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TCC - Análise de Sistemas de Energia e Máquinas Elétricas Com Recurso Da Termografia PDF
TCC - Análise de Sistemas de Energia e Máquinas Elétricas Com Recurso Da Termografia PDF
VERSÃO PROVISÓRIA
Janeiro de 2012
© Tiago Miguel Dias Oliveira, 2012
ii
Resumo
iii
iv
Abstract
The evolution and the increasing use of thermography in various fields of industry led to
an increase of interest on the basis of thermographic techniques. The parameterization of the
factors of influence in the measurement of infrared radiation is considered essential so that
the measures are reliable and of high precision.
This dissertation has as main goal the description of the author`s work on the analysis of
power systems and electric machines using thermography and is originated from a partnership
between the Faculty of Engineering of the University of Porto (FEUP) and the company Efacec
Energia, Máquinas e Equipamentos Eléctricos, SA. With the growing interest in the company
Efacec on the thermographic technology, was proposed to develop a methodology for
application of thermographic techniques in large power transformers.
In the dissertation, the procedure is described, the obtained results are analyzed and
conclusions are extracted from the experimental investigation, carried out with sight to the
calibration of a thermal imager, provided by the company, in all aspects considered relevant
and the elaboration of a protocol with the following steps in a thermographic inspection.
It is also stated, in the dissertation, the development of a spreadsheet for a quantitative
analysis of thermographic images, to complement the functionality of the software available
for this purpose in FEUP.
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vi
Agradecimentos
Em primeiro lugar, tenho de expressar todo o meu carinho e admiração aos meus pais, à
minha irmã e restante família, pelo apoio incondicional, pela confiança depositada, pelo
orgulho, pelas palavras amigas e conselhos nos momentos mais difíceis.
Ao meu orientador, o Professor Doutor Artur Manuel de Figueiredo Fernandes e Costa,
pela amizade, pela disponibilidade, apoio, dedicação e organização durante a realização da
dissertação.
A todos os colaboradores do Laboratório de Ensaios da Efacec, pelos conhecimentos
partilhados, pelo apoio e pelo material disponibilizado para a elaboração da dissertação. Em
especial ao Eng.º Dinis Pinto e ao Eng.º Henrique Ribas.
Aos meus amigos Ricardo Bessa, Joaquim Pedro, Pedro Costa, Tiago Azevedo, Pedro
Correia, Vanessa Pina, António Pinheiro e João Pedro Costa pelo companheirismo, pelos
momentos de alegria partilhados e acima de tudo pela amizade.
Por fim, agradeço à Filipa, por todo o amor, pela compreensão, pela motivação e por toda
a paciência.
vii
viii
Índice
Resumo ...........................................................................................iii
Abstract ............................................................................................v
Índice.............................................................................................. ix
Capítulo 1 ........................................................................................ 1
Introdução ....................................................................................................... 1
1.1 - Objectivos e Metodologia .......................................................................... 2
1.2 - Apresentação do trabalho .......................................................................... 3
Capítulo 2 ........................................................................................ 5
Tecnicas termográficas e seus fundamentos .............................................................. 5
2.1 - Fenómenos de transferência de calor ............................................................ 6
2.1.1 - Condução ...................................................................................... 7
2.1.2 - Convecção ..................................................................................... 8
2.1.3 - Radiação ....................................................................................... 9
2.1.3.1 - Lei de Stephan-Boltzmann .......................................................... 10
2.1.3.2 - Lei de Planck .......................................................................... 10
2.1.3.3 - Lei do deslocamento de Wien ...................................................... 12
2.2 - Espetro Eletromagnético ......................................................................... 13
2.3 - Caraterísticas da radiação infravermelha ..................................................... 14
2.4 - Medição da radiação infravermelha ............................................................ 16
2.4.1 - Fatores de influência na medição da radiação infravermelha ..................... 17
2.4.2 - Emissividade ................................................................................. 18
2.4.2.1 - Variação da emissividade com o ângulo de visão ............................... 18
2.4.2.2 - Variação da emissividade com a temperatura do objeto ...................... 19
2.4.2.3 - Variação da emissividade com a condição e forma de uma superfície...... 20
2.4.2.4 - Técnica para determinação da emissividade de um objeto ................... 21
2.4.2.5 - Tabela de emissividade .............................................................. 23
2.4.3 - Influência atmosférica ..................................................................... 24
4.3.3.1 - Transmissão atmosférica ............................................................ 24
4.3.3.2 – Fatores climáticos .................................................................... 26
2.4.4 - Exatidão da medição de temperatura .................................................. 28
2.5 - Ensaios Termográficos: Análise Qualitativa e Quantitativa ................................ 29
2.5.1 - Análise Qualitativa ......................................................................... 29
2.5.2 - Análise Quantitativa ....................................................................... 30
2.6 - Breve História da Termografia .................................................................. 30
2.6.1 - Escalas de temperatura e Termómetros ............................................... 31
2.6.2 - Radiação Infravermelha ................................................................... 33
ix
2.7 - Síntese ............................................................................................... 37
Capítulo 3 ....................................................................................... 39
Técnicas termográficas e suas aplicações ............................................................... 39
3.1 - Aplicação na Ciência .............................................................................. 40
3.1.1 - Medicina ..................................................................................... 41
3.1.2 - Medicina Veterinária ....................................................................... 44
3.1.3 - Astronomia .................................................................................. 45
3.1.4 - Arqueologia .................................................................................. 46
3.1.5 - Geologia...................................................................................... 47
3.1.6 - Monitorização da cobertura do solo..................................................... 48
3.1.7 - Oceanografia ................................................................................ 49
3.1.8 - Meteorologia ................................................................................ 50
3.2 - Aplicação em Segurança e Vigilância .......................................................... 51
3.2.1 - Militar ........................................................................................ 51
3.2.2 - Vigilância .................................................................................... 53
3.2.3 - Buscas e salvamento ....................................................................... 55
3.2.4 - Combate a incêndios ...................................................................... 55
3.3 - Aplicação em Edifícios ............................................................................ 57
3.3.1 - Deteção de zonas com isolamento deficiente......................................... 58
3.3.2 - Deteção de fugas de ar .................................................................... 59
3.3.3 - Deteção de humidade ..................................................................... 60
3.3.4 - Inspeção de tubagens, sistema de aquecimento e ar condicionado ............... 62
3.4 - Aplicação em Sistemas de Fluido e Vapor ..................................................... 63
3.5 - Aplicação em Sistemas Mecânicos .............................................................. 65
3.6 - Aplicação em Instalações Elétricas ............................................................. 66
3.6.1 - Ligações soltas ou deterioradas ......................................................... 67
3.6.2 - Circuitos em Sobrecarga .................................................................. 68
3.6.3 - Circuitos com desequilibrio de cargas .................................................. 69
3.6.4 - Harmónicos .................................................................................. 70
3.6.5 - Equipamentos defeituosos ................................................................ 71
3.6.6 - Transformadores ........................................................................... 72
3.6.7 - Quadros Elétricos ........................................................................... 74
3.7 - Aplicação em Energias Renováveis ............................................................. 76
3.7.1 - Aproveitamentos de Energia Eólica ..................................................... 76
3.7.2 - Sistemas Fotovoltaicos .................................................................... 79
3.8 - Outras aplicações na Indústria .................................................................. 84
3.8.1 - Controlo do Processo de Fabrico ........................................................ 84
3.8.2 - Automação................................................................................... 87
3.8.3 - Eletrónica .................................................................................... 89
3.9 - Síntese ............................................................................................... 90
Capítulo 4 ....................................................................................... 91
Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência ................................. 91
4.1 - Caraterização do problema ...................................................................... 91
4.1.1 - Identificação dos pontos de interesse nos transformadores de potência ........ 93
4.1.2 - Caraterização da câmara termográfica ................................................ 93
4.1.3 - Parametrização revelante e dificuldades intrínsecas ................................ 94
4.2 - Tipos de problemas a considerar e metodologias para os tratar .......................... 94
4.2.1 - Pontos de interesse selecionados ....................................................... 95
4.3 - Resultados Obtidos ................................................................................ 96
4.3.1 - Variação da emissividade com a distância ao objeto ................................ 96
4.3.2 - Variação da emissividade com o ângulo de visão ..................................... 97
4.3.3 - Variação da emissividade com a cor da superfície ................................... 98
4.3.3.1 - Variação da emissividade com a cor creme...................................... 99
4.3.3.2 - Variação da emissividade com a cor cinzento claro ........................... 100
4.3.3.3 - Variação da emissividade com a cor cinzento escuro ......................... 101
x
4.3.3.4 – Variação da emissividade com a cor verde ..................................... 101
4.3.4 - Testes sobre um transformador de potência em funcionamento ................. 102
4.3.4.1 - Resultados e sua análise............................................................ 103
4.3.5 - Conclusões experimentais ............................................................... 107
4.4 - Modo Operatório Proposto ...................................................................... 108
4.5 - Desenvolvimento de uma folha de cálculo para análise de imagens termográficas .. 109
4.5.1 - Caraterização do problema .............................................................. 109
4.5.1.1 - Caracterização da câmara termográfica ........................................ 109
4.5.1.2 - Caracterização do software FLIR QuickReport ................................. 110
4.5.2 - Desenvolvimento da aplicação .......................................................... 110
4.5.2.1 - Modo Operatório ..................................................................... 111
4.5.3 - Resultados .................................................................................. 114
4.5.3.1 - Linha de Perfil ....................................................................... 114
4.5.3.2 - Gráfico de Superfície 3D ........................................................... 115
