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Doutrinas Heréticas no G12 – Estudo

Posted byaldoadv18.02.2010Posted inG 12


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Amados colegas pastores(as) e líderes Metodistas Livres do Concílio


Brasileiro

Solicito que estejam estudando com cuidado este material que preparei
sobre as questões relacionadas ao G12. Gostaria de conversar
pessoalmente com todos aqueles que tivessem dúvidas a respeito do
assunto. Se quiser, também, pode me telefonar ou fazer perguntas por e-
mail.

No amor do Senhor,
Bispo José Ildo Swartele de Mello

Doutrinas e práticas do G12 que nos preocupam:

• Forma centralizadora de poder. Não podemos nos esquecer dos


princípios bíblicos sustentados pela Reforma a respeito do sacerdócio
universal dos crentes, de livre exame da Bíblia e, portanto, de livre
acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo. Por esta razão, questionamos
a forma piramidal e não democrática de poder, o que favorece o
autoritarismo, o que vai contra o espírito democrático de nossa
denominação e contra o Livro de Disciplina que estabelece a participação
da Assembléia para eleição periódica da diretoria da igreja. Não cabe ao
pastor escolher os seus doze, que lideraram com ele, mas sim à
Assembléia da Igreja com a participação democrática de cada membro.
Também não reconhecemos aqueles que se denominam apóstolos,
querendo com isto dizer que estão mais próximos de Deus do que os
“meros” crentes, sejam eles pastores ou leigos, alegando possuírem
também a mesma autoridade dos apóstolos do Novo Testamento. Lutero
e os reformadores lutaram tanto contra os conceitos relativos a figura e
ministério do Papa, e, para nossa surpresa, vemos a mesma idéia
ressurgindo no seio Evangélico. O mundo dá voltas e a história se
repete. Também questionamos a necessidade de estar debaixo da
cobertura espiritual de alguém que pertence à outra denominação. Se o
movimento é bíblico, por que parece que alguns estão se assenhoreando
dele? Por que se denominam apóstolos? E por que estabeleceram um
modelo piramidal, quase papal, com centralização de poder? Não existe
aí o estabelecimento das bases para o surgimento de uma nova
denominação? Para reforçar ainda mais este argumento contra este
modelo autoritário do G12, vemos também o registro no Livro de Atos,
que os 7 (e não 12) Diáconos não foram escolhidos pelo pastor ou pelos
apóstolos, mas foram eleitos por toda a comunidade (At 6.5)!

• Não concordamos que nenhuma espécie de método seja adotado pela


igreja por imposição do pastor e nem seja implementado e forçado um
modelo que venha a produzir divisão, amargura e prejuízo à paz no
Corpo de Cristo. Se é de Deus, a visão não só será do Pastor, mas há de
ser comunicada à igreja como comunidade do povo de Deus.

• Ênfase na experiência pessoal e mística, em detrimento da Bíblia.

• A pretensão de terem a última palavra da revelação de Deus para a


igreja do século 21.

• Sacralização do número 12, como se fora paradigma para o novo


modelo de grupos. Quanto ao número 12, por exemplo, não há registro
bíblico de que cada apóstolo tenha preparado doze discípulos, e
estimulado estes a discipular mais doze. Nem há registro de as igrejas
dos primeiros séculos da história cristã haverem criado grupos de 12
pessoas. O Livro de Atos registra que o número de Diáconos eleitos
eram 7 e não 12 (At 6.5). Os diáconos foram escolhidos pelo pastor ou
pelos apóstolos, mas foram eleitos por toda a comunidade!

• Crescimento numérico, como único critério de legitimidade bíblica e


evangelicidade, em detrimento da clareza e de formulação de sólidas
bases teológicas.

• Participação (no Encontro) como fonte única de autoridade crítica.

• Emoção humana, como evidência incontestável da presença do Espírito


Santo.
• Evidências de manipulação psicológica e espiritual, especialmente, no
Encontro, que é parte essencial do Movimento G12, não restando aos
dele participantes as condições e o tempo necessários à reflexão crítica,
à atitude bereana.

• O G12, as “koinonias”, os “grupos de ECO”, entre outros constituem


todos modelos humanos. Mas nenhum deles pode arrogar-se o “status”
de revelação final ou método perfeito; todos esses modelos são
marcados pela falibilidade humana. Concordamos com a importância das
células ou grupos pequenos para edificação e crescimento da igreja. Mas
o livro de Atos não dá testemunho de que a igreja primitiva funcionava de
modo pendular, no templo e nas casas?

• Teologia da Prosperidade;

• Quebra de Maldição hereditária para crentes

• Práticas de regressão psicológica;

• Ensino e prática da chamada “nova unção”;

• Misticismo: “Baseando-se em visões” (Cl 2) – Assim como os gnósticos,


não estão jogando o cristianismo fora, mas estão acrescentando uma
“nova espiritualidade”: “Nova unção”. Uma espiritualidade que vai além
de Cristo. Superespiritualidade, elitismo espiritual em busca de status.

• Prática do sopro espiritual;

• Ensino do batismo do Espírito Santo tendo línguas como evidência;

• Prática do segredo;

• Urros e palavras de ordem nos cultos.


• Ensinos sobre Batalha Espiritual e Espíritos Territoriais que fogem ao
padrão bíblico.

• Ênfase demasiada nos métodos, na estrutura pragmática que há de ser


seguida à risca, quando sabemos que Deus não unge métodos, mas
pessoas.

• Por que sacramentar, dando tanto valor a um método em particular,


quando a Bíblia não enfatiza a questão de métodos?

• Por que adotar o modelo como um pacote fechado tanto no método


tanto quanto no que diz respeito ao material, o que inclui revistas de
estudos com doutrinárias bastante questionáveis? Por que não fazer
como exorta o Apóstolo “Examinai tudo; retende o que é bom?”

Veremos abaixo alguns estudos sobre algumas doutrinas e práticas


estranhas encontradas no G12:

Teologia da Prosperidade:

São muitas as distorções doutrinárias da teologia da prosperidade:


Negam a soberania de Deus, dizendo que usar a expressão “se for (ou,
“conforme”) a Tua vontade” destrói a oração; há um espírito de orgulho
do “que eu posso fazer em nome de Jesus”; dizem que sofrimento,
pobreza e doença não devem fazer parte da vida de um cristão. Se,
porventura, um cristão estiver em tais circunstâncias é porque não tem
fé. A teologia da Prosperidade tem suas raízes na Ciência Cristã, que é
derivada do gnosticismo. Daí, vemos o dualismo da teologia da
prosperidade, quando diz que a morte física de Cristo não tem relevância
em relação a redenção do nosso espírito, tendo Jesus que morrer
também espiritualmente no “inferno”. Chegam a ponto de negar o sangue
de Jesus. Alguns afirmam a deidade humana. Hagin, maior precursor
desta teologia, em seu livro “Zoe: a própria vida de Deus”, página 79, diz
que nem Jesus Cristo tem um posição mais elevada do que nós diante
de Deus.

Eles dão uma ênfase exagerada no elemento “fé”, em detrimento da


verdade e do amor. Exemplo clássico do menino diabético Wesley
Parker, falecido em 23 de agosto de 1973, cujos pais foram presos por
negligência, devido à teologia da prosperidade, pois, após oração, seus
pais não mais permitiram que ele tomasse insulina; mais tarde,
arrependidos, escreveram o livro: “We let our son die” (“Deixamos nosso
filho morrer”). Apenas mais tarde, foi que seus pais reconheceram terem
colocado a fé, mais propriamente falando: o orgulho da fé, acima do seu
amor ao filho.

Eles revelam estar mais preocupados com a questão do sofrimento do


que com a questão do pecado. Mais preocupados com prosperidade e
saúde do que com santidade.

Questão da Prosperidade Material

A espiritualidade cristã não pode ser confundida com prosperidade


financeira, nem com sucesso e nem com saúde. Pois, fosse este o caso,
não poderíamos considerar nem a Jesus e nem os apóstolos como
homens espirituais, visto que eram pobres, ficavam doentes, passaram
muitas necessidades, sofreram perseguições, foram presos,
desprezados pelo mundo e foram martirizados. Jesus mesmo disse que
não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20) e não tinha dinheiro sequer
para pagar o imposto, tendo que solicitar a Pedro que pescasse um peixe
que teria uma moeda dentro de si que serviria para pagar esta divida (Mt
17.24-27), pois sabemos que Jesus, sendo rico se fez pobre (2 Co 8.9).
Pedro e João disseram claramente que não possuíam ouro nem prata (At
3.6). Paulo experimentou período de pobreza (Fl 4.11, 2 Co 6.10, Tg 2.5).
Comunidades inteiras de cristãos do Novo Testamento eram muito
pobres (2 Co 8.2, Rm 15.26, Ap 2.9). A própria Maria, entre todas as
mulheres a mais agraciada, não teve um lugar descente para dar a luz ao
seu Filho bendito. Todas as portas se fecharam e apenas a porta do
curral foi a que se abriu para ela e para José seu esposo. Ela não ficou
murmurando e nem ficou rejeitando aquele lugar fétido e incipiente. Ela
não ficou ali inconformada reivindicando um lugar condizente a sua
condição de bendita entre todas as mulheres. Ela, pelo contrário, aceitou
a sua própria cruz, acolheu a bendita graça de padecer por Cristo e não
de somente crer nEle (Fl 1.13). Foi naquele curral e naquela manjedoura
improvisada de berço que se fez Natal. A noite mais feliz da história
humana! Eis aí mais um exemplo do privilégio de participar dos
sofrimentos de Cristo e completar o que falta de suas aflições
(Colossenses 1:24). Perguntaram a William Booth, fundador do Exército
de Salvação, qual era o segredo do seu sucesso, ele respondeu: “Deus
teve de mim tudo o que Ele quis”. Infelizmente os evangélicos seduzidos
pelo consumismo têm feito o contrário: exigem de Deus tudo o que eles
querem.

Teologia da prosperidade se dedica a satisfazer as necessidades


artificiais criadas pela sociedade de consumo. Perigo do
condicionamento que o mundo exerce num sentido negativo. Não
devemos nos conformar com este mundo (Rm 12.1-2). A igreja, em vez
de ser um termostato, acaba sendo um termômetro que reflete e se
ajusta ao clima, só mostra o clima, mas não influencia o clima. Usam
Deus e a Bíblia como justificativa e meio para satisfação da ganância
humana. Pregadores da teologia de prosperidade dizem que tudo está
bem e que o sistema é magnífico e que os outros podem também vir a
serem ricos como eles. Nada de novo nisto, pois Miquéias 7.2-4 mostra
que a injustiça estava institucionalizada e permeava toda a sociedade
incluindo os falsos sacerdotes e profetas que já em sua época visavam
buscar riqueza para si mesmo.

Portanto, o que vemos é que, hoje, vivemos numa sociedade de


consumo, antes dela o que tínhamos era uma sociedade de produção,
onde se exigia muita abnegação e renúncia em prol da produção e
também da construção da própria felicidade, realização e prazer que
eram adiados para um tempo futuro ou de aposentadoria. Foi à aquela
sociedade que Freud se reportou. Mas na tentativa de combater um
extremo de repressão, acabamos mergulhando num extremo oposto,
num mundo do “não se reprima!”, “experimenta!”, “No limit!” Etc…
Portanto, na sociedade atual de consumo, o que predomina é o
individualismo e o hedonismo. Não existe disposição para se adiar nada.
Os próprios pais procuram satisfazer todos os desejos dos filhos, que
acabam não aprendendo a lidar com frustrações e “nãos”. As
propagandas, que são o pulmão deste sistema, criam novas
“necessidades” e nos falam de uma vida plena de satisfação imediata,
tipo êxtase proporcionado pelas drogas. Só que isto é utópico para a
maioria das pessoas que estão excluídas dos bens de consumo. Tal
frustração, incrementada pelo grande contraste entre a realidade e o
sonho, só faz é escancarar ainda mais a porta para o alcoolismo e para o
mundo das drogas. As drogas parecem, em algum sentido, ainda que por
pouco tempo, proporcionar a sensação de prazer tão valorizada por esta
sociedade de consumo. O incremento da violência também é uma outra
decorrência! Esta visão tão colorida da vida, que pouco tem a ver com a
realidade da grande maioria das pessoas, acaba fomentando ainda mais
inveja, cobiça e frustração, não apenas pela ausência do básico, mas,
agora, também pela ausência do supérfluo que nos é apresentado como
sendo indispensável para a sensação de bem-estar. Temos também que,
em nome da felicidade individual e também fascinado pela “grama do
vizinho que parece mais verde que a nossa”, impaciente e frustrado com
as naturais crises do casamento, o indivíduo, está cada dia menos
disposto a pagar um preço de renúncia em prol da sobrevivência da
relação, e, não tendo disposição de suportar frustração em curto prazo
para conquistar realização a médio e longo prazo, acaba optando pelo
caminho aparentemente mais fácil e de recompensa mais imediata ainda
que isto possa lhe custar sua felicidade futura.

