JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO NO SUL DO ONTÁRIO - O OBJECTIVO

PORTUGUESE CANADIAN NEWSPAPER

Terça -Feira, 10 de Janeiro 2011 | Ano I N.º30 www.pcnewsnetwork.com *www.abcpcn.ca *www.abcpcn.com DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Cantar (a)os Reis

Cabaz de Natal Pingo de café
algo controverso ia provocando
O Governo Regional dos desastre

é já tradição!
Açores decidiu outorgar Um avião da United Air-
Cabazes de Natal a alguns lines teve de aterrar em
carenciados da nossa zona. Toronto, quando da sua
rota de Chicago para
O gesto, de bom tom, pa- Frankfurt. Um pingo de
rece não ter agradado a café deve ter prejudicado
alguns. Pág. 6 instrumentos. Pág. 6

Crime brutal aqui bem perto

Jornalista Português
morto e mutilado
Carlos Castro,
Jornalista
e cronista
social foi
brutalmente
assassinado
em Nova Iorque.
Assassinado
e... mutilado. Págs 24 e interiores
Pág. 18

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM PORTUGAL

SÃO JÁ A 23 DE JANEIRO ( TAMBÉM VOTA )
E TORONTO

São vários
os candidatos
mas, a avaliar
pelas sondagens,
Cavaco Silva

...uma tradição
tem as melhores
hipóteses de
ser eleito à
primeira volta.
Os Portugueses
que filhou raízes
de Toronto Quando da feitura do “show” de Janeiras
também – digamos assim – Jack Carvalho lembrou que, em
votam. termos comerciais, foi ele, há muitos anos, que impul-
Págs. 2 e 15. sionou este Cantar aos Reis. E não está arrependido.
 2 . Nossa Gente 10 de Janeiro 2011
As eleições
presidenciais
Diga lá... Por: Lara Ingrid/Sérgio Alexandre
* • Resoluções para o Ano Novo. Fez algumas?
Pedro Jorge Toda a gente toma “resoluções”. No princípio do ano... são muitas essas mesmas resoluções. Ninguém sabe, ao certo, é se elas vão
Costa Baptista ser cumpridas. Algumas ficam pelo caminho, talvez afogadas numa taça de champanhe que se bebeu na noite última... do outro
O mês de Janeiro deste ano deveria ter para os eleitores portugueses ano que, a seu tempo, também teve “resoluções”.
um significado/objectivo. A eleição ou reeleição do Presidente da Fomos à rua e perguntámos se os nossos leitores fizeram resoluções. E quais foram?
Republica de Portugal.
Mas eu sei que para muitas pessoas, em Portugal e não só, o acto
eleitoral representa um inconveniente que as pessoas muito visivel-
mente com alguma relutância toleram. Apesar de saber o porquê
deste incómodo de certa forma questiono-me a mim próprio:
PORQUÊ? Qual o motivo de semelhante hostilidade para um acto
que a todos diz respeito (mas só os eleitores recenseados actuam) e
compreendido e interpretado desta forma.
A razão pelo qual eu fico um pouco confuso (parte dela) facilmente
se explica. As gerações mais velhas queixam-se de outros tempos,
onde participar em actos eleitorais não lhes era possível. Agora que
tal situação se inverteu a hostilidade instala-se. Mas é realmente
com as gerações mais novas (a que se segue a que em cima referi) ROBSON DA SILVA - LARA PROSEN - Eu não sou
No Brasil, temos essa sistema CARLA REIS CARDOSO KATRINA D´SOUSA - portuguesa mas vivi no Brasil
que o espanto sobressai, pois o seu comportamento explica-se mel- - Neste ano novo de 2011 ten- Este ano, a minha resolução é
hor se pensarmos na “ segurança” dos dias de hoje. A verdade é de resolução...e este ano, queria muitos anos. Sou da Slovenia
ciono não gastar tanto dinheiro. estar mais com a familia. Con- e lá também temos o mesmo
esta, hoje as pessoas vivem melhor do que há 30 ou 60 anos ou ver se deixava de beber tanto... Eu vou-me controlar. Tenho a
ainda antes, verdade que os impostos hoje podem ser ‘quase” in- Quando saio, ao fim de semana, hecer as minhas raizes e apre- costume de quando um ano
tendência de comprar coisas nder a lingua portuguesa...Os novo começa, também fazemos
suportáveis, e para as mentes mais educadas o governo seja exces- bebo sempre muito e sei que que nem preciso simplesmente
sivamente invasivo na vivencia das pessoas. Sim, isto é verdade. meus pais são de Goa e eu ai- resoluções. E a minha que este
não é saudável. Também gos- porque estão em saldo e depois ano tenciono fazer, é deixar de
Mas as pessoas têm de se lembrar das suas responsabilidades. As tava de começar a ir ao YMCA não têm utilidade... Vou ver nda quero aprender tudo sobre
gerações futuras não podem em boa consciência serem críticas dos a cultura. fumar. Já fumo há muitos anos
para manter a linha. como as coisas correm. Feliz e queria tanto deixar... não tem
que governam e depois serem os primeiros a desinteressarem-se Ano Novo para todos!
e não cuidarem da sua próprio governo (a forma como vivem e a sido facil. Reduzir para três
educação cívica e social de cada um – de reparar que isto impõe
muito mais do que “ boas maneiras” mas sim educação e cultura em Clubes e Associações cigarros por dia... e depois de-
ixar.

