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UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 1

TORÇÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

1. INTRODUÇÃO

Um conjugado que tende a torcer uma peça fazendo-a girar sobre o seu próprio eixo é
denominado “momento de torção”, momento torçor ou torque. O caso mais comum de torção ocorre
em eixos de transmissão.
A torção simples, torção uniforme ou torção pura (não atuação simultânea com M e V)
ocorre apenas raramente na prática. Geralmente a torção ocorre combinada com momento fletor e
força cortante, mesmo que esses esforços sejam causados apenas pelo peso próprio do elemento
estrutural. De modo aproximado, os princípios de dimensionamento para a torção simples são
aplicados às vigas com atuação simultânea de momento fletor e força cortante (LEONHARDT &
MÖNNIG, 1982).
Nas estruturas de concreto, a ligação monolítica entre vigas e lajes e entre vigas com vigas
de apoio origina momentos de torção, que podem ser desprezados por não serem essenciais ao
equilíbrio dos elementos. Entretanto, no caso da chamada “torção de equilíbrio”, como se verá
adiante, a consideração dos momentos torçores é imprescindível para garantir o equilíbrio do
elemento.
Desde o início do século passado numerosos estudos experimentais já foram realizados
sobre vigas de concreto armado sob solicitação de torção simples. Como uma conseqüência desses
estudos, as vigas serão dimensionadas simplificadamente à torção considerando-se a seção vazada
(oca) com parede fina, segundo as equações clássicas da Resistência dos Materiais, formuladas por
BREDT. Semelhantemente ao dimensionamento das vigas ao esforço cortante será feita também a
analogia com uma treliça, agora espacial. A Treliça Generalizada, com ângulo θ de inclinação das
diagonais comprimidas variável, é o modelo atualmente mais aceito internacionalmente. Como feito
no dimensionamento para outros tipos de solicitação, as tensões de compressão serão absorvidas
pelo concreto e as tensões de tração pelo aço, na forma de duas diferentes armaduras, uma
longitudinal e outra transversal (estribos).
A análise da torção em perfis abertos de paredes finas, com aplicação da torção de Vlassov
ou Flexo-Torção, não é apresentada nesta apostila por não fazer parte do programa da disciplina na
graduação em engenharia.
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2. CASOS MAIS COMUNS

Um caso comum de torção nas vigas de concreto ocorre quando existe uma distância entre a
linha de ação da carga e o eixo longitudinal da viga, como mostrado nas Figuras 1 e 2. Na Figura 1,
a viga AB, estando obrigatoriamente engastada na extremidade B da viga BC, aplica nesta um
momento de torção, que deve ser obrigatoriamente considerado no equilíbrio da viga BC. Na viga
mostrada na Figura 2 a torção existirá se as cargas F1 e F2 forem diferentes. Essa situação pode
ocorrer durante a fase de construção ou mesmo quando atuarem os carregamentos permanentes e
variáveis, se estes forem diferentes nas estruturas que se apóiam na viga pré-moldada.

C
F1 F2

F B

Figura 1 – Viga em balanço com Figura 2 – Viga do tipo pré-moldada para apoio de
carregamento excêntrico. estrutura de piso ou de cobertura.

Talvez o caso mais comum de torção ocorra com lajes em balanço, engastadas em vigas de
apoio, como por exemplo lajes (marquises) para proteção de porta de entrada de barracões, lojas,
galpões, etc. (Figuras 3 e 4). O fato da laje em balanço não ter continuidade com outras lajes
internas à construção faz com que a laje deva estar obrigatoriamente engastada na viga de apoio, de
modo que a flexão na laje passa a ser torção na viga. A torção na viga torna-se flexão no pilar,
devendo ser considerada no seu dimensionamento.
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Figura 3 – Torção em viga devido a engastamento de laje em balanço.

B
C

B
B

A A

Figura 4 – Viga contínua sob torção por efeito de laje em balanço.

Um outro caso de torção em viga, de certa forma também comum nas construções, ocorre
em vigas com mudança de direção, como mostrado na Figura 5. No ponto de mudança de direção
um tramo aplica sobre o outro um momento de torção. A torção também ocorre em vigas curvas,
com ou sem mudança de direção, como mostrado na Figura 6.
Se a torção for necessária ao equilíbrio da viga e não for apropriadamente considerada no
seu dimensionamento, intensa fissuração pode se desenvolver, prejudicando a segurança e a estética
da construção.
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Figura 5 – Torção em viga devido à mudança de direção.

Figura 6 – Vigas curvas e com mudança de direção são solicitação por torção.

3. CASOS TÍPICOS PARA O MOMENTO DE TORÇÃO

Apresentam-se nas Figuras 7 a 11 os valores dos momentos de torção para alguns casos mais
comuns na prática das estruturas.

T=-m T

Figura 7 – Torção concentrada na extremidade de viga em balanço.


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m m

a a

T=m
T T=-m

Figura 8 – Torção aplicada à distância a das extremidades de viga biengastada.

ml
T=
2
T

Figura 9 – Torção uniformemente distribuída em viga biengastada.

l /2 l /2
l

T = m/2
T
T = m/2

Figura 10 – Torção concentrada no centro de viga biengastada.


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A B
a b
Mt = F.e
F l

e TA
TB
b
TA = M t a
l TB = M t
l
Figura 11 – Torção concentrada em viga biengastada.

4. TORÇÃO DE EQUILÍBRIO E DE COMPATIBILIDADE

A torção nas estruturas pode ser dividida em duas categorias: torção de equilíbrio e torção de
compatibilidade.
Na torção de equilíbrio, o momento de torção deve ser obrigatoriamente considerado, pois
ele é necessário para o equilíbrio da estrutura. As estruturas mostradas nas Figuras 1 a 6 encontram-
se solicitadas por torção de equilíbrio, devendo ser obrigatoriamente considerada.
A torção de compatibilidade ocorre comumente nos sistemas estruturais, como por exemplo
aquele mostrado na Figura 12, com uma laje engastada na viga de borda. Ao tentar girar a laje
aplica um momento de torção (mT) na viga, que tende a girar também, sendo impedida pela rigidez
à flexão dos pilares. Surgem então momentos torçores solicitantes na viga e momentos fletores nos
pilares. Quando a rigidez da viga à torção é pequena comparada à sua rigidez à flexão, a viga fissura
e gira, permitindo o giro da laje também. Ocorre então uma compatibilização entre as deformações
na viga e na laje, e como conseqüência os momentos torçores na viga diminuem bastante, podendo
ser desprezados.
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a)
bord m E (Laje)
e
ad
( Vig
m T
Momento de
dimensionamento
da laje
je )
(La
m (Laje)

T
(Viga de bordo) m T = m E (Laje)

Mf
(Pilar)
T
Mf

Figura 12 – Torção de compatibilidade de laje com a viga de apoio.


(LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).

Um outro exemplo de torção de compatibilidade é aquele mostrado nas Figuras 13 e 14.


Como se observa na Figura 14, a viga AB apóia-se nas vigas CD e EF.

Figura 13 – Estrutura real.

A Figura 15 mostra o caso das vigas de apoio CD e EF com rigidez à torção elevada. Neste
caso não existe total liberdade de rotação para a viga AB nas suas extremidades, o que faz surgir os
momentos de engastamento MA e MB , que, por outro lado, passam a ser momentos torçores
concentrados e aplicados em A e B.
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Figura 14 – Esquema estrutural (SÜSSEKIND, 1985).

Figura 15 – Caso das vigas de apoio com elevada rigidez à torção.

A intensidade dos momentos fletores e torçores depende das rigidezes relativas das vigas, ou
seja, da rigidez à torção das vigas CD e EF e da rigidez à flexão da viga AB. Se a rigidez à torção
das vigas CD e EF for zero, a viga AB fica livre para girar em A e B, levando a zero os momentos
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fletores MA e MB , e conseqüentemente também os momentos torçores (Figura 16). Nesta análise


percebe-se que a torção é conseqüência da compatibilidade de deformações das vigas, daí a
chamada “torção de compatibilidade”. Neste caso há o equilíbrio, embora sem se considerar a
ligação monolítica da viga AB com as vigas CD e EF.
Por outro lado, sob o efeito do momento de torção a viga irá fissurar, o que acarreta uma
significativa diminuição na rigidez da viga à torção. Desse modo, as vigas CD e EF, ao fissurarem
por efeito da torção proveniente da viga AB, têm sua rigidez à torção diminuída, diminuindo por
conseqüência os momentos MA e T, o que leva ao aumento do momento fletor positivo da viga AB.

Figura 16 – Caso de pequena rigidez à torção.

Pode-se assim resumir que, “a torção nas vigas deve ser considerada quando for necessária
para o equilíbrio (torção de equilíbrio), e pode ser desconsiderada quando for de
compatibilidade”.
Considerando-se o pavimento de um edifício constituído por lajes e vigas, além da torção de
compatibilidade existente entre as vigas, a ligação monolítica entre as lajes e as vigas, como
mostrado na Figura 12, também ocasiona o surgimento de momentos de torção nas vigas, de
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compatibilidade, não imprescindível ao equilíbrio do sistema, podendo assim ser desprezado


também.
Somado a isso, por imposição da arquitetura a largura das vigas varia normalmente de 10 a
20 cm, e para alturas correntes para as vigas (comumente até 60 cm), a rigidez à torção não é
significativa, o que leva a valores baixos para a torção de compatibilidade, justificando a sua
desconsideração.
Outra análise que se faz é que, se as vigas CD e EF forem livres para girar nas extremidades,
T será zero, ou seja, não existirá o momento de torção. Ou, por outro lado, e o que é mais comum na
prática das estruturas, devido à ligação monolítica das vigas CD e EF com os pilares de apoio, se as
vigas não podem girar e a rigidez à torção das vigas CD e EF é muito maior que a rigidez à flexão
da viga AB, o momento fletor MA se aproxima do momento fletor de engastamento. Portanto, os
momentos T e MA resultam do giro da viga AB em A e B, que deve ser compatível com o ângulo de
torção das vigas CD e EF em A e B.

5. TORÇÃO SIMPLES (TORÇÃO DE ST. VENANT)

Numa barra de seção circular, como a indicada na Figura 17, submetida a momento de
torção, com empenamento permitido (torção livre), surgem tensões principais inclinadas de 45° e
135° com o eixo longitudinal da seção. As trajetórias das tensões principais desenvolvem-se
segundo uma curvatura helicoidal, em torno da barra. A trajetória das tensões principais de tração
ocorre na direção da rotação e a compressão na direção contrária, ao longo de toda o perímetro da
seção.

Figura 17 – Trajetórias das tensões principais na seção circular.

Se considerado um estado de tensão segundo a direção dos eixos longitudinal e transversal


da seção, o momento de torção provoca o surgimento de tensões de cisalhamento em planos
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perpendiculares ao eixo da barra circular e em planos longitudinais, simultaneamente, como


mostrado nas Figuras 18, 19 e 20.

Figura 18 – Tensões de cisalhamento numa barra de seção circular sob torção.

a)

b)

c)

Figura 19 – Tensões devidas à torção: a) tensões de cisalhamento; b) tensões principais


de tração e compressão; c) trajetória helicoidal das fissuras.
(MACGREGOR, 1997).
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Figura 20 – Tensões de cisalhamento e tensões principais na seção circular.

A distribuição das tensões de cisalhamento em seções transversais circulares e quadradas é


como indicado na Figura 21. A tensão de cisalhamento é máxima nas superfícies da seção e zero
nos vértices e no eixo que passa pelo centro de gravidade.

Figura 21 – Variação da tensão de cisalhamento na seção transversal.

Por questão de simplicidade, as vigas de concreto armado sob momento de torção são
dimensionadas como se fossem ocas e de parede fina. Ao desprezar a parte correspondente à área
interna da seção o erro cometido não é significativo nem antieconômico, porque a espessura da
casca ou parede é determinada de forma que represente uma seção com grande percentual de
resistência ao momento de torção. Este procedimento resulta num acréscimo de segurança que não é
excessivo, sendo, portanto, pouco anti-econômico.
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6. TORÇÃO SIMPLES APLICADA A SEÇÕES VAZADAS DE PAREDE FINA

Considere a seção vazada mostrada na Figura 22, com espessura t, submetida ao momento
de torção T.
A
I
X

A' T

d
IA

____ s
+
ÉD

ds
M
A
NH
LI

s x dt
t + ____ s
ds
s
O
x

r t
-I
s
B dA T
A ds X

Figura 22 – Seção vazada com parede fina (SÁNCHEZ, 2001).

Do equilíbrio estático da seção tem-se a igualdade da resultante das tensões τ com o


momento de torção T que as originou:

T = ∫ (τ t ds ) r (Eq. 1)

O produto τ . t (fluxo de cisalhamento ou de torção) é constante, e o produto ds . r é o dobro


da área do triângulo OAB (d . Ae), vindo:

T = 2 τ t ∫ d Ae (Eq. 2)

Da Eq. 2 surge a tensão de cisalhamento em qualquer ponto da parede fina, devida ao


momento de torção:
T
τ= (Eq. 3)
2 t Ae

com Ae sendo a área interna compreendida pelo eixo da parede fina, como indicada na Figura 23.
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Ae

Figura 23 – Área Ae da seção vazada.

7. COMPORTAMENTO DAS VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À


TORÇÃO SIMPLES

LEONHARDT & MÖNNIG (1982) descrevem os resultados de ensaios realizados por


MÖRSCH, entre 1904 e 1921. Foram estudados cilindros ocos à torção simples, sem armadura,
com armadura longitudinal, com armadura transversal, com ambas as armaduras e com armadura
em forma de hélice, como mostrado na Figura 24.
Os ensaios confirmaram que nas seções de concreto armado as tensões principais de tração e
de compressão são inclinadas de 45° e com traçado helicoidal. Após o surgimento das fissuras de
torção que se desenvolvem em forma de hélice, apenas uma casca externa e com pequena espessura
colabora na resistência da seção à torção. Isso ficou evidenciado em ensaios de seções ocas ou
cheias com armaduras idênticas, que apresentaram as mesmas deformações e tensões nas
armaduras.

φ 10

φ 10 φ 10 φ 10 10,8
10,8
10,8 10,8
φ 10
10,8 10,8

34 34 34 34

40 40 40 40
10,7 10,7

Figura 24 – Seções estudadas por MÖRSCH (LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).


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A Tabela 1 apresenta os resultados experimentais obtidos, para o momento fletor de


fissuração (momento fletor correspondente à primeira fissura) e para o momento fletor de ruptura.

Tabela 1 – Momentos fletores de primeira fissura e de ruptura (MPm) de


seções ocas ensaiadas por MÖRSCH.
Seção Momento Fletor Momento Fletor
de Primeira fissura de Ruptura
Sem armaduras 2,33 2,33
Com armadura longitudinal 2,33 2,38
Com armadura transversal 2,50 2,50
Com armaduras longitudinal e 2,47 3,78
transversal
Com armadura helicoidal 2,70 > 7,00*
* A máquina de ensaio não levou a seção à ruptura

Os ensaios demonstraram que: na seção oca sem armadura as fissuras são inclinadas a 45° e
em forma de hélice; com somente uma armadura, seja longitudinal ou transversal, o aumento de
resistência é muito pequeno e desprezível; com duas armaduras a resistência aumentou e, com
armadura helicoidal, segundo a trajetória das tensões principais de tração, o aumento de resistência
foi muito efetivo. Os valores contidos na Tabela 1 demonstram as observações.
Fissuras inclinadas podem se desenvolver quando a tensão principal de tração alcança a
resistência do concreto à tração, levando uma viga não armada à ruptura. Se a viga for armada com
barras longitudinais e estribos fechados transversais, à viga pode resistir a um aumento de carga
após a fissuração inicial.

8. ANALOGIA DA TRELIÇA ESPACIAL PARA A TORÇÃO SIMPLES

Existem hoje basicamente duas teorias muito diferentes com o intuito de explicar o
comportamento de uma viga sob torção. Uma delas é chamada de “Flexão Esconsa” (skew bending
theory), e foi desenvolvida por LESSIG (1959) e atualizada por HSU (1968). A segunda teoria
baseia-se na analogia da seção vazada (Teoria de Bredt) com uma treliça espacial, chamada de
“Treliça Generalizada”. A teoria foi inicialmente elaborada por RAUSCH em 1929, estando em uso
por diversas normas até os dias de hoje.
Como apresentado no item anterior os ensaios experimentais realizados mostraram que as
seções cheias de concreto podem ser calculadas como seções vazadas de paredes finas. A Figura 25
mostra o modelo de uma seção cheia fissurada, sob torção simples. As tensões de compressão são
resistidas pelo concreto da casca e as tensões de tração são resistidas pelo conjunto armadura
longitudinal e armadura transversal (estribos).
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Fissuras
R s,e
Cd

Cd
Cd
Cd
R sl Cd

R sl
Cd
Cd
Cd
Cd

R sl R s,e
R sl

Figura 25 – Modelo resistente para a torção simples em viga de concreto fissurada.


(LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).

A treliça clássica inicialmente concebida admitia que a viga apresentasse fissuras inclinadas
de 45° com o eixo longitudinal (Figura 26). Os banzos paralelos representam a armadura
longitudinal, as diagonais comprimidas desenvolvem-se em hélice, com inclinação de 45°,
representando as bielas de compressão e os montantes verticais e horizontais representam estribos
fechados a 90° com o eixo longitudinal da viga.

Esforços solicitantes
no corte ll - ll

Cd /cos 45

B
M
Cd /sen 45 Cd /sen 45

Cd /cos 45
ll Esforços nas barras
do nó B
R sl
a
D
R s,e
bm
=

ll C d 45°
tr
es

C d 45°
a

R sl
45°

R s,e

bm M
Barras tracionadas
T
Diagonais comprimidas
bm

Figura 26 – Treliça espacial para viga com torção simples com armadura longitudinal e
transversal (LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).
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9. TORÇÃO COMBINADA COM MOMENTO FLETOR E FORÇA CORTANTE

A Figura 27 mostra as trajetórias das fissuras numa viga de concreto de seção retangular. As
fissuras apresentam-se com trajetórias inclinadas de aproximadamente 45° com o eixo longitudinal
da viga.

Figura 27 – Trajetórias das fissuras na viga vazada de seção retangular.

Quando o valor do momento fletor é elevado comparativamente ao momento de torção, a


zona comprimida pelo momento fletor fica isenta de fissuras, como mostrado na Figura 28.

Figura 28 – Modelo para vigas com altos momentos fletores (LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).

No caso da força cortante elevada, uma face vertical deverá ficar isenta de fissuras, sendo
aquela onde as tensões de cisalhamento da torção e do esforço cortante têm sentidos contrários. Isso
fica demonstrado nos modelos de treliça adotados, onde as diagonais comprimidas da treliça para o
cortante opõem-se às diagonais tracionadas da treliça espacial da torção.
As fissuras nesses casos apresentam-se contínuas, em forma de hélice e em três das quatro
faces da viga. Numa face, onde as tensões de compressão superam a de tração, não surgem fissuras
(Figura 29).
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Figura 29 – Modelo para vigas com altas forças cortantes (LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).

10. FORMAS DE RUPTURA POR TORÇÃO

Após a fissuração, a ruptura de uma viga sob torção pura pode ocorrer de alguns modos:
escoamento dos estribos, da armadura longitudinal, ou escoamento de ambas as armaduras. No caso
de vigas superarmadas à torção, o concreto comprimido compreendido entre as fissuras inclinadas
pode esmagar pelo efeito das tensões principais de compressão, antes do escoamento das
armaduras. Outros modos de ruptura podem também ocorrer, estando descritos a seguir.

10.1 Ruptura por Tração

A ruptura brusca também pode ocorrer por efeito de torção, após o surgimento das primeiras
fissuras. A ruptura brusca pode ser evitada pela colocação de uma armadura mínima, para resistir às
tensões de tração por torção.
Segundo LEONHARDT & MÖNNIG (1982) sendo as armaduras longitudinal e transversal
diferentes, a menor armadura determinará o tipo de ruptura. Uma pequena diferença nas armaduras,
pode, no entanto, ser compensada por uma redistribuição de esforços.
Ao contrário do esforço cortante, onde a inclinação do banzo comprimido pode diminuir a
tração na alma da viga, na torção essa diminuição não pode ocorrer, dado que na analogia de treliça
espacial não existe banzo comprimido inclinado.

10.2 Ruptura por Compressão

Com armaduras colocadas longitudinalmente e transversalmente pode surgir forte


empenamento das faces laterais, ocasionando tensões adicionais ao longo das bielas comprimidas,
podendo ocorrer o seu esmagamento (Figura 30).
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Compressão Tração
Cd
T c

Rs
Rc
45°
tT

Superfície de dupla curvatura

Figura 30 – Empenamento da viga originando tensões adicionais de flexão.


(LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).

10.3 Ruptura dos Cantos

A mudança de direção das tensões de compressão nos cantos, como indicado na Figura 31,
origina uma força que pode levar ao rompimento dos cantos da viga. Os estribos e as barras
longitudinais dos cantos contribuem para evitar essa forma de ruptura. Vigas com tensões de
cisalhamento da torção muito elevadas devem ter o espaçamento dos estribos limitados a 10 cm
para evitar essa forma de ruptura.

Engastamento à torção
U
U
U
Rc
Rc
Rc
Rc
T
Rompimento do canto
U
Estribo
Rc

Rc

Figura 31 – Possível ruptura do canto devida à mudança de direção das diagonais comprimidas.
(LEONHARDT & MÖNNIG, 1982).
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10.4 Ruptura da Ancoragem

Esta forma de ruptura pode ocorrer por insuficiência da ancoragem do estribo, levando ao
seu “escorregamento”, e pelo deslizamento das barras longitudinais. O cuidado na ancoragem das
armaduras pode evitar essa forma de ruptura.

11. DEFINIÇÃO DAS FORÇAS E TENSÕES NA TRELIÇA GENERALIZADA À


TORÇÃO SIMPLES

Nas décadas de 60 e 70 a treliça clássica foi generalizada por LAMPERT, THÜRLIMANN


e outros, com a admissão de ângulos variáveis (θ) para a inclinação das bielas (Figura 32). O
modelo de treliça generalizada é o atualmente adotado pelas principais normas internacionais, como
ACI 318/95 e MC-90 do CEB (1990).
A NBR 6118/2004 também considera o modelo de treliça generalizada para o
dimensionamento de vigas de concreto armado à torção, em concordância com a treliça plana
generalizada concebida para a análise da força cortante.

