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Direito Civil VI – Sucessões (I unidade)

Transferência patrimonial de uma pessoa, em função de sua morte.

Sucessão: “causa mortis”

Herdeiro: aquele que recebe parte ideal (herança)


Legatário: recebe bens individualizados, é uma figura da sucessão testamentária

“De cujus” é o autor da herança, dono do patrimônio que será transferido.

Herdeiro legítimo: da lei (art. 1824, CC)


1. Descendentes
2. Ascendentes
3. Cônjuge
4. Colaterais (facultativos)

Herdeiros necessários:
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

O testamento possui eficácia contida.

Herdeiro recebe parte ideal.

50% > Parte disponível (legítima)


50% > indisponível

- Vontade do autor da herança


- Vontade da lei

# Herdeiros:
- Legítimos
- Testamentários

A sucessão testamentária é aquela em que a transmissibilidade da herança é disciplinada por


um ato jurídico negocial, especial e solene, denominado testamento.

Já por sucessão legal ou legítima entenda-se aquela em que a transmissibilidade da herança é


regrada não pelas normas do testamento, mas, sim, pela própria lei. Vale dizer, são as regras
do Código Civil que cuidam de disciplinar a ordem de chamamento dos sucessores, também
denominada ordem de “vocação legal”.
Assim, se o autor da herança morre sem fazer testamento (ab intestato) — ou sendo este
inválido (nulo ou anulável) — é a própria lei que, atuando supletivamente, cuida de dispor a
respeito da sucessão hereditária.

A partir do momento em que recebe parte ideal, é herdeiro


Quando houver um bem específico para fulano, é legatário
Sucede a título universal o herdeiro, pois a ele é deferida uma fração (quota-parte) ou toda a
herança; por outro lado, sucede a título singular o legatário, pois a ele é deferido bem ou
direito determinado.
*Prelegado: posso figurar na linha sucessória como herdeiro e legatário

Espólio: Conjunto de bens deixados pelo morto


*DÍVIDAS

*Abertura de inventário: sacramentar a transmissão que já ocorreu

Abertura da sucessão: MOMRTE


- Atestado do médico (morte biológica)
- Certidão de óbito (ponto de vista jurídico)

Transferência automática da herança para herdeiros legítimos e testamentários


Art. 1784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.

Princípio de Saisine
É o princípio pelo qual se estabelece que a posse dos bens do "de cujus" se transmite aos
herdeiros, imediatamente, na data de sua morte. Esse princípio foi consagrado em nosso
ordenamento jurídico pelo art. 1.784, do Código Civil.
Da transmissão imediata e automática do domínio e posse da herança aos herdeiros legítimos
e testamentários, no instante da abertura da sucessão.
- Agarrar
- Assegurar

*Comoriência: MORTE SIMULTÂNEA


Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se
algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Exemplo

R$ 100
Antônio

R$ 100
Maria

Ordem
Descendentes
Ascendentes
Cônjuge
Colaterais

Se Antônio morreu primeiro, os bens dele passam p/ Maria, que é a cônjuge, logo após para os
colaterais de Maria
Dependendo do dia da morte, aplico a lei que era vigente naquele tempo
Capacidade sucessória: AS

Abertura da Sucessão
1. Transmissão automática: herdeiros legítimos ou testamentários
2. Capacidade sucessória

3. Lei aplicada
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.

1. DESCENDENTE (para o cônjuge concorrer com o descendente, depende de regime)


2. ASCENDENTE
3. CÔNJUGE (concorre com ascendente independente de regime)

Herdeiros legítimos
Descendente
Ascendente
Cônjuge
(Herdeiros necessários)
Colaterais (facultativos)

Fonte que deriva


Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

Sucessão pode abranger as duas formas:


- Legítima (lei) – AB INTESTATO
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da
herança.
50% reserva legitimaria
Legítima

- Sucessão testamentária

Exceção: Pacto antenupcial


Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz
se não lhe seguir o casamento.

