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PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Loteamento Residencial
Terras D’Itália
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO E OBJETIVO 1

2. DADOS .........................................................................................................................
2.1. EMPRESA CONTRATADA ............................................................................ 2
2.1.1. Equipe técnica EEA .......................................................................................... 2
2.2. EMPRESA SOLICITANTE .............................................................................. 2
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3

4.
5. DESCRIÇÃO E DIMENSIONAMENTO DA ETE ...............................................
5.1. PARÂMETROS DE PROJETO ........................................................................ 4
5.1.1. Vazão média do efluente sanitário e população total atendida ........... 4
5.1.2. Vazão mínima, máxima diária e máxima horária .................................. 5
5.1.3. Carga orgânica e concentração do efluente sanitário ............................ 6
5.2. DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO ............... 7
5.2.1. Estação Elevatória de Esgotos ................................................................... 7
5.2.2. Reator UASB ................................................................................................ 9
5.2.3. Sistema de filtração ..................................................................................... 19
6. LISTA DE EQUIPAMENTOS .................................................................................. 21
7. RESUMO ...................................................................................................................... 22
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 23
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1. APRESENTAÇÃO E OBJETIVO

O presente Memorial Descritivo e de Cálculo tem por objetivo apresentar o


projeto hidráulico e sanitário da estação de tratamento de esgotos (ETE) projetada para
a Midas Incorporadora e Administradora Ltda., referente ao Loteamento Residencial
Terras D’Itália, localizado no município de Sumaré, SP.

O dimensionamento da estação de tratamento de efluentes sanitários (ETE) foi


realizado de forma modular, visando contemplar a demanda total do empreendimento.

Para o dimensionamento dos equipamentos, foram seguidos os parâmetros de


cálculo preconizados nas normas técnicas NBR 7.229, NBR 12208, NBR 12.209 e NBR
13.969 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), além das diretrizes
específicas para o loteamento em questão.
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DADOS
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1 DADOS

1.1 EMPRESA CONTRATADA

E.E.A. – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda.


CNPJ: 03.345.558/0001-05
Endereço: Rua 15B, 1317 – Bela Vista – Rio Claro-SP
Tel.: (19) 3524-5327 - www.eea.eng.br - eea@eea.eng.br

1.1.1 EQUIPE TÉCNICA EEA

DESENHISTAS:
o Matheus H. Borges
o Talita Castanho

ENGENHEIROS:
o Adriano Lorencetti Lunardi
o Erich Shen Higa Lee
o Juarez Vicente de Carvalho Filho
o Marcos Destri

ENGENHEIRO RESPONSÁVEL:
Emerson Marçal Júnior
CREA: 5060507757/D
ART: 92221220141187581

1.2 EMPRESA SOLICITANTE

Midas Incorporadora e Administradora Ltda


o CNPJ: 04.114.361/0001-10
o Endereço da obra: Rua Sturnino Messias, n°70 Parque Planalto CEP:13171-176,
-Município de Sumaré-SP
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CARACTERIZAÇÃO
DO EMPREENDIMENTO
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CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O Loteamento Residencial Terras D’Itália será implantado no município de Sumaré,


SP. Com total de 372 unidades de baixo padrão, consideraremos 4 pessoas por apartamento.

De acordo com a NBR 13969, para baixo padrão utilizar geração de esgoto de 100
L/pessoa.dia

A vazão de efluente sanitário prevista para o loteamento encontra-se na Tabela 1. Os


cálculos foram realizados a partir de dados fornecidos pela contratante.

Tabela 1: Contribuição de efluente sanitário e população atendida pela ETE.

