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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - PELOTAS

GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO


DISCIPLINA DE MAQUETES

MAQUETES FÍSICAS
Aula 2 – Contexto Histórico 2
(continuação)

PROFESSOR
LESSANDRO MACHADO DA ROSA
Chegando ao século XX, e neste mesmo contexto utilizado por Gaudí, a maquete
tridimensional física se estabelece como uma importante ferramenta fundamental de
projeto e desempenha um respeitável papel na concepção e na revisão de inúmeros
detalhes inerentes da obra edificada.

Segundo Dunn (2010), os progressos de arquitetura no século XX deram fé da utilização


cada vez mais frequente de maquetes como processo de projeto dos arquitetos:

“Foi este tratamento direto dos materiais e dos espaços através do uso de maquetes que
converteu os arquitetos em projetistas criativos que visualizam e articulam os conceitos de
um modo provocativo e pouco convencional” (DUNN, 2010, pág. 18).
BAUHAUS

A Bauhaus tinha como objetivo, ainda que não no seu início, proporcionar a fundição entre indústria e arte.
Sua finalidade era sugerir uma produção em série com qualidade de design e conceito inovador, decorrentes
principalmente da união do design e técnica. Foi uma escola com pensamento democrático onde todos
colaboravam em busca de novas linguagens e criações, independente da hierarquia entre aluno e mestre.

“Era objetivo da Bauhaus formar pessoas com talento


artístico para serem designers na indústria, artesãos,
escultores, pintores e arquitetos” (GUINSBURG, 1972, p.37).
“Os exercícios não têm nada a ver com a cientificidade ou com
intenções construtivas práticas. No entanto, a experiência ensina que a
vivência de sua elaboração resulta em possibilidades de interpretação
amplas, inclusive para a práxis. Trata-se do solo propício para as
consequências universais no campo dos materiais, na área da técnica
e da arte”. (LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY, 2005, pag. 21).
LE CORBUSIER

Charles Edouard Jeanneret, nasceu em 1887 em Chaux-de-


Fonds, Suíça, é considerado a figura mais importante da
arquitetura moderna.
FRANK GEHRY

O norte-americano Frank O. Gehry tem validado a potencialidade


das maquetes durante seu percurso projetual em arquitetura,
explorando desde o começo do processo com a demonstração tátil
de seus objetos tridimensionais em busca da forma.
PAULO MENDES DA ROCHA

No cenário nacional, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha em


seus projetos discute e define os princípios de seus trabalhos
aprofundando conceitos e afirmando a necessária associação
entre homem e natureza, entre o sujeito ativo que constrói as
cidades e a história, e o seu ambiente.

O arquiteto recorre às maquetes e as


confecciona através de pequenos
modelos de papel com materiais
corriqueiros encontrados em seu
escritório: arame, fita adesiva, cola,
como se estivesse a rascunhar no
tridimensional, produzindo uma maquete
que tem a particularidade de quem a
executa e que, nesse sentido, não serve
a terceiros.
HERZOG & DE MEURON

O processo de projeto de Herzog & de Meuron demanda


de uma sequência de experimentações e aproximações
entre materiais e objetos, modelos e maquetes. Eles
geram centenas de desenhos e modelos de papelão,
arame, gesso, concreto, madeira, plásticos, canos, etc.
Esses objetos mais do que arquitetura apresentam uma
linguagem distinta e própria de cada elemento. Suas
maquetes são conceituais, pois estão carregadas de
múltiplos fatores – culturais, operativos, materiais,
projetuais, etc -, onde nem todos estão ligados com a
dimensão expressiva do projeto em questão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do tempo, a maquete se mostrou um importante instrumento de trabalho e de reflexão para o


arquiteto. Em diferentes tipos, escalas, momentos e materiais as maquetes físicas tridimensionais são um
admirável objeto de projetação que pode acompanhar o croqui, os desenhos técnicos, pode ser a própria
ferramenta de construção e ou servir de representação final do projeto. Permite a compreensão e a
criação do trabalho arquitetônico, tendo como benefício à experimentação dos materiais e aguçamento
dos sentidos táteis e visuais.

“O emprego da maquete se releva por dois motivos


básicos: i) o seu grau representativo e expressivo, pois
permite a visualização e compressão de todo o projeto,
dos seus sistemas e seus materiais; ii) é um importante
meio de criação e transposição da ideia do projetista”
(ROSA, 2016, p. 80).

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