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Esmeralda F. Falusso

Helena C. Massuanganhe

Jacinto J. Mahumane

Leovigildo I. M. Chaúque

Maria L. da Conceição

Silvino Fabião

Desenvolvimento e Sustentabilidade

Licenciatura em Ensino de Geografia

Universidade Save

Massinga

2021
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Esmeralda F. Falusso

Helena C. Massuanganhe

Jacinto J. Mahumane

Leovigildo Ivan Manecas Chaúque

Maria Luisa da Conceição

Silvino Fabião

Desenvolvimento e Sustentabilidade

Trabalho de Pesquisa da cadeira de Gestão


Ambiental a ser Apresentado no Departamento de
Ciências da Terra e Recursos Naturais para efeito
de Avaliação.

Docente: MCs. Nogar T. Boca

Universidade Save

Massinga

2021
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Índice
CAPITULO I...........................................................................................................................................2
1.Introdução.............................................................................................................................................2
1.1.Objectivos..........................................................................................................................................3
1.1.1.Objectivos Gerais...........................................................................................................................3
1.1.2.Objectivos Específicos....................................................................................................................3
1.2.Metodologia.......................................................................................................................................3
CAPITULO II: Referencial Teórico........................................................................................................4
2.Desenvolvimento e Sustentabilidade....................................................................................................4
2.1. Surgimento do Desenvolvimento Sustentável ou Sustentabilidade...................................................4
2.2.Conceito de Desenvolvimento Sustentável ou Sustentabilidade........................................................6
2.3.A Sustentabilidade como Resposta....................................................................................................6
2.4.Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.....................................................................................8
CAPITULO III: UM OLHAR PRÁTICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO E A...............................9
3.1.Objectivos do Desenvolvimento Sustentável em Moçambique.........................................................9
3.2.Políticas para Implementar os ODS em Moçambique......................................................................10
3.3.Indicadores dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável a nível nacional................................11
3.4.Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável na Vila Municipal da Massinga............................11
3.5.Reflexo dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável no Município da Massinga....................12
3.5.1.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 3: BOA SAÚDE E BEM-ESTAR............................12
3.5.2.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 5: IGUALDADE DE GÉNERO..............................14
3.5.3.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 8: EMPREGO DIGNO E.........................................14
3.5.4.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 11: CIDADES E COMUNIDADES........................15
CAPITULO IV......................................................................................................................................18
4.Conclusão...........................................................................................................................................18
5.Referências Bibliográficas..................................................................................................................19
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CAPITULO I

1.Introdução
Os recursos naturais têm-se tornado cada vez mais escassos, devendo-se levar em consideração
sua possível exaustão, com essa ameaça, buscam-se alternativas para que o desenvolvimento
socioeconómico seja sustentável. Questões ambientais, relacionadas ao uso de agro-tóxicos,
desmatamento excessivo ou a exploração massiva dos recursos naturais com base em regimes
capitalistas são alguns dos factores que colocam em risco de exaustão os recursos que a natureza
dispõe ao Homem para a sua sobrevivência e existência, sendo que com a queda da consciência
sobre os riscos acarretados pela exploração irracional destes recursos há uma emergente
mudança de paradigmas sociais, onde é necessário perceber valores que direccionam nosso
desenvolvimento económico e nossa relação com o meio ambiente, o que por sua vez gera a
introdução de novas conceituações no âmbito da não exaustão de tais recursos que a natureza nos
fornece. É assim que nascem termos como Desenvolvimento e Sustentabilidade que giram em
torno desta problemática da escassez de recursos procurando as soluções mais viáveis pra a
exploração reformável dos recursos naturais e ao mesmo tempo proporcionando um
desenvolvimento no âmbito social. Por conta disso o uso da sustentabilidade torna-se o grande
desafio social das próximas décadas percebendo-se que o desenvolvimento sustentável é o uso
racional dos recursos naturais em prol do bem-estar social, garantindo o crescimento económico
necessário para suprir as nossas demandas e as necessidades das futuras gerações. Este trabalho
tem como tema Desenvolvimento e Sustentabilidade e terá dois enfoques principais, onde o
primeiro consistirá em trazer referenciais teóricos com base em materiais bibliográficos para
sustentar alguns conceitos sobre o Desenvolvimento e Sustentabilidade e o segundo enfoque
consistirá na união dos dois termos como forma de uma busca prática e evidenciava da
ocorrência destes dentro de um ambiente sócio natural na medida em que o grupo visa conciliar
os referenciais teóricos que serão abordados com a prática buscando principalmente aspectos
físico naturais que tem relação directa com o Homem.
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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivos Gerais
Compreender a questão do Desenvolvimento e da Sustentabilidade no seio Municipal;
Analisar o desenvolvimento sustentável na Vila Municipal da Massinga.