Partilha intervivos:
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última
vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

Capacidade para suceder


1. Art. 1798: Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no
momento da abertura da concessão.
Ou seja, morte.

2. Morte do “de cujus” (autor da herança)


A capacidade só surge depois da morte

3. Precisa pertencer à espécie humana

Exceções
Na sucessão legítima:
- Município
- Distrito Federal
- União
Herança vacante, ocorre quando a herança é devolvida à fazenda pública por se ter
verificado não haver herdeiros que se habilitassem no período da jacência.

Testamentária: pessoa jurídica


“Fundação”
MP fiscaliza

Nondon conceptus: ainda não foi concebido


Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas
estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma
de fundação.

“Prazo de espera”
Art. 1800, § 4o: Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for
concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do
testador, caberão aos herdeiros legítimos.

Se não nascer, posso ter substituto. Se não houver, volto para sucessão legítima.

Linhas e graus de parentesco


Formas de suceder

Classes
Descendentes
Ascendentes
Cônjuge/Companheiro
Colaterais

Descendentes:
Graus
Filho
Neto
Bisneto
(sem limitação)

AH (Autor da herança)
1º (filho)
2º (neto)
3º (bisneto)

Formas de suceder
1. Por direito próprio ou por cabeça
Por exemplo, sendo três os filhos herdeiros, todos recebem quota igual, porque se
acham à mesma distância do pai, como parentes em linha reta.

Regras
1. Existindo herdeiros de uma classe, não se chama os herdeiros de classe
subsequente.

2. Dentro da mesma classe, os herdeiros de grau mais próximo excluem o de grau mais
remoto, salvo direito de representação.

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros


descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em


concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem
distinção de linhas.
§ 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha
paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo
o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

2. Por representação ou por estirpe


Concorrem, na sucessão, descendentes que tenham com o de cujus graus de
parentesco diferentes, ou quando a partilha, em vez de se fazer igualmente entre
pessoas, faz-se entre certos grupos de descendentes, grupos constituídos pelos
descendentes do herdeiro do grau mais próximo. A sucessão por estirpe dá-se na linha
reta descendente, excepcionalmente, na linha transversal, mas nunca na linha reta
ascendente.
Vocação indireta
Para haver representação:
- Sucessão legítima
- Pré morte
- Diversidade de graus

Na linha ascendente não tem direito de representação


MEAÇÃO: direito das famílias

Aceitação e Renúncia da herança


Cessão de herança. Petição de herança

Aceitação da herança
A aceitação ou adição da herança (aditio) é o ato jurídico pelo qual o herdeiro
manifesta, de forma expressa, tácita ou presumida, a sua intenção de receber a
herança que lhe é transmitida

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia
à herança.
*Se manifestar
INTRAVIRES HEREDITATIS
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança;
incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demostrando o valor dos bens herdados.

Expressa
A aceitação expressa é aquela que se opera por meio de uma explícita declaração do
sucessor, reduzida a escrito (público ou particular) ou a termo nos autos.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita;
quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado,
os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança,
aos demais co-herdeiros.

Tácita
A aceitação tácita é aquela que decorre da atitude do próprio herdeiro, que, embora
não tenha declarado expressamente aceitar, comporta-se nesse sentido (art. 1.805, 2ª
parte), habilitando-se, por exemplo, no procedimento de inventário ou de
arrolamento.
Pratica ato incompatível com a posição de herdeiro

Presumida
A aceitação presumida é aquela que resulta de uma situação fática de omissão.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança,


poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior
de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por
aceita.
Note-se que, no caso, se o herdeiro, instado a se manifestar, quedar-se silente ao fim
do prazo, significará que aceitou.
Direito de liberar
- 20 dias AS: para que o juiz o notifique
- 30 dias: prazo máximo para se manifestar

Aceitação
A aceitação, em qualquer das suas modalidades, quando manifestada, retroage à data
da abertura da sucessão, uma vez que confirma a transmissibilidade abstrata operada
por força do Princípio da Saisine.

Indivisível
Incondicional
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a
termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança;
ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário,
sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que
aceita e aos que renuncia.

