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Concepção de Instalações Eléctricas

SADI
José Rui Ferreira

Setembro 2000

CIE (BT) - 5º Ano Energia


SADI Sistema
-

Automático de
Detecção de
Incêndios
CIE (BT) - 5º Ano Energia
Índice
- Introdução

- Equipamento

- Concepção da instalação

- Instalação eléctrica
CIE (BT) - 5º Ano Energia
1.1 O que é o SADI?
SADI - Sistema Automático de Detecção de Incêndios tem
por objectivo assinalar o mais cedo possível o eclodir de um
incêndio, a fim de permitir a implementação de medidas
adequadas de luta contra o incêndio.

A eficácia do sistema de detecção automática depende


essencialmente da rapidez e da fiabilidade do tempo
de alarme

CIE (BT) - 5º Ano Energia


1.2 Campo de Aplicação
A presente regra aplica-se às instalações eléctricas fixas de
um sistema de detecção automática, compostas por detectores
pontuais de incêndio e destinadas a ser aplicadas nas
construções

Desde que o SADI seja destinado a comandar o


funcionamento de uma instalação fixa de extinção ou de
qualquer outra protecção de incêndio, o mesmo tem de
responder e respeitar as recomendações que se apliquem a
tais instalações.

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1.3 Descrição de um SADI
A- Detector automático de incêndio
B- Central de comando
C- Dispositivo de desencadeamento do
C alarme
A D- Botoneira de alarme
E F E- Dispositivo de transmissão de alarme
B F- Dispositivo de recepção de alarme
D G H G- Dispositivo de transmissão de sinais de
avaria
L´ L H- Dispositivo de recepção de sinais de
avaria
L- Alimentação eléctrica no quadro de
sinalização
L´- Alimentação eléctrica fora do quadro
de sinalização
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1.4 Falsos Alarmes
Como evitar falsos alarmes?
- O alarme só é dado quando dois detectores pertencentes a
circuitos de detecção diferentes forem accionados
- Uma sinalização de alarme não é imediatamente dada:
- A grandeza medida deve exceder durante um certo
tempo o valor de reacção do detector antes do
desencadear do sinal de alarme
- O detector deve dar, num intervalo de tempo, dois
ou mais sinais
- A transimissão do alarme ao dispositivo de
recepção deve ser temporizada
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1.5 Fontes de Alimentação

A energia para a instalação deve ser fornecida pela


rede pública e por um acumulador alternativo. Em
caso de avaria da rede o acumulador deve
assegurar a alimentação da instalação durante um
certo tempo.

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2. Equipamento
- Detectores automáticos

- Botoneiras de alarme

- Central de comando

- Dispositivos de accionamento do alarme

- Dispositivos de transmissão do alarme

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2.1 Detectores Automáticos
Os detectores automáticos têm como princípio de funcionamento a
medição de uma grandeza característica. Os detectores podem ser
divididos em três grupos:

- Detectores de Calor
- Detectores de Fumos
- Detectores de Chamas

Todos os detectores, para que possam ser reconhecidos, devem ter


sido ensaiados segundo metodologia pré-definida.

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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Calor (detectores térmicos)
São apropriados para locais:
- De humidade do ar ≥ 95%
- Onde se preveja que o incêndio não liberte fumo
- Onde existe forte risco de engorduramento
- Onde se desenrolam trabalhos que libertam fumo ou vapor
- Laboratórios com altura ≤ 3 m
- Cozinhas
- Salas de restaurantes onde os pratos são preparados junto às mesas
- Aquecedores com combustíveis sólidos
- Aquecedores a óleo pesado (altura < 7.5 m)
- Aquecedores a óleo leve (altura < 3m)
- Pequenas garagens/dependências para estacionamento de veículos de
motor de combustão
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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Calor (detectores térmicos)
Não são apropriados para locais:
- Com altura >7.5 m
- Onde se prevejam fogos lentos e encobertos
- Onde, face aos riscos, a detecção precoce é necessária

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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Fumos
Detectores iónicos de fumos
Não são apropriados para locais:
- De humidade do ar > 95%
- Onde se preveja grandes correntes de ar
- Onde existe forte risco de engorduramento (matérias gordas ou
húmidas)
- Onde existe pó excessivo
- Onde se desenrolam trabalhos que libertam vapores e gases
- Onde se desenrolem trabalhos de soldadura, brasido
- Onde existam fornos de fundição ou forjas sem dispositivo eficaz de
evacuação de fumos

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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Fumos
Detectores iónicos de fumos (cont.)
Não são apropriados para locais:
- Onde existam trabalhos mecânicos ou transformações de
matérias sintéticas em locais com altura < 4m
- Laboratórios com altura ≤ 3 m (bico de Bunsen)
- Cozinhas
- Salas de restaurantes com altura < 4m e área < 100 m2
- Aquecedores com combustíveis sólidos
- Aquecedores a óleo pesado (altura < 7.5 m)
- Aquecedores a óleo leve (altura < 3m)
- Pequenas garagens/dependências para estacionamento de
veículos de motor de combustão
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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Fumos
Detectores ópticos de fumos
São apropriados para locais:
- Com protecção mista para riscos eléctricos (iónicos + ópticos)
- Caracterizados por uma velocidade de ar muito grande

Não são apropriados para locais:


- Onde em caso de incêndio se liberte fumo negro

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2.1 Detectores Automáticos
Detectores de Chamas
São apropriados para:
- A detecção de incêndios sem fumo
- Locais contendo materiais directamente inflamáveis e em que a
altura é > 6m
- Locais com altura até 30m.

