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II Grupo

Albuquerque Arão Machava


Cheila Aptinico Machonga
Dércio Simião Mavie
Elça Luís Matsimbe
Florinda Pascoal Mandlate
Gilda Artur Vilanculos

Estratégias locais de Gestão de Recursos Hídricos no distrito de Chókwè

Licenciatura em Ensino de Geografia

Universidade Save
Extensão da Massinga
2020
II Grupo
Albuquerque Arão Machava
Cheila Aptinico Machonga
Dércio Simião Mavie
Elça Luís Matsimbe
Florinda Pascoal Mandlate
Gilda Artur Vilanculos

Estratégias locais de Gestão de Recursos Hídricos no distrito de Chókwè

Trabalho da cadeira de Gestão Ambiental, a ser


apresentado no Departamento de Letras e Ciências
Sociais para fins avaliativos.

MSc. Paulino Rafael Tamele

Universidade Save
Extensão da Massinga
2020
Índice pág.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................4

1.1. Delimitação do tema..................................................................................................................5

1.2. Objeto de estudo........................................................................................................................5

1.3. Problematização........................................................................................................................5

1.4. Hipóteses...................................................................................................................................6

1.5. Justificativa................................................................................................................................7

1.6. Objectivos da Pesquisa..............................................................................................................8

1.7. Metodologia...............................................................................................................................9

1.8. Descrição da área de estudo....................................................................................................11

1.8.1. Clima....................................................................................................................................11

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................13

2.1. Recursos naturais.....................................................................................................................13

2.2. Gestão de recursos hídricos.....................................................................................................13

2.3. Águas subterrâneas..................................................................................................................14

2.4. Objectivo da Estratégia de Gestão de Recursos Hídricos.......................................................15

2.5. Estratégias de Gestão de Recursos Hídricos...........................................................................15

2.6. Importância da gestão de recursos hídricos.............................................................................16

CAPITULO III: CONCLUSÃO.................................................................................................17

3.1. Estratégias locais de gestão dos Recursos hídricos no distrito de Chókwè.............................17

4. Referências bibliográficas..........................................................................................................18
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O trabalho surge no contexto da cadeira de Gestão Ambiental, lecionada na Universidade
Save, Extensão da Massinga. É ministrada pelo MSc. Paulino Rafael Tamele. Sob poto de vista
temática, o trabalho procura tração Estratégias Locais para Gestão de recursos Hídricos no
Distrito de Chókwè.

Moçambique situa-se na costa Este da África, entre as latitudes 10° 20’ e 26° 50’ S, e
entre as longitudes 30°12' e 40°51' E. O país cobre uma área de 799,380 km², apresentando uma
longa costa de 2 770 Km e faz fronteira à Norte com a Tanzânia, à Oeste com o Malawi, Zâmbia,
Zimbabwe e Suazilândia e à Sul com a África do Sul, numa extensão de fronteira terrestre de
2470 Km.

Administrativamente, o país está dividido em 10 províncias, nomeadamente, de Sul para


Norte: Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Tete, Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo
Delgado. A cidade capital, Maputo, possui também o estatuto de província.

Sobre os recursos hídricos, Moçambique possui treze bacias hidrográficas principais,


sendo de Sul a Norte, as bacias dos rios Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Limpopo, Save, Búzi,
Púngoé, Zambeze, Licungo, Ligonha, Lúrio, Messalo e Rovuma.

O estudo para a materialização do trabalho, será feito no rio Limpopo, sobretudo no


Distrito de Chókwè.

O trabalho está organizado da seguinte maneira: no seu primeiro capítulo encontra-se a


introdução, objectivos, a metodologia usada e referencial teórico; no segundo capítulo
desenvolve-se o tema sobre Estratégias locais para Gestão de Recursos Hídricos no Distrito de
Chókwè, no terceiro e ultimo capitulo, conclusão. Dificuldades encontradas durante a realização
do trabalho e referências biográficas.
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Tema: Estratégias locais de gestão de recursos hídricos no distrito de Chókwè.