4.5.4 - Graduação de cores ....................................................................... 116
4.6 - Síntese .............................................................................................. 117
xi
Lista de figuras
Figura 2.3 - Traçado da emitância espetral de um corpo negro radiante [9]. ................... 11
Figura 2.4 - Traçado da emitância espetral corpo negro em escala logarítmica [4]. ........... 12
Figura 2.16 - Transmissão infravermelha (Distância = 0,3Km, Nível do mar) [18]. ............. 26
Figura 2.17 - Transmissão infravermelha (Distância = 1,8Km, Nível do mar) [17]. ............. 26
Figura 2.19 – Desenvolvimento dos detectores de infravermelhos ao longo dos anos [22]. ... 37
xii
Figura 3.7 - Deteção de lesões em cavalos [30]. ...................................................... 44
xiii
Figura 3.37 - Imagem termográfica de efeitos de harmónicos [49]................................ 71
Figura 3.41 - Imagens termográficas de impactos sofridos por uma pá [60]. .................... 77
Figura 3.43 - Imagem termográfica do interior da cabina de uma turbina eólica [61]. ........ 79
Figura 3.45 - Efeito da temperatura na curva característica de uma célula solar [65]. ....... 81
Figura 3.47 - Imagens termográficas de derivações em células solares defeituosas [66]. ..... 82
Figura 3.49 - Imagem termográfica de painéis com zonas sobreaquecidas [65]. ................ 83
Figura 4.3 - Variação da emissividade com a cor da superfície (creme). ........................ 100
Figura 4.4 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento claro). .............. 100
Figura 4.5 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento escuro). ............ 101
Figura 4.6 - Variação da emissividade com a cor da superfície (verde). ......................... 102
Figura 4.7 - Método de curto-circuito para ensaio de aquecimento (modelo monofássico). . 102
Figura 4.8 - Variação da temperatura de referência ao longo das séries de medidas. ........ 104
Figura 4.9 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (BT Tampa
Superior). .............................................................................................. 105
Figura 4.10 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 1). .. 106
xiv
Figura 4.12 - Marcação de linha e superfície com QuickReport. .................................. 112
Figura 4.14 - Indicação de caminho para leitura dos valores radiométricos. ................... 113
Figura 4.16 - Marcação de linha e exportação de dados radiométricos com QuickReport. ... 114
Figura 4.17 - Superfície total e exportação de dados radiométricos com QuickReport. ...... 115
Figura B.1 - Variação da emissividade com o ângulo de visão (experimental). ................. 129
Figura B.2 - Variação da emissividade com a cor da superfície (creme). ........................ 130
Figura B.3 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento claro). .............. 132
Figura B.4 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento escuro). ............ 133
Figura B.5 - Variação da emissividade com a cor da superfície (verde). ......................... 135
Figura B.6 - Variação da temperatura de referência ao longo das séries de medidas. ........ 135
Figura B.7 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (BT Tampa
Superior). .............................................................................................. 139
Figura B.8 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede
Lateral 1). ............................................................................................. 140
Figura B.9 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede
Lateral 2). ............................................................................................. 140
Figura B.10 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede
Lateral 3). ............................................................................................. 141
Figura B.11 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 1). .. 141
Figura B.12 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 2). .. 142
Figura B.13 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 3). .. 142
Figura B.14 - Desvios Relativos em todos os pontos de estudo, ao longo das séries de
medidas. ............................................................................................... 146
xv
xvi
Lista de tabelas
Tabela 2.1 - Valores típicos dos processos para diferentes corpos. ................................ 16
Tabela 4.5 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Gola 1). ............... 105
Tabela 4.6 - Erros relativos das leituras efetuadas (BT Tampa Superior). ....................... 106
Tabela 4.7 - Erros relativos das leituras efetuadas (Gola 3). ...................................... 107
Tabela 4.8 - Valor da emissividade para as diferentes cores de tinta. ........................... 108
Tabela B.3 - Variação da emissividade com a cor da superfície (creme). ....................... 129
Tabela B.4 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento claro). ............. 131
Tabela B.5 - Variação da emissividade com a cor da superfície (cinzento escuro). ............ 132
Tabela B.6 - Variação da emissividade com a cor da superfície (verde). ........................ 134
Tabela B.8 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 1). .. 136
Tabela B.9 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 2). .. 137
Tabela B.10 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 3). . 137
Tabela B.11 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Gola 1)............... 138
Tabela B.12 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Gola 2)............... 138
xvii
xviii Introdução
Tabela B.13 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Gola 3). ............. 139
Tabela B.14 - Desvios relativos das leituras efetuadas (BT Tampa Superior). .................. 143
Tabela B.15 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 1). ..................... 143
Tabela B.16 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 2). ..................... 144
Tabela B.17 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 3). ..................... 144
Tabela B.18 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Gola 1). .................................. 145
Tabela B.19 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Gola 2). .................................. 145
Tabela B.20 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Gola 3). .................................. 146
Tabela B.21 - Valor da emissividade para as diferentes cores de tinta. ......................... 147
xviii
Abreviaturas e Símbolos
xix
Lista de símbolos
𝑄 Calor (𝐽)
𝑞′′ Fluxo de calor (𝑊/𝑚2 )
𝑞𝑐′′ Quantidade de calor transferido por condução, por unidade de área, na
unidade de tempo (𝑊/𝑚2 )
𝑞𝑐 Quantidade de calor transmitido por condução, através de uma superfície (𝑊)
𝑞ℎ′′ Quantidade de calor transferido por convecção, por unidade de área, na
unidade de tempo (𝑊/𝑚2 )
𝑞ℎ Quantidade de calor transmitido por convecção, através de uma superfície(𝑊)
𝑞𝑟′′ Quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área, na
unidade de tempo (𝑊/𝑚2 )
𝑞𝑟 Quantidade de calor transmitido por radiação, através de uma superfície (𝑊)
°𝐶 Celsius
℉ Fahrenheit
K Kelvin
𝜔 Frequência angular
𝛼 Ângulo
𝐴 Secção transversal (𝑚2 )
𝑘 Condutividade térmica (𝑊/𝑚 ∗ 𝐾)
𝑙 Comprimento do material condutor (m)
𝑇1 − 𝑇2 Diferença de Temperaturas (K)
𝑇𝑠 Temperatura de superfície (K)
𝑇𝑏 Temperatura do fluido que envolve a superfície (K)
𝑇 Temperatura (K)
ℎ Coeficiente de transferência de calor (𝑊/𝑚2 ∗ 𝐾)
𝜎 Constante de Stephan-Boltzmann (5.67 𝑥 10 −8 𝑊/(𝑚2 𝐾 4 ))
𝑓, 𝜐 Frequência (Hz)
𝑊(𝜆, 𝑇) Emitância espectral do corpo negro radiante (𝑊 ⁄𝑚2 , 𝜇𝑚)
𝜆 Comprimento de onda (m)
ℎ Constante de Planck (6.626 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠)
𝐾 Constante de Boltzmann (1.381 × 10−23 𝐽/𝐾)
𝑒 Número de Euler
𝑐 Velocidade da luz (≃ 3 × 108 𝑚/𝑠)
𝑏 Constante de radiação (2898 𝜇𝑚 ∗ 𝐾)
𝜀 Emissividade
𝜌 Reflexão espectral
𝛼 Absorção espectral
xx
𝜏 Transmissão espectral
𝑈 Sinal de saída detector
𝑊𝑡𝑜𝑡 Quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área, na
unidade de tempo total (𝑊/𝑚2 )
𝑊𝑜𝑏𝑗 Quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área, na
unidade de tempo, pelo objeto (𝑊/𝑚2 )
𝑊𝑟𝑒𝑓𝑙 Quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área, na
unidade de tempo, por uma fonte ambiental (𝑊/𝑚2 )
𝑊𝑎𝑡𝑚 Quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área, na
unidade de tempo, pela atmosfera (𝑊/𝑚2 )
𝑑𝑅(𝜆,𝑇)
Radiância espectral por comprimento de onda (𝑊/𝑚3 )
𝑑𝜆
xxi
Capítulo 1
Introdução
Um objeto pode ser caraterizado por uma variedade de parâmetros físicos, tais como,
tamanho, forma e peso. No entanto, a propriedade física mais frequentemente medida é a
temperatura. Variações de temperatura inesperadas podem indicar falhas de projeto,
fabricação deficiente ou componentes danificados. Temperaturas excessivas aparecem pouco
tempo antes da falha, como por exemplo, em motores elétricos, transformadores ou
componentes eletrónicos, sendo que a sua eficiência operacional diminui à medida que a
temperatura aumenta.
Os sistemas de imagem que recorrem a câmaras termográficas são sistemas de formação
de imagens térmicas e medem a distribuição de temperatura superficial em tempo real. A
técnica de deteção da distribuição de temperatura superficial de um objeto denomina-se por
termografia. Uma câmara termográfica faz uso da faixa de infravermelhos, produzindo assim
uma imagem térmica de infravermelhos, também conhecida por termograma.
A termografia sofreu uma rápida evolução como indústria própria, devido aos enormes
progressos verificados, nas últimas duas décadas, nas seguintes tecnologias: desenvolvimento
dos detetores de infravermelhos baseados em microssistemas, desenvolvimento da eletrónica
e desenvolvimento da ciência computacional. O desenvolvimento das câmaras termográficas
originou a introdução de modelos de baixo custo, abrindo novos campos de usos e
acessibilidades aos mais diversos utilizadores. A interpretação de uma imagem termográfica é
um aspeto fundamental nos ensaios termográficos. O objetivo do ensaio e a natureza do
objeto em estudo determinam se a análise deve ser qualitativa ou quantitativa.
A tecnologia tem óbvias vantagens assim como algumas desvantagens sendo que, em
relação às primeiras merece destaque: a facilidade na medição da temperatura de objetos
móveis e de difícil acesso, a facilidade e rapidez na medição de grandes superfícies, a não
interferência com o funcionamento e com o comportamento do elemento a medir, a precisão
elevada, a alta repetibilidade e fiabilidade das medições.
2 Introdução
• Sistemas Elétricos;
• Sistemas Mecânicos;
6 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
por 𝑞 ′′ [4].
Existem três modos de Transferência de Calor [2]:
2.1.1 - Condução
2.1.2 - Convecção
O fluxo de calor por convecção ocorre quando, um gás ou um líquido flui ao passar numa
superfície sólida, cuja temperatura é diferente da temperatura do fluido [5]. O movimento
pode ser provocado por agentes externos, como por exemplo pela atuação de uma ventoinha,
ou por diferenças de densidade resultantes do próprio aquecimento do fluido. No primeiro
caso, diz-se que a transferência de calor se processa por convecção forçada, enquanto, no
segundo, por convecção natural ou livre. Assim, mesmo que um fluido se encontre em
repouso (do ponto de vista macroscópico), a diferença de temperaturas gera diferenças de
densidade no seio do fluido que poderão ser suficientes para induzir um movimento
ascendente do fluido mais quente (sob a ação da gravidade) [4,7].
A quantidade de calor transferido por condução 𝑞ℎ′′, por unidade de área, na unidade de
tempo (𝑊/𝑚2 ) é dada por [5]:
𝑞ℎ = 𝐴 × ℎ × (𝑇𝑠 − 𝑇𝑏 ) (2.4)
Fenómenos de transferência de calor 9
2.1.3 - Radiação
Para uma avaliação do poder emissivo de uma superfície, tem que se explicar o conceito
do corpo negro. Um corpo negro é um corpo capaz de absorver toda a radiação incidente,
independentemente do comprimento de onda e direção da radiação. Para uma determinada
temperatura e comprimento de onda, não existe nenhuma superfície capaz de emitir mais
energia que um corpo negro. Apesar da emissão de radiação ser em função da temperatura e
comprimento de onda, é independente da sua direção, ou seja, é um emissor difuso [4]. Um
corpo negro representa um sistema físico que, em equilíbrio térmico, possui a capacidade
máxima de emitir e de absorver toda a energia recebida por radiação, ou seja, considera-se
teoricamente um emissor perfeito, 𝜀 = 1. Como o corpo negro é um conceito teórico, não
existindo na vida real, iremos sempre encontrar valores de ε inferiores a 1 [9].
Pode-se assim introduzir as leis da radiação [2]:
Estabelece que a quantidade de calor transferido por radiação, por unidade de área de
superfície de um corpo negro, na unidade de tempo (radiação do corpo negro), é diretamente
proporcional à quarta potência da sua temperatura [2,4]:
𝑞𝑟′′ = 𝜎 ∗ 𝑇4 (2.5)
𝑞𝑟 = 𝐴 × 𝑞𝑟′′ (2.6)
2𝜋ℎ𝑐 2
𝑊(𝜆, 𝑇) = 𝜆5 �𝑒 (ℎ𝑐⁄𝜆𝑘𝑇)−1� × 10−6 (2.7)
Lei da física que afirma que existe uma relação entre a temperatura e o comprimento de
onda na qual ocorre a máxima emissão de energia [2]:
Figura 2.4 - Traçado da emitância espetral corpo negro em escala logarítmica [4].
A Figura 2.4 mostra que o espetro emissivo de potência máxima desloca-se para
comprimentos de onda mais pequenos, à medida que aumenta a temperatura [4].
