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Miles Dewey Davis III (Alton, 26 de maio de 1926 – Santa Mônica, 28 de setembro de

1991) foi um trompetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano.

Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda
de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a
década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das primeiras gravações
do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e também do jazz fusion que
originou-se do trabalho dele com outros músicos no final da década de 1960 e no
começo da década de 1970.

Miles Davis pertenceu a uma classe tradicional de trompetistas de jazz, que começou
com Buddy Bolden e desenvolveu-se com Joe "King" Oliver, Louis Armstrong, Roy
Eldridge e Dizzy Gillespie. Ao contrário desses músicos ele nunca foi considerado com
um alto nível de habilidade técnica. Seu grande êxito como músico, entretanto, foi ir
mais além do que ser influente e distinto em seu instrumento, e moldar estilos inteiros e
maneiras de fazer música através dos seus trabalhos. Muitos dos mais importantes
músicos de jazz fizeram seu nome na segunda metade do século XX nos grupos de
Miles Davis, incluindo: Joe Zawinul, Chick Corea e Herbie Hancock, os saxofonistas
John Coltrane, Wayne Shorter, George Coleman e Kenny Garrett, o baterista Tony
Williams e o guitarrista John McLaughlin.

Como trompetista Davis tinha um som puro e claro, mas também uma incomum
liberdade de articulação e altura. Ele ficou conhecido por ter um registro baixo e
minimalista de tocar, mas também era capaz de conseguir alta complexidade e técnica
com seu trompete.

Em 13 de Março de 2006, Davis foi postumamente incluído no Rock and Roll Hall of
Fame. Ele foi também incluído no St. Louis Walk of Fame, Big Band and Jazz Hall of
Fame, e no Down Beat's Jazz Hall of Fame.

Kind of Blue tem sido citado como o álbum de Miles Davis mais vendido da sua
carreira, bem como o álbum de jazz mais vendido da história. Em 7 setembro de 2008, o
álbum foi certificado pela RIAA (Associação das Indústrias Fonográficas Americanas)
com um álbum de platina quádruplo. Kind of Blue é também reconhecido por muitos
fãs, críticos e ouvintes de jazz como o maior álbum de jazz de todos os tempos,
frequentemente alcançando o topo listas de "melhores álbuns" de vários outros gêneros
além do jazz. Em 2002, a gravação do álbum foi uma das 50 escolhidas naquele ano
para o Registro Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso Americano. E Em
2003, o álbum foi classificado em 12º lugar pela revista Rolling Stone em sua Lista dos
500 melhores álbuns de sempre. Em 30 de setembro de 2008 um box do 50º aniversário
de lançamento do álbum foi lançada pela Columbia/Legacy Records.

Índice
 1 Biografia
o 1.1 Juventude - de 1926 a 1944
o 1.2 Bebop e Birth of the Cool - de 1944 a 1955
o 1.3 Primeiro Grande Quinteto e Sexteto - de 1955 a 1958
o 1.4 Gravações com Gil Evans - de 1957 a 1963
o 1.5 Kind of Blue - de 1959 a 1964
o 1.6 Segundo Grande Quinteto - de 1964 a 1968
o 1.7 Elétrico Miles - de 1968 a 1975
o 1.8 Década Final - de 1981 a 1991
o 1.9 Morte
 2 Prêmios
 3 Discografia
 4 Referências
 5 Bibliografia
 6 Ligações externas

Biografia
Juventude - de 1926 a 1944

Miles Davis nasceu em uma família relativamente rica em Alton, no estado de Illinois.
Seu pai, Dr. Miles Davis II era dentista e, em 1927, sua família se mudou para East St.
Louis. Eles também ganharam uma importante fazenda no norte do Arkansas, onde
Miles aprendeu a andar a cavalo.

A mãe de Davis, Cleota Mae (née Henry) Davis, queria que seu filho aprendesse a tocar
piano - ela era uma hábil pianista de blues, mas manteve isso escondido de seu filho. Os
estudos musicais de Miles começaram aos treze anos, quando seu pai lhe deu um
trompete novo e providenciou algumas aulas com um trompetista local, Elwood
Buchanan. Miles revelou que a escolha de seu pai por um trompete, foi feita
propositalmente para irritar sua mulher, que não gostava do som do instrumento.
Contrário à moda naquela época, Buchanan ressaltou a importância de tocar o
instrumento sem vibrato, e assim Davis levaria seu timbre limpo por toda sua carreira.
Buchanan dava palmadas com uma régua na mão de Miles, toda a vez que ele usava
heavy vibrato. Convidado por Buchanan para ver seu aluno tocar, o trompetista Clark
Terry (que viria a ser uma das influências de Davis) se lembraria, anos mais tarde, de
seus heterodoxos métodos de aprendizado: “Buch tinha uma régua enorme… e toda vez
que Miles tremia uma nota, ele o acertava com ela nas juntas dos dedos e dizia: ‘Pare de
tremer essa nota. Você já vai tremer bastante quando ficar velho.’” Davis certa vez
comentou a importância dessa sua assinatura musical, dizendo:


Eu prefiro um som agradável sem atitude, como uma voz agradável sem
muito trêmulo e sem muitas linhas de baixo. No meio termo. Se eu não
consigo esse som, eu não consigo tocar nada.[1] ”
Clark Terry foi outra importante influência na juventude de Miles Davis. Aos dezesseis
anos, Davis era membro de um círculo de músicos e trabalhava profissionalmente
quando não estava na escola. Aos dezessete, passou um ano tocando no grupo de Eddie
Randle, os Blue Devils. Sonny Stitt tentou convencê-lo a se juntar à banda de Tiny
Bradshaw, atravessando a cidade, mas sua mãe negou alegando que ele terminasse seu
último ano na escola.
Em 1944, o grupo de Billy Eckstine foi tocar em St. Louis. Dizzy Gillespie e Charlie
Parker eram uns dos integrantes, e por causa de uma doença com Buddy Anderson,
Davis entrou como o terceiro trompetista por algumas semanas. Quando o grupo saiu da
cidade para completar sua turnê Miles ficou, pois seus pais insistiram ainda para ele
completar seus estudos acadêmicos.

Bebop e Birth of the Cool - de 1944 a 1955

“ ”
Jazz é como o blues, mas com um pouco de heroína.

Tommy Potter, Charlie Parker, Max Roach, Miles Davis e Duke Jordan em agosto de
1947.

Em 1944, Davis mudou-se para Nova Iorque para conseguir uma bolsa de estudos na
Juilliard School, mas ao invés disso ele decidiu procurar a banda de Charlie Parker.
Suas primeiras gravações foram feitas em 1945 com o cantor de blues "Rubberlegs"
Williams e o sax-tenorista Herby Fields, no outono ele se tornou um membro não-
oficial do quinteto de Parker, aparecendo em várias gravações iniciais do bebop para os
selos Savoy Records e Dial Records. O estilo de Davis no trompete era distinto, mas
como solista lhe faltou confiança e virtuosidade dos seus mentores com ele, pois
sufocava algumas notas e errava durante seus solos. Além disso, possuía algumas
dificuldades para tocar ballads. Tempos depois, Davis revelaria que aprendeu a tocar
baladas ouvindo Coleman Hawkins.

Em 1948, teve seu aprendizado como sideman, tanto no palco como no estúdio, e estava
começando a desenvolver-se como artista solo. Davis começou a trabalhar com um
noneto que apresentava uma instrumentação incomum naquela época, como a trompa e
a tuba. Nele também estavam os jovens Gerry Mulligan e Lee Konitz. Após algumas
apresentações no Royal Roost Club em Nova Iorque, o noneto assinou com a Capitol
Records. Vários singles seriam lançados em 1949 e 1950, apresentando arranjos por Gil
Evans, Gerry Mulligan e John Lewis. A partir daí começou sua parceria com Gil Evans,
com quem colaboraria pelos próximos vinte anos. Os singles tiveram lançamentos até
1957, quando onze de doze músicas foram lançadas no álbum Birth of the Cool
(lançamentos posteriores incluiríam as doze faixas). Em 1949, ele visitou a Europa pela
primeira vez e se apresentou naquele ano no Paris Jazz Festival em maio. A resposta
para os músicos de jazz moderno em Paris foi diferente daquela nos Estados Unidos,
eles ganhariam certa admiração na capital francesa. A partir de então data os problemas
de Davis com as drogas. Tocando em bares de Nova Iorque, Davis estava em freqüente
contato com pessoas que usavam e vendiam drogas. Em 1950, como muito dos seus
contemporâneos, ele adquire vício em heroína.

Entre 1950 e 1955, Davis fez gravações como líder para os selos Prestige e Blue Note
Records principalmente, numa variedade de pequenos grupos. Como sidemans incluíam
Sonny Rollins, John Lewis, Kenny Clarke, Jackie McLean, Art Blakey, Horace Silver,
Thelonious Monk, J. J. Johnson, Percy Heath, Milt Jackson e Charles Mingus. Por causa
de seu problema com drogas, Davis ganhou uma reputação de irresponsável. No inverno
de 1953 a 1954 entretanto, ele retorna a East St. Luis e se tranca em um quarto na
farmácia de seu pai por doze dias até que conseguisse estar livre das drogas.
Após superar seu vício de heroína com a ajuda de Sugar Ray Robinson, Davis fez uma
série de importantes gravações para o selo Prestige em 1954, mais tarde reunidas nos
álbuns Bag's Groove, Miles Davis and the Modern Jazz Giants e Walkin'. Nessa época,
ele começa a usar a surdina para "escurecer" e abrandar o timbre de seu trompete. Este
trompete com surdina seria associado com Davis pelo resto de sua vida.

