Você está na página 1de 71

0

UNIVERSIDADE POTIGUAR
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E AÇÃO COMUNITÁRIA
CURSO DE FARMÁCIA

ADRIELE CARLA SILVA SANTOS


DENISE GOMES DE MEDEIROS

ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DE IPOMOEA ASARIFOLIA


(DERS.) ROEM. & SCHULT. (CONVOLVULACEAE)

NATAL
2011
1

ADRIELE CARLA SILVA SANTOS


DENISE GOMES DE MEDEIROS

ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DE IPOMOEA ASARIFOLIA (DERS.) ROEM. &


SCHULT. (CONVOLVULACEAE)

Monografia apresentada à Universidade


Potiguar- UnP, como parte dos requisitos
para obtenção do grau de Bacharel em
Farmácia.

ORIENTADOR: Prof Dr Cyprianao Gal-


vão da Trindade Neto.
CO-ORIENTADORA: Profª Drª Rosélia
de Sousa Leal

NATAL
2011
2

ADRIELE CARLA SILVA SANTOS


DENISE GOMES DE MEDEIROS

ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DA IPOMOEA ASARIFOLIA (DERS.) ROEM. &


SCHULT. (CONVOLVULACEAE)

Monografia apresentada à Universidade


Potiguar- UnP, como parte dos requisitos
para obtenção do grau de Bacharel em
Farmácia.

Aprovado:____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof Dr Cyprianao Galvão da Trindade Neto
Orientador
Universidade Potiguar – UNP

_________________________________________
Profª Drª Rosélia de Sousa Leal
Universidade Potiguar – UNP

________________________________________
Profª Márcia Fernanda Silva Macêdo
Universidade Potiguar – UNP
3

Dedicamos a Deus, pela força que nos deu para continuarmos nas ocasiões que
quisermos fracassar, a coragem, a paciência e o equilíbrio que é preciso para con-
quista os ideais.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família em especial meu pai, Marcos Aurelio, que me in-
centivou a lutar e nunca desistir, e minhas avós, Maria Conçeição e Maria Aulina,
que me ajudaram quando precisei, a minha mãe, Sandra Sayonara que confiou em
minha capacidade, a meu irmão, Saulo Henrique, que sempre se orgulhou da minha
escolha.
Agradeço as pessoas, que me ajudaram a realizar algumas tarefas e que a-
companharam minha caminhada e sempre tiveram do meu lado, me apoiando e a-
creditando na minha jornada.

Adriele Carla Silva Santos


5

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida e por sempre iluminar os meus caminhos, estando
presente nos momentos felizes e estendendo a m
Aos meus pais, pelo incentivo e apoio incondicional.
À Professora Doutora Rosélia de Sousa Leal, minha orientadora, expresso a
minha gratidão pelos ensinamentos transmitidos, incentivo, apoio e amizade que
sempre me demonstrou.
Ao Professor Doutor Cypriano Galvão Trindade Neto, agradeço o apoio de-
monstrado durante a realização deste trabalho.
À Professora Maria das Dores Melo e à Joana pela identificação e aspectos
botânicos.
À Professora Carla pela disponibilização das cepas ATTCs.
À Raíssa, agradeço a colaboração prestada durante os ensaios da atividade
antimicrobiana.
A todos do Laboratório de Química, agradeço a colaboração e a amizade du-
rante a realização dos testes fitoquímicos.
Aos médicos e funcionários do Hospital Veterinário Pequenos Animais, agra-
deço a amizade, companhia e simpatia demonstradas nos meus plantões.
Aos meus amigos distantes... Amigos que nem o tempo e nem a distância me
deixam esquecer.

Denise Gomes Medeiros


6

Os nossos pais amam-nos porque somos


seus filhos, é um fato inalterável. Nos momen-
tos de sucesso, isso pode parecer irrelevante,
mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um
consolo e uma segurança que não se encon-
tram em qualquer outro lugar.
7

RESUMO

A Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem. & Schult, é uma planta da família Convolvulace-
ae, sendo popularmente conhecida como salsa da praia. As suas folhas são utiliza-
das na medicina popular em banho e lavagens, a fim de tratar dermatites, escabiose,
sífilis e úlceras externas. A utilização milenar de plantas no tratamento de doenças,
inclusive infecciosas, tem estimulado cada vez mais a busca em vegetais de subs-
tâncias com atividade farmacológica. Os vegetais são uma excelente fonte para ob-
tenção de novos fármacos, por terem uma diversidade molecular muito superior à-
quela derivada de produtos sintéticos, justificando o interesse científico no que con-
cerne às suas variadas propriedades medicinais. Este trabalho tem por objetivo iden-
tificar e avaliar os metabólitos secundários, a fim de comprovar suas possíveis ativi-
dades farmacológicas e sua utilidade em produtos farmacêuticos, além de analisar a
atividade antimicrobiana dos extratos. Para tanto, foram realizados testes fitoquími-
cos para identificação de fenóis, taninos, antrocianinas, antocianidinas, flavonoides,
leucoantocianidinas, catequinas, flavanonas, flavonóis, flavononas, flovononóis,
xantonas, esteroides, triterpenóides, saponinas, ácidos fixos fortes, resinas, alcalói-
des, bases quaternárias de amônio, separação dos ácidos fracos e fenóis, quinonas,
antranóis e agliconas flavonoides. No extrato analisado, pode-se identificar a pre-
sença de alcalóides, resinas, bases quaternárias de amônio, taninos e saponinas
justificando assim sua utilização popular como agente cicatrizante, antiinflamatório,
anti-séptico e paraticida. No teste microbiológico não foi identificada atividade anti-
microbiana frente aos microrganismos testados (Candida albicans; Staphylococcus
aureus e Escherichia coli).

Palavras-chave: Ipomoea asarifolia, Convolvulaceae, salsa da praia.


8

ABSTRACT

The Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem. & Schult is a plant of the Convolvulaceae fami-
ly, popularly known as “salsa da praia”. Its leaves are used in popular medicine in the
bathroom and washing, to treat dermatitis, scabies, syphilis and external ulcers. The
historic use of plants in the treatment of diseases, including infectious diseases, has
stimulated the search for increasingly in plant substances with pharmacological activ-
ity. Vegetables are an excellent source for obtaining new drugs, because
your molecular diversity by having a much higher than that derived from synthetic
products, which justifies the scientific interest with respect to its many medicinal
properties. This study aims to identify and assess the secondary metabolites in order
to establish their possible pharmacological activities and its use in pharmaceuticals,
in addition to examining the antimicrobial activity of extracts. For this purpose, tests
were performed to identify phytochemicals how to phenols,
nins, antrocianinas, anthocyanidins, flavonoids, leucoantocianidinas,
catechins, flavanones, flavonols, flavanonesflovononóis, xanthones,
oids, triterpenoids, saponins, fixed strong acids, resins,
loids, quaternary bases ammonium, separation of weak acids and phenols, quinines
and flavonoids aglycones. For the extract analyzed, can identify the presence
of alkaloids, resins, quaternary ammonium bases, tannins and saponins justifying its
use as a popular healing agent, anti-inflammatory, antiseptic and parasiticide activi-
ties. In the microbiological test was not identified antimicrobial activity
against the tested microorganisms (Candida albicans, Staphylococcus aureus
and Escherichia coli).

Key words: Ipomoea asarifolia, Convolvulaceae, “salsa da praia”.


9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Uma das espécies da família Convolvulaceae................................. 26


Figura 2: Distribuição geográfica da família Convolvulaceae......................... 27
Figura 3: Mapa com a localização da Praia do Forte - Natal – RN................. 33
Figura 4: Local da coleta da Ipomoea asarifolia, na Praia do Forte, Natal –
RN.................................................................................................................... 34
Esquema 1: Prospecção analítica para o extrato hidroalcoólico de Ipomoea
asarifolia.......................................................................................................... 39
Figura 5: Proveta com 100 mL de extrato hidroalcoólico............................... 40
Figura 6: Extrato hidroalcoólico no rotaevaporator em banho Maria com
movimentação de rotação e contínua.............................................................. 41
Figura 7: Discos de papel feltro após autoclave............................................ 42
Figura 8: Impregnação dos discos de papel feltro no extrato concentra-
do..................................................................................................... 43
Figura 9: Alça calibrada com o microorganismo em solução salina (Escala
Mac Farland 0,5).............................................................................................. 44
Figura 10: Semeadura do inóculo na placa de Petri........................................ 45
Figura 11: Semeadura do inóculo na placa de Petri com a deposição do
disco de papel feltro impregnado com o extrato concentrado......................... 46
Figura 12: Após 24 horas em estufa bacteriológica, não foi observado halo
de inibição........................................................................................................ 46
Quadro 1: Considerações gerais sobre Ipomoea asarifolia Ipomoea (Desr.)
Roem. & Schult (Convolvulaceae)................................................................... 47
Figura 13: Fotografia da excicata de Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. &
Schult (Convolvulaceae).................................................................................. 48
Figura 14: Teste positivo para taninos flobabênicos apresenta coloração
verde com precipitado escuro.......................................................................... 50
Figura15:Estrutura molecular do fenol............................................................. 50
Figura16: Estrutura molecular de um tanino.................................................... 51
Figura 17: Estrutura molecular antocianidinas................................................. 51
Figura 18: Estrutura molecular da catequina................................................... 52
Figura 19: Estrutura molecular da flavanona................................................... 52
Figura 20: Estrutura molecular da Xantona..................................................... 53
10

Figura 21: Tubos de ensaio com os sete testes realizados em sequência da


esquerda para direita, sendo positivo o primeiro teste (tanino flobabênico).... 53
Figura 22: Estrutura molecular do triterpenóide............................................... 54
Figura 23: Estrutura molecular da saponina.................................................... 55
Figura 24: Teste positivo par saponina, presença de espuma persistente
abundante (colarinho)...................................................................................... 55

Figura 25: Estrutura molecular da resina......................................................... 56


Figura 26: Teste positivo para resina, presença de precipitado floculoso por 57
agitação ou aquecimento.................................................................................
Figura 27: Estrutura molecular dos alcalóides................................................. 58
Figura 28: Estrutura molecular de base quaternária........................................ 58
Figura 29: Estrutura molecular da quinona...................................................... 59
11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Rastreio da atividade antimicrobiana: microorganismos utiliza-


dos.......................................................................................................... 42
Tabela 2: Resultado do perfil fitoquímico para o extrato hidroalcoólico da
Ipomoea asarifolia............................................................................................ 60
12

LISTA DE SIGLAS

OMS Organização mundial de saúde


ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
SNC Sistema Nervoso Central
CIM Concentração Inibitória Mínima
13

LISTA DE SÍMBOLOS

% Por cento
mg Miligrama
mL Mililitro
µg Micrograma
µl Microlitro
ºC Grau Celsius
14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 16
2 HISTORICO.................................................................................................. 18
2.1 ABORDAGEM GERAL SOBRE PLANTAS MEDICINAIS.......................... 18
2.2 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE ETNOBOTÂNICA.................................... 20
2.3 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE ETNOFARMACOLOGIA......................... 22
2.4 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE FITOQUÍMICA........................................ 23
2.4.1 Conceito e Informações Gerais........................................................... 23
2.4.2 Coleta e Identificação Botânica........................................................... 24
2.4.3 Secagem do Material Vegetal............................................................... 24
2.4.4 Solução Extrativa do Material Vegetal................................................ 24
2.4.4.1 Generalidades.................................................................................... 24
2.4.4.2 Finalidade........................................................................................... 25
2.4.4.3 Extração por Maceração.................................................................... 25
2.5 A FAMÍLIA CONVOLVULACEAE.............................................................. 25
2.5.1 Descrição Botânica............................................................................... 26
2.5.2 Distribuição Geográfica........................................................................ 27
2.5.3 Classes de Metabólitos que ocorrem na Família Convolvulaceae... 27
2.6 O GÊNERO IPOMOEA.............................................................................. 29
2.7 A ESPÉCIE IPOMOEA ASARIFOLIA........................................................ 29
2.8 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS................... 30
3 METODOLOGIA........................................................................................... 32
3.1 MATERIAL VEGETAL................................................................................ 32
3.1.1 Origem do Material Vegetal.................................................................. 32
3.1.2 Identificação Botânica.......................................................................... 34
3.1.3 Preparação da Solução Extrativa........................................................ 35
3.2 TRIAGEM FITOQUÍMICA.......................................................................... 35
3.3 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA................................................................ 39
3.3.1 Obtenção do Extrato Concentrado...................................................... 39
3.3.2 Material Biológico................................................................................. 41
3.3.3 Confecção dos Discos de Papel Feltro............................................... 42
3.3.4 Impregnação do Extrato nos Discos de Papel Feltro........................ 42
3.3.5 Preparo das Placas e Meio de Cultura................................................ 43
15