Uma onda eletromagnética tem duas caraterísticas fundamentais: a frequência e o
comprimento de onda. Define-se frequência 𝑓 como o número de vezes que se repete um
fenómeno, por unidade de tempo. Define-se comprimento de onda 𝜆 como a distância entre
dois pontos consecutivos que se encontram no mesmo estado de fase [8].
Estas relacionam-se pela seguinte fórmula:
𝜆 = 𝑐 ⁄𝑓 (2.9)
A luz que o olho humano pode detetar é a faixa visível do espetro eletromagnético, sendo
uma mistura de comprimentos de onda, percebidos como diferentes cores. Os limites do olho
humano encontram-se entre 0,4 µm (violeta) a 0,7 µm (vermelho), situando-se
intermediamente todas as outras cores tal, como vemos no arco-íris [10].
A faixa do infravermelho encontra-se entre os limites 0,75 µm, no limite da perceção
visual, até aos 1000 µm, onde se funde com as micro-ondas. A faixa do infravermelho é
frequentemente subdividida em quatro faixas menores, onde os limites são escolhidos
aleatoriamente. Definem-se assim o infravermelho próximo (0,75-3 µm), o infravermelho
médio (3-6 µm), o infravermelho distante (6-15 µm) e infravermelho extremo (15-1000 µm)
[12].
A termografia faz uso da faixa de infravermelho, através do uso de uma câmara
radiométrica, usualmente denominadas como câmara termográfica.
14 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
Todas as leis da radiação discutidas no ponto 2.1.3 são relativas a corpos negros. Os
corpos reais não são corpos negros, apesar de se poderem comportar aproximadamente como
tal em determinados intervalos espetrais. Por isso, as leis enunciadas não podem ser
aplicadas sem se ter em consideração determinadas correções [12].
Existem três processos que impedem um objeto real de agir como um corpo negro: uma
fração 𝛼 da radiação que pode ser absorvida, uma fração 𝜌 da radiação que pode ser
refletida e uma fração 𝜏 da radiação que pode ser transmitida. Todos estes fatores são
dependentes do comprimento de onda [12].
A absorção espetral 𝛼 é a razão entre a radiância absorvida pelo objeto e a radiância
total que incide no objeto, entendendo-se radiância como, a quantidade de luz que passa por
ou que é emitida numa área em particular [12,13].
A reflexão espetral 𝜌 é a razão entra a radiância refletida pelo objeto e a radiância total
que incide no objeto [12,13]. A reflexão depende das propriedades da superfície, da
temperatura e do tipo de material. O ângulo de reflexão da radiação infravermelha refletida
é sempre igual ao ângulo de incidência [12].
A transmissão espetral 𝜏 é a razão entre a radiância transmitida e a radiância total que
incide no objeto [12,13]. A transmissão depende do tipo e da espessura do material, sendo
que a maioria dos materiais são não transmissivos [12].
A soma dos três fatores adimensionais deve ser igual à unidade, para qualquer
comprimento de onda, pela seguinte relação [12]:
𝛼+𝜌+𝜏 =1 (2.10)
A maioria dos sólidos, superfícies pintadas ou orgânicas e metais oxidados são corpos
cinzentos com emissividade elevada. Superfícies de metal polidas e brilhantes, e alguns
materiais semicondutores, são corpos cinzentos com baixa emissividade e alta refletividade.
Filme de plástico fino, vidro, gases e materiais óticos são corpos não cinzentos cuja
emissividade varia com o comprimento de onda [3]. Na Figura 2.6, observam-se as curvas da
variação da emissividade com o comprimento de onda.
𝜀+𝜌+𝜏 =1 (2.11)
Na Figura 2.7, podemos ver que a radiação registada pelo sensor de imagem térmica
consiste na emissão, reflexão e transmissão de ondas longas da radiação infravermelha
através de um objeto, no campo de visão da câmara termográfica.
𝑞𝑟′′ = 𝜀 ∗ 𝜎 ∗ 𝑇4 (2.12)
Uma câmara termográfica não mede apenas a radiação emitida a partir de um objeto,
como também mede a radiação do ambiente refletida através da superfície de um objeto.
Ambas as radiações esbatem-se no meio de transmissão, existindo também uma radiação da
atmosfera. Estas considerações ilustram-se na Figura 2.8 [12].
O sinal de saída do detetor da câmara termográfica pode ser descrito pela seguinte
fórmula [12,16]:
𝑈 = 𝐶 ∗ 𝑊𝑡𝑜𝑡 (2.13)
A análise das medições termográficas pode ser complicada, podendo levar a conclusões
erradas, sendo necessário tomar precauções antes e durante os ensaios termográficos [13]. A
avaliação de erros de medição é muito importante para a precisão do serviço termográfico.
Os erros podem ser classificados como erros de método, erros de calibração e erros
eletrónicos. Em condições reais, os erros da medição podem ocorrer devido a [16]:
2.4.2 - Emissividade
1 ∞ 𝑑𝑅(𝜆,𝑇)
𝜀 = 𝜎∗𝑇 4 ∫0 𝜀(𝜆) 𝑑𝜆 (2.15)
𝑑𝜆
onde 𝑑𝑅(𝜆, 𝑇)⁄𝑑𝜆 é a radiância espetral por comprimento de onda (𝑊/𝑚3 ). A fórmula 2.15
refere-se à emissividade total, que é a relação da energia irradiada por um material na
temperatura 𝑇 e da energia irradiada por um corpo negro à mesma temperatura [15]. Na
Figura 2.6 da secção 2.3, mostra-se como a emissividade varia com o comprimento de onda.
Os metais têm uma emissividade total pouco elevada, que aumenta com o aumento da
temperatura do metal. Um aumento de temperatura corresponde à redução da condutividade
elétrica devido ao movimento térmico da estrutura molecular, que produz um aumento da
emissividade [15].
𝐼 = 𝐼0 ∗ 𝜌𝑁 (2.16)
Como decorre do que antes se disse, para se medir os valores reais da temperatura de um
objeto, o parâmetro mais importante a definir é o valor efetivo da emissividade do objeto. O
valor efetivo da emissividade pode ser determinado através de métodos simples. Em seguida
mostra-se, em pequenos, passos como determinar a emissividade de um objeto [12,13,14].
2. Método Refletor: Usar uma folha de alumínio com superfície áspera, de modo a que a
reflexão seja difusa. Anexa-se a folha de alumínio a um pedaço de papelão do mesmo
tamanho. Coloca-se o pedaço de papelão à frente do objeto a medir, garantindo que
o lado com a folha de alumínio está virado para a câmara. Define-se ainda 𝜀 = 1.
Da observação das duas figuras, identificam-se dois intervalos espetrais com percentagens
de transmissão muito altas, 1 − 5 𝜇𝑚 e 8 − 14 𝜇𝑚 [18].
A água pode afetar a radiação infravermelha emitida por um objeto de várias maneiras,
devido ao facto de poder existir no estado líquido, sólido e gasoso. A humidade é a
quantidade de vapor de água na atmosfera. Em ambientes com humidade muito alta e devido
à precipitação, à alta condutividade térmica da água e ao processo de evaporação, ajuda a
dissipar o calor produzido por um objeto. A dissipação do calor produzido por um objeto
resulta na redução da temperatura do objeto a inspecionar, dificultando a deteção, análise e
diagnóstico de um defeito [6].
Em inspeções termográficas realizadas em ambientes abertos, o vento tem influência nos
resultados obtidos. O vento é equivalente ao resfriamento por convecção forçada, ou seja,
um arrefecimento forçado proporciona um maior arrefecimento do objeto, aumentando
também o coeficiente de transferência de calor ℎ. À medida que aumenta a velocidade do
vento, desce a temperatura do objeto inspecionado, como é possível verificar na Figura 2.18
[6].
Um objeto que apresente um defeito, com uma velocidade do vento de 5 𝑚/𝑠, terá uma
temperatura real duas vezes maior.
As inspeções termográficas em ambientes abertos também devem ter em conta a
temperatura ambiente, especialmente nos extremos do verão e do inverno. Em dias quentes,
um aumento da temperatura ambiente pode resultar num aumento de temperatura do
objeto, aumentando a probabilidade de ocorrência de defeito. Em dias frios, a diminuição da
temperatura ambiente pode levar a um resfriamento do objeto e à não deteção de um
possível defeito [17].
As câmaras de onda larga são mais usadas em medições de longa distância, de modo a
reduzir atenuações atmosféricas, e em medições exteriores, de modo a reduzir os reflexos
solares. Se o corpo a medir for um objeto com reflexo, aconselha-se o uso de uma câmara de
onda curta, de modo a reduzir os reflexos. Para medição de sistemas interiores podem ser
usadas câmaras dos dois tipos de onda [2].
A interpretação de uma imagem termográfica é um aspeto fundamental nos ensaios
termográficos. O objetivo do ensaio e a natureza do objeto em estudo determinam se a
análise deve ser qualitativa ou quantitativa [13].
A análise qualitativa deve ser utilizada sempre que se pretende uma abordagem
superficial do problema, efetuando-se termogramas onde, apenas pela observação e sem
grandes detalhes de medição, se pode avaliar termicamente o objeto em estudo [20].
30 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
Nos tempos mais remotos da história antiga, os antigos filósofos e médicos gregos
Hipócrates e Galeno fascinaram-se com o reconhecimento da relação entre o calor e a vida.
Hipócrates verificou que existiam variações de temperatura em diferentes zonas do corpo
humano considerando o aumento do calor humano em certa zona como principal diagnóstico
de doença localizada. Hipócrates apercebia-se de zonas quentes pelo tato, obtendo a
confirmação científica utilizando um método de cobertura de lama observando qual a zona
onde a lama endurecia primeiro [21].
Os antigos conceitos de calor corporal foram retomados pela descoberta e
desenvolvimento do primeiro termómetro de ar, em 1592, pelo astrónomo Galileu Galilei. O
termómetro de Galileu consiste numa coluna de vidro cheia de um líquido onde se encontram
imersos pequenos globos de vidro cheios do mesmo líquido. A densidade efetiva de cada globo
é ajustada usando diferentes quantidades de líquido. Deste modo quando a temperatura
ambiente é superior a um dado valor, apresentado numa pequena placa que pende do globo,
este flutua no cimo da coluna, caso contrário desce até ao fundo da coluna. Portanto pode
estimar-se a temperatura ambiente verificando qual a temperatura máxima indicada pelos
globos que flutuam junto ao cimo da coluna. Este instrumento rudimentar dava somente
indicações grosseiras das mudanças de temperatura, não havia escalas de medidas e era
influenciado pela pressão atmosférica [21].
Em 1641, foi desenvolvido por Ferdinand II, Grão-duque da Toscânia, o primeiro
termómetro selado utilizando álcool, com 50 divisões marcadas no tubo, mas sem um ponto
fixo que constituísse o zero da escala. Robert Hook, Curador da Royal Society, introduziu em
1644, um pigmento vermelho no álcool e definiu uma escala padrão onde cada divisão
representa um incremento de volume equivalente a cerca de 1/500 do volume do líquido do
termómetro e o ponto fixo adotado correspondia ao ponto de congelação da água [13].
Daniel Gabriel Fahrenheit propôs em 1724 o grau Fahrenheit (℉) como escala de
temperatura, usando o mercúrio como meio termométrico devido às suas vantagens:
expansão térmica acentuada e uniforme, não aderência ao vidro, estado líquido para uma
gama alargada de temperaturas e aparência prateada para uma fácil leitura. Para a
calibração da escala, Fahrenheit considerou como zero a posição obtida após colocar o
termómetro dentro de uma mistura de cloreto de sódio, gelo e água. O segundo ponto da
escala (posição 30) é a temperatura de uma mistura de gelo e água e o terceiro ponto da
escala (posição 96) é a temperatura de um homem saudável. O ponto de ebulição da água
corresponde à posição 212. Mais tarde o ponto de congelação da água foi ajustado para a
posição 32, de modo a que o intervalo entre os pontos de congelação e de ebulição fosse
representado por um número mais racional [13].