PARÂMETRO PADRÃO BAIXO


Contribuição de efluente sanitário per capita* 100 L/dia
População atendida 1.488 pessoas
Vazão média total de efluentes 148.800 L/dia
Capacidade de tratamento da ETE 175.000 L/dia

Adotamos 175 m³/dia como capacidade de tratamento, considerando a


contribuição média total de efluentes de 148,8 m³/dia mais taxas de infiltração na rede.
A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do Loteamento Residencial Terras D’Itália
tem como concepção um sistema formado por uma Estação Elevatória de Esgotos (EEE),
além do sistema de tratamento propriamente dito, composto por digestor anaeróbio de
fluxo ascendente (UASB) e sistema de filtração composto por Filtro de Areia.
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ESCOLHA DA
ALTERNATIVA DE
TRATAMENTO
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ESCOLHA DA ALTERNATIVA DE TRATAMENTO

Devido à constante preocupação com a qualidade do meio ambiente, o sistema de


tratamento de esgotos a ser implantado no empreendimento foi escolhido de modo a atender a
todas as exigências legais estabelecidas, tanto em âmbito local quanto Estadual e Federal.

Uma vez que as características do empreendimento requerem uma eficiência global


média de 80%, optou-se por adotar um sistema composto por reator anaeróbio de fluxo
ascendente (UASB) proporcionando eficiêcia de remoção de DBO em 70%, seguido pelo sistema
de filtração com Filtros de Areia, com eficiência de remoção de DBO estimada em 10%, onde
juntos garantirão eficiêcia de 80% na remoção de DBO, desde que respeitadas as condições
descritas no presente projeto.
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DESCRIÇÃO E
DIMENSIONAMENTO
DA ETE
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2 DESCRIÇÃO E DIMENSIONAMENTO DA ETE

A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) proposta no presente memorial de


cálculo padrão é composta pelos seguintes equipamentos:

 Estação Elevatória de Esgotos (EEE) com cesto gradeado interno;


 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de lodo (UASB).

Recomenda-se que os cálculos abaixo apresentados sejam analisados pelo órgão


competente, para verificação da adequabilidade do equipamento dimensionado ao
empreendimento sugerido. Recomenda-se, nesse caso, a realização de um projeto
hidráulico sanitário completo.

2.1 PARÂMETROS DO PROJETO

2.1.1 Vazão média de efluente sanitário e população total atendida

O presente projeto padrão foi dimensionado para atendimento de uma vazão


média de efluente sanitário de 175 m³/dia. Considerando-se um consumo hídrico per
capita de 100 L/dia (padrão baixo), tem-se que a ETE dimensionada possui capacidade
para tratar o efluente sanitário gerado por uma população de até 1.750 pessoas,
conforme exposto na Tabela 1.

Tabela 1: Consumo hídrico, contribuição de efluente sanitário e população atendida pela


ETE.
PARÂMETRO PADRÃO BAIXO
Consumo de água per capita 200 L/dia
Contribuição de efluente sanitário per capita* 100 L/dia
População correspondente a uma vazão média de 175 m³/dia 1.750 pessoas

(*) Adotando um coeficiente de retorno de 0,8 e desconsiderando o coeficiente de infiltração na


rede coletora.
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2.1.2 Vazões mínima, máxima diária e máxima horária

A) Vazão mínima diária (Qmin.dia)

Qmin.dia = Qmed x K3 (Equação 1)


Onde:
Qmin.dia = vazão mínima diária (m³/dia)
Qmed= vazão média (m³/dia)
K3 = coeficiente da hora de menor consumo = 0,5

 Qmin.dia = 175 x 0,5 = 87,5 m³/dia

Qmin.dia = 87,5 m³/dia

B) Vazão máxima diária (Qmax.dia)

Qmax.dia = Qmed x K1 (Equação 2)


Onde:
Qmax.dia = vazão máxima diária (m³/dia)
Qmed= vazão média (m³/dia)
K1 = coeficiente do dia de maior consumo = 1,2

 Qmax.dia= 175 x 1,2 = 210 m³/dia.

Qmax.dia= 210 m³/dia

c) Vazão máxima horária (Qmax.hora)

Qmax.hora = Qmed x K1 x K2 (Equação 3)


Onde:
Qmax.hora = vazão máxima horária (m³/dia)
Qmed= vazão média (m³/dia)
K1 = coeficiente do dia de maior consumo = 1,2
sendo K2 = coeficiente da hora de maior consumo = 1,5

 Qmax.hora= 175 x 1,2 x 1,5 = 315 m³/dia.