3.3.6 Preparo das Suspensões Microbianas e Inoculo.............................. 43


3.3.7 Semeadura nas Placas......................................................................... 44
3.3.8 Deposição da Substância em Teste nas Placas Semeadas.............. 45
3.3.9 Aferição dos resultados....................................................................... 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 47
4.1 CONSIDERAÇÕES ETNOBOTÂNICAS DA IPOMOEA ASARIFOLIA..... 47
4.2 ABORDAGEM FITOQUÍMICA................................................................... 49
4.3 ABORDAGEM DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
...................................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 61
5 CONCLUSÃO............................................................................................... 63
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 64
16

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento e o uso popular de plantas medicinais simbolizam muitas ve-


zes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. Sendo
fundamentada no acúmulo de informações repassadas oralmente através de suces-
sivas gerações. Ainda hoje nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas gran-
des cidades brasileiras, plantas medicinais são comercializadas em feiras livres,
mercados populares e encontradas em quintais residenciais. As observações popu-
lares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais contribuem de forma relevante
para a divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais (MACIEL et al, 2002b).
No Brasil, a exploração de recursos genéticos de plantas medicinais está re-
lacionada, em grande parte, à coleta extensiva e extrativa do material silvestre. A
população brasileira de um modo geral guarda um saber significativo a respeito de
métodos alternativos de cura das doenças mais frequentes. As informações da me-
dicina popular são de extrema importância quando se procura obter substâncias ati-
vas de plantas.
Dados da literatura revelam que é muito mais provável encontrar atividade
biológica em plantas orientadas pelo seu uso popular do que em plantas escolhidas
ao acaso. Como a constituição química, na maioria dos casos, difere significativa-
mente em relação às distintas partes das plantas, parece mais provável estudar ini-
cialmente aquela empregada na medicina popular e, posteriormente, as outras par-
tes, que também podem conter princípios ativos. Aproximadamente 75% dos com-
postos puros naturais empregados em indústria farmacêutica foram isolados seguin-
do recomendações da medicina popular (CECHINEL FILHO & YUNES, 1998).
Há muito tempo que se conhece o potencial curativo das plantas, apenas re-
centemente estas se tornaram objeto de estudo científico no que diz respeito às su-
as variadas propriedades medicinais. Estima-se que das 250 a 500.000 espécies de
plantas superiores existentes no planeta, apenas 1% tem sido estudadas pelo seu
potencial farmacológico (MELENDÉZ e CAPRILS, 2006).
A família Convolvulaceae é formada por 57 gêneros contendo cerca de 1600
espécies. O gênero Ipomoea é o mais representativo da família, compreendendo
cerca de 700 espécies que medram nas regiões tropicais e temperadas do globo. Na
região do semi-árido do nordeste brasileiro foram registradas 47 espécies distribuí-
17

das em 10 gêneros, sendo que o gênero Ipomoea está representado por 7 espécies
(MEIRA et al, 2008).
A espécie utilizada neste estudo multidisciplinar foi a Ipomoea asarifolia Roem
& Schult, Convolvulaceae conhecida popularmente por diversas denominações entre
elas, salsa e batata- salsa, planta herbácea prostada ou trepadeira.
Neste contexto, a abundante ocorrência natural, o uso freqüente na medicina
popular, o crescente interesse da sociedade mundial pelo uso de plantas medicinais
os pesquisadores de várias áreas a optar por um estudo multidisciplinar envolvendo,
no mínimo, a Etnobotânica, Etnofarmacologia e a Fitoquímica.
No entanto, esta busca por substâncias ativas se torna realmente interessante
quando se trata do isolamento de compostos bioativos e não somente de uma estru-
tura de um composto inédito. Tal fato vem ao encontro da necessidade de estudos
fitoquímicos biodirecionados e, portanto, na multidisciplinaridade que envolve botâ-
nicos, químicos, farmacólogos e toxicólogos (HAMBURGER & HOSTETTMAN,
1991)
Devido à carência de artigos científicos, o presente trabalho tem o objetivo de
identificar e avaliar os metabólitos secundários por análise fitoquímica do extrato hi-
droalcoólico encontrados na Ipomoea asarifolia com objetivos específicos de realizar
a caracterização botânica de Ipomoea asarifolia Roem & Schult, (Convolvulaceae), a
fim de comprovar a originalidade da amostra além de avaliar a atividade antimicrobi-
ana. Encontram-se uma abordagem geral sobre plantas medicinais, etnobotânica,
fitoquímica, além de uma revisão de literatura da família Convolvulaceae.
18

2 HISTÓRICO

Desde os primórdios, os vegetais fazem parte da vida do homem como fonte


de alimentos, de matéria-prima para vestuário, habitações, restauradores de saúde,
entre outros (CALIXTO, 2000). As primeiras descrições sobre plantas medicinais
feitas pelo homem remontam ao papiro de Erbers, Antigo Egito e é datado de
aproximadamente 1550 a.C., que descrevia o tratamento de mais de 100 doenças
baseado na utilização de um grande número de drogas de natureza animal e vege-
tal. Neste campo de pesquisa envolvendo produtos naturais, destacaram-se alguns
filósofos da civilização grega, como Hipócrates e Teofrasto, sendo esse último res-
ponsável pelo registro da utilização da espécie botânica Papaver somniferum (PIN-
TO et al, 2002).

Apesar da existência de registros muito antigos que relatavam à ampla utiliza-


ção dos vegetais como alternativa terapêutica, todo esse conhecimento era baseado
somente no empirismo, ou seja, no conhecimento prático do emprego dos vegetais
como medicamentos. Somente no início do século passado esses recursos passa-
ram a serem estudados com os instrumentos científicos da época e os princípios
ativos começaram a ser identificados e utilizados pela medicina tradicional (SIMÕES
et al, 2001; PHILLIPSON, 2001).

2.1 ABORDAGEM GERAL SOBRE PLANTAS MEDICINAIS

Plantas medicinais são aquelas que possuem tradição de uso em uma popu-
lação ou comunidade e, que são capazes de prevenir, aliviar ou curar enfermidades.
Ao serem processadas para a obtenção de um medicamento, têm-se como resulta-
do o medicamento fitoterápico (CARVALHO et al., 2007).
O uso de produtos medicinais a base de plantas é uma prática comum na te-
rapêutica. O mercado de fitoterápicos decaiu com o desenvolvimento dos medica-
mentos sintéticos no Pós-Guerra, porém, vem apresentando um crescimento signifi-
cativo nas últimas décadas, como tratamento alternativo aos medicamentos da me-
19

dicina convencional (CARVALHO et al., 2007; BRANDÃO et al., 2006; ALMEIDA et


al., 2003).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a medicina tradicional con-
siste no conjunto de todos os conhecimentos teóricos e práticos, utilizados para ex-
plicar, prevenir e suprimir transtornos físicos, mentais e sociais, baseados exclusi-
vamente na experiência e na observação; transmitida oralmente ou por escrito de
uma geração a outra (SANTOS e COELHO-FERREIRA, 2005).
A OMS estima que 65 – 80% dos países em desenvolvimento dependem de
plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde e
definiu como planta medicinal “todo e qualquer vegetal que possui substâncias que
podem ser utilizadas para fins terapêuticos, em um ou mais órgãos, bem como que
sejam precursores de fármacos semi-sintéticos”. No Brasil, o órgão responsável pela
comercialização de produtos naturais é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) (VEIGA JR., 2005).
A partir de 1995, as autoridades da área de saúde publicaram uma sequência
de normas sobre o registro de fitoterápicos alternando-se em intervalos de cinco a-
nos em média. A portaria nº. 6 de 31 de janeiro de 1995 introduziu conceitos e de-
terminou requisitos tecnológicos e terapêuticos, que se caracterizam em grande a-
vanço na normatização de medicamentos fitoterápicos. Com base nesta portaria,
tornou-se possível a diferenciação entre os termos: produto fitoterápico e produto
fitoterápico intermediário (SIMÕES et al., 2007; TAPPIN e LUCHETTI, 2007).
Segundo a RDC Nº. 48, DE 16 DE MARÇO DE 2004 define-se como produto
fitoterápico “medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas
ativas vegetais”. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia
e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização,
documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se
considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substân-
cias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos
vegetais. Não podem estar incluídas substâncias bioativas de outras origens, não
sendo considerado produto fitoterápico quaisquer substâncias ativas, ainda que de
origem vegetal isolada ou mesmo suas misturas. Neste último caso encontra-se o
fitofármaco, que por definição “é a substância bioativa, isolada de matérias-primas
vegetais ou mesmo, misturas de substâncias ativas de origem vegetal”. O produto
20

fito intermediário pode se apresentar sob a forma de extrato, tintura, óleo fixo, ou
volátil, cera, sumo e outras formas obtidas de plantas frescas ou secas. Finalmente
a matéria-prima vegetal é “a planta fresca, droga vegetal ou preparado fitoterápico”.
Resumidamente, pode-se dizer que a liberação do uso de fitoterápicos de-
pende do cumprimento de vários requisitos que são divididos em tecnológico e tera-
pêutico. O requisito tecnológico (relacionados à produção e ao controle de qualida-
de) aborda o produto a cada etapa de produção desde a coleta e nomenclatura cien-
tífica (e popular) até o controle da qualidade (caracterização farmacognótica e análi-
se fitoquímica qualitativa dos constituintes da espécie). O requisito terapêutico está
correlacionado com a segurança e a eficácia do medicamento (VEIGA JR et al.,
2005).
Mesmo com a globalização da indústria química e a utilização de derivados
de plantas medicinais ainda detém uma pequena parcela do mercado mundial. No
Brasil, o valor gasto em fitoterápicos é da ordem de US$ 500 milhões, relativamente
pequeno, representando cerca de 5% do total do mercado farmacêutico. A previsão
para o faturamento brasileiro neste setor ultrapassa a marca de US$ 1 milhão até o
ano de 2010 (Portal e-Campo, 2009).