Irrevogável
Outro importante aspecto a ser considerado é no sentido de não se admitir a
revogação do ato de aceitar.
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

Herdeiro legatário
Prelagatário/prelegado
herdeiro e legatário ao mesmo tempo

Quinhão: parte

Renúncia (tem que ser sempre expressa)


A renúncia da herança consiste na prática de um ato jurídico abdicativo do direito
hereditário conferido, com efeitos retroativos, que excluem o sujeito da cadeia
sucessória como se herdeiro nunca houvesse sido.
Ao renunciar a uma herança, o sucessor é banido do panorama sucessório, por
manifestação da sua própria vontade — razão por que também aqui é sentido o
princípio da autonomia privada — fazendo com que o bem a si transferido retorne ao
monte-mor (partilhável).

1. Capacidade civil
2. A pessoa casada depende de outorga para renunciar à herança?
2 correntes:
- Não! Exceto no regime de comunhão universal
- Sim! Exceto no regime de separação absoluta
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II - o direito à sucessão aberta.

3. Forma prescrita
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público
ou termo judicial.

4. Renúncia
- Incondicional
- Indivisível

Abdicativa: simplesmente renuncio


Translativa: Aceitação > doação
5. Aceitação
Irrevogável > Não posso aceitar e depois renunciar

6. Objeto lícito
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança,
poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao
conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente,
que será devolvido aos demais herdeiros.
Não posso aceitar para prejudicar terceiros

Cessão da herança
Quando exista o direcionamento da quota abdicada, na medida em que, com isso, não
se afronta a ideia fundamental do ato de renúncia, que, como vimos, faz retornar o
direito a todo o monte partível, e não a um herdeiro em especial. Assim, se um dos
herdeiros pretende abdicar do direito hereditário a si conferido em favor de
determinada(s) pessoa(s), e não de todos os demais herdeiros, estará, em verdade,
operando uma cessão de direito hereditário.

A cessão de direitos hereditários consiste em um ato jurídico negocial, pelo qual o


herdeiro (cedente), por escritura pública ou termo nos autos, transfere, gratuita ou
onerosamente, a sua quota hereditária a um terceiro (cessionário).
Ceder
1. Possibilidade de ceder sua parte antes da partilha
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II - o direito à sucessão aberta.

2. Só acontece depois da abertura da sucessão e antes da partilha

3. Intervivos: Cedentes

4. Aleatório: não sabe o que está comprando

5. Direito de preferência
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha
à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá,


depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e
oitenta dias após a transmissão.

6. Negócio oneroso
Legatário nunca poderá ceder

Dos excluídos da Sucessão. Indignidade. Deserdação. Reabilitação do Indigno.

Pena Civil > Afastamento


“Parrecídio”

Art. 935, CC
- Existência do fato
- Autoria

Indignidade
Trata-se, pois, de um instituto de amplo alcance, cuja natureza é essencialmente
punitiva, na medida em que visa a afastar da relação sucessória aquele que haja
cometido ato grave, socialmente reprovável, em detrimento da integridade física,
psicológica ou moral, ou, até mesmo, contra a própria vida do autor da herança.
Trata-se, pois, de um instituto penal — pois comina uma sanção ou pena — de caráter
civil, e que traduz uma consequência lógico-normativa pela prática de um “ato ilícito”,
instituto previsto no art. 186 do Código Civil de 2002, dado o seu caráter antijurídico e
desvalioso.

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:


I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro,
ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da
herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

Note-se que poderão incorrer nas situações acima tanto o herdeiro (sucessor universal
que recebe toda a herança ou uma fração dela) como o legatário (sucessor singular
que recebe bem ou direito determinado, componente da herança).

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de


indignidade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-
se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
Para que haja o afastamento é necessária uma sentença com trânsito em julgado
- Tem efeito ex tunc

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído


sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à
administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão
eventual desses bens.

Os bens que foram negados ao excluído não poderão favorecê-lo (nem na condição de
representante legal dos beneficiários), nem a ele retornar (por nova relação
sucessória), por expressa disposição de lei.

- O indigno não pode administrar, como também não pode suceder.

- Art. 1815, §1° e §2°


Prazo: 4 anos
- MP

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será
admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento,
ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em
testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da
indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.
- Testamento (expressamente)
Ato autêntico
PU: Tácita – testamento
É quando mesmo conhecendo o fato, não cita o fato. E deixa bens ao herdeiro.