Qmax.hora= 315 m³/dia


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2.1.3 Carga orgânica e concentração do efluente sanitário

A) Carga orgânica
CO = co x N (Equação 4)
Onde:
CO = carga orgânica (g de DBO/dia)
co = contribuição unitária de DBO (gDBO/pessoa.dia)
N = população total atendida

 CO = 54 x 1.093 = 59.022 g = 59 kg DBO/dia.

CO = 59 kg DBO/dia

B) Concentração de DBO5,20
DBO5,20 = CO/ Qmed (Equação 5)
Onde:
DBO 5,20 = concentração de DBO (kg/m³)
Qméd= vazão média (m³/dia)
CO = carga orgânica (kg DBO/dia)

 DBO5,20 = 59/175 = 0,34 kg DBO/m³ = 340 mg/L

DBO adotada = 500 mg/L

Na Tabela 2 são apresentados os parâmetros considerados para o


dimensionamento da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).

Tabela 2: Parâmetros para dimensionamento da ETE.


175,0 m³/dia
Vazão média 7,3 m³/hora
2,02 L/s
Regime de lançamento Contínuo
DBO afluente considerada 500 mg/L
DBO efluente (*) 125 mg/L
Eficiência global garantida (*) 75%
Reator anaeróbio de fluxo ascendente
Sistema de tratamento
e manta de lodo (UASB) seguido por filtração
(*) desde que a DBO afluente de 500 mg/L e a vazão de projeto sejam respeitadas.
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2.2 DIMENSIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO

2.2.1 Estação Elevatória de Esgotos (EEE)

As Estações Elevatórias de Esgotos (EEE) das Estações EEA PLUS são


padronizadas em alvenaria ou anéis de concreto e possuem duas bombas submersas
(sendo uma bomba reserva) para recalque do efluente bruto até o reator UASB.

A EEE dimensionada no presente projeto padrão possui um cesto circular


gradeado interno confeccionado em aço inox, com diâmetro de 0,5 m, altura total de 0,5
m e diâmetro de furos de 10 mm.

Estima-se que o material retido no cesto gradeado apresente 40% de material


volátil. Devido a essa porcentagem, sugere-se que o cesto seja limpo diariamente, sendo
o resíduo nele retido exposto à luz para secagem, com posterior encaminhamento a um
destino ambientalmente adequado.

- VAZÃO DA BOMBA
Q bomba = 2,3 x Qmed (Equação 6)
Onde:
Q bomba = vazão da bomba (m³/dia)
Q med = vazão média (m³/dia)
 Q bomba = 2,3 x 175 = 402,5 m³/dia = 16,8 m³/hora.

Vazão da bomba adotada = 16,8 m³/hora

- VOLUME ÚTIL DA EEE


Vútil = (Qb x T) / 4 (Equação 7)
Onde:
Vútil = Volume útil (m³)
Qb = vazão da bomba (m³/dia)
T = tempo de ciclo (dia) valor adotado = 15 minutos
 Vútil = (402,5 x 15)/(4 x 24 x 60) = 1,05 m³

Vútil = 1,1 m³
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- ALTURA ÚTIL DA EEE

V = π r² x H (Equação 8)
Onde:
V = volume útil da EEE (m³)
r = raio da EEE (m) diâmetro padrão = 3,0 m
H = altura útil da EEE(m)

 H útil = 1,1/ π x (1,5²) = 0,15 m

H útil adotada= 0,5 m

Algumas ETE’s podem possuir, em conjunto com as EEE, tanques de equalização


(TE), com capacidade para acumular até 40% do volume diário de efluente que chega à
ETE. Sendo a vazão média do empreendimento de 175 m³/dia, no caso de se optar por
equalização da vazão, tem-se que a ETE deverá possuir um TE em conjunto com a EEE,
com capacidade para acúmulo total de 70 m³ de efluente.