Em julho de 1955, ele tocou um solo lendário em 'Round Midnight de Thelonius Monk
no Newport Jazz Festival. Esta performance levou Davis de volta aos holofotes do jazz,
fazendo com que George Avakian assinasse com Davis para a Columbia e formasse seu
primeiro quinteto.

Primeiro Grande Quinteto e Sexteto - de 1955 a 1958

“ ”
Não toque o que está lá, e sim o que não está.

Em 1955, Davis dá vida a seu primeiro Miles Davis Quintet. Este grupo apresentava
John Coltrane (saxofone tenor), Red Garland (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e
Philly Joe Jones (bateria). Evitando a complexidade rítmica e harmônica do então
prevalecente bebop, Davis se permitiu a tocar longamente, em legato, essencialmente
em linhas melódicas em que ele começaria a explorar o jazz modal. Nessa época, Davis
foi influenciado pelo pianista Ahmad Jamal, que contrastava seu som esparso com o
"atarefado" som do bebop.

O quinteto nunca foi estável entretanto, com muitos dos integrantes usando heroína e o
Miles Davis Quintet acabou em 1957.

Neste ano, Davis viajou para a França para compor Ascenseur pour l'échafaud de Louis
Malle. Ele gravou a trilha sonora inteira com a ajuda de músicos franceses como Barney
Wilen, Pierre Michelot e René Urtreger além do baterista americano Kenny Clarke.

Em 1958, o quinteto foi reformado em um sexteto, com a adição de Julian "Cannonball"


Adderley no saxofone alto, gravando Milestones naquele ano.

Gravações com Gil Evans - de 1957 a 1963

No final da década de 1950 e começo da década de 1960, Davis gravou uma série de
álbuns com Gil Evans, tocando trompete assim como flugelhorn. O primeiro, Miles
Ahead de 57, apresenta ele tocando com uma big band e um arranjo de cornetas por
Evans. As faixas do álbum incluem, "The Duke" de Dave Brubeck, "The Maids of
Cadiz" de Léo Delibes, a qual seria sua primeira peça de música clássica européia a
gravar. Outra importante inovação característica do álbum, foi a edição sonora para
juntar as faixas, tornando cada lado do álbum em uma peça de música só.

Em 1958, Davis e Evans gravaram Porgy and Bess, um arranjo das peças de George
Gershwin de mesmo nome. Este álbum apresentava membros de seu grupo atual da
época, incluindo: Paul Chambers, Philly Joe Jones, e Julian "Cannonball" Adderley.
Davis considerou este álbum como um dos seus favoritos.
Sketches of Spain (1959-1960) apresentava faixas dos compositores contemporâneos:
Joaquín Rodrigo e de Manuel de Falla, assim como arranjos originais de tema espanhol
por Gil Evans. Miles Davis at Carnegie Hall (1961), incluía "Concierto de Aranjuez"
também de Joaquín Rodrigo, junto com outras músicas em um concerto sob a direção de
Evans.

Algumas sessões em 1962, resultaram no álbum Quiet Nights. Uma pequena coleção de
melodias de bossa nova, que foram lançadas contra a vontade de ambos os artistas. Esta
seria a última vez que eles criariam um álbum completo novamente. Em sua
autobiografia, Davis menciona: "…meu melhor amigo foi Gil Evans." [2]

Kind of Blue - de 1959 a 1964

Monumento ao músico na Polônia.

“ ”
Para mim a vida e a música são só uma questão de estilo.

Após gravar Milestones, Garland (piano) e Jones (bateria) foram substituídos por Bill
Evans e Jimmy Cobb. A improvisação introspectiva de Evans, treinada na música
clássica, influenciou o som do resto do grupo e os permitiu explorar mais
profundamente a música do que nunca, promovendo o avanço do jazz modal como visto
em '58 Miles. Evans saiu no final de 1958, substituído por Wynton Kelly.

Em Março e Abril de 1959, Davis voltou mais uma vez com seu sexteto para gravar o
que seria considerada sua magnum opus, Kind of Blue. Ele chamou Bill Evans de novo
(que estava ainda a meses de formar seu famoso trio), para as sessões do álbum da
maneira que haviam planejado acerca do método de piano de Evans. [3] Ambos Davis e
Evans tiveram uma familiaridade direta com as ideias do pianista George Russell, a
respeito do modal jazz o qual fazia experimentos naquela época. Davis pelas ideias
expostas com Russell e outros, antes do que viria a se tornar as sessões do álbum Birth
of Cool, e Evans por estudar com Russel em 1956.[4] Miles não informou ao pianista
Wynton Kelly sobre Evans nas gravações, conseqüentemente Kelly tocou apenas na
faixa "Freddie Freeloader", e não esteve presente nas gravações em abril. [5] "So What" e
"All Blues" foram tocadas pelo sexteto em performances antes das sessões de gravação,
mas para as outras três composições, Davis e Evans preparam uma estrutura harmônica
que os outros músicos viram somente no dia da gravação, a fim de criar uma
aproximação de improvisação. O álbum resultante provou ser uma enorme influência
para outros músicos. De acordo com a RIAA, Kind of Blue é o álbum de jazz mais
vendido de todos os tempos, sendo certificado com o disco triplo de platina (3 milhões
de cópias).

