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Copyright do Autor, 2014

Ooorrlenador do Pro.jetttEdítorìal Praris


Prof. Dr. Gioranni Aìves

Conselho Editorial
Prof. Dr. Antonio ThomazJirnior UNESP
Prof. Dr. Ariovaldo de Oliveira Santos UEL
ProL Dr. FranciscoLuis Corsi - UNFISP
Prof. Dr. ]orge Luis CammaranoGonzáles- UNISO
Prol Dr. lorge Machado- USP
Prof. Dr. foséMeneleuNeto UL,CE

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't: pürdFalartlc ivltta,i
5 o s r . oF l l r o se o o s 5 .,
r\),i t A L\'ES

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... t tl o cri oç ão tl e t' i tts,.:
. \l .tnr.q P rNno or (..r' -t

N,{593 Métodos e Tetcnicasde Pesquisasobre o Nlundo do TrabaÌho/


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( ìio va n n i Aìve se Jo ã oBo scoF e ito sados S antos(orgs).- B aruru:
-';r l -çl acomo tóc nìc ctit t :
Ca n a l6 , 2 0 1 .1 .
204 p. t 23 cm. (ProjetoEditorial Praxis) i l osco Il trros e oc ts S r
. , r no S oconno I-E R Rr t,
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 7 9 t7) .7 2 4
.: \IARY I)I., I)LI\TF,IRA.\Ì
"
1. Metodologia de pesquisa social. 2. À,{undo rlo 'frabalho.
I. Alve s,Gio va n n i.II. Sa n to s,Jo ã oBo scoFei tosacl os.III. l rruro. -,:'ttul o -l
.íar)aotnodoc umento,l t .
(l D D : 00 1.,1
:t,tënci o do P ro.i eto( tt..
,.\\NI ALVIIS

Projeto Editorial Praxis


FreePressis UndergroundPress : p r t u l o4
www.canal6editora.com.br ., 'rtcrìrrPorticípantt:(),
- i.ll Brztnnrr.Cl,tr.-qI t -
Ìmprcssono fÌrasil/l)rintet]in llraziÌ
20Ì.1
, n r r R l e u r r DEC IARAr
\ t-
C A P ITU LO 8

Gnupos FocArs:coNCEITo.
A P L I C A ç Ã o E D ESENVo L VÌM ENT o

Melissade Mattos Pimentar

lx-r'nonuçÃcr

Gruposfocaissãouma técnicade pesquisaqualitativa.Tal como as entrevis-


tas,ashistóriasde vida, a observação
- participanteou não - seinsereno conjunto
de diferentestecnicasde pesquisaaplicadano âmbito dos rnétodosqualitativos,
isto e, dos métodosde investigação
empíricaque têm por objetivoabordara reali-
dadesocialconsiderandoo ponto de vista dos sujeitosda investigação.
Issopode
ser feito por meio das experiênciaspessoaisrelatadasem entrevistas,da obser-
vaçãode práticasde interaçãosociaiou da análisede documentoscomo textos,
imagens,filmes ou músrca.

O quehá em comumnessas
abordagens
é queelasprocuramdes-
vendarcomoa pessoas
constroem
o mundoà suavolta,o queestão
fazendo
ou queestáacontecendo
comelasemtermossignitìcativos
e queofèrecem ricasde insight.(FLICK,2007,p
possibilidades 9)

Além disso,a abordagemquaÌitativanão tem por objetivoa quantificaçãoor-r


rnensuraçãodas infbrmaçõesfornecidaspelos interiocutores.os dadosobtidos

Nlelissa
cleN{attos
Pimenta
é socióloga,
professora
do Departamento
deSociokrgia claUnir.er
sidadeFederal violênciae (.idadania
cÌoRioGrandedo Sule membrodo GrupodePesquisa
r lf iL I

por meio da tecnicacjegruposfocaissão discursos,


falas,enunciacios,
qr-re
exigenì
a análisehermenêuticaou interpretativado seu conteúdo.Isso não signifìcaque
aquilo clueos interlocutoresexpressiìmnão possaser quantiiicacloclenenhuma
forma:cotn ciapoiode sofrl'cre-s
paraanálisede daclosqualitati\()s,e pgssíveìcgr-r,
tar a Íiequênciaclepalavrase termos utiÌizados,e associaro uso clesses ternlos
a característicasinclividuaisdos interlocutores,entre outras aplicaçòc.s.
pore{nt,
o papelatinr dtt pesquisadclrna classificaçãoe seleçãocÌaspalavras,cxpressòes.
frasese'trechoscìosciiscurscls
e fundamentalpara a análise.(ìeralnrente,essepro-
cessoe realizadocom basena orientaçãoteóricaque direcionao problerlade pes,
cluisa'Em outros casos,o próprio processode análisesisten.rática
do conteúrcÌo
e
que vai procìuzira teoria,denominadateLtria
fundamenteda(grountletltheory),
poisemergedosprópriosdadoscoÌetados em c.mpo. (coRBIN e STRAUSS,200g)
Uma ideiaecluivocada
acercaclosnetodos qr-raÌitativos
e das técnicasde pes-
qtrisairplicadiìque procuram oul'ir mais intensamenteos atoressociaisé que elas
serianlmais acessíveis, menoscomplexasou uraisfãceisde seremaplicaclas, cliÍL'-
renternente
dos questio'rários
tèchad.s,dos inquéritose dos sttrve))s
que,cluar.r<1cr
aplicaclostì anrostrasrepresentativas
da população,exigem equipescìepesquisa
treinadasno cÌesenho
cÌaamostra,na apÌicaçãode questionários,
formaçãocÌeban
cosde cladose iináliseestatística.
Nada rnaisdistantecÌarealiciacle!
A aplicaçãocìe
gruposfìrcaise um tecnicabastanteexigenteem termosde tempo e esforçoe nãcr
deveserutiÌizaclaindiscriminaclamente. Ela exigeo empenhode pelomenoscluas
pessoasem tocÌasas etapase um pÌanejarlentoadequadotambém cloprocessode
anáÌised's dados.o voÌumede informaçoesproduzidosem abordagens qualita
tivasé imensoe, muitasvezes,ultrapassaa capacidade
<ieoperacionalizaçàg
inte-
graÌ cÌetodo o materialrecolhidono tempo dispo'íveÌ para a execuçãodo projeto
de pesquisa.NÍesmocom o usode fèrranrentas
sofisticadas
clegerenciamento
tlesse
tipo de dados,toda e clualquerpesquisade naturezaqualitativacieveprever,descle
o seuplanejamento,
o temponecessário
e a estratégia
adequadaparaclartratamen
tclao conjuntode dadoslevantadosde modo a não desperdiçarinformaçoesr.alio_
sase tambem não produzir conclusoesenviesadas, por
parciaisou tencÌenciosas.
essarazão,o conhecimentosobreastécnicasde pesquisaqualitativadeveabranger
r"rãcl
apenasa sua aplicação,mas também os n.rétodos de gerenciarnento
e análise
dos dados.Paraos iins destecapítukl,entretanto,nos cleteremosapenasna apre-
sentaçãodo conceitode gruposfocaise nas suasformasde apÌicação.
Gft.tDos facais corcei lo, aplicacão e desenvolvtLnento

( ) el] r s à o ( ; R U P O .\F O (' ,\rs ?