32 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
Entre os anos de 1900 e 1920, muitas patentes foram emitidas para os dispositivos de
deteção de pessoal, aeronaves, artilharia, navios e até mesmo os icebergs. A primeira
patente de um pirómetro ótico surge em 1899, por parte de Morse. Holborn e Kurlbaum,
aparentemente sem saber da sua existência, desenvolveram um aparelho similar dois anos
mais tarde, em 1901. Em 1913, L. Bellingham apresentou um método para detetar a presença
de icebergs e navios a vapor usando um espelho e uma termopilha. O seu termómetro de
infravermelhos apresenta melhorias em relação ao pirómetro ótico sendo possível detetar
objetos com temperatura inferior à temperatura ambiente [1,12].
O avanço da tecnologia nestas décadas alterou a natureza da deteção, com o detetor de
infravermelhos ou o sistema detetor agindo como transdutor, ou seja, deixou de ser criado
um sinal eletrónico devido ao efeito da radiação térmica e passou a ocorrer uma conversão
direta da radiação em sinais elétricos. Os detetores de infravermelho podem ser separados
em dois grupos: os detetores de fotões e detetores térmicos. Nos detetores de fotões, a
transdução é uma etapa única que leva a mudanças de concentração ou da mobilidade dos
portadores de carga livres no elemento detetor após a absorção de fotões da radiação
infravermelha. Se a radiação incidente gerar portadores de carga não equilibrados, a
resistência elétrica do elemento detetor é alterado (fotocondutores) ou é gerada uma
fotocorrente adicional (fotodíodos). Os detetores térmicos a transdução engloba duas etapas.
Primeiro, a radiação incidente é absorvida para mudar a temperatura de um material e em
seguida a saída elétrica do sensor térmico é produzida pela mudança das propriedades físicas
de um material (bolómetro) [13,23].
Os primeiros sistemas operacionais, no sentido moderno, começaram a ser desenvolvidos
durante a 1ª Guerra Mundial (1914-18), quando ambos os lados tinham programas de
investigação dedicados à exploração militar do infravermelho. Estes programas incluíam
sistemas experimentais de deteção de intrusão do inimigo, deteção remota de temperatura,
comunicações seguras e orientação de torpedos. Um sistema de infravermelhos testado
durante este período foi capaz de detetar um avião a uma distância de 1,5 km ou uma pessoa
mais de 300 metros de distância [12,17,25].
Os sistemas mais sensíveis da época eram baseados em variações do bolómetro, mas no
período entre as duas Guerras Mundiais desenvolveram-se novos e revolucionários detetores
de infravermelhos: o conversor de imagem e o detetor de fotões. Em 1917, Theodore Willard
Case desenvolveu o primeiro fotodetector, dispositivo baseado na interação direta entre os
fotões da radiação incidente com os eletrões do material (sulfureto de tálio) e cuja
sensibilidade e tempo de resposta eram superiores às do bolómetro. O conversor de imagem
permitia ao observador “ver no escuro”, mas tinha a desvantagem da sensibilidade do
conversor de imagem ser limitada aos comprimentos de onda do infravermelho próximo, e os
alvos militares mais interessantes terem que de ser iluminados por raios infravermelhos de
busca envolvendo o risco de denúncia de posição [12,17,22,25].
36 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
A partir do ano 2000, com o desenvolvimento de novos detetores e da tecnologia dos FPA,
apareceram a 3ª geração das câmaras termográficas, podendo já operar para ondas largas e
ondas médias. O preço de produção das câmaras termográficas foi descendo drasticamente
com o aumento da qualidade, levando a um crescimento exponencial como industria própria.
O desenvolvimento da ciência computacional levou ao aparecimento de software para análise
das imagens radiométricas e elaboração de relatórios [19].
Figura 2.19 – Desenvolvimento dos detectores de infravermelhos ao longo dos anos [22].
2.7 - Síntese
Ao longo deste capítulo fez-se uma descrição pormenorizada dos fundamentos das
técnicas termográficas. Descreveu-se os fenómenos de transferência de calor, com a
explicação das leis que regem este fenómeno. Em relação à radiação infravermelha, explicou-
se todas as suas características e descreveu-se todos os fatores de influência na medição da
mesma. Conclui-se que a emissividade é um fator preponderante para a exatidão da medição
da radiação infravermelha.
Por fim, contou-se uma breve história sobre a termografia, monstrando a desenvolvimento
da medição da temperatura ao longo dos tempos. No capítulo seguinte está uma descrição de
algumas aplicações das técnicas termográficas.
38 Tecnicas termográficas e seus fundamentos
Capítulo 3
Todos os objetos com uma temperatura superior ao zero absoluto podem ser vistos às
escuras através de câmaras termográficas, uma vez que emitem radiações infravermelhas,
como dito no capítulo anterior. Quanto maior for a temperatura do objeto, maior será a
quantidade de radiação infravermelha por ele emitida, como também se esclareceu ncapítulo
anterior. Os infravermelhos podem ser representados de forma visível através de
termogramas, onde as diferentes temperaturas da superfície do objeto são apresentadas com
diferentes cores, numa escala escolhida pelo utilizador.
Esta tecnologia, inicialmente usada para fins militares especializados, tem evoluído
através do seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Na atualidade, o uso dos infravermelhos
é feito na ciência, na tecnologia, na segurança e vigilância, na construção civil, em sistemas
mecânicos, em sistemas de fluidos e vapor, instalações elétricas e energias renováveis. O
comando da televisão, leitor de CD-ROM, o leitor de códigos de barras, sistemas de fecho e
abertura dos automóveis e sistema de segurança de edifícios são exemplos onde esta
tecnologia é usada por qualquer pessoa no seu dia a dia. As vantagens da tecnologia de
infravermelhos, descritas na introdução do Capítulo 2, permitem o seu uso generalizado para
a melhoria do nível de vida das populações.
3.1.1 - Medicina
Uma área onde a termografia teve uma enorme divulgação foi na utilização de câmaras
termográficas nos aeroportos, para deteção do vírus da gripe. Nos últimos anos o
aparecimento de pandemias de gripe das aves (H5N1) e gripe A (H1N1), provocou algum
pánico nas populações mundiais, levando os aeroportos a aumentar os níveis de alerta em
relação aos vírus da gripe. O local mais prático do corpo humano para deteção do vírus da
gripe, dando um resultado mais confiável, é no canto dos olhos onde o ducto lacrimal vem à
tona [29].
3.1.3 - Astronomia
Na Figura 2.26, podemos ver uma imagem termográfica de uma galáxia cujos 99,5% da
sua luz vísivel era bloqueada por uma nuvem de poeiras na região central da Via Láctea.
Quando existem grandes quantidades de poeiras e gás, ocorrem explosões de formações de
estrelas, sendo dirigidas para o centro da galáxia, muitas vezes por interações gravitacionais
que criam estruturas em espiral [31].
46 Técnicas termográficas e suas aplicações
3.1.4 - Arqueologia
O espetro da luz solar refletida pela superfície da Terra contém informações sobre a
composição da superfície e pode revelar traços do passado atividades humanas, como, por
exemplo, a agricultura. Todos os tipos de rocha têm temperaturas distintas, por isso emitem
calor em diferentes taxas. Diferenças na textura do solo são reveladas pelas variações de
temperatura fracionárias sendo possível identificar terra solta, onde existiram campos
agrícolas pré-históricos. A calçada Maya foi detetada através das emissões de radiação
infravermelha de comprimento de onda diferente da vegetação circundante. As versões mais
avançadas de câmaras termográficas podem detetar valas de irrigação preenchidas com
sedimentos, retendo mais humidade e apresentando uma temperatura diferente de outro
solo. O terreno acima de um muro de pedra enterrada, por exemplo, pode apresentar
temperaturas mais quentes que o terreno circundante, porque a pedra absorve mais calor.
Um radar pode penetrar a escuridão, a cobertura de nuvens, a copa de mata fechada, e até
mesmo o chão [32].
A Deteção Remota pode ser uma técnica de descoberta, uma vez que se pode procurar
radiações de energia emitida distintas em locais conhecidos ou em áreas onde as pesquisas
nunca foi realizada. As imagens termográficas servem como recursos de reconhecimento ou
impressões digitais. Caraterísticas como a altitude, a distância da água, a distância entre os
locais ou cidades, caminhos e rotas de transporte podem ajudar a prever a localização de
potenciais sítios arqueológicos [32].
3.1.5 - Geologia
O mapeamento da cobertura do solo serve como base para um inventário dos recursos da
terra, interessando aos governos, aos órgãos ambientais e ao setor privado, em todo o mundo.
De âmbito regional ou local, a Deteção Remota oferece um meio de aquisição e apresentação
da cobertura da terra de dados em tempo útil. A cobertura da terra inclui tudo, desde tipo de
culturas, gelo e neve, os principais ecossistemas, incluindo floresta de coníferas, floresta e
terra árida [10].
O mapeamento regional da cobertura do solo é realizado por qualquer um que esteja
interessado em obter um inventário dos recursos da terra, para ser usado como um mapa de
base para a futura monitorização e o uso da terra. Os programas são realizados em todo o
mundo para observar as condições das culturas regionais, bem como investigar as alterações
climáticas a nível regional através da monitorização dos ecossistemas. O mapeamento da
biomassa fornece estimativas quantificáveis de cobertura vegetal, e as informações biofísicas,
tais como o índice de área de folhagem, a produtividade primária líquida e a acumulação
total de biomassa. Estas medições são parâmetros importantes para medir a saúde das
florestas [10].
3.1.7 - Oceanografia
Os oceanos não só fornecem alimento e valiosos recursos biofísicos, como também servem
de rotas de transporte, são de importância crucial na formação do sistema climático, no
tempo de armazenamento de dióxido de carbono (𝐶𝑂2 ) e são um elemento importante no
equilíbrio hidrológico da Terra.
Compreender a dinâmica oceânica é importante para a avaliação de recursos pesqueiros,
rotas de navios, a previsão de circulação global em consequência de fenómenos como o El
Niño. A previsão e acompanhamento de tempestades são muito importante de modo a reduzir
o impacto do desastre na navegação marítima, exploração offshore, e a consolidação
costeira. Estudos sobre a dinâmica oceânica incluem o vento, a recuperação de onda
(direção, velocidade, altura), a identificação de sistema de tempo em mesoescala, o estudo
da profundidade subaquática de lagos ou oceanos, temperatura da água, e a produtividade do
oceano [10].
O Litoral é uma zona costeira sensível ao ambiente entre o mar e a terra e responde às
mudanças trazidas pelo desenvolvimento económico às e mudanças no uso da terra.
Frequentemente o litoral é biologicamente diverso em certas zonas, e também pode ser
altamente urbanizadas. Mais de 60% da população mundial vive perto do mar, logo a zona
costeira é uma região sujeita ao aumento de stress da atividade humana.
