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PROVA DE DIREITO CIVIL V – DIREITO DAS FAMÍLIAS

6º/7º PERÍODO – NOTURNO


PROVA DO PRIMEIRO BIMESTRE - 2020/01
PROFESSORA: ALESSANDRA SOARES FERNANDES
PROVA DIA 10 DE MAIO DE 2020
VALOR: 5,5
INDIVIDUAL
ALUNO: Karen Haysha Andrade Gonçalves

1. Na sociedade contemporânea, não se pode mais utilizar as


expressões “filho adulterino” ou “filho incestuoso”, termologias estas, que são
caracterizadas como discriminatórias. Na mesma perspectiva, também não
podem ser utilizadas, em nenhuma circunstância, a expressão “filho
bastardo”. A afirmativa acima descrita, preceitua qual princípio constitucional do
direito de família? Fundamente sua resposta (1,1)
A afirmativa preceitua o princípio da igualdade entre os filhos no qual está
fundamentado no art. 237, parágrafo 6° da CF e art. 1596 do CC.
Em suma, juridicamente, todos os filhos são iguais, havidos ou não durante o
casamento. Essa igualdade abrange também os filhos adotivos e aqueles
havidos por inseminação heteróloga (com material genético de terceiro).
2. Quais foram as mudanças trazidas pela Emenda Constitucional 66/2010 no
que tange a separação e o divórcio? Fundamente sua resposta? (1,1)
A entrada em vigor da Emenda Constitucional n° 66/2010 facilitou o divórcio
pondo fim à separação judicial e à imputação de culpa a um dos cônjuges.
Com a Emenda Constitucional, desapareceu toda e qualquer restrição para o
concessão do divórcio, além do mais antes dessa EC as pessoas separadas
não podiam casar novamente em razão de o vínculo matrimonial não ter sido
desfeito. Somente o divórcio e morte desfazem esse vínculo, permitindo-se
novo casamento.

3. Carlos e Maria ajuizaram pedido de conversão de união estável em


casamento. Em seu pedido, declararam o início da convivência em 1999, que
comprovaram mediante apresentação de escritura pública lavrada no ano de
2007, na qual não havia nenhuma disposição de cunho patrimonial. Tendo em
vista que a convivência perdura até o momento, os dois almejam a procedência
do pedido com atribuição de efeitos ex tunc à sentença. Com base na situação
hipotética descrita, discorra sobre a união estável, bem como, se é possível a
conversão da união estável em casamento? Explique e fundamente sua
resposta. (1,1)
A União Estável é a relação de convivência entre duas pessoas, de forma
pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de
família (Código Civil, art. 1.723). Para caracterizar a união estável não se exige
prazo mínimo de convivência do casal nem mesmo que more na mesma
residência, apenas é preciso que compartilhe uma vida com objetivos comuns
de constituir família.
Todavia, existe uma situação específica e aparentemente comum em que essa
conversão não é possível: alguém, casado, porém, separado de fato de seu o
ex-cônjuge há bastante tempo e convivendo em união estável com outra
pessoa. Nesse caso, não poderá ser feita a conversão, porque configuraria
crime de bigamia, uma vez que a pessoa separada de fato ainda é considerada
legalmente casada, sendo impossível a coexistência de dois casamentos no
mesmo período.
É possível a conversão desde que sejam respeitados os requisitos impostos
por lei, tais como idade, capacidade das partes, impedimentos matrimoniais
como citado acima dentre outros.

4. Sidney e Paula casaram-se em outubro de 2016 e tiveram filhos gêmeos,


João e Maria nascidos em janeiro de 2018. A partir da situação hipotética
apresentada acima, a direção da sociedade conjugal, iniciada a partir da data
do casamento, deve ser exercida exclusivamente por Sidney e, na ausência
por Paula. Tal afirmação está correta? Qual princípio estamos tratando?
Fundamente sua resposta (1,1)
A afirmação não está correta, levando em consideração o princípio da
igualdade entre os cônjuges e companheiros.
Assim como há igualdade entre filhos, o texto maior reconhece a igualdade
entre homens e mulheres no que se refere à sociedade conjugal formada pelo
casamento ou pela união estável ( art. 226, §§ 3º e 5º, da CF/88) .Lembramos
que o art. 1° do atual Código Civil utiliza o termo pessoa, não mais homem,
como fazia o art. 2° do código civil de 1916, deixando claro que não será
admitida qualquer forma de distinção decorrente do sexo.

5. No que tange ao reconhecimento de paternidade. A mãe consegue registrar


o filho sem a presença do pai? Fundamente sua resposta explicando em caso
de ser casada ou não. E o pai consegue registrar sem a mãe? Fundamente sua
resposta. (1,1)
A Lei 13.112/15, que permite as mães registrarem seus filhos no cartório já a
partir do nascimento, entrou em vigor no dia 31/03/2015. A norma equipara
mães e pais quanto à obrigação de registrar o recém-nascido.
Conforme o texto legal, incumbe ao pai ou à mãe, isoladamente ou em
conjunto, o dever de fazer o registro dos filhos. No caso de falta ou de
impedimento de um dos dois, o outro terá o prazo para declaração prorrogado
por quarenta e cinco dias. Antes da referida lei, somente o pai podia registrar o
filho e, apenas se houvesse omissão ou impedimento do genitor, é que a mãe
poderia assumir seu lugar.
Todavia, no registro declarado pela mãe não necessariamente constará o
nome do pai do recém-nascido, haja vista que a paternidade continua
submetida às mesmas regras já vigentes no ordenamento jurídico brasileiro.
A presunção de paternidade só ocorre em caso de pais casados. A mãe só
poderá registrar seu filho com o nome do pai na ausência dele se apresentar a
certidão de casamento ou, caso não seja casada, a declaração do pai
reconhecendo o filho.
Já o pai só precisa levar ao cartório a Declaração de Nascido Vivo, a qual é
fornecida pelo próprio hospital, e os documentos de identificação do pai e da
mãe.

Boa Prova!

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