Estribo

B Barras
Longitudinais
A

Bielas Y
Comprimidas
D Z X
l

NÓ A
R ld C = inclinação
l co da biela
Rwd tg
A
Cd
Cd l
Rld PLANO ABCD
Cd sen
Rwd

Cd sen Cd sen
l

y Cd sen
y
l
l co
tg

l co
tg

l co
tg

Figura 32 – Treliça espacial generalizada (LIMA et al. 2000).


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11.1 Bielas de Concreto

Considerando-se o plano ABCD da treliça espacial generalizada indicada na Figura 32 e que


os esforços internos resistentes devem igualar o esforço externo (Td), tem-se:

Td = 2 C d sen θ l (Eq. 4)

A força nas bielas comprimidas surge da Eq. 4:


Td
Cd = (Eq. 5)
2 l sen θ

com: Cd = força na biela comprimida;


Td = momento de torção de cálculo;
θ = ângulo de inclinação da biela;
l = distância entre os banzos.

A força de compressão Cd nas bielas atua sobre uma seção transversal de área:

y . t = l cos θ . t (Eq. 6)

com: t = espessura da casca da seção oca;


y = largura de influência da diagonal inclinada da treliça.

Assim, substituindo a força Cd da Eq. 5 por σcd y t = σcd l cos θ . t, a tensão de compressão
na biela (σcd) assume o valor:

Td
σ cd l cos θ . t =
2 l sen θ

Td
σ cd =
(l cos θ . t ) 2 l sen θ

Td
σ cd = 2
(Eq. 7)
l t sen 2 θ
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como l 2 = A e :

Td
σcd = (Eq. 8)
A e t sen 2 θ

A Eq. 3 pode ser escrita como: Td = τt 2 Ae t . Da Eq. 3 reescrita na Eq. 8 fica:

2 τ td
σcd = (Eq. 9)
sen 2 θ

11.2 Armadura longitudinal

Fazendo o equilíbrio de forças na direção x, tem-se:

4 R ld = 4 C d cos θ (Eq. 10)

com R ld = resultante em um banzo longitudinal. Como 4 R ld = A sl f ywd , substituindo na Eq. 10

fica:
A sl f ywd = 4 C d cos θ (Eq. 11)

Substituindo a Eq. 5 na Eq. 11 fica:


Td
A sl f ywd = 4 cos θ
2 l sen θ
Isolando a armadura longitudinal:
2 Td
A sl = cot g θ (Eq. 12)
l f ywd

Com o objetivo de evitar fissuração entre os vértices da seção vazada, a armadura deve ser
distribuída no perímetro u = 4 l , de modo que a taxa de armadura longitudinal por comprimento do
eixo médio da seção vazada é:

A sl 2 Td 2 Td
= cot g θ = cot g θ
u l f ywd u l f ywd 4 l
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A sl Td
= cot g θ (Eq. 13)
u 2 A e f ywd
ou
A sl Td
= (Eq. 14)
u 2 A e f ywd tg θ

com: A sl = área total da armadura longitudinal;


Ae = área interna delimitada pelo eixo da casca (ver Figura 23);
u = perímetro do contorno da área Ae .

11.3 Estribos

Fazendo o equilíbrio do nó A na direção do eixo Z, tem-se:


Rwd = Cd sen θ (Eq. 15)

Substituindo a Eq. 5 na Eq. 15 tem-se:


Td T
R wd = sen θ = d (Eq. 16)
2 l sen θ 2l

Sendo s o espaçamento dos estribos e l cot g θ o comprimento de influência das barras


transversais da treliça que representam os estribos (ver Figura 32), tem-se:

l cot g θ
R wd = A s,90 f ywd (Eq. 17)
s

Igualando as Eq. 16 e 17 fica:

l cot g θ T
A s,90 f ywd = d
s 2l
Isolando a armadura transversal relativamente ao espaçamento s dos estribos:
A s,90 Td
=
s 2 l l cot g θ f ywd

A s,90 Td
= tg θ (Eq. 18)
s 2 A e f ywd
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12. DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118/2004 NO ESTADO LIMITE


ÚLTIMO

A norma separa o estudo dos elementos lineares sujeitos à torção em Torção Uniforme e
Torção em Perfis Abertos de Parede Fina (item 17.5). No texto subseqüente será considerado o
dimensionamento apenas dos elementos lineares sujeitos à torção uniforme.
A norma pressupõe “um modelo resistente constituído por treliça espacial, definida a partir
de um elemento estrutural de seção vazada equivalente ao elemento estrutural a dimensionar. As
diagonais de compressão dessa treliça, formada por elementos de concreto, têm inclinação que
pode ser arbitrada pelo projeto no intervalo de 30° ≤ θ ≤ 45° ”. Esse modelo é o da treliça espacial
generalizada, descrito anteriormente. O projetista tem a liberdade de escolher o ângulo de
inclinação das bielas de compressão, que deve estar coerente com o ângulo adotado no
dimensionamento à força cortante.

12.1 Geometria da Seção Resistente

No caso de seções poligonais convexas cheias, a seção vazada equivalente terá a espessura
da parede equivalente (he) dada por:
A
he ≤ (Eq. 19)
u
he ≥ 2 c1 (Eq. 20)

onde: A = área da seção cheia;


u = perímetro da seção cheia;
c1 = distância entre o eixo da barra longitudinal do canto e a face lateral do elemento
estrutural.

A NBR 6118/2004 também define como deve ser considerada a seção resistente de Seções
Compostas por Retângulos e de Seções Vazadas.

12.2 Torção de Compatibilidade

No caso de torção de compatibilidade a norma diz que “é possível desprezá-la, desde que o
elemento estrutural tenha a adequada capacidade de adaptação plástica e que todos os outros
esforços sejam calculados sem considerar os efeitos por ela provocados”.
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No caso de elementos sob torção com comprimento menor ou igual a duas vezes a altura
(≤ 2 h), com o objetivo de possibilitar a adaptação plástica, a norma recomenda que a peça tenha a
armadura mínima à torção e a força cortante de cálculo fique limitada a:

VSd ≤ 0,7 VRd2 (Eq. 21)


com:
VRd2 = 0,27 αv . fcd . bw . d . sen 2 θ (Eq. 22)

12.3 Torção de Equilíbrio

Elementos sujeitos à torção de equilíbrio devem possuir armaduras longitudinal e transversal


(estribos fechados e verticais), destinados a resistir aos esforços de tração.
Admite-se satisfeita a resistência de um elemento estrutural à torção pura quando se
verificarem simultaneamente as seguintes condições:
TSd ≤ TRd,2 (TRd,2 = limite dado pela resistência das diagonais comprimidas do concreto);
TSd ≤ TRd,3 (TRd,3 = limite definido pela parcela resistida pelos estribos normais ao eixo
do elemento estrutural);
TSd ≤ TRd,4 (TRd,4 = limite definido pela parcela resistida pelas barras longitudinais,
paralelas ao eixo do elemento estrutural).

A resistência proveniente das diagonais comprimidas de concreto deve ser obtida por:

TRd,2 = 0,50 . αv2 . fcd . Ae . he . sen 2 θ (Eq. 23)

com: αv2 = 1 – fck/250 e fck em MPa;


θ = ângulo de inclinação das diagonais de concreto, arbitrado no intervalo 30° ≤ θ ≤ 45°;
Ae = área limitada pela linha média da parede da seção vazada, real ou equivalente, incluindo
a parte vazada;
he = espessura equivalente da parede da seção vazada, real ou equivalente, no ponto
considerado.
A resistência decorrente dos estribos normais ao eixo do elemento estrutural deve atender à
expressão:
TRd,3 = (As,90/s) fywd 2 Ae cotg θ (Eq. 24)
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donde, com TSd = TRd,3 de forma semelhante à Eq. 24, calcula-se a área da armadura transversal:

A s,90 TSd
= tg θ (Eq. 25)
s 2 A e f ywd

onde: fywd é a resistência de cálculo do aço da armadura passiva, limitada a 435 MPa.

Para estribo a 45°:


A s, 45 TSd
= (Eq. 26)
s 2 A e f ywd

A resistência decorrente da armadura longitudinal deve atender à expressão:

TRd,4= (Asl/ u). 2Ae fywd tg θ (Eq. 27)

donde, com TSd = TRd,4 de forma semelhante à Eq. 27, calcula-se a área da armadura longitudinal:

A sl TSd
= (Eq. 28)
u 2 A e f ywd tg θ

Para θ = 45°:

A sl TSd
= (Eq. 29)
u 2 A e f ywd

onde: Asl = soma das áreas das seções das barras longitudinais;
u = perímetro de Ae.

12.4 Armadura Mínima

Sempre que a torção for de equilíbrio, deve existir armadura resistente aos esforços de
tração, constituída por estribos verticais e barras longitudinais distribuídas na área correspondente à
parede equivalente ao longo do perímetro da seção resistente. A taxa geométrica mínima de
armadura é:
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A sw A f ct ,m
ρ sl = ρ sw = = sl ≥ 0,2 (Eq. 30)
bw s bw u f ywk

com: ρsl = taxa mínima de armadura longitudinal;

ρsw = taxa mínima de armadura transversal;


Asw = área da seção transversal total de cada estribo, compreendendo todos os seus ramos;
A sl = área total de armadura longitudinal;
bw = largura média da alma;
s = espaçamentos dos estribos;
u = perímetro da seção transversal;
fct,m = resistência média à tração do concreto.
fywk = resistência ao escoamento do aço da armadura transversal;

Isolando Asw/s e A sl / u :

A sw A sl 0,2 f ct ,m
= ≥ bw (Eq. 31)
s u f ywk

Fazendo o espaçamento s e o perímetro u iguais a 100 cm, a armadura mínima fica:


20 f ct ,m
A sw ,mín = A sl,mín = bw (cm2/m) (Eq. 32)
f ywk

com: bw em cm;
fywk e fct,m em kN/cm2;

f ct ,m = 0,3 3 f ck 2 (MPa).

12.5 Solicitações Combinadas


12.5.1 Flexão e Torção

Nos elementos estruturais submetidos à torção e à flexão simples ou composta, as


verificações podem ser efetuadas separadamente para a torção e para as solicitações normais,
devendo-se atender ainda:
- na zona tracionada pela flexão, a armadura longitudinal de torção deve ser acrescentada à
armadura longitudinal necessária para flexão;
- no banzo comprimido pela flexão, a armadura longitudinal de torção pode ser reduzida em
função dos esforços de compressão que atuam na espessura efetiva he e no trecho de
comprimento ∆u correspondente à barra ou feixe de barras consideradas;
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- nas seções em que a torção atua simultaneamente com solicitações normais intensas, que
reduzem excessivamente a profundidade da linha neutra, particularmente em vigas de
seção celular, o valor de cálculo da tensão principal de compressão não deve superar o
valor 0,85 fcd . Esta tensão principal deve ser calculada como em um estado plano de
tensões, a partir da tensão normal média que age no banzo comprimido de flexão e da
tensão tangencial de torção, calculada por:

τTd = Td / 2 Ae he (Eq. 33)

12.5.2 Torção e Força Cortante

Na combinação de torção com força cortante, o projeto deve prever ângulos de inclinação
das bielas de concreto (θ) coincidentes para os dois esforços. Na utilização do modelo de cálculo I
para a força cortante, subentende-se θ = 45º também para a torção.
A resistência à compressão diagonal do concreto será satisfeita se atendida a expressão:

VSd TSd
+ ≤1 (Eq. 34)
VRd TRd 2

onde VSd é a força cortante de cálculo e TSd é o momento de torção de cálculo.


A armadura transversal total pode ser calculada pela soma das armaduras calculadas
separadamente para VSd e TSd .

12.6 Disposições Construtivas

A armadura destinada a resistir aos esforços de tração provocados por torção deve ser
constituída por estribos normais ao eixo da viga, combinados com barras longitudinais
paralelas ao mesmo eixo. Os estribos e as barras da armadura longitudinal devem estar
contidos no interior da parede fictícia da seção vazada equivalente.
Para prevenir a ruptura dos cantos é necessário alojar quatro barras longitudinais nos
vértices das seções retangulares. Segundo LEONHARDT & MÖNNIG (1982), para seções de
grandes dimensões, é necessário distribuir a armadura longitudinal ao longo do perímetro da seção,
a fim de se limitar a fissuração.
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12.6.1 Fissuração Diagonal da Alma

Usualmente não é necessário verificar a fissuração diagonal da alma de elementos estruturais


de concreto. Em casos especiais em que isso for considerado importante deve-se limitar o
espaçamento da armadura transversal a 15 cm.

12.6.2 Estribos

Os estribos para torção devem ser fechados em todo o seu contorno, envolvendo as barras
das armaduras longitudinais de tração, e com as extremidades adequadamente ancoradas por meio
de ganchos em ângulo de 45º.
Diâmetro do estribo:
⎧≥ 5 mm
⎪ b
⎪⎪< w
φ t ⎨ 10 (Eq. 35)
⎪≤ 12 mm para barra lisa

⎪⎩≥ 4,2 mm para estribos formados por tela soldada

O espaçamento entre os estribos deve possibilitar a passagem da agulha do vibrador, a fim


de garantir o perfeito adensamento do concreto.
O espaçamento máximo deve atender as condições:
- se VSd ≤ 0,67 VRd2 ⇒ smáx = 0,6 d ≤ 30 cm;
- se VSd ≥ 0,67 VRd2 ⇒ smáx = 0,3 d ≤ 20 cm. (Eq. 36)

12.6.3 Armadura Longitudinal

As barras longitudinais da armadura de torção podem ter arranjo distribuído ou concentrado


ao longo do perímetro interno dos estribos, espaçadas no máximo de 35 cm.
Deve-se respeitar a relação ∆Asl/ ∆u, onde ∆u é o trecho de perímetro da seção efetiva
correspondente a cada barra ou feixe de barras de área ∆Asl , exigida pelo dimensionamento.
A armadura longitudinal de torção de área total Asl pode ter arranjo distribuído ou
concentrado, mantendo-se obrigatoriamente constante a relação ∆Asl/∆u, onde ∆u é o trecho de
perímetro, da seção efetiva, correspondente a cada barra ou feixe de barras de área ∆Asl .
Nas seções poligonais, em cada vértice dos estribos de torção, deve ser colocada pelo menos
uma barra longitudinal.
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13. EXEMPLOS NUMÉRICOS DE APLICAÇÃO

Apresentam-se a seguir três exemplos numéricos de aplicação sobre o dimensionamento de


vigas de concreto armado submetidas à torção.

13.1 EXEMPLO 1

Uma viga em balanço, como mostrada na Figura 33, suporta em sua extremidade uma outra
viga, nela engastada, com uma carga concentrada de 50 kN em sua extremidade. As distâncias e
dimensões adotadas para as duas vigas estão indicadas na planta de fôrma mostrada na Figura 34.
As vigas estão submetidas somente à carga F e ao peso próprio.
São conhecidos: C25 ; CA-50 A ; cnom = 2,5 cm ; γc = γf = 1,4 ; γs = 1,15.

V1 (35 x 50)

P1

V2 (20 x 50)
35/60
V (20 x 50)

97,5

150

Figura 33 – Perspectiva da estrutura com Figura 34 – Planta de fôrma.


a força F aplicada.

RESOLUÇÃO
Os esforços solicitantes serão calculados de dois modos, primeiro considerando-se a atuação
conjunta das vigas como uma grelha, e segundo considerando-se as vigas individualmente. Para
cálculo da grelha foi utilizado o programa GPLAN4, de CORRÊA et al. (1992).

a) Cálculo dos esforços como grelha


Vão efetivo e peso próprio da viga V2:
lef,V2 = lo + a1 = 80 + 15 = 95 cm
lo = 80 cm
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⎧t / 2 = 35 / 2 = 17,5 cm
a1 ≤ ⎨ 1 ∴ a1 = 15 cm
⎩0,3 h = 0,3 ⋅ 50 = 15 cm
Peso próprio: gpp,V2 = 25 . 0,20 . 0,50 = 2,5 kN/m

Vão efetivo e peso próprio da viga V1:


lef,V1 = lo + a1 = 150 + 15 = 165 cm
lo = 150 cm

⎧t / 2 = 60 / 2 = 30 cm
a1 ≤ ⎨ 1 ∴ a1 = 15 cm
⎩0,3 h = 0,3 ⋅ 50 = 15 cm
Peso próprio: gpp,V1 = 25 . 0,35 . 0,50 = 4,375 kN/m
A Figura 35 mostra o esquema utilizado para a grelha, com a numeração dos nós e das
barras. Na barra correspondente à viga V1 (2) deve ser considerado o momento de inércia à torção.
O nó 2 deve ser obrigatoriamente considerado um engaste perfeito, e os nós 1 e 3 não têm restrições
nodais.
165

2
2 3

1 95

Figura 35 – Esquema da grelha.

Para o módulo de elasticidade (módulo de deformação longitudinal) foi considerado o valor


secante. O módulo tangente na origem pode ser avaliado pela seguinte expressão (NBR 6118/2004,
item 8.2.8):
Eci = 5.600 fck1/2 = 5.600 . 251/2 = 28.000 MPa = 2.800 kN/cm2
O módulo de elasticidade secante (Ecs) vale:
Ecs = 0,85 Eci = 0,85 . 2800 = 2.380 kN/cm2
Para o módulo de deformação transversal (G) pode-se utilizar 0,20 Ecs, o que resulta 476
kN/cm . Para a grelha em questão foi adotado um valor um pouco superior, de 480 kN/cm2.
2

O arquivo de dados para entrada no programa, apresentado a seguir, foi feito conforme o
manual de utilização do programa (CORRÊA et al., 1992) e o manual com diretrizes para a sua
aplicação, de BASTOS (1995).
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OPTE,0,2,0,0,2,
TORCAO
CONCRETO II
EXEMPLO 1
NO
1,165,0,
2,0,95,
3,165,95,
RES
2,1,1,1,
BAR
1,1,3,1,1,
2,2,3,2,1,
PROP
1,1,1000,208333,100,50,
2,1,1750,364583,405169,50,
MATL
1,2380,480,
FIMG
CARR1
CBR
1,1,-.025,1,
2,1,-.04375,1,
CNO
1,-50,
FIMC
FIME

Os resultados gerados pelo programa estão listados nos Anexos. Os diagramas de esforços
solicitantes característicos estão indicados na Figura 36. A flecha máxima para a grelha resultou
igual a 0,5 cm, no nó 1, menor que o valor limite indicado pela NBR 6118/04.

59,6
9237
4863 52,4 - 4863
+

-
Tk Vk (kN) Mk
(kN.cm) (kN.cm)

50

Figura 36 – Diagrama de esforços solicitantes característicos.

b) Cálculo dos esforços e dimensionamento da viga V2 (20 x 50)

A título de exemplo e comparação com os esforços da grelha, as vigas terão os esforços


novamente calculados, agora considerando-as individualmente.
A viga V2 deve estar obrigatoriamente engastada na viga V1. Seu esquema estático e
carregamento estão indicados na Figura 37.
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b1) Esforços solicitantes

50 kN
2,5 kN/m
V = 2,5 . 0,95 + 50 = 52,4 kN
2,5 ⋅ 0,95 2
M= + 50 ⋅ 0,95
2
95
M = 48,63 kN.m = 4863 kN.cm

52,4 50
Vk (kN)

4863 _
Mk (kN.cm)

Figura 37 – Esquema estático, carregamento e


esforços na viga V2.

b2) Dimensionamento à flexão


A armadura mínima é calculada para o momento fletor mínimo, de acordo com:
Md,mín = 0,8 W0 fctk,sup

f ctk ,sup = 1,3 f ct ,m = 1,3 . 0,3 3 f ck 2 = 1,3 . 0,3 3 252 = 3,33 MPa

b h 3 20 . 50 3
I= = = 208333 cm4
12 12
I 208333
W0 = = = 8333 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 25
Md,mín = 0,8 . 8333 . 0,333 = 2.220 kN.cm

Dimensionamento da armadura para o momento fletor mínimo:


b w d 2 20 . 46 2
Kc = = = 19,1 ⇒ da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,023.
Md 2220

Md 2220
As = Ks = 0,023 = 1,11 cm2
d 46
Conforme a Tabela 2 da apostila de Vigas (BASTOS, 2004) para seção retangular e concreto
C25, a taxa mínima de armadura (ρmín) deve ser de 0,15 % Ac, portanto:

As,mín = 0,0015 . 20 . 50 = 1,50 cm2 > 1,11 cm2 (2 φ 10 mm = 1,60 cm2)


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Md = 1,4 . 4863 = 6.808 kN.cm 3 φ 12,5


2
20 ⋅ 46
Kc = = 6,2
6808
na Tabela de Kc tem-se: βx = 0,14, Ks = 0,024 e dom. 2.
2,5
6808
A s = 0,024 = 3,55 cm2 ≥ As,mín = 1,50 cm2 50
46
(2 φ 16 mm = 4,00 cm2 ou 3 φ 12,5 = 3,75 cm2)
2,5
A distância livre entre as três barras deve ser suficiente para
passar a agulha do vibrador.
20

b3) Armadura de pele


A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No
entanto, a fim de evitar fissuras de retração que surgem em vigas com altura superior a 50 cm, será
colocada uma armadura de pele com área de 0,05 % Ac (área da armadura de pele conforme a NBR
6118/80), em cada face da viga:
As,pele = 0,0005 . 20 . 50 = 0,50 cm2
4 φ 4,2 mm = 0,56 cm2 em cada face, distribuídos ao longo da altura.

b4) Dimensionamento ao esforço cortante


A resolução da viga ao esforço cortante será feita mediante as equações simplificadas
desenvolvidas e apresentadas em BASTOS (2004). Sendo a seção retangular será considerado o
Modelo de Cálculo II, com ângulo θ de 38°.
Vk = 52,4 kN.cm
Vd = γf . Vk = 1,4 . 52,4 = 73,4 kN

b4.1) Verificação das bielas de compressão


Da Tabela 2 da apostila de Cortante (BASTOS, 2004) em viga, para o concreto C25,
determina-se a força cortante última ou máxima:
VRd2 = 0,87 b w . d . sen θ . cos θ = 0,87 . 20 . 46 . sen 38 . cos 38 = 388,3 kN

VSd = 73,4 < VRd 2 = 388,3 kN → não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.

b4.2) Cálculo da armadura transversal


Da Tabela 2 da apostila de Cortante para o concreto C25, a equação para determinar a força
cortante correspondente à armadura mínima é:
VSd,mín = 0,040. b w . d . cot g θ + Vc1
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VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0

Com Vc0 :
⎛ 0,3 3 25 2 ⎞
Vc 0 = 0,6 f ctd ⎜
b w d = 0,6 0,7 ⎟ 20 . 46 = 70,8 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
388,3 − 73,4
Vc1 = 70,8 = 70,2 kN
388,3 − 70,8
VSd,mín = 0,040. 20 . 46 . cot g 38 + 70,2 = 117,3 kN
VSd = 73,4 < VSd ,mín = 117,3 kN → portanto, deve-se dispor a armadura transversal mínima.