1.1. Delimitação do tema


Delimitação espacial: Distrito de Chókwè.

1.2. Objeto de estudo


A investigação científica tem como objeto: avaliar as estratégias locais para a gestão de
Recursos Hídricos no distrito de Chókwè.

1.3. Problematização
Moçambique é um país de jusante, partilhando nove (9) das quinze (15) bacias
hidrográficas internacionais da região da SADC. Os rios são os maiores transportadores dos
principais recursos hídricos do país, dos quais mais de 50% são originados nos países de
montante. São de notar as diferenças que se verificam entre regiões no que se refere à variação da
precipitação, período húmido e seco e de ano para ano com cheias e secas. De acordo com dados
disponíveis, o escoamento superficial total é cerca de 216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³
(46%) são gerados no país. Os restantes 116 km³ são gerados nos países vizinhos. Em termos de
valores per capita, Moçambique dispõe de um total de cerca de 11 500m³/pessoa/ano.

Segundo Sessão do Conselho de Ministros (2007. p, 6), Moçambique é vulnerável aos


desastres causados pelas irregularidades climáticas. Nos últimos anos, o país tem registado com
frequência secas, cheias e ciclones causando impacto negativo no desenvolvimento social e
económico. Os desastres mais significativos foram as secas de 1981-1984; 1991-1992; 1994-
1995 e as cheias de 1977-1978; 1985, 1988, 2000 e 2001.

Os desafios de Moçambique na gestão e desenvolvimento dos recursos hídricos para o


cumprimento das metas do Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta e das Metas de
Desenvolvimento do Milénio, incluem água potável e saneamento, água para segurança alimentar
e desenvolvimento rural, prevenção da poluição da água, e conservação dos ecossistemas,
mitigação dos desastres e gestão do risco, gestão dos recursos hídricos transfronteiriços e partilha
de benefício.

Embora os recursos hídricos sejam vitais para o funcionamento de qualquer economia,


estes continuam a ser degradados e esgotados a um ritmo insustentável. Isto ocorre pela escolha
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da natureza de desenvolvimento por via do crescimento económico escolhido por vários países
desenvolvidos e em via de desenvolvimento. Por outro lado, esta situação acontece por causa do
uso dos recursos ambientais (tais como a água) que são combinados aos recursos económicos
(como o capital e trabalho) para a produção de bens e serviços considerados mais produtivos e
que geram retornos mais altos (Swanson & Johnston, 1999) Apud Samo (2015, p, 6).

A título de exemplo, está o desenvolvimento económico do distrito de Chókwè que


depende fortemente da agricultura. Neste caso, apesar da agricultura nesse distrito contribuir para
o desenvolvimento económico do país e do distrito em particular, ela ocorre com o consumo da
água e outros recursos ambientais (como a terra entre outros) mediante actividades humanas
intensas. Tais actividades é que são a maior razão da degradação e esgotamento desses recursos.

Portanto, a ocorrência destes fenómenos impele a levantar a seguinte pergunta de partida:


Quais são as estratégias locais de gestão de recursos hídricos no distrito de Chókwè?

1.4. Hipóteses
Com estas hipóteses procura-se responder a questão de partida, levantada na
problematização da pesquisa.

H1: A gestão de recursos hídricos é uma prática que que contribui para a manutenção deste
recurso com a implementação da formação dos agricultores para o abandono do tipo de rega que
é usado (rega por gravidade) que dificulta o dimensionamento das quantidades consumidas de
água por agricultor e cultura ou área;

H2: As estratégias locais de gestão de recursos hídricos podem agravar a situação da seca e
estiagem no distrito em particular e no país em geral.
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1.5. Justificativa
Para a avaliação eficiente dos recursos hídricos há uma necessidade de boa informação e
fiável sobre o uso da água superficial e subterrânea. Esta avaliação incide sobre as componentes
mais importantes do ciclo hidrológico tais como a precipitação, evaporação, caudais superficiais
e subterrâneos. É importante que se façam estudos para determinação, a um nível apropriado, da
quantidade e qualidade de água, (Conselho de Ministros 2007, p, 10).