2.2 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE ETNOBOTÂNICA

A Etnobotânica pode ser conceituada de várias maneiras, dentre as quais se


destacam: “Disciplina que se ocupa do estudo e conceituações desenvolvidas por
qualquer sociedade a respeito do mundo vegetal”, “Verdadeira botânica científica
voltada para o habitat e uso por uma etnia” e como “Ciência botânica que possui
uma etnia” e ainda como “Ciência botânica que possui uma etnia específica”. De
maneira geral, a Etnobotânica abrange dois aspectos fundamentais: a coleta e a uti-
lização da planta (SIMÕES e FELFILI, 2006; ALEXIADES e SHELDON, 1996 “apud”
LEAL, 2008).
A Etnobotânica é citada na literatura como sendo um dos caminhos alternati-
vos que mais contribuíram nos últimos anos para a descoberta de produtos naturais
bioativos (MACIEL et al., 2002a). Caracteriza-se por uma ciência multidisciplinar que
compreende o estudo e a interpretação do conhecimento popular, significado cultural
21

na relação entre o homem e os elementos da natureza os quais estão presentes no


contexto diário das comunidades. É importante enfatizar que a exploração de recur-
sos naturais iniciou-se com a evolução da espécie humana, porém no decorrer da
sua história, o homem aprimorou seus instrumentos de trabalho, construindo novas
tecnologias, transformando os espaços rurais em urbanos e adaptando-se a ambien-
tes diversificados (AMOROSO e GELY, 1988 “apud” LEAL, 2008).
A despeito de tais circunstâncias, resgatar o profundo conhecimento do arse-
nal Químico da natureza que os povos primitivos e os indígenas detêm, pode ser
considerado fator fundamental para o descobrimento de substâncias tóxicas e medi-
camentos ao longo do tempo. Esta convivência e aprendizado trazem valiosas con-
tribuições para o desenvolvimento da pesquisa de produtos naturais (VEIGA JR et
al., 2006).
O maior número de espécies vegetais, atualmente, encontra-se na região e-
quatorial da América do Sul, da África e Ásia. O local onde ocorre o máximo de di-
versidade quanto à flora situa-se na América do Sul (Colômbia, Equador e Peru),
onde estão concentradas 40.000 espécies vegetais em um território que equivale a
2% da superfície da terra, sendo assim um local altamente biodiverso e riquíssimo
em informações, comparando com outros locais onde não podemos achar tamanha
diversidade. A flora planetária atual encontra-se ameaçada, o ritmo atual de extinção
já está entre 5 a 100 vezes maior que as taxas médias observadas no passado. Na
América do Sul encontramos 52% de florestas e apenas na década de 90 o Brasil
respondeu por 28% de perdas florestais tropicais e 14% de outros tipos de florestas
(SIMÕES et al., 2007).
As formas de uso e de preparo dos produtos a base de plantas são muito di-
versificadas, assim como também suas utilidades e forma de aplicação. Em conse-
qüência do custo reduzido quando comparado às drogas sintetizadas em laborató-
rios, os produtos a base de plantas medicinais representam o único recurso terapêu-
tico pra a maioria das comunidades tradicionais. O modo como estes produtos são
utilizados é muito variado tanto através de aplicações internas como externas. As
internas se restringem a chás, sucos, xaropes, tinturas (extração de ervas com solu-
ção alcoólica ou hidroalcoólica) ou em forma também de extrato (preparação con-
centrada). Os produtos que são preparados em soluções para uso externo podem
ser usados na forma de cataplasma (erva pulverizada ou macerada), ungüento (simi-
lar a cataplasma, mas utiliza solventes com consistência mais pastosa), óleos medi-
22

cinais (dissolução simples da tintura em um óleo fixo, azeite, girassol, algodão), po-
madas, pasta, creme, loções, sabões e gel (ALBUQUERQUE e HANAZARI, 2006;
MACIEL et al., 2002b).
A etnobotânica atual, ao se ligar aos conceitos de biodiversidade e desenvol-
vimento sustentável, oferece subsídios para pesquisas de diferentes áreas, sobretu-
do apoiando atividades que favorecem o bem estar das comunidades estudadas e
da conservação ambiental, pois poderá subsidiar a elaboração de estratégias visan-
do a exploração sustentável dos recursos vegetais locais. (JARDIM, SILVA, COSTA
NETO, 2004).
Finalmente, pode-se dizer que a etnobotânica colabora com a valorização dos
conhecimentos e as medidas tradicionais da comunidade; com a preservação da
flora utilizando o conhecimento adquirido pela sua investigação científica; subsídios
para estudos farmacológicos, fitoquímicos, étnicos, antropológicos, botânicos e eco-
lógicos; bem como subsídios ao poder público referente ao desenvolvimento de pro-
jetos sócio-econômicos (SIMÕES et al., 2007).

2.3 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE ETNOFARMACOLOGIA

A definição mais aceita da Etnofarmacologia e “a exploração científica inter-


disciplinar dos agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou ob-
servados pelo homem (SIMÕES, 2007).
A elucidação dos compostos ativos presente nas plantas, bem como seus
mecanismos de ação, vem sendo um dos maiores desafios para a química farma-
cêutica, bioquímica e a farmacologia. As plantas contêm inúmeros constituintes e
seus extratos, quando testados podem apresentar efeitos sinérgicos entre os dife-
rentes princípios ativos devido a presença de compostos de classes ou estruturas
diferentes contribuindo para a mesma atividade. No estudo de atividade biológica de
extratos vegetais é importante a seleção de bioensaios para a detecção do efeito
específico. Estes podem envolver organismos inferiores (microorganismos e micro-
crustáceos, entre outros), ensaios bioquímicos visando alvos moleculares (enzimas
e receptores) e cultura de células animais ou humanos. (MACIEL et al, 2002b).
23

A avaliação do potencial terapêutico de plantas medicinais e de alguns de


seus constituintes tem sido objeto de interessantes estudos, onde já foram compro-
vadas as ações farmacológicas através de testes pré-clínicos com animais. Muitas
dessas substâncias têm grandes possibilidades de futuramente virem a ser aprovei-
tadas como agentes medicinais, pois diferentes classes químicas de produtos natu-
rais já originaram diversos fármacos de diferentes categorias terapêuticas, como os
alcalóides: quinina, morfina, atropina e muitos outros (CECHINEL FILHO & YUNES,
1998; MICHELIN, 2004, BARREIRO & FRAGA, 2008).

2.4 ASPECTOS BÁSICOS SOBRE FITOQUÍMICA

2.4.1 Conceito e informações gerais

A pesquisa fitoquímica tem por objetivo conhecer os constituintes químicos de


espécie vegetais ou avaliar a sua presença. Quando não se dispõe de estudos quí-
micos sobre a espécie que se pretende estudar, a análise fitoquímica preliminar po-
de indicar os grupos de metabólitos secundários existente. Caso o interesse esteja
restrito a uma classe específica de constituintes ou às substâncias responsáveis por
certa atividade biológica, a investigação deverá ser direcionada para o isolamento e
a elucidação estrutural das mesmas (SIMÕES, 2007).
A investigação preliminar de constituintes químicos representa, muitas vezes,
um estímulo motivador da curiosidade, já que possibilita o conhecimento prévio dos
extratos e indica a natureza das substâncias presentes, facilitando a escolha de fra-
cionamento cromatográfico. As principais classes de constituintes químicos podem
ser detectadas com a aplicação de testes analíticos padrões são: ácidos graxos; ter-
penóides; esteróides; fenóis; alcalóides; cumarinas e flavonóides. Dados da literatu-
ra sobre as classes de substâncias detectadas em plantas do mesmo gênero da es-
pécie que será investigada, deve ser analisados e catalogados (MACIEL et al,
2002b).
2.4.2 Coleta e preparação da exicata
24

A coleta do material vegetal é a primeira etapa da investigação fitoquímica.


Para a identificação botânica é imprescindível que se prepare uma excicata. A sele-
ção do material coletado deve ser feita com muito cuidado, evitando coletar partes
do vegetal com doenças como parasitas, fungos e também materiais estranhos, tais
como outras plantas. Deve-se registrar o local, a hora e a data da coleta (SIMÕES,
2007).

2.4.3 Secagem do material vegetal

A secagem tem por finalidade a retirada de água e, com isso, impedir reações
de hidrólise e de crescimento microbiano. A umidade residual depende do tipo de
órgão que constitui o material vegetal (SIMÕES, 2001).

2.4.4 Solução extrativa do material vegetal

2.4.4.1 Generalidades
Entende-se por solução extrativa a que resulta da dissolução parcial de uma
droga de composição heterogênea num determinado solvente, isto é, o solvente a-
penas dissolve alguns dos constituintes da droga, ficando a maior parte desta por
dissolver, a qual constitui o que se designa por marco ou resíduo (PRISTA et al.,
1991).
Dada, porém, a sua composição complexa e ainda porque a sua administra-
ção, tal como a natureza nos oferece, se torna desagradável ou desaconselhável,
poucas vezes se utilizam diretamente. Na realidade, salvo raras exceções, represen-
tadas por alguns vegetais, na grande maioria dos casos prefere-se submeter tais
drogas a determinados processos tecnológicos tendentes a retirarem delas aquilo
que encerram de útil e a deixarem no marco ou resíduo tudo que não tem atividade
farmacológica, ou seja, incoveniente sob qualquer ponto de vista (PRISTA et al.,
1991).

2.4.4.2 Finalidade
25

O termo extração significa retirar, da forma mais seletiva e completa possível,


as substâncias ou fração ativa contida na droga vegetal, utilizando para isso um lí-
quido ou mistura de líquidos tecnologicamente apropriados e toxicologicamente se-
guros (SIMÕES, 2001).

2.4.4.3 Extração por maceração


Maceração designa a operação na qual a extração da matéria-prima vegetal é
realizada em recipiente fechado, em temperatura ambiente, durante um período pro-
longado (dias ou horas), sob agilidade ocasional e sem renovação do líquido extra-
tor. Os principais fatores que influenciam a eficiência da maceração estão vinculados
ao material vegetal, ao líquido ou mistura de líquidos extratores e as condições do
sistema em conjunto (SIMÕES, 2001).
Um dos processos extrativos mais utilizados é a maceração. Nesse caso, a
extração é realizada deixando a droga em contato com o solvente, em recipiente
fechado, à temperatura ambiente, durante um período prolongado (horas ou dias),
sob agitação ocasional e sem renovação do líquido extrator. A maceração não con-
duz ao esgotamento da matéria-prima vegetal, seja devido à saturação do líquido
extrator ou estabelecimento de um equilíbrio difusional entre o meio extrator e o inte-
rior da célula (TOMMASI et al., 1991).

2.5 A FAMÍLIA CONVOLVULACEAE

O nome desta família deriva do latim convolvo, que significa “entrelaçar-se”, e


refere-se, em termos gerais, à forma do seu crescimento, já que um grande número
destas plantas são trepadeiras volúveis, que crescem enroscadas em um suporte
(PEREDA-MIRANDA et al., 2003).
A família Convolvulaceae é formada por 57 gêneros contendo cerca de 1600
espécies (MEIRA et al, 2008). Possui distribuição geográfica cosmopolita. Do ponto
de vista econômico, a mais importante espécie é Ipomoea batatas (L.) Lam. (batata
doce). Há centenas de variedades desta espécie, algumas conhecidas, incorreta-
mente, como inhame, que são cultivadas por todas as regiões tropicais (HEYWOOD,
1993).
26

2.5.1 Descrição botânica

A família Convolvulaceae é constituída por ervas ou arbustos ou, raramente,


pequenas árvores ou lianas. Suas folhas são alternas sem estípulas, geralmente
simples, inteiras ou dentadas ou lobadas (Figura1). As flores são frequentemente
grandes e vistosas, axilares ou terminais, solitárias ou agrupadas em inflorescências
variadas, em regra bissexuadas, raramente unissexuadas. O cálice de 5 sépalas
imbricadas, iguais ou diferentes, frequentemente acrescentes no fruto. O fruto ge-
ralmente uma cápsula deiscente, raramente um fruto carnudo indeiscente. Sementes
em regra 1-4, muito raramente 6 ou 10, com endosperma duro frequentemente carti-
lagíneo (HUTCHINSON E DALZIEL, 1931; VERDCOURT, 1963 “apud” MARTINS
2010).

Figura 1: Uma das espécies da família Convolvulaceae.


Fonte: Dados da Pesquisa.
27

2.5.2 Distribuição geográfica

As Convolvulaceae constituem uma família com uma distribuição quase cos-


mopolita, mas os seus representantes são principalmente plantas tropicais, sendo
muitos gêneros endêmicos de regiões tropicais dos diferentes continentes (Figura 2).
Nesta família estão mais de 1600 espécies agrupadas em 55-60 géneros (STEFA-
NOVIC et al., 2003), exibindo uma grande diversidade de características morfológi-
cas. Existem registros de microfósseis atribuídos a esta família com mais de 40 mi-
lhões de anos. A família é conhecida nas regiões temperadas, pelos seus represen-
tantes herbáceos, muitas espécies tropicais são valiosas pela sua utilização medici-
nal, ornamental e alimentar (STEFANOVIC et al., 2002).