A armadura mínima é calculada pela equação:


20 f ctm 2
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa
f ywk

20 . 0,256
A sw,mín = . 20 = 2,05 cm2/m
50
Supondo estribo de dois ramos com diâmetro de 5 mm tem-se:
0,40
= 0,0205 → s = 19,5 cm ≤ smáx = 27,6 cm
s
b4.3) Detalhamento da armadura transversal
- Diâmetro do estribo: 5 mm ≤ φt ≤ bw/10 ⇒ φt ≤ 200/10 ≤ 20 mm
- Espaçamento máximo:
0,67 VRd2 = 0,67 . 388,3 = 260,2 kN
VSd,máx = 73,4 < 260,2 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
0,6 d = 0,6 . 46 = 27,6 cm ⇒ Portanto, s ≤ 27,6 cm

b5) Ancoragem da armadura negativa


A armadura negativa deve ser cuidadosamente ancorada na viga V1, sob sérios riscos de
ruptura. Conforme apresentado na apostila de Ancoragem e Emendas (BASTOS, 2004) o
comprimento de ancoragem básico é:

φ f yd
lb = com fbd = η1 . η2 . η3 . fctd
4 f bd

0,7 . 0,3 3 2 0,7 ⋅ 0,33 25 2


f ctd = f ck = = 1,28 MPa
γc 1,4
com barra de alta aderência e situação de má aderência tem-se:
fbd = 2,25 . 0,7 . 1,0 . 1,28 = 2,02 MPa
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Para barra de diâmetro 12,5 mm o comprimento de ancoragem básico para situação de má


aderência resulta:

φ f yd 1,25 50
lb = = = 67,3 cm
4 f bd 4 1,15 ⋅ 0,202

O comprimento de ancoragem necessário, considerando a armadura calculada de 3,55 cm2 e


a armadura efetiva composta por 3 φ 12,5 (3,75 cm2), com gancho, é:
A s, calc
l b, nec = α1 l b ≥ l b, mín
A s, ef l b,nec
Comprimento de ancoragem mínimo para barra
A s,ef
φ 12,5 mm:
r = (D/2) φ = 2,5 φ = 2,5 . 1,25 = 3,125 cm
VIGA DE APOIO

r + 5,5 φ = 3,125 + 5,5 . 1,25 = 10,0 cm


3,55
l b,nec = 0,7 ⋅ 67,3 = 44,6 > lb,mín = 10,0 cm b
3,75
Comprimento de ancoragem efetivo:
lbe = b – c = 35 – 2,5 = 32,5 cm

Numa primeira análise verifica-se que o comprimento de ancoragem necessário, com


gancho, é superior ao comprimento de ancoragem efetivo (lb,nec = 44,6 cm > lbe = 32,5 cm). Se a
armadura for aumentada para As,corr fica:
lb 67,3
A s ,corr = A s,calc = 3,55 = 4,53 cm2
l be + 0,3 l b 32,5 + 0,3 ⋅ 67,3

3 φ 12,5 + 1 grampo φ 8 = 4,75 cm2

A Figura 38 mostra o detalhamento completo da armadura da viga V2. O espaçamento dos


estribos foi diminuído de 19,5 cm para 15 cm, a favor da segurança e com pequeno acréscimo no
consumo de aço. A armadura de pele, embora não obrigatória neste caso, foi adotada. As barras
longitudinais inferiores, porta-estribos, foram adotadas φ 8 mm.

c) Cálculo e dimensionamento da viga V1 (35 x 50)

A viga V1 deve estar obrigatoriamente engastada no pilar P1. Ela tem como carregamento o
seu próprio peso e as ações provenientes da viga V2 (reação de apoio e momento torçor). O
esquema estático e o carregamento estão indicados na Figura 39.
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V2 (20 x 50)

N1 - 6 c/ 15 3N2

2N3

4N4 4N4

110

N2* - 3 φ 12,5
45 C = 275 45
2N5

30

14 15
N3 - 2 φ 8 C = 228
(2° cam)

N4 - 2 x 4 φ 4,2 C = 110 45

N5 - 2 φ 8 C = 110

* N2 sobre N2 da V1 N1 - 6 φ 5 C = 130

Figura 38 – Armadura final da viga V2.

c1) Esforços solicitantes


4,375 kN/m 52,4 kN

V = 4,375 . 1,65 + 52,4 = 59,6 kN


4,375 ⋅1,65 2
4863 kN.cm

M= + 52,4 ⋅1,65
P1

2
165

M = 92,42 kN.m = 9.242kN.cm


59,6 52,4
Vk (kN)

T = 4.863 kN.cm
9242 _

Mk (kN.cm)

4863 Tk (kN.cm)

Figura 39 – Esquema estático, carregamento e


esforços na viga V1.
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c2) Dimensionamento á flexão


A armadura mínima é calculada para o momento fletor mínimo, de acordo com:
Md,mín = 0,8 W0 fctk,sup , fctk,sup = 3,33 MPa
b h 3 35 . 50 3
I= = = 364.583 cm4
12 12
I 364583
W0 = = = 14.583 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 25
Md,mín = 0,8 . 14583 . 0,333 = 3.885 kN.cm
Dimensionamento da armadura para o momento fletor mínimo:
b w d 2 35 . 46 2
Kc = = = 19,1 ⇒ da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,023.
Md 3885

Md 3885
As = Ks = 0,023 = 1,94 cm2
d 46
Conforme a Tabela 2 da apostila de Vigas (BASTOS, 2004) para seção retangular e concreto
C25, a taxa mínima de armadura (ρmín) deve ser de 0,15 % Ac, portanto:
As,mín = 0,0015 . 35 . 50 = 2,63 cm2 > 1,94 cm2 (2 φ 12,5 mm = 2,50 cm2)

Md = 1,4 . 9.242 = 12.939 kN.cm 1 φ 10 5 φ 12,5


2
35 ⋅ 46
Kc = = 5,7
12939
eh
na Tabela de Kc tem-se: βx = 0,16 ≤ 0,50, Ks = 0,025 e
dom. 2. 2,5

12939 50
A s = 0,025 = 7,03 cm2 ≥ As,mín = 2,63 cm2
46
(5 φ 12,5 + 1 φ 10 = 7,05 cm2) 2,5
O espaçamento livre entre as barras é:
35 − [2 (2,5 + 0,63) + 5 ⋅1,25 + 1,0]
eh = = 4,3 cm
5 35
(suficiente para a passagem da agulha do vibrador).

c3) Armadura de pele


A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No
entanto, a fim de evitar fissuras de retração que surgem em vigas com altura superior a 50 cm, será
colocada uma armadura de pele com área de 0,05 % Ac (área da armadura de pele conforme a NBR
6118/80), em cada face da viga:
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As,pele = 0,0005 . 35 . 50 = 0,88 cm2


4 φ 5 mm = 0,80 cm2 em cada face, distribuídos ao longo da altura.

c4) Dimensionamento ao esforço cortante


Sendo a seção retangular será considerado o Modelo de Cálculo II, com ângulo θ de 38°.
Vk = 59,6 kN.cm
Vd = γf . Vk = 1,4 . 59,6 = 83,4 kN

c3.1) Verificação das bielas de compressão


Da Tabela 2 da apostila de Cortante em viga (BASTOS, 2004) para o concreto C25,
determina-se a força cortante última ou máxima:
VRd2 = 0,87 b w . d . sen θ . cos θ = 0,87 . 35 . 46 . sen 38 . cos 38 = 679,5 kN

VSd = 83,4 < VRd 2 = 679,5 kN → não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.

c4.2) Cálculo da armadura transversal


Da Tabela 2, para o concreto C25, a equação para determinar a força cortante
correspondente à armadura mínima é:
VSd,mín = 0,040. b w . d . cot g θ + Vc1

VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0

Com Vc0 :
⎛ 0,3 3 25 2 ⎞
Vc0 = 0,6 f ctd ⎜
b w d = 0,6 0,7 ⎟ 35 . 46 = 123,9 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
679,5 − 83,4
Vc1 = 123,9 = 132,9 kN
679,5 − 123,9
VSd,mín = 0,040. 35 . 46 . cot g 38 + 132,9 = 215,3 kN
VSd = 83,4 < VSd ,mín = 215,3 kN → portanto, deve-se dispor a armadura transversal mínima.

A armadura mínima é calculada pela equação:


20 f ctm 2
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa
f ywk

20 . 0,256
A sw ,mín = . 35 = 3,58 cm2/m
50
c4.3) Detalhamento da armadura transversal
- Diâmetro do estribo: 5 mm ≤ φt ≤ bw/10 ⇒ φt ≤ 350/10 ≤ 35 mm
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- Espaçamento máximo:
0,67 VRd2 = 0,67 . 679,5 = 455,3 kN
VSd,máx = 83,4 < 455,3 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
0,6 d = 0,6 . 46 = 27,6 cm ⇒ Portanto, s ≤ 27,6 cm

c5) Ancoragem da armadura negativa


A armadura negativa deve ancorar no pilar P1, com seção transversal 35/60. Com concreto
C25, barra de alta aderência e situação de má aderência, o comprimento de ancoragem básico, já
calculado no item b5) para φ 12,5 mm é 67,3 cm.
O comprimento de ancoragem necessário, considerando a armadura calculada de 7,03 cm2 e
a armadura efetiva composta por 5 φ 12,5 + 1 φ 10 (7,05 cm2), sem gancho, é:
A s, calc
l b, nec = α1 l b ≥ l b, mín
A s, ef l b, nec
67,1
Comprimento de ancoragem mínimo para
A s, ef
barra φ 12,5 mm:
50
r = (D/2) φ = 2,5 φ = 2,5 . 1,25 = 3,125 cm
r + 5,5 φ = 3,125 + 5,5 . 1,25 = 10,0 cm lbe
c
57,5
∴ lb,mín = 10,0 cm
2,5

7,03 b
l b,nec = 67,3 = 67,1 > lb,mín =10,0 cm 60
7,05
Comprimento de ancoragem efetivo:
lbe = b – c = 60 – 2,5 = 57,5 cm

Verifica-se que o comprimento de ancoragem necessário, sem gancho, é superior ao


comprimento de ancoragem efetivo (lb,nec = 67,1 cm > lbe = 57,5 cm), o que não possibilita fazer a
ancoragem reta no pilar. A alternativa é fazer gancho nas extremidades das barras, reduzindo o
comprimento necessário para:
7,03
l b,nec = 0,7 ⋅ 67,3 = 47,0 cm
7,05
O comprimento de ancoragem necessário, com gancho, é inferior ao comprimento de
ancoragem efetivo (lb,nec = 47,0 cm < lbe = 57,5 cm), o que possibilita fazer a ancoragem no pilar,
sem a necessidade de acréscimo de armadura. A favor da segurança, a armadura é estendida até
próximo à face do pilar, no comprimento de lbe , como mostrado na Figura 40.
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c6) Dimensionamento à torção


c6.1) Verificação da biela comprimida
Tk = 4.863 kN.cm TSd = 1,4 . 4863 = 6.808 kN.cm
Para não ocorrer esmagamento das bielas comprimidas de concreto, conforme a Eq. 34
deve-se ter:
VSd T
+ Sd ≤ 1
VRd 2 TRd 2

VRd2 = 679,5 kN ⇒ conforme calculado no item c4.1);


VSd = 83,4 kN.

Área da seção transversal: A = bw . h = 35 . 50 = 1.750 cm2


Perímetro da seção transversal: u = 2 (bw + h) = 2 (35 + 50) = 170 cm
As Eq. 19 e 20 fornecem os limites para a espessura he da casca:
A 1750
he ≤ = = 10,3 cm com he ≥ 2 c1
u 170
c1 = φl /2 + φt + cnom = 1,25/2 + 0,63 + 2,5 = 3,76 cm
he ≥ 2 . 3,76 = 7,51 cm
Portanto, os limites para he são: 7,51 cm ≤ he ≤ 10,3 cm
Será adotado he = 10,0 cm.
Ae = (bw – he) . (h – he) = (35 – 10) . (50 – 10) = 1.000 cm2
u = 2 [(bw – he) + (h – he)] = 2 [(35 – 10) + (50 – 10)] = 130 cm
O momento torçor máximo, determinado pela Eq. 23 , com ângulo θ (38°) igual ao aplicado
no cálculo da viga ao esforço cortante é:
TRd,2 = 0,5 αv2 fcd Ae he sen 2 θ = 0,5 (1 – 25/250) . (2,5/1,4) 1000 . 10 . sen 2 . 38 = 7.797 kN
Aplicando a Eq. 34 tem-se:
83,4 6808
+ = 1,0 ≤ 1,0
679,5 7797
Como a equação foi satisfeita não ocorrerá o esmagamento das bielas de compressão. Caso
resultasse valor superior à unidade, haveria a necessidade de se fazer alguma mudança. O aumento
da largura ou da altura da viga são soluções comumente utilizadas na prática.

c6.2) Cálculo das armaduras


A armadura mínima transversal já foi calculada no dimensionamento da viga ao esforço
cortante, sendo 3,58 cm2/m. Esta armadura é a mínima também para a torção, tanto para a armadura
transversal como para a longitudinal, como mostrado na Eq. 32.
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Armadura transversal (estribos) conforme a Eq. 25:


A s,90 TSd
= tg θ
s 2 A e f ywd

A s,90 TSd 6808


= = tg 38 = 0,0612 cm2/cm =6,12 cm2/m ≥ Asw,mín = 3,58 cm2/m
s 2 A e f ywd 50
2 ⋅1000
1,15
Armadura longitudinal conforme a Eq. 28:
A sl TSd 6808
= = = 0,1002 cm2/cm = 10,02 cm2/m ≥ A sl , mín = 3,58
u 2 A e f ywd tg θ 50
2 ⋅1000 tg 38
1,15
c6.3) Detalhamento
c6.3.1) Armadura longitudinal
A área total de armadura longitudinal é obtida pela soma das armaduras da flexão e da
torção, calculada para cada uma das quatro faces da viga. As áreas de armadura longitudinal nas
faces da viga são:
Face superior:
- da flexão – As = 7,03 cm2
- da torção – As = (bw – he) Asl = (35 – 10) 0,1002 = 2,51 cm2
- As,total = 7,03 + 2,51 = 9,54 cm2 (8 φ 12,5 = 10,00 cm2)

Face inferior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (bw – he) Asl = (35 – 10) 0,1002 = 2,51 cm2
- As,total = 2,51 cm2 (2 φ 12,5 mm = 2,50 cm2)

Faces laterais:
- As,total = (h – he) Asl = (50 – 10) 0,1002 = 4,01 cm2 (5 φ 10 mm = 4,00 cm2). Esta
armadura pode atuar também para evitar as fissuras por retração do concreto, não sendo necessário
somar a ela a armadura de pele. É importante ressaltar que esta armadura deve ser disposta nas duas
faces laterais da viga.

c6.3.2) Armadura transversal


A área total de estribos é calculada pela soma das áreas relativas ao esforço cortante e à
torção. A armadura para o esforço cortante resultou igual à armadura mínima, de 3,58 cm2/m. Como
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a armadura para a torção supera a armadura mínima do cortante, é suficiente considerar apenas a
armadura para a torção:
A s,90
= 0,0612 cm2/cm = 6,12 cm2/m
s
O diâmetro do estribo para a torção deve ser igual ou superior a 5 mm. Supondo estribo
fechado de dois ramos com diâmetro de 6,3 mm tem-se:

0,63
= 0,0612 → s = 10,3 cm ≤ smáx = 27,6 cm
s

A Figura 40 mostra o detalhamento final das armaduras da viga V1. Como visto, as
armaduras para o momento fletor, para o esforço cortante e para a torção foram calculadas
separadamente e somadas no final, como mostradas na Figura 40. O comprimento do gancho das
barras N2 foi aumentado de 10 cm para 15 cm, para melhorar um pouco a ancoragem no pilar.

V1 (35 x 50)
6 N2

N1 - 13 c/ 10 2 N3

5 N4 5 N4

P1

2 N5
202
N2 - 6 φ 12,5 C = 217
15

30

N3 - 2 φ 12,5 C = 202 (2° cam)

45
N4 - 2 x 5 φ 10 C = 202

N1 - 13 φ 6,3 C = 160
N5 - 2 φ 12,5 C = 202

Figura 40 – Armadura final da viga V1.


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12.2 EXEMPLO 2

Este exemplo refere-se ao projeto estrutural de uma laje em balanço (marquise) engastada na
viga de apoio. A marquise tem a função arquitetônica de proteger a entrada de uma construção. As
Figuras 41 e 42 mostram a planta de fôrma da estrutura e o pórtico do qual a marquise faz parte. A
Figura 43 mostra uma perspectiva da estrutura. Este exemplo tem alguma semelhança aquele
encontrado em GIONGO (1994). Pede-se calcular e dimensionar a viga V1.
NOTA: A planta de fôrma da estrutura é desenhada com o observador posicionado no nível inferior
à estrutura que se quer mostrar e olhando para cima. Por este motivo os traços internos das vigas
são desenhados com linha tracejada.
As seguintes informações são conhecidas:
a) marquise acessível a pessoas apenas para serviços de construção e manutenção;
b) o coeficiente de segurança das ações permanentes e variáveis (γf) será tomado como 1,4 (tabela
11.1 NBR 6118/04). O coeficiente de segurança do concreto (γc) será tomado como 1,4;
c) lajes e vigas em concreto aparente (sem revestimentos);
d) sobre a viga V1 há uma parede de alvenaria de bloco cerâmico furado (γalv = 13 kN/m3), com
espessura final de 23 cm e altura de 2,6 m;
e) γconcr = 25 kN/m3, γimperm = 21 kN/m3;
f) espessura média de 3 cm para a camada de impermeabilização e regularização sobre a laje da
marquise;
g) vigas V2, V3 e V4 sem função estrutural;
h) classe II de agressividade ambiental (tabela 6.1 da NBR 6118/04);
i) concreto C25 (tabela 7.1 da NBR 6118/04);
j) cobrimento nominal de 2,0 cm (item 7.4.7.6 da NBR 6118/04);
k) carga da laje interna na viga V1 (glaje = 5,0 kN/m).
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394 394
V4 (20 x 35)

V5 (20 x 35)

V7 (20 x 35)
A

20
V1 (20 x 40)

P1 P2 P3

V6 (10 x 40)
20/30 20/30 20/30
V3 (10 x 40)

155
140
h = 10 cm

V2 (10 x 40)

10
A
788
10 10

Corte A

V3
30

40
V2 V1
10

P2

10 140 20

Figura 41 – Planta de fôrma e corte da marquise.

V (20 x 40)
40

P1 P2 P3
300

20/30 260 20/30 20/30

V1 (20 x 40)
40
tramo 1 tramo 2

30 359 30 359 30
450

417,5

V (20 x 25)

25

Figura 42 – Vista do pórtico com a viga V1.


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Figura 43 – Perspectiva da estrutura.

RESOLUÇÃO
Como a laje em balanço está num nível inferior ao da laje interna à construção, não é
indicado considerar alguma vinculação entre as duas lajes, de modo que a laje em balanço deve ser
considerada engastada na viga V1, onde se apóia. A flexão na laje passa a ser torção na viga,
devendo ser obrigatoriamente considerada. No cálculo dos pilares também deve ser computada a
flexão originária da torção na viga.

a) Dimensionamento da laje da marquise


Na laje da marquise ocorrem ações uniformemente distribuídas na área da laje e linearmente
distribuídas no contorno externo da marquise, representadas pelas vigas V2, V3 e V6.

a1) Ações uniformemente distribuídas


As cargas atuantes na laje são as seguintes:
- peso próprio – gpp = 25 . 0,10 = 2,50 kN/m2
- impermeabilização – gimp = 21 . 0,03 = 0,63 kN/m2
- ação variável – q = 0,5 kN/m2 (laje sem acesso público)
- CARGA TOTAL - p = 3,63 kN/m2
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a2) Ações uniformemente distribuídas no contorno


No contorno da laje há a ação do peso próprio das vigas V2, V3 e V6, em concreto aparente:
- gpp,vigas = 25 . 0,10 . 0,30 = 0,75 kN/m

a3) Cálculo das solicitações


Não havendo a possibilidade de engastamento da laje da marquise com outras lajes internas
ao edifício, a laje em balanço deve ser obrigatoriamente engastada na viga V1. Como a laje é
armada em uma direção, os esforços solicitantes são calculados supondo-se a laje como viga de
largura unitária (1 m).
Na Figura 44 encontra-se o esquema considerado.