1.1.2.Objectivos Específicos
Diferenciar os tipos de sustentabilidade;
Descrever as formas de implementação os objectivos de desenvolvimento sustentável na
Vila da Massinga;
Analisar os esforços emitidos pelo Município na implantação da sustentabilidade no
Município da Massinga.

1.2.Metodologia
Para realização deste trabalho o grupo recorreu ao método de pesquisa bibliográfica tendo como
base para o referencial teórico obras e artigos literários disponibilizadas na web que conciliou-se
com a pesquisa de campo para a recolha dos dados que irão compor a parte prática do trabalho.
Por sua vez o material encontrado sofreu uma análise, selecção, reestruturação e organização de
acordo com as normas de publicação de trabalhos científicos da Universidade Save Extensão
Massinga.
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CAPITULO II: Referencial Teórico

2.Desenvolvimento e Sustentabilidade

2.1. Surgimento do Desenvolvimento Sustentável ou Sustentabilidade


O termo desenvolvimento sustentável surgiu a partir de estudos da Organização das Nações
Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a humanidade perante a crise
social e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda metade do século XX
(Barbosa, 2008).
Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também
conhecida como Comissão de Brundtland, presidida pela norueguesa Gro Haalen Brundtland, no
processo preparatório a Conferência das Nações Unidas – também chamada de Rio 92 foi
desenvolvido um relatório que ficou conhecido como Nosso Futuro Comum em 1987 publicado
pela Wold Commission on Environment and Development, contendo informações colhidas pela
comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, destacando-se as questões sociais,
principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água, abrigo e
serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano (idem).
Neste relatório está exposta uma das definições mais difundidas do conceito: “o desenvolvimento
sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades
de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (idem).
O relatório Brundtland considera que a pobreza generalizada não é mais inevitável e que o
desenvolvimento de uma cidade deve privilegiar o atendimento das necessidades básicas de
todos e oferecer oportunidades de melhora de qualidade de vida para a população.
O relatório ainda ressaltou, em relação às questões urbanas, a necessidade de descentralização
das aplicações de recursos financeiros e humanos, e a necessidade do poder político favorecer as
cidades em sua escala local. No tocante aos recursos naturais, avaliou a capacidade da biosfera
de absorver os efeitos causados pela actividade humana, e afirmou que a pobreza já pode ser
considerada como um problema ambiental e como um tópico fundamental para a busca da
sustentabilidade (idem).
Apesar de ser um conceito questionável por não definir quais são as necessidades do presente
nem quais serão as do futuro, o relatório de Brundtland chamou a atenção do mundo sobre a
necessidade de se encontrar novas formas de desenvolvimento económico, sem a redução dos
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recursos naturais e sem danos ao meio ambiente. Além disso, definiu três princípios básicos a
serem cumpridos: desenvolvimento económico, protecção ambiental e equidade social. Mesmo
assim, o referido relatório foi amplamente criticado por apresentar como causa da situação de
insustentabilidade do planeta, principalmente, o descontrole populacional e a miséria dos países
subdesenvolvidos, colocando somente como um factor secundário a poluição ocasionada nos
últimos anos pelos países desenvolvidos (idem).
O III Relatório do Clube de Roma (1976) afirma que “muito antes de esgotarmos os limites
físicos do nosso planeta ocorrerão graves convulsões sociais provocadas pelo grande desnível
existente entre a renda dos países ricos e dos países pobres”.
Já em 1986 a Conferência de Ottawa (Carta de Ottawa, 1986) estabelece cinco requisitos para se
alcançar o desenvolvimento sustentável:
 Integração da conservação e do desenvolvimento;
 Satisfação das necessidades básicas humanas;
 Alcance de equidade e justiça social;
 Provisão da autodeterminação social e da diversidade cultural;
 Manutenção da integração ecológica.
Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1988, 1991) os
objectivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o
processo de crescimento da cidade e objectiva a conservação do uso racional dos recursos
naturais incorporados às actividades produtivas. Entre esses objectivos estão:
 Crescimento renovável;
 Mudança de qualidade do crescimento;
 Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e
saneamento básico;
 Garantia de um nível sustentável da população;
 Conservação e protecção da base de recursos;
 Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco;
 Reorientação das relações económicas internacionais (CMMAD, 1988, 1991).
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Fig1.: Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento


sustentável.

2.2.Conceito de Desenvolvimento Sustentável ou Sustentabilidade


De acordo com Satterthwaite, desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade é a resposta às
necessidades humanas nas cidades com o mínimo ou nenhuma transferência dos custos da
produção, consumo ou lixo para outras pessoas ou ecossistemas, hoje e no futuro (2004).
Para CANEPA (2007) “o desenvolvimento sustentável caracteriza-se, portanto, não como um
estado fixo de harmonia, mas sim como um processo de mudanças, no qual se compatibiliza a
exploração de recursos, o gerenciamento de investimento tecnológico e as mudanças
institucionais com o presente e o futuro.
O desenvolvimento sustentável é um processo de aprendizagem social de longo prazo, que por
sua vez, é direccionado por políticas públicas orientadas por um plano de desenvolvimento
nacional. Assim, a pluralidade de atores sociais e interesses presentes na sociedade colocam-se
como um entrave para as políticas públicas para o desenvolvimento sustentável (BEZERRA e
BURSZTYN, 2000).

2.3.A Sustentabilidade como Resposta


Ao se definir desenvolvimento sustentável também está se discutindo o que é sustentabilidade.
Para alguns autores como Cavalcanti (2003), sustentabilidade significa a possibilidade de se
obterem continuamente condições iguais ou superiores de vida para um grupo de pessoas e seus
sucessores em dado ecossistema.
Para o autor, as discussões atuais sobre o significado do termo desenvolvimento sustentável
mostram que se está aceitando a ideia de colocar um limite para o progresso material e para o
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consumo, antes visto como ilimitado, criticando a ideia de crescimento constante sem
preocupação com o futuro (idem).
Para Henri Acselrad, as seguintes questões discursivas têm sido associadas à noção de
sustentabilidade:
 Da eficiência, antagónica ao desperdício da base material do desenvolvimento, com
reflexos da racionalidade económica sobre o “espaço não-mercantil planetário”;
 Da escala, determinante de limites quantitativos para o crescimento económico e suas
respectivas pressões sobre os recursos ambientais;
 Da equidade, articuladora analítica entre princípios de justiça e ecologia;
 Da auto-suficiência, desvinculadora de economias nacionais e sociedades tradicionais dos
fluxos de mercado mundial, como estratégia apropriada para a capacidade de auto-
regulação comunitária das condições de reprodução da base material do
desenvolvimento;
 Da ética, evidenciadora das interacções da base material do desenvolvimento com as
condições de continuidade da vida do planeta. (ACSELRAD, 2001).
Para facilitar a compreensão do conceito de sustentabilidade, Sachs (1993) a divide em cinco
classificações: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade económica, a sustentabilidade
ecológica, a sustentabilidade social e a sustentabilidade política.
O conceito descrito por Sachs (1993) refere-se à sustentabilidade como:
a) Sustentabilidade ecológica – refere-se à base física do processo de crescimento e tem como
objectivo a manutenção de estoques dos recursos naturais, incorporados as actividades
produtivas.
b) Sustentabilidade ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos
ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face
das agressões antrópicas.
c) Sustentabilidade social – refere-se ao desenvolvimento e tem por objectivo a melhoria da
qualidade de vida da população. Para o caso de países com problemas de desigualdade e de
inclusão social, implica a adopção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a
questões como saúde, educação, habitação e seguridade social.
d) Sustentabilidade política – refere-se ao processo de construção da cidadania para garantir a
incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento.
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e) Sustentabilidade económica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e


caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado. Implica a avaliação
da eficiência por processos macro sociais.