Gruposfbcaissãouma técÌÌicac1epesquisaqualitativaoncleos pesquisadores


organizame conduzem,com o apoio cleum(a)moderador(a),uma discussãocot.t-t
sobretemase questÕes
Llmgrupo de pessoas, que interessamparaa equipedc pes-
quisa.O objetivoé compreendero que essaspessoaspensame corìo se sentenìa
respeitode r.rmcleterminadoassunto,a partir da interaçaoentreos participantes.
de urn grupo clepessoas
Por essarazão,um grupo focaÌnão é apenasa reur.tião para
falar sobreaÌgo.Trata-sede um procedimentcl
sistemático,cuidadosamente pÌane-
(Ìue
jacloe organizado,com um propósitoclarantenteclefinido.As pessoas lìartici
parãode Llmgrupo focalprecisamter aÌgoem comunÌqueestárelacionado ao tema
ou/oco do grupo.Alern disso,o núrmerode participantese a cluraçãoc1adiscussão
Os assuntosa serenldialogadosentreos participan-
sãopreviamenteestabeÌecidos.
de forma sisternática
tessãoapresentados pelaconduçãocÌo
pelapessoaresponsár.eÌ
procedimento:o moderador.As perguntassãopreviamente1'ormuìadas pelaequipe
de modo que as pessoasfaleme troquem ideiasentresi sobreas questÕes clueinte-
ressamparaa pesquisa- daí o uso do termo "focal" quandosetratadestatécnicade
pesquisa.A interaçãoentreos participantesdeveocorrerem torno de um temaou
problemaque direcionatoda a investigação; em outraspaÌavrasela é "focada"em
e não é uma conversaou discussãcl
um assuntoespecífico qualquer.
astécnicasde pesquisaqr-ralitativa
Alguns termosutiiizadosparadesigr.rar po-
dem causaraÌgumaconfusãono entendimentodo quevem a ser,de fato,um grupo
focal,como por exemplo,"entrevistaem grupo", "discussãoem grupo focal" ou
"entrevistaem grupo fbcal".Com efeito,essestermosnão sãosinônirnose devem
serutilizadoscom criterio.Em prirneirolugar,cl grupo focal nao é :urnaentrevista
em grupo.Nas entrevistasem grupo,os participanlesnao interagementresi e ape-
nas respondemdiretamenteas perguntasc1oentrevistador/rnoderador e passama
rnaiorpartedo tempo interagindoapenascom eìe.
Fig.1.1- Entrevista em grupo
Esquemado tipo de interaçãoque ocorre entre
os participantesde uma entrevistaem grupo

Em um grupo focal'a interaçãodeveocorreretúre


osparticipantese,por essa
raz'ão,a elaboração
do roteirode perguntase atividades,bem como a
dinârnicado
grupo, devet.nestimuÌara discussãoe a interação,
o que constituia característica
distintivadessatecnicade peseuisa.

Fig.Ì.2- GrupoÍìrcal
Esquema
do tipo deinteração
quedeveocorrerentreosparticipantes
deum grupofocal
Grupos focals. conceito. apltcação e desenvolvtmenta

Em algunscasos,o objetivoé contrastare contraporopiniÕespara se chegar


a um consensoentreos participantes- nessecaso,pode-seutiÌizar o termo "c1is-
cussãoem grupo focal".Noutras situações,
o objetivoé entrevistarum grupo c1e
pessoasque possuiuma visào consensuaÌa respeitode um deterntinadoassunto
ou problema,daí a combinaçãodos termos"entrevistaem grupo focal".(Barbour,
2007:2)
A importânciada interaçãoentre os participantesnão deveser subestimada.
É a partir do que os outros dizem que os membrosde um grupo sãoestimuladcls
a refletir sobresuasprópriasexperiências,
recapitulareventos,expressaropini
ões e produzir inÍ-ormações
que interessamao pesquisador.Diferentementedas
entrevistasface-a-face,
em um grupo focal os participantespassarnmais tempo
ponderar-rdoe debatendosobreuma questãoe vários pontos de vista podem ser
alcançadose contrastadosao mesmo tempo. Aiem disso,o fato de os membros
possuíremalgurnacaracterística
em comum contribui para reforçarcl sentimentcl
de pertencimentoou de compartilharemalgo,o que em geraltendea cleixaraspes-
soasmais à vontadepara falar de coisassobreas quaisnão se sentiriamconfortá-
veisem uma situaçãode entrevista.Outro aspectointeressante
é que o moderador
pode seÌecionar
os difèrentespontosde vistae expÌorá-los.
Porém,fazercom que os entrevistados
discutamo assuntoentre si não é tãcl
simples.É precisoÌevarem consideraçãoa cornposiçãoe do grupo e toda a estru-
turaçãoe organizaçãoda atividade,prevendoinclusivea necessidadede estimular
ou controlar a discussãopara que ela não saia do Íbco. AÌern disso,a interação
dependeda capacidade do moderaclorde garantir que os participantesinteriijan.t
entresi, em vez de interagiremapenascom eleou eia.

Bntv t n r \ r oRr('()

Os primeirosgruposf'ocaiscomeçarama serdesenvoÌvidos
a partir da amplia-
çãodo uso de entrevistasabertas,na décadade 1930,nos EstadosUnidos.Dúviclas
sobrea capacidacledas entrevistasindividuaise dos questionários,cotn pergun-
tas direcionadase alternativasde respostafèchadas,de obter respostasrealmente
próxintasda realidadedo informante,direcionoua sociologianorte-americalla
iì()
uso de entre\.istas
com questÕes
abertas,duranteas quaisos entrevistados
parti
cipan-rmais ativamentedo processo,oÍèrecendoopinioes,comentiiriose explica-
aAP T UL a r g -

çÕes,explicitandosentimentose atitudes.I)urante a segundaGuerra MuncÌiai,


os pesquisadoresRobertK. N{ertone pauÌ Lazarsfeldcomeçarana utilizar entre_
vistasabertasconì grlÌpospara exploraro moral dos soÌclacÌos
americanospara o
neparta'rento de Guerra dos Estadosu'idos. Segu'do Krueger
e casey (2009),
"elescÌescobriram que aspessoas revelavaminÍbrmaçòesscnsiveis qu.r16osentiam
qLreesta'anì em um ambienteseguroe confortáveÌcom pessoas
semeÌhantes a
elas."(p.3)Além de obter respostasde informantesem tempo
e espaçoreals no
contextodas interaçoesÍàce-a-face, Merton e LazarsfeÌciconseguiram,,fbcar,'es_
trateglcamente estímuÌosem uma entrevistacom basenos temasque sãogerados
nessas interaçoesface-a-face,
e que sãoconsideradas particularmenteimportantes
para os pesquisadores. curiosamente,Íbram os pesquisaciores cla áreade marke
ting que vulgarizaramo uso da técnica.No contextosocialnorte-americano
cÌo
pós guerra,clsnegóciosestavamem ascensão e eraprecisocriar produtospara um
crescentepúblico consumidor.uma das estrategias foi manter um contatomais
próxin.rocom os consumidorespor meio do uso de grupos
tbcais,geralmentere-
alizadosna casadas pessoas, em atividacles
de promoçã. cleprodutosque eram
compartilhadose divulgadospelo púbÌico consumidor,especiaÌmente
as cÌonas
de casade classemedia,habituadasa recebera tradicionaÌfigura ,.vencledor
do de
porta em porta".Foi somentea partir dos anos 19g0,quanclo
o interesse pelastéc_
nicasde pescluisaqualitativafoi retomacroern largaescala,e que os gr'pos focais
sediÍìndiram em pesquisas na áreade CiênciasSociais.

