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Universidade Save
Extensão da Massinga
2020
II Grupo
Albuquerque Arão Machava
Cheila Aptinico Machonga
Dércio Simião Mavie
Elça Luís Matsimbe
Florinda Pascoal Mandlate
Gilda Artur Vilanculos
Universidade Save
Extensão da Massinga
2020
Índice pág.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................4
1.3. Problematização........................................................................................................................5
1.4. Hipóteses...................................................................................................................................6
1.5. Justificativa................................................................................................................................7
1.7. Metodologia...............................................................................................................................9
1.8.1. Clima....................................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas..........................................................................................................18
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O trabalho surge no contexto da cadeira de Gestão Ambiental, lecionada na Universidade
Save, Extensão da Massinga. É ministrada pelo MSc. Paulino Rafael Tamele. Sob poto de vista
temática, o trabalho procura tração Estratégias Locais para Gestão de recursos Hídricos no
Distrito de Chókwè.
Moçambique situa-se na costa Este da África, entre as latitudes 10° 20’ e 26° 50’ S, e
entre as longitudes 30°12' e 40°51' E. O país cobre uma área de 799,380 km², apresentando uma
longa costa de 2 770 Km e faz fronteira à Norte com a Tanzânia, à Oeste com o Malawi, Zâmbia,
Zimbabwe e Suazilândia e à Sul com a África do Sul, numa extensão de fronteira terrestre de
2470 Km.
1.3. Problematização
Moçambique é um país de jusante, partilhando nove (9) das quinze (15) bacias
hidrográficas internacionais da região da SADC. Os rios são os maiores transportadores dos
principais recursos hídricos do país, dos quais mais de 50% são originados nos países de
montante. São de notar as diferenças que se verificam entre regiões no que se refere à variação da
precipitação, período húmido e seco e de ano para ano com cheias e secas. De acordo com dados
disponíveis, o escoamento superficial total é cerca de 216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³
(46%) são gerados no país. Os restantes 116 km³ são gerados nos países vizinhos. Em termos de
valores per capita, Moçambique dispõe de um total de cerca de 11 500m³/pessoa/ano.
da natureza de desenvolvimento por via do crescimento económico escolhido por vários países
desenvolvidos e em via de desenvolvimento. Por outro lado, esta situação acontece por causa do
uso dos recursos ambientais (tais como a água) que são combinados aos recursos económicos
(como o capital e trabalho) para a produção de bens e serviços considerados mais produtivos e
que geram retornos mais altos (Swanson & Johnston, 1999) Apud Samo (2015, p, 6).
1.4. Hipóteses
Com estas hipóteses procura-se responder a questão de partida, levantada na
problematização da pesquisa.
H1: A gestão de recursos hídricos é uma prática que que contribui para a manutenção deste
recurso com a implementação da formação dos agricultores para o abandono do tipo de rega que
é usado (rega por gravidade) que dificulta o dimensionamento das quantidades consumidas de
água por agricultor e cultura ou área;
H2: As estratégias locais de gestão de recursos hídricos podem agravar a situação da seca e
estiagem no distrito em particular e no país em geral.
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1.5. Justificativa
Para a avaliação eficiente dos recursos hídricos há uma necessidade de boa informação e
fiável sobre o uso da água superficial e subterrânea. Esta avaliação incide sobre as componentes
mais importantes do ciclo hidrológico tais como a precipitação, evaporação, caudais superficiais
e subterrâneos. É importante que se façam estudos para determinação, a um nível apropriado, da
quantidade e qualidade de água, (Conselho de Ministros 2007, p, 10).
Para uma melhor gestão integrada dos recursos hídricos, é importante que haja uma
percepção da evolução temporal de usos de água bruta, bem como dos caudais e qualidade de
efluentes, incluindo os efluentes domésticos, urbanos e industriais, bem como dos perímetros de
irrigação. Por isso, deve estar disponível e acessível um inventário abrangente do potencial dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos a nível das bacias, no qual tomar-se-á em conta as
utilizações actuais e potenciais ao nível do país.
O mundo, hoje, vive um conflito eterno entre os desejos e necessidades dos homens, os
quais são ilimitados e insaciáveis, contrapondo-se a conscientização, recente e tardia, de que os
recursos naturais são limitados e que em face da degradação podem ser tornar não renováveis.
O problema da falta e da qualidade da água é algo tão sério que Setti et al (2001, p. 46)
dimensionam a questão da seguinte forma “segundo estudo de especialista a previsão de que sem
um gerenciamento sustentável desse recurso natural, em 30 anos a escassez de água reflita em
cinco bilhões e meio de pessoas”. Presentemente, a água passa a ser uns dos principais recursos
naturais, inclusive sendo fonte de conflito armado em âmbito internacional. Para Antunes (2007,
p. 688) “a ONU reconhece a existência de, pelo menos 156 grandes disputas internacionais
envolvendo a utilização de recursos hídricos. Os conflitos internos chegam a milhares”
A escolha do distrito justifica se pelo facto de residir as pessoas que já estiveram a debater
sobre o problema de gestão da água no local em estudo.
Explica-se igualmente pelo facto do mesmo ser atravessado pelo rio Limpopo e mesmo
assim ainda registar um período de seca que afeta diferentes culturas, influenciando assim
abertura de uma vaga de calamidades em destaque para fome.
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Geral
Específicos
1.7. Metodologia
De acordo com Minayo (1999), entende-se por metodologia o caminho do pensamento e a
prática exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um lugar central
no interior das teorias e está referida nelas. No entanto, para que um conhecimento possa ser
considerado científico, faz-se necessário identificar as operações mentais e as técnicas que
permitam a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilite chegar ao
conhecimento. Por esta razão Lakatos e Marconi (2003) afirmam que não há ciência sem o
emprego de métodos científicos.
b) Quanto à abordagem:
PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com
o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc., (GIL, 2007
Apud GERHARDT,T. E SILVEIRA, 2009).