Figura 2: Distribuição geográfica da família Convolvulaceae


Fonte: HEYWOOD (1993)

2.5.3 Classes de metabólitos que ocorrem na família Convolvulaceae

Os constituintes da maior parte das Convolvuláceas são compostos fenólicos


tais como os derivados do ácido cinâmico, hidroxicumarinas, conjugados de hidroxi-
28

cinamato, flavonóides, linhanos, terpenos, esteróis, carotenóides, ácidos gordos e


carbohidratos, entre outros (HEGNAUER, 1964,1989 “apud” MARTINS, 2010 ).
No entanto esta família apresenta a particularidade de apresentar classes de
metabólitos que raramente ocorrem no reino vegetal tais como alcalóides derivados
da ornitina e fitoalexinas sesquiterpenóides. A família caracteriza-se ainda pela au-
sência de iridóides, óleos essenciais, misturas complexas de mono-/sesquiterpenos
lipofílicos e/ou fenilpropanoides secretados por células glandulares (EICH, 2008 “a-
pud” MARTINS, 2010).
Uma das características mais marcantes das convolvuláceas é a presença de
fileiras de células secretoras de resinas glicosídicas em tecidos foliares, e especial-
mente em suas raízes. Estas resinas constituem uma característica quimiotaxonômi-
ca desta família, e o emprego na medicina tradicional de alguns gêneros (Convolvu-
lus, Exogonium, Ipomoea, Merremia e Operculina) está associado às propriedades
purgantes de suas resinas (GARCIA-ARGÁEZ & PÉREZ-AMADOR, 1997; PEREDA-
MIRANDA, 2003).
As glicoresinas e os alcalóides ergolínicos são compostos característicos da
família Convolvulaceae (ARGAÉZ & PÉREZ-AMADOR, 1997). Nessa família são
encontrados também uma grande variedade de metabólitos secundários de baixo
peso molecular contendo grupos nitrogenados, tais como: ergolinas, pirrolidinas, tro-
panos lipofílicos e hidrofílicos, alcalóides indolizidínicos e pirrolizidínicos, glicosídeos
cianogênicos, diferentes tipos de amidas (SCHIMMING et al., 1998; TOFERN et al.,
1999) e flavonóides (MANN, 1999).
Diferentes glicosídios foram isolados de Operculina áurea (Kellogg) House,
uma convolvulácea originária do México (CANONICA et al., 1976; CANONICA et al.,
1977 “apud” MICHELIN, 2008).
Muitas espécies desta família também possuem usos alimentares, particular-
mente nos tempos de fome, e como medicinais. As raízes de Convolvulus scammo-
nia L. e Ipomoea purga (Wender.) Hayne (jalapa) são usadas na medicina como ca-
tártico. Um grande número de espécies, particularmente do gênero Ipomoea e Con-
volvulus são ornamentais, notavelmente a glória da manhã (Ipomoea purpúrea (L.)
Roth) (HEYWOOD, 1993).

2.6 O GÊNERO IPOMOEA


29

O gênero Ipomoea é o mais representativo da família, compreendendo cerca


de 700 espécies que medram nas regiões tropicais e temperadas do globo. Na regi-
ão do semi-árido do nordeste brasileiro foram registradas 47 espécies distribuídas
em 10 gêneros, sendo que o gênero Ipomoea está representado por 7 espécies. De
modo geral, as espécies de Ipomoea são utilizadas na medicina popular no trata-
mento das mais diversas enfermidades, tais como: reumatismo, artrite, hipertensão,
furúnculos, doenças renais, desordens digestivas e disenterias. Em estudos anterio-
res com algumas espécies do gênero Ipomoea foram observadas diversas ativida-
des biológicas, entre estas, insulinogênica, hipoglicêmica e anticancerígena. (MEIRA
et al, 2008).

2.7 A ESPÉCIE IPOMOEA ASARIFOLIA

A Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem. & Schult., conhecida popularmente por di-
versas denominações entre elas, salsa e batata-salsa, planta herbácea prostada ou
trepadeira. (DOBEREINER et al. 1960, RIET-CORREA et al., 2003 “apud” BARBO-
SA et al., 2005).
Suas flores são abundantes durante a época chuvosa. Possui caule revestido
de pubescência hirsuta e amarelada; folhas alternas, membranáceas; inflorescência
longamente pedunculada.(GUIM et al., 2004).
É uma planta daninha que ocorre com freqüência em áreas cultivadas. Esta
espécie é encontrada em várias culturas e em margens de lagoas e praias maríti-
mas, de preferência em solos arenosos. Esta Convolvulaceae é pantropical, com
ampla ocorrência no Brasil (BLANCO 1978; GROTH 1992; KISSMAN E GROTH
1992; AUSTIN E CAVALCANTI, 1982 “apud” KIILL, 2003).
No Cariri Paraibano o decocto das folhas e partes aéreas da Ipomoea asarifo-
lia (Ders.) Roem. & Schult, são usados em banho e lavagens, contra dermatites, es-
cabiose, sífilis e úlceras externas. (AGRA et al., 2007).
No Estado do Ceará a folhas frescas da Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem. &
Schult, são associadas à intoxicação de bovinos, no entanto, quando secas são utili-
30

zadas em rações para animais. Os estudos fotoquímicos desta espécie detectaram a


presença dos seguintes metabólitos secundários: taninos, saponinas e alcalóides
(SILVA, 2008).
No Estado do Pará a espécie I. asarifolia é conhecida como planta oleaginosa
e o óleo extraído das folhas é usado em inflamações. (JARDIM et al., 2006).

2.8 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS

O crescente aumento de microorganismos resistentes às drogas antimicrobi-


anas disponíveis no mercado vem desafiando a ciência e causando sérios riscos à
saúde pública em todo o mundo. As dificuldades para se descobrir e lançar novas
drogas eficazes no combate microbiano no mercado usando a metodologia tradicio-
nal de triagens a partir de fungos e bactérias tornam esses produtos cada vez mais
escassos e caros (FERRONATTO et al., 2007). Estima-se que são necessários mais
de 10 anos, com um custo superior a 200 milhões de dólares, para que um antimi-
crobiano esteja à disposição da medicina (DICKSON e REDWOOD, 1998).
A utilização milenar de plantas no tratamento de doenças, inclusive infeccio-
sas tem estimulado a busca em vegetais de compostos com atividade antimicrobia-
na. Os vegetais são uma excelente fonte de busca de novas drogas antimicrobianas,
por terem uma diversidade molecular muito superior àquela derivada de produtos
sintéticos, as plantas tem se tornado objeto de estudo científico no que concerne às
suas variadas propriedades medicinais (NOVAIS et al., 2003).
Graças a sua atividade metabólica secundária, os vegetais superiores são
capazes de produzir substâncias antibióticas, utilizadas como mecanismo de defesa
contra predação por microrganismos, insetos e herbívoros (GOTLIEB, 1981). Alguns
pesquisadores preferem dar a essas substâncias inibidoras, de origem vegetal, a
denominação de fintocidas ou de substâncias semelhantes a antibióticos "Antibiotic
Like- Substances" (GEISMANN, 1963).

Os principais grupos de compostos com propriedades antimicrobianas, extra-


ídos de plantas incluem: terpenóides e óleos essenciais (TORSSEL, 1989); alcalói-
des (FESSENDEN, 1982); lectinas e polipeptídios (TERRAS etal., 1993; ZHANG &
31

LEWIS, 1997) e substâncias fenólicas e polifenóis, que são: fenóis simples, ácidos
fenólicos, quinonas (STERN et al., 1996), flavonas, flavonóis e flavonóides (FES-
SENDEN, 1982), tanino (SCALBERT, 1991) e cumarinas (O’KENNEDY & THOR-
NES, 1997).

É importante destacar que PÉREZ-AMADOR et al,1998 “apud” MICHELIN,


2004; valiaram a atividade antimicrobiana das resinas de quatro espécies da família
Convolvulaceae (Merremia tuberosa (L.) Rendle, Merremia dissecata (Jacq.) Hallier
F., Operculina pinnatifida (Kunth) O’Donell e Turbina corymbosa (L.) Raf contra Es-
cherichia coli e Bacillus subtilis em diferentes concentrações (10, 20 e 30 mg/mL).
Os resultados mostraram que as resinas das duas espécies de Merremia mostraram
pequena atividade antibacteriana, e nenhuma atividade foi observada com
O.pinnatifida eT. Corymbosa.
No extrato etanólico bruto, frações e substâncias isoladas de I. cairica da famí-
lia Convolvulaceae em uma triagem preliminar, apresentaram atividades antimicrobi-
ana e citotóxica significativas nas doses investigadas, o que pode justificar algumas
das informações etnofarmacológicas dessa planta (FERREIRA, 2006).
32

3 METODOLOGIA

A pesquisa é de caráter descritivo-experimental; descritivo, pois os fatos são


observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pes-
quisador interfira neles. É de caráter experimental, pois o pesquisador tem condi-
ções de provocar, produzir e reproduzir fenômenos, em condições de controle.
Para resgatar e catalogar a importância do uso de plantas medicinais e suas
aplicabilidades na medicina popular, atualmente a metodologia de estudos interdis-
ciplinares tem sido bastante difundida, principalmente os que incluem aspecto etno-
botânicos, etnofarmacológicos e fitoquímicos.
A metodologia usada para obtenção dos resultados será dividida em fases
como se segue:

3.1 MATERIAL VEGETAL

3.1.1 Origem do material vegetal

As partes aéreas de Ipomoea asarifolia foram coletadas no Rio Grande do


Norte (RN), na Praia do Forte, no mês de Agosto de 2010. Nas figuras 3 e 4 se en-
contram um mapa com a localização da Praia do Forte e o local da coleta.
33

Figura 3: Mapa com a localização da Praia do Forte - Natal - RN.


Fonte: www. pousadapeter.com,br
34

Figura 4: Local da coleta da Ipomoea asarifolia, na Praia do Forte, Natal – RN.


Fonte: Dados da Pesquisa.

3.1.2 Identificação Botânica

A autenticidade de uma amostra vegetal é dada pelos parâmetros de identi-


dade botânica através de ensaios macro e microscópicos. A identificação botânica
de um vegetal exige a análise de diferentes partes da planta, como, por exemplo,
flores, frutos e folhas, estando a descrição completa documentada em literaturas
especializadas da área de botânica.
A matéria-prima vegetal foi identificada pela Profª Ms. Maria das Dores Melo,
professora da disciplina de Botânica da Universidade Potiguar – UnP.
O material vegetal foi macroscopicamente caracterizado a olho nu. Os crité-
rios de identificação basearam-se na descrição dos elementos característicos da
espécie.
A excicata de um espécime (figura 13) encontra-se depositada no Herbario
Serbatião Uria, da Universidade Potiguar sobre o número
35

1.3 Preparação da Solução Extrativa

As folhas e caules foram colocadas em bandeja para exposição solar, com o


intuito de desidratar, durante sete dias. Após a secagem, foram maceradas e deposi-
tadas em um Ehrlenmayer previamente tarado com o peso de 100 gramas de folhas
e caules.
As soluções extrativas foram preparadas por maceração, usando-se como
solvente o álcool etílico a 96°GL, com a quantidade de 2 L. Estes foram preparados
à temperatura ambiente e ao abrigo da luz, repousaram durante quatro dias, com
agitação manual diária. Após esse período, filtrou-se a solução em frasco âmbar e
conservou em temperatura ambiente.