Envie-nos a sua lista de eventos semanais

relação ao mundo e comunidade onde vivem).
Mas voltando ao assunto das eleições presidencias em Portugal, não
devemos descuidar esse tema (nem nenhuma eleição) como eu já
referi antes. É nossa responsabilidade envolvermo-nos e contribuir Eleição do Presidente exercendo o seu dever cívico no
para a melhoria da sociedade. Ser parte da sociedade devera ser um CASA DOS AÇORES – Sába- quet Hall (501 Alliance Ave.).
objectivo e um contributo de todos. do, 22, Noite do Sócio. Início Jantar com início às 19h00. En- da República próximo mês de Janeiro nos
O Consulado-Geral de Portugal locais para o efeito designados
Contudo, pelo que tenho lido e ouvido, e até aparentemente há pes- às 19 h., jantar de sabores re- tretenimento com o Grupo de
soas que concordam comigo (não digam ao chefe – pois ele pode em Toronto está a informar já devidamente identificados.
gionais e baile animado por Amizade – Cantares Populares,
não gostar que concordem comigo) em respeito que há candidatos estar disponível o edital relativo Para exercerem o seu dever
Nélia Maria e tambem por conjunto Chaves D’Ouro, Lino
presidenciais que estão a concorrer, mas fazem-no sem se com- aos Desdobramentos da Assem- cívico, todos os eleitores de-
Paulo Marco. Entrada para Só- Rego e Ricardo Cidade.
preender o porquê, a não ser claro e obvio serem Presidentes da bleia de Voto para a Eleição do verão encontrar-se munidos de
cio $25.00 Não Sócio - $30.00 IRMANDADE PICOENSE DO
Republica de Portugal o porquê de concorrerem não é perceptível, Presidente da República. “cartão de eleitor” ou da “cer-
enquanto uns ate o fazem com princípios de cidadania, outros pare- - Criança de Sócio (6 a 12 anos) DIV ESPIRITO SANTO, Cam-
Mais se informa que a par- tidão de eleitor” e de documen-
cem que querem uma desforra; essa de querer servir os portugueses - $12.50 Criança de Não Sócio bridge - Sábado, 15 de Janeiro,
tir da presente data, passará a to de identificação (português
não pode colar neste caso pois o Presidente tem as suas funções (6 a 12 anos) - $15.00. Para Festa à Picoense, com Matança
estar disponível no blog con- ou canadiano) com fotografia,
muito (ate de mais) claras e limitadas pela constituição de 1976, reservas e mais informações, do Porco, a realizar-se no Clube
sular (http://www.cgptoronto. onde conste o nome completo.
o presidente e tem agora a minha interpretação tem como função contacte a CAO 416 603 2900 Português de Cambridge (870
principal ser a figura de estado, mas as funções deste cargo mais blogspot.com) toda a informa- Para mais informações, os in-
ou Cidália Sousa 289 997 8946. Townline Rd., Cambridge). Iní-
importantes são completarias da constituição e da assembleia da ção pertinente alusiva ao próx- teressados poderão contactar
CENTRO CULTURAL POR- cio às 18h00 e jantar às 18h30.
Republica, a promulgação de decretos de lei e propostas de lei. Mas imo acto eleitoral, convidando directamente o Consulado-
TUGUÊS DE MISSISSAUGA Baile com o conjunto “Sonhos
mesmo aqui a constituição limita e muito a acção do Presidente. o consulado desde já todos os Geral de Portugal em Toronto,
- Sexta-feira, 14, Torneio da de Portugal”.
Em minha opinião o debate deveria ser respeitante aos poderes e cidadãos recenseados a serem através do telefone 416 217-
funções deste Órgão de Estado, que deveriam ser mais amplos e Sueca, com jantar, a começar às SPORT CLUBE LUSITÂNIA
participantes activos no mesmo, 0966, ext. 224, 228 ou 234.
não limitados pela assembleia, sobretudo porque na pratica esta 19h00. Sábado, 15 de Janeiro, - Sábado, 15, Festa da Tradi-
serve de suporte ao governo conferindo-lhe legitimidade, ora se o Baile do Caçador e do Sócio. cional Matança do Porco, com
presidente tem como poderes, demitir o governo e dissolver a as-
sembleia a sua decisão de não promulgar uma lei deveria ser finda,
Jantar e entretenimento com o
conjunto “Jovem Império”.
jantar e entretenimento com o
artista José Ficher, vindo di-
Já De lembrar
a lei não deveria passar a “ 3ª chamada” como acontece.
Muito terá de mudar, e se o governo diz que tudo esta bem e as-
COMISSÃO DE FESTAS DE
NOSSA SENHORA DA LUZ –
rectamente da Ilha Terceira; no
Sábado, 22 de Janeiro, Concur-
agora o óptimo
sembleia concorda só para o sustentar, então andamos brincar, out- Sábado, 29 de Janeiro, no Salão so Mini-Misses do Sport Clube
serviço
(416)