( ,\l ì,\(l l ' l R l .\l l Cr\5 Ì. ,\l ,l _l (' .\C ÕE .\

Irm pesquisas
sociais,os gruposfocaissãoformadospor, no mínimo, 3 pesso-
ase,no máxirno l2 participantes, sendoqueo tamanhopodevariar cleacordocom
os objetivosda pesquisae o tipo de dinâmicaque se cleseja
clesenvolver.E preciscr
pelo menostrêspessoas para queseÍorme um grupo e é i'desejár,elreunir mais do
que dozepessoas, pois urr-rgrupo muito grandetendea se dispersare a se dividir
em rodasn-Ìenores de conversaque se sobrepoem.Além cÌisso,é mais difícil mo_
derar gruposmuito grandese o tempo disponívelpara que todos
os partrcipantes
contribuamcom a discussãoÍlca sensivelmente
reduzido.
A ati'idade devedurar de uma a atéduashoras,potlendohavercerta
f-lexibili-
dadeem relaçãoao tempo totarda discussão,mas é importanterimitar a duraÇão,
Grupos focais. conceito. aplicaÇaa e desenvolvÌmenta

considerandoque as pessoasnem sempreterão disponibiliciadepara encontros


rnuito Ìongos,a dinâmicapode sercansativae pode-seperdermuito tempcl
ate se
chegaraostópicosprincipaisque a equipede pesquisacìeseja
discutir.
Fm um grupo focal,os participantesdevemter uma característica
em conlunl
que rnteressapara a pesquisa,como por exemplo,todos seremtrabalhadores
de
um determinadoramo da indústria, ocuparemuma nìesmafunção ou partrci_
parem de um mesmQprogramade quaÌificaçãoprofìssional.como o objetivo
cÌe
um estudoenvolvendogrupos focaisé gerar um conjunto de dacloscomparáveis
entreos grupos'essascaracterísticas
serãoimportantespara determinara seÌeção
closparticipantes.um estudocom trabaÌhadores rurais, por exempÌo,pode ter cr
propósitode compreendermelhor as dificuldadesenÍientaclas por pequenospro-
prietáriose arrendatáriosde terra. Nessecaso,serãoorganizacìos grupos focais
com cadauma dessascategorias.
FinaÌmente,um grupo focal é conduzidocom baseem unì roteiro de tclpicos
ou um questionáriopreviamentedesenvolvido, focadonos objetivosda pesquisae
orientadopor um(a)moderador(a)treinadopara coordenara discussã,.
Grupos focaistêm muitas apÌicações.Elespocremser utirizaciosem pesqul
sasexploratórias,quando o objetivoé conhecermeÌhor o público alvo ou Ìevan_
tar informaçoespara construir melhor o problemade pesquisa.Tanrbérnpodem
ser utiÌizadosem outras etapasde pesquisa,para aprofunc-lardaclosobtidospor
meio de abordagens quantitativas,ou entãopara ajudara construir instrumentos
como questionários1èchados, com aÌternativasde respostamais a<lequacìos para
determinadapopulação,levantandoinformaçoesa respeitocÌameÌhor maneira
de f'orrnularuma perguntae do vocabulárioutilizaclonaqueÌalocaliciade.porém,
não se recomendautilizar grupos focaisquandoo objetivoé obter narrativas
de
experiências individuais,uma vez que a naturezada discussãoem grupo é a iute_
ração,e esseltlrmatonão propiciaque elaocorraou tampoucoprivilegra
a atuação
individual dos participantes,
mais adequadaàs entrevistasface-a-face.
l'ambém não devem ser utilizadosqua'do a pesquisarequer amostras
re-
presentativas
da população.Dificiimenteum estudocom grupos f'ocaisconsegue
abrangertodasascaracterísticas
distintivasde uma popuÌação.
Alem disso,quanro
maisgruposforem realizaclos,
maisdadosserãoproduzidose o tempociespencliciç
na organizaçãoe gerenciamento dos resultadostornaria a ar.rrilise
extrenlamente
iongae compÌexa.
(ìrupos focaisexigen'rplanejamentoe capacidade '[.rata
de organização. se de
unra técnicade pesquisadispendiosa,que implica custoscon.ìdesÌocamentos,
re
crutanlento,insumos,transcriçÕes,
alem da logísticaenvoìvidana sua organiza-
ção.Por essarazão,quandonão tempo ou recursospara realizarum estudodesse
tipo, deve-seoptar por outra tecnicade pesquisa.

I' t-.rrt' 1 .trt E \t' o E E .\E cLrC ,l o

Em estudocom grupos focaisenvolvediversasetapas,que r'ão desdeo pla-


nejamentodo estudo,a seleçãoe o recrutamentodos participantes,a escolhae
preparaçãodo(s)moderador(a)e dos(as)assistentes
e, fìnahnentea análisedos da-
dos Ìevantados.
NestecapítuÌonos deteremossobreo planejamento,
a execuçàoe
algunsaspectosda moderação.
O processcl
de planejamer.rto
é crucialparao sucessodo estudo.Nessaetapa,a
equipede pesquisacleve:
a) Definir os objetivosdo estudoe os resultadosesperados;
b) l)esenvolverum cronograma;
c) quem serãoos participantesdos gruposfocaise quantosgrLl
I)etern.rinar
pos serãorealizados;
cl) Prepararo roteiro de tópicosou de perguntas,bern como as atividadesa
seremdesenvoìvidas
durantea dinâmica;
e) DesenvoÌver
urn plano de recrutamento;
f) Arrar-rjarlocais para a realizaçãodos grupos, agendardatase Ì.rorários
p ü r ai ìssessòcsi
g) D e l i nearo pl anode anál i see a estruturado rel atóri o.

Todo o planejan-rento no proble-


de um estudocom gruposfocaisestábaseaclo
ma da pesquisa.Ao fàzero planejamento,
a equipedeveclarezaa respeitocloque
desejadescobrire quaissãoas informaçõesque precisamserÌevantadas.
Somente
entãocleveser decididoqual o rnelhormetodo de abordagemdo problemae clue
técnicasde pesquisaserãoutilizadas.Uma vez decididoque Serãoutilizadosgrr.r-
pos focais,é precisoestabelecer
quaissãoos objetivosdcs sessoes
em grupoJocal,
isto é, o que sepretendedescobrira partir da sr.ra É precisolembrarque
aplicação.
eÌÌìunìa sessão
de noventamintitoscom dez ou oito pessoas,
nem sempr(-e l.ossi-
vel dar contade todos os temasou questoesprevistasno projetode pesquisa.Por
essarazão,é irnportanteconsiderara possibilidadede combinar outrastécnrcas
Grupas fÒcais; conceita. aplcaçào e desenvolvirnento

e pÌanejaro estudoconsiderandoas vantagens


e ciesvantagensde uma discussri<r
sobreaigumasquestõesclurantea qual os
participantestrocanl ideiase chegama
um consensoa respeitode um assunto.

t lt lr t s l n .\c )()s I,,\l ì.ft(.tp  \.fF .s .?