Não são apropriados para locais onde se pode esperar:


- Um desenvolvimento de incêndios sem formação de chamas
- Uma forte libertação de fumos antes da formação das chamas
- Um engorduramento dos elementos ópticos dos detectores
- Que a visibilidade seja obstruída
- Influências perturbadoras que não se possam anular ( ex. reflexões)
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2.2 Botoneiras de Alarme
- Os avisadores não automáticos designados por botoneiras de
alarme (accionados manualmente) devem respeitar as
prescrições e normas nacionais.

- As botoneiras devem ser facilmente e sem risco de erro


reconhecidas como avisadores de incêndio

- As botoneiras devem encontrar-se munidas de um dispositivo


de protecção que impeça o accionamento abusivo dos
dispositivos de alarme

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2.3 Central de Comando
As Centrais de Comando compreendem dispositivos que
recebem, controlam, registam e transmitem os sinais dos
detectores que a ele estão ligados antes do accionamento dos
dispositivos de alarme.

A Central de Comando deverá estar de acordo com a norma


Europeia EN-54 2ª parte

Convirá instalar a Central de Comando em local resistente ao


fogo e tanto quanto possível:

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2.3 Central de Comando
Convirá instalar a Central de Comando em local resistente ao
fogo e tanto quanto possível:

- Vigiado por detectores automáticos de incêndio


- Situado nas proximidades dos acessos principais ou do
que é normalmente utilizado pelos bombeiros, de
preferência no piso térreo e acessível em qualquer
momento
- Convenientemente protegida contra as eventuais
consequências da actividade exercida no local
- Sinal óptico de informação da transmissão do alarme
aos bombeiros
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2.3 Dispositivos de Accionamento
O alarme é dado por dispositivos sonoros e/ou luminosos
- Os dispositivos sonoros podem ser constituídos, por
exemplo, por uma campainha, um besouro, uma
sirene, emitindo um sinal intermitente ou contínuo
- Os dispositivos luminosos podem consistir em
lâmpadas ou aparelhos emitindo luz contínua ou
intermitente
Os dispositivos de accionamento não devem exercer influência
negativa no funcionamento da instalação de detecção automática
Os dispositivos de accionamento devem responder às normas
Europeias EN54 - 3ª parte
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2.4 Dispositivos de Transmissão
Os dispositivos de transmissão servem para transmitir os sinais de
alarme de incêndio, os de avaria e ainda os que indicam a
operacionalidade do sistema

Devem possuir um nível elevado de fiabilidade e não deve ser


necessário mais de 10 a 15 segundos, no pior dos casos, para
transmitir o sinal.

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3. Concepção da Instalação
Um SADI deve aplicar-se à totalidade da área da unidade de
risco que se pretende proteger, entendendo-se por unidade de
risco o conjunto dos edifícios, instalações e/ou equipamentos
efectivamente segregado de quaisquer outros edifícios, …., por
uma distância de separação não inferior a 10 m, ou por
elementos de construção garantidamente corta-fogo 2 horas, no
mínimo.

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3. Concepção da Instalação
A detecção total implica sempre que possível a vigilância
específica de certos locais:
- Caixas de ascensor
- Condutas horizontais e verticais de cabos eléctricos
- Instalações de climatização e ventilação
- Condutas horizontais de matérias primas e de
desperdícios e respectivos colectores
- Espaços esconsos acima dos tectos falsos e abaixo
dos ….
- Zonas criadas por anteparas e painéis distantes pelo
menos 300 mm entre si
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3. Concepção da Instalação
Podem ser isentos de protecção:
- Os locais sanitários
- Os abrigos anti-aéreos
- Os cais desprovidos de pára-ventos
- Os locais protegidos por uma instalação de extintores
automáticos
- Os espaços esconsos acima dos tectos falsos e abaixo
dos ..., desde que não contenham materiais combustíveis
ou desde que a altura seja inferior a 0.8 m e que sejam
compartimentados com materiais incombustíveis em
secções de menos de 10m ….
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3. Concepção da Instalação
A área de vigilância protegida pode ser dividida em zonas de
detecção. As zonas de detecção devem ser delimitadas e
sinalizadas de tal forma que seja possível localizar rápida e
seguramente um incêndio.

Vários compartimentos vizinhos não podem pertencer ao mesmo


sector a não ser que:
o nº de compartimentos ≤ 5 e a área total ≤ 400 m2
o nº de compartimentos ≤ 10 e a área total ≤ 1000 m2 , desde
que junto aos acessos existam avisadores ópticos de alarme

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3. Instalação Eléctrica
A cablagem da detecção automática deve ser diferente da cablagem
utilizada para outros fins e deve ser perfeitamente identificável.

Os cabos devem ter características apropriadas tendo em vista a


queda de tensão. O diâmetro mínimo aceitável é 0.75 mm

Deve utilizar-se um circuito em anel em que o condutor não seja


cortado

Os cabos devem atravessar apenas zonas vigiadas por detectores e


devem ser protegidos de forma que em caso de incêndio os danos
sofridos sejam mínimos
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