2.4.Objectivos do Desenvolvimento Sustentável


A 1 de Janeiro de 2016 entrou em vigor a resolução da Organização das Nações Unidas(ONU)
intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”,
constituída por 17 objectivos, desdobrados em 169 metas, que foi aprovada pelos líderes
mundiais, a 25 de Setembro de 2015, numa cimeira memorável na sede da ONU, em Nova
Iorque (EUA).
Os 17 ODS, aprovados por unanimidade por 193 Estados-membros da ONU, reunidos em
Assembleia-Geral, visam resolver as necessidades das pessoas, tanto nos países desenvolvidos
como nos países em desenvolvimento, enfatizando que ninguém deve ser deixado para trás. Os
ODS foram pensados a partir do sucesso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
(ODM), entre 2000 e 2015, e pretendem ir mais longe para acabar com todas as formas de
pobreza. Trata-se de uma agenda alargada e ambiciosa que aborda várias dimensões do
desenvolvimento sustentável (social, económico, ambiental) e que promove a paz, a justiça e
instituições eficazes.
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CAPITULO III: UM OLHAR PRÁTICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO E A


SUSTENTABILIDADE NA VILA MUNICIPAL DE MASSINGA

Este capítulo visa elucidar, a parte prática do trabalho, isto é, o reflexo do Desenvolvimento e da
Sustentabilidade no Município da Massinga. No entanto os fundamentos pra a produção do
capítulo, o grupo buscou-os através da Associação Nacional de Municípios de Moçambique
(ANAM) com o título Relatório Vocal Voluntário: Avanços e Desafios de 16 Municípios de
Moçambique, financiada pela União Europeia, de entre outros parceiros e foi publicado em 2020.

3.1.Objectivos do Desenvolvimento Sustentável em Moçambique


Em Setembro de 2015 os países membros das Nações Unidas, incluindo Moçambique, adoptam
a Agenda 2030 para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que na prática
substituem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) que foram uma iniciativa
global para, principalmente, erradicar a pobreza.
Os ODM eram objectivos mensuráveis, acordados universalmente, para combater a pobreza
extrema e a fome, prevenir doenças e ampliar o acesso ao ensino primário de qualidade e à saúde
materna, entre outras prioridades para o desenvolvimento. Os ODM também conseguiram
grandes avanços na luta contra o vírus HIV/AIDS e outras doenças, como a malária e a
tuberculose. Desta iniciativa global foram aprendidas várias lições que contribuíram para a
formação dos ODS, que são um compromisso mais ousado para concluir o trabalho iniciado
pelos ODM e abordar os problemas globais mais urgentes nos quais todos somos chamados a
contribuir e fazer nossa parte de forma a conseguir avançar para um futuro mais sustentável.
Cerca de cinco anos depois que as Nações Unidas adoptaram os Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), ainda existem governos locais e regionais que não estão suficientemente
familiarizados com esse conjunto de compromissos universais e integrados. Uma das lições
aprendidas com os ODM foi a inclusão e participação dos governos locais e regionais, cujo papel
na implementação é extremamente inquestionável.
A par destas iniciativas, em Moçambique, a Associação Nacional de Municípios de Moçambique
(ANAMM), foi desenvolvendo capacidades de aplicar os ODS, sobretudo no que diz respeito à
localização do processo de adaptação, implementação e monitoria, bem como a sua disseminação
e capacitação aos municípios.
O Governo de Moçambique, tendo adoptado a Agenda 2030 e integrado no seu Plano
Quinquenal (2015-2019), criou, sob coordenação do Ministério da Economia e Finanças, o
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Grupo Nacional de Referência para implementação dos ODS, no qual a ANAMM está integrada
para dar o seu contributo.
Recentemente, em 2019, com apoio da UCLG, PNUD, Conselho Municipal de Maputo e a
Cooperação Alemã (GIZ/BGF), a ANAMM realizou a primeira sessão de capacitação e
consciencialização sobre a localização dos ODS cujos objectivos foram os de sensibilizar e
treinar as associações de autoridades locais na implementação ou "localização" dos ODS,
planeamento territorial e monitoria & avaliação de agendas globais e de proporcionar um espaço
para informação, aprendizagem e partilha de experiências sobre a implementação dos ODS nos
municípios. A par destes objectivos, a capacitação também abordou a questão da elaboração dos
relatórios voluntários locais, uma iniciativa dos governos locais para mostrar as estratégias, os
avanços e desafios na implementação dos ODS ao nível local.