Para o presente projeto padrão, deve-se utilizar na EEE uma bomba submersível
que atenda à pressão de 13 m.c.a. e vazão de pico 16,8 m³/h. Sugere-se o uso de bomba
modelo BCS 220 da marca Schneider, com motor de 2,0 cv de potência, cuja curva dimensional
encontra-se na Figura 1.

Figura 1: Curva dimensional da bomba sugerida para a EEE.


2.2.2 Reator UASB
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O reator UASB é um reator biológico anaeróbio (Figura 2) que apresenta


inúmeras vantagens, dentre as quais destacam-se: sistema compacto com baixa
demanda de área; baixo custo de implantação e operação e baixa produção de lodo
(CHERNICHARO, 1997).

A digestão anaeróbia é um processo bioquímico complexo, no qual diversos grupos de


organismos anaeróbios e facultativos assimilam e destroem simultaneamente a matéria orgânica.

Figura 2: Reator padrão UASB EEA PLUS.

De maneira simplificada, o processo anaeróbio ocorre em quatro etapas, sendo


que diversos micro-organismos estão presentes em cada uma destas etapas.

Na primeira etapa, a matéria orgânica complexa é transformada em compostos


mais simples como ácidos graxos, aminoácidos e açúcares, pela ação dos micro-
organismos hidrolíticos.

Na segunda etapa as bactérias acidogênicas transformam os ácidos e açúcares em


compostos mais simples, como ácidos graxos de cadeia curta, ácido acético, H 2 e CO2.

Na terceira etapa, estes produtos são transformados principalmente em ácido


acético, H2 e CO2, pela ação das bactérias acidogênicas.
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Na última etapa os micro-organismos metanogênicos transformam esses


substratos em CH4 e CO2.

Em muitos reatores, observa-se que existem caminhos preferenciais do esgoto,


que fazem com que existam “espaços mortos” no interior dos reatores e que o Tempo
de Detenção Hidráulico (TDH) teórico seja distante do real. Estes caminhos
preferenciais levam a um fenômeno conhecido por “curto-circuito hidráulico”.

Os reatores UASB projetados pela EEA possuem um sistema que otimiza a


distribuição do efluente, aproveitando, assim, todo o espaço existente no equipamento e
fazendo com que o Tempo de Detenção Hidráulico teórico seja próximo do real,
aumentando sua eficiência.

Na parte superior do reator existe uma unidade destinada ao controle de vazão,


denominada limitador de vazão ou controle de caixa operacional - CCO (Figura 3). Com
isto, a vazão que entra no reator é sempre constante, ou seja, não ocorre sobrecarga
hidráulica ou sobrecarga orgânica. O eventual excesso de efluente recalcado para o
UASB retorna automaticamente para a EEE, que possui um determinado volume para
equalização dos picos de vazão do empreendimento (opcional).

Figura 3: Limitador de vazão (CCO) padrão reator EEA PLUS.

Os reatores UASB EEA PLUS possuem, em sua parte interna, um dispositivo


denominado separador trifásico (Figura 4). Nele são separados os sólidos, líquidos e
gases presentes no efluente. Assim, quando o efluente em tratamento passa pelo
separador trifásico, tem-se que o lodo formado é encaminhado para a parte inferior do
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reator, a parte gasosa é coletada por uma tubulação específica e o efluente líquido, já
clarificado, segue pela parte superior do reator UASB EEA.

D1
D – Diâmetro interno do UASB (m)
D Do – Diâmetro do separador de fases (m)
0,5 D1– Diâmetro interno do cone (m)
a Z
1,0 Do X – Comprimento do defletor (m)
m
Z – Distância entre o diâmetro do separador
Y de fases e a parede do reator (m)

X
Figura 4: Limitador de vazão (CCO) padrão reator EEA PLUS.