A composiçãodos grupos focaisé fìndamental


para o desenvoìvimento cÌa
pesquisa'uma composiçãobem pensada
gerauma dinâmica fÌuiclae cliscussões
úteispara o projeto,enquantouma composição
equi'ocadageraconsrrangrmen_
tos ou informaçõesque não atendemaos
interesses cÌapesquisa.como o objetivcl
e estimuÌara interaçãoentreos participantes,
é importanteconsiderarque tipo de
pessoas te.am maior probabilidadede interagir
entresi,ou seja,é precisoÌer.arenr
contaa compatihilidadeenlreos participantes.
Antes de mais nada,eÌesde'em ter certas
característicasem comum que os
permitamsesentirà vontadeuns com
os outros.Dependendodo temaou <ìa
ques
tão que se pretendediscutir,as pessoas
se sentirãomais .u menosà vontacre para
falaremde suasexperiênciasde acordo
com as características dos derlais parti_
cipantesdo grupo. Se o estudotem por
objetivofalar sobrea falta crevagas
enì
crechespúrblicas e as dificurdadesque as mãescom fìÌhos
pequenoscleencc.rntrar
alternativaspara o cui<ìacÌo dascriançasenquantoestãotrabaÌhando,
não fàz sen_
tido reunir no mesmogrupo mulheres
que têm fìÌhos e mulheresque aincia
não
são mães'Outro aspectoimportanteé
respeitardiferençassociaiscomo a iclade,
a escoiaridade, a situaçâofamiliar e a posiçãohierárq'ica
que o(a)trabarhacior(a)
ocupana empresa:operáriosde fábrica
provavelmentenão se se'tirão à vontade
paraexpor suasideiasna frentede seus
supervisores e gerentesinredìatos;clames_
nla forma,executivosque ocupamcargos
de direçãotenderãoa dominar a cÌiscus-
t': tï um grupo onde os demaisparticipa'tes
ocupamposrçõessubaÌternas em
r!'laÇaoa eles.
Ao pÌanejaro estudo'portanto,deve-se
estaberecera cornposição closgrupos
considerando-se quaisas variáveisque podem interferir
na dinânricacr.ssessires,
c r iando- s ec on d i c o e sp a ra q u e o s p a rti c i p a n tes
sej amesti mul ados
a faÌar.(ìeral _
mente,as variiír.cisque clevemserconsideradas
sào:
iiAi-,iÌ!1i] I -

crutamento,insumos,transcrições,aÌérl da logísticaenvoÌvidana sua organizit-


ção.Por essarazão,quandonão tempo ou recursospara realizarum estudodesse
tipo, deve-seoptar por outra técnicade pesquisa.

l E \ LC L:c,\c)
Ì' L -.\\F -J .\N tE \T()

Em estudocom grupos focaisenvolvediversasetapas,que vão desdeo pla-


nejamentodo estudo,a seleçãoe o recrutamentodos participantes,a escolhae
e, finalmentea análisedos cìa-
preparaçãodo(s)moderador(a)e dos(as)assistentes
NestecapítuÌonos deteremossobreo pìanejamento,
dos Ìevantados. a execuçàoe
cl arnodcraçào.
a l g u n sü s pcctos
do estudo.Nessaetapa,a
O processode planejamentoé crucialpara o sucesso
equipede pesquisadeve:
a) Dc'finir os objetivosdo estudoe os resultadosesperados;
b) um cronograma;
DesenvoÌver
c) l)eterrninarquem serãoos participantesc]osgruposfocaise clllantosgru-
pos serãorealizados;
d) Prepararo roteiro de tópicosou de perguntas,bem como as atividadesa
durantea dinâmica;
seremdesenvolvidas
e) um pÌanode recrutamento;
DesenvoÌver
f) Arranjar krcaispara a realizaçãodos grupos, agendardatase horários
! ìaraas sessoes;
g) Delinearo plano de anáÌisee a estruturado relatório.

'lbdo o planejamentode um estudocom gruposfocaisestábaseadono proble-


a equipedeveclarezaa respeitodo que
n-rada pesquisa.Ao fazero planejamento,
desejadescobrire quaissãoas infclrmações Somente
que precisamserÌet,antadas.
entãocleveser decidicloqual o rneÌhormétodo de abordagemdo problemae que
tecnicasde pesquisaserãoutilizadas.Uma vez decididoq0e serãoutilizadosgru'
quaissãoos objetivosdas sessôes
pos Íbcais,é precisoestabelecer em grupofocol,
É precisolembrarclue
isto e!,o que sepretendedescobrira partir da suaapÌicaçào.
etrìuma sessão nem semprerl pttssi-
de noventaminutos com dez ou oito pessoas,
previstasno projetode pesquisa.Por
ve'ldar contade todos os temasou questÕes
essarazão,e irnportanteconsiderara possibiÌidadede cornbinaroutrastécntcas
Quadro,1.1.1
- Variáveis
quepodenrinterferirna dinân'rica
de urngrupofircal

Característica Exemplos
Sexo Nem scrnpreos honiensse sentenìà vontadepraratàÌar quanclo
estão na presençade mulheres c vice-versa.[sso é importan-
te quando o iÌssuntoenvolvedifererrçasde gênero,como por
exenrplo,diferençasde ganho salariaÌentre homensc muÌheres
no mercacÌode trabaÌho.
Idade Muitirsvezesas diferençasde idadepodenì fazeros participan
tes se sentiren'rintimidados pelos maÌs velhos e/ou peÌosmais
llovos e vice-versa.frabaìhadores mais velhos, que estão há
mais tempo em uma empresa,podem se sentir constrangidos
ou desconfiados em relaçâo aos jovens que ingrcssarln.r
recentemente e vtce-versâ.
Situaçãoou I)ependenclo do probÌerna
de pesquisa,
sercasado,separadoou
composição vìúr.opocleserum fàtordeinterferência,
especialntente
quando
familiar o objetir.'o
dosestudorequerqueosparticipante
s tenharn1ìlhos,
por exernplo,ou tenhantpassadopor umasepraração
conjugal.
Graude Pessoris
com diÍèrençasdc escolaridademuito grandessc com
escolaridade portam de fìlrrna muìto diversa em um grupo focaÌ, cspecial-
mente na maneira como articuÌam e expressaniideias,com-
preendemuma perguntae verbaÌizamsuasexperiências,o que
pode ser um forte fator de inibição.
Raça/cor/etnia Quando as tlifèrençasraciaisou etnicasestãono cernedo pro-
blernade pesquisa,não e interessantemisturar pessoiisque se
reconhecemracial ou etnicamentediferentesno mesmogrupo.
Oc u p a ç ã o /posi çãoE in"ìportante
considerar as difèrenças
de posiçãohierárquica
hierárquica/cargo/ quefaz.em partedo mundodo trabalho,especialrnente
quando
função osparticipantestrabalhamna mesmaempresa.
Renda Diferençasde renda muito grandestornam-sesensíveis,espe-
ciaÌmentequando o tema em questãoenvolvesalário,poder de
compra e hábitosde consumo,entre outros.