Vão efetivo da laje: 0,75 kN


3,63 kN/m

lef = lo + a1 = 150 + 3 = 153 cm


lo = 150 cm 5
148

⎧t / 2 = 20 / 2 = 10 cm
a1 ≤ ⎨ 1 ∴ a1 = 3 cm 536
⎩0,3 h = 0,3 ⋅10 = 3 cm -
M K (kN.cm/m)

Os esforços solicitantes máximos são: 6,30

3,63 ⋅1,532 0,75 VK (kN/m)


M= + 0,75 ⋅1,48 = 5,36 kN.m/m
2
Figura 44 – Esquema estático, carregamento e
V = 3,63 . 1,53 + 0,75 = 6,30 kN/m
esforços solicitantes.
a4) Verificação da laje à força cortante
A laje deve ser verificada quanto à necessidade ou não de armadura transversal. De modo
geral as lajes maciças não requerem esse tipo de armadura.

a5) Determinação da armadura de flexão na laje


A determinação da armadura principal, posicionada perpendicularmente ao eixo longitudinal
da viga V1 e junto à face superior da laje, considerando a altura útil d é:
d = h – (c + φ/2) = 10 – (2,0 + 0,63/2) = 7,7 cm
100 ⋅ 7,7 2
Kc = = 7,9 Da tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,024
1,4 ⋅ 536
1,4 ⋅ 536
A s = 0,024 = 2,34 cm2/m (φ 6,3 c/13 = 2,42 cm2/m)
7,7
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A armadura negativa das lajes, segundo as tabelas 19.1 e 17.3 da NBR 6118/2004 deve ter o
valor mínimo de:
0,15
A s ,mín = 0,15 % b w h = 100 ⋅10 = 1,50 cm2/m < As = 2,34 cm2/m
100
O espaçamento máximo para laje armada em uma direção deve atender a:

⎧2h = 2 ⋅10 = 20 cm
s≤⎨ ∴ s ≤ 20 cm
⎩20 cm

As lajes armadas em uma direção devem ter, posicionada na direção secundária, uma
armadura de distribuição de área igual a 1/5 da área da armadura principal, com o espaçamento
máximo de 33 cm (As,sec = 2,34/5 = 0,47 cm2/m - φ 4,2 c/28 cm = 0,49 cm2/m).

a6) Detalhamento das armaduras

O detalhamento esquemático das armaduras dimensionadas pode ser visto na Figura 45.
Deve-se observar que a armadura principal da laje em balanço é posicionada junto à face superior,
isto é, onde ocorrem as tensões longitudinais de tração. A armadura principal da laje deve ser
cuidadosamente ancorada na viga onde está engastada. O detalhe das barras N1 no interior da viga
V1 garante a necessária ancoragem.
A armadura inferior (barras N3) não é necessária ao equilíbrio da laje, podendo ser
dispensada. Nas lajes em balanço, no entanto, a sua colocação pode ser útil para aumentar a
segurança da laje numa eventual ruptura, além de aumentar a sua ductilidade e diminuir a flecha.

V1
N1

N3
N2 - 6 φ 4,2 c/ 25 CORR

36
166
6 N1 - 61 φ 6,3 c/ 13 C = 235 6
16

N3 - 26 φ 4,2 c/ 30 C = 165

Figura 45 – Detalhamento esquemático das armaduras da laje.


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b) Dimensionamento da viga V1
Sobre a viga V1 atuam ações provenientes do seu peso próprio, da parede de alvenaria
construída sobre ela, e da laje em balanço, isto é, a reação de apoio da laje na viga e o momento
fletor na seção de engastamento da laje, que leva à torção da viga. Todas essas ações são
uniformemente distribuídas ao longo do comprimento da viga.

b1) Ações a considerar


- peso próprio – gpp = 25 . 0,20 . 0,40 = 2,00 kN/m
- parede – gpar = 13 . 0,23 . 2,60 = 7,77 kN/m
- laje externa (marquise) – glaje = 6,30 kN/m
- laje interna – glaje = 5,0 kN/m
- CARGA TOTAL – p = 21,07 kN/m

b2) Esforços solicitantes


O modelo adotado para o esquema estrutural da viga, para a determinação dos momentos
fletores e torçores e forças cortante, é aquele que considera a viga vinculada aos pilares extremos
por meio de engastes elásticos (molas). Para a avaliação dos momentos torçores há que se
considerar os dois tramos da viga engastados nos pilares.
Os vãos efetivos da viga são: lef = lo + a1 = 359 + 12 +12 = 383 cm
lo = 359 cm

⎧t / 2 = 30 / 2 = 15 cm
a1 ≤ ⎨ 1 ∴ a1 = 12 cm
⎩0,3 h = 0,3 ⋅ 40 = 12 cm

O apoio interno da viga (pilar P2) pode ser considerado como um apoio simples, pois de
acordo com o esquema mostrado na Figura 42, tem-se:
le = 450 cm (comprimento de flambagem do pilar)
le/4 = 450/4 = 112,5 cm
bint = 30 cm < le/4 = 112,5 cm ⇒ ∴ considerar apoio simples.

A viga deveria ser considerada engastada no pilar P2 caso bint resultasse maior que le/4.
A Figura 46 mostra o esquema estático da viga, com os carregamentos atuantes, vãos
efetivos, numeração das barras e nós, etc. Para determinação dos esforços solicitantes na viga pode
ser utilizado qualquer programa computacional com essa finalidade. Para o exemplo foi aplicado o
programa para cálculo de pórtico plano, chamado PPLAN4, de CORRÊA et al. (1992).
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y
21,07 kN/m

1 1 2 2 3 3 4 4
5
x
191,5 191,5 191,5 191,5

383 383

Figura 46 - Esquema estático, carregamento e numeração dos nós e barras da viga V1.

Considerando que os pilares extremos P1 e P3, nos quais a viga se encontra vinculada, estão
engastados na estrutura de fundação (bloco de duas estacas e vigas baldrames), o coeficiente de
rigidez do lance inferior do pilar será tomado como 4EI/le . Quando o pilar for considerado apoiado
na estrutura de fundação, o coeficiente de rigidez deverá ser tomado como 3EI/le . Pilares sobre
blocos de uma estaca devem ser considerados apoiados.
A rigidez da mola que vincula a viga a esses pilares é avaliada por:
Kmola = Kp,sup + Kp,inf
O módulo de elasticidade (módulo de deformação longitudinal) tangente na origem pode ser
avaliado pela seguinte expressão (NBR 6118/2004, item 8.2.8):
Eci = 5.600 fck1/2 = 5.600 . 251/2 = 28.000 MPa = 2.800 kN/cm2
O módulo de elasticidade secante (Ecs) vale:
Ecs = 0,85 Eci = 0,85 . 2800 = 2.380 kN/cm2
O momento de inércia dos lances inferior e superior do pilar é:
b h 3 20 . 30 3
Ip,sup = Ip,inf = = = 45.000 cm4
12 12
Os coeficientes de rigidez dos lances inferior e superior do pilar são:
4 ⋅ 2380 ⋅ 45000
Kp,inf = = 952.000 kN.cm
450
4 ⋅ 2380 ⋅ 45000
Kp,sup = = 1.428.000 kN.cm
300
Rigidez da mola:
Kmola = 952.000 + 1.428.000 = 2.380.000 kN.cm

A viga em questão tem simetria de geometria e carregamento no pilar interno (nó 3). A viga
pode, por simplicidade, ser calculada considerando-se apenas os nós 1, 2 e 3, e as barras 1 e 2. Para
isso deve-se fazer o nó 3 com restrição de rotação, além das restrições de apoio simples. Os
resultados devem ser idênticos aqueles para a viga completa.
O arquivo de dados de entrada no programa, considerando a simetria, tem o aspecto:
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OPTE,0,2,0,0,2,
CONCRETO II
EXEMPLO 2
V 1 (20 x 40)
NOGL
1,3,1,0,0,383,0,
RES
1,1,1,2,0,0,2380000,
3,1,1,1,
BARG
1,2,1,1,1,2,1,1,1,
PROP
1,1,800,106667,40,
MATL
1,2380,
FIMG
CARR1
CBRG
1,2,1,1,-0.2107,1,
FIMC
FIME

A Figura 47 mostra os diagramas de forças cortantes e de momentos fletores (valores


característicos máximos) obtidos no programa PPLAN4. A listagem dos resultados calculados pelo
programa encontra-se nos Anexos. Na Figura 47 também estão incluídos os esforços de torção,
provocados pelo momento fletor na laje em balanço (5,36 kN.m), que é momento de torção
solicitante na viga.

5,36 kN.m

P1 P2 P3
3,83 m 3,83 m

10,26 10,26 TK (kN.m)


10,26 10,26

35,0 45,7
VK (kN)
45,7 35,0

~ 172 3254
~ 57 M K(kN.cm)
-
1218 1218
+
~ 90
1690 1690
Figura 47 – Diagramas de esforços solicitantes.
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A flecha calculada pelo programa para o nó 2 (0,07 cm) não é a flecha máxima no vão, mas
é próxima a ela, de modo que serve como um indicativo da deslocabilidade da viga. Um valor mais
próximo da flecha máxima poderia ser obtido colocando-se outros nós à esquerda do nó 2 indicado
na Figura 46. A flecha de 0,07 cm é muito pequena e com certeza inferior à flecha máxima
permitida para a viga.

b3) Dimensionamento das armaduras


Serão dimensionadas as armaduras longitudinal e transversal.

b3.1) Armadura mínima


A armadura mínima é calculada para o momento fletor mínimo, de acordo com:
Md,mín = 0,8 W0 fctk,sup

f ctk ,sup = 1,3 f ct ,m = 1,3 . 0,3 3 f ck 2 = 1,3 . 0,3 3 25 2 = 3,33 MPa

b h 3 20 . 403
I= = = 106.667 cm3
12 12
I 106667
W0 = = = 5333 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 20
Md,mín = 0,8 . 5333 . 0,333 = 1.421 kN.cm
Dimensionamento da armadura para o momento fletor mínimo:
b w d 2 20 . 37 2
Kc = = = 19,3 ⇒ da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,023.
Md 1421

Md 1421
As = Ks = 0,023 = 0,88 cm2
d 37
Conforme a Tabela 2 da apostila de Vigas (BASTOS, 2004) para seção retangular e concreto
C25, a taxa mínima de armadura (ρmín) deve ser de 0,15 % Ac, portanto:
As,mín = 0,0015 . 20 . 40 = 1,20 cm2 > 0,88 cm2 (2 φ 10 mm = 1,60 cm2)

b3.2) Armadura de pele


A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. Para
a viga com largura de 20 cm e a altura de 40 cm não devem surgir fissuras por retração.

b3.3) Momento fletor negativo


b3.3.1) Apoio interno (P2)
Mk = - 3.254 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 3.254) = - 4.556 kN.cm
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Para a altura da viga de 40 cm será adotada a altura útil de 37 cm. A largura colaborante da
laje em balanço para formar uma seção L com a viga, conforme o item 14.6.2.2 da NBR 6118/2004,
é:
b3 = 0,10 (0,6 . 383) = 23 cm
bf = bw + b3 = 20 + 23 = 43 cm
b d 2 43 . 37 2
Kc = f = = 12,9
Md 4556
Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,06 ≤ 0,50, Ks = 0,024 e domínio 2.
Md 4556
As = Ks = 0,024 = 2,95 cm2 > As,mín = 1,20 cm2
d 37
4 φ 10 mm = 3,20 cm2 ou 2 φ 12,5 + 1 φ 8 = 3,00 cm2

No caso de se adotar 4 φ 10 na primeira camada, a distância livre horizontal entre as barras


deve ser superior a 25 mm, a fim de permitir a passagem da agulha do vibrador. Supondo o
diâmetro do estribo igual a 6,3 mm, para 4φ 10 mm a distância livre resulta:
20 − [2 (2,0 + 0,63) + 4 . 1,0]
eh = = 3,6 cm
3
distância suficiente para a passagem da agulha do vibrador.

b3.3.2) Apoios extremos (P1 e P3)


Mk = - 1.218 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 1.218) = - 1.705 kN.cm

b f d 2 43 . 37 2
Kc = = = 34,5
Md 1705
Md 1705
As = Ks = 0,023 = 1,06 cm2 < As,mín = 1,20 cm2
d 37
2 φ 10 mm = 1,60 cm2

b3.3.3) Momento fletor máximo positivo


Mk = - 1.690 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 1.690) = - 2.366 kN.cm
Na seção do máximo momento positivo pode-se considerar a contribuição da laje interna
para formar uma seção L, dado que a laje está comprimida:
b1 = 0,10 (0,6 . 383) = 23 cm
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bf = bw + b1 = 20 + 23 = 43 cm

b f d 2 43 . 37 2
Kc = = = 24,5
Md 2366
Md 2366
As = Ks = 0,023 = 1,47 cm2 > As,mín = 1,20 cm2
d 37
2 φ 10 mm = 1,60 cm2

b3.3.4) Armadura longitudinal máxima


A soma das armaduras de tração e de compressão (As + A’s) não deve ter valor maior que
4 % Ac, calculada na região fora da zona de emendas. Para a viga em questão, as taxas de armadura
longitudinais são pequenas e não superam a taxa de armadura máxima.

b4) Dimensionamento da armadura transversal ao esforço cortante


A resolução da viga ao esforço cortante será feita mediante as equações simplificadas
desenvolvidas e apresentadas na apostila de Cortante em vigas (BASTOS, 2004). Considerando que
no apoio interno não ocorre a contribuição da inclinação do banzo comprimido da treliça na direção
do apoio, a seção será dimensionada como retangular, com o Modelo de Cálculo II e ângulo θ de
38°.

b4.1) Pilar interno P2


Vk = 45,7 kN.cm
Vd = γf . Vk = 1,4 . 45,7 = 64,0 kN
a) Verificação das bielas de compressão
Da Tabela 2 da apostila de cortante em viga, para o concreto C25, determina-se a força
cortante última ou máxima:
VRd2 = 0,87 b w . d . sen θ . cos θ = 0,87 . 20 . 37 . sen 38 . cos 38 = 312,3 kN

VSd = 64,0 kN < VRd2 = 312,3 kN → não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.
b) Cálculo da armadura transversal
Da Tabela 2, para o concreto C25, a equação para determinar a força cortante
correspondente à armadura mínima é:
VSd,mín = 0,040. b w . d . cot g θ + Vc1

VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0

Com Vc0 :
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⎛ 0,3 3 25 2 ⎞
Vc0 = 0,6 f ctd b w d = 0,6 ⎜ 0,7 ⎟ 20 . 37 = 56,9 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
312,3 − 64,0
Vc1 = 56,9 = 55,3 kN
312,3 − 56,9
VSd,mín = 0,040 . 20 . 37 . cotg 38 + 55,3 = 93,2 kN
VSd = 64,0 kN < VSd,mín = 93,2 kN→ portanto, deve-se dispor a armadura transversal mínima
A armadura mínima é calculada pela equação:
20 f ctm 2
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa
f ywk

20 . 0,256
A sw,mín = . 20 = 2,05 cm2/m
50

A força cortante de cálculo nos pilares extremos (VSd = 49,0 kN) é também menor que a
força cortante mínima, o que significa que a armadura mínima deve se estender ao longo dos dois
vãos livres da viga.

b4.2) Detalhamento da armadura transversal


a) Diâmetro do estribo: 5 mm ≤ φt ≤ bw/10 ⇒ φt ≤ 200/10 ≤ 20 mm
b) Espaçamento máximo:
0,67 VRd2 = 0,67 . 312,3 = 209,2 kN
VSd,máx = 64,0 < 209,2 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
0,6 d = 0,6 . 37 = 22,2 cm ⇒ Portanto, s ≤ 22 cm

b5) Ancoragem da armadura longitudinal


b5.1) Armadura positiva nos pilares extremos P1 e P3
Valor do deslocamento do diagrama de momentos fletores (al) segundo o modelo de cálculo
II, com VSd = 49,0 kN:
a l = 0,5 d (cot g θ − cot g α) = 0,5 . 37 (cotg 38 – cotg 90)

al = 23,6 cm ≥ 0,5 d = 0,5 . 37 = 18,5 cm

Conforme a Eq. 16 da apostila de Ancoragem, a armadura a ancorar no apoio é:


1 ⎛ al ⎞ 1 ⎛ 23,6 ⎞
A s,calc = ⎜⎜ VSd + N Sd ⎟⎟ = ⎜ 49,0 ⎟ = 0,72 cm2
f yd ⎝ d ⎠ 50 ⎝ 37 ⎠
1,15
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A armadura positiva do vão adjacente é composta por 2 φ 10 mm, que deverão ser
obrigatoriamente estendidos até os apoios. Portanto, As,ef = 2 φ 10 = 1,60 cm2.
A armadura efetiva no apoio deve atender à armadura mínima, dada pelas relações:
⎧1 M vão
⎪⎪ 3 A s,vão se M apoio = 0 ou negativo e M apoio ≤ 2
A s ,calc ≥⎨
⎪1 A M vão
⎪⎩ 4 s,vão se M apoio = negativo e M apoio > 2

Md,apoio = - 1.705 kN.cm > Md,vão/2 = 2.366/2 = 1.183 kN.cm


Portanto, As, calc ≥ 1/4 As,vão = 1,47/4 = 0,37 cm2
As, calc = 0,72 cm2 > 1/4 As,vão = 0,37 cm2 ⇒ portanto, ancorar 0,72 cm2
O comprimento mínimo da ancoragem no apoio (lb,mín) é:
⎧r + 5,5 φ
l b,mín ≥ ⎨
⎩6 cm
r = 5/2 φ = 2,5 . 1,0 = 2,5 cm (com r determinado na Tabela 1 da apostila de Ancoragem)
2,5 + 5,5 . 1,0 = 8,0 cm > 6 cm
Comprimento de ancoragem efetivo:
lbe = b – c = 30 – 2 = 28 cm lb,nec

φ f yd
As,ef

Comprimento de ancoragem básico: l b =


4 f bd
c lbe
Resistência de aderência:
fbd = η1 . η2 . η3 . fctd
0,7 . 0,3 3 2 0,7 . 0,3 3 b
com f ctd = f ck = 25 2 = 0,128 kN/cm2
γc 1,4 . 10
Considerando barra nervurada e situação de boa aderência, fica:
fbd = 2,25 . 1,0 . 1,0 . 0,128 = 0,29 kN/cm2
50
1,0 1,15
lb = = 37,7 cm
4 0,29
Comprimento de ancoragem necessário, sem gancho:
A s ,calc 0,72
l b,nec = α1 l b = 1,0 . 37,7 = 17,0 cm
A s,ef 1,60

Numa primeira análise verifica-se que o comprimento de ancoragem necessário (sem


gancho) é inferior ao comprimento de ancoragem efetivo (lb,nec = 17 cm < lbe = 28 cm). Isto
significa que é possível fazer a ancoragem sem gancho, no comprimento de 17 cm. A favor da
segurança pode-se estender as duas barras até próximo à face externa do pilar.
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b5.2) Armadura positiva no pilar interno P2


Estendendo 2 φ 10 (1,60 cm2) da armadura longitudinal positiva até o pilar interno, esta
armadura deve ser superior à mínima, dada por:
Md,apoio = - 4.556 kN.cm > Md,vão/2 = 2.366/2 = 1.183 kN.cm
Portanto, As, calc ≥ 1/4 As,vão = 1,47/4 = 0,37 cm2
As,ef = 1,60 cm2 > 1/4 As,vão = 0,37 cm2
As duas barras de 10 mm devem se estender 10φ além da face do apoio, como mostrado na
Figura 36 da apostila de Ancoragem e Emendas.

b5.3) Armadura negativa nos pilares extremos P1 e P3


A armadura negativa proveniente do engastamento elástico nos pilares extremos deve
penetrar até próximo à face do pilar, respeitando-se a espessura do cobrimento, e possuir um gancho
direcionado para baixo, com comprimento de pelo menos 35φ. O diâmetro de dobramento deve ser
de 5φ, como indicado na Figura 48.

2φ10


35 cm
35 φ

40

30

Figura 48 – Ancoragem da armadura negativa nos pilares extremos.

b6) Dimensionamento à torção


b6.1) Verificação da biela comprimida
Tk = 1.026 kN.cm TSd = 1,4 . 1026 = 1.436 kN.cm
Como a torção tem o mesmo valor máximo nos pilares, a verificação das bielas será feita
para o esforço cortante máximo na viga (pilar P2). Para não ocorrer esmagamento das bielas
comprimidas de concreto, conforme a Eq. 34 deve-se ter:
VSd T
+ Sd ≤ 1
VRd 2 TRd 2
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VRd2 = 312,3 kN ⇒ força cortante máxima permitida na viga;


VSd,P2 = 64,0 kN.

Área da seção transversal: A = bw . h = 20 . 40 = 800 cm2


Perímetro da seção transversal: u = 2 (bw + h) = 2 (20 + 40) = 120 cm
As Eq. 19 e 20 fornecem os limites para a espessura he da casca:
A 800
he ≤ = = 6,7 cm com he ≥ 2 c1
u 120
c1 = φl /2 + φt + cnom = 1,25/2 + 0,63 + 2,0 = 3,26 cm
he ≥ 2 . 3,26 = 6,5 cm

Portanto, os limites para he são: 6,5 cm ≤ he ≤ 6,7 cm


Será adotado he = 6,5 cm.
Ae = (bw – he) . (h – he) = (20 – 6,5) . (40 – 6,5) = 452,3 cm2
u = 2 [(bw – he) + (h – he)] = 2 [(20 – 6,5) + (40 – 6,5)] = 94 cm

O momento torçor máximo, determinado pela Eq. 23, com ângulo θ (38°) igual ao aplicado
no cálculo da viga ao esforço cortante é:
TRd,2 = 0,5 αv2 fcd Ae he sen 2 θ = 0,5 (1 – 25/250) . (2,5/1,4) 452,3 . 6,5 . sen 2 . 38 = 2.292 kN

64,0 1436
+ = 0,83 ≤ 1,0
312,3 2292
Como a equação foi satisfeita não ocorrerá o esmagamento das bielas de compressão.

b6.2) Cálculo das armaduras


As armaduras mínimas, transversal e longitudinal para a torção são iguais à armadura
mínima para o esforço cortante (ver Eq. 32) e já foram calculadas, com valor de 2,05 cm2/m.
Armadura transversal (estribos) conforme a Eq. 25:
A s,90 TSd 1436
= tg θ = tg 38 = 0,0285 cm2/cm = 2,85cm2/m ≥ Asw,mín = 2,05 cm2/m
s 2 A e f ywd 50
2 ⋅ 452,3
1,15
Armadura longitudinal conforme a Eq. 28:
A sl TSd 1436
= = = 0,0467 cm2/cm = 4,67 cm2/m ≥ A sl ,mín = 2,05
u 2 A e f ywd tg θ 2 ⋅ 452,3 50 tg 38
1,15
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b6.3) Detalhamento
b6.3.1) Armadura longitudinal
A área total de armadura é obtida pela soma das armaduras de flexão e de torção, calculada
para cada uma das quatro faces externas da viga. As diferentes regiões com as maiores armaduras
ao longo da viga devem ser analisadas.