1. Testamento válido
2. Causa prevista em lei
Art. 1814, CC
Art. 1962, CC > Ascendente, descendente
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

Art. 1963, CC > Descendente, ascendente


Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o
marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade

3. Herdeiros necessários (art. 1845)

4. Comprovação dos motivos


5. 04 anos após a abertura do testamento (art. 1945, § único)

Indignidade
- Art. 1814, CC
- Atinge herdeiros e legatários
- Sucessão legítima
- MP e/ou interessados
- 4 anos da abertura da sucessão

Deserdação
- Art. 1814, 1962, 1963
- Somente herdeiros necessários
- Testamentário
- Autor da herança
- 4 anos da abertura do testamento, parágrafo único, 1965

1. Sucessão legítima
2. Pré-morte
3. Diversidade de graus

A denominada “Sucessão Legítima” traduz o conjunto de regras que disciplina a


transferência patrimonial post mortem, sem a incidência de um testamento válido.
Nos termos do Código Civil, “morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança
aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento
caducar, ou for julgado nulo” (art. 1.788 do CC).

Com a morte do autor da herança, a transmissibilidade dos bens era linear, sem a
existência de eventual direito concorrencial, na seguinte ordem:
a) descendente;
b) ascendente;
c) cônjuge;
d) colateral

Às vezes o cônjuge concorre com ascendentes, às vezes também com descendentes

Sucessão pelo descendente


Falecido o autor da herança, esta será deferida ao(s) seu(s) descendente(s), primeira classe
sucessória 84, respeitada a regra segundo a qual o parente mais próximo exclui o mais remoto.

É preciso verificar se ocorrerá concorrência do cônjuge em relação ao descendente.


Nos termos desse dispositivo legal, havendo cônjuge sobrevivente (viúva ou viúvo), este NÃO
terá direito de concorrer com o descendente, se o regime de bens adotado foi de:
a) comunhão universal;
b) separação obrigatória;
ou c) comunhão parcial, se o autor da herança NÃO deixou bens particulares.

Por outro lado, haverá, SIM, direito de concorrer com o descendente, se o regime de bens
adotado foi de:
a) participação final nos aquestos;
b) separação convencional;
ou c) comunhão parcial, se o autor da herança deixou bens particulares
Correntes explicativas da concorrência do descendente com o cônjuge sobrevivente, no
regime da comunhão parcial

A norma legal proíbe que o cônjuge sobrevivente, que fora casado sob o regime de comunhão
parcial de bens, concorra com os descendentes na herança, caso o falecido NÃO haja deixado
bens particulares.
Trata-se da regra do “duplo não”: se “NÃO” deixou bens particulares, concorrência “NÃO”
haverá. Em outras palavras, sem prejuízo do seu direito próprio de meação, a(o) viúva(o) terá
direito concorrencial, em face dos descendentes, quanto aos bens particulares deixados pelo
falecido, quando o regime adotado houver sido o da comunhão parcial de bens.

Compreensão da expressão “bens particulares” para efeito de concorrência do cônjuge


sobrevivente com o descendente

Reputam-se “particulares” os bens integrantes do patrimônio exclusivo de cada cônjuge, tais


como: os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; os bens adquiridos com
valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares; as obrigações anteriores ao casamento; as obrigações provenientes de atos
ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos
de profissão; os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões, meios-soldos,
montepios e outras rendas semelhantes; e, ainda, todos os bens cuja aquisição tiver por título
causa anterior ao casamento (arts. 1.659 e 1.661 do CC).

Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus
ascendentes.

Direito de representação
Nem sempre concorrem com o cônjuge
Não há limite para sucessão
Herdeiros necessários

Sucessão pelo ascendente


Partimos da premissa de que, não existindo descendentes (1ª classe sucessória), a herança
será deferida aos ascendentes, independentemente do grau de parentesco que o sucedido
mantinha com esse parente na linha reta, respeitada a regra de que o parente mais próximo (o
pai, por exemplo) exclui o mais remoto (o avô):
“Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de
linhas”.