Para uma melhor gestão integrada dos recursos hídricos, é importante que haja uma
percepção da evolução temporal de usos de água bruta, bem como dos caudais e qualidade de
efluentes, incluindo os efluentes domésticos, urbanos e industriais, bem como dos perímetros de
irrigação. Por isso, deve estar disponível e acessível um inventário abrangente do potencial dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos a nível das bacias, no qual tomar-se-á em conta as
utilizações actuais e potenciais ao nível do país.

O mundo, hoje, vive um conflito eterno entre os desejos e necessidades dos homens, os
quais são ilimitados e insaciáveis, contrapondo-se a conscientização, recente e tardia, de que os
recursos naturais são limitados e que em face da degradação podem ser tornar não renováveis.

O problema da falta e da qualidade da água é algo tão sério que Setti et al (2001, p. 46)
dimensionam a questão da seguinte forma “segundo estudo de especialista a previsão de que sem
um gerenciamento sustentável desse recurso natural, em 30 anos a escassez de água reflita em
cinco bilhões e meio de pessoas”. Presentemente, a água passa a ser uns dos principais recursos
naturais, inclusive sendo fonte de conflito armado em âmbito internacional. Para Antunes (2007,
p. 688) “a ONU reconhece a existência de, pelo menos 156 grandes disputas internacionais
envolvendo a utilização de recursos hídricos. Os conflitos internos chegam a milhares”

A escolha do distrito justifica se pelo facto de residir as pessoas que já estiveram a debater
sobre o problema de gestão da água no local em estudo.

Explica-se igualmente pelo facto do mesmo ser atravessado pelo rio Limpopo e mesmo
assim ainda registar um período de seca que afeta diferentes culturas, influenciando assim
abertura de uma vaga de calamidades em destaque para fome.
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1.6. Objectivos da Pesquisa


Nesta etapa do projecto, pretendemos apresentar aquilo são as finalidades ou objectivos
da pesquisa, delineando os objectivos em geral e específicos como operacionalizadores do geral.

Geral

 Do ponto de vista geral, a presente pesquisa pretende avaliar as estratégias locais de


gestão de recursos hídricos no distrito de Chókwè.

Específicos

 Definir conceitos como: recursos, gestão e recursos hídricos;


 Explicar o uso dos recursos hídricos;
 Descrever o impacto da má gestão dos recursos hídricos;
 Propor estratégias de gestão de recursos hídricos no distrito de Chókwè.
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1.7. Metodologia
De acordo com Minayo (1999), entende-se por metodologia o caminho do pensamento e a
prática exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um lugar central
no interior das teorias e está referida nelas. No entanto, para que um conhecimento possa ser
considerado científico, faz-se necessário identificar as operações mentais e as técnicas que
permitam a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilite chegar ao
conhecimento. Por esta razão Lakatos e Marconi (2003) afirmam que não há ciência sem o
emprego de métodos científicos.

Para a materialização do projeto foram usadas as seguintes metodologia:


a) Quanto aos procedimentos:
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrónicos, como livros, artigos científicos, páginas
de Web sites, (GERHARDT,T. E SILVEIRA, 2009).
Com base nesta metodologia, fez-se o levantamento e leitura das obras disponíveis na
biblioteca virtual, assim como de artigos publicados com vista a facilitar a produção do projeto.

b) Quanto à abordagem:

PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com
o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc., (GIL, 2007
Apud GERHARDT,T. E SILVEIRA, 2009).
Na base deste método, avaliou-se o processo de uso dos recursos hídricos no distrito de
Chókwè como forma de garantir a produção.

c) Quanto à natureza
PESQUISA APLICADA
Objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais.
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d) Quanto aos objectivos