DIMENSIONAMENTO

- Volume mÍNIMO do reator


VUASB  Q   (Equação 9)
Onde:
VUASB = Volume mínimo do reator (m3)
Q = Vazão do reator (m3/dia)
Ө = Tempo de detenção hidráulica (dia)  valor mínimo = 8 horas

 V UASB = 175 x (8/24) = 58,3 m³

- Altura e volume do reator


V = π r² x H (Equação 10)
Onde:
V = volume mínimo do UASB (m³)
R = raio do UASB (m)  valor adotado = 3,8 m
H = altura mínima do UASB (m)

 58,3 = π x (1,9)² x H
 H = 5,15 m

Altura do reator UASB EEA PLUS 175 (adotada) = 6,0 m


Considerando-se, então, o diâmetro de 3,8 m e a altura de 6,0 m, tem-se que o
volume de cada reator UASB EEA PLUS 175 é de:

 V = π x (1,9)² x 6,0 = 68,0 m³


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Volume do reator UASB EEA PLUS 175 = 68,0 m³

- Carga hidráulica volumétrica do reator


CHV = Q (Equação 11)
Vreator
Onde:
CHV = carga hidráulica volumétrica (m³/m².dia)
Q= Vazão (m³/dia)
Vreator= volume do reator (m³)

 CHV = 175/68,0 = 2,57

Carga hidráulica volumétrica = 2,91 m³/m².dia

 Valor recomendado < 4 m3/m3.dia  ok!

- Tempo de detenção hidráulica


TDH = V x 24 (Equação 12)
Q
Onde:
TDH = tempo de detenção hidráulica (hora)
V = volume do reator
Q = Vazão (m³/dia)

 TDH = (68,0 x 24)/175 = 9,32 h

Tempo de detenção hidráulica = 9,3 h

 Valor recomendado > 8 h – ok!


OBS. Para o tempo de detenção mínimo recomendado (8 horas) o reator EEA PLUS 175
apresenta capacidade para tratar até 204 m³ de efluente/dia.
ZONA DE DIGESTÃO

- Velocidade superficial do fluxo


VS = (Q/24) (Equação 13)
Areator
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Onde:
VS = velocidade superficial do fluxo (m/h)
Q = vazão (m³/dia)
Areator = Área do reator (m²)

 VS = (175/24)/11,34 = 0,64 m/h

Velocidade superficial de fluxo = 0,64 m/h

 Valor recomendado = 0,5 a 0,7  ok!

- TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICA


TDH = V x 24 (Equação 14)
Q
Onde:
TDH = tempo de detenção hidráulica (hora)
V = volume do digestor
Q = Vazão (m³/dia)

 TDH = (56,6 x 24)/175 = 7,8 h

Tempo de detenção hidráulica = 7,8 h

 Valor recomendado > 6 horas  ok!

SEPARADOR TRIFÁSICO
D1

D D – Diâmetro interno do UASB (m)


Do – Diâmetro do separador de fases (m)
Z
Do D1– Diâmetro interno do cone (m)
X – Comprimento do defletor (m)
Y Z – Distância entre o diâmetro do separador de
fases e a parede do reator (m)
X

Z X Y A maior (AD) A menor (ADo) AD - ADo


D (m) Do (m)
(m) (m) (m) (m2) (m2) (m2)
3,8 3,2 0,3 0,45 0,15 11,34 8,04 3,3
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Uma vez que a vazão média do efluente no reator é de 175 m³/dia (7,3 m³/h),
tem-se que a velocidade de passagem entre a zona de digestão e o decantador do reator
é de:
 V = 7,3/3,3 = 2,2 m/h

 Valor recomendado < 2,5 m/h - ok!

DECANTADOR

- Área superficial
A =   x [D2 - (D1 + 2 x Dc)2 ]/4 (Equação 15)
Onde:
A= área superficial (m²)
D = diâmetro interno do UASB (m)
D1 = Diâmetro interno do cone (m)
Dc = Diâmetro externo da canaleta de coleta de efluente (m).