Outras variáveispoderiam ser enumeradas,mas cabeà equipe de pesquisa


avaliarqLlaisas características
que podem interferirna dinâmicado grupcle com-
biná-lascom as característicasque sepretendecomparare analisar.
- Grupos facais. cancoito, aplicaÇáo t: clesenvcttvirnento

I)tr\E \1p .\R T Ì(.tp .,\R


Q r r , \ \ Ì . \ . \ I , t:.s s ()\s t)i , (-,.\t)\(ìR t Ì,().1

cìeraln'rente,os gruposfocaissãocompostospor 6 a 10 pessoas. N,lini-gnrpos


dc 3 a 5 p e s s o aes g ru p o sg ra n d e sd, e l 0 a 12.o tarnanhodo grupo cl epcrr-
' ar iam
derá tantrl closobjetivclsdo estuclo,quanto das características cÌosparticipantcs.
N{uitasvezes,não e possít'elreunir muitas pessoascom aqrLelas
caractetisticas:
aÌgunsprofissionaistêm utna agendacom poucadisponibiiidadecleterr.rpo
oll rra-
baÌham em escalasde sen'iço que impederna participaçãode nrais pessoasno
nlesmo horário. Noutrasvezes,os participantestêm muita coisaI cÌizersobreo
assuntoem questãoe grupos muito grtrndespodernse tornar incontroliiveis.A9
planejaro tamanhodos grupos,é precisoconsideraros seguintesaspectos:
i. Q uand c o
l s p a rti c i p a n tessã omu i to e n vol ' i doscom o te* a.u sàoespe
ciaìistasno assunto,o foco e controversoou complexo,e precisoapro
fìndar detalhese experiêncitrs pessoaisou quancìoo recnrtanìentonão
permitir outra alternativa,utilizegrupospequenos,de ate6 participantes.
2. QuancÌoos participantestêm poucoenvolvirnentocclma ciuestão,
o obje
tivo é obterváriasideiase sugestÕes
(comourn braìnstorming)
ou quancìcr
o recrutamentonão permitir outra aÌternativa,utilize grupos grandes,
c om l0 a 1 2p a rti c i p a n te s .

( ] r ' , \ \ t ( ) s ( ì tÌ[.p o s i )t:\E 1 1.\L RRi .\l rZ\u (ì\.i

um estudocom gruposfocaisrecluerde 3 a 5 grupospara caciacateson.ÌaÌìa,


lisada.Geralmente,3 a 5 grupos por categoriaanalisaclasão suficientespara se
atingir a saturaçaoteórica,isto é, quando a reirÌização
de mais grupos apresenta
redundânciaou repetição,na avaliaçãoda equipede pescluisa,
interronìpe-se
a rì-
clusãode novosparticipantesou grupos.Em outraspaiavras,quancloa realização
de mais um grupo com aqueÌascaracterísticas não acrescentar novasilfcrrmaçÕes
ou dadosrelevantes para o estudo,conclui-seque se atingiu a saturaçãoteórica.
(Flick,2009:80)Ìrsseé um n.retodo
cìevaÌidaçãodos resultadose LÌmaspectormpor-
tanteclaspescluisas
qualitativas.
Quandoapenasum grupo é realizado,a equipecie
pesquisanão teni condiçÕes de avaliarse aqueÌadinâmicaefetivamenteprocìuzi1
os resultados
esperadose seasinformaçõesobtidasjunto a aquelesparticipantes
cle
fatoresporldeo problemade pesquisa.
Muitos fatorespodeminterferirno resuÌtadrr
da dinâmica,como uma composição
desequilibrada
entreos participantes
quecon-
OAP II]L(]

tribuiu paradesviaro focoda discussãoou Íãvorecero ponto de vistade apenasum


inf-orn.rante
(geralmenteaqueleque dominou a sessão e cuja participaçãosesobre-
pôs à dos demais);ou eventosimprer.istos
(interrupção,dispersão, timidez,dificuÌ-
dadede entenderasperguntasetc.)podem ter produzido urlii clir.râ1-rica
totaÌmente
f.r. do planejado.Assim,é importanteco'duzir rnaisde um grupo focal,
especial-
mentena Íàsede testedasperguntase da estruturado roteirocletópicos,
para que
os probÌemasde recrutamentoe de elaboraçãodo roteiro fiquem eviclentes.
Isscr
significaque cacla'ariáveli'serida no desenhodo estudomultiplicao número
de
Sruposnecessários em progressão por essarazao,opÌanejamento
geométrica. deve
considerarcuidadosanlentequaissãoas principaiscaracterísticas
que deverãoser
comparadas e quaisasvariáveisquenecessariamenteserãoimplicaclas
na composr-
çãodos grllpos,para que o projetopossaserexecutado.
A seguirsãoapresentados algunsexemplosde desenhosde estucloscom gru-
pos focaisque ajudama entenderquantosgruposde'em serreaÌizados.
No primeiro exempÌo,a equipede pesquisaé co'tratada para avaliarum pro-
griìma de qualificaçãoprofissionalvoltadopara jovensque estãoingressando
n<r
mercadode trabalho.A equipedecideque os participantesda pesquisa
sàoos;.
vens que passarampekr programa nos últimos dois anos e que nenhuma outra
característica
serácomparadaou contrastada.Nessecasoo desenhoutiiizado é o
de categoriaúnica,no quaÌde 3 a ,5grupossãorealizadoscorrìo púrblicoalvo atéter
se atingido a saturação.caso a equipedecidaque novosgruposnão trarào novc-rs
resuÌtados,o estudoé encerrado.

4.3.1 Desenho
Quaclro deestr.rdo
de categoria
única

Públicoalvo Númerode grupos


Jovensque participaramdo
Pr ogr anÌ iìn t r sr 'r l t i m o sd o i s a n o s x x X X

No segundoexemplo,a equipe de pesquisadecideaprofundar a avaliaçãoclcr


programa,comparandoo desempenhoprofissionaldosjovensqueparticiparamdeÌe
com o daqueles
quenãoparticipraram.
Alem disso,é interessante
contrastare compa-
rar a atuaÇãodosgestorese dos instrutoresresponsáveis
peÌaqualificaçãodos jovens.
Porérl,a equipesó ciispõede recursospararealizar9 grupos.Nessecaso,cletermina-
-seque a categoriamais importantea seranalisadaé dosjovens,então
nraisgrupos
serãorealizadoscom eles.os jovenssãoseparadcls entreaquelesque participaramdo
Grupos focais: conceita. aplicação e clesenvolvinenlo

programae os qtÌenào participaram.E importante,n.ìas


não e crucial,obter un-r-/àerl-
backd<tsinstrutorese dosgestoresdo programae a equipe
deciderealizarcÌoisgrupos
com instrutores.como há poucosgestores, apenasum grupo é concluzidocom eles.

Quadro4.3.2- Desenho
deestudocommirltiplascategonas

Público flvo Número de grupos


fovensqueparticiparam
do
programa x a Y
quet ì àrp) a rti c i p a ra m
[ r r v ens
oopr ogr am a x a Y
Instrutores .\ v
bestores x

No terceiroexen.rplo, o serviçode saúdepúblicaencomendaum estuclopara


entendero que vítim.s de acidentesde trabalhoconsideram
um bom traramento.
Os resultadosdo estudoserãoutilizados,juntarnenteconr
outrasfclntesc-le cla<jos.
para desen'oiverorientaçÕes clínicasno cuidadode pacientesem reabiÌitaçào. A
equipecoordenadorado estudodecideque é r.r-rais irnportar.rte
conversarcour piì_
crentesque estãclem reabiÌitação, masnão estãohospitalizaclos. A equipetambenr
pretendeouvir os familiaresrnaispróxinrosdessepacientes,
que pocÌernincluir cs,
pos aspais
, e f ilh o s .o s e rv i ç od e s a ú d ec o b req u atroregi õesd.s' uni cípi .s.
uma
instituiçãode apoioé selecionada para cadaregião.