PESQUISA EXPLORATÓRIA
Este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses, (GIL, 2007 Apud
GERHARDT,T. E SILVEIRA, 2009).
Neste contexto, a presente pesquisa recorreu ao método de abordagem indutivo baseado
na pesquisa exploratória com a forma de um estudo de campo. Pesquisa exploratória é uma
classificação feita com base nos objectivos gerais da pesquisa.
12

1.8. Descrição da área de estudo


Recorrendo-se ao tipo de pesquisa, a metodologia e o método de abordagem definidos
acima, a pesquisa foi realizada no distrito de Chókwè, no posto administrativo de Chókwè,
especificamente, na localidade de Chókwè sede. O distrito de Chókwè situa-se a Sul da província
de Gaza, no curso médio do rio Limpopo, tendo como limites, a Norte, o rio Limpopo que o
separa dos distritos de Massingir, Mabalane e Guijá, a Sul o distrito de Bilene e o rio
Mazimuchope que o separa do distrito de Magude, a Este confina com os distritos de Bilene e
Chibuto e a Oeste com os distritos de Magude e de Massingir (Ministério de Administração
Estatal [MAE], 2005).

O Chókwè é um distrito pequeno e densamente povoado, com excelentes condições para a


prática da agricultura. Este distrito possui quase 40% do total da área de regadios de
Moçambique. Em relação à Província de Gaza, está localizada neste distrito 70% da área total e
90% da sua área operacional (MAE, 2005).

O distrito de Chókwè, administrativamente, está constituído por quatro postos


administrativos e oito localidades sendo: posto administrativo de Chókwè sede que é também
conhecido como cidade de Chókwè, possuindo uma única localidade com o mesmo nome; posto
administrativo de Macarretane com as localidades de Macarretane, Machindo e Matuba; Posto
Administrativo de Lionde tendo como localidades Lionde, Conhane e Malau; e por fim o posto
Administrativo de Chilembene com as localidades de Chilembene, Chiduachine e vila de
Chilembene (MAE, 2005).

No distrito, existem alguns conflitos de terra opondo as companhias agrícolas aí sediadas


e a população. Registam-se também pequenos conflitos sobre os recursos hídricos, envolvendo
populações e proprietários dos regadios do Limpopo, devido à escassez de água nos canais de
regadio (MAE, 2005). A actividade agrícola nesse regadio assim como a gestão dos canais e
valas de rega são exercidas pelo sector privado, empresarial e familiar.

1.8.1. Clima
De acordo com a Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal [FAEF] (2001), o clima
do distrito do Chókwè é do tipo semi-árido seco, caracterizado por grandes variações
pluviométricas ao longo do ano e entre os anos, por conseguinte com uma agricultura de sequeiro
13

de elevado risco. A precipitação média anual ronda os 620 mm, ocorrendo, essencialmente, de
Novembro a Março e a evapotranspiração de referência média anual situa-se nos 1500 mm. Este
regime pluviométrico permite apenas um período de crescimento com uma duração estimada em
cerca de 90 dias, apresentando à região um elevado risco de perda de colheita para as culturas de
sequeiro. Segundo o Grupo Intersectorial de Avaliação de Vulnerabilidade e Mapeamento, a
probabilidade de ocorrência de secas nestas áreas é superior a 30%. Anteriormente, Reddy (1985)
citado por FAEF (2001), havia também concluído que a probabilidade de perda das colheitas na
região ascendia aos 50%. A temperatura média anual é de 23,6oC e o risco de ocorrência de
geadas é nulo, mesmo durante a época fria.
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


O presente capítulo, apresenta uma discussão teórica sobre o tema em estudo, principais
conceitos que sustentam cientificamente o trabalho. É neste âmbito, que pretende-se trabalhar
com a seguinte teoria, SAMO, Osvaldo Da Cruz Zacarias. Valoração Económica do serviço de
fornecimento de água de rega do Regadio de Chókwè: Uma aplicação do método da Valoração
contingente. UEM, Maputo, 2015.