3.2 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE IPOMOEA


ASARIFOLIA

A triagem fitoquímica tem o objetivo de detectar a ocorrência de diversos


constituintes químicos da planta, permitindo, assim, o isolamento e caracterização
de substâncias puras. É realizada, através de reações qualitativas de coloração e
precipitação, rastreando os principais grupos de constituintes químicos do material
vegetal (MATOS, 1997). Os procedimentos utilizados nessa etapa encontram-se
resumidos no Esquema 1.
Teste para fenóis e taninos – Em um tubo de ensaio contendo o extrato hidro-
alcoólico colocou-se três gotas de solução alcoólica de cloreto férrico (FeCl 3 ) e ob-
servou-se o desenvolvimento de alguma reação.
Teste para antrocianinas, antocianidinas e flavonóides – Em um outro tubo de
ensaio foi acrescentado ácido clorídrico concentrado (HCl) ao extrato hidroalcoólico
ate que alcançasse pH 3. Em um terceiro tubo de ensaio foi colocado juntamente co
o extrato hidroalcoólico hidróxido de sódio (NaOH), conferindo pH 9. No quarto tubo
de ensaio diluiu-se o extrato com um pouco de água destilada e acrescentou-se go-
tas de NaOH, conferido o pH 11 ( ver Esquema 1).
Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavanona – Em um outro tubo
de ensaio contendo 2 mL do extrato hidroalcoólico foi acrescentado ácido clorídrico
36

(HCl), conferido pH 1. Em um outro tubo de ensaio o extrato hidroalcoólico foi diluído


com um pouco de água destilada, em seguida colocou-se hidróxido de sódio (NaOH)
conferido o pH 11. Os tubos foram aquecidos e comparados com o extrato hidroal-
coólico.
Teste para flavonóis, flavononas, flovononóis e xantonas – Adicionou-se em
um tubo de ensaio alguns centigramas de magnésio e juntou-se 0,5 ml de ácido clo-
rídrico concentrado. O término da reação foi indicado pelo fim da efervescência.
Analisou-se por comparação na mudança de cor da mistura reacional nos tubos aci-
dificados.
Teste para confirmação de catequinas – Um palito de madeira foi umedecido
com o extrato hidroalcoólico. Deixou evaporar e em seguida, foi reumedecido um
dos lados do palito de madeira com ácido clorídrico (HCl) concentrado e aquecido a
face acidificada por 2 a 3 minutos.
Preparou-se 3 beckers de 50 ml e acrescentou-se a cada um deles 10 mL do
extrato hidroalcoólico da Ipomoea asarifolia. Os beckeres foram aquecidos em ba-
nho maria ate a secura. Os testes a seguir foram realizados com os resíduos obtidos
apos o aquecimento.
Teste para esteróides e triterpenóides – O resíduo do extrato hidroalcoólico
contido em um becker foi extraído com 5 mL de clorofórmio. Misturou-se bem o re-
síduo com o solvente e a solução resultante foi filtrada através de um funil simples
com uma bolinha de algodão. Adicionou-se ao filtrado 1 mL de anidrido acético, agi-
tou-se suavemente, logo após acrescentou-se 3 gotas de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 )
concentrado.Tornou-se agita o recipiente suavemente e observou-se a ocorrência de
alguma variação no tubo de ensaio contendo a mistura.
Teste para saponinas – O resíduo insolúvel em clorofórmio, provenientes do
teste anterior, foi redisolvido em 5 mL de água destilada e filtrou-se o material para
um tubo de ensaio, este foi agitado (3 minutos}) com a finalidade de verificar a for-
mação de espuma no liquido.
Teste confirmatório para saponinas – Foi adicionado 2 mL de HCl concentra-
do no tubo de ensaio preparado no teste anterior, que foi deixado imerso em banho
Maria por aproximadamente uma hora. Ao término do processo de aquecimento, o
tubo de ensaio foi resfriado a temperatura ambiente e em seguida com papel indica-
dor universal mediu-se o pH (pH 1-2). A solução ácida foi neutralizada com hidróxido
de sódio. Observar o aparecimento de espuma.
37

Teste para ácidos fixos fortes – Em um outro becker contendo o resíduo do


extrato hidroalcoólico acrescentou-se etanol, misturou-se bem através de agitação,
e adicionou- se 1 mL de NH 4 OH concentrado. A mistura foi aquecida e filtrada. O
filtrado foi transferido para um outro becker e levado ao banho maria até secura, em
seguida verificou-se se houve indícios de vapores de amônia. O Becker contendo
resíduo foi levado a estufa a 100-105 °C durante 10 minutos, redissolvido em água e
filtrado. Transferiu-se a solução filtrada para dois pequenos frascos (tipo penicilina) e
adicionou-se em um deles 1 mL de NaOH 1N. Rapidamente, fechou-se os frascos,
de modo a deixar suspensa na tampa de cada um deles uma pequena tira de papel
umedecida com reagente de Nessler.
Teste para resinas – O resíduo sólido contido no terceiro becker, resultante
da concentração do extrato hidroalcoólico, foi extraído com 3 mL de etanol
(C 2 H 5 OH) e submetido a filtração simples utilizando papel de filtro. Ao resíduo aderi-
do ao papel de filtro adicionou-se 9 mL água destilada. A detecção de resinas é
comprovada pela formação de precipitado.
Teste para alcalóides – Um Becker com 80 mL do extrato hidroalcoólico foi
colocado em banho maria até obtenção da metade do volume original. O liquido foi
acidulado com acido clorídrico ate pH 4 e em seguida filtrado. Após esse processo,
separou-se aproximadamente 1/3 dessa solução que foi transferido para um funil de
decantação e levado a pH 11 através da adição de NH 4 OH. As bases orgânicas fo-
ram extraídas por três porções sucessivas (30, 20 e 10 mL) de mistura éter-
clorofórmio (3 +1), em um funil de separação com agitação ocasional. Após repouso
ocorreu a separação de fases (aquosa e orgânica). A fase aquosa foi reservada para
outro teste. Retirou-se a solução éter-clorofórmio (fase orgânica) e tratou-se com
sulfato de sódio anidro (Na 2 SO 4 ) para eliminar o excesso de água e submeteu-se a
filtração. Separou-se o filtrado em dias porções e reextraiu-se as bases orgânicas de
uma das porções com três pequenas porções sucessivas de HCl diluído (0,1 molar).
Rejeitou a solução éter-clorofórmio e repartiu-se a solução aquosa ácida obtida em
três tubos de ensaio evitando a presença de solvente orgânico. Em cada tubo, foi
acrescentado respectivamente três gotas dos reagentes usados caracterização de
alcalóides: “Hanger”, “Mayer”, e “Dragendorff”.
Teste para bases quaternárias – Acidulou-se novamente a solução aquosa
privada dos alcalóides, obtida no teste anterior, por lavagem com mistura éter-
38

clorofórmio. Filtrou-se três amostras de 5 mL para três tubos de ensaio e repetiu-se


as reações para prospecção de alcalóides.

3.2.1 TRIAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE IPOMOEA


ASARIFOLIA APÓS HIDROLISE.

Ao restante do extrato hidroalcoólico adicionou-se HCl concentrado de modo


a obter uma solução a 6 molar. A mistura reacional foi aquecida sob refluxo durante
4 horas e meia. Após esfriar, extraiu-se a mistura com três porções sucessivas de
(40, 30, 20 mL) de acetato de etila, mediante forte e cuidadosa agitação em funil de
separação. Desprezou-se a fase aquosa ácida, retirou-se a fase etérea e o exesso
de água foi eliminado através da adição de sulfato de sódio anidro (Na 2 SO 4 ).
Teste para ácidos fixos fortes – Extraiu-se o extrato hidrolisado dos ácidos fi-
xos fortes com acetato de etila. A mistura foi transferida para um funil de separação
e em seguida tratada com três porções sucessivas (30, 20 e 10 mL) de bicarbonato
de sódio (NaHCO3) a 2,5%. O aparecimento de efervescência é indicativo de rea-
ção com evolução de CO 2 . A solução alcalina foi acidulada e reextraiu-se os ácidos
com três porções sucessivas (10, 6 e 3 mL) de éter etílico, deixando separar bem as
duas fases. A solução etérea foi separada em três beckeres e repetiu-se o teste pa-
ra acido fixo fortes em um deles através da utilização do com reagente de Nessler.
Separação dos ácidos fracos e fenóis – Com a solução etérea privada dos á-
cidos fortes reservada no teste anterior, extraiu os ácidos fracos e fenóis com três
porções sucessivas de 30, 20 e 10 mL de solução de NaOH a 2% e reservou-se a
solução etérea que contém os constituintes neutros. A solução aquosa foi acidulada
com HCl concentrado até pH 3-4 e extraiu os ácidos fracos e fenóis com três por-
ções sucessivas (15, 10 e 5 mL) de éter. O excesso de água foi retirado com sulfato
de sódio anidro. A fase orgânica que contém os ácidos fracos e fenóis, e foi aplicada
nos próximos testes.
Teste para quinonas – Separou- se 5 mL de solução etérea em um tubo de
ensaio. Adicionou ao tubo 2 mL de solução 6N de hidróxido de amônia, agitou bem a
mistura e deixou separar as duas fases.
39

Teste para antranóis – Caso a reação anterior seja negativa, adiciona-se ao


mesmo tubo 1 mL de água oxigenada . Agitando-se o tubo e deixa-se separar as
fases.
Teste para agliconas flavonóides – Distribuiu-se uma porção do extrato hidro-
alcoólico hidrolizado em sete tubo de ensaio, o primeiro tubo foi acidulado a pH 3; no
segundo alcalinizado a pH 8,5 e o terceiro alcalinizado a pH 11. Não foi observada
qualquer mudança de coloração em nenhum dos três tubos. O quarto tubo foi acidu-
lado atrvés da adição de HCl (pH 1-3), enquanto que o quinto tubo foi alcalinizado
com NaOH até pH 11 e aquecido durante 2-3 minutos. Com os tubos restantes (6 e
7) repetiu-se os testes realizados inicialmente com extrato hidroalcoólico de Ipomoea
asarifolia.

Esquema 1: Prospecção analítica para o extrato hidroalcoólico de Ipomoea a-


sarifolia
40

3.3 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

A metologia utilizada nesta pesquisa para a avaliação da atividade antimicro-


biana do extrato foi a recomendada pelo National Committee for Clinical Laboratory
Standards (NCCLS, 2002 “apud” VALVERDE, 2007), a qual foi baseada na utiliza-
ção de difusão com discos de papel em meio de cultura sólido a base de Agar Sa-
bouraud e Agar Brain Heart Infusion e na padronização do inoculo, assegurando as-
sim os resultados, diminuindo a possibilidade de falhas (TRUJILLO, 2002).

3.3.1 Obtenção do extrato concentrado

A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada no Laboratório de Micro-


biologia da Universidade Potiguar – UnP, Natal –RN, pelo método de difusão dos
discos.
A eliminação do solvente foi realizada em um rotaevaporador QUIMIS, onde o
extrato hidroalcoólico foi filtrado para uma proveta com um volume de 100 mL por
vez, (Figura 5), totalizando 200 mL e foi depositado em um balão de vidro e aqueci-
do a uma temperatura de 70°C em banho-maria com movimentação de rotação e
contínua, onde ocorreu a evaporação do álcool, o qual sob vácuo foi jogado para
uma serpentina de resfriamento (Figura 6). Ao resfriar o vapor, o solvente foi arma-
zenado em outro balão de vidro localizado abaixo da serpentina.
41

Figura 5: Proveta com 100 mL de extrato hidroalcoólico.

Figura 6: Extrato hidroalcoólico no rotaevaporator em banho Maria com movimenta-


ção de rotação e contínua.
42

Após a eliminação do solvente, o extrato bruto foi acumulado no balão que re-
cebeu a solução filtrada inicialmente e foi depositado 20 mL do extrato concentrado
em placa de Petri com tampa para armazenamento.

3.3.2 Material biológico

Utilizou-se no presente trabalho, três cepas de microrganismos ATCC (Ameri-


can Type Culture Collection).
Espécies ATCC’s: Candida albicans ATCC 10231; Staphylococcus aureus
ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922.
As cepas de Staphylococcus aureus e de Escherichia coli foram disponibiliza-
das e cedidas pelo Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, a cepa de Candida albicans foi disponibilizada pelo Labo-
ratório de Microbiologia da Universidade Potiguar - UnP.

Tabela 1: Rastreio da atividade antimicrobiana: microorganismos utilizados

Tipo Microorganismo
Cocos Gram positivos Staphylococcus aureus ATCC 25923
Bacillus Gram negativos Escherichia coli ATCC 25922
Levedura Candida albicans ATCC 10231

3.3.3 Confecção dos discos de papel feltro

Os discos de papel foram confeccionados com auxílio de um perfurador de


papel, onde usou papel feltro, com um diâmetro de 6 milímetros e uma espessura de
0,14 milímetros. Posteriormente a sua confecção, foram depositadas em placas de
Petri pequenas, perfazendo um total de 8 discos, que foram levados para a autocla-
ve embalados (Figura 7).
43

Figura 7: Discos de papel feltro após autoclave.