No mesmo ano, enquanto fazia uma pausa de um show do lado de fora do famoso
nightclub de Nova Iorque, Birdland. Miles Davis foi atacado por policiais americanos e
foi conseqüentemente preso. Acreditando ter sido o ataque por motivos raciais (foi dito
que ele foi agredido por um policial que estava furioso por Davis estar com uma mulher
branca), ele tentou levar o caso ao tribunal, mas acabou desistindo.

Davis convenceu Coltrane a tocar com o grupo em uma turnê final pela Europa na
primavera de 1960. Coltrane que tinha saído para formar seu clássico quarteto, voltou
para gravar algumas faixas do álbum de 1961 Someday My Prince Will Come. Davis
tentou diversos saxofonistas para seu grupo, como Sonny Stitt e Hank Mobley. O
quinteto com Hank Mobley gravou em estúdio e em diversos shows como no Carnegie
Hall e no Black Hawk Jazz Club em São Francisco. Stitt tocou com o grupo em
gravações no Olympia em Paris (onde Davis e Coltrane tinham tocado alguns meses
antes) e no álbum Live in Stockholm.

Em 1963, o grupo de longo tempo de Miles Davis com Kelly, Chambers e Cobb acaba.
Ele então rapidamente começa a formar um novo grupo, incluindo o saxofonista tenor
George Coleman e o baixista Ron Carter. Davis, Coleman, Carter, e outros músicos
gravaram meio álbum na primavera de 63. Poucas semanas depois, o baterista Tony
Williams e o pianista Herbie Hancock se juntaram ao grupo, e logo após Davis,
Coleman e outros integrantes gravam o resto de Seven Steps to Heaven.

A evolução do grupo pode ser traçada através do álbum de estúdio anteriormente


mencionado, In Europe de 63, My Funny Valentine e Four and More (ambos de
Fevereiro de 1964). O grupo tocou o mesmo repertório de bebop e standards que os
grupos de Miles Davis tocavam anteriormente, mas agora revistos com uma liberdade
rítmica e estrutural crescente e com uma velocidade muito mais rápida.

Coleman sai na primavera de 1964, e é substituído pelo saxofonista de avant-garde jazz


Sam Rivers, por sugestão de Tony Williams. Rivers ficaria no grupo por pouco tempo,
gravando com o quinteto em um show no Japão; que pode ser escutado no álbum In
Tokyo! de Julho de 1964.

No final do verão, Miles Davis convenceu Wayne Shorter a sair dos Jazz Messengers,
grupo do baterista Art Blakey. Shorter se tornou o principal compositor do quinteto de
Miles Davis, algumas composições suas daquela época (como "Footprints" e
"Nefertiti") se tornaram standards. Enquanto estavam numa turnê pela Europa, o grupo
fez sua primeira gravação oficial, o álbum Miles in Berlin (no fim de 64). Voltando para
os Estados Unidos naquele ano, Davis (por pedido de Jackie DeShannon) fez uma
recomendação à Columbia para assinar com os The Byrds.

Segundo Grande Quinteto - de 1964 a 1968

Na época do álbum E.S.P de 1965, a formação do grupo de Miles Davis consistia em


Wayne Shorter no saxofone, Herbie Hancock no piano, Ron Carter no baixo e Tony
Williams na bateria. Esta formação, a última formação acústica dele, é geralmente
conhecida como "The Second Great Quintet".

Sessões de duas noites em Chicago no final de 65 foram capturadas no álbum The


Complete Live at The Plugged Nickel 1965, lançado em 1995. Ao contrário dos álbuns
de estúdio do grupo, a apresentação ao vivo mostrava o grupo ainda tocando standards e
bebops.

Este foi seguido por uma série de gravações de estúdios: Miles Smiles (1966), Sorcerer
(1967), Nefertiti (1967), Miles in the Sky (1968) e Filles de Kilimanjaro (1968). O
quinteto se aproximou de uma improvisação que ficou conhecida como "time no
changes" ou "freebop", por que eles abandonaram a progressão de acordes parecida com
o bebop para uma aproximação modal. Através de Nefertiti, as gravações de estúdio
consistiram de composições de Shorter, e outras menores composições por outros
sidemans. Em 1967, o grupo começou a tocar seus concertos ao vivo em sets contínuos,
com cada canção fluindo para outra e somente a melodia indicava alguma demarcação;
o grupo de Davis iria continuar a tocar desse modo até seu retiro em 1975.