2.1. Recursos naturais


Brito (2006, p. 72), define “recursos como elementos de que o homem se vale para
satisfazer suas necessidades. Os recursos naturais são aqueles que se originam sem qualquer
intervenção humana”. É possível ainda fazer distinções quanto à definição de recursos naturais
próprios de um Estado, os compartilháveis entre Estados e os que são patrimônio comum da
humanidade.

Conforme aponta Senhoras; et al, (2009, p.3):

A definição de recursos naturais ainda abarca uma gama abrangente de


componentes, tais como: recursos minerais, compostos por minérios; recursos biológicos,
formados por fauna e flora; recursos ambientais, integrados pelo ar, pela água e pelo solo;
e recursos incidentes, compostos pela radiação solar, pelos ventos e pelas correntes
oceânicas1 (2009, p. 3).

Recursos Naturais são elementos que os homens utilizam para satisfazer suas
necessidades, originados sem a intervenção humana. Podem ser divididos em renováveis e não
renováveis, em função de seu esgotamento e ou possibilidade de renovação. Ainda são abarcam
(minérios), recursos biológicos (fauna e flora), recursos ambientais (ar, água e solo) e recursos
incidentais (radiação solar, ventos e correntes oceânicas). (BRITO, 2006, p. 72; FONSECA, 1992
Apud SENHORAS; MORREIRA; VITTE, 2009, p.3).

2.2. Gestão de recursos hídricos


O distrito de Chókwè tem um grande potencial hidrográfico, sendo banhado pela margem
direita do Rio Limpopo e pelo Rio Mazimuchope, possuindo ainda os riachos periódicos de

1
Outros tipos de recursos naturais são referidos como dotação de solo, biodiversidade, patrimônio genético, entre
outros.
15

Ngonwane, Munhuane, Chuezi, Nhambabwe e as lagoas de Chinangue, Ngondzo, Nha-nhai,


Mbalambe e Khokhotiva, (SAMO, 2015).

A gestão dos recursos hídricos comtempla um conjunto de ações e medidas destinadas a


regularizar o uso, o manejo e a proteção dos corpos d´água. Para se obter uma gestão eficiente
dos recursos hídricos é necessário a integração de projetos e atividades que visem avaliar e
promover a recuperação e preservação da qualidade e quantidade dos recursos hídricos,
(PINHEIRO, et al. 2016).

A Gestão de Recursos Naturais (GRN) é o conjunto de ações destinadas a regular o uso, o


controle e a proteção dos recursos naturais. Sua necessidade emergiu nos debates científico e
político, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, acerca do interesse e da preocupação de
movimentos ambientalistas, regulamentações, organizações não-governamentais, organizações
internacionais, dentre outros, quanto às questões ambientais e ao uso desordenado e devastador
dos recursos naturais (CARVALHO; CURI; LIRA, 2013, p. 31; LACERDA; CÂNDIDO, 2013,
p. 13).

A Lei de Águas (1991) e a Política Nacional de Águas (2007) constituem os principais


regulamentos que regem os recursos hídricos. Com base nos princípios de sustentabilidade
ambiental a Lei de Águas determina que os recursos hídricos correspondem ao domínio público,
os princípios de gestão da água, a necessidade de um inventário de todos os recursos hídricos que
existem no país, o regime geral para o seu uso, os direitos gerais dos utilizadores e as obrigações
correspondentes, entre outros itens. Esta lei é fundamental na justificação da proposta Barragem
Multifuncional de Mapai para a mitigação de inundações, irrigação e a geração de energia
elétrica.

2.3. Águas subterrâneas


A maior parte dos aquíferos do distrito do Chókwè são profundos (mais de 100 metros),
variando de alta produtividade e boa qualidade de água (na cidade de Chókwè, Lionde e maior
parte de Macarretane), a baixa produtividade e qualidade medíocre da água (numa parte de
Macarretane). A parte oriental do distrito (Chilembene) possui aquíferos até 20 metros com alta
produtividade e boa qualidade de água. Mais de 2/3 do território do distrito tem áreas com
ocorrência de água salubre. A água no distrito do Chókwè, incluindo a cidade de Chókwè, é
obtida principalmente através de Furos que existem nas localidades. As áreas que estão fora do
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sistema de regadio não têm acesso a fontes melhoradas de água e, durante a estação seca, os seus
residentes são obrigados a percorrer grandes distâncias à procura de água, (SAMO, 2015, p. 23).