3.3.4 Impregnação do extrato nos discos de papel feltro

Após a concentração do extrato hidroalcoólico, mergulhamos os discos de


palpel feltro na placa de Petri contendo o extrato e deixamos em contato por um pe-
ríodo de 24 horas (Figura 8).

Figura 8: Impregnação dos discos de papel feltro no extrato concentrado.


44

3.3.5 Preparo das Placas e meio de cultura

Número de placas: 03 placas de 13 cm


Meio de cultivo: Agar Saboraud dextrose 2%
Agar Brain Heart Infusion (BHI)

Os meios foram preparados seguindo as orientações do fabricante.


As placas já com os meios de cultivo foram então levadas a uma estufa bacte-
riológica por um período de 24 horas a uma temperatura de 37°C. Decorrido este
período, foi confirmado o teste de esterilidade das mesmas, e em seguida passou-se
para o processo de formação do inóculo.

3.3.6 Preparo das suspensões microbianas e inóculo

As três cepas estavam cultivadas em tubos de ensaio distintos, a cepa de


Candida estava com meio de cultura Agar Sabouraund dextrose 2% e as cepas de
Staphylococcus aureus e Escherichia coli com meio de cultura Agar Brain Heart In-
fusion. Com uma alça calibrada aquecida ao rubro sob a chama do bico de Busen, e
resfriada em temperatura ambiente, removeu-se uma pequena quantidade de mi-
crorganismos os quais foram depositados em tubos contendo solução salina estéril,
agitou-se até correspondesse com o tubo de número 0,5 da escala de McFarland
(Figura 9). Este mesmo procedimento foi repetido para as outras duas cepas.
45

Figura 9: Alça calibrada com o microorganismo em solução salina (Escala Mac Far-
land 0,5)

3.3.7 Semeadura nas placas

Com o auxílio de um swab estéril e base plástica, por trás da chama, foi cole-
tado do tubo que continha o inóculo uma quantidade do mesmo, mergulhando o
swab estéril, saturando o mesmo e removendo o excesso nas paredes laterais inter-
nas do tubo. Semeou-se o inóculo nas placas de Petri, distribuindo-o por toda a ex-
tensão da mesma, com movimentos horizontal, vertical, oblíqua, como também nas
bordas, o que permitiu um crescimento dos microrganismos de forma confluente e
uniforme por toda superfície da placa. (figura 10).
46

Figura 10: Semeadura do inóculo na placa de Petri.

3.3.8 Deposição da substância em teste nas placas semeadas

Logo após a semeadura dos inóculos nas placas de Petri, aplicou-se os dis-
cos de papel feltro impregnados com o extrato concentrado por 24 horas, foram le-
vadas para uma estufa bacteriológica a 37°C por um período de 24 horas (Figura
11). Após esse período que se realizou a primeira leitura.
47

Figura 11: Semeadura do inóculo na placa de Petri com a deposição do disco de


papel feltro impregnado com o extrato concentrado.

3.3.9 Aferição dos resultados

Os halos de inibição foram aferidos de forma visual, sob fonte de iluminação


refletida, porém os mesmos não foram observados (Figura 12).

Figura 12: Após 24 horas em estufa bacteriológica, não foi observado halo de inibi-
ção.
48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA

O quadro1 mostra considerações gerais sobre Ipomoea asarifolia e na Figura


5 encontra-se uma fotografia adquirida na ocasião da aquisição da excicata desta
espécie.

Quadro 1: Considerações gerais sobre Ipomoea asarifolia Ipomoea (Desr.) Roem. &
Schult (Convolvulaceae)
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Gênero: Ipomoea.
Posição taxonômica da espécie Espécie: Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. &
Schult ( Salsa- da- praia)
Erva rasteira, com longos estolões radican-
tes. As folhas de filotaxia alternas, simples,
de forma aproximdamente orbicular, bases
cordiformes e ápices arredondados ou pos-
suindo uma reentrância, com pecíolos lon-
Descrição morfológica da espécie gos. As flores vistosas, axilares, róseas de
corola de simetria radial com pétalas unidas,
infundibuliforme. Os frutos do tipo cápsula,
seco, abrem-se para liberar suas sementes
arredondadas
Segundo Dobereiner et al., 1960; Barbosa et
al., 2005 em condições naturais, foram di-
agnosticados casos de intoxicação em bovi-
nos, ovinos e caprinos. Santos et al. (2001)
caracterizaram uma proteína neurotóxica
presente nas folhas frescas de I. asarifolia
como o agente causador da sintomatologia
Propriedades Terapêuticas e a denominou (LTS) Lectina Tóxica de Sal-
sa. Em camundongos, a proteína purificada
causou dispnéia, convulsões tônico-clônicas
e paralisia flácida, quadro que evoluiu para o
óbito.
Para uso em seres humanos ela é usada
contra dermatites, escabioses e úlceras ex-
ternas.
49

Figura 13: Fotografia da excicata de Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult
(Convolvulaceae)
Fonte: Dados da Pesquisa.
4.2 ABORDAGEM FITOQUÍMICA
50

Constituintes químicos presentes no extrato hidroalcoólico da Ipomoea asari-


folia

Fenóis e taninos – Durante o desenvolvimento do teste houve variação de cor


para verde indicando a presença de taninos flobabênicos (Figura 14). As estruturais
moleculares do fenol e do tanino encontram-se nas figuras 15 e 16, respectivamen-
te.
Plantas ricas em taninos são empregadas na medicina tradicional no trata-
mento de varias moléstias, tais como diarréia, hipertensão arterial, reumatismo, he-
morragias, feridas, queimaduras, problemas estomacais, problemas renais, proble-
mas renais e processos inflamatórios em geral. Os taninos ajudam no processo de
cura de feridas, queimaduras e inflamações através da formação de uma camada
protetora (complexo tanino-proteína e/ ou polissacarídeos) sobre a pele ou muscula-
tura danificada, ocorrendo, abaixo desta, o processo natural de cura (reestruturação
de epitélio e formação de vasos). Processo similar ocorre provavelmente em casos
de úlcera gástrica, em que uma camada de taninos-proteína complexados protege a
mucosa do estomago (SIMÕES, 2007).

Figura 14: Teste positivo para taninos flobabênicos apresenta coloração verde com
precipitado escuro.
Fonte: Dados da Pesquisa.
51

Figura 15: Estrutura molecular do fenol (VELASCO et al, 2004)

Figura16: Estrutura molecular de um tanino (QUEIROZ et al, 2002)

Antrocianinas, antocianidinas e flavonóides - Não foi observado mudanças de


cor durante a realização dos testes para esses constituintes químicos, sendo por
tanto considerado ausentes. Na figura 17 encontra-se a estrutura molecular da anto-
cianidina.

Figura 17: Estrutura molecular antocianidinas (GARZÓN, 2008)

Leucoantocianidinas, catequinas e flavanona – Não houve variação de cor e


por tanto foi considerado teste negativos. Nas figuras 18 e 19 encontra-se as estru-
turas da catequina e flavanona.
52

Figura 18: Estrutura molecular da catequina ( MATSUBARA et al, 2006)

Figura 19: Estrutura molecular da flavanona (MARQUES et al, 1997)

Flavonóis, flavononas, flovononóis e xantonas – Não foi observada alterações


durante o teste tal como mudança de cor. Por tanto o teste é negativo. (Figuras 21).
Se não falar da figura 20 no texto, a mesma deverá ser retirada.
53

Figura 20: Estrutura molecular da Xantona (TAVARES et al, 2001)

Figu-
ra 21: Tubos de ensaio com os sete testes realizados em sequência da esquerda
para direita, sendo positivo o primeiro teste (tanino flobabênico).

Confirmação da ocorrência de catequinas – Não houve mudança de cor no


tubo de ensaio contendo o extrato acidulado resultando em um teste negativo (Figu-
ra 18).
54

Esteróides e triterpenóides – Ausencia de variação de cor no tubo de ensaio


evidencia teste negativo. A estrutura de um triterpenóides é ilustrada na figura 22.

Figura 22: Estrutura molecular do triterpenóide ( SILVA et al, 2005)

Saponinas – Durante a realização do teste observou-se a formação de espu-


ma que indica a presença de saponinas. A figura 23 representa a estrutura de uma
saponina. A figura 24 mostra o resultado do teste positivo para saponinas.
O teste confirmatório de saponina mostrou resultado positivo. Devido a au-
sência de espuma.
Saponinas são glicosídios de esteróides ou de terpenos policíclicos. Possui
uma parte lipofílica e outra parte hidrofílica, o que determina a propriedade de
redução da tensão superficial da água de suas ações detergentes e emulsificantes.
Outros empregos farmacêuticos são os adjuvantes para aumentar a absorção
de outros medicamentos através do aumento da solubilidade ou interferência nos
mecanismos de absorção e, como adjuvante para aumentar a resposta imunológica.
55

Figura 23: Estrutura molecular da saponina (MARQUI et al, 2008)

Figura 24: Teste positivo par saponina, presença de espuma persistente abundante
(colarinho).
56

Ácidos fixos fortes – Não apresentou desenvolvimento de cor no papel im-


pregnado reagente Nessei, sendo considerado teste negativo .
Resinas –. Durante o desenvolvimento do teste foi observado a formação de
precipitado floculoso que se aglomerou por agitação, confirmando um resultado posi-
tivo para esse teste (Figura 25, 26).
Muitas resinas e gomo-resinas atuam como anti-sépticos e modificadores dos
órgãos respiratórios e urinários, por os seus constituintes particularmente essenciais
e alguns componentes das resinas, serem eliminados pelas respectivas vias. Por
isso se utilizam como modificadores das secreções brônquicas e expectorantes e
anti-sépticos das vias urinárias. Externamente utilizam-se pelas suas propriedades
desinfetantes e cicatrizantes, mas geralmente produzem a inflamação de pele, atu-
ando como rubefaciantes ou até como parasiticidas (no tratamento da sarna).

Figura 25: Estrutura molecular da resina (ZACHARUK, 2011)


57

Figura 26: Teste positivo para resina, presença de precipitado floculoso por agitação
ou aquecimento.

Alcalóides – Observou a presença de precipitado em dois tubos, o que indicou


a presença de alcalóides. Na figura 27 encontra-se a estrutura molecular dos alca-
lóides.
Devido a seu amargor e toxicidade, atuam como repelentes de herbívoros.
Algumas espécies são tóxicas para o homem, os quais possuem sistema enzimático
passível de hidrolisar a atropina em produtos desprovidos de toxicidade. A presença
de alcalóides pode ser assinalada em ampla gama de atividades biológicas investi-
gadas, tais como: amebicida, emético, anticolinérgicos, antitumorais, antitussígeno,
hipnoanalgésico, estimulante do SNC, diuréticos, tratamento da gota, miorrelaxante.
58

Figura 27: Estrutura molecular dos alcalóides (SIMÕES et al, 2007)

Bases quaternárias – Houve presença de precipitado. Na figura 28 encontra-


se a estrutura molecular de base quaternária.

Figura 28: Estrutura molecular de base quaternária (LUCCHESE et al, 2000)

A maioria dos compostos naturais e sintéticas com ações curarizantes são


sais de amônio quaternário, capazes de produzir no animal e no homem respostas
similares em antagonizar as determinadas pela acetilcolina. Sua atividade exerce na
placa mioneural. A presença de um grupo amônio quaternário parece ser indispen-
sável para a ação da acetilcolina.
Ácidos fixos fortes – Ausência desta classe de constituinte foi proposta com
base na não ocorrência de alterações durante o desenvolvimento do teste.
Quinonas – Não observou o aparecimento de coloração na fase aquosa du-
rante o teste, sendo assim considerado como resultado negativo. Na figura 29 en-
contra-se a estrutura molecular da quinona.
59

Figura 29: Estrutura molecular da quinona ( SILVA et al, 2003)

Antranóis – Este constituinte encontra-se ausente nessa espécie vegetal uma


vez que não houve aparecimento de coloração na fase aquosa durante a realização
do mesmo.
Agliconas flavonóides – Não foi observada qualquer modificação na cor por
comparação com os tubos anteriores. Já no sexto tubo adicionou alguns centigra-
mas de magnésio em fita e 0,5 mL de HCl concentrado. Aguardou o término da rea-
ção indicada pelo fim da efervescência e também não observou mudança na cor da
mistura da reação nos tubos acidificados.
60

Tabela 2: Perfil fitoquímico para o extrato hidroalcoólico da Ipomoea asarifolia.

