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Hidrogênio metálico... Finalmente?


Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/02/2020

Bigorna de diamante toroidal

Em 2017, uma equipe norte-americana


causou sensação e controvérsia ao alegar
ter criado hidrogênio metálico pela primeira
vez, sob pressões entre 465 e 495
gigapascais (GPa) - 1 GPa equivale a 9.869
vezes a atmosfera padrão da Terra.

Uma equipe francesa agora alega ter obtido


o hidrogênio sólido a 425 GPa.

Os cientistas teorizam há muito tempo que,


se o gás hidrogênio for exposto a uma
pressão suficiente, ele passa para o estado
sólido, tornando-se um metal. E um metal
muitíssimo interessante, porque guarda
uma quantidade de energia incomparável.

Mas as teorias não foram capazes de


derivar quanto de pressão seria necessário
para solidificar o hidrogênio. As dúvidas
sobre as teorias ficaram mais fortes
quando os pesquisadores desenvolveram
ferramentas, chamadas bigornas de
diamante, capazes de exercer as altas
pressões que se julgavam necessárias para
espremer o hidrogênio e torná-lo um metal -
os teóricos então começaram a aumentar o
número.

Nos últimos anos, no entanto, os cientistas


parecem ter chegado a um consenso - sua
matemática mostrou que o hidrogênio
deveria fazer a transição de estado em
aproximadamente 425 gigapascais. No
trabalho de 2017, a equipe norte-americana
O experimento usou um novo tipo de prensa, chamado bigorna de desmentiu também esse número, mas
diamante toroidal. [Imagem: Paul Loubeyre et al. - 10.1038/s41586-019- agora Paul Loubeyre e seus colegas dizem
1927-3] que ele parece ser válido.
Para fazer seus experimentos, eles desenvolveram um novo tipo de prensa, chamado bigorna de
diamante toroidal. A diferença é que a ponta de diamante que faz a pressão sobre a amostra tem uma
forma de anel, com uma cúpula ranhurada. Quando em uso, essa cúpula se deforma ligeiramente,
mas não se quebra. Isso permitiu atingir pressões de até 600 GPa.

Recorde mundial: Alcançada pressão de 1 terapascal

Confirmação do hidrogênio metálico

É difícil colocar um ponto final nesses experimentos porque, se já é possível atingir as pressões
desejadas, ainda é muito complicado testar a amostra no interior da bigorna de diamante conforme
ela vai sendo pressionada - é por isso que algumas equipes estão tentando transformar os defeitos no
diamante em sensores para monitorar essas condições extremas.

Loubeyre lidou com esse desafio lançando um feixe de luz infravermelha no centro da bigorna. Sob
condições normais, a luz pode passar direto pelo hidrogênio gasoso. Mas, se encontrar um metal pelo
caminho, a luz é bloqueada ou refletida.

Os dados indicam que, quando a bigorna atinge 425 GPa, toda a luz infravermelha e visível é refletida,
o que sugere que o hidrogênio se tornou metálico nessa pressão.

A equipe conhece bem o campo em que está trabalhando e, certos de que o resultado levantará muita
polêmica, anunciaram que já estão se preparando para realizar novos testes para reforçar suas
conclusões. Desta vez, eles vão testar se a amostra conduz eletricidade.

Fonte:  Site Inovação Tecnológica- www.inovacaotecnologica.com.br


URL: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=hidrogenio-metalico-
finalmente

 
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