3.2.Políticas para Implementar os ODS em Moçambique


Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Agenda 2030,
constituem um marco importante para o País por ter sido elaborada numa altura em que se estava
a elaborar o Plano Quinquenal do Governo 2015-2019, tendo permitido que se fizesse o
alinhamento destes compromissos internacionais aos Objectivos Estratégicos do Plano
Quinquenal do Governo.
Desta forma, o Plano Quinquenal do Governo 2015-2019, principal instrumento de gestão
económica e social do país, foi desenhado tendo em conta as três dimensões de desenvolvimento
sustentável, nomeadamente a económica, a social e a ambiental:
 A dimensão social está enquadrada nos Objectivos Estratégicos da Prioridade II –
Desenvolver o Capital Humano e Social;
 A dimensão económica está reflectida integralmente nos Objectivos Estratégicos da
Prioridade III – Promover o emprego e melhorar a produtividade e competitividade e, na
Prioridade IV – Desenvolver Infra-estruturas económicas e sociais; e
 A dimensão ambiental está alinhada aos Objectivos Estratégicos da Prioridade V –
Assegurar a gestão sustentável e transparente dos recursos naturais e do ambiente.
A ligação do PQG com os ODS possibilitou a integração e implementação anual destes por via
dos instrumentos operacionais do Governo, com principal enfoque para o Plano Económico e
Social e Orçamento do Estado, que inclui programas, projectos e actividades a serem realizadas
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durante o Quinquénio para alcançar o desenvolvimento económico e social do povo


moçambicano, preservando o meio ambiente.
Os principais instrumentos de monitoria da acção governativa são: o Balanço do Plano
Económico e Social e o Relatório de Execução Orçamental, por serem documentos que
apresentam os recursos que o governo aloca anualmente para o avanço na implementação de seus
planos e, portanto, dos ODS, sendo que desde 2016, o Estado moçambicano tem vindo a realizar
diferentes iniciativas de implementação da Agenda 2030, junto dos seus parceiros nacionais e
internacionais.

3.3.Indicadores dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável a nível nacional


O Quadro Nacional de Indicadores dos ODS de Moçambique representa uma selecção de
indicadores globais e nacionais, que fazendo parte do Sistema Estatístico Nacional permitirão ao
país avaliar de forma periódica o progresso das metas traçadas até 2030.
Para o sucesso dessa avaliação periódica, é importante que os diferentes actores de
desenvolvimento, os sectores do Governo, tenham uma base de dados actualizada e disponível, e
que o Instituto Nacional de Estatística esteja a produzir estatísticas dentro dos períodos previstos
para produção de informação estatística. Para os municípios, esse Quadro será uma referência
importante, pois, dependendo dos ODS priorizados em seus planos e o contexto, poderão
seleccionar os indicadores mais úteis para avaliar o progresso, sempre tomando em consideração
a disponibilidade de informações, a facilidade de seu cálculo e outros aspectos relevantes.
Portanto, quando o Quadro Nacional de Indicadores for aprovado, será essencial socializá-lo com
todas as instituições estatais e os diferentes níveis de governo descentralizado e local, para que,
após a selecção, sejam incluídos nos planos de curto e médio prazo, o que facilitará a avaliação
do progresso na implementação dos ODS.