A teologia da prosperidade é produto desta sociedade de consumo,


prometendo conceder através da fé tudo aquilo que as propagandas
dizem que uma pessoa precisa ter para ser feliz. Fazendo da fé uma
varinha de condão e, do nome de Jesus, uma espécie de abracadabra ou
lâmpada de Aladim para a realização de todos os sonhos despertados
pela sociedade de consumo. Alguns pastores sucumbem aos encantos
do sucesso e, buscando se tornarem celebridades, acabam entrando no
espírito deste mundo consumista. Passam a pregar uma mensagem
triunfalista e adocicada que esconde o preço do discipulado, nada
falando sobre a necessidade da negação de si mesmo e de se carregar
cada um a sua própria cruz, nada dizendo também sobre a graça de
padecermos por Cristo. Com a promessa de prosperidade e saúde
sempre em nome da fé, entram numa competição desenfreada em busca
de adeptos ou “consumidores”, chegando a apelar para novidades e
“promoções” a fim de atrair o “freguês”. Por falar no “freguês”, é ele a
grande vítima de todo este complexo sistema de nossa sociedade
consumista, que acabou até seduzindo parte da igreja evangélica. Diante
da grande mentira de que o prazer, o sucesso e o bem-estar físico,
econômico e social são o grande alvo da vida e que tudo isto está
acessível a todos. Iludido, o freguês busca no consumo a realização
imediata deste ideal, mas tem que lidar com a realidade de uma vida de
privações, injustiça, lutas e muitos sofrimentos. Frustrado, desamparado
e só está o freguês, sente-se fracassado e oprimido pela ditadura do ter.
Agora, nem na igreja encontra respostas para a sua dor, mas apenas
ainda mais culpa por não ter tido fé suficiente para ter sido bem sucedido
na vida profissional ou para ter sido curado de algum mal.
A teologia da prosperidade incentiva ganância por bens materiais e
promove Comodismo e conformismo ao mundo e ao seu sistema
consumista, individualista e de desigualdade e injustiça social. Os
adeptos da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de
reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo-se da soberania
divina.

Jesus disse: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra,
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam”
(Mt.6.19). E, no mesmo espírito de Cristo, o Apóstolo Paulo ensina:
“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos
levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.
Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas
concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens
na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males;
e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se
atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge
destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
constância, a mansidão” (1Tm.6.4-11). As riquezas costumam afastar os
homens de Deus. Jesus disse que é difícil um rico entrar no céu (Mt
19.23), eles são exortados a repartir suas riquezas com os pobres.

Por que é que os pregadores da teologia da prosperidade, que gostam


tanto de falar em “fé”, evitam falar do capítulo da Bíblia que mais fala
sobre o tema da fé, principalmente o texto que diz: “outros, por sua vez,
passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas, e
prisões, foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio
de espada, necessitados, afligidos, maltratados” (Hb 11.36-37)?

A cruz é a exigência de um novo estilo de vida caracterizado pelo amor,


totalmente oposto a uma vida individualista, centralizada em ambições
pessoais, indiferente frente às necessidades do próximo. Assim como a
Palavra se fez homem, também o amor precisa tornar-se boa obra para
ser inteligível aos homens (1 Jo 3.10). A evidência da vida eterna não é
só a confissão de Jesus como Senhor, mas é “a fé que atua pelo amor”
(Gl 5.6). Renúncia e sofrimento fazem parte do chamado dos discípulos
que devem carregar a cruz à semelhança do mestre. Fomos chamados
para servir e não para ser servidos.
Questão da Saúde Plena nesta vida

A teologia da prosperidade não ensina apenas que Deus pode curar,


com o que concordamos plenamente, mas o problema é que ensina que
Deus cura sempre em resposta a oração. E se alguém não for curado
após a oração? Bem, neste caso, a resposta que os adeptos desta
teologia dão é que está faltando fé, pois a cura está sempre à disposição
do crente. Ensinam que não é para orar pedindo para que seja feita a
vontade de Deus, pois dizem que isto seria uma negação da fé. Ensinam
que você não deve pedir a Deus, mas que precisa reivindicar e exigir o
que é seu por direito, a saber, saúde e prosperidade sempre. Sendo
assim, saúde e prosperidade se tornam os sinais de que uma pessoa
possui fé, enquanto que doença e pobreza seriam para eles sinais de
fraqueza espiritual. Aqueles, dentre os tantos que aderem a este
pensamento, e que, porventura, não conquistam cura e prosperidade,
acabam desenvolvendo sentimentos de inferioridade e culpa por não
terem tido a fé suficiente para obterem a tão desejada vida saudável e
prospera. O próprio Apóstolo Paulo seria considerado pelos adeptos da
teologia da prosperidade como um homem sem fé, pois viveu doente,
sofrendo em prisões, açoites e apedrejamento, além de ter padecido
fome, frio e nudez. Interessante notar, que o Apóstolo Paulo não era
adepto da teologia da prosperidade, pois em vez de se sentir
inconformado e diminuído na sua fé e em sua espiritualidade devido a
todas estas adversidades, ele sentia muito fortalecido e contente em sua
situação de fraqueza e debilidade, o que para ele era sinal da bênção de
Deus sobre sua vida e sinal da sua vocação e confirmação do seu
chamado ministerial e apostólico. Veja os relatos de 2 Co 11.23-30: “São
ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em
trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida;
em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma
quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas;
uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia
passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de
rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos
entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos
no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em
vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio
e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim
diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que
também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me
inflame? Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à
minha fraqueza.” Paulo continuou dizendo: “E, para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um
espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de
que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o
afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o
poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei
nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que
sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou
fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12.7-10).

Um argumento muito utilizado pelos pregadores da teologia da


prosperidade em defesa da saúde plena é Isaías 53.4-5. Mas, para um
melhor entendimento do significado do texto, é importante notar que este
mesmo texto falar sobre nossas dores e não somente nossas
enfermidades. Para ser coerente, baseado neste texto, um defensor de
que um cristão deve experimentar livramento total de todas as
enfermidades nesta vida, deveria também concluir que o mesmo deveria
ficar imune à dor. Mas é óbvio que nenhum cristão está livre da dor neste
mundo. Ou será que existe algum defensor da teologia da prosperidade
disposto a defender sua tese passado pelo teste da marretada no dedo?
Vemos aqui que a teologia da prosperidade erra em não reconhecer que
nós estamos vivendo um período de tensão entre a primeira e a segunda
vinda de Jesus. O cristão já usufrui parte daquilo que Cristo conquistou
para ele, algo assim como os primeiros frutos, mas ainda não desfruta da
plenitude, vive pela fé e não por vista, vive em esperança, aguardando a
segunda vinda de Jesus e a ressurreição dos mortos, quando o último
inimigo, que é a morte, será destruído (1Co 15.26). Enquanto isto não
acontece, o cristão continua a experimentar a fraqueza e as limitações do
seu corpo corruptível, que está sujeito às dores, enfermidades e a morte.
Paulo diz que nesta vida, nós, os cristãos, que temos as primícias do
Espírito, ainda gememos aspirando à redenção definitiva e plena que só
se dará por ocasião da segunda vinda (Rm 8.23). Cremos no poder de
Jesus para curar e cremos que Ele continua a curar a muitos em nossos
dias. Oramos por cura, mas sabemos que, a cura não é algo 100%
garantido. Não é apenas uma questão de orar certo e ter fé suficiente, é
preciso também estar de acordo com a vontade de Deus. E, Deus, em
sua soberania, pode escolher não curar como foi no caso do Apóstolo
Paulo que viveu doente (1 Co 4.11; Gl 4.13) e de outros no Novo
Testamento, como os companheiros de Paulo (Fp 2.30), Timoteo, que
tinha uma doença crônica (1 Tm 5.23), Trófimo (2 Tm 4.20), pois, Deus,
no casos destes, tinha outros propósitos que tem a ver com a sabedoria
e plano maior de Deus, que muitas vezes estão longe do alcance do
entendimento humano. “As aflições do tempo presente não se podem
comparar com a glória do porvir” (Rm 8.18). Veja que Deus não livrou
Paulo de seu espinho na carne, mesmo depois dele ter orado por 3
vezes. Deus respondeu dizendo: “a minha graça te basta, pois o meu
poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Paulo concluiu dizendo se alegrar nas
necessidades e privações, pois sabia que quando era fraco, aí, sim, é
que ele era forte. (2 Co 12). Podem os adeptos da teologia da
prosperidade dizer o mesmo que Paulo? Podem ele se satisfazer apenas
com a graça de Deus?

O texto de Daniel 3.15 a 18 mostra que Sadraque, Mesaque e Abede-


Nego não eram adeptos da teologia da prosperidade, mas, sim, da
teologia da “possibilidade”. Pois eles confessavam crer no poder de Deus
para libertá-los das mãos do Rei, mas entendiam que Deus poderia ter
outro plano e estavam dispostos a entregarem-se totalmente à vontade
de Deus seja ela qual fosse, veja o que diz o texto: “Agora, pois, estai
dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da
harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que
fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na
fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das
minhas mãos? Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei:
Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o
nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha
de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que
não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que
levantaste”.

Batalha Espiritual

Percebemos hoje, em várias igrejas evangélicas, que batalha espiritual


deixou de ser a luta cotidiana do cristão por resistir às tentações,
mantendo a fidelidade em busca de santidade e maturidade cristã,
vivendo para a glória de Deus, buscando o Seu Reino em primeiro lugar
(Ef 6.10-20), e tornou-se um espetáculo de confronto pessoal e direto
contra os demônios, em que, reuniões de orações deixam de ser os
momentos de buscar a Deus e suplicar a Ele (Ef.6.18,19), para
transformam-se nos momentos de falar mais com os demônios do que
com Deus. Onde Satanás torna-se o centro das atenções. Nada vemos,
em Ef 6.10-20, que justifique tais práticas. O modo bíblico de vencermos
a Satanás é nos revestirmos de Cristo e sua armadura que é composta
de justiça, evangelho da paz, fé, salvação, Palavra de Deus e oração;
nada ouvimos sobre a necessidade de se conhecer os nomes dos
demônios que dominam determinada região geográfica para podermos
travar batalha direta com eles e os expulsar. Não encontramos tal
fascínio pelo adversário ou pelo oculto e místico, nem aqui e nem em
outras partes da Bíblia. Vencemos o adversário de nossas almas nos
ocupando com as coisas excelentes e boas que o Senhor nos
proporciona para enfrentarmos o dia a dia. Nada de paranóia e
esquizofrenia. Muitos cristãos ficam tão fissurados com tais conceitos de
batalha espiritual que acabam ficando perturbados. Se é certo que não
devemos subestimar o inimigo, é certo também que não devemos
superestimá-lo, fazendo dele o centro de nossas atenções. Pelo
contrário, Cristo deve ocupar o centro de nossa vida, o que já é nossa
garantia de vitória. Nossos pensamentos devem estar ocupados com
tudo o que puro, amável… (Fp 4.8) nossos olhos postos no autor e
consumador de nossa fé (Hb 12.2) e devemos buscar as coisas que são
do alto (Cl 3.1-3). Não dar lugar ao diabo (Ef 4.27) é não dar ocasião ao
pecado, como por exemplo: deixar a mentira; não guardar rancor e ira;
não falar palavras torpes; nada de gritaria, blasfêmias e malícia, etc… (Ef
4.25-31), mas pelo contrário, ser imitador e Cristo andando em amor e
santidade (Ef 4.32-5.2).

MALDIÇÃO HEREDITÁRIA

• A maldição sem causa não se cumpre (Pv. 26:2).

• Um ditado popular censurado por Deus (Ez. 18.2-3).

• Cristo nos resgatou da maldição (Gl. 3:10 14).

• Em Cristo, as coisas velhas já passaram. (2 Cor. 5:17).