ros não andam. O actual presidente esta a concorre a um segundo Paroquial da Igreja de São Ma- Lusitânia 2011.
mandato e o seu obstáculo mais formidável e o caso que eu referi
durante o 2º ao 3º parágrafo.
Este assunto voltará a ser tomado.
teus, Festa do 17.º aniversário,
com jantar e baile e a actuação SPORTING CLUBE PORTU-
.
de
651 1780

de Henrik Cipriano. Som e

luzes, Steve Ferreira. Reservas,
José Manuel, 416-457 2196,
José Avelino Cunha, 416 653
GUÊS DE TORONTO - Sába-
do, 15 de Janeiro: Noite de Fa- CATERING
dos com jantar e apresentação
de Sandra e Humberto Silva, EXPERIMENTE

1297 ou David Miranda, 416
588 4506.
Ficha técnica FIRST PORTUGUESE - Quar-
Propriedade: ta-feira, 12, Seminário CCAC
ABC Portuguese Canadian Newspaper Ltd (Home Care). Quinta-feira, 27
JACK´S
acompanhados por Gabriel
Teves, Januário Araújo e Leon-
ardo Medeiros. Sábado, 29 de
Janeiro: Matança do Porco com
o D.J. Oasis. Todas as sextas-

BAKERY
de Janeiro: Festa das Amigas. feiras, jantar seguido de Kara-
GRUPO AMIGOS DE PONTE oke.
Director: DA BARCA (em colaboração
Fernando Cruz Gomes com a Associação Cultural do
Conselho Empresarial: Fernando Cruz Gomes, Minho), sábado, 15, Convívio
Presidente; Paulo Fernando, Vice-Presidente; Minhoto com cantares ao de-
safio a realizar-se no salão do
Carlo Miguel, Tesoureiro; e Lara Ingrid, Secretária. Local 183 (1263 Wilson Ave.),
Redacção:Fernando Cruz Gomes, Lara Ingrid, com início às 18h30. Jantar às
Carlo Miguel, Fernando Jorge, Sérgio Alexandre, 19h00 e entretenimento com
Sónia Catarina,Guida Micael, Luis Esgaio, Maria Celeste, Carlos Ribeiro,
Cristina Alves (Lisboa), John Paz (Bradford), Kayla de Brito e Sónia Barbo-
sa. Espectáculo de concertinas,
Humberto Costa (Luanda) vindos de Portugal, com Carla
Raul Quinquino (Hamilton) Rocha e Valter São Martinho
Secretária de Redacção: Lara Ingrid e a actuação do Rancho da As-
Chefe Gráfico: Sérgio Alexandre sociação Cultural do Minho de
Telf. 416 995-9904 * 647 962-6568 * 416 828 6568. Toronto. Contactar: 416-534-
5520 e 416-830-7776.
E-mail: admin@abcpcn.com GRUPO DE AMIZADE DA
director@abcpcn.com RIBEIRA QUENTE - Sábado,
advertising@abcpcn.com 22, Festa de apresentação do
725 College St. PO Box 31064 TORONTO ON M6G 1C0 segundo trabalho discográfico
a realizar no Ambiance Ban-
 10 de Janeiro 2011
EDITORIAL
A qualidade
de um Povo
Já o dissemos várias vezes. O luso-canadiano médio
é, de facto, um cidadão muito “sui generis”. Vibran-
do com as notícias de Portugal, interessando-se pelo
avanço e recuo do País, não deixa de se interessar,
também, pelo dia-a-dia do Canadá. E vibra com as
vitórias do País que o acolheu e que passou a ser tam-
bém seu. O que só pode ser sinónimo da qualidade
de um Povo, como o nosso, que se sabe adaptar às
circunstâncias. E sabe adaptar-se às circunstâncias,
às vezes com muito sacrifício.
Helder Freire
Jornalista
Na sua mensagem de fim de ano, o Presidente da
República apontou 2011, como o ano do combate à
pobreza e ao desemprego.
Até aqui, nada de novo. Sabemos que o desemprego
trepou para cima dos 700 mil portugueses, em idade
Os novos Bailundos
activa, além daqueles que já desistiram de procurar
trabalho e que cerca de 45.000 licenciados não en-
contra que fazer no nosso país e só pensa pôr-se ao
fresco, delapidando alegremente a nação, com a san-
gria de massa cinzenta.
Sabendo-se como se sabe, que uma coisa está relacio-
nada com a outra, estamos conversados. Segundo os
mais reportados economistas da nossa praça, só um
crescimento da economia para perto dos 3% poderá
gerar postos de trabalho. Como estamos em 0,4%,
segundo o governo, e em estagnação segundo organ-
ismos internacionais, empregos viste-los e quanto a
pobreza, é mais que certo que vai engrossar.
As ONG’s falam do crescendo de gente a viver nas
ruas, do avolumar do número de famílias que recorre
à ajuda do Estado para pagar a renda da casa, e ao
Banco Alimentar para matar a fome aos filhos, e já
não falamos daquelas que tiveram de entregar as ca-
sas aos bancos, tornando-os nos maiores proprietários
imobiliários do país.
Mas falta falar de outro tipo de pobreza. Os mais
antigos (ou os mais sábios) recordam-se do tempo
em que homens da tribo Bailundo, em Angola, eram
arregimentados para trabalhar nas fazendas de café
do norte. Os chefes de posto corriam as sanzalas e
«contratavam» os trabalhadores que eram depois en-
viados para as roças.
Claro que tinham um contrato que assinavam sem sa-
berem ler e recebiam um salário. Só que nas roças,
o único sítio disponível para comprar candeeiros a
petróleo, sandálias de pneu de camioneta, panos para