Miles in the Sky e Filles de Kilimanjaro, no qual o baixo elétrico, piano elétrico e a
guitarra foram introduzidas em algumas faixas, apontavam conseqüentemente para a
fase fusion de Miles. Davis também começou a experimentar ritmos como o rock nessas
gravações. Nas gravações da segunda metade de Filles de Kilimanjaro, Dave Holland e
Chick Corea substituíram Carter e Hancock no grupo, apesar de ambos ocasionalmente
virem a contribuir em sessões futuras de gravações.

O álbum 1969 Miles: Festiva de Juan Pins, é a primeira gravação ao vivo do grupo de
Miles Davis tocando sets contínuos. (Entretanto, o álbum só teve lançamentos na
Europa e no Japão.)

Elétrico Miles - de 1968 a 1975


Miles Davis no Rio de Janeiro em Maio de 1974


Uma lenda é um homem muito velho com uma bengala, que é conhecido
pelo que fez. Eu ainda estou fazendo.

Eu sei o que eu fiz para a música, mas não me chame de lenda. Apenas me
chame de Miles Davis. Miles Davis ”
As influências de Miles Davis no final da década de 1960 incluíam o acid rock e artistas
funk como Sly and the Family Stone, James Brown e Jimi Hendrix, muitos dos quais se
conheceram através de Betty Mabry, uma jovem modelo e letrista que Miles se casou
em 1968 e se separaria um ano depois. A transição musical requereu que Davis e seu
grupo se adaptassem aos instrumentos elétricos, tanto em estúdio quanto performances
ao vivo.

Na época, o álbum In a Silent Way seria gravado em fevereiro de 1969. Davis tinha
aumentado seu quinteto padrão com alguns músicos a mais. Hancock e Joe Zawinul
foram trazidos para ajudar Chick Corea nos teclados, e o guitarrista John McLaughlin
faria sua primeira de muitas aparições e Shorter estava no saxofone soprano. Depois de
gravar esse álbum, Tony Williams saiu para formar seu grupo:Lifetime e seria
substituído por Jack DeJohnette.

Seis meses depois, um grupo maior de músicos, incluindo Jack DeJohnette, Airto
Moreira e Bennie Maupin gravaram o LP duplo Bitches Brew, o qual viria a ter uma
imensa vendagem alcançando o disco de ouro (meio milhão de cópias vendidas) em
1976. Este álbum e In a Silent Way estariam entre as primeiras fusões entre o jazz e o
rock que seriam comercialmente bem sucedidas, subindo no patamar de Charles Lloyd,
Larry Coryell, e muito outros músicos pioneiros no gênero que viria a se chamar
simplesmente de "Jazz-rock fusion".
Durante este período, Davis viajou com o "quinteto perdido" de Shorter, Corea, Holland
e DeJohnette. O repertório do grupo incluía materiais de Bitches Brew, In a Silent Way,
os álbuns do quinteto da década de 1960, e alguns standards ocasionais.

Em 1972, Davis foi introduzido à música de Karlheinz Stockhausen por um jovem


arranjador e violocelista, e mais tarde ganhador de um Grammy, Paul Buckmaster, o
levando a um período novo de exploração criativa. O biógrafo J.K. Chambers escreveu
que: "O efeito dos estudos de Stockhausen por Davis não poderiam ser contidos por
muito tempo. …sua própria "música espacial", mostrava composicionalmente a
influência de Stockhausen."[6] Suas gravações e performances durante este período
foram descritas como "espacial" pelos fãs, pelo crítico de música Leonard Feather, e por
Buckmaster que declarou: "muita coisa mudou - pesado, obscuro, intenso -
definitivamente música espacial."[7]

Tanto Bitches Brew e In a Silent Way apresentavam composições "prolongadas" (que


duravam mais de 20 minutos) que na verdade só foram "tocadas inteiramente" pelos
músicos, no estúdio. Davis e o produtor Teo Macero selecionaram trechos musicais em
várias partes das improvisações gravadas e editaram, juntando-os em uma peça musical
única que só existe na versão dos discos. Bitches Brew fez uso de efeitos eletrônicos
como multi-tracking, tape loops entre outras técnicas. Ambas gravações, especialmente
Bitches Brew, tiveram altíssimas vendagens.

Começando por Bitches Brew, os álbuns de Davis apresentavam freqüentemente as


capas dos álbuns em linha com a arte psicodélica e movimentos black power. Ele fez
cortes significantes em seu cachê para poder abrir shows de grupos de rock como Steve
Miller Band, o Grateful Dead e Santana. Vários álbuns ao vivo foram gravados durante
o começo da década de 1970, como: It's About Time (Março de 1970), Black Beauty
(abril de 1970) e At Fillmore (Junho de 1970).