Quadro4.3.3 Desenho
cÌeestudocomcluplaentrada

Númerode grupos

Zo na n orte
FamiÌiares

Zonas ul
FamiÌiares
Pacientes
Z onales t e
Familiares

Zona oeste
Fantiliares
No desenhodo estudo,é importante colocarna baÌançao tempo, os recur
sos disponíveise a capacidadeda equipede pesquisa.SegundoKruegere Casey
(2000),"geralmentedecidimosquantosgruposserãorealizadosem funçãodos re-
cursosdisponír'eis:
quantomenosrecursos,menosgrupos."(p.28-29)

I)() ROTI]ilì()DE pLRCt.NT,{.\


[:t-,tHrlR,,lc.'Ã()

A elaboração
do roteirode tópicosou perguntasa seremapresentadasaospar-
ticipantesdeveser reaÌizadaainda na fasede planejamentodo estudo.o grau de
estruturaçãodo roteiro dependerádos objetivosda pesquisa.
Quando o objetivo é responderdeterminadasquestÕes, o roteiro será mais
estruturado,com Íoco no que precisaserdiscutido.Na elaboraçãodo roteiro deve
sercstabelecido
um número precisode perguntas,com previsãodo tempo de dis-
cussãcl
dedicatÌoa cadauma deÌas.E,lasdevemir direto ao ponto e buscaratender
aosobjetivosda pesquisa.Nessecaso,cl moderadorterá de exercermaior controle
sobreo grupo,a firn de garantirque a discussãonão saiamuito do foco.
Jáquancioo objetivoé explorarum cleterminado
problema,a abordagempode
ser n-ìenosestruturada.As perguntassão mais abertase devem permitir a cles-
cobertade novasquestõesao Ìor.rgci
da discussão,gerandonovos lnsrglrÍspara a
equipede pesquisa.Nessecaso,o moderadorpocledar n-raisliberdadeao grupo
para conduzir a dinâmica na direçãoque mais lhe interessar,
encorajandoos in
terÌocutores
a compartilharemideias,sentinentose experiências,
pois o objetivoé
aprendercom a perspectivados participantessobreaqueleassunto.
Uma lista de tópicosa seremdiscutidose um tipo de roteiro menosestrutu-
rado. 'i'em a vantagemde ser mais rápido e fácil de ser elaborado,e permite ao
moderadorf-orn"ruÌar perguntasa partir doscomentáriosdosparticipantes. Porem,
e mais difícil de analisarcompararlvamente as sessòes,uma vez qur-as perguntas
podem serccllocadas
de maneiradilèrenteentreos grupos.Muitas vezes,é irnpos-
siveÌcompararo conteúdoentre os grupose quando sãoutiÌìzadosmoderadores
diferentes,o encaminhamentoda discussãopode tomar rumos muito divergentes
entresi.
fá um roteiro de perguntasestruturadasé mais diÍícil e levamais tempo para
sereÌaborado,mas tem maischancede atenderaosobjetivose interesses da equipe
de pesquisa.A qualidadeda análisetambém e melhor,pois o roteiro minimiza a
Grupos Íocais: conceito. aplE(ìÇàa e tjesenvolvintento

chancede as perguntasseremcolocadasde forma muito diferente,rrreÌhoranclo


incÌusivea consistência
das sessÕes
quan<1o
há mais de um moclererclor
na eqllllre.
Porem'nem sempreas perguntasfìncionam da forma como forarn
formr-rlacias.
gerandoum entendimentodiversodaquelequeoriginahnentesepretenclia
e, Ìlesse
caso,precisamserreformuladas.
os roteirosde perguntasutilizadosem grupos ÍocaiscÌe'em ser elaborados
no senticlode estimulara interacãoentreos participantese manter
urna6inân.rica
durantetodo o tempoprevistoparaa sessão, evitandoque o er.rgajarnento
tlospar-
ticipantescom o processoesmoreçaou desviedo foco cleinteresse <Ìospesquisaclo-
res.Por essarazáo'eleclevesercuidadosamente estruturadoem torno clasquestões
mais relevantes para a pesquisa.uma vez que se trata cleuma situaçãoartiÍiciaÌ,
em que asPessoas estãoreunidasparaatenderun1objetivoem particular,e preciso
construir adequadamente o "clima" para que as pessoasnão apenasÍàlen sobreo
assunto,como efetivamentereflitam sobreele,troquem icÌeiase exponham
suas
opiniões.um bom roteiro devecomeçarcom perguntasfáceis,que geram
lntera-
ção entre os participantese prosseguiratravésde un.rencacleamento lógico entre
as perguntas,para que a discussãoflua "natr-rraÌmente".Nessesentido,deveir cl.
geraÌpara o particulare preverun' tempoadequadopar. cadaresposta,
com nìals
tempo disponívelpara as questoesmais importantes.
Em um roteirotípic., há cinco tiposde pergur.rtas,
caclauma conì uma iunçào
específica na dinâmicado grupo e com unì pesodiferentena análise.

Quadro5.1_.Tiposde perguntas
ernroteirodegrupofìrcal

Tipo de pergunta
9bjerivo
Abertura Servepara os participant.:l*. a,uú....-" a.a ,,,.",,*rrl
conectados
Introdutórias Iniciam a discussãosobreo tema
'Ì'ransição
Realizama transicão;. f".rn-*r,Ì .h;
1r.",
da pesquisa ".,I*,a".
(lhave Iìeferem-seà preocupação centraldo estucio
Fina is Irecham a cÌiscussão
. r;uann-r
,r, p,.r,.-rptes,;r.tl.*
sobreo quef'oidito

As perguntasde aberturasão dirigidasa to dosos parti ci pantes


e geraÌmente
são utiÌizadaspara "quebraro gelo" e fazeras pessoassentirerl que
tênt algo cnt
O AP I TU L O

