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Desenvolvimento

Redemocratização:
É conhecido como "redemocratização", na história do Brasil, o período de
abertura política, ou seja, de recuperação das instituições democráticas
abolidas pelo chamado Regime Militar, instituído em 1964, e que mostra desde
aquele ano um regime de exceção e de censura às instituições nacionais.
O período considerado como de redemocratização vai desde o governo
Ernesto Geisel até a eleição indireta de Tancredo Neves, que morreria pouco
antes de assumir o poder, resultando na posse de José Sarney, período que na
presidência inicia o que se costuma dizer Nova República.
A verdadeira redemocratização do Brasil:
Com o fim do período de Ernesto Geisel na presidência, ficava claro para a
opinião pública que o Regime Militar estava chegando ao fim, e a palavra que
ia pra todo lugar era "abertura", em especial da política, mesmo que a sem
vontade da chamada Linha Dura do regime. O regime estava na verdade
implodindo, com uma inflação gigante que o Ernesto Geisel não conseguia
controlar, denúncias de corrupção por todos os lados que surgiam com o
levantamento da censura, perda de confiança da população no governo, e as
sucessivas perdas nas eleições legislativas do partido governista, a ARENA.
Tudo isso contribuiu para que a abertura política fosse mais que um gesto de
boa vontade do governo. Era o gesto de um regime acossado pela crise e que
se ressentia da força das manifestações populares, cada vez mais constantes.
É nessa mesma época que os sindicatos de trabalhadores do ABC iniciam
grandes manifestações por melhorias nas condições de trabalho, além das
vozes vindas da Igreja Católica, em especial as de Dom Evaristo Arns,
arcebispo de São Paulo, e Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e
Recife, além de Leonardo Boff, representante mais conhecido da Teologia da
Libertação, que defendia o engajamento social do clero, além das atividades
promovidas pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A imprensa,
especialmente a chamada "alternativa" voltava com força à atividade, fazendo
forte oposição ao governo, incomodando ao ponto da Linha Dura habitualmente
colocar bombas em bancas de jornais que geralmente vendiam as publicações
contestadoras. Além de bombas em bancas de jornal, os radicais de direita
tinham planos mais fortes, que por sorte não obtiveram sucesso, como o
famoso atentado à bomba ao Rio Centro durante um show em comemoração
ao 1 de maio.
O esquecimento dos condenados por crimes políticos veio em 1979, sendo
que o inesperado deste gesto é que ele deixou de lado também os
torturadores. No mesmo ano era estabelecida a nova Lei Orgânica dos
Partidos, que acabava com o bipartidarismo, e liberava a criação de novos, que
começaram a surgir, como o PMDB, PDS, PFL, e ainda o PT, Partido dos
Trabalhadores.
Mas, o ponto máximo do período da redemocratização foi sem dúvida o
movimento pelas Diretas-Já. O movimento das diretas iniciou-se depois do
pedido do então senador Teotônio Vilela, no programa Canal Livre da TV
Bandeirantes, no ano de 1983, para que se criasse um movimento a favor de
eleições diretas. Essa campanha que mobilizou milhões no final do mandato do
presidente João Figueiredo, buscava pressionar o Legislativo a aprovar a
chamada Emenda Dante de Oliveira, de autor do parlamentar mato-grossense,
e que restituía o voto direto para presidente. A campanha pelas Diretas-Já
marcou a década de 80 no Brasil, e uniu personalidades de todos os campos
em torno do desejo do voto, que acabaria frustrado, pois a Emenda não foi
aprovada. O candidato apoiado pelo povo, porém, venceria as eleições
indiretas, mas, causando nova frustração no povo, morreria antes de assumir.
Seu nome: Tancredo Neves; em seu lugar, assumiria seu vice, José Sarney,
um verdadeiro democrático de última hora, político originário da ARENA, o
partido de apoio do Regime Militar, e de seu sucessor, o PDS.
O governo Sarney:
Com tudo isso, a chegada de José Sarney ao poder foi marcada por fortes
desconfianças. Sarney fazia parte de uma ala de políticos nordestinos que
cooperaram com o regime militar, e que, sucessivamente, se juntaram a
partidos com tendência conservadora.
A população descontente com o governante fez bordões do tipo: “O povo não
esquece, Sarney é PDS” e “Sarney não dá, diretas já”. Esse tipo de
manifestação mostrou a árdua missão do novo presidente para reconstruir a
democracia da enferma nação brasileira.
Sobre a redemocratização, o governo Sarney atingiu uma considerável vitória
com a aprovação da Constituição de 1988. Apesar disso, a nova Carta Magna
do país conseguiu acabar com os mecanismos que favoreceram o regime
autoritário. Entre as conquistas estavam: o fim da censura, a livre organização
partidária, o retorno das eleições diretas e a divisão dos poderes. Com essas
conquistas o Brasil finalmente sai das características do período ditatorial.
O fim do mandato de Sarney chega em 1990, com a eleição de seu sucessor,
por voto popular, Fernando Collor de Mello. Sarney não contestou a campanha
eleitoral, porque este direito estava guardado na Constituição decretada em
1988.

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