Assim, por exemplo, se Joaquim falece, não deixando descendentes, a sua herança, segundo as
regras da sucessão legítima, deverá ser deferida aos seus ascendentes vivos, preferindo-se o
pai vivo ao avô (haja vista que o parente mais próximo, como dito, exclui o mais remoto).

Por fim, devemos salientar que o cônjuge sobrevivente (a viúva ou viúvo) concorrerá com o
herdeiro ascendente, independentemente do regime de bens adotado, diferentemente do que
ocorre, como vimos acima, quando a concorrência se dá em face de descendentes do de cujus.
Em tal caso, concorrendo com ascendente em primeiro grau (o pai ou a mãe do falecido), ao
cônjuge tocará um terço da herança (1/3); caber-lhe-á a metade (1/2) desta, todavia, se
houver um só ascendente vivo, ou se maior for aquele grau (concorrendo com os avós, por
exemplo).

Não há direito de representação


Cônjuge (asc.) de primeiro: pai e mãe 1/3

Não há limite
Herdeiros necessários

Sucessão pelo Cônjuge

Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da
morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois
anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do
sobrevivente.

Direito Real de Habitação

Art. 1831: Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem
prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao
imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a
inventariar.
Desde que só tenha um bem destinado à residência

Disciplina efetiva da sucessão do cônjuge


Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da
morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois
anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do
sobrevivente.

Separado de fato
Há mais de 2 anos
Há 2 anos ou menos

Contribuiu para adquirir os bens?


Se não, não vou dividir
Separado de fato há 15 anos
Adquiri os bens há 5 anos. Independente do regime de bens, não divide.

Concorre com os ascendentes independentemente de regime de bens

Colaterais
Até o 4º grau
Direito de representação (1º caso)

Irmãos
Bilaterais/germanos
Unilaterais

Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

CÔNJUGE

Concorrência
Com descentes
O cônjuge sobrevivente permanece em terceiro lugar na ordem de vocação hereditária, mas
passa a concorrer em igualdade de condições com os descendentes do falecido, salvo quando
já tenha direito à meação em face do regime de bens do casamento.
Na falta de descendentes, concorre com os ascendentes. Como herdeiro necessário, tem
direito à legítima, como os descendentes e ascendentes do autor da herança.

A ordem da sucessão hereditária encontra-se estabelecida no art. 1829.


Em primeiro lugar, figuram os descendentes, porém, “em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens; ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não
houver deixado bens particulares”.

Haverá a mencionada concorrência se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança


deixou bens particulares, ou seja, se já possuía bens ao casar, ou lhe sobrevieram bens, na
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.

CONCORRE NÃO CONCORRE


Separação convencional Separação obrigatória (70 anos)
Participação final dos aquestos Comunhão universal não concorre, pois já
tem meação
Vai haver concorrência com os descendentes Comunhão parcial de bens sem bens
particulares
Comunhão parcial de bens com bens
particulares

Se o casamento tiver sido celebrado no regime da comunhão parcial, deixando o falecido, bens
particulares, receberá o cônjuge a sua meação nos bens comuns adquiridos na constância do
casamento e concorrerá com os descendentes apenas na partilha dos bens particulares. Se
estes não existirem, receberá somente a sua meação nos aquestos.

Comunhão parcial
Particulares
Tudo
Aquestos

3 perguntas
É cônjuge?
Concorre?
Quanto?

Concorrência do cônjuge
3 correntes

Bens particulares: doutrina majoritária


Tudo: doutrina minoritária
Aquestos: STJ

Existe sucessão do companheiro > União Estável (art. 1723)

*Concubinato não tem sucessão

A reserva da quarta parte da herança em favor do cônjuge sobrevivente na concorrência com


os descendentes

O art. 1832 do CC estabelece a forma de cálculo da quota devida ao cônjuge, em concurso com
descendentes:

“Em concorrência com os descendentes caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que
sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for
ascendente dos herdeiros com que concorrer”.

O cônjuge sobrevivente, dependendo do regime de bens do casamento, concorre com os


descendentes, conforme já mencionado. Nessa hipótese, e se os descendentes forem comuns,
ou seja, descendentes do falecido e do sobrevivente, simultaneamente, a quota do cônjuge
supérstite não poderá ser inferior à quarta parte da herança.