CLASSE METABÓLICA RESULTADO


Alcalóides Positivo
Antrocianidinas Negativo
Antrocianinas Negativo
Antranóis Negativo
Bases quaternárias Positivo
Catequinas Negativo
Esteróides Negativo
Fenóis Negativo
Flavanonóis Negativo
Flavonóides Negativo
Flavonóis Negativo
Flavononóis Negativo
Leucoantocianidinas Negativo
Quinona Negativo
Resinas Positivo
Saponinas Positivo
Taninos Positivo
Triterpenóides Negativo
Xantonas Negativo

Após a realização destes testes o extrato hidroalcoólico submetido a hidrólise


ácida de acordo com o procedimento experimental . Nenhum dos testes apresentou
resultado positivo, o que indica a ausência, nesses extratos, de constituintes ácidos
e neutros, em sua forma livre.
61

4.3 ABORDAGEM ANTIMICROBIANA

Infecções humanas, particularmente aquelas envolvendo a pele e mucosas


constituem um sério problema, especialmente em países desenvolvidos tropicais e
subtropicais, sendo os fungos dermatófitos e a levedura Candida spp os patógenos
mais freqüentes . Candida albicans é uma levedura oportunista que causa infecções
sistêmicas em pessoas predispostas, comumente pacientes com o sistema imunoló-
gico comprometido ou que foram submetidos a tratamento prolongado com antibióti-
cos . Entretanto, as informações disponíveis sobre plantas medicinais ativas contra
esta espécie ainda não resultaram em formulações efetivas para uso humano ou
animal (DUARTE, 2006).

O Staphylococcus aureus é o agente mais comum em infecções piogênicas.


Estas infecções podem se localizar na pele ou em regiões mais profundas. Atual-
mente, Stafilococcus , é o maior patógeno em infecções hospitalares e é responsá-
vel por inativar a ação de vários antibióticos, tornando a multiresistência, um grande
problema de saúde pública (Stratton, 2000).

Na Operculina macrocarpa (L.) Urb. (CONVOLVULACEAE Foram utilizadas


cepas padrões de Escherichia coli (ATCC 25922), Bacillus subtilis (ATCC 9372),
Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) e
o
Candida albicans (ATCC10231). Após incubação por 48 horas a 37 C, observou-se
os halos de inibição das amostras. (SAIRAM et al., 2000; MURAT et al., 2003; GUL-
ÇIN et al., 2004).

Na Ipomoea cairica (Convolvulaceae), Foram realizados testes de inibição


microbiana para as bactérias gram positiva Staphylococcus aureus (ATCC 25985) e
gram negativa Escherichia coli (ATCC 25922). O extrato, quando submetido ao mé-
todo de difusão em disco, promoveu a inibição do crescimento do microorganismo
Staphylococcus aureus a 20 e 10 mg/disco. (FERREIRA, 2006)

Na Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult (Convolvulaceae), foram realiza-


dos os testes antimicrobianos para três espécies de microorganismos: Candida albi-
cans ATCC 10231; Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC
62

25922. Não foi observado o halo de inibição, sendo assim a planta não possui ação
antimicrobiana para esses microorganismos.
63

5 CONCLUSÃO

• Durante a realização dos testes com o extrato hidroalcoólico da Ipomoea asarifo-


lia verificou-se resultados positivos para algumas classes de metabólitos secun-
dários, tais como: alcalóides, bases quaternárias, resinas, saponinas e taninos, o
que justifica a utilização da planta pela população como cicatrizante, antiinflama-
tório, anti-séptico, paraticidas. Podendo ser utilizada por via tópica. A toxicidade
da planta fresca em bovinos e caprinos está provavelmente relacionada a pre-
sença de alcalóides.
• Os testes realizados para detecção de metabolitos secundários após a hidrólise,
não apresentou nenhum resultado positivo, indicando a ausência de constituintes
ácidos e neutros em sua forma livre.
• O extrato hidroalcoólico da Ipomoea asarifolia não apresentou nenhuma ativida-
de antimicrobiana/antifúngica, nos microorganismos estudado. É interessante
ressaltar que o potencial antimicrobiano de vegetais, não está em todos os ca-
sos relacionado exclusivamente à uma única substância derivada deste e sim de
interações entre várias substâncias oriundas dos vegetais, desencadeando, em
conjunto, a ação antimicrobiana. Outras espécies pertencentes a este gênero
promoveu a inibição do crescimento do microorganismo Staphylococcus aureus
a 20 e 10 mg/disco.
• O uso tradicional desta planta no tratamento de lesões cutâneas, entende-se ser
importante a determinação da atividade antiinflamatória como linha de continua-
ção deste trabalho, além da determinação da dose letal 50 das folhas frescas.
• Finalmente podemos propor direcionamento do estudo do extrato da espécie
Ipomoea asarifolia visando o isolamento e identificação de substâncias. Alem
disso, o resultado de testes farmacológicos e microbiológicos podem vim a justi-
ficar o uso pela medicina popular na cura de algumas enfermidades.
• A busca por substâncias ativas se torna realmente interessante quando se trata
do isolamento de compostos bioativos e não somente de uma estrutura de um
composto inédito. Tal fato vem ao encontro da necessidade de estudos fitoquí-
micos biodirecionados e, portanto, na multidisciplinaridade que envolve botâni-
cos, químicos, farmacólogos e toxicólogos.
64

REFERÊNCIAS

AGRA, M.F.; BARACHO, G.S.; BARACHO, G. S.; NUTRIT, K.; COELHO, V.P.;
BARBOSA, D. A. Sinopse da flora medicinal do cariri paraibano. Oecol. Bras.,
v.11, n.3, p. 323- 330, 2007.

ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAZI, N. As pesquisas etnodirigidas na descober-


ta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pes-
pectivas. Revista Brasileira de Farmacognosia (Supl), v. 16, p. 678-689, 2006.

ALMEIDA, A. B. A.; MELO, P. S.; HIRUMA-LIMA, C. A. GRACIOSO, J. S.; CARLI, L.;


NUNES, C. S.; HAUN, M.; SOUZA-BRITO, A. R. M. Antiulcerogenic effect and cy-
totoxic activity of semi-synthetic crotonin obtained from Croton cajucara
Benth. European Journal of Pharmacology, v. 472, n. 3, p. 205-212, 2003.

ARGÁEZ, A.G.; PÉREZ-AMADOR, M.C. Distribution in the planto f glycorensins


and ergoline alkaloids in three species of Ipomoea (Convolvulaceae). Rev. Int.
Bot. Exp., v. 60, n. 1-2, p. 73-76, 1997.

BARBOSA, J. D.; OLIVEIRA, C. M. C.; DUARTE, M. D.; PEIXOTO, P. V.; TOKAR-


NIA, C. H. Intoxicações experimental e natural por Ipomoea asarifolia (Convol-
vulaceae) em búfalos e outros ruminantes. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 25,
n. 4, p. 231-234, 2005

BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal: as bases moleculares da


ação dos fármacos. 2. Ed., Porto Alegre, Artmed, 2008.

BRANDÃO, M. G. L.; GOMES, C. G.; NASCIMENTO, A. M. Plantas nativas da me-


dicina tradicional brasileira: uso atual e necessidade de proteção. Revista Fitos,
v. 2, n. 3, p.24-29, 2006.

BRASIL, AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA- ANVISA. Resolução


nº. 48 - 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápi-
cos.

BRASIL, AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA- ANVISA. Portaria Nº.


6 , de 31 de janeiro de 1995. Instituir e normatizar o registro de produtos fitoterápicos
junto ao Sistema de Vigilância Sanitária. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br >.
Acesso em: mar. 2011.
65

CALIXTO, J. B. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory guide-


lines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Brazilian Journal of Medical
and Biological Research, v. 33, p. 170-189, 2000.

CARVALHO, A. C. B.; NUNES, D. S. G.; BARATELLI, T. G.; SHUQAIR, N. S. M. S.


A.; MACHADO NETO, E. Aspectos da legislação no controle dos medicamentos
fitoterápicos. Amazônia: T & S, 2007.

CECHINEL FILHO, V.; YUNES, R. A. Estratégias para a obtenção de compostos


farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modi-
ficação estrutural para otimização da atividade. Química Nova, v. 21 n. 1, p. 99-105,
1998.

DICKSON, M.; REDWOOD, H. Pharmaceutical reference princes. How do they


work in practice? Pharmacoeconomics, v. 14, n. 5, p.471-479, 1998.

DUARTE, M. C. T. Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromáti-


cas Utilizadas no Brasil. Universidade Estadual de Campinas, Centro Pluridiscipli-
nar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas, 2006.

FERREIRA, A.A.; OLIVEIRA, P.M.; EVANGELISTA, E.A; ALVES, R.B.; PIZZIOLLO,


V.R2; BRASILEIRO, B.G.; RODRIGUES,F.M.O.; SILVEIRA, D.; RASLAN, D.S. Ati-
vidades biológicas das partes aéreas de Ipomoea cairica (Convolvulaceae).
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.2, p.14-18, 2006.

FERRONATO, R., PEZENTI, E.; BEDNARSKI, F.; ONOFRE, S. B. Atividade anti-


microbiana de óleos essenciais produzidos por Baccharis dracunculifolia D.C.
e Baccharis uncinella D.C. (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v.
17, n. 2, p. 224-230, 2007.

FESSENDEN, R.J. Organic chemistry. Boston: Willard Grant Pres, 1982.

GARCIA-ÁRGAEZ, A.; PÉREZ-AMADOR, M. C. Distribution in the planto of


glycoresins na ergoline alkaloids in three species of Ipomoea
(Convolvulaceae). Rev. Int. Bot. Exp., v. 60, n. ½, p.73-76, 1997.

GARZÓN, GLORIA ASTRID. Las antocianinas como colorantes naturales y


compuestos bioactivos: revisión. Acta biol.Colomb. v.13, n.3, Bogotá
Sep./Dec 2008.

GEISSMAN , T.A. Flavonoid compounds, tannins, lignins, and related com-


pounds. New York: Elsevier, p.256, 1963.

GOTLIEB, O. New and underutilized plants in the Americas: solution to prob-


lems of inventory through systematics. Interciência, v.6, n.1, p.22-29, 1981.
66

GUIM, A; FILHO, E. C. P; SOUZA, M. F; SILVA, M. M. C. Padrão de Fermentação e


Composição Químico-Bromatológica de Silagens de Jitirana Lisa (Ipomoea
glabra Choisy) e Jitirana Peluda (Jacquemontia asarifolia L. B. Smith) Frescas
e Emurchecidas. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33, n. 6, p. 2214-2223, 2004.

HAMBURGER, M.; HOSTETTMAN, K. Bioactivity in plants: the link between


phytochesmistry and medicine. Phytochemistry, v. 30, n. 12, p. 3864-3874, 1991.

HEYWOOD, V.H. Flowering plants of the world. New York: Oxford University
Press, p. 229-230, 1993.

JARDIM, M. A. G; MEDEIROS, T. D. S. Plantas oleaginosas do estado do Pará:


composição florística e uso medicinal. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.
87, n. 4, p. 124-127, 2006.

JARDIM, M. A.; SILVA, J. C.; COSTA NETO, S. V. Fitoterapia popular e metabóli-


tos secundários de espécies vegetais da Ilha de Algodoal, Município de Mara-
canã, Estado do Pará, Brasil – Resultados preliminares. Revista Brasileira de
Farmácia, 86(3): 117-118, 2005.