• Fostes abençoados com toda sorte de bênçãos e graças espirituais em


Cristo (Ef 1.3)
• Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo… Se Deus é por
nós, quem será contra nós?(Rm. 8:1 39).

• Contra o povo de Deus não valem encantamentos. (Nm. 23:8, 20 23).

EZEQUIEL 18:1 32

TEXTO BÁSICO: “Que tendes vós, vós que dizeis esta parábola acerca
da terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, a os dentes
dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nunca mais
direis este provérbio em Israel”. (Ez. 18:2 a 3).

INTRODUÇÃO

Alguns acreditam a ensinam que os cristãos podem estar sujeitos à


maldição de seus ancestrais. Existem livros a seminários que se prestam
ao ensino de como quebrar as cadeias da maldição hereditária. Eles se
baseiam principalmente em Êxodo 20:5 e Deuteronômio 5:9. Aliás, por
causa de uma má interpretação destes textos, surgiu um ditado que se
tornou muito popular em Israel “Os pais comeram uvas verdes, a os
dentes dos filhos é que se embotaram”.Vemos esta idéia em
Lamentações 5:7: “Nossos pais pecaram, e já não existem; nós é que
levamos o castigo das suas iniqüidades”.Bem, Jeremias já havia previsto
um dia em que este provérbio não mais seria proferido:” Naqueles dias já
não dirão: Os pais comeram uvas verdes, a os dentes dos filhos é que se
embotaram “. (Jr. 31:29). Mas Ezequiel afirma que este dia já chegou:
“Que tendes vós, vós que, acerca de Israel, proferis este provérbio,
dizendo: os pais comeram uvas verdes, a os dentes dos filhos é que
embotaram. Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, jamais direis
este provérbio em Israel” (Ez. 18:2 e 3). Para uma compreensão melhor
desta passagem é aconselhável a leitura e o estudo de todo capítulo 18
de Ezequiel. Ambos os profetas eram contra esta perniciosa doutrina,
que descambava em irresponsabilidade a fatalismo, pois é muito
conveniente para alguns desviar a culpa de si mesmos a transferi-la para
gerações anteriores, ou então, culpar o destino a as forças ocultas por
nossos fracassos, pecados, vícios a misérias; chegando a acusar a Deus
de injustiça, como em Ez. 18:25: “No entanto dizeis: o caminho do
Senhor não é direito…” Em outras palavras, Ezequiel nos ensina que, em
vez de voltarmos nossos olhos para trás em busca de resposta para os
infortúnios do presente, em vez de culparmos nossos antepassados, ou
os demônios, ou o destino, deveríamos olhar para nós mesmos a pedira
Deus que venha sondar os nossos corações, vendo se há em nós
caminho mal, a fim de nos guiar pelos Seus caminhos. (Sl. 139). O
pecado sim é que trás maldição: “… pois aquilo que o homem semear,
isso também ceifará”.(Gl 6:7). “A maldição sem causa não se cumpre”
(Pv. 26:2); “Amou a maldição: ela o apanhe; não quis a benção: aparte
se dele”.(Sl. 109:17); “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a
maldição” (Deut. 11:26), repare que bênção a maldição estão diante a
não atrás das pessoas, dependendo da nossa atitude para com Deus.

INFLUÊNCIA PAGÃ

Religiões pagãs como feitiçaria e macumba sempre atribuíram poderes


extraordinários aos pronunciamentos de benção a maldição. É como,
uma vez proferida uma maldição, ela tivesse vida própria e não
sossegasse até se concretizar. E para se ver livre de tal encanto, um
homem precisaria recorrer a um feitiço ainda maior. Perceba que tudo
fica no campo da magia.

A infiltração do misticismo a da superstição nas igrejas evangélicas do


Brasil é algo assustador. Muitos evangélicos substituíram as “três
batidinhas na madeira” por uma nova forma de esconjuro, usando em
todo o tempo a expressão “TÁ AMARRADO!”, procurando assim se
proteger, “quebrando” o poder de uma palavra negativa, exorcizando um
mal. E, por causa de tal influência pagã, muitos crentes sinceros estão
ficando obcecados por “Batalha Espiritual”, chegando a desenvolver uma
grande sensibilidade a uma percepção muito forte da presença do
maligno. Por mais que tentem, não conseguem disfarçar seu nervosismo
a inquietude que é fruto de desconfiança a temor. Ficam arrepiados a
atribuem isto a um discernimento espiritual.

Biblicamente falando, o pecado é que trás maldição, pois o pecado


separa o homem de Deus. Deus é a única fonte de bênçãos. Bênção é o
oposto de maldição. Maldição seria, então, estar distante de Deus.

CONTRA JACÓ NÃO VALEM ENCANTAMENTOS


A Bíblia ensina exaustivamente que os servos do Senhor não estão
sujeitos à maldição, a não ser que se desviem do caminho do Senhor.

Balaão não pode amaldiçoar o povo de Israel. Deus não permitiu! Disse
Balaão a Balaque: “Como posso amaldiçoar a quem o Senhor não
amaldiçoou?” (Nm 23:8) a “Ele abençoou, não o posso revogar… O
Senhor seu Deus está com ele… pois contra Jacó não vale
encantamento”.(Nm 23:20, 21 a 23). Sabendo, pois, Balaão que não se
amaldiçoa o povo de Deus com feitiços ou rogando pragas, ensinou
Balaão a Balaque como atingir o povo de Israel, seduzindo o povo ao
pecado, afastando os de Deus, que é a única fonte de bênção, levando o
povo ao juízo a condenação: (Apocalipse 2:14; Nm 25:1 18 a Nm 31:8 a
16).

As palavras não possuem tanto poder como querem alguns, conforme


concluímos das seguintes passagens: Tg. 2:15 16 e I Jo 3:18.

Salmo 109:17 “Amaldiçoem eles, mas Tu, abençoa; sejam confundidos


os que contra mim se levantam; alegre se, porém, o teu servo”.E em
Neemias 13:2 lemos: “Deus converte a maldição em bênção”; e, além
disso, o ímpio não sai impune do seu intento de nos prejudicar:
“amaldiçoarei os que to amaldiçoarem” (Gn 12:3). Ver também: Cl 2:14
15 a Pv. 3:26, 33.

O Salmo 91 nos ensina: “O Senhor te livrará do laço do passarinheiro a


da peste perniciosa. Sob suas asas estarás seguro… praga nenhuma
chegará a tua tenda…” E o Salmo 31:4 diz: “Tirar me ás do laço que, às
ocultas, me armaram, pois Tu és a minha fortaleza”. Ver também: Sl
118:13; Sl 84; Sl 146:5, 7; Sl 147:13; Sl 139:1 16; Sl 133:3; Sl 121:3 8; Sl
46:1, 5, 7; Sl 33:18 22; Sl 32:7; Sl 28; 7 9; Sl 29:11; Sl 27:1 6; Sl 23:6; Sl
21:11; Sl 18:1 3, 27 50; Sl 16:5 8, 11.

CRISTO NOS RESGATOU DA MALDIÇÃO

Cristo se fez maldição em nosso lugar. Foi crucificado como se fosse um


maldito para nos resgatar da maldição da lei, para que a benção
chegasse até nós. (Gl. 3:13, 14). “Os da fé” não estão debaixo de
nenhuma maldição, mas “são abençoados com o crente Abraão”. (Gl.
3:9).

“Quem está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram,


tudo novo se tornou”.(2 Cor. 5:17). Não precisamos nos preocupar em
desenhar nossa árvore genealógica, regredindo até a terceira a quarta
geração quebrando as cadeias. Em primeiro lugar, porque pactos a
alianças feitos pelos ancestrais não se transmitem automaticamente aos
filhos. Favor não confundir conseqüências dos pecados dos pais com
maldição. Pois é óbvio que os pais exercem forte influência sobre os
filhos, ou para o bem ou para o mal. Mas isto não é o mesmo que dizer
que eles estejam debaixo de uma maldição, de um feitiço, sob algum
encantamento, que necessariamente precisa ser quebrado para livrá los
de tal destino.Não devemos nos esquivar de nossas responsabilidades
pessoais. E também, quando nos convertemos, o sangue precioso de
Jesus nos purificou de todo o pecado (I Jo 1:7).

Não é necessário regredir pare nascer de novo, (Jo. 3). Um crente que
volts atrás pare quebrar cadeias de maldições hereditárias está pondo
em dúvida a sue fé e a sue salvação. Não está crendo que é nova
criatura a que as coisas velhas já passaram. Não está descansando no
poder de Deus a nem confiando no poder purificador a libertador do
sangue de Jesus. (Cl. 2:14-15; Apoc. 1:5; Rm. 5:9; Ef. 1:7, Hb 9:12, 14; I
Pe 1:18-19).

Em vez de retrocedermos devemos fazer como o apóstolo Paulo: “…


mas, uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam a
avançando pare as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Fp 3:13b)”.

Não há mais maldição a nem condenação para os que estão em Cristo.


(Rm. 8:1) Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm. 8:31). Tendo
em mente a definição bíblica de maldição: separado de Deus, ouçamos o
que a apóstolo Paulo ainda tem a dizer em Romanos 8:33 39: “quem
intentará acusação contra os eleitos de Deus?… quem os condenará?…
quem nos separará do amor de Cristo?… Pois eu estou bem certo de
que nem a morte, nem. Vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do
presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar nos do amor de Deus, que
está em Cristo Jesus nosso Senhor”.

“Ele nos libertou do império das trevas a nos transportou pare o reino do
Filho do Seu amor, no qual temos a remissão dos pecados, a redenção”
(Col 1:13, 14). Ver também Col 2:12 15; 3:1 3 10; Ef 1:3 14, 18 20.

Só como curiosidade: a última palavra do Antigo Testamento é


“maldição”; já o primeiro e mais importante sermão do Senhor Jesus
Cristo registrado no Novo Testamento inicia se com o termo: “BEM
AVENTURADO”!

A ignorância e a superstição escravizam, mas a verdade liberta. (Jo.


8:32).

Outros textos: I Jo 3:14; Gl 1:6; Jo 5:24; Is 43:2; Ecl. 3:15; I Pe 1:3 9,


1821, 23,24; 2:1 5 9-10; 4:7, 12 16; II Pe 1:3, 12,13; 2:1, 1618; I Jo 1:10,
13,14; 2:18 20, 26, 27; 3:1, 2, 8b, 24; 4:1, 4, 7, 12, 13, 15 17; I Jo 5:4, 5,
13, 18; Apoc. 2:25.

Discordamos daqueles que ensinam que o dom de línguas seja o sinal


do batismo com o Espírito Santo.

Cremos nos dons espirituais conforme o ensino das Escrituras. Paulo


afirma que todos os cristãos da igreja de Corinto haviam sido batizados
com o Espírito Santo (conforme 1 Co 12.13), mas o Apóstolo deixa claro
que nem todos possuíam o dom de falar em outras línguas (1 Coríntios
12:30). Jesus advertiu que é pelos frutos que um cristão é conhecido e
não pelos dons (Mt 7). Veja o que diz o parágrafo 3240 de nosso Livro de
Disciplina a respeito do assunto.

Segue abaixo uma série de lições a respeito do assunto que preparei no


passado para uma de nossas revistas de Escola Dominical. Creio que
podem ser úteis para um melhor entendimento desta questão tão
relevante.
Dons espirituais Lição 1
Bispo José Ildo Swartele de Mello

PNEUMATIKA
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MEDITAÇÃO DIÁRIA
Segunda-feira – UNIDADE NO CORPO DE CRISTO – Ef. 4
Terça-feira – 0 DEVIDO USO DE DONS ESPIRITUAIS – RM 12.3-8
Quarta-feira – 0 DOM  PARA SERVIR – 1 Pe. 4:7-11
Quinta-feira – DIAKONIA – Lc. 10:40; 17:8; 22:26s; At.6:2 e Ef. 4:12
Sexta-feira – COMUNHÃO E HUMILDADE – Fil 2:1-11
Sábado – VIDA PLENA DO ESPÍRITO – CI 3:12-17

Para Estudar: 1 Cor. 12, 13 e 14.