enrolar o corpo, sabão, etc., era a cantina local. Tudo
a crédito, sem controlo, o que fazia com que, no final
do contrato, os bailundos regressassem a casa mais
pobres do que quando chegavam. Claro que esta re-
alidade faz parte da arqueologia da história. Mas,
quanto aos novos bailundos, eles andam por aí.
Se não, vejamos:
Alguns empresários, principalmente das áreas do
calçado e têxteis, queixam-se de que não conseguem
arranjar trabalhadores para as suas fábricas. É ver-
dade, nalguns casos, o que parece um paradoxo com
Se não vejamos…
a crise de desemprego que por aí grassa.
Mas acontece que nem todos estão dispostos a des-
empenhar o papel do bailundo. Ora então, acrescen-
tem lá, aos números que vos dei acima, aqueles que
estando empregados, são tão pobres como os mais
pobres. Milhares de trabalhadores, chefes de família,
levantam-se de madrugada, enfrentam hora e meia
de transportes públicos miseráveis, outro tanto no
regresso a casa, para auferirem no final do mês, 450
Euros, mais cêntimo, menos cêntimo.
E agora digam-me como se paga a renda de casa, a
água e a luz de preço galopante, o gás, o passe para
os transportes, os livros escolares, a roupa, a comida,
enfim, tudo o que uma família precisa para viver no
limiar da decência?
Esses «novos bailundos», não fazem parte da es-
tatística dos desempregados. Mas também eles não
vêm a cor do dinheiro no final do mês.
São tão pobres como todos os outros.
Material Editorial . 3
Chega a parecer, às vezes, que somos todos, de facto,
super-homens... e super-mulheres. Mesmo quando os
a dar o nosso esforço e a aplicar o nosso dinheiro.
Países a que pertencemos nos dão pouca importância,
malbaratando a força anímica que todos nós vamos
Somos, de facto, um povo excepcional. Mesmo que
entre nós nos critiquemos uns aos outros. Mesmo que
tendo. nos dê para achar que... não prestamos para nada.
Por cá, quando o Governo Português não nos assiste Um sociólogo atento dizia, não há muito, que Por-
no ensino da Língua Portuguesa, por exemplo, ensina- tugal está hoje mais presente nas suas comunidades
mo-la nós, em casa ou em escolas que vamos pagando. espalhadas pelo mundo do que propriamente nas re-
Quando não é fácil (até financeiramente) trazer até nós spectivas fronteiras. Que é nas comunidades que se
Artistas que nos cantem as nossas coisas tradicionais ou levanta mais alto a Bandeira de Portugal.
não... fazemos nascer Artistas que se vão alcandorando
a altos postos no esquema geral da Canção. Quando Não seremos nós a negar o conceito. Bem ao con-
anotamos que em Portugal há dificuldades financeiras trário, nos defeitos e nas qualidades, vemos isso a
– às vezes artificialmente criadas – aí estamos também toda a hora.
Às vezes o crime compensa...
Esta semana tive uma grande ideia! Vejam lá se também concordam?!
Então e que tal se trocássemos a ordem natural das coisas e se, a partir
do novo ano, que agora começou, passássemos a instalar os idosos nas
prisões e os infractores em lares?
Assim, os nossos idosos teriam acesso a um chuveiro, passeios, medica- Cristina Alves
mentos, exames odontológicos e médicos regulares. jornalista (Lisboa)
Receberiam cadeiras de rodas, entre outros equipamentos, e em vez de
pagarem o seu alojamento, receberiam dinheiro.
Teriam direito a vídeo vigilância contínua, que permite imediatamente Cada idoso teria direito a um computador, rádio e televisão e teria um
receber assistência depois de uma queda ou outra emergência. “conselho” para ouvir denúncias e, além disso, os guardas respeitariam
Além de terem o quarto limpo, pelo menos duas vezes por semana, ainda um código de conduta!
teriam roupas lavadas e passadas regularmente. Pensemos agora pelo lado dos fora-da-lei. Se por um lado é politica-
Seriam visitados por um guarda a cada 20 minutos e podiam receber mente correcto dar condições de existência a todos, mesmo aos reclu-
refeições directamente no seu quarto. sos, por outro não é admissível esta inversão de valores a que se assiste
Teriam um lugar especial para atender a família e teriam acesso a uma e que consiste na defesa dos mais fortes contra o desleixo dos que não
biblioteca, sala de ginástica, fisioterapia, igreja, bem como até, talvez, a se conseguem defender, como é o caso dos idosos e doentes. Além do
uma piscina e até mesmo ensino gratuito. mais, é imoral que a sociedade se preocupe mais com aqueles que a não
Bastava pedirem e teriam pijamas, sapatos, chinelos e assistência ju- respeitam, que a atacam quotidianamente e a subvertem.
rídica gratuita. Como se sentem os que passaram uma vida a trabalhar para receberem