Pilares P1 e P3:
Face superior:
- da flexão – As = 1,06 cm2
- da torção – As = (bw – he) A sl = (20 – 6,5) 0,0467 = 0,63 cm2

- As,total = 1,06 + 0,63 = 1,69 cm2 (2 φ 10 = 1,60 cm2)

Face inferior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (20 – 6,5) 0,0467 = 0,63 cm2
- As,total = 0,63 cm2 (esta armadura será atendida pela armadura longitudinal positiva que se
estende até o apoio - 2 φ 10 mm = 1,60 cm2)
Faces laterais:
- As,total = (h – he) A sl = (40 – 6,5) 0,0467 = 1,56 cm2 (3 φ 8 mm = 1,50 cm2). Esta

armadura contribui também para evitar possíveis fissuras causadas pela retração do concreto.

Pilar P2
Face superior:
- da flexão – As = 2,95 cm2
- da torção – As = (20 – 6,5) 0,0468 = 0,63 cm2
- As,total = 2,95 + 0,63 = 3,58 cm2 (3 φ 12,5 = 3,75 cm2)

Face inferior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (20 – 6,5) 0,0467 = 0,63 cm2
- As,total = 0,63 cm2 (esta armadura será atendida pela armadura longitudinal positiva que se
estende até o apoio - 2 φ 10 mm = 1,60 cm2)
Faces laterais:
- As,total = (40 – 6,5) 0,0467 = 1,56 cm2 (3 φ 8 mm = 1,50 cm2).
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b6.3.2) Armadura transversal


A área total de estribos é calculada pela soma das áreas relativas ao esforço cortante e à
torção. A armadura para o esforço cortante resultou igual à armadura mínima, de 2,05 cm2/m, ao
longo de toda a viga. Como a armadura para a torção supera a armadura mínima do cortante, é
suficiente considerar a armadura para torção:
A s,90
= 0,0285 cm2/cm = 2,85 cm2/m
s

O diâmetro do estribo deve ser superior a 5 mm e inferior a bw/10 = 200/10 = 20 mm.


Supondo estribo de dois ramos com diâmetro de 5 mm tem-se:
0,40
= 0,0285
s
s = 14,0 cm < smáx = 22 cm (este espaçamento máximo vale para o cortante e para a torção).

Para a armadura mínima o espaçamento resulta:


0,40
= 0,0205 → s = 19,5 cm < smáx = 22 cm
s
Por questão de simplicidade e a favor da segurança pode-se dispor estribos φ 5 c/14 em toda
a extensão do vão livre da viga. A Figura 50 mostra o detalhamento final das armaduras da viga V1.

b7) Detalhamento da armadura longitudinal


O deslocamento (al) do diagrama de momentos fletores de cálculo foi determinado como
23,6 cm. O cobrimento deve ser feito apenas para a armadura negativa no pilar P2, já que as
armaduras positivas dos vãos têm apenas duas barras, que devem se estender até os apoios.
No item b5) do Exemplo 1 foi determinado o comprimento de ancoragem básico (67,3 cm)
para barra φ 12,5 mm, em região de má aderência e concreto C25.
A Figura 49 mostra o cobrimento do diagrama de momentos fletores, feito para determinar o
comprimento das barras das armaduras longitudinais, positiva e negativa. Como a viga é simétrica o
cobrimento foi feito sobre um lado apenas.
No pilar interno P2 foi considerada a armadura calculada para a flexão (2 φ 12,5 + 1 φ 8
mm). Porém, no detalhamento final a barra φ 8 foi trocada por φ 12,5 por imposição da área
necessária à torção. A armadura positiva, composta por apenas 2 φ 10 mm, é estendida até os dois
apoios.
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126

102

lb = 78

lb = 78 1φ8

face externa do pilar


A
A
95
10 φ
lb = 63 2 φ 12,5

2 φ 10
al
A
10 φ

B al
al B

2 φ 10 centro do pilar

Figura 49 – Esquema do cobrimento do diagrama de momentos fletores de cálculo.

A Figura 50 mostra o detalhamento final das armaduras da viga V1. As barras N6 foram
estendidas até as faces do pilar interno com o propósito de melhorar a ancoragem dessas barras,
dado que elas trabalham também à torção.

V 1 (20 x 40)

2 N3
N1- 26 c/14 N1- 26 c/14

1 N4

2 x 3 N5
A
P1 P2 P3
2 N6
40 40
125 125 16
N3 - 2 φ 12,5 C = 250
35

35

N2 - 2φ10 C = 352 N2 - 2φ10 C = 352


36
105 105
N4 - 1 φ 12,5 C = 210
N1 - 52 φ 5 mm C=114

N5 - 2 x 3 φ 8 CORR
10

10

N6 - 2 φ 10 C = 417 N6 - 2 φ 10 C = 417

Figura 50 – Armadura final da viga V1.


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12.3 EXEMPLO 3

As Figuras 51, 52 e 53 mostram a estrutura em três dimensões, a planta de fôrma e um corte


esquemático da estrutura de concreto de uma construção com dois pavimentos. Essa estrutura já
teve a viga VS1 calculada e mostrada na apostila de “Vigas de Edifícios” (BASTOS, 2004). Agora,
a viga VS1 teve seu traçado modificado com o objetivo de introduzir esforços de torção, para este
terceiro exemplo numérico de aplicação.
Para as vigas VS1 e VS6 pede-se projetar e detalhar as suas armaduras. São conhecidos:
concreto C20, aço CA-50 A, γc = γf = 1,4, γs = 1,15, cnom = 2,0 cm, γrev = 19 kN/m3, γcontr = 21
kN/m3, γconc = 25 kN/m3, γalv = 13 kN/m3.

OBSERVAÇÕES:
a) há uma parede de vedação em toda a extensão das vigas, constituída por blocos cerâmicos
de oito furos (dimensões de 9 x 19 x 19 cm), espessura final de 23 cm e altura variável em
função da altura das vigas;
b) laje do tipo pré-fabricada treliçada com altura total de 16 cm e peso próprio de 2,33 kN/m2;
c) ação variável (q) nas lajes de 2,0 kN/m2;
d) piso cerâmico sobre as lajes, com γpiso = 0,15 kN/m2.

Figura 51 – Perspectiva da estrutura.


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719 330 389

VS1 (19 x 60)

P1 P2 P3
19/19 19/30 19/30
523

45

16

284
VS2 (19 x 70)

P4 P5 P6
19/30 19/30 19/30
VS4 (19 x 45)

VS5 (19 x 45)

VS6 (19 x 60)


523

VS3 (19 x 60)

P7 P8 P9
19/19 19/30 19/19
719 719

Figura 52 – Planta de fôrma do pavimento superior com as vigas VS1 e VS6.

VC1 (19 x 60)


60

P1 P2 P3
19/19 19/30 19/30
300

240

VS1 (19 x 60) VS6


60
tramo 1 tramo 2 tramo 3
255
300

19 700 19 305,5

VB1 (19 x 30)


30

Figura 53 – Vista em elevação do pórtico que contém a viga VS1.


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RESOLUÇÃO
Todas as vigas do pavimento superior serão representadas em um modelo de grelha, para
assim se determinarem os esforços e deslocamentos. As vigas serão consideradas vinculadas aos
pilares extremos por meio de engastes elásticos.
Devido à mudança de direção que ocorre nas vigas VS1 e VS6 surgirão esforços de torção
nessas vigas entre os pilares P3 e P6.

a) Vãos efetivos
a1) Lajes
O vão efetivo da laje pré-fabricada é de centro a centro dos apoios dos trilhos ou nervuras,
portanto, igual a 523 cm.

a2) Vigas
Por simplicidade e como o erro cometido será pequeno e a favor da segurança, na
discretização da grelha os apoios verticais (pilares) serão considerados no centro geométrico dos
pilares. Essa simplificação leva a vãos um pouco maiores que aqueles que resultariam caso se
considerassem os vão efetivos.

b) Estimativa da altura das vigas


A largura das vigas foi adotada igual à dimensão do bloco cerâmico de oito furos assentado
na posição deitada, ou seja, na dimensão de 19 cm. Sendo o concreto do tipo C20, para a estimativa
da viga VS1 foi aplicada a equação:

l ef 719
h= = = 59,9 cm ∴ h = 60 cm
12 12

A viga VS6 terá a mesma seção transversal da VS1, isto é, 19 x 60 cm.


Como as vigas têm lajes apoiadas em toda as suas extensões, a estabilidade lateral delas está
garantida.

c) Cargas na laje e nas vigas


Como se pode observar na Figura 52, há a atuação da carga de uma laje pré-fabricada sobre
a viga VS1, pois as nervuras da laje nela se apóiam. Na viga VS6 a laje aplica apenas uma pequena
parcela de carga, dado que as nervuras da laje não se apóiam nessa viga.
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c1) Lajes
Para a laje de piso do pavimento superior, considerou-se a laje do tipo pré-fabricada
treliçada, com altura total de 16 cm, peso próprio de 2,33 kN/m2. A carga total por m2 da área da
laje é:
- peso próprio: gpp = 2,33 kN/m2
- revestimento teto: grev = 19 . 0,015 = 0,29 kN/m2
- contrapiso: gcontr = 21 . 0,03 = 0,63 kN/m2
- piso: gpiso = 0,15 kN/m2
- ação variável: q = 2,00 kN/m2
CARGA TOTAL: p = 5,40 kN/m2

c2) Viga VS1


Considerando a carga total na viga consistindo de uma parede apoiada sobre toda a sua
extensão (composta por blocos furados de peso específico 13 kN/m3, com espessura final de 23 cm
e altura de 2,40 m), de uma laje pré-fabricada com carga total de 5,40 kN/m2, e o peso próprio da
viga (com seção transversal de 19 x 60 cm), a carga externa total atuante nos vãos entre os pilares
P1 e P3 é:
- peso próprio: gpp = 25 . 0,19 . 0,60 = 2,85 kN/m
- parede: gpar = 13 . 0,23 . 2,40 = 7,18 kN/m
- laje: glaje = 5,40 . (5,23/2) = 14,12 kN/m
CARGA TOTAL: p = 24,15 kN/m

No vão onde ocorre a mudança de direção, entre o pilar P3 e a viga VS6, a carga da laje na
VS1 foi diminuída proporcionalmente à diminuição do comprimento das nervuras da laje. O vão
entre o P6 e a VS6 foi dividido ao meio para separar dois trechos de carga, com as nervuras da laje
tendo os comprimentos médios de 474 cm e 341 cm. A carga da laje foi calculada segundo esses
comprimentos médios (Figura 54).
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474 389

P2 P3
19/30 19/30

523
474

341

285
P5 P6
19/30 19/30

Figura 54 – Comprimentos médios considerados para as nervuras da laje no final da viga VS1.

c3) Viga VS6


A carga da laje na viga foi calculada como sendo a correspondente à metade da largura da
lajota (30 cm). A carga atuante na viga VS6 é:
- peso próprio: gpp = 25 . 0,19 . 0,60 = 2,85 kN/m
- parede: gpar = 13 . 0,23 . 2,40 = 7,18 kN/m
- laje: glaje = 5,40 . (0,30/2) = 0,81 kN/m
CARGA TOTAL: p = 10,84 kN/m

d) Modelo de grelha para as vigas do pavimento


Os apoios internos das vigas podem ser considerados como apoios simples, pois de acordo
com o esquema mostrado na Figura 55, tem-se:

le = 300 cm (comprimento de flambagem do pilar)


le/4 = 300/4 = 75 cm
bint = 19 cm < le/4 = 75 cm ⇒ ∴ considerar apoio simples.

A NBR 6118/2004 considera que a flexão das vigas contínuas calculadas isoladamente com
os pilares extremos seja obrigatoriamente considerada. Neste exemplo, as vigas serão consideradas
vinculadas aos pilares extremos por meio de molas (engastamento elástico). No pilar P3 não se
considerou a mola devido à continuidade das vigas VS1 e VS6 neste pilar.
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Para determinação dos esforços solicitantes na grelha pode ser utilizado qualquer programa
computacional com essa finalidade. Para o exemplo foi aplicado o programa chamado GLAN4, de
CORRÊA et al. (1992). Na Figura 55 mostra-se o modelo de grelha representativo do pavimento
superior, com a numeração dos nós e das barras. Os números externos ao modelo são as
propriedades das barras. No total são 16 nós e 19 barras. Alguns nós no meio das barras não são
necessários ao modelo; foram introduzidos apenas para fornecerem uma indicação das flechas nas
vigas.
4 4

3
1
9 10 11
12 1
13 14 15 16
13
12
17 19 11 3

14

5 6 7 8
2
6 7 8 9 10

16 x 18 15

1 2 3 4 5
1
1
2 3 4

Figura 55 – Numeração dos nós e barras da grelha.

d1) Rigidez da mola


A rigidez da mola é avaliada por: Kmola = Kp,sup + Kp,inf
Como os comprimentos de flambagem dos lances inferior e superior e a seção transversal
dos pilares extremos são idênticos, as rigidezes dos lances inferior e superior são iguais e valem:
4 EI
Kp,sup = Kp,inf =
le

8 EI
A rigidez da mola vale portanto: K mola =
le
O módulo de elasticidade (módulo de deformação longitudinal) tangente na origem pode ser
avaliado pela seguinte expressão (NBR 6118/2003, item 8.2.8):
Eci = 5.600 fck1/2 = 5.600 . 201/2 = 25.044 MPa = 2504,4 kN/cm2
O módulo de elasticidade secante (Ecs) vale:
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Ecs = 0,85 Eci = 0,85 . 2504,4 = 2128,7 kN/cm2


O momento de inércia dos lances inferior e superior dos pilares P1, P7 e P9 é:
b h 3 19 . 193
Ip,sup = Ip,inf = = = 10.860 cm4
12 12
Rigidez da mola:
8 EI 8 . 2128,7 . 10860
K mola = = = 616.476 kN.cm
le 300

O momento de inércia dos lances inferior e superior dos pilares P4 e P6 é:


b h 3 30 . 19 3
Ip,sup = Ip,inf = = = 17.148 cm4
12 12
Rigidez da mola:
8 EI 8 . 2128,7 . 17148
K mola = = = 973.384 kN.cm
le 300
O momento de inércia dos lances inferior e superior dos pilares P2 e P8 é:
b h 3 19 . 30 3
Ip,sup = Ip,inf = = = 42.750 cm4
12 12
Rigidez da mola:
8 EI 8 . 2128,7 . 42750
K mola = = = 2.426.718 kN.cm
le 300

d2) Arquivo de dados


Para o arquivo de dados da grelha seguiram-se as recomendações contidas no manual de
utilização do programa GPLAN4 e na publicação de BASTOS (2004). Para o módulo de
elasticidade do concreto adotou-se o valor de 2128 kN/cm2 e para o módulo de deformação
transversal o valor de 480 kN/cm2. Nas barras com mudança de direção (12, 13 e 14) é necessário
considerar o momento de inércia à torção. Nas demais barras, sem torção, apenas um valor pequeno
deve ser adotado (100).
O arquivo de dados de entrada para o programa GPLAN4 tem o aspecto:

OPTE,0,2,0,0,2,
TORCAO
EXEMPLO 3 - COM MOLAS
GRELHA PAV.
NOGP
1,5,1,0,0,1438,0,
6,10,5,0,523,1438,523,
NOGL
11,12,1,1438,807,1244,925,
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13,15,1,0,1046,719,1046,
NO
16,1049,1046,
RESG
1,5,4,1,2,2,0,616476,616476,
6,10,4,1,0,2,0,0,973384,
3,15,12,1,2,0,0,2426718,
RES
13,1,2,2,0,616476,616476,
8,1,
16,1,
BARG
1,4,1,1,1,2,1,1,1,
5,8,1,6,1,7,1,2,1,
9,11,1,13,1,14,1,1,1,
12,13,1,16,-4,12,-1,3,1,
16,17,1,1,5,6,7,4,1,
18,19,1,3,5,8,7,4,1,
BAR
14,11,10,3,1,
15,10,5,1,1,
PROP
1,1,1140,342000,100,60,
2,1,1330,543083,100,70,
3,1,1140,342000,109647,60,
4,1,855,144281,100,45,
MATL
1,2128,480,
FIMG
CARR1
CBRG
1,4,1,1,-.2415,1,
5,8,1,1,-.3844,1,
9,11,1,1,-.2415,1,
14,15,1,1,-.1084,1,
16,17,1,1,-.1057,1,
18,19,1,1,-.1138,1,
CBR
12,1,-.2283,1,
13,1,-.1926,1,
FIMC
FIME

d3) Esforços solicitantes


As Figuras 56 e 57 mostram os diagramas de forças cortantes, de momentos fletores e de
momentos torçores (valores característicos máximos) obtidos no programa GPLAN4 para as vigas
VS1 e VS6, respectivamente. A listagem dos resultados calculados pelo programa encontra-se nos
Anexos.
A flecha calculada pelo programa para os nós 2 (0,43 cm), 7 (0,44 cm), 14 (0,60 cm), 11
(1,04 cm) e 12 (0,69 cm), embora não sendo as flechas máximas da viga, servem como indicativos
da deslocabilidade da viga. A maior flecha, de 1,04 cm no nó 11 ainda é inferior à máxima
permitida pela NBR 6118/2004.
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V k (kN)

Barras 12 e 13
74,2 66,2 58,2

P1 P2 13,5 37,9
99,5 P3

10810
Mk
(kN.cm)
~325 Barras 12 e 13
- 1790
1721
P1 P2 1918
~130 2101 +
+ P3

5636

9638

Tk
(kN.cm)
Barras 12 e 13

P2 P3
1099

Figura 56 – Diagrama de esforços característicos na viga VS1.

68,7
37,9 V k (kN)
2,4
P9 54,3
Barra 14
P6

13188

-
Mk
372 + 1940
P9
P6 (kN.cm)
~ 416
Barra 14

Barra 14

P6 Tk
P9
(kN.cm)
1059 1059

Figura 57 – Diagrama de esforços característicos na viga VS6.


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Com relação aos momentos fletores positivos é importante analisar os vãos entre os pilares
P2 e P3 da viga VS1 e o vão entre os pilares P9 e P6 da viga VS6.
Na Figura 58 encontra-se o esquema para obtenção do momento fletor máximo positivo na
viga VS1.
24,15 kN/m

1 1 2

330

Figura 58 – Esquema estático, carregamento e numeração dos nós e barra para obtenção do
momento positivo considerando engaste no apoio interno da viga VS1.

O arquivo de dados de entrada para o programa PPLAN4 tem o aspecto apresentado abaixo
e a listagem dos resultados encontra-se nos Anexos.
OPTE,0,2,0,0,2,
CONCRETO II - TORCAO
MOMENTO POSITIVO COM ENGASTE NO APOIO INTERNO
VS 1 (19 x 60)
NOGL
1,2,1,0,0,330,0,
RES
1,1,1,1,
2,1,1,
BAR
1,1,2,1,1,
PROP
1,1,1140,342000,60,
MATL
1,2128,
FIMG
CARR1
CBR
1,1,-0.2415,1,
FIMC
FIME

O máximo momento positivo para o esquema mostrado na Figura 58, conforme o arquivo de
dados acima, resultou 1.840 kN.cm. Esse momento positivo deve ser considerado no
dimensionamento do vão, que no modelo de grelha apresentou somente momentos negativos.
Para verificação do máximo momento positivo na viga VS6 será calculado o momento
considerando o vão engastado no pilar P6 e com engaste elástico no pilar P9 (Figura 59). Na rigidez
da mola do engaste elástico será considerado apenas o lance inferior do pilar, considerando que o
lance superior do pilar ainda não esteja construído.
O momento de inércia do lance inferior do pilar P9 é:
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b h 3 19 . 193
Ip,sup = Ip,inf = = = 10.860 cm4
12 12
Rigidez da mola:
4 EI 4 . 2128,7 . 10860
K mola = = = 308.238 kN.cm
le 300
y

10,84 kN/m

1 1 2 x

523

Figura 59 – Esquema estático, carregamento e numeração dos nós e barras para obtenção do
momento positivo considerando engaste no apoio interno da viga VS6.

O arquivo de dados de entrada para o programa PPLAN4 tem o aspecto apresentado abaixo
e a listagem dos resultados encontra-se nos Anexos.