 A = π x [(3,8)² - (0,8 + 2 x 0,1)²]/4 = 10,55 m²

A = 10,55 m²

- Taxa de aplicação superficial


TAS = Q/A (Equação 16)
Onde:
TAS = taxa de aplicação superficial (m/h)
Q = vazão (m³/hora)
A = área do decantador (m²)

 TAS = (175/24)/10,55 = 0,69 m/h

TAS = 0,69 m/h

 Valor recomendado entre 0,6 e 0,8 m/h – ok!

- TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICA


TDH = V x 24 (Equação 17)
Q
Onde:
TDH = tempo de detenção hidráulica (hora)
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V = volume do decantador
Q = Vazão (m³/dia)

 TDH = (10,6 x 24)/175 = 1,4 h

Tempo de detenção hidráulica = 1,74 h

 Valor recomendado entre 1 e 2 horas  ok!

PRODUÇÃO DE LODO NO REATOR UASB

Plodo = Y x CDQO (Equação 18)


Onde:
Plodo = Produção de lodo (kg/dia)
Y = 0,15 kg SST/kg DQO
CDQO = Carga orgânica (kg DQO/dia)
  
Considerando que DQO = 2 x DBO e adotando DBO = 500 mg/L:

CDQO = 2 x DBO x Q (Equação 19)

Onde:
DBO = Concentração de DBO (kg/m³)
Q = vazão do efluente (m³/dia)

CDQO = 2 x 0,50 x 175 = 175,0 kg DQO/dia


 Plodo = 0,15 x 175,0 = 26,25 kg SST

Produção diária de lodo no reator UASB EEA PLUS 175 = 26,25 kg SST
Produção mensal de lodo no reator UASB EEA PLUS 175 = 787,5 kg SST

- Volume de lodo

V lodo = m lodo (Equação 20)


d lodo x teor de sólidos

Onde:
V lodo = volume de lodo produzido (m³)
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m lodo = massa de lodo (kg SST/dia)


d lodo = densidade do lodo = 1.030 kg/m³
teor de sólidos = teor de sólidos no lodo = 5%

 V lodo = 26,25/(1030 x 0,05) = 0,51 m³

Volume de lodo gerado no reator UASB EEA PLUS 175 = 0,51 m³/dia
Volume de lodo gerado mensalmente no reator UASB EEA PLUS 175 = 15,3 m³

PRODUÇÃO DE BIOGÁS NO SISTEMA

- Carga orgânica de DQO removida

CDQO rem = E x CDQO (Equação 21)

Onde:
CDQO rem = Carga orgânica de DQO removida (kg/dia)
E = eficiência do sistema  70%
CDQO = carga orgânica DQO

 CDQO rem = 0,70 x 175,0 = 122,5 kg DQO/dia

CDQO rem no reator UASB EEA PLUS 175 = 122,5 kg DQO/dia

- CARGA ORGÂNICA DE DQO TRANSFORMADA EM CH4


CDQO CH4 = CDQO rem – P lodo (Equação 22)

Onde:
CDQO CH4 = Carga orgânica de DQO transformada em CH4 (kg/dia)
CDQO rem = Carga orgânica de DQO removida (kg/dia)
P lodo = Produção de lodo (kg SST/dia)

 CDQO CH4 = 122,5 – 26,25 = 96,25 kg DQO/dia

CDQO CH4 no reator UASB EEA PLUS 175 = 96,25kg DQO/dia

- VAZÃO DE CH4
QCH4 = CDQO CH4 x R x (273 + t) (Equação 23)
PxK
Onde:
Q CH4= vazão de CH4(m³/dia)
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CDQO CH4 = carga orgânica de DQO transformada em CH4(kg/dia)


R = constante universal dos gases = 0,08206 atm.L / mol.K
t = temperatura (°C)  valor adotado = 20°C
P = pressão (atm)
K = constante = 64 g DQO/mol

 QCH4 = (96,25 x 0,08206 x 293)/(1 x 64) = 36,15 m³/dia

Q CH4 no reator UASB EEA PLUS 175 = 36,15 m³/dia

- Vazão de gás

Qgás = 1,2 x QCH4 (Equação 24)

Onde:
Qgás= vazão de gás(m³/dia)
Q CH4= vazão de CH4(m³/dia)