TEXTO BÁSICO: “A respeito das coisas pertencentes ao Espírito, não


quero, irmãos, que sejais ignorantes”.(I CORÍNTIOS 12: 1)

QUESTÕES INTRODUTÓRIAS PARA DISCUSSÃO E ESTUDO:

1. Quem é verdadeiramente espiritual?


2. Como é possível testar coisas e pessoas espirituais?
3. Pode a Igreja de Corinto servir de modelo de espiritualidade para nós?
Por que?
4. Em 1 Coríntios de 12 a 14 Paulo apresenta as respostas às questões
referentes às coisas espirituais. Temos, portanto, as soluções, quais
seriam, então, os problemas?

1 – A CIDADE DE CORINTO

Das cidades gregas, a menos grega era por esse tempo a menos
romana das colônias romanas. Era uma cidade em que gregos, latinos,
s¡rios, asiáticos, egípcios e Judeus, compravam e vendiam, trabalhavam
e folgavam, brigavam e se divertiam juntos, na cidade e nos seus portos,
como em nenhuma outra parte da Grécia. Era um ponto de parada
natural na rota de Roma para o Oriente. Corinto era populosa e próspera.
Era um lugar muito cosmopolita e importante. Era moralmente corrupta e
os seus habitantes eram profundamente propensos a satisfazer os seus
desejos, fossem de que espécies fossem. Nas palavras de von
Dobschutz: “0 ideal dos Coríntios era o atrevido desenvolvimento do
indivíduo. 0 negociante que conseguia lucro por todos e quaisquer meio,
o amante de prazeres que se entregava a toda luxúria, o atleta acerado
para todos os exercícios corporais e orgulhoso de sua força física, são os
verdadeiros tipos coríntios, num mundo em que o homem não reconhecia
nenhum superior e nenhuma lei, senão os seus desejos”.

II – A IGREJA DE CORINTO

A Igreja de Corinto atravessava in£meras dificuldades: divisões,


contendas, imoralidades (A igreja a estava no mundo, como tinha de
estar, mas o mundo estava na igreja, como não devia estar),
carnalidades de toda espécie, heresias (alguns negavam a fé na
ressurreição), ignorância e abuso dos dons espirituais, individualismo,
presunção espiritual, orgulho, inveja, confusão e desordem nos cultos.

Os crentes de Corinto, de acordo com suas pretensões e seu espírito


altivo, usavam os dons ou imitavam-nos em determinadas ocasiões, a
fim de se exaltarem pessoalmente, e não a fim de glorificarem a Cristo.
Não esperavam um pelo outro e nem respeitavam os próprios irmãos.
Todos falavam ao mesmo tempo e faziam esforço para ocupar o centro
do palco, onde se focalizava a atenção de todos. Em resumo, foi uma
igreja que deu muita dor de cabeça ao Apóstolo Paulo.

III – PNEUMATIKA

A) Paulo roga aos leitores no in¡cio da passagem (12:1), “A respeito de


pneumatika, não quero que sejais ignorantes”.O termo grego sublinhado
define o tópico em consideração.

Em 1 Coríntios ele trata de uma série de assuntos, introduzidos pela


observação feita em 7: 1, “Quanto ao que me escrevestes…” O assunto
do casamento ‚ discutido em 7:1-24. Um tratamento corolário começa em
7:25: “Com respeito as virgens…” Um novo tópico introduzido em 8:1,
usando uma fórmula similar: “No que se refere às coisas sacrificadas aos
¡dolos…”.

Uma outra consideração apresentada em 12.1, usando-se a mesma


fórmula introdutória: “A respeito de pneumatika…” E o final (tratado
brevemente)‚ introduzido em 16:1, usando-se novamente a fórmula:
“Quanto à coleta para os santos…” Nesta carta, Paulo está tratando de
uma série de variados assuntos que foram levantados pela
correspondência mencionada em (7: 1) e pela comunicação recebida da
igreja de Corinto (1:11). Cada tratamento ‚ coerente dentro de si, e
discreto; o contexto circundante serve como pano de fundo. 0 tratamento
de pneumatika abrange os capítulos 12 a 14, estes trˆs capítulos
funcionam como uma unidade, desenvolvendo um tópico comum.

B) 0 termo grego usado para identificar o tópico‚ usualmente traduzido:


“dons espirituais”. Pneumatika ‚, contudo, mais inclusivo que charismata,
que ‚ o termo escolhido quando se refere especificamente aos “dons” (ver
12.4, 3 1). A raiz do termo pneuma, que significa vento ou espírito. 0
resto do termo grego (tika)‚ desinência, como, por exemplo, em
português “-tico” acrescentado ao radical “pneuma” tornar-se
pneumático. 0 sentido da desinência ‚ semelhante ao português. 0 termo
grego pneumatika é neutro plural, referindo-se às coisas ou matérias que
são características do Espírito ou pertencentes ao mesmo.

C) “A respeito das coisas pertencentes ao Espírito…”. A discussão inclui


dons, mas como parte de uma agenda mais ampla. 0 amor é central,
como matéria de significação vital em qualquer consideração das “coisas
pertencentes ao Espírito”. É vital também a edificação da igreja, a ordem
no culto e ministério. Esses não são dons espirituais em si, mas cruciais
à obra do Espírito na igreja.

D) “Não quero que sejais ignorantes a respeito dessas coisas”, declara


Paulo. A ignorância espiritual, qualquer que seja (desinteresse, falta de
estudo, confusão ou medo) deve ser eliminada da igreja. As
conseqüências, inclusive anemia espiritual e ineficiência ministerial, são
debilitantes. Pior ainda, ignorância gera ignorância (espiritual), da qual
nascem diversas doutrinas erradas. Temos que estudar diligentemente
as “coisas pertencentes ao Espírito”. 0 nosso próprio bem-estar espiritual
e o estabelecimento da nossa igreja dependem desse estudo.
CONCLUSÃO

Esta lição é uma introdução a PNEUMÁTIKA, tema desenvolvido, de


maneira brilhante, pelo apóstolo Paulo, nos capítulos 12 a 14. Em
nenhum outro lugar da Bíblia se dá uma atenção Cio especial a este
assunto de vital importância para vida da igreja, como aqui, nestes três
capítulos, que por esta razão se revestem de inigualável importância
para a compreensão das “coisas pertencentes ao Espírito”.

É indispensável o conhecimento do contexto histórico, geográfico e social


da cidade de Corinto, bem como das características e do perfil daquela
igreja. E, a partir daí, tendo em mãos os escritos de Paulo, procurar
reconstruir as circunstâncias que motivaram as “respostas” de Paulo
nestes 3 capítulos, que estão perfeitamente conectados e formam uma
unidade sobre o mesmo tema: – PNEUMATIKA. E por isto não podem
ser estudados como se fossem independentes um do outro.

0 que Paulo escreve a seguir visa instruir e trazer luz a um assunto de


vital importância para a igreja, onde a ignorância pode levar a uma série
de erros.

Dons Espirituais lição 2


Bispo José Ildo Swartele de Mello

CHARISMATA
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MEDITAÇÃO DIÁRIA:

Segunda-feira – A Sabedoria do Espírito Santo – 1 Coríntios 2:6-16


Terça-feira – A unidade entre Cristo e o Espírito – 2 Cor. 3:17, 18
Quarta-feira – A missão do Espírito – Jo. 14:16-23, 26
Quinta-feira – 0 Espírito veio para dar testemunho de Cristo – Jo. 15:26
Sexta-feira – Veio para glorificar e anunciar a Cristo – Jo. 16:7-15
Sábado – Deus é soberano – 1 Tm. 6:15 e Ap. 1:5-8

PARA ESTUDAR: 1 Coríntios 12: 1 -11


TEXTO BÁSICO: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.”
(I Cor. 12:4).

INTRODUÇÃO

QUESTÕES INTRODUTÓRIAS PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Os dons do Espírito são recompensas por um esforço feito? 2. Quais


os propósitos dos dons espirituais? 3. Os coríntios davam proeminência
a dons mais extraordinários, como o dom de línguas, em detrimento dos
outros dons. Por que? Quais eram as suas motivações? Quais foram as
conseqüências desta atitude? 4. É correto pensar que o Espírito Santo
leva a pessoa além daquilo que ela tem “meramente” em Jesus Cristo,
ao invés de levar precisamente a Ele (v.3)? Ou, seria exato concluir que
o Espírito leva os cristãos para cima e além da “maioria dos cristãos” e
doutras pessoas, ao invés depara eles no serviço e no ministério? 5.
Devemos nos sentir superiores, ou considerar outros superiores
simplesmente baseados na posse deste ou daquele dom? 6. Na sua
opinião, por que há diversidade de dons e serviços no ministério cristão?

1 – CHARISMATA

A concepção paulina de “dons” é mais dinâmica do que o nosso uso


moderno.

Nós temos essencialmente um só meio disponível de nos referir aos


“dons” os quais qualificamos como “dons espirituais” ou “dons do
Espírito”. Paulo usa diversas descrições, as quais não só esclarecem o
conceito bíblico, mas também nos ajudam a definir “dons”.

0 termo chave, usado com referência específica aos dons espirituais, é


charismata (12.4, 31; Rm. 12.6). 0 termo está na forma plural; o singular
é “charisma”. A raiz do termo, “charis”, é a palavra que no Novo
Testamento significa “graça”. A conexão com graça é vital ao
entendimento correto de dons espirituais, como se vê em Efésios 4:7: ‘E
a graça foi concedida a cada um…”E em Romanos 12.6, que
semelhantemente apresenta uma “lista” de dons relacionando-os com
graça: “tendo, porém, diferentes charismata segundo a charis que nos foi
dada…” A desinência tem a nuança de algo dado. Assim, dons são
descritos como diversas dádivas da graça, dádivas dadas a cada crente
por Deus.

11 – OUTROS TERMOS

Paulo também usa outros termos para descrever os dons, os quais são
chamados “ministérios” ou “serviços” na igreja (12:5, 10, 11). Várias
vezes (1 2:6, 11; Efésios 4:16), é usada a raiz grega da qual se deriva a
palavra “energia”. Esta é uma palavra composta (en-ergia), que significa
“em-trabalhando”. Ela descreve os dons espirituais como as operações
de Deus nas pessoas individuais e através delas, Deus trabalhando
dentro da sua igreja.

Finalmente, notamos a frase descritiva usada em 12:7, onde Paulo


declara: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o
proveito comum (isto é, para edificação da igreja).”O verbo “sendo dado”
está no presente, descrevendo ação contínua, não um evento singular;
semelhantemente, “manifestação” tem substantivo como desinência que
indica processo. Assim, os dons são definidos como os meios contínuos
através dos quais Deus revela sua Pessoa e obra na igreja (ver 14: 24-
25).

Um carisma ou graça é definido por Paulo, em primeiro lugar, como um


“serviço” (diakonia, v.5). Não é, portanto, primariamente um privilégio
espiritual para o indivíduo, para sua própria edificação, prazer, ou
distinção. Como um serviço, a graça é dada em prol dos outros; está
presente para o bem da igreja. Os variados serviços das graças-dons
visam, todos eles “um fim proveitoso” segundo vimos acima.

111 – SENHORIO DE CRISTO

No v.3, Paulo vê a obra característica do Espírito Santo na confissão


inteligível e simples de que Jesus é Senhor. 0 Espírito leva os homens a
atribuírem senhorio a Cristo. 0 que não significa que é impossível a um
descrente dizer as palavras: “Jesus é o Senhor”. Obviamente ele pode
dizer isso com zombaria. Mas somente sob a influência do Espírito Santo
aquelas palavras podem ser ditas de forma sincera e cheia de
significado. É só através do Espírito que uma pessoa pode conhecer a
Jesus como seu Senhor e Salvador.

Entre os textos para meditação diária estão: 2 Cor. 3:17,18; Jo 14:16-23,


26; Jo 15:26; Jo 16:7-15, que falam do ministério do Espírito Santo em
relação a pessoa de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de I Coríntios,
Paulo fala sobre tudo aquilo que os coríntios já têm. Observe que tudo o
que os coríntios já têm, o têm “em Cristo”. Foi a preocupação de Paulo
em todo o decurso das epístolas aos coríntios ver o Espírito na mais
íntima conexão com o Senhor e, portanto, com Deus (2 Cor 13:15). Note
que os vs. 4,5 e 6 nos ensinam a trindade: “0 Espírito é o mesmo…”; “…
mas o Senhor (JESUS) é o mesmo.”; “… mas o mesmo Deus é quem
opera tudo em todos. “Resumindo, o Espírito não veio para concorrer
com Cristo, ou para ir além de Cristo, mas para conduzir a Cristo,
exaltando a Cristo como Senhor.