As agências governamentais envolvidas com o impacto das atividades humanas nessas
regiões precisam de novas fontes de dados com as quais podem acompanhar
alterações diversas como a erosão costeira, perda de habitat natural, a urbanização,
efluentes e poluição no mar. Muitas das dinâmicas do oceano aberto e as mudanças na região
costeira podem ser mapeados e monitorizados utilizando técnicas de deteção remota. As
aplicações de deteção remota no Oceano são as seguintes [10]:
3.1.8 - Meteorologia
3.2.1 - Militar
A utilização inicial para fins militares, após a 2ª Guerra Mundial, foi a deslocação de
forças militares durante a noite. Em aplicações militares, as câmaras de infravermelho são
fixadas em armas, tanques, helicópteros e vários tipos de equipamento militar para efeitos de
digitalização do campo de batalha e de fácil deteção e infiltração de alvos durante a noite.
Com o desenvolvimento dos sensores infravermelhos, a termografia é agora usada para
localização de alvos, recolha de informações em terreno inimigo, sistemas de deteção de
minas terrestres e prevenção de ataques, quer aéreos, quer terrestre [6].
3.2.2 - Vigilância
sem a utilização de luz artificial, como por exemplo, stands de automóveis que têm os carros
expostos ao ar livre, refinarias e subestações elétricas prevenindo vandalismo e roubos.
Muitas instalações que possuem grandes parques de estacionamento mal iluminados,
apresentando riscos para os seus utilizadores, usam câmaras termográficas para o aumento do
nível de segurança. Eventos noturnos podem ser policiados com mais eficácia na deteção de
elementos perturbadores. Na fiscalização de fronteiras, podem-se procurar produtos ilegais,
armas e emigrantes ilegais escondidos [6].
natureza e tamanho do ponto de fuga, da pressão diferencial a que está sujeito o elemento
construtivo e da diferença de temperatura entre o interior e o exterior. Fuga para o interior é
denominado infiltração e fuga para o exterior é denominado exfiltração [13].
As perdas de calor em janelas ocorrem por condução ou por transferência ocorrem por
condução ou por transferência de ar através dos pontos de fuga. Para detetar as perdas de
calor devido a pontos de fuga no caixilho, nas dobradiças ou nos encaixes das janelas, deve
recorrer-se à diminuição artificial da pressão interior para evidenciar o fenómeno. As perdas
por condução só podem ser detetadas se forem eliminadas as radiações visíveis, transmitidas
através do vidro, recorrendo a filtros espetrais [13].
Para a identificação dos pontos de fuga basta uma diferença de temperatura entre o
interior e o exterior de pelo menos 5℃. Para um estudo mais detalhado, estabelece-se uma
diferença de pressão artificial no edifício com recurso a equipamentos mecânicos, de modo a
que os padrões da fuga de ar sejam conhecidos e quantificados. Os equipamentos de extração
mecânica de ar reduzem a pressão no interior do edifício, tornando-a inferior à pressão do ar
no exterior. A diminuição da pressão provoca um aumento do fluxo de ar frio vindo do
exterior, arrefecendo a superfície interior adjacente ao ponto de entrada de ar do edifício
[13,19].
frias da construção, tais como, o interior de paredes, pisos ou tetos e isolamentos molhados
que levam muito tempo para secar, tornando-se locais privilegiados para a formação de
bolores e fungos. Uma inspeção termográfica vai determinar a localização inerente das áreas
com humidade que promovem o aparecimento de bolores e consequentemente problemas de
saúde. As outras fontes de humidade típicas são inundações, águas subterrâneas e fugas dos
sistemas de canalização e aspersão [19,35].
A assinatura térmica da humidade é visível com muita facilidade através das câmaras
termográficas, especialmente se as condições forem adequadas para que exista evaporação
das superfícies molhadas. Neste caso a temperatura dessas superfícies vai mudar mais
lentamente que as superfícies secas, aparecendo mais frias. Contudo materiais de construção
molhados são mais propícios à transmissão de calor por condução e durante a transição
térmica, apresentam uma maior capacidade térmica do que os materiais secos. Nesta
situação as assinaturas térmicas não são claras ou óbvias, recomendando-se o uso de um
medidor de humidade para a confirmação da imagem termográfica da área detetada [19,35].
Por razões relacionadas com o design, instalação e manutenção, a maioria dos telhados
com baixo declive desenvolvem problemas ao fim de dois anos após a instalação. Os telhados
de baixo declive são telhados planos com ligeiros graus de inclinação para drenar a
precipitação, sendo composto por uma plataforma estrutural onde é colocado um isolamento
rígido e uma membrana impermeável. Os danos causados a longo prazo pela humidade são
geralmente muito dispendiosos uma vez que provocam a degradação e falhas prematuras no
telhado [19].
A assinatura térmica vista numa câmara termográfica depende da condição e do tipo de
isolamento térmico aplicado. Isolamentos absorventes como fibra de vidro, fibra de madeira
ou perlite expandida são o tipo de isolamento mais usado, mostrando assinaturas térmicas
claras. Isolamentos não absorventes como placas de espuma sintética laminada usadas em
62 Técnicas termográficas e suas aplicações
sistemas de telhados de camada simples são mais difíceis de inspecionar, porque absorvem
pouca água. Os telhados de camada simples são muitas vezes cobertos por uma pesada
camada de pedra influenciando a sua assinatura térmica. As condições meteorológicas, a
forma do edifício e o tipo de construção também podem influenciar as assinaturas térmicas
[19].
Idealmente deve ser feita uma inspeção termográfica à cobertura pouco tempo após a sua
instalação de modo a estabelecer uma assinatura térmica de base. Quando ocorrer uma fuga,
deve-se realizar rapidamente uma inspeção termográfica para determinar o local exato da
fuga e a extensão dos danos no isolamento. A poupança de custos é significativa quando se
consegue reparar as áreas com humidade em vez da substituição total do telhado. O sol
funciona como um aquecedor do telhado, sendo verificado um arrefecimento do isolamento
durante a noite. A câmara termográfica deteta humidade quando encontra áreas molhadas
que arrefecem mais lentamente, aparecendo o isolamento húmido como áreas mais quentes
nas imagens termográficas. Uma grande vantagem das câmaras termográficas é a
possibilidade de conseguir mostrar grandes áreas com humidade, mostrando as suas
temperaturas enquanto os outros métodos apenas conseguem medir pontos simples [35].
As ligações elétricas devem ser inspecionadas nas caixas de junção, devendo estar todas
as ligações á mesma temperatura. É uma anomalia muito usual uma vez que as ligações
elétricas são ignoradas nas ações de manutenção. Na inspeção das carcaças dos motores, a
imagem termográfica deverá apresentar uma temperatura uniforme. Motores que apareçam
mais quentes poderão indicar problemas nos enrolamentos ou curto-circuitos. Na inspeção de
rolamentos, caso eles se encontrem quentes podem indicar problemas de lubrificação ou um
elevado desgaste do mesmo. Um rolamento em bom estado apresenta uma temperatura de
funcionamento de 60℃.
66 Técnicas termográficas e suas aplicações
A importância da segurança nas instalações elétricas é vital, quer a nível doméstico quer
a nível industrial. A temperatura é a principal variável detetável no processo de falha de uma
instalação elétrica, sendo a termografia um recurso valioso para uma manutenção eficaz. O
aumento de temperatura em material elétrico aumenta o risco de incêndio numa instalação
elétrica, pode causar avarias irreparáveis em equipamentos fundamentais e pode provocar
acidentes em pessoas e bens.
Quando a corrente elétrica passa num condutor, é gerado calor. Todos os componentes
elétricos começam a deteriorar-se após a instalação, devido à carga elétrica, vibrações,
corrosão e envelhecimento. As anomalias aparecem com o aumento da temperatura durante
um largo período de tempo, antes da ocorrência de uma falha. A lei de joule mostra que a
energia elétrica se transforma em energia calorífica num recetor ou condutor, sendo
diretamente proporcional à resistência deste, ao quadrado da intensidade de corrente e ao
tempo de passagem de corrente. O aquecimento anormal associado à resistência elevada ou à
excessiva passagem de corrente é a causa principal de muitos problemas elétricos.
Uma inspeção termográfica em instalações elétricas identifica problemas causados devido
à elevada resistência causada por superfícies com contacto deficiente, a um circuito
sobrecarregado, a um problema de desequilíbrio de cargas e harmónicos. O contacto
deficiente deve-se a ligações soltas, corroídas ou oxidadas e por falhas de componentes. As
sobrecargas podem-se dever a erros de projeto, falhas de montagem e falta de manutenções
preventivas. Um desequilíbrio de cargas mostra uma errada distribuição de carga num sistema
trifásico, sendo que uma das fases transporta mais corrente que as outras. Se existir neutro,
este aparecerá sobrecarregado. A utilização intensiva de cargas não lineares no setor de
serviços e em muitas indústrias e uma intensa transformação tecnológica está na base dos
problemas dos harmónicos. Os harmónicos geram sobreaquecimento nos condutores, podendo
afetar as três fases (efeito pelicular) ou só o neutro (harmónico homopolar). Um caso
particular é a deteção de circuitos abertos, onde a imagem termográfica mostra os
componentes frios [20,48,49].
Aplicação em Instalações Elétricas 67
Sempre que existe um contacto defeituoso numa ligação elétrica, cria-se uma resistência
de contacto. Esta condição leva à geração por “efeito de joule” de uma energia térmica
proporcional à resistência de contacto e ao tempo durante o qual passa a corrente, elevando
a temperatura no ponto de defeito. O aumento da temperatura pode alterar a superfície dos
contactos, aumentando a sua resistência de contacto e agravando o “efeito de joule”. A
corrosão e deterioração de ligações elétricas podem ser causadas por causas ambientais,
enquanto a vibração, a fadiga e a idade fazem com que as ligações estejam soltas.
A termografia é muito útil para a deteção de ligações soltas ou deterioradas, mostrando
pontos quentes em elementos de aperto, como por exemplo, parafusos. Os pontos quentes
são causados por elevada resistência de contacto e estão localizados nas ligações. A deteção
e a correção deste tipo de falhas são essenciais de modo a evitar incêndios e interrupções que
podem ser críticas em operações de fabrico e comerciais. As ligações devem ser
desmontadas, limpas, reparadas e montadas novamente e em seguida alvo de uma nova
inspeção termográfica. Se a anomalia persistir sugere-se o uso de um multímetro para
investigar a causa da anomalia [20,48].
As condições dos equipamentos que geram riscos à segurança devem ser as prioridades
mais altas de reparação. As diretrizes da NETA afirmam que, quando a diferença de
temperatura entre componentes similares sob carga semelhante é superior a 15℃, devem
ocorrer reparações imediatamente [20].
3.6.4 - Harmónicos
3.6.6 - Transformadores
Em baixa tensão são usados transformadores secos. Nos postos de transformação cuja
função é reduzir a média tensão para baixa tensão, os transformadores podem ser
transformadores secos ou transformadores imersos em óleo. Os transformadores secos e os
transformadores imersos em óleo são fabricados para operarem a temperaturas mais altas do
que a temperatura ambiente.
Para os transformadores imersos em óleo, a temperatura máxima de operação é de 65℃
no ponto mais quente dos enrolamentos, sendo que as partes metálicas não devem atingir
temperaturas superiores à máxima especificada para o ponto mais quente do isolamento [53].
Os defeitos internos em transformadores imersos em óleo podem detetar-se como um
sobreaquecimento superficial [49].
Para os transformadores secos, os limites de elevação de temperatura dependem da
classe de isolamento dos materiais isolantes empregados nos transformadores. Os materiais
isolantes empregados nos transformadores secos devem ser das classes F (155℃) ou H
(180℃). Em condições normais de funcionamento, um transformador secos, deve funcionar a
uma temperatura ambiente não superior a 40℃ e com temperatura média, em qualquer
período de 24 horas, não superior a 30℃ [54].