 Qgás = 1,2 x 36,15 = 43,4 m³/dia

Q gás no reator UASB EEA PLUS 175 = 43,4 m³/dia

DIMENSIONAMENTO DO FILTRO DE GASES

- Volume do filtro de gases

V = Q gás x t (Equação 25)

Onde:
V = volume do filtro de gases (m³)
Q gás = vazão de gás (m³/h)
t = tempo de contato (hora)  valor adotado = 7 minutos

 V = (43,4/24) x (7/60) = 0,21 m³

Volume do filtro de gases no reator UASB EEA PLUS 175 = 0,21 m³

- Diâmetro, área da base e altura do filtro de gases

V = π x r² x H (Equação 26)

Onde:
V = volume do filtro de gases (m³)
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r = raio do filtro (m)  diâmetro adotado = 0,5 m


H = altura do filtro de gases

 H = 0,21/π x (0,25)² = 1,06 m

Altura do filtro de gases do reator UASB EEA PLUS 175 (adotada) = 1,1 m

EFICIÊNCIA ESTIMADA DO REATOR ANAERÓBIO

- ESTIMATIVA DE REMoção de DQO

E DQO  100  (1  0,68   h


0, 35
) (Equação 27)
Onde:
E DQO= Eficiência do reator UASB para remoção de DQO
θh= Tempo de detenção hidráulica (h) valor adotado = 9,3 horas
0,68 = Constante empírica
0,35 = Constante empírica

 EDQO = 100 x (1 – 0,68 x 9,3-0,35) = 68,8%

Estimativa de remoção de DQO no reator UASB EEA PLUS 175 = 68,8%

- Estimativa de remoção de DBO

E DBO  100  (1  0,70   h


0 , 50
) (Equação 28)
Onde:
E DBO = Eficiência do reator UASB para remoção de DBO
θh= Tempo de detenção hidráulica (h) valor adotado = 9,3 horas
0,70 = Constante empírica
0,50 = Constante empírica

 EDBO = 100 x (1 – 0,70 x 9,3-0,50) = 77,0%

Estimativa de remoção de DBO no reator UASB EEA PLUS 175 = 77,0%

2.2.3 Sistema de filtração


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Para o polimento do efluente já tratado biologicamente, será empregado um


sistema de filtração a partir de filtros de areia com fluxo rápido descendente (FA EEA
PLUS).

- ÁREA MÍNIMA DE FILTRAÇÃO

TAS = Q/A (Equação 29)


Onde:
TAS = taxa de aplicação superficial (m³/m².dia)  valor adotado = 75
Q = vazão do sistema (m³/dia)
A = área de filtração (m²)
 75 = 175/A  A = 2,3 m²

A = π r² (Equação 30)
Onde:
A = área de filtração (m²)
R = raio do filtro
 2,3 = π x r²  r = 0,86 m

Por segurança, serão instalados 2 filtros de areia (1 em uso e 1 reserva) com


diâmetro de 2,0 m cada. Sendo assim, a área de filtração total será de 3,1 m² e a
velocidade média intersticial igual a (175/3,1) = 56,4 m³/m².dia (a NBR 12216/92
preconiza valores de até 360 m³/m².dia).

A água será introduzida pela parte superior do filtro através de uma canaleta e
percolará através do meio filtrante e de uma camada suporte, até um fundo falso sendo
assim encaminhada para o reservatório de água filtrada.

- Espessura das camadas

Espessura do antracito: 0,2 m


Espessura da areia: 0,3 m
Espessura do material suporte: 0,5 m
Altura total (incluindo a borda livre): 2,5 metros.
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Deverá ser instalado, também, um reservatório de efluente tratado, para


realização da retrolavagem dos filtros de areia.

Os filtros FA EEA PLUS deverão ser retrolavados diariamente. A retrolavagem


será realizada com a insuflação de água, com velocidade de 0,60 m/min. Sendo a área
de cada filtro igual a 3,1 m², tem-se que a vazão de água será de 1,88 m³/min.filtro ou
113 m³/hora.filtro.

