
16. C
17. C
18. C
19. E
20. C
21. C
22. E
23. E
24. E
25. E

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