Uma inspeção termográfica consegue facilmente identificar sobreaquecimentos no
transformador, nos terminais de alta tensão, média tensão e baixa tensão, nos pontos de
conexão, nos painéis de comutação, nos tubos de refrigeração, nos ventiladores e bombas de
refrigeração. A origem do sobreaquecimento pode ser de ligações soltas ou deterioradas,
sobrecargas, circulação de ar de refrigeração insuficiente e temperatura do ar de refrigeração
acima da temperatura prevista [20,49,53,54].
Nos terminais e nos pontos de conexão, o sobreaquecimento indica pontos de alta
resistência, devendo ser limpos e apertados novamente. Além disso deve-se comparar as
temperaturas das diferentes fases, procurando-se sobrecargas e desequilíbrios de cargas
[20,54]. Nos tubos de refrigeração dos transformadores imersos em óleo aparecem
normalmente quentes. Se um tubo aparecer mais frio recomenda-se uma limpeza dos canais
de ar de refrigeração e verificação de ductos e aberturas para a circulação de ar de
refrigeração, quanto ao dimensionamento e a obstruções [20,53]. Se for detetado um
sobreaquecimento do transformador deve-se aumentar a circulação de ar da refrigeração
[54].
74 Técnicas termográficas e suas aplicações
A forte penetração das energias renováveis nas últimas décadas levou a um aumento da
energia elétrica produzida a partir de fontes de energias renováveis. Equipamentos, como por
exemplo, painéis solares e turbinas eólicas, sofreram um desenvolvimento tecnológico ao
longo dos anos, sendo muito importante uma manutenção cuidada para que a eficiência
destes equipamentos não diminua.
A termografia, passiva ou ativa, é uma técnica poderosa para a deteção de diferentes
defeitos. No campo das energias renováveis, há inúmeras aplicações, muitas de grande
simplicidade, que permitem a deteção de elementos com defeitos. Quer seja no fabrico, na
instalação ou na manutenção, há vantagens claras em utilizar esta técnica [59].
As pás das turbinas são dos elementos mais importantes presentes nos parques eólicos.
São estruturas que suportam forças aerodinâmicas, gravitacionais e centrífuga, tendo que
sustentar cargas de vento forte e condições ambientais severas. Devido a estas situações de
stress, diferentes tipos de defeitos podem aparecer, como por exemplo, delaminações e
fendas. A maioria das pás é constituída por duas placas de fibra de vidro reforçadas com
meias conchas de plástico, sendo posteriormente coladas as duas faces da pá. Para reforçar a
rigidez da pá são introduzidos diferentes tipos de vigas. Durante o processo de colagem das
duas metades da pá, podem ocorrer defeitos na peça final, comprometendo a sua estrutura
[59,60].
Uma inspeção periódica, através da termografia, previne este tipo de situações. Existem
dois tipos de técnicas que podem ser utilizadas: termografia passiva e termografia ativa. A
termografia passiva mede a distribuição de temperatura superficial de um objeto. A
termografia ativa utiliza sistemas de excitação adicionais para causar transferência de
energia nos materiais [59].
A inspeção termográfica durante o processo de produção das pás pode fornecer
informações sobre possíveis defeitos internos. Depois da colagem das duas faces da pá é
necessário realizar um acabamento superficial da pá. A penetração de ar durante a injeção a
vácuo da cola cria zonas de má ligação entre o material laminado, podendo ser detetados
com uma câmara termográfica. Na Figura 3.40 vê-se dois exemplos de uma inspeção
termográfica. A imagem termográfica de cima é do interior da pá e mostra a distribuição de
temperatura pouco tempo depois da colagem das duas metades. A imagem termográfica de
baixo mostra os defeitos ocorridos durante a colagem das duas metades, vistos na parte
exterior da pá no seu flanco ou borda. Os pontos de defeito estão identificados com as setas
vermelhas na imagem termográfica [60].
Aplicação em Energias Renováveis 77
Figura 3.43 - Imagem termográfica do interior da cabina de uma turbina eólica [61].
A curva característica de uma célula solar é caracterizada pelos seguintes pontos [62,64]:
Um dos indicadores de qualidade de uma célula solar é o fator de forma 𝐹𝐹. É definido
como o quociente entre a potência 𝑃𝑀𝑃𝑃 e a potência máxima teórica que surge como o
produto da corrente do curto-circuito 𝐼𝐶𝐶 e da tensão em circuito aberto 𝑈𝑂𝐶 . Para as células
cristalinas solares, o fator de forma tem um valor que se situa entre 0,75 𝑎 0,85 [62,64].
A eficiência 𝜂 ou rendimento das células solares é o resultado do rácio entre a potência
entregue pela célula solar 𝑃𝑀𝑃𝑃 e a potência da radiação solar. A potência da radiação solar é
o produto da irradiância 𝐸 e da área da superfície 𝐴 da célula solar [62].
O fator de forma e a eficiência das células solares cristalinas decrescem com o aumento
da temperatura. Por este motivo, as células solares cristalinas atingem a sua maior eficiência
a baixas temperaturas. No caso do silício cristalino, o coeficiente de variação da eficiência
em função da temperatura toma o valor aproximado de 0,45 %/℃ [62].
Um aumento da temperatura da célula solar provoca uma diminuição da tensão da célula,
o que implica um ligeiro aumento da corrente da célula. Sendo mais significativa a diminuição
da tensão que o aumento da corrente, resulta numa diminuição da potência. Quando diminui
a potência retirada de uma célula aumenta ainda mais a sua temperatura, amplificando o seu
efeito [64].
Os coeficientes térmicos da corrente e da tensão podem ser determinados. A tensão em
circuito aberto 𝑈𝑂𝐶 diminui com o aumento da temperatura, segundo o coeficiente 𝛽 (𝑉/℃).
A corrente do curto-circuito 𝐼𝐶𝐶 aumenta com a temperatura, segundo o coeficiente 𝛼 (𝐴/℃).
As unidades dos coeficientes térmicos também podem aparecer em %/℃. Tipicamente 𝛽 tem
uma ordem de grandeza 10 vezes superior a 𝛼 [64].
Aplicação em Energias Renováveis 81
Figura 3.45 - Efeito da temperatura na curva característica de uma célula solar [65].
Os painéis fotovoltaicos têm uma folha de caraterísticas onde vêm descritas todas as suas
caraterísticas elétricas e mecânicas, tal como os dados recolhidos em ensaios. Um desses
dados será a gama de temperaturas em que a célula opera e que está compreendida entre os
−40℃ 𝑒 + 85℃ [62].
Os benefícios ambientais da produção de energia a partir de fontes de energia renováveis
são inegáveis, no entanto o custo de produção de energia fotovoltaica ainda é elevado em
comparação ao custo de produção de energia a partir de fontes não renováveis. Projetos de
investigação e desenvolvimento destinam-se ao aumento da eficiência da tecnologia das
células solares e à redução dos custos de produção, através da eliminação de defeitos [66].
As células solares sofrem de uma variedade de defeitos que limitam a eficiência de
conversão. A frequência e gravidade destes problemas dependem da tecnologia utilizada no
fabrico das células solares e sua posterior montagem em painéis fotovoltaicos. As inspeções
devem ser contínuas ao longo do ciclo de vida do painel [67].
A termografia, passiva e ativa, é uma excelente técnica não destrutiva que permite o
mapeamento e deteção de defeitos em células solares desde a investigação e
desenvolvimento, no fabrico, na instalação e manutenção dos diversos sistemas fotovoltaicos,
térmicos e termodinâmicos. A termografia ativa permite detetar derivações com modulação
ótica ou elétrica, fazer análise de emissões, detetar fissuras e avaliar o CDI (Carrier Density
Imaging). Ao estimular-se uma célula solar com luz pulsada, calor ou sinais elétricos, permite
que o sistema detete as respostas térmicas da célula [53,68].
A Eletroluminescência (EL) é um fenómeno ótico e elétrico durante o qual um material
emite luz em resposta a uma corrente elétrica que o atravessa. A célula solar ao ser
estimulada por EL emite luz no infravermelho próximo (0,75-3 µm) permitindo uma inspeção
capaz de examinar a uniformidade da célula solar em relação á sua capacidade de converter
os fotões em eletrões. A inspeção deve ser feita com uma câmara de onda curta [67].
82 Técnicas termográficas e suas aplicações
A termografia ativa também é muito útil para a descoberta de derivações na célula solar
na fase de teste. Muitas vezes há pontos quentes na fronteira da célula solar devido a um
condicionamento insuficiente das bordas de silício durante a abertura do díodo de proteção. A
qualidade do material também pode ser responsável por pontos quentes, principalmente em
células de silício policristalinas onde as recombinações dos portadores podem ocorrer nos
contornos do grão. Outra origem de pontos quentes pode ser as conexões dos fios de cobre
que ligam os contactos das células solares e a caixa de junção. Uma soldadura defeituosa leva
ao aparecimento de resistência elevada nos contactos, elevando a temperatura da célula
[68]. Na Figura 3.47, podemos observar pontos negros que representam pontos quentes
resultantes de derivações.
Os processos de engenharia e os processos fabris estão sob constante pressão para tornar
os sistemas e os processos de produção mais eficientes e com menos custos. A termografia
pode ser utilizada numa série de aplicações industriais, para além das já descritas, incluindo
a monitorização e controlo de processos, garantia de qualidade, gestão de ativos e
monitorização das condições da maquinaria. Com o uso da termografia, a indústria valida e
aumenta a qualidade dos seus produtos, ganhando evidentes vantagens competitivas e um
aumento de rentabilidade [37].
3.8.2 - Automação
3.8.3 - Eletrónica
O desenvolvimento eletrónico nas últimas décadas tem sido muito expressivo. À medida
que o nosso mundo se torna cada vez mais informatizado, a tendência é para projetar e
fabricar produtos mais pequenos, com melhor desempenho e fáceis de usar. Os cientistas e
engenheiros envolvidos na conceção destes produtos são desafiados a controlar a dissipação
de calor, sem sacrificar desempenho ou custo. Equipamentos como telemóveis, computadores
portáteis, televisões LCD e plasma, leitores de música e DVD são exemplos dos equipamentos
que ganharam com o aumento de qualidade no setor eletrónico. Até recentemente, a
compreensão exata do fluxo de calor era extremamente difícil. Com a termografia, consegue-
se facilmente visualizar e quantificar padrões de calor nos dispositivos criados. A termografia,
além de ser útil na prevenção de incêndios ou no controlo de qualidade, tem um papel
importante na fase de projeto. Com as câmaras termográficas, consegue-se fazer uma análise
térmica e conhecer-se a distribuição de temperatura de placas de circuitos impressos, detetar
e localizar curto-circuitos e realizar o controlo das especificações dos componentes. [39, 44].
Nas placas de circuitos impressos podem-se localizar problemas, tais como, soldagem
imprópria de circuitos, identificação reduzida entre componentes, flutuação de energia de
cabos que foram levantados, componentes em falta ou indevidamente soldados, polaridade
invertida de um componente e substituições erradas de componentes que levam ao
aquecimento do circuito. As placas de circuito desprotegidas, feitas de fibra de vidro e
resina, têm de ser cozidas em fornos de ar quente. Estas placas são constituídas por múltiplas
camadas que têm de ser aquecidas diversas vezes de modo a cozer cada camada. A
temperatura à qual estas camadas são aquecidas é extremamente de modo a não inutilizar a
placa.