2.4. Objectivo da Estratégia de Gestão de Recursos Hídricos


O principal objectivo da Estratégia de Gestão de Recursos Hídricos é a implementação
efectiva da Política de Águas, cuja meta compreende a satisfação das necessidades básicas de
abastecimento de água para o consumo humano, melhoramento do saneamento, utilização
eficiente da água para o desenvolvimento económico, água para conservação ambiental, redução
da vulnerabilidade a cheias e secas, e promoção da paz e integração regional, bem como garantir
os recursos hídricos para o desenvolvimento de Moçambique.

2.5. Estratégias de Gestão de Recursos Hídricos


Devido à escassez e variabilidade na queda de precipitação na bacia de Limpopo, aliada a
baixa disponibilidade de terra arável no contexto de uma agricultura itinerante, a população
adopta diferentes estratégias de produção para melhorar a segurança alimentar.

Uma das estratégias de produção adotada é a existência de pequenas machambas


dispersas por cada família, sendo umas nas terras baixas (mais férteis) ao longo dos rios e outras
em terras altas (menos férteis). Nas baixas cultiva-se primariamente o milho, feijão nhemba,
amendoim e mandioca, enquanto nas terras altas são produzidas culturas como mapira e mexoeira
mais tolerantes à seca (FAO, 2004).

O sistema de cultivo misto é outra estratégia usada, pois é tolerante às adversidades


climáticas, pela diversidade de culturas e multiplicidade no seu plantio, conforme.

Outras estratégias de gestão de água na bacia do Limpopo incluem a colheita de água das
chuvas e a conservação de água no solo. Colheita de água refere-se à coleção e concentração de
escoamento superficial para fins produtivos. Conservação de água no solo refere-se à retenção de
água da chuva na zona radicular e a diminuição das perdas por evaporação do solo através da
prática culturais como o mulching (cobertura do solo com resíduos de cultura), lavoura profunda,
lavoura ao longo das curvas de nível, micro-bacias, zero tillage (cultivo sem remeximento do
solo) e pequenas bacias de inundação (Rosegrant et al., 2002).
17

2.6. Importância da gestão de recursos hídricos


O mundo, hoje, vive um conflito eterno entre os desejos e necessidades dos homens e o
distrito de Chókwè testemunha este conflito, os quais são ilimitados e insaciáveis, contrapondo-se
a conscientização, recente e tardia, de que os recursos naturais são limitados e que em face da
degradação podem ser tornar não renováveis.

Um dos recursos do meio ambiente que necessita de gerenciamento sustentável e que


gradativamente tem a sua importância reconhecida é a água ou recursos hídricos sendo um
elemento vital para o desenvolvimento e sobrevivência dos seres vivos na Terra (CUSTÓDIO,
2005). A esse respeito Silva (2007, p. 120) expõe a importância da água afirmando que

A água é um bem indispensável à vida: humana, animal e vegetal.


Compartilha dos processos ecológicos essenciais, como o da fotossíntese,
o da quimiossíntese e o da respiração. Funciona como habitat e nicho
ecológico de inúmeros organismos e espécies animais e vegetais. Sua
mobilidade, seu poder de solubilidades, sua variação de densidade, sua
característica de regulador térmico e especialmente sua tensão superficial
são atributos que respondem por sua extraordinária função ecológica,
(2007, p. 120).

Não só a falta de água compromete a existência da vida das pessoas e seres vivos, mas, de
forma mais devastadora isso se sucede com a água poluída ou contaminada, tanto em relação aos
seres humanos, como para animais ou plantas (Freitas, 2008).