Na base deste método, avaliou-se o processo de uso dos recursos hídricos no distrito de
Chókwè como forma de garantir a produção.
c) Quanto à natureza
PESQUISA APLICADA
Objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais.
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1.8.1. Clima
De acordo com a Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal [FAEF] (2001), o clima
do distrito do Chókwè é do tipo semi-árido seco, caracterizado por grandes variações
pluviométricas ao longo do ano e entre os anos, por conseguinte com uma agricultura de sequeiro
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de elevado risco. A precipitação média anual ronda os 620 mm, ocorrendo, essencialmente, de
Novembro a Março e a evapotranspiração de referência média anual situa-se nos 1500 mm. Este
regime pluviométrico permite apenas um período de crescimento com uma duração estimada em
cerca de 90 dias, apresentando à região um elevado risco de perda de colheita para as culturas de
sequeiro. Segundo o Grupo Intersectorial de Avaliação de Vulnerabilidade e Mapeamento, a
probabilidade de ocorrência de secas nestas áreas é superior a 30%. Anteriormente, Reddy (1985)
citado por FAEF (2001), havia também concluído que a probabilidade de perda das colheitas na
região ascendia aos 50%. A temperatura média anual é de 23,6oC e o risco de ocorrência de
geadas é nulo, mesmo durante a época fria.
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Recursos Naturais são elementos que os homens utilizam para satisfazer suas
necessidades, originados sem a intervenção humana. Podem ser divididos em renováveis e não
renováveis, em função de seu esgotamento e ou possibilidade de renovação. Ainda são abarcam
(minérios), recursos biológicos (fauna e flora), recursos ambientais (ar, água e solo) e recursos
incidentais (radiação solar, ventos e correntes oceânicas). (BRITO, 2006, p. 72; FONSECA, 1992
Apud SENHORAS; MORREIRA; VITTE, 2009, p.3).
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Outros tipos de recursos naturais são referidos como dotação de solo, biodiversidade, patrimônio genético, entre
outros.
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sistema de regadio não têm acesso a fontes melhoradas de água e, durante a estação seca, os seus
residentes são obrigados a percorrer grandes distâncias à procura de água, (SAMO, 2015, p. 23).
Outras estratégias de gestão de água na bacia do Limpopo incluem a colheita de água das
chuvas e a conservação de água no solo. Colheita de água refere-se à coleção e concentração de
escoamento superficial para fins produtivos. Conservação de água no solo refere-se à retenção de
água da chuva na zona radicular e a diminuição das perdas por evaporação do solo através da
prática culturais como o mulching (cobertura do solo com resíduos de cultura), lavoura profunda,
lavoura ao longo das curvas de nível, micro-bacias, zero tillage (cultivo sem remeximento do
solo) e pequenas bacias de inundação (Rosegrant et al., 2002).
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Não só a falta de água compromete a existência da vida das pessoas e seres vivos, mas, de
forma mais devastadora isso se sucede com a água poluída ou contaminada, tanto em relação aos
seres humanos, como para animais ou plantas (Freitas, 2008).
O índice da qualidade da água tornou-se algo tão importante que por meio dele é capaz de
diagnosticar a conservação do meio ambiente, possibilitando determinar grau de erosão do solo,
lançamentos orgânicos, poluição por esgoto, poluição atmosférico e outras, o que vem justificar
não só o uso das bacias hidrográficas como unidade de planejamento, como a proximidade da
gestão hídrica com a gestão ambiental.
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O distrito de Chókwè tem um grande potencial hidrográfico, sendo banhado pela margem
direita do Rio Limpopo e pelo Rio Mazimuchope, possuindo ainda os riachos periódicos de
Ngonwane, Munhuane, Chuezi, Nhambabwe e as lagoas de Chinangue, Ngondzo, Nha-nhai,
Mbalambe e Khokhotiva. (SAMO, 2015).
4. Referências bibliográficas
BRITO, Maria Campos Alves de. Desenvolvimento compartilhado de reservatórios comuns
entre Estados. Rio de Janeiro: E-papers, 2006.
BRITO, Rui. et al. Secção de Uso de Terra e Água, Departamento de Engenharia Rural,
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo,
2006.
CARVALHO, José Ribamar Marques; CURI, Wilson Fadlo; LIRA, Waleska Silveira. Processo
participativo na construção de indicadores hidroambientais para bacias hidrográficas. In: LIRA,
Waleska Silveira; CÂNDIDO, Gesinaldo Ataíde (Org.). Gestão sustentável dos recursos naturais:
uma abordagem. Campina Grande: EDUEPB, 2013.
FREITAS, Vladimir Passos de. Águas – considerações gerais. FREITAS, Vladimir Passos de
(coord.). Águas: aspectos jurídicos e ambientais. 7ª Ed. Curitiba: Juruá, 2008.
SENHORAS, Elói Martins; MOREIRA, Fabiano; VITTE, Claudete de Castro Silva. A agenda
exploratória de recursos naturais na América do Sul: da empiria à teorização geoestratégica de
assimetrias nas relações internacionais. 2009.
SETTI, Arnaldo A. et all; LIMA, Jorge Enoch Furquim Wernck; CHAVES, Adriana Goretti de
Miranda; PEREIRA, Isabella de Castro. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. 2ª.
Ed. Brasília: ANEEL/ANA, 2001.