Além de um quarto, ainda teriam casa de banho, segurança para todos umas migalhas em troca, na sua velhice, e são atacados directamente
e um pátio de por aqueles que são obrigados a sustentar???
exercícios rodeado por um belo jardim. Todos sabemos que a vida não é justa... mas não é necessário exagerar!
Terá a Igreja acordado?
Primeiro que tudo não posso deixar de formular os mais sinceros votos
de que todos os leitores deste semanário tenham usufruído de uma época
natalícia em Paz, saúde e tranquilidade de espírito e que 2011 se revele
um ano de realização plena dos seus objectivos, muito embora só no
plano da saúde o optimismo possa reinar.
A leitura de uma carta da autoria de um professor, dando conta de um
caso de fome e miséria afectando um aluno seu, serviu de mote para Campos
chamar à demanda uma questão que certamente não colherá a aceitação de Barros
unânime mas que, por uma questão de consciência, me recuso a silen-
ciar: o que considero a reduzida e limitada intervenção pública da Igreja
relativamente ao que em Portugal se tem passado, no que diz respeito
fundamentalmente às gravíssimas e escandalosas situações de natureza
boa permitem-me ter esperanças de que tal comportamento se tenha
social a que o comportamento dos responsáveis políticos deste país deu
começado a alterar ; e ainda muito recentemente, numa homília a que
origem e ao estado vergonhoso da justiça, ou falta dela.
assisti durante a missa celebrada numa das freguesias de Lousada, o
E, antes de mais, e muito embora nos últimos anos as situações se ten-
padre foi extraordinariamente profundo e contundente na análise feita
ham agravado, não excluo quem quer que seja - forças partidárias e anti-
às situações que a diferentes níveis se vivem em Portugal, sem qual-
gos ou actuais governantes - da responsabilidade de uma realidade que a
quer alusão de carácter partidário.
todos, mas a todos, devia envergonhar.
E se o Homem é por natureza um animal político, por que razão a
Defendo totalmente a separação da Igreja do Estado, mas de modo algum
Igreja, seja de que credo for, e constituída por homens, não poderá
posso admitir, fundamentalmente como cristão e também como católico,
defender publicamente os valores que constituem a sua razão de ser?
que a Igreja – neste caso apenas referencio a Católica – durante tanto
Se quiserem chamem-lhe “política”, dado que a designação de pouco
tempo tenha como que ignorado realidades que contrariam em absoluta
interessa. E nem o receio de eventuais reacções de determinada nature-
Princípios basilares da sua razão de ser e que estão na sua génese: a
za, aliás fáceis de identificar, conforme já me tem sido confidenciado,
dignidade humana, a todos os níveis. E se de modo algum admito a inter-
podem de modo algum justificar os procedimentos que condeno; a não
venção da Igreja com carácter partidário, já a denúncia de procedimentos
ser o receio de que o cumprimento do que defendo ser sua obrigação –
conducentes a cada vez mais cidadãos passando fome – não tenhamos
que vai, na minha opinião, muito para além de dizer missas, construir
receio de utilizar esta palavra, que nem sequer em qualquer dicionário
santuários e acumular riqueza - esteja relacionado, muito em especial
deveria constar – e vivendo no limiar da pobreza ou mesmo já abaixo do
nos últimos tempos, com as acusações, que considero apropriadas e
mesmo – tinha que ser feita utilizando todos os meios ao seu alcance.
justas, do encobrimento de inúmeros casos de pedofilia, pecados, de
Aliás, esta obrigação abrange todos os cristãos que verdadeiramente o
prática e de encobrimento, de que só muito recentemente se redimiu;
são, que não só formalmente, e mesmo todos aqueles que o não sendo,
mas até nisto a prova de que são homens que constituem a Igreja…
sentem que qualquer homem, só por o ser, tem direito a viver com um
No que me diz respeito, e dentro das minhas modestas possibilidades,
mínimo de dignidade.
lutarei até que Deus me dê vida e saúde, contra uma sociedade em que
Felizmente que existem notáveis excepções – e D. Manuel Martins,
as gritantes desigualdades sociais e a falta de uma verdadeira justiça
que muitos depreciativamente apelidaram de “bispo vermelho”, o que
façam lei; e até porque me recuso envelhecer, no sentido do que re-
considero constituir um elevado elogio, é uma delas, valendo por mil
centemente vi escrito:”envelhecer consiste em abandonar os sonhos”.
omissões - e as recentes entrevistas dadas pelo Bispo das Forças Arma-
E muitos dos meus ainda não estão cumpridos…
das ( e nisso tenho um certo orgulho) e pelo Cardeal Patriarca de Lis-
 4 . Comunidades 10 de Janeiro 2011