O índice da qualidade da água tornou-se algo tão importante que por meio dele é capaz de
diagnosticar a conservação do meio ambiente, possibilitando determinar grau de erosão do solo,
lançamentos orgânicos, poluição por esgoto, poluição atmosférico e outras, o que vem justificar
não só o uso das bacias hidrográficas como unidade de planejamento, como a proximidade da
gestão hídrica com a gestão ambiental.
18

CAPITULO III: CONCLUSÃO


Após a materialização do projeto, conclui-se que, os Recursos Naturais são elementos que
os homens utilizam para satisfazer suas necessidades, originados sem a intervenção humana.
Podem ser divididos em renováveis e não renováveis, em função de seu esgotamento e ou
possibilidade de renovação. Ainda são abarcam (minérios), recursos biológicos (fauna e flora),
recursos ambientais (ar, água e solo) e recursos incidentais (radiação solar, ventos e correntes
oceânicas), e em destaque para os recursos hídricos que são o objeto de estudo do projeto.

O distrito de Chókwè tem um grande potencial hidrográfico, sendo banhado pela margem
direita do Rio Limpopo e pelo Rio Mazimuchope, possuindo ainda os riachos periódicos de
Ngonwane, Munhuane, Chuezi, Nhambabwe e as lagoas de Chinangue, Ngondzo, Nha-nhai,
Mbalambe e Khokhotiva. (SAMO, 2015).

A gestão dos recursos hídricos comtempla um conjunto de ações e medidas destinadas a


regularizar o uso, o manejo e a proteção dos corpos d´água. Para se obter uma gestão eficiente
dos recursos hídricos é necessário a integração de projetos e atividades que visem avaliar e
promover a recuperação e preservação da qualidade e quantidade dos recursos hídricos.

3.1. Estratégias locais de gestão dos Recursos hídricos no distrito de Chókwè


 A colheita de água das chuvas e a conservação de água no solo;
 Construção de diques de proteção;
 A prática da agricultura de recessão da cheia, a qual consiste em ir plantando e colhendo à
medida que os níveis de água do rio ou da lagoa vão baixando;
 Consolidar o funcionamento da rede das estações hidrometeorológicas existente e as
rotinas de obtenção de informação através do uso de equipamento moderno, medições
regulares dos caudais, definição de curvas de vazão;
 Reforçar as capacidades e habilidades para monitoramento e avaliação dos recursos
hídricos;
 Fortalecer o conhecimento sobre águas subterrâneas efetuado através do controlo dos
níveis piezométricos e da qualidade da água nos principais aquíferos, com furos de
observação e dando prioridade aos aquíferos que servem de fonte de água para os
sistemas de abastecimento;
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4. Referências bibliográficas
BRITO, Maria Campos Alves de. Desenvolvimento compartilhado de reservatórios comuns
entre Estados. Rio de Janeiro: E-papers, 2006.

BRITO, Rui. et al. Secção de Uso de Terra e Água, Departamento de Engenharia Rural,
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo,
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participativo na construção de indicadores hidroambientais para bacias hidrográficas. In: LIRA,
Waleska Silveira; CÂNDIDO, Gesinaldo Ataíde (Org.). Gestão sustentável dos recursos naturais:
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Agrícola do Chókwè, Diagnóstico da Fileira Agrícola. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo.

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GERHARDT, T. & Silveira. Metodos de Pesquisa. UFRGS, 1ª Ed. Brasil, 2009.

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Maputo. 2005.

Minayo, M. C. de S. Pesquisa social. Petrópolis: Vozes. 1999.

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de rega do Regadio de Chókwè: Uma aplicação do método da Valoração contingente. UEM,
Maputo, 2015.

SENHORAS, Elói Martins; MOREIRA, Fabiano; VITTE, Claudete de Castro Silva. A agenda
exploratória de recursos naturais na América do Sul: da empiria à teorização geoestratégica de
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Miranda; PEREIRA, Isabella de Castro. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. 2ª.
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