OPTE,0,2,0,0,2,
CONCRETO II - TORÇÃO
MOMENTO POSITIVO COM ENGASTE NO APOIO INTERNO
VS 6 (19 x 60)
NOGL
1,2,1,0,0,523,0,
RES
1,1,2,0,308238,
2,1,1,1,
BAR
1,1,1,2,1,1,
PROP
1,1,1140,342000,60,
MATL
1,2128,
FIMG
CARR1
CBR
1,1,-0.1084,1,
FIMC
FIME

O máximo momento positivo para o esquema mostrado na Figura 59, conforme o arquivo de
dados acima, resulta 2.023 kN.cm. Esse momento é superior aos momentos fletores positivos
obtidos para o vão considerado e foi considerado no dimensionamento da armadura do vão.

e) Armadura mínima de flexão


Para a seção transversal 19 x 60 cm a armadura mínima de flexão é:
Md,mín = 0,8 W0 fctk,sup
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f ctk ,sup = 1,3 f ct ,m = 1,3 . 0,3 3 f ck 2 = 1,3 . 0,3 3 20 2 = 2,87 MPa

b h 3 19 . 603
I= = = 342.000 cm3
12 12
I 342000
W0 = = = 11.400 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 30
Md,mín = 0,8 . 11400 . 0,287 = 2.617 kN.cm

Dimensionamento da armadura para o momento fletor mínimo:


b w d 2 19 . 55 2
Kc = = = 22,0 ⇒ da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,023.
Md 2617

Md 2617
As = Ks = 0,023 = 1,09 cm2
d 55

Conforme a Tabela 2 da apostila de Vigas (BASTOS, 2004) para seção retangular e concreto
C20, a taxa mínima de armadura (ρmín) deve ser de 0,15 % Ac, portanto:

As,mín = 0,0015 . 19 . 60 = 1,71 cm2 > 1,09 cm2 (2 φ 10 mm = 1,60 cm2)

f) Armadura de pele
A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No
entanto, a fim de evitar fissuras de retração que surgem em vigas com altura superior a 50 cm, será
colocada uma armadura de pele com área de 0,05 % Ac (área da armadura de pele conforme a NBR
6118/80), em cada face da viga:

As,pele = 0,0005 . 19 . 60 = 0,57 cm2


4 φ 4,2 mm = 0,56 cm2 em cada face, distribuídos ao longo da altura.

g) Dimensionamento das armaduras da viga VS1


Serão dimensionadas as armaduras longitudinais e transversais, para M, V e T.

g1) Armadura longitudinal de flexão


Normalmente a armadura longitudinal é calculada apenas para os momentos fletores
máximos, positivos e negativos.
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 74

g1.1) Momento fletor negativo


g1.1.1) Apoio interno P2
Mk = - 10.810 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (-10.810) = - 15.134 kN.cm
6 φ 12,5
Para a altura da viga de 60 cm será adotada a altura útil
de 56 cm:
b w d 2 19 . 56 2 eh
Kc = = = 3,9
Md 15134
Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,30 ≤ 0,50, Ks = 0,026 e domínio 3.
Md 15134
As = Ks = 0,026 = 7,03 cm2
d 56
6 φ 12,5 mm = 7,50 cm2
A distância livre horizontal entre as barras das duas primeiras fiadas deve ser superior a 25
mm, a fim de permitir a passagem da agulha do vibrador. Supondo o diâmetro do estribo igual a 5
mm, para o detalhamento mostrado, a distância livre resulta:
19 − [2 (2,0 + 0,5) + 4 . 1,25]
eh = = 3,0 cm
3
distância suficiente para a passagem da agulha do vibrador.

g1.1.2) Apoio interno P3


Neste pilar, devido aos esforços de torção, ocorrem dois diferentes valores para o momento
fletor negativo. O cálculo será feito para o maior valor, de 2.101 kN.cm.
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 2.101) = - 2.941 kN.cm

b w d 2 19 . 57 2 2φ10
Kc = = = 21,0
Md 2941
Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,05, Ks = 0,024 e domínio 2.
Md 2101
As = Ks = 0,024 = 1,24 cm2 < As,mín
d 57
(As,mín = 1,71 cm2 → 2 φ 10 mm)

g1.1.3) Apoio extremo P1


Mk = - 1.721 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 1.721) = - 2.409 kN.cm
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 75

Md = 2.409 < Md,mín = 2.617 kN.cm 2φ10


∴As = As,mín = 1,71 cm2 → 2 φ 10 mm

g1.1.4) Momento fletor positivo entre os pilares P1 e P2


Mk = 9.638 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . 9.638 = 13.493 kN.cm
Como a laje adjacente à viga é do tipo nervurada pré-fabricada, com capa de concreto de
espessura 4,0 cm, normalmente não se considera a contribuição da capa para formar a mesa da
seção T, de modo que a viga é então calculada como seção retangular.
b w d 2 19 . 57 2
Kc = = = 4,6
Md 13493
Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,25 < 0,50, Ks = 0,026 e domínio 2.
Md 13493
As = Ks = 0,026 = 6,15 cm2
d 57
3 φ 16 = 6,00 cm2 ou 5 φ 12,5
5 φ 12,5 = 6,25 cm2 (escolha indicada para
construções de pequeno porte).

g1.1.5) Momento fletor positivo entre os pilares P2 e P3


Mk = 1.841 kN.cm
(ver listagem de resultados nos Anexos)
Md = 1,4 . 1841 = 2.577 kN.cm < Md,mín = 2.617
∴As = As,mín = 1,71 cm2 → 2 φ 10 mm

2 φ 10

g1.1.6) Momento fletor positivo à direita do pilar P3


Mk = 5.636 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . 5.636 = 7.890 kN.cm
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b w d 2 19 . 57 2
Kc = = = 7,8
Md 7890
Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,14 < 0,50, Ks = 0,024 e domínio 2.
Md 7890
As = Ks = 0,024 = 3,32 cm2
d 57 3 φ 12,5

3 φ 12,5 = 3,75 cm2

g2) Armadura transversal ao esforço cortante


O dimensionamento ao esforço cortante será feito com as equações simplificadas
apresentadas na apostila de Cortante em vigas, de BASTOS (2004). Sendo a seção retangular será
considerado o Modelo de Cálculo II, com ângulo θ de 38°. O cálculo está apresentado apenas para o
cortante máximo na viga VS1; para as demais forças cortantes a armadura está apenas indicada.

g2.1) Pilar interno P2


Vk = 99,5 kN.cm
Vd = γf . Vk = 1,4 . 99,5 = 139,3 kN

g2.1.1) Verificação das bielas de compressão


Para o concreto C20 determina-se a força cortante última ou máxima:
VRd2 = 0,71 b w . d . sen θ . cos θ = 0,71 . 19 . 56 . sen 38 . cos 38 = 366,5 kN

VSd = 139,3 < VRd 2 = 366,5 kN → não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.

g2.1.2) Cálculo da armadura transversal


Para o concreto C20 a equação para determinar a força cortante correspondente à armadura
mínima é:
VSd,mín = 0,035. b w . d . cot g θ + Vc1

VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0

Com Vc0 :
⎛ 0,3 3 20 2 ⎞
Vc0 = 0,6 f ctd b w d = 0,6 ⎜ 0,7 ⎟ 19 . 56 = 70,6 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
366,5 − 139,3
Vc1 = 70,6 = 54,2 kN
366,5 − 70,6
VSd,mín = 0,035. 19 . 56 . cot g 38 + 54,2 = 101,9 kN
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VSd = 139,3 > VSd ,mín = 101,9 kN → portanto, deve-se calcular a armadura transversal p/ VSd

Da equação para Asw na Tabela 2 da apostila de cortante em vigas (concreto C20):

Asw = 2,55
(VSd − Vc1 ) = 2,55 (139,3 − 54,2) = 3,03 cm2/m
d . cot g θ 56 . cot g 38
A armadura mínima é calculada pela equação:
20 f ctm
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck 2 = 0,3 3 20 2 = 2,21 MPa
f ywk

20 . 0,221
A sw ,mín = . 19 = 1,68 cm2/m
50
Como Asw = 3,03 cm2/m > Asw,mín = 1,68 cm2/m ⇒ deve-se dispor a armadura calculada.

g2.1.3) Detalhamento da armadura transversal


- Diâmetro do estribo: 5 mm ≤ φt ≤ bw/10 ⇒ φt ≤ 190/10 ≤ 19 mm
- Espaçamento máximo:
0,67 VRd2 = 0,67 . 366,5 = 245,6 kN
VSd = 139,3 < 245,6 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
0,6 d = 0,6 . 56 = 33,6 cm ⇒ Portanto, s ≤ 30 cm
- Espaçamento transversal entre os ramos do estribo:
0,20 VRd2 = 0,20 . 366,5 = 73,3 kN
VSd = 139,3 > 73,3 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 35 cm
0,6 d = 0,6 . 56 = 33,6 cm ⇒ Portanto, s ≤ 33,6 cm

g2.1.4) Detalhamento da armadura transversal


Pilar P2 (Asw = 3,03 cm2)
Considerando estribo vertical composto por dois ramos e diâmetro de 5 mm (1φ 5 mm =
0,20 cm2), tem-se:
A sw 0,40
= 0,0303 cm2/cm ⇒ = 0,0303 ⇒ s = 13,2 cm ≤ smáx = 30 cm
s s
Armadura Mínima (Asw,mín = 1,68 cm2)
Para a armadura mínima de 1,68 cm2/m, considerando o mesmo estribo, tem-se:
A sw 0,40
= 0,0168 cm2/cm ⇒ = 0,0168 ⇒ s = 23,8 cm ≤ smáx = 30 cm
s s
Para as demais forças cortantes ao longo da viga VS1 as armaduras transversais são
mostradas na Tabela 2. Como as forças cortantes são pequenas, resulta a armadura mínima. Apenas
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no lado esquerdo do pilar P2 e no trecho com mudança de direção a armadura transversal será maior
que a mínima.
Tabela 2 – Forças cortantes e armaduras ao longo da viga VS1.
Pilar Vk (kN) VSd (kN) Asw (cm2/m)
P1 74,2 103,9 1,70
P2 66,2 92,3 1,68
P3 58,2 81,5 1,68
P3 13,5 18,9 1,68
Intersecção VS6 37,9 53,1 1,68

g3) Ancoragem das armaduras longitudinais


g3.1) Armadura positiva no pilar extremo P1
Vk = 74,2 kN VSd = 1,4 . 74,2 = 103,9 kN
Valor do deslocamento do diagrama de momentos fletores (al) segundo o modelo de cálculo
II:
a l = 0,5 d (cot g θ − cot g α) = 0,5 . 57 (cotg 38 – cotg 90)

al = 36,5 cm ≥ 0,5 d = 0,5 . 57 = 28,5 cm


Conforme a Eq. 16 da apostila de Ancoragem, a armadura a ancorar no apoio é:
1 ⎛ al ⎞ 1 ⎛ 36,5 ⎞
A s,calc = ⎜⎜ VSd + N Sd ⎟⎟ = ⎜ 103,9 ⎟ = 1,53 cm2
f yd ⎝ d ⎠ 50 ⎝ 57 ⎠
1,15
A armadura positiva do vão adjacente é composta por 5 φ 12,5 mm, onde 2 φ 12,5 mm
posicionados nos vértices dos estribos devem ser obrigatoriamente estendidos até os apoios.
Portanto, As,ef = 2 φ 12,5 mm = 2,50 cm2.
A armadura efetiva no apoio deve atender à armadura mínima, dada por:
⎧1 M vão
⎪⎪ 3 A s,vão se M apoio = 0 ou negativo e M apoio ≤ 2
A s ,calc ≥⎨
⎪1 A M vão
⎪⎩ 4 s,vão se M apoio = negativo e M apoio > 2

Md,apoio = - 2.409 kN.cm < Md,vão/2 = 13.493/2 = 6.747 kN.cm


Portanto, As, calc ≥ 1/3 As,vão = 6,15/3 = 2,05 cm2
As, calc = 1,53 cm2 < 1/3 As,vão = 2,05 cm2 ⇒ portanto, ancorar 2,05 cm2

O comprimento mínimo da ancoragem no apoio (lb,mín) é:


⎧r + 5,5 φ
l b,mín ≥ ⎨
⎩6 cm
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r = 5/2 φ = 2,5 . 1,25 = 3,1 cm (com r determinado na Tabela 1 na apostila de Ancoragem)


3,1 + 5,5 . 1,25 = 10,0 cm > 6 cm
Comprimento de ancoragem efetivo:
lbe = b – c = 19 – 2 = 17 cm lb,nec
Comprimento de ancoragem básico: As,ef

φ f yd
lb = c lbe
4 f bd
Resistência de aderência:
fbd = η1 . η2 . η3 . fctd b

0,7 . 0,3 3 2 0,7 . 0,3 3 2


com f ctd = f ck = 20 = 0,11 kN/cm2
γc 1,4 . 10

Considerando barra nervurada e situação de boa aderência, fica:


fbd = 2,25 . 1,0 . 1,0 . 0,11 = 0,25 kN/cm2
50
1,25 1,15
lb = = 54,6 cm
4 0,25
Comprimento de ancoragem necessário, sem gancho:
A s ,calc 2,05
l b,nec = α1 l b = 1,0 . 54,6 = 44,8 cm
A s,ef 2,50

Numa primeira análise verifica-se que o comprimento de ancoragem necessário (sem


gancho) é superior ao comprimento de ancoragem efetivo (lb,nec = 44,8 cm > lbe = 17 cm). Isto
significa que não é possível fazer a ancoragem sem gancho. A próxima tentativa de ancoragem é
fazer o gancho. O comprimento de ancoragem necessário, com gancho é:
l b,nec,g = 0,7 . 44,8 = 31,3 cm

Verifica-se que mesmo com o gancho ainda não é possível fazer a ancoragem, pois o
comprimento de ancoragem resultou maior que o comprimento de ancoragem efetivo: (lb,nec,g = 31,3
cm > lbe = 17 cm).
A próxima alternativa é aumentar a armadura longitudinal a ancorar no apoio, para As,corr,
como definido pela Eq. 19 da apostila de Ancoragem e Emendas (BASTOS, 2004), ou colocar
grampos:
lb 54,6
A s ,corr = A s,calc = 2,05 = 3,35 cm2
l be + 0,3 l b 17 + 0,3 . 54,6
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Entre vários arranjos possíveis para atender a armadura corrigida, pode-se estender uma
terceira barra das cinco da armadura positiva no vão, o que leva a As,ef = 3 φ 12,5 = 3,75 cm2, o que
atende à armadura necessária.
Como exemplo, caso se optasse pela colocação direta de grampos, a área de grampos seria:
⎡ ⎛ l be − φ gr + 0,3 l b ⎞⎤ l b,gr
A s ,grampo = ⎢A s ,calc − A s ,ef ⎜⎜ ⎟⎟⎥
⎣⎢ ⎝ lb ⎠⎦⎥ l be − φ gr + 0,3 l b,gr

Comprimento de ancoragem básico dos grampos, supondo diâmetro de 6,3 mm:


50
0,63
φ f yd 1,15
l b,gr = = = 27,4 cm
4 f bd 4 . 0,25

Supondo a armadura efetiva composta por 2 φ 12,5 = 2,50 cm2 (com ganchos), a área para os
grampos resulta:
⎡ ⎛ 17 − 0,63 + 0,3 . 54,6 ⎞⎤ 27,4
A s,grampo = ⎢2,05 − 2,50 ⎜ ⎟⎥ = 0,61 cm2
⎣ ⎝ 54,6 ⎠⎦ 17 − 0,63 + 0,3 . 27,4
Área da armadura total a ancorar: 2,50 + 0,61 = 3,11 cm2. Armadura efetiva (escolhida): 2 φ
12,5 + 2 φ 6,3 (1 grampo) = 3,13 cm2. O detalhe da ancoragem está mostrado na Figura 60.

2,0
95 φgr = 60 cm 2 φ 12,5

10 2 cm

16,4
19
Grampo

Figura 60 – Detalhe da ancoragem nos pilares extremos.

g3.2) Armadura positiva nos pilares internos


Nos pilares internos a ancoragem da armadura longitudinal positiva deve atender a armadura
mínima e estender 10φ além da face do apoio.
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g3.3) Armadura negativa no pilar extremo P1


A armadura negativa proveniente do engastamento elástico nos pilares extremos deve
penetrar até próximo à face do pilar, respeitando-se a espessura do cobrimento, e possuir um gancho
direcionado para baixo, com comprimento de pelo menos 35φ. O diâmetro de dobramento deve ser
de 5φ, como indicado na Figura 61.

2 φ 10


35 cm
35 φ

Figura 61 – Ancoragem da armadura negativa nos pilares extremos.

g4) Dimensionamento à torção


g4.1) Verificação da biela comprimida
Tk = 1.099 kN.cm TSd = 1,4 . 1.099 = 1.539 kN.cm
Para não ocorrer esmagamento das bielas comprimidas de concreto, conforme a Eq. 34
deve-se ter:
VSd T
+ Sd ≤ 1
VRd 2 TRd 2

VRd2 = 366,5 kN ⇒ esforço cortante máximo permitido na viga;


VSd,máx = 81,5 kN.

Área da seção transversal: A = bw . h = 19 . 60 = 1140 cm2


Perímetro da seção transversal: u = 2 (bw + h) = 2 (19 + 60) = 158 cm
As Eq. 19 e 20 fornecem os limites para a espessura he da casca:
A 1140
he ≤ = = 7,2 cm com he ≥ 2 c1
u 158
c1 = φl /2 + φt + cnom = 1,25/2 + 0,5 + 2,0 = 3,125 cm
he ≥ 2 . 3,125 = 6,25 cm
Portanto, os limites para he são: 6,25 cm ≤ he ≤ 7,2 cm
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Será adotado he = 7,0 cm.


Ae = (bw – he) . (h – he) = (19 – 7) . (60 – 7) = 636 cm2
O momento torçor máximo, determinado pela Eq. 23, com ângulo θ (38°) igual ao aplicado
no cálculo da viga ao esforço cortante é:
TRd,2 = 0,5 αv2 fcd Ae he sen 2 θ = 0,5 (1 – 20/250) . (2,0/1,4) 636 . 7,0 . sen 2 . 38 = 2.838,7 kN
Aplicando os valores na Eq. 34 fica:
81,5 1539,0
+ = 0,76 ≤ 1,0
366,5 2838,7
Como a equação foi satisfeita não ocorrerá o esmagamento das bielas de compressão.

g4.2) Cálculo das armaduras


As armaduras mínimas, transversal e longitudinal, já foram calculadas no dimensionamento
da viga ao cortante, e valem 1,68 cm2/m.
Armadura transversal (estribos) conforme a Eq. 25:
A s,90 TSd 1539
= tg θ = tg 38 = 0,0217 cm2/cm = 2,17 cm2/m ≥ Asw,mín = 1,68 cm2/m
s 2 A e f ywd 50
2 ⋅ 636
1,15
Armadura longitudinal conforme a Eq. 28:
A sl TSd 1539
= = = 0,0356 cm2/cm = 3,56 cm2/m ≥ A sl,mín = 1,68
u 2 A e f ywd tg θ 2 ⋅ 636 50
tg 38
1,15
g4.3) Detalhamento
g4.3.1) Armadura longitudinal
A área total de armadura é obtida pela soma das armaduras de flexão e de torção, calculada
para cada uma das quatro faces da viga.
Pilar P3:
Face superior:
- da flexão – As = 1,24 cm2
- da torção – As = (bw – he) Asl = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
- As,total = 1,24 + 0,43 = 1,67 cm2 (2 φ 10 = 1,60 cm2)

Face inferior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (bw – he) Asl = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
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- As,total = 0,43 cm2 (esta armadura será atendida pela armadura longitudinal positiva que se
estende até o apoio - 2 φ 12,5 mm = 2,50 cm2)
Faces laterais:
- As,total = (h – he) Asl = (60 – 7) 0,0356 = 1,89 cm2 (4 φ 8 mm = 2,00 cm2). Esta armadura
deverá se estender do pilar P3 até a intersecção com a viga VS6; a armadura contribui também para
evitar possíveis fissuras por retração do concreto.

Região do máximo momento positivo

Face superior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
- As,total = 0,43 cm2 (2 φ 8 = 1,00 cm2)

Face inferior:
- da flexão – As = 3,32 cm2
- da torção – As = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
- As,total = 3,32 + 0,43 = 3,75 cm2 (3 φ 12,5 mm = 3,75 cm2)

Faces laterais:
- As,total = (h – he) Asl = (60 – 7) 0,0356 = 1,89 cm2 (4 φ 8 mm = 2,00 cm2).

g4.3.2) Armadura transversal


A área total de estribos é calculada pela soma das áreas relativas ao esforço cortante e à
torção. A armadura para o esforço cortante máximo entre o pilar P3 e a interseção com a viga VS6
resultou na armadura mínima, de 1,68 cm2/m. Como a armadura para a torção supera a armadura
mínima do cortante, é suficiente considerar a armadura para torção:
A s,90
= 0,0217 cm2/cm = 2,17 cm2/m
s
O diâmetro mínimo para o estribo à torção é de 5 mm. Supondo estribo fechado de dois
ramos com diâmetro de 5 mm tem-se:
0,40
= 0,0217 → s = 18,4 cm < smáx = 30 cm
s
Na Figura 63 encontra-se mostrado o detalhamento final das armaduras da viga VS1.
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g5) Detalhamento da armadura longitudinal

Segundo o modelo de cálculo II o deslocamento (al) do diagrama de momentos fletores


resultou 36 cm. O comprimento de ancoragem básico para barras φ 12,5 mm em situação de má
aderência e concreto C20 já foi calculado e vale 78 cm.
A Figura 62 mostra o cobrimento do diagrama de momentos fletores de cálculo, feito para
determinação do comprimento das barras das armaduras longitudinais, positiva e negativa.

194
152 196
114 114
78 78
2 φ 12,5
78 78
12,5
120 12,5 114

62 78 2 φ12,5 78
12,5 12,5
2 φ 10 2 φ 12,5

10 12,5
12,5

2 φ 12,5 B 2 φ 12,5
B 12,5 12,5
10 φ
10 φ
12,5 12,5 1 φ 12,5
A 2 φ 12,5 79
370
61 10 φ A
12,5 143
151 1 φ 12,5 10 φ
12,5
lb 234
54 lb
54

Figura 62 – Cobrimento do diagrama de momentos fletores de cálculo da viga VS1.