IV – DIVERSIDADE

Pauto nos ensina que: “os dons são diversos% “Há diversidade nos
serviços” e há “diversidade nas realizações”. Vimos que a obra central do
Espírito é honrar a Jesus, e esta obra não é, em sentido algum,
monótona ou de uma só forma. 0 Espírito é rico na variedade de suas
manifestações, daí o tríplice emprego da palavra “diversidade”.

Há diferentes modos de servir sob a unção do Espírito, mas as


diferenças não são importantes, pois o Senhor é o mesmo. Os dons são
diferentes, mas isto não deve nos dividir, porque é um e o mesmo Deus
que outorga os Charismata em toda a sua diversidade. Paulo está muito
preocupado com a unidade da Igreja. Trataremos de um modo especial
deste assunto na próxima lição.Em seguida, Paulo descreve uma lista de
dons espirituais. Além desta lista existem outras em Romanos 12:6-8; 1
Cor. 12:28-30; Efésios 4:7, 8, 11-13 e 1 Pe 4:9-11. 0 professor ou o aluno
pode estudar sobre cada um deles consultando bons comentários e
dicionários bíblicos e comparando cada definição, “examinando tudo e
retendo o que é bom”.

Terminamos esta lição comentando brevemente o v.11: “Mas um e o


mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as como lhe
apraz, a cada um individualmente”. Ensinando, mais uma vez, que dons
divergentes não visam a propósitos divinos divergentes, pois é o mesmo
Espírito que dá todos estes dons. “A cada um individualmente” lembra-
nos que Deus nos trata como indivíduos. Ele leva em consideração a
nossa personalidade, nossas características e habilidades pessoais que
“os são natas, como também nossa capacidade. (ver parábola dos
talentos em Mt. 25). E, para finalizar, nos ensina que os dons não são
outorgados segundo queremos. Não é segundo a à do homem, mas
segundo a vontade do Espírito: Como lhe apraz. Os dons têm nítida
relação com nossa posição no corpo de Cristo, isto é, com a nossa
função ou ministério. Estão em conexão com as” boas obras as quais
Deus preparou de antemão para que andássemos nelas (Ef. 2: 10).

CONCLUSÃO

A concepção bíblica de “dons” é mais rica e amplamente definida do que


a nossa: a nossa parece muito limitada e estéril pela comparação (como
ela se reflete dentro do vocabulário usado). Além do mais, a concepção
bíblica é mais dinâmica. Nós falamos de 9, 12 ou 21 dons (o número
varia), e os designamos às categorias específicas (estas também
variam), de acordo com classe ou função ou um outro esquema (que
também varia). Biblicamente, os dons são simplesmente um meio de
descrever a obra de Deus dentro e através do seu povo.

Paulo ensina que a obra do Espírito é exaltar a Cristo como Senhor. E


que o Espírito é rico e criativo em suas manifestações visando a
edificação do corpo de Cristo, onde não há lugar para divisões e
interesses mesquinhos.

Dons Espirituais lição 3

“EKKLESIA”
MEDITAÇÃO DIÁRIA
Segunda-feira – Somos um só corpo – 1 Cor. 10:16, 17.
Terça-feira – A Igreja – Corpo de Cristo – Ef. 1:22, 23.
Quarta-feira – Unidos pela cruz de Cristo – Ef. 2:11-22
Quinta-feira – Unidade do Espírito – Ef. 4:3-16
Sexta-feira – A fim de que todos sejam um – Jo 17:11-26
Sábado – Nada façais por partidarismo – Fil. 2:1-11
Para Estudar: 1 Coríntios 12:12-31

TEXTO BÁSICO: “Para que não haja – ia divisão no corpo; pelo


contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos
outros. – (I Co 12:25)”.

INTRODUÇÃO:

Quando esteve no Brasil, Dr. Bush, numa de suas mensagens, contou a


seguinte ilustração: “Dois homens trabalhavam quebrando pedras na
construção de um grande edifício. Foi feita a mesma pergunta a cada um
deles: ‘0 que você está fazendo?’ 0 primeiro respondeu: ‘Ora, estou
quebrando pedras’; mas o segundo respondeu: ‘Estou ajudando a
construir um grande edifício!’”.

PARA DISCUSSÃO E ESTUDO

1. Quais as lições práticas que podemos tirar da ilustração acima para a


vida da igreja? 2. Qual a relação existente entre esta ilustração e o tema
da aula de hoje?

3. Por que Paulo dedica um quarto do seu estudo sobre PNEUMATIKA à


questão da unidade da igreja? (Os 20 versículos deste parágrafo
correspondem à aproximadamente 1/4 dos 84 versículos dedicados a
PNEUMATIKA).

4. Ciúmes, rivalidades, arrogância, pretensões, estrelismos,


individualismo, menosprezo pelos dons considerados não tão
interessantes, busca de satisfação pessoal, exaltação do “eu”, e
negligência para com os frutos do Espírito eram Características da igreja
de Corinto. 0 que fazer para não incorrermos nos mesmos erros?

1 – EKKLESTA

0 vocábulo grego “ekklesia” significa, basicamente, “os chamados para


fora”, dando a entender um grupo distinto, selecionado e tirado para fora
de algo, era empregado para indicar “assembléia”, “reunião convocada
pelo arauto”, “assembléia legislativa”. Portanto, a “assembléia” pode ser
política, social ou religiosa. É usada para indicar a igreja cristã, um culto
cristão, mas nunca o mero edifício das reuniões ou templo. E pode ser
muito bem traduzida por: “CONGREGAÇÃO REUNIDA”.

Grande parte da natureza espiritual da igreja pode ser percebida através


dos seus títulos que são encontrados nos seguintes textos: Ef. 1:4, 22e
23; Ef. 3; Ef. 2:15, 19, 21 e 22; Ef. 5:26, 27; 2 Cor. 3:18; Rm 8:17, 29 e
30; Rm 7:1-6; Mc 2:19, 20; 2 Cor. 11:2; Mt 5:48.

0 ministério da igreja é, essencialmente, a continuação do ministério do


próprio Senhor Jesus Cristo. A vontade de Deus é unir todas as coisas
em redor de Cristo, harmoniosamente (ver Ef. 1:10). No seio da igreja,
Deus demonstra como isso pode ser feito, através da unidade do Espírito
(Ef. 4:3). E o trecho de Ef. 1:23, ensina-nos que Deus utilizar-se-á da
igreja como um instrumento para realizar tal plano.

II – A EKKLESIA ESTÁ EM FOCO

0 termo grego EKKLESIA aparece por nove vezes em 1 Coríntios 14 (vs.


4, 5, 12, 19, 23, 28, 33, 34 e 35) e uma vez em 1 Coríntios 12:28. No
parágrafo 12:12-31, Ekklesia é definido como “0 CORPO DECRISTO” (o
vocábulo “corpo” aparece dezessete vezes neste trecho). Paulo defende
que os dons espirituais só podem ser entendidos dentro do contexto da
IGREJA. Os dons foram dados a cada um individualmente visando o bem
comum, isto é, a edificação do CORPO DE CRISTO. A “IGREJA” está
em foco.

III – A ANALOGIA DO CORPO

Intimamente entrelaçada com a consideração paulina de “dons” está a


realidade da igreja. Em 1 Cor. 12, Paulo toma o corpo humano como
metáfora e elabora a sua aplicabilidade à igreja. Ele mostra que os dons
espirituais, como os diferentes membros do corpo, são diversos em
qualidade e função – mas cada um tem importante e necessária
contribuição a fazer ao corpo inteiro. Todos são indispensáveis. Assim,
os dons são individualizados, mas sempre ligados à igreja.
Os dons são divinamente dados, não primariamente para abençoar a
vida do recipiente individual, mas para o benefício da igreja. 0 dom não é
dado para nosso deleite pessoal ou para obtermos vantagens sobre os
outros, mas para servimos aos demais crentes.

IV – UNIDADE E HARMONIA

Os dons não são dados para divisão, mas para a unidade do corpo. A
igreja de Corinto estava a ponto de dividir-se e rachar-se entre o
“ESPIRITUAL” e o “CRISTAO”, como se os dois fossem distintos entre si.
Paulo inicia esta carta ao coríntios fazendo uma forte exortação à
unidade (1 Cor. 1: 10- 13) e, no capítulo 3. Paulo repreende a
carnalidade, as divisões, ciúmes e contendas que havia entre eles. E, em
11:17-34, Paulo afirma estar informado de que há divisões e partidos
entre os coríntios.

Observe que a palavra chave deste texto é “UM”. Releia o texto mais
uma vez e responda: Quantas vezes ela aparece?

Num corpo existem órgãos com mais ou menos destaque; mas estas
diferenças no Corpo de Cristo são meramente funcionais, não são
qualitativas nem espirituais. Nenhuma parte deve sentir-se inferior ou
superior com base nos seus dons ou na sua posição dentro do corpo,
porque Deus mesmo foi quem dispôs os membros, colocando cada um
deles no corpo, como lhe aprove. (v. 18).

As diversas partes do corpo não estão em feroz concorrência entre si,


mas sim, se completam harmoniosamente, por amor da totalidade,
segundo a orientação da Cabeça.

Compare esta passagem com a de Ef. 4, onde também Paulo está


tratando de Mons” espirituais: “Suportando-vos uns outros em amor,
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no
vínculo da paz: Há um só corpo e um só Espírito… Um só Senhor… A
graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de
Cristo… E concedeu dons aos homens… Para encher todas as coisas…
E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para… Com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé.
Em 1 Cor. 12:25, o apóstolo fala do propósito de Deus ao dar dons aos
membros da igreja. Confira.

Qual o resultado da ação do Espírito Santo na vida dos primeiros


cristãos? (At. 2:44ss).

Em João 17:11, 21-23, Jesus orou para que fôssemos um, para que
fôssemos aperfeiçoados em unidade. Só assim a igreja será bem
sucedida em sua missão aqui no mundo.

V. 11 – “Um só e o mesmo Espírito” – sublinha a verdade de que os dons


divergentes não visam a propósitos divinos divergentes. Os membros
diferem, mas as suas diferenças não afetam o fato de que há uma
unidade fundamental.

V – CONFORME SEU SOBERANO PROPÓSITO

V. 28 – Paulo ensina que no corpo natural Deus dispõe, estabelece as


partes (vs. 18 e 24). O mesmo se dá com o corpo de Cristo. Não são as
pessoas que escolhem se vão ser apóstolos, profetas… Ou… Etc, mas é
Deus quem os estabelece na igreja. Paulo classifica estes vários dons
para igreja em ordem de honra (comparar com a lista de Ef. 4: 11). É
significativo que o dom de línguas, que os coríntios tinham em tão alta
estima, seja mencionado por último.

Cada um de nós tem uma função, um ministério no Corpo de Cristo,


aquelas “boas obras as quais Deus preparou de antemão para que
andássemos nelas” (Ef. 2:10).

Deus dará, a cada um individualmente, os dons necessários para que


cada um possa estar capacitado par executar bem os seus serviços e
ministérios já designados por Deus.

Vs. 15 e 16 – 0 pé pode muito bem ter ficado desalentado por sua


incapacidade para exercer as complicadas funções da mão, mas “nem
por isso deixa de ser do corpo”. Os corpos precisam de pé como de
mãos, de ouvidos como de olhos. Por melhor que sejam os olhos, o que
seria do corpo se todos os seus; membros fossem olhos? Observe que
Paulo coloca “0 TODO” no mais alto nível. Os membros não estão
dispostos no corpo por acaso (vs. 6, 7, 11, 18, e 28).

Vs. 29 e 30 – Todas as perguntas destes dois versículos esperam um


“NÃO” como resposta. 0 que nos ensina que nenhum dom em particular
é destinado a todos os cristãos. Nem todos são apóstolos, nem todos
profetizam, nem todos falam em línguas. Estes versículos são suficientes
para provar que o dom de línguas não é o único sinal de que alguém foi
batizado como Espírito Santo. Mesmo naquela época, nem todos os que
eram batizados no Espírito Santo falavam em línguas. Os dons são
dados como Deus quer, como lhe apraz e não como nós queremos.