comum, coÌÌlo por exemplo,"Digamseu nome,a empresaonde trabalhame qual


o seucargoou Junçao".E,sse
tipo de questâonão necessariamente
interessapara a
pesquisae não é analisada,
pois suatìnção é estimulara participaçãoe a interação.
As pergur.rtas
introdutóriastêm o propósitode apresentaro ten-Ìa
geraÌda ciis-
cussãoe tàzeros participantespensaremsobreo assunto,incentivando-osa tro-
caremde icleiase experiências.
Essasperguntassãomaisabertase devempermitÌr
aosinterlocutoressecolocaremem relaçãoa como pensamsobreo tema em estu-
clo,como pclrexemplo,"O que levouyocêa trabalher nessa
tirea?".
As perguntasde transiçãodevernfazeruma conexãoentreo que foi discutido
na introduçãoe as perguntaschavepara o estudo.EÌasincentivamos membros
a
pensaremde uma forma mais abrangentee aprofundadasobreo assunto,como
por exempÌo,"Que diJ'iculdades
vocêencontraotualmentepara desenvolver
o seu
trabalho?".
As perguntaschavesãoo foco da discussão.
Devem ser as primeirasa serenì
eÌaboradas
peÌaequipede pesquisae consistemcleduasa cinco questoespnnci-
pais que ccrnstituern
o cerneda análise,como por exemplcl,"De que.formdsessds
dificuldudesufetam os resultqdosobtidospera empresa?".
A coordenaçãodo grupo
focalcleveserorientadanclsentidode reservaro maior tempo possíveÌpara a
<Ìis-
cussãodessasperguntas.
As perguntasfìnais encaminhama discussàopara o seu encerramento, per-
mitindo uma reflexãosobreo que fbi faÌadoaté o momentoe solicitandoum po-
sicionamentodos prrrticipantes em reÌaçãoao tema em f'oco,como por exemplo,
"De todasqs necessidades que discutimos,quar é q mais importantepara você?',.
GeraÌ'rer.rte, eiasabremespaçopara comentáriose acréscimose sãofundamentais
p a raa a n á l i se.
o cuidadona fbrrnulaçãodas perguntasé muito irnportantepara manter a
dinârnicaem "tom de conversa",reduzindoo desconfortoentre os participantes
e artificialidadeda situação.Devempoder ser enunciadascom clarezae naturali-
dade,sem parecerurn interrogatório.DessaÍbrma, devemser curtas,abertase de
fácil entendimento,com instruçõesclaras.contudo, nem serìpre um roteiro
de
perguntase um bom moderadorconseguem estimulara participaçãoe a interação.
Embora rnuito da dinâmica do grupo dependada capacidadedo moderadorde
mantera discussãofluindo o mais animadamentepossível, muitasvezesé precis6
r'ais do que perguntasparaquebraro gelo.A equipede pesquisapo<1e prevera ne-
cessidade
de utilizar outrosestímulosaindano testedo roteiro.Em uma dinâmica
de grupo focal,rnuitasoutrasatividadespodem sersugeridas'com o propósitode
......_ Grupos focais.' concoifo. aplicaÇão e
desenvolvimento

fazeraspessoas
fàlarem.Elasvão desdeatividadesqueexigemalgurla criatividade
e envolvimentopor parte dos membrosdo grupo, ao uso de técnicasprojetivas
quandoo assuntoem debateé sensivele aspessoas
tendema se sentirintilticÌajas
em falar sobrealguma coisana frentede outraspessoas. f'endo em mente que o
objetivoé garantir uma boa dinâmica,todo tipo de ideiascriativasnessesenticlcr
sãobem vindas.

N { oor n, lç , \ o D E c R [i p ()s F OC ,\]s

o moderadore o assistente
sãofiguraschaveem um estudocom gruposfocais.
Diferentemente
do entrevistador,que tem o papelde conduzir uma comunicação
em duasvias com um interlocutor,o moderadortem o duplo papeÌde conduzir
a discussãoe arbitrar a participaçãodos integrantesdo grupo. Além de prestar
atençãoà dinâmicado grupo,fazerperguntase estimulara reflexão,o moclerador
precrsaestaratentoao conteúdodo que as pessoasestãofàlando,analisanclose
há informaçÕesnovas(Ìue precisamser inr-estigadas,
se a discussãoestásaindo
do foco da pesquisae se todasas pessoasestãointeragindoigualmente.Tambénr
precisaestaratentoparaevitarque aspessoas comecema conversarparalelamente
entresi ou que um closparticipantesdomine a discussão.
o moderadorprecisalembrardo quejá Í-oidito ateo momento,enquantopres
ta atençãono que estáacontecendo, qual é a próxima perguntae qual o n.reÌhor
mon.ìentopara introduzi-Lae, finalmenteo significadodo que o grupo estádi-
zendo.Tudo isso ocorre simultaneamente no processode moderaçãoe, por isso,
trata-sede uma atividadequeexigemuita energiae concentração
e qualquerinter,
rupção,como a chegadainesperadade um membro atrasado,por exemplo,pocle
distrair o moderador(eo grupo)da dinâmica,interferindonos resultadosobtidos.
Por essarazão,e fundamentalter pelo menosmals uma pessoaresponsável pelo
bom andamentoda dinâmica.o assistente do moderador,além de tomar notase
observaro que estáacontecendo,deveser responsáveÌ
por ligar e desligaros gra-
vadores,receberas pessoase orientá-lasquandoprecisamsair,ajudara distribuir
materiaiscomo lápis,papele caneta,servir alimentose bebidasquandosoÌicitado,
paraque o moderadornão preciseselevantare interrompera atividacle.
euando o
estudoé reaÌizadocom gruposgrandes,é recomendável
ter mais de um assistente,
pois a cÌrancede dispersãoé r.naior.
aAP i rr i) |

o rr-roderador pocleser unl membro claequipecìepesquisa


ou não,cresde que
eleselatreinadopirradesempenirar a tarefàe tenhacÌomínioclosobjetivosc1apes-
quisa,do proptisit. c1ogrup. focal e daspergur.rtas
clueserãoÍèitas,creniodo que
tràoprecisecclnsultartl roteiro e se sintaseguro
para Í'orrluìarquestôesda tbrnra
mais IlaturaÌpclssír'el.Entboranãciexistaum perfil ideaÌclenrocieratìor, é bon.rque
a pessoaclueÍìrr assumiressaÍunçã. possLrâ habiliciacies sociais,ou seja,compre_
ettcìl a dinâniica tle um grupo, saibase comunicar
e, l-u.cl.urcntalrr.rente,
saiba
ouvtr o qtÌeaspessoastêni a dizer.
['Ìrngru;-rofìrcale u'ra experiênciasocial,o cìue
requer .r]ra pessoaque se
sinta â vontadepara recebere faÌirrcom pessoas
cstranhas,ilcentivanclo-asa se
expfessiÌrerÌr s.bre unr temiì que interessaespecialme'teà equipe
de pesquisae
saibaaprclvcitaras oporturidadesque surgenl
duranteuura cliscussão para abrir
not'oscitt.ttit.thos
de in"'estigaçàoe iiprofundarquestcles não preyistasno roteirocle
pcrguntas'AÌern c1enìàÍ"Ìter uma atitudeamigáveÌ,simpáticae benr-humoratla,
n'
sentidoclectlntribuiractIuá-ritnupara quetoclos
sesintanrà r'gntacle, o rn.cierador
clcYesabercluYiros participantes,abster-rclo-se cledar opiniões,e de se e'r.olver
na discussao'inllue-nciancÌo assinro resultaclocoÌlr seusprtiprios pont.s de r.,is-
ta Nessesentidcl'precisater auto-cliscipÌina parti não interÍèrir,nlcs'lo qua'cÌo
os participa'tesfirzemcornentáriose observaçòes
co'ì.rs quaisnào concclrcla ou
atnclaqttancÌolaz-entcríticasclumanifestanropir.rioes
que consicÌera c.quivocaclas.
o papeìde tnoderadornão deveser compartilhacÌo
pelo assistente. E'rbora a
cquipecìepesquisapossacontarcornmaisde um
mocleraclor, especialmente qua'
clo o cstud, envoÌverrruitogrup's, o ideaÌé que
aperas unìa pessoilconduzaa
dinàmica' pois e tnaistácil para os participantesse
clesligarenr cleunr motleraclor
e focarernsuaatençãonos cremais colegas,interagi'clclcom eres(ern,n.ez crornode-
rador),clclque duaspessoasÍàzencro perguÌltasao nìesnÌotempo para um grupo.
AÌem disso,a concelitriÌçâo neccssária paraÌnantera clinâlnicafÌuincjo,estirnular
a tnteraçáo,seguiro r.teirri, riprofunclaruma inÍbrmação
nova que emergeno ca_
lor da discussa.fica c.r'rprornetidaquanclcl essaatençãotem que serclivididacorn
inais utna Pessoaresponsár'el por interfèrir na ciinâmica.Es,. é um dos motii,os
pcÌosquaiso papelcletnocleracior e cleassistente cler.enr
estarmuito ciar.s para a
equipede pescluisa, para qLlea concentração do grupo sejafbcacÌaao rnáxirnoncr
problerla em cstuclo.
Ao i'iciar o grupo fìlcai,o moderaclorcreveapresentar
a equipecÌepesquisir,
expìicarbrer"enrenteos objetivgsda atividadee como ela seráconcÌuzida.
E fì'-
dar'rentaÌpedir. consentirnento closparticipantespara gravare garantir o ano-
Grupo.s íoôals. cancetta. aplicaÇaa e dese]volvinento