A Figura 63 apresenta o detalhamento final das armaduras da viga. Este desenho é feito
comumente na escala 1:50. O desenho do corte da seção transversal e do estribo é feito
normalmente na escala de 1:25 ou 1:20.
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VS 1 (19 x 60)
N1 - 8 c/13 2N5
2N3
N1 - 26 c/23 N1 - 13 c/23
104
N1
- 25 2N6
c/18
4N7 4N7
P1 P2 P3
1N9
40
195 120 50
2N12 2N10
N3 - 2 φ 12,5 C = 660
35

N2 - 2 φ 10 C = 606 VS6
150 195 N4
-2φ
N5 - 2 φ 12,5 C = 345 8 C
= 41
115 115 4 15

40
N6 - 2 φ 12,5 C = 230 (2° cam)
30 56
N7 - 2 x 4 φ 4,2 C = 1056
N8
-2 x4
150 235 φ8 N1 - 72 φ 5 C = 152
N9 - 1 φ 12,5 C = 343 (2° cam) C=
501

30
60 140 80
N10 - 2 φ 12,5 C = 528
N11
30 -1φ
10

12,5
N12 - 2 φ 12,5 C = 742 N13 - 2 φ 10 C = 340 C=
60 N14 361
-2φ
14

N15 - 1 φ 6,3 C = 134 12,5


C=
511

40
Figura 63 – Desenho final com a armadura da viga VS1.

h) Dimensionamento das armaduras da viga VS6


Serão dimensionadas as armaduras longitudinais e transversais para os esforços de M, V e T.

h1) Armadura longitudinal de flexão


Normalmente a armadura longitudinal é calculada apenas para os momentos fletores
máximos, positivos e negativos.

h1.1) Apoio interno P6


Mk = - 13.188 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 13.188) = - 18.463 kN.cm
7 φ 12,5
Para a altura da viga de 60 cm será adotada a altura útil
de 56 cm:
b d 2 19 . 55,5 2
Kc = w = = 3,2
Md 18463 eh

Da Tabela de Kc e Ks tem-se:
βx = x/d = 0,38 ≤ 0,50, Ks = 0,027 e domínio 3.
Md 18463
As = Ks = 0,027 = 8,98 cm2
d 55,5
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7 φ 12,5 mm = 8,75 cm2


Deve-se ter βx = x/d ≤ 0,50. Neste caso, com βx = x/d = 0,38 o limite está satisfeito, o que
deve garantir a necessária ductilidade à viga nesta seção.
A distância livre horizontal entre as barras das duas primeiras fiadas deve ser superior a 25
mm, a fim de permitir a passagem da agulha do vibrador. Supondo o diâmetro do estribo igual a 5
mm, para o detalhamento mostrado, a distância livre resulta:

19 − [2 (2,0 + 0,5) + 4 . 1,25]


eh = = 3,0 cm
3
distância suficiente para a passagem da agulha do vibrador.

h1.2) Momento positivo na extremidade da viga


Mk = 1.940 kN.cm
2φ10
Md = γf . Mk = 1,4 . (1.940) = 2.716 kN.cm

b w d 2 19 . 57 2
Kc = = = 22,7
Md 2716
Da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,024 e dom. 2.
Md 2716
As = Ks = 0,024 = 1,14 cm2 < As,mín
d 57
(As,mín = 1,71 cm2 → 2 φ 10 mm)

h1.3) Momento fletor positivo entre os pilares P6 e P9


Mk = 2.023 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . 2.023 = 2.832 kN.cm

b w d 2 19 . 57 2
Kc = = = 21,8
Md 2832
Da Tabela de Kc e Ks tem-se Ks = 0,024.
Md 2832
As = Ks = 0,024 = 1,19 cm2 < As,mín
d 57
(As,mín = 1,71 cm2 → 2 φ 10 mm) 2 φ 10

h2) Armadura transversal ao esforço cortante


Na viga VS6 o esforço cortante máximo é VSd = 96,2 kN, valor menor que a força cortante
mínima, o que leva à armadura transversal mínima (Asw,mín = 1,68 cm2/m – estribo φ 5 c/ 23 cm) na
viga.
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 87

h3) Ancoragem das armaduras longitudinais


O esforço cortante no pilar P9 é pequeno (2,4 kN) e existe também um pequeno momento
fletor positivo (372 kN.cm). A armadura mínima de flexão do vão adjacente (2 φ 10 mm) é
suficiente para resistir a este momento. A favor da segurança deve-se ancorar as duas barras no pilar
P9 fazendo-se o gancho.
h4) Armadura positiva no pilar interno
Nos pilares internos a ancoragem da armadura longitudinal positiva deve atender a armadura
mínima e estender 10φ além da face do apoio.

h5) Dimensionamento à torção


h5.1) Verificação da biela comprimida
Tk = 1.059 kN.cm TSd = 1,4 . 1.059 = 1.483 kN.cm
Este momento torçor é um pouco menor e muito próximo daquele encontrado para o trecho
final da viga VS1 (Td = 1.539 kN.cm). Desse modo, como a seção transversal é a mesma, será
adotada a mesma armadura de torção calculada para a viga VS1.
A s,90
Estribos: = 0,0217 cm2/cm = 2,17 cm2/m ≥ Asw,mín = 1,68 cm2/m
s
A sl
Armadura longitudinal: = 0,0356 cm2/cm = 3,56 cm2/m ≥ A sl,mín = 1,68 cm2/m
u
h5.2) Detalhamento
h5.2.1) Armadura longitudinal
A área total de armadura é obtida pela soma das armaduras de flexão e de torção, calculadas
para cada uma das quatro faces externas da viga.
Face superior:
- da flexão – As = 8,98 cm2
- da torção – As = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
- As,total = 8,98 + 0,43 = 9,41 cm2 (7 φ 12,5 + 1 φ10 = 9,55 cm2)
Face inferior:
- da flexão – As = 0,00 cm2
- da torção – As = (19 – 7) 0,0356 = 0,43 cm2
- As,total = 0,43 cm2 (esta armadura será atendida pela armadura longitudinal positiva que se
estende até o apoio - 2 φ 10 mm = 1,60 cm2)
Faces laterais:
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- As,total = (60 – 7) 0,0356 = 1,89 cm2 (4 φ 8 mm = 2,00 cm2). Esta armadura deverá se
estender do pilar P6 até a intersecção com a viga VS1.
h5.3.2) Armadura transversal
A área total de estribos é calculada pela soma das áreas relativas ao esforço cortante e à
torção. A armadura para o esforço cortante máximo entre o pilar P6 e a interseção com a viga VS1
resultou na armadura mínima, de 1,68 cm2/m. Como a armadura para a torção supera a armadura
mínima do cortante, é suficiente considerar a armadura para torção:
A s,90
= 0,0217 cm2/cm = 2,17 cm2/m
s
Supondo estribo fechado de dois ramos com diâmetro de 5 mm tem-se:
0,40
= 0,0217 s = 18,4 cm < smáx = 30 cm
s
Na Figura 65 encontra-se mostrado o detalhamento final das armaduras da viga VS1.

h6) Detalhamento da armadura longitudinal


Como já calculado o deslocamento do diagrama de momentos fletores de cálculo é 36 cm. O
comprimento de ancoragem básico para barras φ 12,5 mm em situação de má aderência e concreto
C20 é 78 cm.
A Figura 64 mostra o cobrimento do diagrama de momentos fletores de cálculo, feito para
determinação do comprimento das barras das armaduras longitudinais, positiva e negativa.

463 284

272 205

167 137
78
78

3 φ 12,5
A A 78
78
12,5 12,5

2 φ 12,5
B B
12,5 12,5
78
2 φ 12,5
A
12,5 12,5

Figura 64 – Esquema do cobrimento do diagrama de momentos fletores de cálculo.


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A Figura 65 apresenta o detalhamento final das armaduras da viga. Este desenho é feito
normalmente na escala 1:50. O desenho do corte da seção transversal e do estribo é feito
normalmente na escala de 1:25 ou 1:20. Atenção máxima deve ser dispensada a este detalhamento
final, pois comumente é apenas com ele que a armação da viga será executada.

VS 6 (19 x 60)
N1 - 22 c/ 23 N1 - 15 c/ 18 2N3 2N2

1N5
3N4

P9 P6 4N7 4N7
VS1

2N9
N2 - 2 φ 12,5 C = 895 40
40

15
270 205
N3 - 2 φ 12,5 C = 475
170 140 56
N4 - 3 φ 12,5 C = 310 (2° cam)

N1 - 37 φ 5 mm
N5 - 1 φ 10 C = 299 (2° cam) C = 152

N6 - 2 x 4 φ 4,2 C = 535 N7 - 2 x 4 φ 8 C = 329 30


10

N8 - 2 φ 10 C = 545 N9 - 2 φ 10 C = 339 40

Figura 65 – Desenho com a armadura final da viga VS6.

14. QUESTIONÁRIO

1ª) Comente sobre os casos mais comuns de torção nas construções.


2ª) O que são torção de equilíbrio e torção de compatibilidade? Cite exemplos.
3ª) Qual o valor do momento de torção solicitante no caso de viga biengastada sob solicitação de
torção externa uniforme no vão?
4ª) O que é torção de St. Venant?
5ª) Para uma seção circular, mostre numa figura como se configuram as tensões principais devidas à
torção.
6ª) E como se configuram as tensões de cisalhamento devidas à torção?
7ª) Qual a equação que define a tensão de cisalhamento devida à torção para uma seção vazada?
8ª) Indique numa figura o que é a área Ae e o perímetro u.
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9ª) Verifique a eficiência alcançada pela viga em função dos diferentes arranjos para a armadura.
10ª) Por que uma viga de concreto armado retangular pode ser analisada à torção como se fosse oca
e com espessura da casca constante?
11ª) Por que pode-se fazer uma analogia da viga sob torção com uma treliça espacial?
12ª) Como se configura a treliça espacial generalizada?
13ª) Como se configuram as trajetórias das fissuras numa viga sob torção e flexão?
14ª) Explique resumidamente quais são as formas de ruptura de uma viga por torção.
15ª) Estude a dedução das equações desenvolvidas para a treliça espacial generalizada.
16ª) Como a norma define a espessura da casca da seção vazada?
17ª) Qual é a resistência proporcionada pelas diagonais comprimidas de concreto?
18ª) Como são as equações que definem as armaduras para a torção?
19ª) No caso de torção combinada com cortante, como se verifica a biela de concreto comprimido?
20ª) Qual o objetivo de se dispor uma armadura mínima à torção?
21ª) Como é calculada a armadura mínima para a torção?
22ª) Qual o diâmetro mínimo e máximo para os estribos? Qual é o espaçamento máximo?
23ª) Por que os estribos para torção não podem ser abertos?
24ª) Como deve ser feita a distribuição da armadura longitudinal nas faces da viga?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Building code requirements for structural concrete, ACI
318 R-95. Farmington Hills, 1995, 369p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto –


Procedimento - NBR 6118, versão corrigida, Rio de Janeiro, ABNT, mar/2004, 170p.

BASTOS, P.S.S. Dimensionamento de vigas de concreto armado ao esforço cortante. Disciplina


1309 – Estruturas de Concreto II. Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de
Engenharia - Universidade Estadual Paulista, mar/2004, 70p.

BASTOS, P.S.S. Ancoragem e emenda de armaduras. Disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual
Paulista, mar/2004, 42p.
BASTOS, P.S.S. Vigas de edifícios. Disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II. Bauru/SP,
Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual Paulista,
abr/2004, 43p.

BASTOS, P.S.S. Programa GPLAN3 – Diretrizes para o desenvolvimento de modelos de grelhas.


Disciplina 1365 – Estruturas de Concreto IV. Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade
de Engenharia - Universidade Estadual Paulista, set/1995, 26p.
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 91

COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON. Model Code 1990, MC-90, CEB-FIP, Bulletin


D’Information n. 204, Lausanne, 1991.

CORRÊA, M.R.S. ; RAMALHO, M.A. ; CEOTTO, L.H. Sistema PPLAN4/GPLAN4 – Manual de


utilização. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos – USP, Departamento de Engenharia de
Estruturas, 1992, 80p.

GIONGO, J.S. Concreto armado: Vigas submetidas a esforços de torção. São Carlos, Escola de
Engenharia de São Carlos – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas, 1996, 40p.

LEONHARDT, F. ; MÖNNIG, E. Construções de concreto – Princípios básicos do


dimensionamento de estruturas de concreto armado, v. 1, Rio de Janeiro, Ed. Interciência, 1982,
305p.

LIMA, J.S. ; GUARDA, M.C. ; PINHEIRO, L.M. Análise de torção em vigas de acordo com a
nova NBR 6118. In: 42 CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, IBRACON. Fortaleza,
ago/2000, CD-ROM, 16p.

MACGREGOR, J.G. Reinforced concrete – Mechanics and design. 3a ed., Upper Saddle River, Ed.
Prentice Hall, 1997, 939p.

SÁNCHEZ, E. Dimensionamento à torção: novas prescrições normativas brasileiras. In: Nova


normalização brasileira para o concreto estrutural. 2001, p.155-185.

SÜSSEKIND, J.C. Curso de concreto, v. 1, 4a ed., Porto Alegre, Ed. Globo, 1985, 376p.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2000, 382p.

LEONHARDT, F. ; MÖNNIG, E. Construções de concreto – Princípios básicos sobre a armação


de estruturas de concreto armado, v. 3, Rio de Janeiro, Ed. Interciência, 1982, 273p.

NAWY, E.G. Reinforced concrete – A fundamental approach. Englewood Cliffs, Ed. Prentice Hall,
1985, 701p.

PINHEIRO, L.M. Concreto armado – Tabelas e ábacos. São Carlos, Escola de Engenharia de São
Carlos – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas, 1986.

SÁNCHEZ, E. Análise crítica do projeto de revisão da NB-1: Prescrições para o dimensionamento


à torção. In: XXIX JORNADAS SUDAMERICANAS DE INGENIERIA ESTRUCTURAL, 2000,
CD-ROM, 7p.
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 92

ANEXOS - LISTAGEM DE RESULTADOS DOS PROGRAMAS


GPLAN4 E PPLAN4

LISTAGEM DE RESULTADOS DO EXEMPLO 1 - GRELHA

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS - USP


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA GPLAN4 - ANALISE DE GRELHAS - VERSAO FEV/92

PROJETO: TORCAO
CLIENTE: CONCRETO II

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DA GEOMETRIA DA GRELHA: EXEMPLO 1
---------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE COORDENADAS NODAIS

NO COORD X COORD Y IDENT


---------------------------------------------------------------------------

1 165.000 .000 NO
2 .000 95.000 NO
3 165.000 95.000 NO

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE RESTRICOES NODAIS

NO RESTR Z RESTR X RESTR Y IDENT


---------------------------------------------------------------------------

2 1 1 1 RES

--------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARACTERISTICAS DE BARRAS

NO NO COSSENO OPCAO
BARRA INIC FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR DIAG IDENT
---------------------------------------------------------------------------

1 1 3 1 95.000 .0000 1 BAR


2 2 3 2 165.000 1.0000 1 BAR

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO I TORCAO ALTURA IDENT


---------------------------------------------------------------------------

1 1 .10000E+04 .20833E+06 .10000E+03 50.00 PROP


2 1 .17500E+04 .36458E+06 .40517E+06 50.00 PROP
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 93

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE MATERIAIS

MAT MOD LONG MOD TRANS PESO ESP COEF TERM IDENT
---------------------------------------------------------------------------

1 .238000E+04 .480000E+03 .00000E+00 .0000E+00 MATL

---------------------------------------------------------------------------
PARAMETROS GEOMETRICOS E ELASTICOS DA GRELHA: EXEMPLO 1
---------------------------------------------------------------------------

NUMERO DE NOS.......................................................... 3
NUMERO DE NOS COM RESTRICOES........................................... 1
NUMERO DE RESTRICOES NODAIS............................................ 3
NUMERO DE BARRAS....................................................... 2
NUMERO DE BARRAS COM ROTULA(S)......................................... 0
NUMERO DE ROTULAS...................................................... 0
NUMERO DE PROPRIEDADES DE BARRAS....................................... 2
NUMERO DE MATERIAIS ................................................... 1
NUMERO DE GRAUS DE LIBERDADE........................................... 6
MAXIMA DIFERENCA ENTRE NUMEROS DE NOS DE BARRAS........................ 2
LARGURA DE BANDA DA MATRIZ DE RIGIDEZ.................................. 9
NUMERO DE ELEMENTOS DA MATRIZ DE RIGIDEZ............................. 54

---------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DA GEOMETRIA I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
---------------------------------------------

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS - USP


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA GPLAN4 - ANALISE DE GRELHAS - VERSAO FEV/92

PROJETO: TORCAO
CLIENTE: CONCRETO II

============================
GRELHA: EXEMPLO 1
============================

===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS

NO COORD X COORD Y RESTR Z RESTR X RESTR Y


===========================================================================

1 165.000 .000 0 0 0
2 .000 95.000 1 1 1
3 165.000 95.000 0 0 0

===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS

NO ROT NO ROT COSSENO


BARRA INIC INIC FIN FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR
===========================================================================

1 1 0 3 0 1 95.000 .0000
2 2 0 3 0 2 165.000 1.0000
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 94

===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO I TORCAO ALTURA


===========================================================================

1 1 .10000E+04 .20833E+06 .10000E+03 50.00


2 1 .17500E+04 .36458E+06 .40517E+06 50.00

===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

MAT MOD LONG MOD TRANS PESO ESP COEF TERM


===========================================================================

1 .238000E+04 .480000E+03 .00000E+00 .0000E+00

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DO CARREGAMENTO: CARR1 ( GRELHA: EXEMPLO 1 )
---------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARGAS EM BARRAS

BARRA TIPO CARGA I CARGA F REL C/L REL I/L IDENT


---------------------------------------------------------------------------

1 1 -.0250 -.0250 1.000 .000 CBR


2 1 -.0437 -.0437 1.000 .000 CBR

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARGAS NODAIS

NO FORCA Z MOMENTO X MOMENTO Y IDENT


---------------------------------------------------------------------------

1 -50.000 .000 .000 CNO

---------------------------------------------------------------------------
ESTATISTICA DOS DADOS DO CARREGAMENTO
---------------------------------------------------------------------------

NUMERO DE NOS CARREGADOS............................................... 1


NUMERO DE NOS DESCARREGADOS............................................ 2
NUMERO DE BARRAS CARREGADAS (EXCETO PESO PROPRIO) ..................... 2
NUMERO DE BARRAS DESCARREGADAS (EXCETO PESO PROPRIO) .................. 0
SOMATORIO DAS FORCAS TRANSVERSAIS ATUANTES.................... -59.594

------------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DO CARREGAMENTO I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
------------------------------------------------

===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (GRELHA: EXEMPLO 1 )
===========================================================================
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 95

===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS

NO DESLOC Z ROTACAO X ROTACAO Y


===========================================================================

1 -.5163226 .0045879 .0008594


2 .0000000 .0000000 .0000000
3 -.0950533 .0041256 .0008594

===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS

BARRA NO CORTANTE M FLETOR M TORCOR


===========================================================================

1 1 -50.000 .015 .000


3 -52.375 -4862.804 .000

2 2 59.594 -9237.421 4862.793


3 52.375 -.002 4862.793

===========================================================================
RESULTANTES NODAIS

NO FORCA Z MOMENTO X MOMENTO Y


===========================================================================

1 .000 -.015 .000


2 59.594 -4862.793 -9237.421
3 .000 -.011 .002

SOMATORIO DAS REACOES TRANSVERSAIS ........................... 59.594


SOMATORIO DAS FORCAS TRANSVERSAIS ATUANTES ................... -59.594
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000256 %

===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS

BARRA REL X/L CORTANTE M FLETOR M TORCOR


===========================================================================

1 0/10 -50.000 .015 .000


1 1/10 -50.238 -476.114 .000
1 2/10 -50.475 -954.499 .000
1 3/10 -50.713 -1435.140 .000
1 4/10 -50.950 -1918.037 .000
1 5/10 -51.188 -2403.191 .000
1 6/10 -51.425 -2890.601 .000
1 7/10 -51.663 -3380.268 .000
1 8/10 -51.900 -3872.190 .000
1 9/10 -52.138 -4366.369 .000
1 10/10 -52.375 -4862.804 .000

2 0/10 59.594 -9237.421 4862.793


2 1/10 58.872 -8260.080 4862.793
2 2/10 58.150 -7294.649 4862.793
2 3/10 57.428 -6341.130 4862.793
2 4/10 56.706 -5399.522 4862.793
2 5/10 55.984 -4469.825 4862.793
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 96

2 6/10 55.262 -3552.038 4862.793


2 7/10 54.541 -2646.162 4862.793
2 8/10 53.819 -1752.198 4862.793
2 9/10 53.097 -870.144 4862.793
2 10/10 52.375 -.001 4862.793

- Analise completa - fim do processamento

LISTAGEM DE RESULTADOS DO EXEMPLO 2

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA PPLAN4 - ANALISE DE PORTICOS PLANOS - VERSAO FEV/92

PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: EXEMPLO 2

============================
PORTICO: V 1 (20 x 40)
============================

===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS

NO COORD X COORD Y RESTR X RESTR Y RESTR R


===========================================================================

1 .000 .000 .10000E+38 .10000E+38 .23800E+07


2 191.500 .000 0 0 0
3 383.000 .000 1 1 1

===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS

NO ROT NO ROT COSSENO


BARRA INIC INIC FIN FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR
===========================================================================

1 1 0 2 0 1 191.500 1.0000
2 2 0 3 0 1 191.500 1.0000

===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO ALTURA TEMP


===========================================================================

1 1 .80000E+03 .10667E+06 40.00 .00


UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 97

===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

MAT MOD LONG PESO ESP COEF TERM


===========================================================================

1 .238000E+04 .00000E+00 .00000E+00

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DO CARREGAMENTO: CARR1 ( PORTICO: V 1 (20 x 40) )
---------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARGAS EM BARRAS

BARRA TIPO INTENSIDADE REL C/L REL I/L IDENT


---------------------------------------------------------------------------

1 1 -.2107 1.000 .000 CBRG


2 1 -.2107 1.000 .000 CBRG

---------------------------------------------------------------------------
ESTATISTICA DOS DADOS DO CARREGAMENTO
---------------------------------------------------------------------------
NUMERO DE NOS CARREGADOS............................................... 0
NUMERO DE NOS DESCARREGADOS............................................ 3
NUMERO DE BARRAS CARREGADAS (EXCETO PESO PROPRIO) ..................... 2
NUMERO DE BARRAS DESCARREGADAS (EXCETO PESO PROPRIO) .................. 0
SOMATORIO DAS FORCAS SEGUNDO O EIXO X........................... .000
SOMATORIO DAS FORCAS SEGUNDO O EIXO Y........................... -80.698

------------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DO CARREGAMENTO I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
------------------------------------------------

===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: V 1 (20 x 40) )
===========================================================================

===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS

NO DESLOC X DESLOC Y ROTACAO


===========================================================================

1 .0000000 .0000000 .0005119


2 .0000000 -.0710151 -.0001280
3 .0000000 .0000000 .0000000
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 98

===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS

BARRA NO NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 1 .000 35.033 -1218.352


2 .000 -5.316 1627.123

2 2 .000 -5.316 1627.123


3 .000 -45.665 -3254.246

===========================================================================
RESULTANTES NODAIS

NO RESULT X RESULT Y MOMENTO


===========================================================================

1 .000 35.033 -1218.352


2 .000 .000 .000
3 .000 45.665 3254.246

SOMATORIO DAS REACOES SEGUNDO O EIXO Y........................ 80.698


SOMATORIO DAS FORCAS ATUANTES SEGUNDO O EIXO Y................ -80.698
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000000 %