90 Técnicas termográficas e suas aplicações
Dado que os fabricantes de placas têm margens de lucro reduzidas, tal desperdício pode
afetar drasticamente o lucro. De modo a prevenir a eliminação e a maximizar o lucro, os
fabricantes de placas são aconselhados a usar câmaras termográficas para medir a
temperatura de cozedura das placas e assim controlar eficazmente a temperatura. A fase de
ligação de fios durante a produção do circuito integrado pode ser um ponto de
estrangulamento. Isto deve-se a um elevado número de soldaduras envolvidas e à necessidade
de controlar o aquecimento e arrefecimento. As temperaturas de soldadura às quais os fios
são soldados ao circuito integrado baseiam-se no diâmetro e material do fio. Os fabricantes
de circuitos integrados devem monitorizar o perfil térmico bem como as temperaturas do
processo imediatamente antes e após os fios serem soldados ao circuitos integrados. Isto
permite-lhes aumentar a produtividade ajustando os tempos de soldadura com base em dados
recolhidos na monitorização térmica do processo. Além disso, permite-lhes diminuir a
eliminação do produto final porque poucos circuitos integrados têm falhas de calor e poucas
placas se perdem devido a uma soldadura fraca [20].
3.9 - Síntese
Tal como descrito ao longo do capítulo, a termografia pode ser uma ferramenta muito
útil, como por exemplo, detetar problemas elétricos antecipadamente a riscos sérios para a
instalação e para o utilizador. Cada vez mais, importa reduzir custos e obter a maxima
eficiência, sendo necessário ter ferramentas adequadas para as tarefas. Uma boa calibração
de uma câmara termográfica é fundamental, para que o processo de medição da radiação
infravermelh seja fiável.
No capítulo seguinte descreve-se o desenvolvimento de uma metodologia para aplicação
das técnicas termográficas em grandes transformadores de potência.
Capítulo 4
Os pontos de interesse foram escolhidos por se considerar que serão os locais onde a
informação obtida é mais relevante para caracterizar eventuais pontos quentes. Todas as
superfícies dos pontos de interesse são lisas e pintadas, sendo as cores mais comuns o
cinzento claro, o cinzento escuro, o verde e o creme, conforme a indicação do fabricante.
• Tipo de Detetor: Sistema FPA (Focal Plane Array) de 320 x 240, com microbolómetro
não refrigerado;
• Gama de medição de temperatura: −20 °𝐶 𝑎 + 600 °𝐶;
• Precisão de medição de temperatura: ± 2 °𝐶 𝑜𝑢 2 %;
• Sensibilidade térmica (NETD): ≤ 0,045 °𝐶 (45 𝑚𝐾);
• Total de pixéis: 76800;
• Banda espetral IR: 7,5 𝜇𝑚 𝑎 14 𝜇𝑚 (onda longa);
• Tipo de lente de infravermelho standard:
− Campo de visão 23 ° 𝑥 17 °;
− Resolução espacial (IFOV) 1,25 𝑚𝑅𝑎𝑑;
− Distância mínima de focagem 15 cm.
1. Paredes Laterais - O termopar deve ser colocado a uma altura tal, de modo a que a
câmara termográfica forme um ângulo reto relativamente a uma linha, imaginária e
paralela ao chão;
96 Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência
Nesta secção vão ser apresentados os resultados obtidos durante o período experimental
para a parametrização da emissividade. Foi testada a variação da emissividade em relação à
distância, ao ângulo de visão, à cor da superfície e à variação da temperatura. Neste Capítulo
só vão ser apresentados, os gráficos ou tabelas mais significativos, sendo apresentados na sua
totalidade no Anexo B.
Da análise da Tabela 4.1, pode-se concluir que a variação da emissividade com a distância
ao objeto é muito pouco significativa. Como os ensaios foram realizados num ambiente
laboratorial, todos os fatores que influenciam a emissividade na atmosfera entre o objeto a
medir e a câmara termográfica são considerados desprezáveis. Respeitando sempre a
distância de segurança, recomenda-se que se use a menor distância possível.
Da análise da Tabela 4.2 pode-se concluir que a variação da emissividade com o ângulo de
visão segue aproximadamente o que foi dito no ponto 2.4.2.1:
• Para ângulos menores que 30°, as medidas efetuadas são muito próximas da
temperatura de referência;
• Para ângulos entre 30° e 60°, introduz-se um pequeno erro na medição das
temperaturas;
• Para um ângulo maior que os 60° ocorrem grandes erros na medição da temperatura.
Na Figura 4.1, pode-se ver a curva da variação da emissividade com o ângulo de visão,
muito próxima da curva teórica apresentada na Figura 2.9.
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo (⁰)
Da análise da Tabela 4.3 pode-se concluir que, com a variação da emissividade em todo o
seu intervalo, a temperatura mais próxima da temperatura de referência foi de 15,1℃. Sendo
assim, a emissividade para a cor creme será de 0,9. Na Figura 4.3 vê-se a variação da
temperatura ao longo de um intervalo da emissividade.
100 Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência
16
15,5
Temperatura (⁰C)
15
14,5
14
13,5
0,79 0,89 0,99
Emissividade
16,5
16
Temperatura (⁰C)
15,5
15
14,5
14
13,5
13
0,8 0,85 0,9 0,95 1
Emissividade
15,5
15
14,5
14
13,5
13
12,5
0,8 0,85 0,9 0,95 1
Emissividade
16,5
Temperatura (⁰C)
16
15,5
15
0,6 0,65 0,7 0,75 0,8
Emissividade
46
41 BT Tampa
superior
Temperatura (⁰C)
Parede
36 Lateral 1
Parede
31 Lateral 2
Parede
Lateral 3
26 Gola 1
Gola 2
21
Gola 3
16
11
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Série de Medidas
Tabela 4.4 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (BT Tampa Superior).
Aqui estão apresentadas as tabelas para os pontos Tampa Superior da Baixa Tensão e Gola
1, sendo que, para os restantes pontos, as tabelas encontram-se no Anexo B, na secção B.4.
Analisando as tabelas apresentadas, conclui-se que não existe variação da emissividade com o
aumento da temperatura, sendo válida para os diferentes locais de inspeção.
Outro aspeto relevante é o facto de a temperatura indicada pela câmara termográfica
nunca ultrapassar o desvio máximo em relação à Temperatura de Referência ∆𝑚𝑎𝑥 = 1℃. Nas
Figuras 4.9 e 4.10, pode-se verificar a boa aproximação das leituras efetuadas com recurso a
uma câmara termográfica.
BT Tampa Superior
0,95
Emissividade
0,9 T termopar
T camara
0,85
0,8
15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53
Temperatura (⁰C)
Figura 4.9 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (BT Tampa Superior).
106 Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência
Gola 1
0,94
0,92
Emissividade
0,9
0,88
0,86 T termopar
0,84 T camara
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Temperatura (⁰C)
Figura 4.10 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 1).
Tabela 4.6 - Erros relativos das leituras efetuadas (BT Tampa Superior).
1 0,7 2,25%
2 0,6 1,52%
3 0,5 1,16%
4 0,5 1,00%
5 0,6 1,29%
6 0,5 1,09%
7 0,9 1,99%
8 0,5 1,11%
Resultados Obtidos 107
0 0,2 1,30%
1 0,3 1,42%
2 0,2 0,66%
3 0,5 1,39%
4 0,6 1,46%
5 0,4 1,02%
6 0,2 0,49%
7 0,9 2,34%
8 0,6 1,55%
Cor Emissividade
Creme 0.9
Verde 0,7
• Tipo de Detetor: Sistema FPA (Focal Plane Array) de 180 x 180, com microbolómetro
não refrigerado;
• Gama de medição de temperatura: −20 °𝐶 𝑎 + 120 °𝐶 𝑜𝑢 0 ℃ 𝑎 350 ℃;
• Precisão de medição de temperatura: ± 2 °𝐶 𝑜𝑢 2 %;
• Sensibilidade térmica (NETD): ≤ 0,10 °𝐶 (100 𝑚𝐾);
• Total de pixéis: 32400;
• Banda espetral IR: 7,5 𝜇𝑚 𝑎 13 𝜇𝑚 (onda longa);
• Tipo de lente de infravermelho standard:
− Campo de visão 25 ° 𝑥 25 °;
− Resolução espacial (IFOV) 2,42 𝑚𝑅𝑎𝑑;
− Distância mínima de focagem 0,4 m.
110 Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência
O esquema apresentado na Figura 4.11 mostra os passos para gerar gráficos num
simulador gráfico. O simulador gráfico lê os dados armazenados em cada folha de Excel
individual, conforme seja linha ou superfície, e constrói os gráficos a partir desses dados.
Desenvolvimento de uma folha de cálculo para análise de imagens termográficas 111
Passo 1:
Análise da
imagem IR
QuickReport
Passo 2: Exportação de
dados radiométricos
Folha de Excel
Passo 4: Correr
Simulador Gráfico
FIM
O modo de tratar os dados radiométricos, por forma a gerar os gráficos necessários para a
análise quantitativa, está representado na Figura 5.1. A seguir vão ser descrito os passos,
desde a análise da imagem até à geração dos gráficos.
xPasso 1. Análise e uso das ferramentas do software QuickReport: marcação de uma linha
ou mais linhas e de uma ou mais superfícies. Repare-se que a linha e a superfície indicam
automaticamente a temperatura mínima e a temperatura máxima, informações úteis para a
indicação dos limites mínimos e máximos do gráfico. Na Figura 4.12 está representado um
exemplo demonstrativo.
112 Aplicação da termografia a grandes transformadores de potência
Passo 3. Guardar Folha de Excel: a exportação é sempre feita para uma folha temporária de
Excel, que será guardada num ficheiro Excel (.xlsx), numa pasta da Imagem X, com uma
subpasta para linhas e uma subpasta para superfícies. Para que a identificação do ficheiro
seja fácil e rápida, convêm guardar com o respetivo nome e índice numérico, da linha ou
superfície, que são automaticamente atribuídos.
Desenvolvimento de uma folha de cálculo para análise de imagens termográficas 113
Passo 4. Correr Simulador Gráfico: no simulador gráfico existe uma folha de Excel para
linhas de perfil e outra folha de Excel para superfícies:
• Se for escolhido a folha de linhas, será desenhado um gráfico com uma linha de perfil
onde mostra a variação da temperatura ao longo dessa linha. A variação da
temperatura será mostrada na linha de perfil, através da variação de cores conforme
uma escala;
• Se for escolhido a folha de superfície, será desenhado um gráfico de superfície 3D
onde mostra a tendência dos valores de temperatura. As faixas coloridas de um
gráfico de superfície 3D mostram a distinção entre os diferentes valores de
temperatura na superfície;
• No espaço de inserir função do Microsoft Office Excel 2007 indica-se o caminho para
ler os valores radiométricos, guardados previamente no Passo 3 (Figura 4.14);
4.5.3 - Resultados
Passo 1 e 2: Traçado de uma linha de perfil e exportação dos dados radiométricos da linha no
QuickReport;
Passo 3: Guardar folha de Excel numa pasta indicada, como por exemplo,
E:\TERMOGRAFIA\IMAGEM X\LINHAS\LINHA 1.xlsx;
Linha de Perfil
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
Passo 3: Guardar folha de Excel numa pasta indicada, como por exemplo,
E:\TERMOGRAFIA\IMAGEM X\SUPERFICIES\SUPERFICIE 1.xlsx;
Superfície 3D
20,2-21,9
18,5-20,2
16,8-18,5
15,1-16,8
13,4-15,1
21,9 11,7-13,4
20,2 10-11,7
18,5
16,8
15,1
13,4
11,7
10
Foi definido uma graduação de cores, para tornar mais fácil a identificação de zonas mais
quentes e de zonas mais frias. A graduação adotada tem como base a faixa espetral do
espetro eletromagnético e é dividida em 7 zonas. A marca 1 representa a zona mais quente e
a marca 7 representa a zona mais fria:
Síntese 117
4.6 - Síntese
5.1 - Conclusões
[3] EPRI, “Infrared Thermography Field Application Guide”, Palo Alto, CA: 1999,
Report TR-107142.