3.4.Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável na Vila Municipal da Massinga


O Governo Central atribui aos órgãos locais (Cidades e Vilas) a autoridade para administrar o
território sob a sua jurisdição e através das Leis Nº 1/2008 de 16 de Janeiro e Nº 6/2018 de 3 de
Agosto estabelece as suas competências, as quais, de acordo com o que pode ser visto logo
abaixo, estão intimamente relacionadas aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Essas
atribuições e responsabilidades mostram que os municípios têm um papel fundamental na
melhoria de vida dos cidadãos e, portanto, contribuir para o avanço da Agenda 2030.
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3.5.Reflexo dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável no Município da Massinga


Antes de abordar a cerca da sustentabilidade implementada no Município da Massinga, o grupo
vê a necessidade de salientar que observou-se imensas dificuldades durante a recolha de dados
no campo, isto porque as instituições as quais o grupo recorreu para a colecta de dados não
forneceu completamente pois os responsáveis ou coordenadores principais não se faziam
presentes, carecendo o grupo no que trata a fotografias e entrevistas.
A seguir vejamos os objectivos da sustentabilidade que já são notáveis no Município da
Massinga.

3.5.1.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 3: BOA SAÚDE E BEM-ESTAR


Em Moçambique o acesso aos serviços de saúde ainda é limitado, devido à infra-estrutura,
equipamentos e pessoal insuficientes, especialmente nas áreas rurais. Portanto, embora os
municípios não possuam competências expressas nesse sector, suas iniciativas para expandir o
acesso estão a ajudar a reduzir doenças. No geral compete aos Municípios:
 Reduzir as epidemias de SIDA, Tuberculose, Malária e doenças tropicais negligenciadas,
e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis
 Atingir a cobertura universal de saúde.
No Município da Massinga este implemento resume-se na
Capacitação das mulheres de todas as idades em matéria de Saúde Sexual e Reprodutiva e
casamento prematuro, onde cerca de 256 mulheres são capacitadas por ano. E uma das
principais capacitadoras é verificável no projecto FAFI (Fórum das Associações
Femininas de Inhambane) que foi criado com três temáticas princiapis: Aborto seguro,
Casamentos Prematuros e Igualdade de género.
15

Im
agens 1 e 2: Instituição onde encontra-se a FAFI, localizado próximo ao Hospital Distrital da
Massinga.

3.5.2.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 5: IGUALDADE DE GÉNERO


A igualdade de género não implica apenas acesso igual à educação, assistência médica e trabalho
decente, mas também maior participação em espaços de tomada de decisões políticas e
económicas para promover economias sustentáveis que beneficiem as sociedades e a
humanidade como um todo, isto é:
 Garantir a participação plena e efectiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para
a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, económica e
pública.
Na Massinga a concretização ocorre na medida em que há:
Capacitação das mulheres de todas idades em matéria de apoderamento da mulher e
violência baseada no género, sendo que a instituição é a mesma encontrada do objectivo
de desenvolvimento 5, e também são usados outros meios de comunicação como a rádio
para tal, e palestras frequentes no seio da comunidade.

3.5.3.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 8: EMPREGO DIGNO E


CRESCIMENTO ECONÓMICO
A falta de oportunidades de emprego é um grande desafio para superar a pobreza, embora
também seja muito importante ver a qualidade do emprego, pois ter um, nem sempre permite que
as pessoas possam superar a pobreza. Nesse contexto, promover o desenvolvimento económico,
sem prejudicar o meio ambiente, é essencial para criar melhores condições de emprego para as
pessoas e para redução da pobreza.
16

 Promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as actividades


produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e
incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas,
inclusive através do acesso aos serviços financeiros.
 Até 2020, reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou
formação.
Na Massinga os principais feitos são:
Assistência dos produtores de baixa renda para conseguirem uma colheita melhor;
Promoção de feiras de comercialização de artesanato, promovendo a troca de técnicas e
conhecimentos;
Promoção de feiras agrícolas de comercialização de produtos;
Comercialização de produtos a preços acessíveis;
Reorganização dos mercados municipais, criação de corredores e restruturação das
bancas.
17

Imagens 3 e 4: local de destruição das antigas bancas para o arruamento normal, tendo em conta
o ordenamento territorial.