A retrolavagem será realizada em 5 min, consumindo, ao todo, 19 m³ de água.


Por segurança, o reservatório de efluente tratado deverá ter capacidade de 25 m³.
Depois de passar pelos filtros, a água utilizada na retrolavagem será encaminhada para
EEE da ETE, para ser novamente tratada.

Para bombeamento da água através dos filtros FA EEA PLUS, sugere-se o uso da
bomba centrifuga modelo MSA-21 R/F 2 1/2 da marca Schneider, com 7,5 cv de
potência, cuja curva dimensional encontra-se na Figura 5.

Figura 5: Curva dimensional da bomba utilizada para retrolavagem dos filtros de


areia.
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3 LISTA DE EQUIPAMENTOS DA ETE

LOCALIZAÇÃO MARCA/ POTÊNCI TENSÃO


EQUIPAMENTO
NA ETE MODELO A (V)
Cesto gradeado
Entrada da EEE EEA - -
(1)
Bomba BCS 220/
submersível Dentro da EEE 2 cv 220/380/440
Schneider
(1 em uso e 1 reserva)
Guincho manual Sobre a EEE - - -
EEA
Reator UASB (1) Na saída da EEE PLUS 175 - -
Reservatório de
água para Na saída do
25 m³ - -
retrolavagem dos reator UASB
filtros (1)
Filtros de areia Na saída do
EEA - -
(1 em uso e 1 reserva) reservatório
Bomba de
retrolavagem dos Junto aos filtros MAS-21 R/F 2 ½
filtros de areia de areia Schneider 7 ½ cv 220/380
(1 em uso e 1 reserva)
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RESUMO
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4 RESUMO

PROJETO BÁSICO
Vazão média do efluente sanitário 175 m³/dia
População total atendida (*) 1.093 habitantes

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTOS


Diâmetro 3,0 m
Altura útil 0,5 m
Volume de equalização (opcional) 70 m³

REATOR UASB EEA PLUS 175


Diâmetro 3,8 m
Altura 6,0 m
Volume 68,0 m³
Carga hidráulica volumétrica (CHV) 2,57 m³/m².dia
Velocidade superficial de fluxo (VSF) 0,64 m/h
Tempo de dentenção hidráulico (TDH) 9,3 horas
DBO afluente 500 mg/L
DBO efluente 150 mg/L
Eficiência garantida na remoção de DBO (**) 70%

SISTEMA DE FILTRAÇÃO
Número de filtros FA EEA PLUS 2
Diâmetro de cada filtro 2,0 m
Reservatório de água para retrolavagem 25 m³

SISTEMA UASB EEA PLUS 175 + SISTEMA DE FILTRAÇÃO


DBO afluente considerada 500 mg/L
DBO efluente (**) 125 mg/L
Eficiência global garantida na remoção de DBO (**) 80%

(*) Para consumo hídrico per capita de 200 L/dia, coeficiente de retorno de 0,8 e desconsiderando a
vazão de infiltração na rede. (**) Desde que a DBO afluente de 500 mg/L e a vazão de projeto sejam
respeitadas.
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR 12208: Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário – Procedimento. 1992

ABNT NBR 12209: Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitários. 1992.

AZEVEDO NETO, J. M.; ALVAREZ, G. A. Manual de hidraulica. Edgard Blucher Ltda., 1988.

CHERNICHARO, C. A. L. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias (Reatores


anaeróbios). Volume 5. Universidade Federal de Minas Gerais. 1997.

JORDÃO, E. P; PESSOA, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. Associação Brasileira de


Engenharia Sanitária e Ambiental. 1995.

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias (Introdução à


qualidade das águas e ao tratamento de esgotos). Volume 1. Universidade Federal de Minas Gerais. 1996.

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias (Principios


básicos do tratamento de esgotos). Volume 2. Universidade Federal de Minas Gerais. 1996.
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Responsável técnico
Emerson Marçal Júnior
Engenheiro Civil
CREA: 5060507757/D

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