[4] Incropera, Frank P.; DeWitt, David P.; Bergman, Theodore L.; Lavine, Adrienne S.,
“Fundamentals of Heat and Mass Transfer (6th edition)”, Wiley, October 2006.
[5] Serth, R.W., “Process heat transfer: principles and applications”, Elsevier, 2007.
[6] Holst, Gerald C., “Common sense approach to thermal imaging”, JCD Publishing and SPIE –
The International Society for Optical Engineering, 2000.
[8] Arpaci, Vedat S.; Selamet, Ahmet; Kao, Shu-Hsin, “Introduction to Heat Transfer”,
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[9] Bruno Perez, “Curso de Termografia - Iniciante”, Instronic Instrumentos de Teste Ltda.,
São Paulo, Brasil, 2010.
[17] Craveiro, Marco Antonio Conti, “Desenvolvimento de um Sistema para Avaliação dos
Fatores de Influência sobre Análises Termográficas em Subestações Desabrigadas”,
Dissertação Submetida ao Programa de Pós-Graduacão em Engenharia de Automação
122 Referências bibliográficas
[18] EPRI, “Infrared Thermography Guide (Revision 3)”, Palo Alto, CA: 2002. 1006534.
[22] Rogalski, Antoni, “Infrared detectors (2nd edition)”, Taylor and Francis Group, LLC and
CRC Press, 2011.
[24]Palmer, James M.; Grant, Barbara G., “The Art of Radiometry”, Society of Photo-Optical
Instrumentation Engineers (SPIE), 2010.
[27]Brioschi, Marcos Leal; Yeng, Lin Tchia; Teixeira, Manoel Jacobsen, “Diagnóstico Avançado
em Dor por Imagem Infravermelha e Outras Aplicações”, Revista Prática Hospitalar, Nº
50, pp. 93 – 98, março – abril, 2007.
[28] FLIR Systems, “FLIR Application Story Eramus MC”, FLIR, Erasmus Medical Centre,
Holland.
[29] FLIR Systems, “FLIR Application Story Viral Infections”, FLIR, Bélgica.
[30] FLIR Systems, “FLIR Application Story”, FLIR, Fachhochschule Weihenstephan, Germany.
[33] Morgado, José Augusto; Borges de Sousa, João Tasso, “O Programa de Investigação e
Tecnologia em Veículos Aéreos Autónomos Não-Tripulados da Academia da Força Aérea”,
IDN Cadernos, Nº 04, II Série, pp. 9 – 24, julho 2009.
Referências bibliográficas 123
[34] FLIR Systems, “Sea Star SAFIRE® III Applications”, FLIR, USA, 2010.
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[38] FLIR Systems, “IR Automation Guidebook, Temperature Monitoring and Control with IR
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[39] FLIR Systems, “Infrared Thermography for scientific applications”, Flir Systems AB.
[40] FLIR Systems, “Infrared Thermography for predictive maintenance”, Flir Systems AB.
[41] FLIR Systems, “Applications for fixed mounted infrared camera systems”, Flir Systems
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[42] FLIR Systems, “FLIR Application Story: AUDI AG uses infrared thermography to uphold its
quality standards”, Flir Systems AB.
[43] Tarpani, José R. et al., “Inspeção Termográfica de Danos por Impacto em Laminados de
Matriz Polimérica Reforçados por Fibras de Carbono”, Polímeros: Ciência e Tecnologia,
vol. 19, nº 4, p. 318-328, 2009.
[44] FLIR, “Thermal imaging cameras for Research and Development”, Flir Systems Inc, maio
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[45] SPECMAN, “Medição e Análise Termográfica Capítulo IV, Inspeção de Outros Sistemas”,
Portugal 2010.
[46] FLIR, “Thermal imaging cameras for Predictive Maintenance”, Flir Systems Inc, maio
2010.
[48] SPECMAN, “Medição e Análise Termográfica Capítulo II, Inspeção de Sistemas Elétricos”,
Portugal 2010.
[50] Lopes, João Abel Peças, “Perturbações na Tensão e Seus Impactos nas Explorações de
Redes Elétricas Industriais”, Instalações Elétricas Industriais, Licenciatura em Engenharia
Eletrotécnica e de Computadores, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
[51] Correia, Paulo Jorge de Figueiredo, “O Impacto dos Problemas de Qualidade da Energia
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de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra.
[53] WEG, “Manual de Instalação e Manutenção para Transformadores imersos em óleo”, WEG
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Industriais Ltda, Brasil 2010.
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Inspections”, IRISS, Inc. 2008.
[58] Robinson, Martin, “10 Things You Need To Know About Infrared Windows”, IRISS, Inc.
2009.
[59] Pinto, Clara, “Alguns Exemplos de Termografia Aplicada à Energia Solar e Eólica”,
Caderno das Energias Renováveis, p. 18-20.
[61] FLIR Systems, “FLIR Application Story: Inspecting wind turbines with FLIR thermal
imaging cameras”, FLIR Commercial Systems B.V., Breda, Netherlands.
[62] GREENPRO, “Manual e Guia Técnico de Energia Solar Fotovoltaica – Tecnologias, Projeto
e Instalação”, Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Superior Técnico, 2004.
[63] Monteiro, Cláudio, “Energia Solar Fotovoltaica: Tecnologias FV”, Energia Eólica e Solar,
Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
[64] Monteiro, Cláudio, “Energia Solar Fotovoltaica: A célula FV”, Energia Eólica e Solar,
Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
[66] FLIR Systems, “FLIR Solution Series: Solar Cell Development”, FLIR Systems, Inc.,
MoviTHERM, Automation Technology GmbH, Irvine, CA, USA.
[67] Bainter, Chris, “Solar Cell Production Requires Effective Metrology - Recent IR
Thermography Developments can help”, SOLAR 2010 National Solar Conference, Phoenix,
Arizona, USA, maio 2010.
Neste anexo é apresentado uma tabela com os valores de emissividade mais comuns.
Estado da
Material Espetro Emissividade
superfície
Fita eléctrica
3M tipo 35 LW 0,96
(várias cores)
Fita elétrica
3M tipo 88 MW 0,96
vinil preto
folha, não tratado,
Aço inoxidável LW 0,28
estriado
Aço inoxidável folha, polido LW 0,14
Aço inoxidável folha, polido SW 0,18
Aço inoxidável laminado T 0,45
Água gelo T 0,96
Água neve T 0,85
Água destilada T 0,96
Alcatrão T 0,79 – 0,84
Alumínio Anodizado, opaco LW 0,97
Alumínio Anodizado, folha LW 0,55
Alumínio polido T 0,04 – 0,06
Barro Refratário T 0,91
Betão T 0,92
Borracha dura T 0,97
Cobre Comercial T 0,07
Cobre oxidado T 0,6 – 0,7
Cobre polido T 0,03
Couro T 0,75 – 0,8
Ferro moldado T 0,81
Ferro oxidado T 0,65
126 Anexo A
Neste anexo são apresentados, em forma de tabelas e gráficos, todos os dados recolhidos
durante a investigação experimental descrita no Capítulo 4.
40 0,81 14 14,7
55 0,72 13 14,7
90 0,1 0 14,7
Anexo B 129
0,8
0,6
Emissividade
0,4
0,2
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo (⁰)
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,25 0,35 0,45 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95
Emissividade
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1
Emissividade
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1
Emissividade
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,14 0,19 0,24 0,29 0,34 0,39 0,44 0,49 0,54 0,59 0,64 0,69 0,74 0,79 0,84 0,89 0,94 0,99
Emissividade
46
41
BT Tampa superior
Temperatura (⁰C)
36 Parede Lateral 1
Parede Lateral 2
31
Parede Lateral 3
26 Gola 1
Gola 2
21
Gola 3
16
11
0 2 4 6 8
Emissividade
Tabela B.7 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (BT Tampa Superior).
Tabela B.8 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 1).
Tabela B.9 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 2).
Tabela B.10 - Variação da emissividade com aumento da temperatura (Parede Lateral 3).
Parede
5 23,1 39,8 39,9 0,9 2 0 0
Lateral 3
BT Tampa Superior
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53
Temperatura (⁰C)
Figura B.7 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (BT Tampa Superior).
140 Anexo B
Parede Lateral 1
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86
T camara
0,84
0,82
0,8
14,5 16,5 18,5 20,5 22,5 24,5 26,5 28,5 30,5 32,5 34,5 36,5 38,5 40,5 42,5 44,5
Temperatura (⁰C)
Figura B.8 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede Lateral 1).
Parede Lateral 2
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48
Temperatura (⁰C)
Figura B.9 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede Lateral 2).
Anexo B 141
Parede Lateral 3
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Temperatura (⁰C)
Figura B.10 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Parede Lateral 3).
Gola 1
0,94
0,92
0,9
Emissividdade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Temperatura (⁰C)
Figura B.11 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 1).
142 Anexo B
Gola 2
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42
Temperatura (⁰C)
Figura B.12 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 2).
Gola 3
0,94
0,92
0,9
Emissividade
0,88
T termopar
0,86 T camara
0,84
0,82
0,8
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Temperatura (⁰C)
Figura B.13 - Comparação dos valores de referência com as leituras da câmara (Gola 3).
Anexo B 143
Tabela B.14 - Desvios relativos das leituras efetuadas (BT Tampa Superior).
Tabela B.15 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 1).
Tabela B.16 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 2).
Tabela B.17 - Desvios relativos das leituras efetuadas (Parede Lateral 3).
Erro relativo
4,000%
3,500%
Medida 0
3,000%
Medida 1
2,500% Medida 2
Medida 3
2,000%
Medida 4
1,500%
Medida 5
1,000% Medida 6
Medida 7
0,500%
Medida 8
0,000%
BT Tampa Parede Parede Parede Gola 1 Gola 2 Gola 3
Sup Lateral 1 Lateral 2 Lateral 3
Figura B.14 - Desvios Relativos em todos os pontos de estudo, ao longo das séries de medidas.
Anexo B 147
Cor Emissividade
Creme 0.9
Verde 0,7
Superfície 3D
21,9
20,2
18,5
16,8
15,1
13,4 20,2-21,9
11,7 18,5-20,2
10
16,8-18,5
15,1-16,8
13,4-15,1
11,7-13,4
10-11,7
Superfície 3D
21,9
20,2
18,5
16,8
15,1
13,4 20,2-21,9
11,7
10 18,5-20,2
16,8-18,5
15,1-16,8
13,4-15,1
11,7-13,4
10-11,7
Superfície 3D
20,2-21,9
18,5-20,2
16,8-18,5
15,1-16,8
13,4-15,1
11,7-13,4
10-11,7
10
11,7
13,4
15,1
16,8
18,5
20,2
21,9