Dia de Reis já é tradição...

Esta nossa edição vem cheia de muitos e bons motivos do
“Cantar dos Reis”. Ou do “Cantar as Janeiras”, como preferi-
rem. A tradição vem de longes terras. E por cá, aos poucos,
foi sendo implantada. Primeiro pela Casa dos Poveiros e, de-
pois, passando para outras colectividades. Que vão, quase
de porta em porta, a fazer as suas cantorias tradicionais. Que
falam no Menino que nasceu. Nos Anjos que o adoraram.
Nos Reis Magos que trouxeram os seus presentes.
É, de facto, uma tradição de lá... que vamos implantando por
cá.
Entre nós, há cerca de vinte anos, o “cantar de porta em A Casa dos Poveiros começou a tradição.
porta” – quase de porta em porta... – começou com a Casa Até a Linda Correia cantou. Presidente dá para tudo. Continua no mesmo ritmo.
dos Poveiros. Que se juntaram a um conjunto, o “Searas de
Portugal”, para levantar uma tradição. E que hoje já são se- integrados no grupo que canta os Reis. Jovens que tocavam está a assimilar, e ainda bem, muitas das características de
guidos por outros clubes e organizações. Este ano, não esteve e cantavam. Jovens que, sendo o futuro desta nossa comu- outros povos, os seus usos e costumes, as suas tradições.
presente – por motivos ponderosos – um dos elementos mais nidade, poderão muito bem continuar uma tradição... e fazer Pode ser assim que um dia – mais cedo do que muitos de nós
em destaque na iniciativa, Laurentino Esteves. Linda Correia com que venha a ser também uma tradição cultural deste possamos pensar - cantar os Reis seja mesmo uma tradição
falou nisso. E saudou o Laurentino, como nós fazemos aqui. País. canadiana. E aí ficavamos todos mais ricos. Culturalmente
A Casa dos Poveiros cantou os Reis, este ano, designada- A verdade é que o Canadá – que é ainda um jovem País – mais ricos.