===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS

BARRA REL X/L NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 0/10 .000 35.033 -1218.352


1 1/10 .000 30.998 -586.096
1 2/10 .000 26.964 -31.109
1 3/10 .000 22.929 446.609
1 4/10 .000 18.894 847.059
1 5/10 .000 14.859 1170.241
1 6/10 .000 10.824 1416.154
1 7/10 .000 6.789 1584.799
1 8/10 .000 2.754 1676.176
1 9/10 .000 -1.281 1690.283
1 10/10 .000 -5.316 1627.123

2 0/10 .000 -5.316 1627.123


2 1/10 .000 -9.351 1486.694
2 2/10 .000 -13.385 1268.997
2 3/10 .000 -17.420 974.031
2 4/10 .000 -21.455 601.797
2 5/10 .000 -25.490 152.294
2 6/10 .000 -29.525 -374.477
2 7/10 .000 -33.560 -978.517
2 8/10 .000 -37.595 -1659.825
2 9/10 .000 -41.630 -2418.401
2 10/10 .000 -45.665 -3254.246
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 99

LISTAGEM DE RESULTADOS DO EXEMPLO 3

GRELHA

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS - USP


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA GPLAN4 - ANALISE DE GRELHAS - VERSAO FEV/92

PROJETO: TORCAO
CLIENTE: EXEMPLO 3 - COM MOLAS

============================
GRELHA: GRELHA PAV.
============================

===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS

NO COORD X COORD Y RESTR Z RESTR X RESTR Y


===========================================================================

1 .000 .000 .10000E+38 .61648E+06 .61648E+06


2 359.500 .000 0 0 0
3 719.000 .000 .10000E+38 .24267E+07 .00000E+00
4 1078.500 .000 0 0 0
5 1438.000 .000 .10000E+38 .61648E+06 .61648E+06
6 .000 523.000 .10000E+38 .00000E+00 .97338E+06
7 359.500 523.000 0 0 0
8 719.000 523.000 1 0 0
9 1078.500 523.000 0 0 0
10 1438.000 523.000 .10000E+38 .00000E+00 .97338E+06
11 1438.000 807.000 0 0 0
12 1243.500 926.500 0 0 0
13 .000 1046.000 .10000E+38 .61648E+06 .61648E+06
14 359.500 1046.000 0 0 0
15 719.000 1046.000 .10000E+38 .24267E+07 .00000E+00
16 1049.000 1046.000 1 0 0

===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS

NO ROT NO ROT COSSENO


BARRA INIC INIC FIN FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR
===========================================================================

1 1 0 2 0 1 359.500 1.0000
2 2 0 3 0 1 359.500 1.0000
3 3 0 4 0 1 359.500 1.0000
4 4 0 5 0 1 359.500 1.0000
5 6 0 7 0 2 359.500 1.0000
6 7 0 8 0 2 359.500 1.0000
7 8 0 9 0 2 359.500 1.0000
8 9 0 10 0 2 359.500 1.0000
9 13 0 14 0 1 359.500 1.0000
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 100

10 14 0 15 0 1 359.500 1.0000
11 15 0 16 0 1 330.000 1.0000
12 16 0 12 0 3 228.277 .8520
13 12 0 11 0 3 228.277 .8520
14 11 0 10 0 3 284.000 .0000
15 10 0 5 0 1 523.000 .0000
16 1 0 6 0 4 523.000 .0000
17 6 0 13 0 4 523.000 .0000
18 3 0 8 0 4 523.000 .0000
19 8 0 15 0 4 523.000 .0000

===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO I TORCAO ALTURA


===========================================================================

1 1 .11400E+04 .34200E+06 .10000E+03 60.00


2 1 .13300E+04 .54308E+06 .10000E+03 70.00
3 1 .11400E+04 .34200E+06 .10965E+06 60.00
4 1 .85500E+03 .14428E+06 .10000E+03 45.00

===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

MAT MOD LONG MOD TRANS PESO ESP COEF TERM


===========================================================================

1 .212800E+04 .480000E+03 .00000E+00 .0000E+00

===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (GRELHA: GRELHA PAV. )
===========================================================================

===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS

NO DESLOC Z ROTACAO X ROTACAO Y


===========================================================================

1 .0000000 -.0008127 .0022300


2 -.4313683 -.0006779 -.0005575
3 .0000000 -.0005432 .0000000
4 -.4313675 .0000298 .0005575
5 .0000000 .0006027 -.0022300
6 .0000000 .0000000 .0022569
7 -.4384310 .0000000 -.0005528
8 .0000000 -.0000001 -.0000457
9 -.4137887 -.0011135 .0005299
10 .0000000 -.0022268 -.0020741
11 -1.0433960 -.0041370 .0036414
12 -.6875809 .0006757 .0023666
13 .0000000 .0008127 .0027923
14 -.5983620 .0006780 -.0003741
15 .0000000 .0005434 -.0012958
16 .0000000 .0052094 .0006376
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 101

===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS

BARRA NO CORTANTE M FLETOR M TORCOR


===========================================================================

1 1 67.983 -1374.770 .018


2 -18.837 7459.192 .018

2 2 -18.837 7459.191 .018


3 -105.656 -14918.370 .018

3 3 105.656 -14918.380 .077


4 18.837 7459.182 .077

4 4 18.837 7459.182 .077


5 -67.983 -1374.782 .077

5 6 108.533 -2196.740 .000


7 -29.659 11980.990 .000

6 7 -29.659 11980.990 .000


8 -167.850 -23521.220 .000

7 8 166.625 -23521.330 -.149


9 28.433 11540.290 -.149

8 9 28.433 11540.290 -.149


10 -109.759 -3078.051 -.149

9 13 74.178 -1721.450 -.018


14 -12.641 9339.938 -.018

10 14 -12.641 9339.936 -.018


15 -99.460 -10810.200 -.018

11 15 66.239 -10810.080 .679


16 -13.456 -2101.024 .679

12 16 58.202 -1790.493 -1099.280


12 6.087 5547.339 -1099.280

13 12 6.087 5547.332 -1099.280


11 -37.880 1918.534 -1099.280

14 11 -37.880 1940.952 1059.191


10 -68.665 -13188.420 1059.191

15 10 54.274 -13188.270 .014


5 -2.419 371.645 .014

16 1 22.167 -501.009 .002


6 -33.114 -3363.497 .002

17 6 33.114 -3363.497 .049


13 -22.167 -501.009 .049

18 3 26.100 -1318.285 -.004


8 -33.418 -3231.950 -.004

19 8 33.418 -3231.802 -.115


15 -26.099 -1318.011 -.115
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 102

===========================================================================
RESULTANTES NODAIS

NO FORCA Z MOMENTO X MOMENTO Y


===========================================================================

1 90.150 500.991 -1374.773


2 .000 .000 .000
3 237.412 1318.227 .000
4 .000 .000 .000
5 70.402 -371.569 1374.768
6 174.761 .000 -2196.786
7 .000 .000 -.002
8 401.311 .000 .000
9 .000 .000 .000
10 232.698 -.003 2018.874
11 .000 .001 -.007
12 .000 -.003 -.006
13 96.346 -500.991 -1721.401
14 .000 .000 -.003
15 191.798 -1318.708 .001
16 71.659 .004 .005

SOMATORIO DAS REACOES TRANSVERSAIS ........................... 1566.536


SOMATORIO DAS FORCAS TRANSVERSAIS ATUANTES ................... -1566.536
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000078 %

===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS

BARRA REL X/L CORTANTE M FLETOR M TORCOR


===========================================================================

1 0/10 67.983 -1374.770 .018


1 1/10 59.301 913.144 .018
1 2/10 50.619 2888.944 .018
1 3/10 41.937 4552.628 .018
1 4/10 33.255 5904.197 .018
1 5/10 24.573 6943.651 .018
1 6/10 15.891 7670.990 .018
1 7/10 7.209 8086.214 .018
1 8/10 -1.473 8189.322 .018
1 9/10 -10.155 7980.316 .018
1 10/10 -18.837 7459.193 .018

2 0/10 -18.837 7459.191 .018


2 1/10 -27.519 6625.954 .018
2 2/10 -36.201 5480.601 .018
2 3/10 -44.882 4023.132 .018
2 4/10 -53.564 2253.549 .018
2 5/10 -62.246 171.850 .018
2 6/10 -70.928 -2221.964 .018
2 7/10 -79.610 -4927.894 .018
2 8/10 -88.292 -7945.938 .018
2 9/10 -96.974 -11276.100 .018
2 10/10 -105.656 -14918.370 .018

3 0/10 105.656 -14918.380 .077


3 1/10 96.974 -11276.100 .077
3 2/10 88.292 -7945.942 .077
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 103

3 3/10 79.610 -4927.898 .077


3 4/10 70.928 -2221.970 .077
3 5/10 62.246 171.844 .077
3 6/10 53.564 2253.542 .077
3 7/10 44.882 4023.125 .077
3 8/10 36.201 5480.594 .077
3 9/10 27.519 6625.947 .077
3 10/10 18.837 7459.184 .077

4 0/10 18.837 7459.182 .077


4 1/10 10.155 7980.304 .077
4 2/10 1.473 8189.311 .077
4 3/10 -7.209 8086.202 .077
4 4/10 -15.891 7670.979 .077
4 5/10 -24.573 6943.640 .077
4 6/10 -33.255 5904.186 .077
4 7/10 -41.937 4552.616 .077
4 8/10 -50.619 2888.932 .077
4 9/10 -59.301 913.132 .077
4 10/10 -67.983 -1374.783 .077

5 0/10 108.533 -2196.740 .000


5 1/10 94.714 1456.631 .000
5 2/10 80.895 4613.203 .000
5 3/10 67.076 7272.975 .000
5 4/10 53.257 9435.947 .000
5 5/10 39.437 11102.120 .000
5 6/10 25.618 12271.490 .000
5 7/10 11.799 12944.070 .000
5 8/10 -2.020 13119.840 .000
5 9/10 -15.839 12798.820 .000
5 10/10 -29.659 11981.000 .000

6 0/10 -29.659 11980.990 .000


6 1/10 -43.478 10666.370 .000
6 2/10 -57.297 8854.944 .000
6 3/10 -71.116 6546.722 .000
6 4/10 -84.935 3741.700 .000
6 5/10 -98.754 439.878 .000
6 6/10 -112.574 -3358.744 .000
6 7/10 -126.393 -7654.165 .000
6 8/10 -140.212 -12446.390 .000
6 9/10 -154.031 -17735.410 .000
6 10/10 -167.850 -23521.230 .000

7 0/10 166.625 -23521.330 -.149


7 1/10 152.806 -17779.570 -.149
7 2/10 138.986 -12534.610 -.149
7 3/10 125.167 -7786.453 -.149
7 4/10 111.348 -3535.092 -.149
7 5/10 97.529 219.470 -.149
7 6/10 83.710 3477.233 -.149
7 7/10 69.890 6238.196 -.149
7 8/10 56.071 8502.359 -.149
7 9/10 42.252 10269.730 -.149
7 10/10 28.433 11540.290 -.149

8 0/10 28.433 11540.290 -.149


8 1/10 14.614 12314.050 -.149
8 2/10 .795 12591.010 -.149
8 3/10 -13.025 12371.180 -.149
8 4/10 -26.844 11654.540 -.149
8 5/10 -40.663 10441.110 -.149
8 6/10 -54.482 8730.878 -.149
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 104

8 7/10 -68.301 6523.844 -.149


8 8/10 -82.121 3820.011 -.149
8 9/10 -95.940 619.380 -.149
8 10/10 -109.759 -3078.052 -.149

9 0/10 74.178 -1721.450 -.018


9 1/10 65.497 789.207 -.018
9 2/10 56.815 2987.749 -.018
9 3/10 48.133 4874.176 -.018
9 4/10 39.451 6448.488 -.018
9 5/10 30.769 7710.685 -.018
9 6/10 22.087 8660.766 -.018
9 7/10 13.405 9298.732 -.018
9 8/10 4.723 9624.583 -.018
9 9/10 -3.959 9638.319 -.018
9 10/10 -12.641 9339.939 -.018

10 0/10 -12.641 9339.936 -.018


10 1/10 -21.323 8729.440 -.018
10 2/10 -30.005 7806.831 -.018
10 3/10 -38.687 6572.105 -.018
10 4/10 -47.369 5025.265 -.018
10 5/10 -56.050 3166.309 -.018
10 6/10 -64.732 995.237 -.018
10 7/10 -73.414 -1487.949 -.018
10 8/10 -82.096 -4283.251 -.018
10 9/10 -90.778 -7390.668 -.018
10 10/10 -99.460 -10810.200 -.018

11 0/10 66.239 -10810.080 .679


11 1/10 58.269 -8755.705 .679
11 2/10 50.300 -6964.322 .679
11 3/10 42.330 -5435.933 .679
11 4/10 34.361 -4170.537 .679
11 5/10 26.391 -3168.135 .679
11 6/10 18.422 -2428.725 .679
11 7/10 10.452 -1952.310 .679
11 8/10 2.483 -1738.887 .679
11 9/10 -5.487 -1788.459 .679
11 10/10 -13.456 -2101.023 .679

12 0/10 58.202 -1790.493 -1099.280


12 1/10 52.991 -521.353 -1099.280
12 2/10 47.779 628.819 -1099.280
12 3/10 42.568 1660.023 -1099.280
12 4/10 37.356 2572.259 -1099.280
12 5/10 32.144 3365.526 -1099.280
12 6/10 26.933 4039.825 -1099.280
12 7/10 21.721 4595.156 -1099.280
12 8/10 16.510 5031.519 -1099.280
12 9/10 11.298 5348.914 -1099.280
12 10/10 6.087 5547.340 -1099.280

13 0/10 6.087 5547.332 -1099.280


13 1/10 1.690 5636.094 -1099.280
13 2/10 -2.707 5624.491 -1099.280
13 3/10 -7.103 5512.523 -1099.280
13 4/10 -11.500 5300.190 -1099.280
13 5/10 -15.896 4987.493 -1099.280
13 6/10 -20.293 4574.431 -1099.280
13 7/10 -24.690 4061.004 -1099.280
13 8/10 -29.086 3447.212 -1099.280
13 9/10 -33.483 2733.055 -1099.280
13 10/10 -37.880 1918.533 -1099.280
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 105

14 0/10 -37.880 1940.952 1059.191


14 1/10 -40.958 821.455 1059.191
14 2/10 -44.037 -385.473 1059.191
14 3/10 -47.115 -1679.832 1059.191
14 4/10 -50.194 -3061.622 1059.191
14 5/10 -53.272 -4530.843 1059.191
14 6/10 -56.351 -6087.496 1059.191
14 7/10 -59.430 -7731.580 1059.191
14 8/10 -62.508 -9463.095 1059.191
14 9/10 -65.587 -11282.040 1059.191
14 10/10 -68.665 -13188.420 1059.191

15 0/10 54.274 -13188.270 .014


15 1/10 48.604 -10498.000 .014
15 2/10 42.935 -8104.244 .014
15 3/10 37.266 -6006.988 .014
15 4/10 31.597 -4206.239 .014
15 5/10 25.927 -2701.995 .014
15 6/10 20.258 -1494.255 .014
15 7/10 14.589 -583.022 .014
15 8/10 8.919 31.707 .014
15 9/10 3.250 349.929 .014
15 10/10 -2.419 371.647 .014

16 0/10 22.167 -501.009 .002


16 1/10 16.639 513.783 .002
16 2/10 11.111 1239.455 .002
16 3/10 5.583 1676.006 .002
16 4/10 .055 1823.438 .002
16 5/10 -5.473 1681.749 .002
16 6/10 -11.001 1250.940 .002
16 7/10 -16.529 531.011 .002
16 8/10 -22.058 -478.038 .002
16 9/10 -27.586 -1776.208 .002
16 10/10 -33.114 -3363.498 .002

17 0/10 33.114 -3363.497 .049


17 1/10 27.586 -1776.208 .049
17 2/10 22.058 -478.038 .049
17 3/10 16.529 531.011 .049
17 4/10 11.001 1250.940 .049
17 5/10 5.473 1681.749 .049
17 6/10 -.055 1823.438 .049
17 7/10 -5.583 1676.007 .049
17 8/10 -11.111 1239.455 .049
17 9/10 -16.639 513.783 .049
17 10/10 -22.167 -501.008 .049

18 0/10 26.100 -1318.285 -.004


18 1/10 20.148 -108.910 -.004
18 2/10 14.196 789.190 -.004
18 3/10 8.244 1376.013 -.004
18 4/10 2.293 1651.561 -.004
18 5/10 -3.659 1615.832 -.004
18 6/10 -9.611 1268.828 -.004
18 7/10 -15.562 610.547 -.004
18 8/10 -21.514 -359.010 -.004
18 9/10 -27.466 -1639.842 -.004
18 10/10 -33.418 -3231.951 -.004

19 0/10 33.418 -3231.802 -.115


19 1/10 27.466 -1639.681 -.115
19 2/10 21.514 -358.836 -.115
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 106

19 3/10 15.563 610.733 -.115


19 4/10 9.611 1269.027 -.115
19 5/10 3.659 1616.044 -.115
19 6/10 -2.292 1651.785 -.115
19 7/10 -8.244 1376.250 -.115
19 8/10 -14.196 789.439 -.115
19 9/10 -20.148 -108.648 -.115
19 10/10 -26.099 -1318.011 -.115

- Analise completa - fim do processamento

Viga VS1

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA PPLAN4 - ANALISE DE PORTICOS PLANOS - VERSAO FEV/92

PROJETO: CONCRETO II - TORCAO


CLIENTE: MOMENTO POSITIVO COM ENGASTE NO APOIO INTERNO

============================
PORTICO: VS 1 (19 x 60)
============================

===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS

NO COORD X COORD Y RESTR X RESTR Y RESTR R


===========================================================================

1 .000 .000 1 1 1
2 330.000 .000 1 1 0

===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS

NO ROT NO ROT COSSENO


BARRA INIC INIC FIN FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR
===========================================================================

1 1 0 2 0 1 330.000 1.0000

===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO ALTURA TEMP


===========================================================================

1 1 .11400E+04 .34200E+06 60.00 .00


UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 107

===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

MAT MOD LONG PESO ESP COEF TERM


===========================================================================

1 .212800E+04 .00000E+00 .00000E+00

===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: VS 1 (19 x 60) )
===========================================================================

===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS

NO DESLOC X DESLOC Y ROTACAO


===========================================================================

1 .0000000 .0000000 .0000000


2 .0000000 .0000000 -.0002484

===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS

BARRA NO NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 1 .000 49.809 -3287.419


2 .000 -29.886 .000

===========================================================================
RESULTANTES NODAIS

NO RESULT X RESULT Y MOMENTO


===========================================================================

1 .000 49.809 -3287.419


2 .000 29.886 .000

SOMATORIO DAS REACOES SEGUNDO O EIXO Y........................ 79.695


SOMATORIO DAS FORCAS ATUANTES SEGUNDO O EIXO Y................ -79.695
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000000 %

===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS

BARRA REL X/L NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 0/10 .000 49.809 -3287.419


1 1/10 .000 41.840 -1775.206
1 2/10 .000 33.870 -525.987
1 3/10 .000 25.901 460.238
1 4/10 .000 17.931 1183.471
1 5/10 .000 9.962 1643.709
1 6/10 .000 1.992 1840.954
1 7/10 .000 -5.977 1775.206
1 8/10 .000 -13.947 1446.464
1 9/10 .000 -21.916 854.729
1 10/10 .000 -29.886 .000
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 108

Viga VS6

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS


SISTEMA ANSER - ANALISE DE SISTEMAS ESTRUTURAIS RETICULADOS
PROGRAMA PPLAN4 - ANALISE DE PORTICOS PLANOS - VERSAO FEV/92

PROJETO: CONCRETO II - TORCAO


CLIENTE: MOMENTO POSITIVO COM ENGASTE NO APOIO INTERNO

============================
PORTICO: VS 6 (19 x 60)
============================

===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS

NO COORD X COORD Y RESTR X RESTR Y RESTR R


===========================================================================

1 .000 .000 .10000E+38 .10000E+38 .30824E+06


2 523.000 .000 1 1 1

===========================================================================
CARACTERISTICAS DAS BARRAS

NO ROT NO ROT COSSENO


BARRA INIC INIC FIN FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR
===========================================================================

1 1 0 2 0 1 523.000 1.0000

===========================================================================
PROPRIEDADES DAS BARRAS

PROP MAT AREA I FLEXAO ALTURA TEMP


===========================================================================

1 1 .11400E+04 .34200E+06 60.00 .00

===========================================================================
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

MAT MOD LONG PESO ESP COEF TERM


===========================================================================

1 .212800E+04 .00000E+00 .00000E+00

===========================================================================
CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: VS 6 (19 x 60) )
===========================================================================

===========================================================================
DESLOCAMENTOS NODAIS

NO DESLOC X DESLOC Y ROTACAO


===========================================================================

1 .0000000 .0000000 .0004206


2 .0000000 .0000000 .0000000
UNESP(Bauru/SP) 1309 - Estruturas de Concreto II - Torção em Vigas de Concreto Armado 109

===========================================================================
ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS

BARRA NO NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 1 .000 21.632 -129.650


2 .000 -35.061 -3641.493

===========================================================================
RESULTANTES NODAIS

NO RESULT X RESULT Y MOMENTO


===========================================================================

1 .000 21.632 -129.650


2 .000 35.061 3641.493

SOMATORIO DAS REACOES SEGUNDO O EIXO Y........................ 56.693


SOMATORIO DAS FORCAS ATUANTES SEGUNDO O EIXO Y................ -56.693
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000000 %

===========================================================================
ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS

BARRA REL X/L NORMAL CORTANTE M FLETOR


===========================================================================

1 0/10 .000 21.632 -129.650


1 1/10 .000 15.962 853.440
1 2/10 .000 10.293 1540.025
1 3/10 .000 4.624 1930.104
1 4/10 .000 -1.045 2023.678
1 5/10 .000 -6.715 1820.747
1 6/10 .000 -12.384 1321.310
1 7/10 .000 -18.053 525.367
1 8/10 .000 -23.723 -567.081
1 9/10 .000 -29.392 -1956.035
1 10/10 .000 -35.061 -3641.493

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