CONCLUSÃO

Paulo tratou dos membros mais humildes da igreja, que achavam que,
por lhes faltarem dons espetaculares, poderiam ser postos fora do corpo.
Tratou também da questão dos membros que, por possuírem dons de
maior destaque, menosprezavam os seus irmãos menos dotados,
chegando à soberba ao pensar que podiam funcionar bem, sem as
“insignificantes” contribuições dos outros não tão “espirituais” e bem
dotados quanto eles. Barcley afirmou: “Sempre que começamos a pensar
em nossa importância pessoal na igreja, esvai-se a possibilidade de uma
obra realmente cristã”.

Os dons não são dados por acaso, a revelia ou conforme a nossa própria
vontade, e nem visam à interesses mesquinhos e pessoais. Deus
concedeu dons com o propósito de nos capacitar para os serviços,
funções ou ministérios que Ele mesmo estabeleceu e designou para nós,
visando a edificação e a unidade da Igreja.

Entendendo melhor a IGREJA será mais fácil compreender os dons


espirituais, bem como o seu uso e propósito na igreja.

Dons Espirituais lição 4

AGÁPE
MEDITAÇÃO DIÁRIA:
Segunda-feira – Uma dívida eterna – Rm 13.8-14
Terça-feira – 0 fruto do Espírito é amor – Gal. 5:23-26
Quarta-feira – 0 amor é derramado nos corações pelo Espírito – Rm. 5:5-
8
Quinta-feira – A essência do Evangelho – I Jo 3:11-24
Sexta-feira – Deus é amor – I Jo 4:7-21
Sábado-feira – Amor fraterno – Rm. 12.9-21

PARA ESTUDAR: 1 Coríntios 13.1-13

TEXTO BÁSICO: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que
retine”.(I Cor. 13:1).

INTRODUÇÃO

As aparências enganam. 0 ser-humano é facilmente seduzido pela


forma. A embalagem atrai e leva o homem a perder de vista o mais
importante: “0 CONTEÚDO”. Mas Deus não se deixa enganar. Ele vê o
coração, o íntimo, os motivos. Os grandes feitos e o bom desempenho
podem impressionar a muitos, mas o que conta diante de Deus é a
pureza de intenção. Não é tanto o que fazemos, mas como fazemos,
com que coração realizamos até mesmo as mais simples tarefas.

“Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência,


nem para a sua altura, porque o rejeitei, porque o Senhor não vê como
vê o homem. 0 homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”.(1 Sm
16:7)

“E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente:”

PARA ESTUDO E DEBATE

1. Por que, destes três capítulos destinados ao estudo das coisas


pertencentes ao Espírito Santo, Paulo reserva um capítulo inteiro para a
questão do amor?
2. E porque este capítulo se encontra localizado exatamente nomeio dos
outros dois? Haveria algum motivo especial? 3. Com relação as coisas
espirituais, qual foi a ênfase de Cristo e das epístolas apostólicas? E qual
tem sido a ênfase nos nossos dias?

4. É possível a manifestação de dons espirituais sem o elemento básico


da vida cristã, o amor?

5. Como distinguir entre o falso e o verdadeiro? É pelos seus dons que


se conhece um homem genuinamente espiritual?

6. Como é o amor de Deus? Como atua ele? Como se evidencia ele


entre nós?

1 – AGÁPE

AMOR – No grego, “AGÁPE”, derivação da forma verbal “AGAPAO “.


Não se usava comumente antes do Novo Testamento, mas os cristãos
se apossaram do termo e fizeram dele a sua palavra característica para
amor. Enquanto que o melhor conceito de amor antes do Novo
Testamento era o de amor pelo melhor ser que se conhece, os cristãos
pensavam no amor como aquela qualidade demonstrada na cruz. É amor
pelos totalmente indignos, amor que procede de um Deus que é amor.
Amor prodigalizado a outros sem que se pense se eles são dignos para
recebê-lo ou não. Provém antes da natureza daquele que ama, que de
qualquer mérito do ser amado. 0 cristão que experimentou o amor de
Deus por ele, embora ainda pecador, foi transformado pela experiência.
Agora, em certa medida, vê os homens como Deus os vê. Ele os vê
como objetos do amor de Deus, como aqueles por quem Cristo morreu.
Conseqüentemente, a sua atitude para com eles é de amor, do “AGÁPE”
que o leva a dar-se. Vem a praticar o amor que nada busca para si, mas
somente o bem da pessoa amada. 0 amor é aquele elemento que dá
sabor a todas as demais atividades e lhes empresta significação, sendo
assim, o amor é o grande princípio Cristão de toda a ação e a base de
toda demonstração de espiritual idade, pelo que o amor deve governar
os dons espirituais, servindo de solo onde os dons sejam cultivados.

A SUPREMACIA DO AMOR
Amor é “o caminho sobremodo excelente”. 0 centro do tratamento
Paulino de coisas pertencentes ao Espírito é amor. Sem amor, “dons
espirituais” oferecem pouco benefício à igreja e “línguas” se tomam
disfuncionais. Ágape é chave para harmonia, ordem e crescimento na
igreja.

0 amor é mais importante do que qualquer dos dons, inclusive I Ínguas;


na verdade, ele é mais importante do que qualquer combinação de dons,
ou todos os dons juntos.

No capítulo doze, Paulo vinculou o pensamento da igreja acerca de


coisas espirituais à graça; no capítulo treze, Paulo vincula as coisas
espirituais ao amor. Nesse capítulo, Paulo ensina o modo segundo o qual
as graças divinas discutidas no capítulo doze devem ser expressas
humanamente. Nem o falar em línguas (13.1), nem a profundidade do
saber (v.2), nem o sacrifício (v.3) são, por si só, nem substitutos para o
amor cristão, nem sequer componentes necessários deste amor. 0 amor
é uma graça mais básica e menos espetacular do que todas as demais.
Sem ele, as graças cristãs são desgraçadas.

V.1 – Paulo ensina que falar em línguas (de qualquer espécie) sem o
acompanhamento do amor, isto é, sem ter por finalidade a edificação da
igreja, sem ter por propósito ajudar a outro, não passa de um ruído, que
pode ter motivo a autoglorificação. Aquele que não tem o amor de Deus
a encher o seu coração é como um vagão vazio, que desce
violentamente por uma colina; faz muito barulho porque nada tem dentro.

V.2 – São aqui frisados os dons da profecia, da sabedoria, do


conhecimento e da fé. São dons pedagógicos, importantíssimos e
maravilhosos, mas “se não tiver amor”… Observe que o dom importa
menos do que a maneira de seu uso. Se o indivíduo que o possui, faz
uso dele sem amor, nada será! Tenhamos por exemplos as experiências
de Balaão e de Sansão, ambos possuíam dons sobrenaturais; porém,
moralmente falando, eram homens degradados. E a derrota recaiu sobre
ambos. Existem muitos que tem apenas o CHARISMA, mas não tem o
caráter.

V.3 – Aqui são aludidos os dons de “socorros”. Até mesmo o indivíduo


que se tome conhecido como muito humanitário, cujas obras sociais e de
socorro sejam abundantes, se lhe falta a motivação apropriada do amor
cristão, a preocupação sincera pelo alívio da miséria alheia, nada será
ele. Pois é possível realizar todas estas obras visando a auto-exaltação e
a vanglória. Sem amor, nem mesmo um sacrifício supremo obtém coisa
alguma para aquele que o realiza. A dedicação suprema nada significa
sem a motivação do amor.

III – A NATUREZA DO AMOR

Para entendermos corretamente 1 Coríntios 13, devemos conservar em


mente o contexto dentro do qual a descrição do amor foi dada por Paulo:
o contexto do problema referente às coisas espirituais na igreja de
Corinto.

V.4 – “É paciente” – “Espera pelo tempo divino para a realização de seus


propósitos graciosos e providenciais sem murmurar ou impacientar-se,
suportando suas próprias fraquezas, bem como as fraquezas alheias,
com santa e humilde submissão à vontade de Deus.”(Adam Clark); – “É
Benigno”- útil, gentil, prestativo, busca oportunidades para fazer o bem,
cheio de bons frutos que vem do alto (ex. o bom samaritano). – “Não
arde em ciúmes”- 0 amor não tem inveja. A inveja é um dos pecados
mais mortais e destrutivos. Esta foi a causa do primeiro crime na história
da humanidade. O amor não se deixa entristecer porque outra pessoa
possui maior porção de bênçãos terrenas, intelectuais ou espirituais. Pois
ama o próximo como a si mesmo. – “Não se ufana e nem se
ensoberbece”. Vanglória, auto-exaltação, fanfarronice, orgulho,
pretensão, espírito altivo e desejo de ser estrela “, aparecer e estar no
centro do palco” eram características de muitos em Corinto. 0 amor
impede a pessoa de inflar-se com o senso de sua própria importância.
(Pv. 16:18).

V.5 – “Não é inconveniente” – não é arrogante ou rude. 0 amor tem boas


maneiras, é cheio de tato. 0 amor não deixa ninguém em situação
embaraçosa, não faz ninguém passar vergonha. 0 amor é moderado,
observa o verdadeiro decoro. 0 amor é reverente e ordeiro. – “Não
procura os seus interesses” – 0 amor não procura as suas próprias
coisas. Esta definição torna-se importante para a compreensão do
capítulo 14, especialmente o quarto versículo. 0 amor não busca a sua
própria vantagem. Notemos no capítulo 12, o caráter tipo
“DIAKONIA”(SERVIR AOS OUTROS) e “proveito para todos”das graças.
Em suma, o amor não insiste nos seus próprios direitos. – “não se
exaspera” – “não se ressente do mal” – Não se deixa provocar, não se
irrita, não perde a compostura, não se amargura, não se lembra do mal.
0 amor perdoa, esquece e paga o mal com o bem.

V.6 – “Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”.

V.7 – “Tudo sofre” – 0 amor sustenta todo o sofrimento. Quando olhamos


para a cruz, vemos o maior de todos os exemplos de como o amor pode
suportar todo o sofrimento. – “Tudo crê”- Essas palavras não significam
que OS Crentes devam ser crédulos, a ponto de serem enganados por
charlatões e falsos profetas. No entanto, o amor acredita no lado melhor
das pessoas e não procura expandir os seus defeitos, conforme
procuram fazer os bisbilhoteiros. 0 amor encoraja o que há de melhor na
outra pessoa. 0 amor permanece como amigo, e ama a despeito do que
sabe a seu respeito; vê o seu potencial, encoraja-o a cumprir os seu
ideal. – “Tudo espera”0 amor não se desespera. Está pronto para tudo. E
se recusa a tomar o fracasso como final. É otimista. É como um soldado
que, mesmo no grosso da batalha, não fraqueja, não se deixa vencer,
sejam quais forem as dificuldades. – “0 amor tudo suporta”.

IV – 0 FRUTO DO ESPÍRITO

Em Gálatas 5:22, aprendemos que o fruto do Espírito Santo é: AMOR.


Quando o Espírito Santo vem a nós o AMOR de Deus é derramado nos
nossos corações (Rm 5:5).

Em 1 Cor. 12:28-30 Paulo ensina que nenhum dom em especial é


inerente aos cristãos, isto é, nem todos os cristãos profetizam, nem todos
são mestres… E assim por diante. Mas o mesmo não se dá no caso do
AMOR, pois o amor é fruto, e o fruto é inerente à árvore. Todo cristão
autêntico precisa e naturalmente produzirá os frutos do Espírito. “Todo
ramo que, estando em mim, não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá
fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda”.(Jo 15:2)

0 amor é o sinal do cristão. “Pelo amor conhecido é o cristão”. Jesus não


ensinou: “Pelos seus dons os conhecereis”, mas sim: “Pelos seus frutos
os conhecereis” (Mt. 7:15-23). E segue: “Nem todo o que me diz:
‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos naquele dia, hão de dizer-
me: Senhor, Senhor! porventura, não ternos nós profetizado em Teu
nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não
fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos
conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”

Mc 11:12-14, a questão da figueira sem fruto. Quando Jesus examina


uma árvore, Ele busca nela os seus frutos. Parece que não há desculpas
para não frutificarmos.

A igreja dos coríntios é exemplo de que “dons” não é, necessariamente,


sinônimo de “espiritual idade” (vida cheia do Santo Espírito de Deus).
Vejamos: Em 1:7 – somos informados que aos coríntios não faltava dom
algum. Dons eles Possuíam, mas em 1: 11; 11-4,16-18; 4:18; 5-1 a 13;
6:1, 5 a 11, 15 a 19; 10: 14, 21, 22; 11: 17 a 22 e 30; 15:33, 34,
observamos o quanto eles eram carnais. E hoje em dia corremos o
mesmo perigo de nos concentrarmos nos dons e nos esquecermos do
fruto, que é o elementar.