Na época de Live-Evil em dezembro de 1970, o conjunto de Davis se transformou em


um grupo mais orientado ao funk. Davis começou experimentando os efeitos do wah-
wah em seu trompete. O grupo, com Gary Bartz, Keith Jarrett, Michael Henderson,
Ndugu Leon, Don Alias e James Mtume, freqüentemente conhecidos como "Cellar
Door band" (pois parte das gravações ao vivo de Live-Evil foram gravadas no clube de
mesmo nome), nunca gravaram em estúdio, mas é documentado no Box Set de 6 Cds:
The Cellar Door Sessions, que foram gravadas cerca de quatro noites em dezembro de
1970.

Em 1970, Davis contribuiu para a trilha sonora de um documentário sobre o boxeador


afro-americano Jack Johnson. Ele próprio um fanático por boxe. Davis traçou um
paralelo entre Johnson, cuja carreira foi marcada pela infrutífera busca por uma "grande
esperança branca" para destroná-lo, e a sua própria carreira, na qual ele sentiu que a
acomodação o privou de receber o reconhecimento e as recompensas de que lhe eram
devidas. O álbum resultante, A Tribute to Jack Johnson de 1971, contém duas longas
faixas que utilizou músicos (alguns até não creditados no álbum) incluindo os
guitarristas John McLaughlin e Sonny Sharrock, Herbie Hancock em um órgão Farfisa
estragado e o baterista Billy Cobham.

Assim como ele citou em sua autobiografia, Davis queria fazer música para o jovem
público afro-americano. On the Corner (1972) juntou elementos do soul com estilos
tradicionais do jazz que ele havia tocado em toda sua carreira. Este álbum foi realçado
pela aparição do saxofonista Carlos Garnett. Este álbum provocou um feroz menosprezo
dos críticos, como um crítico britânico cita: "Eu amo a música de Miles, mas é agora
onde eu saio fora." Em sua autobiografia, Miles declara que essa desaprovação seria
porque nenhum crítico poderia categorizar a música, queixando-se também que o álbum
era divulgado em estações de rádio de jazz "tradicional".

Após gravar On the Corner, Davis formou um novo grupo somente com Michael
Henderson, Carlos Garnett e o percussionista Mtume voltando do grupo anterior.
Ingressaram o guitarrista Reggie Lucas, o tocador de tabla Badal Roy, Khalil
Balakrishna tocando sitar e o baterista Al Foster. Na época nenhum dos músicos
secundários eram grandes instrumentistas de jazz; como resultado, a música enfatizava
mais as mudanças estruturais e a densidade rítmica ao invés dos solos individuais. Este
grupo, que gravou no Philharmonic Hall para o álbum In Concert de 1972, foi
insatisfatório para Miles Davis. Através da primeira metade de 73, ele tirou a tabla e o
sitar, assumiu os teclados, e adicionou o guitarrista Pete Cosey. O conjunto
Davis/Cosey/Lucas/Henderson/Mtume/Foster permaneceria intacto nos próximos dois
anos. Inicialmente, Dave Liebman tocou saxofone e flauta com o grupo. Em 1974, ele
foi substituído por Sonny Fortune.

Big Fun (1974) foi um álbum duplo contendo quatro longas jams gravadas entre 1969 e
1972. Semelhante, Get Up With It de 1975 coletou gravações dos cinco anos anteriores.
Get Up With It incluiu "He Loved Him Madly", um tributo a Duke Ellington, assim
como uma das mais elogiadas peças de Miles Davis daquela época, "Calypso Frelimo".
Este foi seu último álbum de estúdio da década de 1970.

Em 1974 e 1975, a Columbia gravou três LP's duplos de shows ao vivos de Davis: Dark
Magus. Agharta e Pangaea. Dark Magus é um concerto de 1974 em Nova Iorque; os
outros dois são gravações de concertos consecutivos do mesmo dia de Fevereiro de
1975 em Osaka, Japão. Nessa época, apenas Agharta foi disponível nos Estados Unidos,
Pangaea e Dark Magus foram inicialmentes lançados apenas pela CBS/Sony Japão.
Todas os três álbuns apresentavam no mínimo dois guitarristas (Reggie Lucas e Pete
Cosey, exibindo um conjunto de aparelhos de distorções eletrônicas pós-Hendrix;
Dominique Gaumont é o terceiro guitarrista em Dark Magus), baixo elétrico, bateria, e
Davis no trompete elétrico e no órgão. Estes álbuns seriam os últimos que ele gravaria
pelos próximos cinco anos. Davis estava com osteoartrite (o que o levou a fazer uma
operação na bacia em 1976, a primeira de muitas), anemia falciforme, bursite,
depressão, úlceras e uma nova dependência em álcool e drogas (principalmente
heroína), suas performances foram repetidamentes pausadas no final de 1974 e no
começo de 75. Na época o grupo viajou ao Japão em Fevereiro de 1975, Davis estava
em estado físico preocupante e requeria várias dose de vodka e narcóticos para
completar seus compromissos.