KIILL, L. H. P.; RANGA, N. T. Ecologia da polinização de ipomoea asarifolia


(ders.) roem. & schult. (convolvulaceae) na região semi-árida de pernambuco.
Acta bot. bras. V. 17, n. 3, p. 355-362, 2003.

LEAL, ROSÉLIA SOUSA. Estudo etnofarmacológico das espécies medicinais


Cleome spinosa Jacq, Pavonia varians Moric e Croton cajucara Benth. Tese de
Doutorado (Curso de Química) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Na-
tal, 2008.

LUCCHESE, ANGÉLICA MARIA; MARZORATI,LILIANA. Catálise de transferência


de fase. Quím. Nova. v.23, n.5, São Paulo Sept./Oct. 2000.

MACIEL, M. A. M.; PINTO, A, C.; VEIGA JR, V. F.; MARTINS, J. R.; GRYNBERG, N.
F.; ECHEVARRIA, A.; LAPA, A. J.; VANDERLINDE, F. A. Croton cajucara as an
alternative to traditional medicine in a modern health system. Recentt Progress
in Medicinal Plants-Phytochemistry and Pharmacology, v.8, p. 502-517, 2002a.

MACIEL, M. A. M.; PINTO, A. C.; VEIGA JR, V. F.; ECHEVARRIA, A.; GRYNBERG,
N. F. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química
Nova, v. 25, n. 3, p. 429-438, 2002b.
67

MANN, P.; TOFERN, B.; KALOGA, M.; EICH, E. Flavonoid aulfates from the
Convolvulaceae. Phytochemistry, v. 50, p. 267-271, 1999.

MARQUES, ANDRÉ M.; PAIVA, RENAN A.; KAPLAN, MARIA AUXILIADORA. Fla-
vonóides de Piper claussenianum. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Química, v. 46, p. 597-673, 1997.

MARQUI, SARA REGINA; LEMOS,RENATA BRIONÍZIO; SANTOS, LUCIANA ÁVI-


LA; GAMBOA, IAN CASTRO; CAVALHAEIRO, ALBERTO JOSÉ; BOLZANI, VAN-
DERLAN DA SILVA; SILVA, DULCE HELENA SIQUEIRA; SCORZONI, LILIANA;
ALMEIDA, ANA MARIA FUSCO; GIANNINNI, MARIA JOSÉ SOARES MENDES;
YOUNG, MARIA CLAUDIA MARX; TORRES, LUCE MARIA BRANDÃO. Saponinas
antifúngicas de Swartzia langsdorffii. Quím. Nova v.31, n.4, São Paulo 2008

MARTINS, A. S. D. Contribuição para o estudo morfológico e químico de Caly-


cobolus heudelotti. Dissertação (Tese de Mestrado em Medicamentos à base de
plantas), Universidade de Lisboa, p. 93, 2010.

MATOS, ABREU. Introdução a Fitoquímica Experimental. 2 ed. Fortaleza: edições


UFC, 1997.

MATSUBARA, SIMARA; AMAYA, DELIA B. RODRIGUEZ. Teores de catequinas e


teaflavinas em chás comercializados no brasil. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campi-
nas, v.26, n.2, p. 401-407, abr.-jun. 2006.

MEIRA, MARILENA; DAVID, JORGE M. Constituintes químicos de Ipomoea su-


bincana MEISN. (CONVOLVULACEAE). Química Nova, vol. 311, n. 4, 751-754,
2008.

MELENDÉZ, P. A.; CAPRILES, V. A. Antibacterial properties of tropical plants


from Puerto Rico. Phytomedicine, v. 13, p. 272-276, 2006.

MICHELIN, DANIELE CARVALHO. Análise fitoquímica e ensaios biológicos da


raiz de Operculina macrocarpa (L.) Urb. (CONVOLVULACEAE). Tese de Mestra-
do (Curso de Farmácia) – UNESP- Araraquara, 2004.

NOVAIS, T. S.; COSTA, J. F. O.; DAVID, J. L. P.; DAVID, J. M.; QUEIROZ, L. P.;
FRANÇA, F.; GIULIETTI, A. M.; SOARES, M. B. P.; SANTOS, R.R. Atividade anti-
bacteriana em alguns extratos de vegetais do semi-árido brasileiro. Revista
Brasileira de Farmacognosia, v. 14, p. 05-08, 2003.
68

O’KENNEDY, R. & THORNES, R.D. Coumarins: biology, applications and mode


of action. New York: John Willey, 1997.

PEREDA-MIRANDA, R.; BAH, M. Biodynamic constituentes in the Mexican


morning glories: purgative remedies transcending boundaries. Cur. Top. Med.
Chem., v. 3, p. 1-20, 2003.

PINTO, A. C.; SILVA, D. H. S.; BOLZANI, V. S.; LOPES, N. P.; EPIFANIO, R. A.


Produtos Naturais: Atualidade, desafios e perspectivas. Química Nova, v. 25, n.
1, p. 45-61, 2002.

PHILLIPSON, J. D. Phytochemistry and medicinal plants. Phytochemestry, v. 56,


p. 237-243, 2001.

POTAL E-CAMPO. Disponível em: HTTP://www.e-


campo.com.br/conteudo/pesquisas/vispesquisas. Acesso em 31de maio de 2011.

PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. M. R. Técnica farmacêutica e farmá-


cia galênica. 4 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, v. 1, p. 317, 1991.

QUEIROZ, CARLA REGINA AMORIM DOS ANJOS; MORAIS, SÉRGIO ANTÔNIO


LEMOS; NASCIMENTO, EVANDRO AFONSO.Caracterizaçao dos taninos da a-
roeira-preta (Myracrodruon urundeuva). Rev. Árvore v.26, n.4, July/Aug. 2002.

SANTOS, M. A. C.; COELHO-FERREIRA, M. Inventário de espécies medicinais


empregadas pelo IEPA, Macapá-AP. Amazônia: ciência e desenvolvimento, v. 1, n.
1, p. 159-180, 2005.

SAIRAM, M.; ILAVAZHZGAN, G.; SHARMA, S.K.; DHANRAJ, S.A.; SURESH, B.;
PARIDA, M.M.; JANA, A.M.; DEVENDRA, K.; SELVAMURTHY, W. Anti-microbial
activity of a new vaginal contraceptive NIM-76 from neem oil (Azadirachta indi-
ca). J. Ethnopharmacology, v.71, p.377-382, 2000.

SCHIMMING, T.; TOFERN, B.; MANN, P.; RICHTER, A.; JENETT-SIEMS, K.;
DRAGER, B.; ASANO, N.; GUPTA, M. P.; CORREA, M. D.; EICH, E. Distribution
and taxonomic significance of calystegines in the Convolvulaceae. Phytoche-
mistry, v. 49, n. 7, p. 1989-1995, 1998.
69

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GRACE, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.


PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3. Ed. Florianó-
polis: Editora da UFSC, 2001.

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GRACE, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.


PETROVICK, P. R.. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. Ed. Florianó-
polis, Editora da UFSC, 2007.

SILVA, A. C. N; SILVA, I. F; THÉ, P. M. P. Composição química e potencial nutri-


cional da ipomoea asarifolia roem. & schult (salsa). XXVII Encontro de Iniciação
Cientifica, Universidade Federal do Ceará, 2008.

SILVA, Maria do Socorro Sousa ; CITÓ, Antônia Maria das Graças Lopes; CHAVES,
Mariana H.; LOPES, José Arimatéia Dantas. Triterpenóides tipo cicloartano de
própolis de Teresina – PI. Quím. Nova v.28, n.5, São Paulo Sept./Oct. 2005.

SILVA, Milton N.; FERREIRA, Vítor F.; SOUZA, Maria Cecília B. V. Um panorama
atual da química e da farmacologia de naftoquinonas, com ênfase na b-
lapachona e derivados. Quím. Nova v.26, n.3, São Paulo May/June 2003.

SCALBERT , A. Antimicrobial properties of tannins. Phytochemistry, v.30, p.3875-


3883, 1991.

Stratton C.W.Nuances in antimicrobial susceptibility testing for resistant gram-


positive organisms. Antimicrobics and Infectious Diseases Newsletter v.18, p. 57-
64, 2000.

STEFANOVIC, S.; AUSTIN, D. F.; OLMSTEAD, R. G. Classification of


Convolvulaceae: A Phylogenetic Approach. Systematic Botany, v. 28, n. 4, p.
791-806, 2003.

STEFANOVIC, S.; KRUEGER, L.; OLMSTEAD, R. G. Monophyly of the


Convolvulaceae and circumscription of their major lineages based on DNA se-
quences of multiple chloroplast loci. American Journal of Botany, v. 89, n. 9, p.
1510-1522, 2002.

STERN, J.L.; HAGERMAN, A.E.; STEINBERG, P.D.; MASON, P.K.


Phlorotannin.protein interactions. Journal of Chemical Ecology, v.22, p.1887-1899,
1996.

TAPPIN, M. R. R.; LUCHETTI, L. Sobre a legislação de registro de fitoterápicos.


Revista Fitos, v. 3, n. 1, p. 17-30, 2007.

TAVARES, Lílian Helena da Costa; BRITO, Rose Grace Lima; GUILHON,Giselle Ma-
ria Skelding Pinheiro; CONSERVA, Lúcia Maria.Terpenóides e xantonas de Tovo-
70

mita brasiliensis Walp. (Guttiferae). Revista Virtual de Iniciação Acadêmica da


UFPA, v. 1, n. 2, Julho 2001.

TERRAS, F.R.G.; SCHOOFS, H.M.E.; THEVISSEN, H.M.E.; BROEKAERT, W.F.


Synergistic enhancement of the antifungal activity of wheat and barley thionins
by radish and oilseed rape 2S albumins and by barley trypsin inhibitors. Plant
Physiology, v.103, p.1311-1319, 1993.

TOFERN, B.; MANN, P.; KALOGA, M.; JENETT-SIEMS, K.; WITTE, L. Aliphatic
pyrrolidine amides from two tropical convolvulaceous secies. Phytochesmistry,
v. 52, p. 1437-1441, 1999.

TOMMASI, N. de; SIMONE, F. de; FIO, V. de; PIZZA, C. Phenylpropanoid Glyco-


sides and Rosmarinic acid from Momorcadia balsamina. Planta Médica, v. 57,
p.201, 1991.

TORSSEL, B.G. Natural product chemistry. A mechanistic and biosynthetic ap-


proach to secondary metabolism. New York: John Willey, p.401, 1989.

TRUJILLO, E. C. Condiciones para um beun estúdio de susceptibilidad median-


te test de difusión em Agar. Ver Chil Infect. V. 19, p. 77-81 2002.

VALVERDE, R.S. Avaliação da atividade antifúngica dos extratos brutos etanó-


licos de:Cucurbita pepo, Reimeria marítima, Cayaponia tayuya, Eucaliptus ci-
triodora, Cuminum cyminum e Óleo Resina de Copíba sobre leveduras do gê-
nero Candida. Tese de Mestrado, Universidade Potiguar, UnP, 2007.
VEIGA JR, V. F. O gênero Copífera: estudos fitoquímicos de 8 espécies classi-
ficadas e 127 óleos de copaíba. Rio de Janeiro, Tese de Doutorado, UFRJ, 2004.

VELASCO, M. V. R.; RIBEIRO, M. E.; BERDIN, VALCENIR; OKUBO, F. R.; STEI-


NER, DENISE.Rejuvenescimento da pele por peeling químico:
enfoque no peeling de fenol.An bras Dermatol, Rio de Janeiro, v. 79, n.1, p.91-99,
jan./fev. 2004.

ZACHARUK, Mario; BECKER, Daniela; COELHO, Luiz A. F.; PEZZIN, Sergio H. Es-
tudo da reação entre polietileno glicol e resina epoxídica na presença de N,N-
dimetilbenzilamina. Polímeros v.21, n.1, São Carlos 2011 Epub Feb 11, 2011.

Você também pode gostar