nimato dasdeclarações
que forem feitas,explicar.rcicl
que os rìomesserãoomitrclos
no reÌatóriode pesquisaou identificadospor n-reiode pseudôr.rinros.
(ìeralmelte,
é solicitadoaos participantesque digam seusnorÌes e fomeçanralgumasirrtìrr
m aç ôespont u a i sp, a raq u eto d o ss ec o n h e ç a rn.
D nrantea cl i nâmi ca,
o moderad6r
colocaráas perguntasprevistasno roteiro, mas cleveficar atentoaos cliferentes
encarninhamentosque elapuder tomar.Muitas vezes,os participantesantecilìanl
assuntosque serjamtratadosclepois,ou cÌemorar.nmuito pirra entrar no foco c1a
pesquisa.o moderadordeveser hábll tanto para incentivara participaçào,como
para direcionara cliscussão
no sentidoobjetivadopelaequipede pesquisa,consi-
derandoinclusi-"ea possibilidadeclernudar a ordem das pergur-rtas
e nãclrefazer
uma perguntacasoos participantesjá tenham antecipadoo assunto.
Um aspectoimportante do processoé a sondagernde novasinf-orrnaçiresir
partir doscomentáriosdosparticipantes.
Um bom nrclcleraclor
conheceberrro pr<i
bleri-ra
de pesquisae procuraaproveitaressasoportlÌnidadesinserindopergurrtas
que buscamexploraressasnoviìsinforn-raçÕes.
como por exernpìo,"t,ocêpodcrìa
dar um exemplo?", "potleexplicarmelhoro,|ut:
ou"poderiafalarmaissoI,rcl-s-so?",
vocêtluerdizercom isso",entreoutrasÍbrmulaçtìes.
A dinâmica do grupo pode soÍier alteraçÕes e interÍèrênciaspois há muitas
variáveisernjogo:nem sempreé possívelutilizar uma sal:respeciaÌnterrte
projetacÌa
par a gr upost Ìrc a i sIrm
. p e s q u i s asso c i a i sn, a rrai or pi rrtedasvezesos grnposfo-
c aiss ãoc onc l u z i d oesm l o c a i si rn p ro v i s a d o s,
c omo sal ascl eaul aem escol i rs,
sal as
de reunião,salõesparoquiais,auclitóriose ate mesrìÌona casiìc'laspessoas.Ncn.r
sempreé possívelacotlodar as pessoassentadasern volta cleuma nesa redonda,
as cadeiraspocÌemser desconfbrtáveis
e a climatizlçãodo arlbienteruiur. Outras
pessoasque não estãoenvoÌ'n.idas
com a pesquisapodem entrar e interrompera
atir,'idacle
e os própriosparticipantespoclemse mclstrardesinteressados,
des,:cln-
fiadosou intimidadoscorr-r
a presençadc estranl.ros
oLÌcorn a participaçãcl
exube-
rantede um dos membros.
Em todas essassituaçôestanto o moderador,quauto o assistentc, devernscr
ciìpazesde reagir no sentidode nrir.rimizaros efeitoscleuma intermpção ou dc
url problemaque tire a atençãodo grupo, colnprolÌ1etiìo anclanrentcl
clotrabalho
ou intertìrano rcgistroe na gravacãodo conteúdo.N{esmoque as pessoas
tenhanr
características
effÌ comunl, elasse comportam de uraneirasmuito clifèrentes nas
situaçÕesem grupo. E,contum qlle urn ou rìraisparticipantestenclama clominara
disctrssão,
participandotnaisatir.amente,interrornpendoos clemaise falandonais
tempo cloque tocios.Nessescasos,o rncldc-rador
cÌeveestaratentoe ser capazde
C A P Ì TI -] t O 3
-

lnterron.ìperou desviara atençãodo dominador para que todos


os participantes
te'ham chancede fãlar e interagir uns conl os outros.Tambem
e comum haver
pessoas intror.ertidasou tímidas,que têm dificuÌdadede se expor en"r
srtuaçõesde
grupo. o moderadordeveabrir espaçodurantea dinâmicapara
que essaspessoas
tarnbérncontribuamcom a discussão.
Ao tinal da discussão, o rnoderadorpode fazerum resunlocÌoque foi dito ou
solicitarao assistenteque façauma breverecapitulação com baseem suasanota_
çÕes.Nessemomento,devepedir aos participantespara corrigirem suasrmpres-
sÕese acrescentarem n.vas informaçoesque julgarem necessário.
euando to<Ìos
esti'erem satisfèitos,devedesligaro gravador,agradecera participaçãoe se des,
pedir' Geralmenteas pessoasnessaalturajá estãoperfeitamente
à vontadee con_
tinuam falandosobreo assunto,ou ain<laacrescentanmuitos
cladosvaÌiososacr
perceberemque o gravadclrestádesligado. Trata-se<ieuma oportunidadeexcelen_
te para reunir novasdescobertas.
Há muito mais a ser dito sobreo processode moderaçãode grupos
focais.
contudo, nenl mesmoa leitura atentade manuaise o rigor
da equipencl sentido
de prevertodosos possíveis problemassubstituia experiência.Tantoa moderação
cÌegrupos Íbcais,quanto o uso e a aplicaçâodestatécnica
de pesquisasao mais
ber.naprendidacom a prática;portanto,uma vez optando-sepor
ela,mãosà obral

(-c )\s r D E R,\q' Õt.s


r-rN ^ Ì.\

NestecapítuloprocuramosexploraraÌgumasdasprincipaisdiretrizes
no sen-
tido de garantirum bom desenhode pesquisae a apricação bem sucedidada técni
ca de gruposfocais.Esperamoscom issoter contribuídoparaorientar
estuclantes
e
pesquisadores a desenvolverem
estudosde forma criteriosae eficiente,produzindo
infornações relevantese confiáveis.porém, é importante ter
em mente que um
procedimentode pesquisajamais é perfeito.Nunca é clemais
salientara lmpor-
tânciade ter clarezaacercadassuasrimitaçÕese dos desafios!,.,eum estudodessa
naturezaimplica.
Grupos íocais. conceito. aplicaÇão e rlesenvolvtmento

R Ì , F I - RÊ Nc t , r s

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