Depois do Festival de Jazz de Newport no Avery Fisher Hall em Nova Iorque em 1 de


Julho de 1975, Miles Davis retirou-se quase que por completo do público por seis anos.
Como Gil Evans disse: "Seu organismo está cansado. E depois de toda a música que ele
contribui por 35 anos, ele precisa de um descanso."

Davis caracterizou este período em sua autobiografia como uma época colorida onde
várias mulheres esbanjavam seu dinheiro com sexo e drogas. Na realidade, ele se tornou
completamente dependente de várias drogas, gastando quase todo seu tempo deitado no
sofá em seu apartamento assistindo televisão, saindo somente para conseguir mais
drogas. Em 1976, a revista Rolling Stone relatou rumores de sua possível morte.
Embora ele tenha parado de praticar trompete regularmente, Davis continuou compondo
intermitentemente e fez três tentativas, nas gravações durante seu exílio, de fazer um
show; estas sessões (uma com assistência de Paul Buckmaster e Gil Evans, que saiu
depois de não receber uma promessa de pagamento) durou pouco tempo e permaneceu
não lançada.

Em 1979, ele ficou entre os "Top 10" da revista Down Beat naquele ano. A Columbia
Records continuou lançando compilações suas e gravações de materias não lançados
para preencher as obrigações contratuais.

Durante este período de inatividade, Davis viu a música fusion, que ele tinha estado na
vanguarda na década passada, entrando para a mainstream. Quando ele saiu de seu
retiro, os descendentes musicais de Miles Davis estariam no âmbito do rock new wave,
e mais em particular no estilo de Prince.

Década Final - de 1981 a 1991

Miles em Bad Segeberg, Alemanha em 1984

“ ”
Prince poderia muito bem ser o Duke Ellington do rock.

Em 1979, Miles tinha voltado seu relacionamento com a atriz Cicely Tyson. Com
Tyson, Davis iria superar seu vício com as drogas e recuperar seu entusiasmo pela
música. Como ele tinha parado de tocar trompete há quase três anos, recuperar sua
embocadura no instrumento provou ser particularmente árduo para ele. Enquanto
gravava The Man with the Horn (foram sessões separadas esporadicamente entre 1979 a
1981), Miles tocou seu trompete na maior parte com wah-wah, com um jovem e grande
grupo. Ele se casou com Tyson em 1981; e se divorciariam em 1988.

Esse seu grande grupo inicial foi conseqüentemente sendo abandonado, indo em direção
a um pequeno conjunto com o pianista Bill Evans e o baixista Marcus Miller, ambos
estariam entre os colaboradores mais regulares de Davis através da década. The Man
with the Horn seria finalmente lançado em 1981 e recebera uma crítica ruim apesar de
ter vendido razoavelmente bem. Em Maio, o novo grupo tocou em duas datas como
parte do Festival de Jazz de Newport. Os concertos, assim como a gravação ao vivo We
Want Miles de sua turnê seguinte, receberam análises críticas positivas.

No final de 82, o grupo de Davis incluindo o percussionista francês Mino Cinelu e o


guitarrista John Scofield, com quem ele trabalhou no álbum Star People. Na metade do
ano de 83, enquanto trabalhava nas faixas de Decoy, um álbum misturando soul music e
eletrônica que foi lançado em 1984, Miles trouxe como produtor, compositor e
tecladista Robert Irving III, quem tinha colaborado antes com Miles em The Man with
the Horn. Com um grupo de sete integrantes, incluindo Scofield, Evans, o tecladista e
diretor musical Irving, o baterista Al Foster e o baixista Darryl Jones (mais tarde nos
Rolling Stones). Miles tocou uma série de sessões na Europa para buscar um
recebimento positivo de seus fãs. Enquanto estava na Europa, ele fez parte da gravação
de Aura, um tributo para Miles Davis composto pelo trompetista dinamarquês Palle
Mikkelborg.

You're Under Arrest foi o próximo álbum de Miles Davis, lançado em 1985, abrangeu
uma outra breve mudança sua de estilo. No álbum incluiu como uma de suas
interpretações, a balada de Cyndi Lauper "Time After Time" e "Human Nature" de
Michael Jackson. Davis mencionou que hoje muitos dos standards de jazz aceitos foram
de fato músicas pop do teatro da Broadway naquela época, e ele estava apenas
"atualizando" o seu repertório com novo material.

You're Under Arrest foi o último álbum de Miles para a Columbia. O trompetista
Wynton Marsalis repudiou publicamente as recentes gravações de Miles naquela época,
como não sendo o "verdadeiro jazz". Comentários aos quais Davis foi indiferente,
chamando Marsalis de "um jovem cara legal, mas apenas confuso".