Se, por exemplo, o casal tinha três filhos, e falece o marido, a herança será dividida, em partes
iguais, entre a viúva e os filhos. Assim, o sobrevivente e cada um dos filhos receberá 25% da
herança. Porém, se o falecido deixou quatro filhos ou mais, e tendo de ser reservado um
quarto da herança para o cônjuge sobrevivente, este receberá quinhão maior, repartindo-se os
três quartos restantes entre os quatro ou mais filhos. A repartição da herança por cabeça não
irá, portanto, prevalecer nesse caso.

Impende registrar que essa reserva da quarta parte diz respeito à herança possível do cônjuge,
e não à totalidade da herança, ou seja: a reserva deve ser feita apenas sobre os bens
particulares, excluindo-se a meação.
“Não existe reserva da quarta parte no tocante aos bens comuns”

No caso, todavia, de descendentes exclusivos do de cujus, isto é, de não serem descendentes


comuns, como na hipótese da existência somente de filhos de casamento anterior, o cônjuge
sobrevivente não terá direito à quarta parte da herança, cabendo-lhe, tão só, quinhão igual ao
que couber a cada um dos filhos.

O art. 1832 não prevê a hipótese de haver filhos do de cujus com o sobrevivente e também
filhos tidos por ele com outra pessoa. Há, nesse caso, concorrência do cônjuge sobrevivo com
filhos de origem híbrida, deixa dúvida sobre o prevalecimento, nesse caso, concorrência do
cônjuge sobrevivo com descendentes comuns e com descendentes exclusivos do autor da
herança.

A omissão, deixando de prever a solução para esses casos, bastante comuns, de concorrência
do cônjuge sobrevivo com filhos de origem híbrida, deixa dúvida sobre o prevalecimento,
nesse caso, da reserva da quarta parte dos bens a serem partilhados, dando origem a três
correntes antagônicas:

Uma parcela preponderante da doutrina sustenta que não assiste ao cônjuge o direito ao
benefício se existirem, concomitantemente, descendentes comuns e unilaterais, tendo em
vista que o Código Civil assegura ao cônjuge o direito à quota mínima somente quando for
ascendente de todos os herdeiros descendentes do falecido.

Deve-se entender, com efeito, na hipótese aventada, que o cônjuge supérstite teria direito
única e exclusivamente a quinhão igual dos demais descendentes, pois, se o legislador
quisesse, poderia ter estabelecido norma para regular essa situação. Como não o fez, essa
interpretação sistemática da hipótese desponta como a mais condizente com o ordenamento
jurídico.

A segunda corrente defende a ideia de que, nesses casos de filiação híbrida, todos os
descendentes deveriam ser tratados como comuns, para fins de reserva da quarta parte da
herança para o cônjuge sobrevivo.
Tal solução representa, todavia, apreciável prejuízo aos descendentes exclusivos do falecido,
uma vez que, por não serem descendentes do cônjuge com quem concorrem, são afastados de
parte considerável do patrimônio exclusivo de seu ascendente falecido.

Uma terceira corrente propõe a divisão proporcional da herança, segundo a quantidade de


descendentes de cada grupo: resguardar-se-ia a quarta parte da herança ao cônjuge somente
com relação aos filhos comuns, e fazendo-se partilha igualitária, sem aquele mínimo de um
quarto, com relação aos herdeiros.

Verifica-se, assim, que a primeira alternativa, ao assegurar a reserva da quarta parte somente
quando todos os descendentes forem comuns, é a que melhor atende à mens legis, pois a
intenção do legislador foi, sem dúvida, beneficiar o cônjuge, acarretando o menor prejuízo
possível aos filhos.

1. Comuns/Filhos – ¼

2. Exclusivos – Partes iguais


Filhos só do morto

3. Filiação híbrida
5 comuns
5 exclusivos

3.1: Reserva de ¼ e comuns. Divide igual com os exclusivos.


3.2: ¼ pra ela e divide o resto
3.3: Parte iguais (cônjuge sai prejudicado).

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