É comum ouvirmos dizer: “Olha, vamos lá e assistir. Veja como aquela


pessoa é espiritual’ Ela possui este ou aquele dom!… E incorre-se no
mesmo erro de julgar ou de se Conhecer o grau de espiritualidade
baseado em tal falsa premissa. Deixa-se enganar pela aparência”.

Dons podem até impressionar multidões, mas se não tiver amor… No dia
do juízo final o que realmente importa é o amor. Tudo mais passará, mas
o amor permanece para sempre. : “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor,
para que no dia do juízo tenhamos confiança…” (I Jo 4:17 e 18). Ainda
sobre este tema, meditar em Jo 15, Mt 25:31-46.

CONCLUSÃO

As virtudes do amor, com sua humildade, paciência, altruísmo e


consideração devem ser o veículo das manifestações especiais do
Espírito Santo no seio da igreja. Sem esta base, tudo é nada.
Nestes dois primeiros capítulos, Paulo também está preparando os
coríntios para receberem de maneira positiva as firmes exortações,
correções e orientações do capítulo 14. Que é o tema da nossa última
lição.

Dons Espirituais lição 5

GLOSSAI

MEDITAÇÃO DIÁRIA:
Segunda-feira – No dia de Pentecostes – Atos 2.1-47
Terça-feira – Culto racional – Rm. 12.1-2
Quarta-feira – Como usar os dons espirituais – Rm. 12.3-8
Quinta-feira – Julgar e provar as profecias – 1 Ts. 5: 19-21; I Jo 4:1 e Jr.
23.
Sexta-feira – Perigos Deut. 13.1-5 e Deut. 18:20-22
Sábado – Não buscar o que é seu, mas o que é dos outros – Ef. 2.4, 21.

PARA ESTUDAR: 1 Coríntios 14:1-40

TEXTO BÁSICO: “0 que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas


o que profetisa edifica a igreja”.(1 Cor. 14:4).

PARA ESTUDO E DEBATE

1. Como os dons espirituais devem ser expressos nas reuniões


congregacionais? 2. Como conciliar: “Onde está o Espírito do Senhor, aí
há liberdade” com as diretrizes estabelecidas por Paulo quanto à ordem
de culto? (ver especialmente os versículos 19, 23, 26 a 33) Em outras
palavras, liberdade de culto e necessidade de ordem no culto são
conflitantes?

2. Por que o apóstolo diz que temos que julgar as profecias? Você acha
isto importante para os nossos dias?

3. A Questão: “0 que dirão os de fora?” deve nos preocupar? (v.23)


(Ler com atenção 2 Cor. 6:3, que é um versículo muito importante para a
compreensão deste tópico).

4. A preocupação do apóstolo Paulo é com o uso dos dons na igreja.


Você lembra qual é a concepção neotestamentária do termo grego
ekklesia? Então, como isto afeta nossa interpretação de 1 Cor. 14?

5. Quando Paulo menciona “línguas” entre os dons espirituais, está ele


se referindo às línguas humanas estrangeiras ou às elocuções estáticas
que são ininteligíveis?

6. Por que o dom de profecia é superior ao dom de línguas? Por que o


que fala em línguas deve se calar se não houver quem interprete?

INTRODUÇÃO

Línguas (GLOSSAI) têm sido um meio entre muitos que Deus tem
escolhido para se revelar. Não é o meio mais importante e, apesar de ser
classificado por Paulo como o último dos dons (12:28), Paulo falou mais
tempo sobre ele que sobre qualquer outro, pois, desde aqueles dias, este
assunto tem sido mal entendido, com distorções na ênfase e na pratica
deste dom nas igrejas, chegando a ser motivo de divisão. É para
esclarecer dúvidas, corrigir erros e orientar à igreja de Corinto quanto ao
uso dos dons espirituais, em particular o dom de línguas, que Paulo
dedica um capítulo inteiro, com 40 versículos.

Existem diferentes interpretações com respeito à definição de línguas


bíblicas. É difícil decidir entre elas. Uns resolveriam o problema insistindo
que as línguas dos coríntios eram línguas estrangeiras, visto que as de
Atos 2 o eram. Para outros, inclusive nossos estudiosos da Bíblia, parece
patente que as línguas de 1 Coríntios 12-14 não eram línguas humanas
inteligíveis.

Os argumentos baseados no texto gregos não resolvem o problema. 0


termo glossai (I ínguas; singular é glossa) é usado nos textos de Atos e
Coríntios, mas não necessariamente no mesmo sentido. 0 contexto é
essencial para a própria interpretação e tradução de cada uso de uma
palavra, mesmo quando o termo grego fundamental é o mesmo.
É simplesmente incorreto assumir ou afirmar que, porque glossa
descreve linguagem humana em Atos 2, onde quer que o termo seja
usado ele significa o mesmo. Em Marcos 7:33, 35, o texto grego diz que
Jesus tocou a “glossa” do mudo: a palavra aqui obviamente se refere a
língua física; seria sem sentido traduzida: “língua (idioma)”.
Semelhantemente, em Lucas 1:54, Deus tocou a “glossa” de Zacarias: o
sentido intentado é provavelmente “boca” e não idioma. Finalmente, em I
Jo 3:18, nós somos exortados: “não amemos de palavra, nem de
GLOSSA” aqui a tradução “língua” pode ser usada, mas o sentido é
comunicado melhor pela tradução usual, “discurso”.

Da mesma maneira, devemos estudar contextualmente cada instância de


“glossa” em Atos e Coríntios. Em alguns textos, o sentido exato não é
claro: não podemos estar certos se as “línguas” em Atos 10 e 19
consistem em fala inteligível ou ininteligível. Em tais casos, dogmatismo
(de qualquer lado, com a exclusão de outros pontos de vista) parece não
só infundado, mas injustificado.

QUAL 0 SENTIDO DE GLOSSAI EM 1 COR. 12-14?

Como é de se esperar, os estudiosos diferem nas suas respostas,


refletindo usualmente suas afiliações teológicas e eclesiásticas. Para um
número crescente de variadas tradições, contudo, a seguinte conclusão
parece assegurada: enquanto que as línguas de Atos 2 foram línguas
estrangeiras inteligíveis, as “glossai” em I Cor. 12-14 consistem em
elocuções humanamente ininteligíveis. Esta conclusão está baseada nos
dados específicos.

Pentecostes, como se acha relatado em Atos 2, foi um evento


miraculoso. Naquele dia, quando o Espírito de Deus foi derramado, os
discípulos falaram línguas (glossai) que eles não entenderam. De outro
lado, os ouvintes, um auditório misto de visitantes de muitos países
diferentes, entenderam o que foi dito. Eles se maravilharam, todavia, que
os discípulos – todos “galileus” – estavam falando para eles, “que os
ouvimos falar cada um na própria língua em que nasceu” (2.8). A palavra
grega traduzida língua ali e em 2:6 é “dialect”, descrevendo língua
particular nativa dos ouvintes. A lista dos nomes de lugares identifica
algumas das regiões geográficas específicas representadas. Todas as
línguas dessas vastas regiões não eram evidentemente conhecidas aos
discípulos galileus iletrados (At. 4:13). Não obstante, as “glossai” faladas
foram inteligíveis aos ouvintes; nenhuma interpretação foi necessária.

A situação que Paulo descreve em 1 Coríntios 12-14 é completamente


diferente. A mensagem falada em línguas era não só ininteligível àquele
que falava que (ver 14:14), mas também aos ouvintes: Porque o que fala
em língua não fala aos homens, mas a Deus… Ninguém (isto é, nenhum
ser humano) o entende; porque em espírito fala mistérios. Porque tais
elocuções são ininteligíveis, Paulo argumenta, sem interpretação, elas
são sem sentido e não edificam a igreja durante suas reuniões.

0 fato de a “interpretação” ser considerada um dom espiritual faz crer que


o dom espiritual de línguas mencionado em 1 Coríntios não era de
idiomas conhecidos, que pudesse ser entendido por alguém em algum
lugar do mundo.

Uma outra espécie de “glossai” pode estar sendo sugerida em 1


Coríntios 13:1: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos…” Aqui Paulo muda para além das fronteiras da língua humana,
para abranger outra esfera de comunicação. No contexto, a sua idéia é
que, ainda que uma pessoa possa comunicar em muitas línguas
humanas e também com o espírito de anjo… Sem amor, a fala resultaria
somente em muito ruído.

Na lista dos “dons”, deve-se notar que “glossai” está sempre no plural e
acompanhado de “espécies de…” 0 grego que salienta este qualificador
fornece o termo científico gênero. Usado em biologia, um gênero, é a
subdivisão principal da família e incluiu uma ou mais espécies. Este é o
sentido que este qualificador acrescenta a “línguas”. Em essência, Paulo
parece reconhecer diversas espécies de glossai, inclusive línguas
humanas, mas também “celestes”. Todas são de Deus, e dadas segundo
a sua escolha.

COMPARAÇÃO ENTRE PROFECIA E LÍNGUAS

Paul o estima os dons por sua capacidade de ajudar aos homens (V. 1 a
5).
À medida que Paulo usa para fazer esses juízos de valor está,
claramente identificada: 0 QUE EDIFICA A “EKKLESIA”?

0 que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando


“(v.3). 55”.

Está frase importante define a profecia. A “edificação” (oikodome) passa,


então, a ser a chave para o entendimento desde capítulo(vv. 3, 4, 5, 12,
17, 26). Assim como Deus é a fonte das “graças” (cap.12), e assim como
o amor é o modo delas (cap. 13), assim também a “edificação” é o alvo
delas (cap. 14).

Paulo não negava que falar em línguas fosse um dom, mas nunca
ensinou as igrejas a buscarem tal dom, mas recomendou com insistência
a busca dos “melhores dons” no capítulo 12; do amor, no capítulo 13, e
comparou o dom de profecia ao dom de línguas, no capítulo 14,
provando a superioridade do primeiro, chegando a afirmar: “Contudo,
prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para
instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua.” (v. 19). Pois
quem fala em línguas não edifica a igreja, mas somente a si mesmo
(v.4). E em 1 Cor. 13.5, aprendemos que o amor “não procura suas
próprias coisas”. Sendo assim, Paulo declara definitivamente: “visto que
desejais dons espirituais, procurai progredir, para edificação da igreja”
(v.12). Paulo deseja ver os dons espirituais tomarem-se em serviço (cap.
12), o amor tomar o centro de nossas atenções (cap. 13), e a igreja ser
edificada (cap. 14).

Enquanto o que fala em línguas edifica apenas a si mesmo, o que


profetiza edifica a igreja. A profecia também serve para exortar
(encorajar, fortalecer) e consolar os homens (v.3); também é um meio de
transmitir revelações e doutrinas (v.6); a profecia faz “soar” aquele toque
da mensagem cristã que leva o crente a preparar-se para a batalha
espiritual (v. 8); a profecia é uma voz clara, em um mundo de vozes
confusas (v. 10) e a profecia é uma maneira de ensinar (v. 31).

A inferioridade de “línguas” é manifesta, pois este dom não “dá proveito”


aos ouvintes. Paulo diz que a fala ou é inteligível, ou não é nada mais do
que falar ao ar (v. 9), pois tudo que se visa com um idioma, com uma
linguagem é comunicar sentido a quem deve. A fala é um efetivo
instrumento de comunicação, mas a fala que não for compreendida, não
terá poder nenhum (v.11). Agora, se as “línguas” forem interpretadas, os
ouvintes serão edificados, caso em que não há grande diferença da
profecia.

“Se eu orar em línguas, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente
fica infrutífera.” (v. 14 b). Não faz uso da mente, não acrescenta ao
intelecto, ao conhecimento. Paulo não está argumentando em prol de um
intelectualismo estéril, pois é certo que a vida cristã é bem mais do que
exercício mental, há lugar para fervor e emoção, mas, como vemos no v.
15, a oração e o canto devem ser tais, que os adoradores possam
envolver-se nelas integralmente, com a mente e com o espírito. (Obs.:
Muitíssimas vezes as orações são elevadas numa espécie de jargão
emocional, e os hinos são escolhidos com base em melodias atraentes,
em vez de em sólida doutrina.)