Miles ficou irritado com a demora da Columbia em lançar Aura e talvez, também
ciúmes por causa da quantia extraordinária para publicidade que o selo tinha concedido
a Marsalis. O ponto final da relação selo/artista foi quando um produtor de jazz da
Columbia pediu a Miles que desse um telefonema de aniversário a Wynton Marsallis.
Miles assinaria com a Warner Brothers logo após.

Davis trabalhou com vários artistas do movimento new wave britânico, incluindo Scritti
Politti.[8] Por convite do produtor Bill Laswell, Davis gravou algumas partes com
trompete durante as sessões do álbum Album, do grupo Public Image Ltd, que constam
no box Plastic Box do grupo. Nas palavras de Lyndon, "foi esquisito, nós não usamos
(suas contribuições)." De acordo com Lydon, Davis comparou sua voz com o som de
seu trompete.[9]

Gravando pela primeira vez para o grupo contra o apartheid Artists United Against
Apartheid. Davis assina logo após com a Warner Brothers, voltando a gravar com
Marcus Miller. O resultado dessa gravação é o álbum Tutu (1986), seria seu primeiro
álbum a usar ferramentas modernas de estúdio - sintetizadores programados, samples e
loops de baterias - para criar um novo modo de Davis tocar. Ganhou análises positivas
no seu lançamento, o álbum seria freqüentemente descrito como a cópia moderna do
clássico Sketches of Spain, ganhando um Grammy em 1987.

Após Tutu ele lança o álbum Amandla, outro trabalho com Miller e com George Duke,
além das trilhas sonoras para quatro filmes: Street Smart, Siesta, The Hot Spot e Dingo.
Ele continuou viajando com seu grupo, constantemente alternando seus integrantes.
Suas últimas gravações, ambas lançadas postumamentes, foram o álbum Doop-Bop,
bastante influenciado pelo hip hop e Miles & Quincy Live at Montreux, um trabalho
com Quincy Jones para o festival de Jazz de Montreux no qual Miles tocou seu
repertório de gravações dos anos 1960 pela primeira vez em décadas.

Em 1988 ele atuou em um pequeno trecho do filme Scrooged com Bill Murray, no qual
ele era um músico de rua.

Davis recebeu em 1990 o Grammy Lifetime Achievement Award.

No começo de 1991, ele assistiu ao lançamento do filme de Rolf de Heer, Dingo.


Estrelando Colin Friels como um frustrado trompetista de jazz da Austrália que vai em
busca de seu sonho de encontrar e tocar com Billy Cross, uma lenda do jazz fictícia
interpretada por Miles Davis. Na seqüência de abertura do filme, Davis e sua banda
inesperadamente vão parar em uma remoto deserto da Austrália e começam a tocar para
os habitantes desse local. A apresentação incentiva o personagem principal (Colin
Friels) a ir em busca de seu sonho. Foi uma das últimas performances filmadas de Miles
Davis.

Sepultura no Cemitério de Woodlawn

Morte

Miles Davis faleceu em 28 de setembro de 1991 de AVC, pneumonia e insuficiência


respiratória, em Santa Mônica, Califórnia, com 65 anos. Foi enterrado no Cemitério de
Woodlawn, no Bronx, Nova Iorque.[10]

Prêmios
 Ganhador; Down Beat Reader's Poll 1955
 Ganhador; Down Beat Reader's Poll 1957
 GRAMMY Award por Melhor Composição de Jazz Com Duração Maior de
Cinco Minutos para Sketches of Spain (1960)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Jazz, Grupo ou Solista para
Bitches Brew (1970)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Jazz Instrumental, Solista por
We Want Miles (1982)
 Sonning Award por Conjunto da Obra (1984; Copenhagen, Dinamarca)
 Doctor of Music, honoris causa (1986; New England Conservatory)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Jazz Instrumental, Solista por
Tutu (1986)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Jazz Instrumental, Solista por
Aura (1989)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Jazz Instrumental, Big Band por
Aura (1989)
 Grammy Lifetime Achievement Award (1990)
 Australian Film Institute Award por Melhor Música Original por Dingo,
compartilhado com Michel Legrand (1991)
 Nomeado para a Legião de Honra (16 de Julho, 1991; Paris)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de R&B Instrumental por Doo-Bop
(1992)
 GRAMMY Award por Melhor Performance de Conjunto de Jazz por Miles &
Quincy Live at Montreux (1993)
 Estrela na Calçada da Fama (19 de Fevereiro, 1998)
 Inserido ao Salão da Fama do Rock and Roll (13 de Março, 2006)
 Inserido ao Hollywood Rockwalk (28 de Setembro, 2006)
 Triplo de Platina pela RIAA por Kind of Blue
 St. Louis Walk of Fame

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