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Dos ventos da noite fiz furacões que arrastaram cada pedaço de palavra
pensada para bem longe. Fiz do mato trançado telhado, das gotas do orvalho sangue,
e do som dos pássaros meu canto. Chorei a dor de almas penadas, cantei as mágoas
arrastadas, presas na garganta de pessoas simples, de putas fingidas e fadas.
Longe e perto, sempre errado e nunca certo, criei meu mundo às avessas,
produzi dúvidas e certezas, e pedi por dias melhores. Meus olhos tornaram-se
vermelhos, tão secos e amargos que já não choravam, sequer olhavam, apenas
preenchiam os espaços existentes em meu rosto.