“Não sejais meninos” (v.20) – Parai de ser meninos no entendimento. Na


verdade, é característico da criança preferir o divertido ao útil, o brilhante
ao sólido. E é isso que faziam os coríntios com o seu assinalado gosto
pela “glossolalia” (glossolalia – falar em línguas). Portanto, “sêde homens
amadurecidos.”

UMA CONSIDERAÇÃO EVANGELÍSTICA

Numa reunião da igreja o efeito do falar em línguas sobre os de fora ou


incrédulos é adverso. Diz o apóstolo Paulo que eles pensarão que os
crentes estão loucos (v.23). Pois os coríntios tinham o costume de
falarem línguas todos ao mesmo tempo. (Sobre este tópico, ler também
11 Cor 6:3) Paulo sempre se preocupou com a imagem da igreja diante
dos de fora. Em Atos 2:47, vemos que a igreja primitiva contava com a
simpatia de todo o povo em derredor, “enquanto isto, acrescentava-lhes
o Senhor, dia-dia, os que iam sendo salvos.” Não podemos perder de
vista a nossa maior missão.

Obs: Parece haver uma contradição entre o v. 22 e os vs. 24e25. Mas é


preciso levar em consideração o contexto do v. 22, que está baseado
num texto do Antigo Testamento (Is 28:11, 12), onde os incrédulos são
os que ouviram a palavra e a rejeitaram. Para eles, as “línguas” valem
por um sinal do juízo de Deus sobrevindo a eles. Já em 24 e 25 se está
pensando naqueles que nunca ouviram a palavra. Para estes, “línguas”
não são mais que um sinal de loucura, mas a profecia os conduz a Deus.

QUESTÕES DE ORDEM E DECÊNCIA NA IGREJA

A preocupação corolária é a ordem na igreja. Paulo não só considera a


ordem como princípio dirigente – é a palavra com que ele conclui o
tratamento extensivo deste assunto (ver 14:40) – mas sublinha-a
pesadamente no parágrafo final. Já no capítulo 12, ele tem caracterizado
a igreja como uma entidade unida, composta por Deus “para que não
haja divisão”(12:25). Em 14:26-39, ele fala de modo particular sobre a
aplicação deste princípio às reuniões da igreja. Quando vos reunis” (v.26)

Há vários ingredientes no culto, mas a regra orientadora é “Seja tudo


feito para edificação” (v.26). Limites são estabelecidos tanto para línguas
(com interpretação) quanto para profecias (vs. 27 a 29) – “não mais que
três” – “e isto sucessivamente” (v.27), nunca todos falando em línguas ao
mesmo tempo (v.23), mas, sim, um após o outro e haja quem interprete.
Mas e se não houver intérprete? Resposta: “fique calado na igreja,
falando consigo mesmo e com Deus” (v.28). E com relação à profecia, é
necessário que haja julgamento.”“.

“SE, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o


primeiro ” (v.30). E para os que dizem que não podem se controlar diante
da ação do Espírito, Paulo rebate dizendo: “Os espíritos dos profetas
estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é Deus de
confusão… ” (vs. 32,33). Note-se, antes de tudo, que Paulo crê no
domínio próprio e o defende (ver também vv. 28, 30 e 34). Isto é de se
esperar, porque o fruto do Espírito é “… domínio próprio” (Gálatas 5:22).
Para que o culto seja edificante e executado em ordem, é necessário que
se possa ouvir enquanto alguém está falando (vv. 29, 31, 34, 35).

Uma congregação individual não é simplesmente livre para fazer o que


bem entende. Paulo mostra sua exasperação com a congregação de
Corinto quando ele pergunta: Porventura foi de vós que partiu a palavra
de Deus? Ou veio ela somente para vós?”(1 4:36). Estas perguntas
servem como um forte lembrete da interconexão da igreja. Finalmente,
Paulo Naca a rolha”, e exerce a plena autoridade do seu ofício
apostólico: “as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”
(14:37). Esta palavra é dirigida ao que se pensa “espiritual” o qual é
trazido fortemente sob a autoridade da liderança eclesiástica, ordenada
por Deus.

JULGAR, PROVAR E DISCERNIR

V.29 – “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três e os outros


julguem” (ver questões introdutórias a esta lição). A Bíblia é a Palavra de
Deus e nenhuma mensagem profética pode ir contra os seus ensinos (Hb
1: 1-2; 2Trn 3:16, 11 Pe 1: 19-21 e Deut 29:29).

Devemos fazer como os cristãos de Beréia, que eram nobres no modo


de receberem a Palavra: “examinando as Escrituras todos os dias para
ver se as coisas eram de fato assim.” (At. 17:11).

E devemos atentar para os seguintes perigos: a) Deut 13: 1 -5 b) 1 Rs


13:1-30 0 Jr 23:13-40

A Bíblia diz que é nosso dever julgar, provar e discernir, portanto não
sejamos acanhados ou negligentes neste ponto: 1 Tm 4: 1; 1 Jo. 4: 1; 1
Cor 14:29; Hb 5:13, 14: Hb 4:12-13; 1 Cor 2:15; 11 Cor 11: 13-15; At 5:1-
11; Mt 7:15-20, Gálatas 1: 6-9 e 2Ts 2.1-3

CONCLUSÃO

A Bíblia ensina sobre os dons espirituais e nenhum versículo, inclusive 1


Cor. 13: 10 pode ser usado para justificar ou prever o fim destes dons.
Nesta passagem, a Segunda Vinda de Cristo está sob consideração
como aquele acontecimento que terminaria os dons (o que se vê
claramente em 1 Cor. 13:12). Mas a mesma Bíblia que nos fala sobre os
dons espirituais também nos ensina “como” e “com que propósito” devem
ser usados nas nossas reuniões congregacionais. Muitos, hoje em dia,
têm desacreditado nos dons, devido às distorções e abusos com que
eles estão sendo praticados. Se quisermos ser bíblicos, devemos
obedecer às orientações, aos princípios e as diretrizes que o apóstolo
Paulo claramente determinou para o uso dos dons na EKKLESIA.
Sabendo que não se trata de mandamento de um homem, mas de Deus
(1 Cor. 14:37).
E nunca devemos nos esquecer que os dons são divinamente dados,
não primariamente para abençoar a vida do recipiente individual, mas
para o benefício da ekklesia. Se a igreja deve ser edificada através do
exercício dos diversos ministérios de todos os membros, tudo deve ser
feito descentemente e com ordem” (14:40). “Porque Deus não é Deus de
confusão, mas sim de paz” (14:33)’ Neste capítulo, como nos anteriores,
a preocupação de Paulo não é com o chamado uso privado dos dons. A
inteira discussão focaliza o que acontece “na igreja” (na reunião dos
crentes), como vemos em 14:19, 28 e 35. 0 valor de “glossai” na
congregação é menosprezado, não ultimamente proibido (14:39), desde
que haja intérprete: “E SE alguém falar em línguas, ou no caso de
alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando
muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete, mas não
havendo intérprete, fique calado na igreja”. (14:27 e 28a.), mas
repetidamente desencorajado (ver todo o capítulo). 0 discurso inteligível
é exaltado como muito mais útil e apropriado (v.19), porque a
manifestação do Espírito é muito mais imediatamente evidente, não só à
congregação dos crentes mas também aos descrentes (14:24, 25).

CONCLUSÃO GERAL

NOSSOS VALORES PRIMORDIAIS COMO METODISTAS LIVRES

1. A CENTRALIDADE DE SANTIDADE. Nós estamos convencidos que


santidade (definida como amor perfeito) é a visão integrante do Novo
Testamento. Este amor se expressa em nosso relacionamento para com
Deus e para com os próximos.

2. A UNIDADE DA IGREJA. Enquanto que a nossa igreja começou como


um movimento reformista, nós não somos sismáticos. Nós valorizamos a
unidade do corpo de Cristo, o bem comum. Nós ficamos magoados com
desunião e contenda. Unidade é essencial para testemunho e missão.

3. BÍBLIOCENTRISMO. Somos cristãos bíblicos. Ficamos apreensivos


com qualquer doutrina ou prática carente de apoio claro da Bíblia.

4. NOSSAS RAÍZES. Nós apreciamos a nossa tradição. Nós temos a


versão em alterar o que é essencial à nossa identidade.
5. NOSSA MISSÃO. Nós cremos que estamos aqui para um propósito e
esse propósito reflete fielmente o impulso central do Novo Testamento.
Existimos para proclamar o perdão e a santidade para trazer os outros à
comunhão do corpo de Cristo, e para equipar e enviá-los para fora como
cristãos produtivos que dão testemunho. Esta convicção está no centro
do nosso sistema e atividades institucionais.

A OBRA DO ESPÍRITO

Com referência à obra do Espírito, o consenso entre os metodistas livres


contém os seguintes elementos:

1. A santidade cristã tem ascendência sobre qualquer dom específico.

2. 0 testemunho do Espírito é interno e não é acompanhado


necessariamente de qualquer manifestação particular. (Rm. 8:16)

3. Os dons espirituais são soberanamente distribuídos pelo Espírito


Santo e dados com o propósito de edificar a igreja.

4. 0 fruto do Espírito, cuja essência é o amor santo, aparecerá em cada


vida entregue a Deus.

5. 0 Espírito dá poder para vida vitoriosa.

6. 0 poder da obra do Espírito é evidenciada em vidas transformadas e


serviço efetivo. 7. 0 propósito do Espírito é edificar a igreja em unidade.

LÍNGUAS E SANTIDADE

Nós rejeitamos a sugestão de que qualquer um dos dons seja o sinal ou


a evidência de que uma pessoa foi batizada com o Espírito Santo. Não
concordamos com a posição que afirma que o dom de línguas é o sinal
necessário da plenitude do Espírito Santo. Além do mais, questionamos,
baseados em nosso entendimento, da Escritura, a proeminência
geralmente dada, pelos pentecostais, à prática de falar em línguas.
Em nossa estimativa, a posição acima delineada coloca-nos no centro do
que significa ser uma Igreja do Novo Testamento. Nós não
descristianizamos os que não compartilham as mesmas convicções
nossas em cada ponto. Pelo contrário, nós refletimos o grande coração
de Wesley que disse, “Não destruamos a obra de Deus por opiniões ou
palavras” (O caráter de um Metodista).

Os metodistas livres consideram que a doutrina do amor perfeito reflete o


coração da vida cristã. 0 nosso fundador, 13. T. Roberts, considerou esta
doutrina da santidade cristã como “claramente ordenada na Palavra de
Deus, e como constitutiva do real reforço e poder para o bem da Igreja
de Cristo ” (Cristão Fervoroso, 1, pp. 1, 5). Concordamos.

Portanto, recomendamos que:

1. Afirmemos os Parágrafos 122 e 3240 do Livro de Disciplina;

2. Continuemos a insistir,como o fez o apóstolo Paulo, que oculto seja


realizado em língua inteligível pelo povo e de desencorajar a prática ou a
promoção de falar em línguas no culto público; e

3. Reafirmemos a prioridade de nossa missão de proclamar o perdão e


santidade em Jesus Cristo. Unamo-nos para introduzir o Novo Dia
debaixo de Deus.

BIBLIOGRAFIA
Lições a respeito dos Dons Espirituais

Canon Leon – M.SC., M. TH., PH.D.. I Coríntios, Introdução e Sociedade


Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo
Cristão – Terceira Edição, 1986. (São Paulo, SP, Brasil)

Champlin, Russel Norman -PH.D. – O Novo Testamento Interpretado


Versículo por Versículo, I Coríntios 12-14 – Milenium Distribuidora
Cultural Ltda.
Foulkes, Francis – Efésios, Introdução e Comentário – Associação
Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo
Cristão. São Paulo, SP, Brasil – 1986

Bruce, F.F. – MA., D.D. – Romanos, Introdução e Comentário – Série


Cultura Bíblica – Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão – São
Paulo, SP, Brasil,

Frederick Dale – Teologia do Espírito Santo – Sociedade Religiosa


Edições Vida Nova – São Paulo, SP, Brasil, 1989.

Graham Billy – 0 Espírito Santo (ativando o poder de Deus em sua vida)


Edições Vida Nova – São Paulo, SP, Brasil, 1980.

Knight, John A, – 0 que a Bíblia Diz Acerca de Falar em Línguas – Casa


Nazarena de Publicações – São Paulo, SP, Brasil, 1989

RELATóRIO DA COMISSÃO DE ESTUDO DE DOUTRINA


APRESENTADO AO CONCILIO GERAL DE 1989″.

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