3.5.4.Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 11: CIDADES E COMUNIDADES


SUSTENTÁVEIS
Existem muitos problemas nas cidades, como a falta de fundos para a prestação de serviços
básicos, a falta de moradias adequadas, a deterioração da infra-estrutura, o transporte público e a
gestão de resíduos sólidos. Da mesma forma, a necessidade de reactivar a economia e gerar
emprego, preservando o meio ambiente. O desafio desse panorama complexo é conseguir
enfrentar todos esses problemas de maneira integrada para alcançar comunidades sustentáveis.
 Proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis e sustentáveis,
melhorando a segurança rodoviária através da expansão da rede de transportes públicos.
 Aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planeamento e
gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis.
 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o património cultural e natural. Reduzir
o impacto ambiental negativo, prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de
resíduos municipais e outros.
Na vila da Massinga os objectivos foram implementados do seguinte modo:
A cada ano são pavimentados alguns quilómetros de estradas em algumas ruas, mas não
são suficientes para as necessidades. Também existem duas praças que estão sendo
reabilitadas com seus recursos próprios.
Têm 26 contentores que são distribuídos apenas nos bairros antigos onde o lixo é
depositado e recolhido pelo único camião que possuem.
18

Imagem 5: Elementos do Grupo numa das praças que estão a ser reabilitadas na Vila de
Massinga.

Imagens 6 e 7: Obras de reabilitação da Praça na Vila Municipal da Massinga


19

Imagem 8: Praça reabilitada, com excepção das casas de banho que ainda estão em obra.
20

CAPITULO IV

4.Conclusão
A sustentabilidade consiste em encontrar meios de produção, distribuição e consumo dos
recursos existentes de forma mais coesiva, economicamente eficaz e ecologicamente viável.
Um dos desafios da sustentabilidade ambiental urbana é a conscientização de que esta é um
processo a ser percorrido e não algo definitivo a ser alcançado. A busca por uma conceituação
urbana sustentável trás consigo uma série de proposições e estratégias que buscam actuar em
níveis tanto locais quanto globais. Priorizar o desenvolvimento social e humano com capacidade
de suporte ambiental, gerando cidades produtoras com actividades que podem ser acossadas por
todos é uma forma de valorização do espaço incorporando os elementos naturais e sociais.
Falar do desenvolvimento e da sustentabilidade é falar, em termos gerais, do uso dos recursos
naturais de que a natureza nos dispõe para a satisfação das nossas necessidades sem
comprometer as necessidades das gerações vindouras. A consciência deste dilema tem gerado
criação de novas politicas de produção que estão a ser implementadas a nível mundial, sendo que
falando dessas políticas adoptadas pelos pelos governos mundiais, estas vem actualmente se
reflectir nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Entretanto em Moçambique estes
objectivos de desenvolvimento estão associados ao plano quinquenal do governo que por sua vez
os objectivos são lançados para os municípios que tem o poder legal de executá-los usando
fundos fornecidos pelo governo. Na vila da Massinga, há metas que prosseguem para o alcance
dos objectivos que como já vinha referindo-se no trabalho o espelho desses é reflectido através
de projectos ou reformas dentro da vila.
21

5.Referências Bibliográficas
Acselrad, H. (1999). Novas premissas da sustentabilidade democrática.
ANAM. (2020). Relatório Vocal Voluntário: Avanços e Desafios de 16 Municípios de
Moçambique.
Barbosa, G. S. (2008). O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. 4ª Edição. Volume 1.

Bezerra, M. C. L.; Bursztyn, M. (2000). Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento


sustentável. Brasília, Brasil.
Canepa, C. (2007). Cidades Sustentáveis: o município como lócus da sustentabilidade.
São Paulo, Brasil.
Carta de Ottawa. Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde,
Ottawa,1986. Disponível em <www.opas.org.br>. Consultado em Maio de 2022.
Cavalcanti, C. (2003). Desenvolvimento e Natureza: estudos para uma sociedade
sustentável. São Paulo, Brasil.
CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro
comum. 2a ed. Tradução de Our common future. 1a ed. 1988. Rio de Janeiro : Editora da
Fundação Getúlio Vargas1991.
Sachs, I. (1993). Estratégias de Transição para do século XXI – Desenvolvimento e Meio
Ambiente. São Paulo, Brasil.
Satterthwaite, D. Como as cidades podem contribuir para o Desenvolvimento
Sustentável. In: Menegat, R. e Almeida, G (org.). Desenvolvimento Sustentável e Gestão
Ambiental nas Cidades, Estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: UFRGS Editora, pp.
129-167, 2004.

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