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arquitetos, engenheiros,
médicos, mas cidadãos com
empatia.”, afirmou José Alves de Freitas
Neto, coordenador do
vestibular da Unicamp
“Mas quem é que sabe
como? Viver... o senhor
já sabe: viver é
etcétera...”
“O correr da vida
embrulha tudo, a vida é
assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois
desinquieta. O que ela
quer da gente é Guimarães Rosa
coragem.“
“Eu falo:
português, alemão, francês, inglês, espanhol, italia
no, esperanto, um pouco de russo;
leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o
dicionário agarrado); entendo alguns dialetos
alemães; estudei a gramática: do húngaro,
do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês,
do tupi, do hebraico, do japonês, do checo,
do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um
pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho
que estudar o espírito e o mecanismo de outras
línguas ajuda muito à compreensão mais profunda
do idioma nacional. Principalmente, porém,
estudando-se por divertimento, gosto e distração.”
SOBRE O AUTOR
Médico, diplomata, membro da ABL ;
Pertence à terceira geração modernista
Manifestação estilística
Prosa Urbana
A principal caraterística da prosa urbana é sua
ambientação nos espaços da cidade, em detrimento do
campo e do espaço agrário. Nesse estilo destaca-se a
escritora Lygia Fagundes Telles.
Prosa Regionalista
A prosa regionalista absorve, por outro lado, aspectos do
campo, da vida agrária, da fala coloquial e regionalista,
por exemplo, na obra de Guimarães Rosa.
A hora e
a vez de
Augusto
Matraga
GUIMARÃES ROSA
ESTRUTURA DA OBRA
Narrado em 3ª pessoa/consciente
9 contos – Sagarana - fechamento
Violência e misticismo
Regional e erudito
Verossimilhança
ESPAÇO – MINAS – Murici – Tombador – Rala-Coco
Tempo – cronológico
Personagens
Augusto Padre
Angélica/Sariema Tião da Tereza
(Tomázia) Joãozinho Bem-Bem/
Dinóra Jagunços/
Mimita Primo – João Lomba
Quim Recadeiro Velho
Ovídio Moura
Major Consilva
Casal de pretos
O conto enfatiza duas
constantes da vida do
sertão:
a violência e o
misticismo, na
interminável luta do bem
e do mal....
NARRADOR
FALA DIRETAMENTE AO LEITOR
METALINGUAGEM
E assim se passaram pelos menos seis ou seis
anos e meio, direitinho desse jeito, sem tirar
nem por, sem mentira nenhuma, porque esta
aqui é uma estória inventada, e não é um
caso acontecido, não senhor.
INDALÉCIO e ANTÔNIO DÓ –
Indalécio ajudou a milícia a prender Antônio Dó. O
primeiro desentendeu-se com o Major Alcides do
Amaral e também ficou preso. Juntos, Indalécio e
Dó arma planos para a fuga e vingança. Dó traiu
Indalécio e acabou com ele.
Os 4 movimentos
A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA
1) apresentação de Matraga;
2 ) nó ou intriga;
3) regeneração do protagonista;
4) viagem e duelo final.
Recebe a sentença de
que a renúncia à sua vida
anterior é o único meio
de se salvar e o processo
de salvação tem início.
A primeira viagem
Vai viver num sítio (resquício de seu
passado) em companhia do casal que o
salvou.
Tentações (TIÃO/Joãozinho/Joãozinho)
O jumento é animal sagrado x bode
Ele
entra na cidade montado num
jumento, como Jesus
Lágrimas de Virgem Maria - apelo
Pede pra ser enterrado em campo santo
O povo o chama de santo
O BODE
CRISTÃOS: SATANÁS
GREGOS – DIONÍSIO
EGITO – DEUS PÃ – NOBREZA
NÓRDICOS – SÍMBOLO DE THOR
LIBIDO E FERTILIDADE
FRUTOS DO ESPÍRITO
PADRE - CONSELHOS
SANTO
CARIDADE TRABALHO
ALEGRIA
CARIDADE
PAZ
PACIÊNCIA FÉ
LONGANIMIDADE (CORAGEM) MANSIDÃO
BONDADE
BENIGNIDADE
FIDELIDADE
MODÉSTIA
CONTINÊNCIA
CASTIDADE
Indícios – a chegada da hora
Depois do tempo de penitência e dos anos sem
beber, fumar, se interessar por mulher e querer
brigar, a natureza começa a florescer e se preparar
para o novo “nascimento”.
“E, à noite, tomou um trago sem ser por regra, o que foi
bem bom, porque ele já viajou, do acordado para o sono,
montado num sonho bonito, no qual havia um Deus
valentão, o mais solerte de todos os valentões, assim
parecido com seu Joãozinho Bem-Bem, e que o mandava ir
brigar, só para lhe experimentar a força, pois que ficava lá
em cima, sem descuido, garantindo tudo.
Indícios - renascimento
‘E ainda outras coisas tinham acontecido, e a primeira delas era
que, agora, Nhô Augusto sentia saudades de mulheres. E a força
nele latejava, sem ondas largas, numa tensão confortante, que
era um regresso e um ressurgimento.”
“...e logo entoou uma das letras que ouvira aos guerreiros de seu
Joãozinho Bem-Bem:
‘A roupa lá de casa/não se lava com sabão:/lava com ponta de
sabre/e com bala de canhão...’
Cantar, só, não fazia mal, não era pecado. As estradas cantavam.
E ele achava muitas coisas bonitas, e tudo era mesmo bonito,
como são todas as coisas, nos caminhos do sertão.”
As epifanias (como em Clarice)
“Mas, afinal, as chuvas cessaram, e deu uma manhã em que Nhô
Augusto saiu para o terreiro e desconheceu o mundo: um sol,
talqualzinho a bola de enxofre do fundo do pote, marinhava céu
acima, num azul de água sem praias, com luz jogada de um para
o outro lado, e um desperdício de verdes cá em baixo – a manhã
mais bonita que ele já pudera ver.” (...)
Essência x aparência
Tragédia humana
Conflito de forças
Certo x errado
Bem x mal
Apolo x dionísio
Rosa, nesse conto, representa algo inerente
ao homem, fazendo com que a experiência
de leitura possa funcionar como um
verdadeiro convite ao leitor a refletir sobre
a própria existência.
“A travessia/superação de
obstáculos por ocultos caminhos é
uma temática recorrente em Rosa.
Também é recorrente a presença de
forças mágicas da natureza atuando
sobre o mundo e mostrando as
possibilidades de os fracos se
tornarem fortes, de se saber de
uma vida no resumo exemplar de
um dia.”