Um Pastel de nata? Vai um pastel de nata?

mente na CIRV e na FPTV, que entretanto receberam tam-
bém outras visitas. É, afinal, um abraço que todos os anos
levam a empresas e colectividades. Tudo... a dar a ideia do
que poderá ser uma tradição. Que, sendo nossa, Portuguesa,
poderá vir a ser também canadiana. É que, por toda a parte,
quando destas andanças, anotámos jovens, muitos jovens,

A acompanhar
o dia-a-dia das comunidades
 10 de Janeiro 2011
Portugal e o Futuro
Fernando Cruz Gomes
Ninguém reparou nisso. Poucos se interessam, já, por aquilo que
foi o cerne de uma verdadeira revolução em Portugal e poderia ter
aberto as portas a uma outra “forma de fazer” a democracia. Há
mesmo quem, deliberadamente, queira “enterrar” os conceitos que
estiveram na base de uma situação que a História nem sequer cata-
logou ainda.
A
história chegou até mim vezes sem conta. Em
várias Línguas até. A última veio em Inglês, mas já ma
tinham mandado – via Internet das nossas angústias... –
em Português, em Francês, em Italiano. E se a conto hoje
é porque ela me chocou agora, hoje, mais do que ontem...
nem eu sei porquê. Adivinho, porém.
Era uma família feliz. Pai e filho – ricos por fora e por
dentro – tinham a mesma paixão. Gostavam de Arte.
Colecionavam obras de Arte. Contava-se por milhões o
valor monetário de obras – de Picasso a VanGogh – que
estavam por ali, em improvisada galeria na mansão rica
doos homens ricos.
Um dia, o filho entende que é chegada a hora de contri-
buir para o que pensava ser o bem-geral da humanidade.
Oferece-se para ir combater no Vietnam. Perigos muitos
o esperavam, ele sabia. Partia o coração do pai, também
não desconhecia. Mas lá foi. Valente. Destemido. Deter-
Fernando Cruz Gomes
minado no que pensava ser uma obrigação.
Um dia – soube-se depois quando lhe contaram a história
– ficou por lá. No aceso da batalha, portou-se como um
herói. Carregou nos seus ombros dois ou três camaradas
de armas. Fez o seu acto de heroismo.
Uma bala perdida haveria de roubar-lhe a vida. Ainda de-
ixou cair um dos tesouros que carregava, que era o corpo
de um camarada que salvara da morte. Ainda olhou ao seu
redor os destroços e as agruras da guerra...
O pai soube. O pai foi informado. As notícias da morte do
filho... trespassavam-lhe o coração. Dia após dia, defin-
O Filho
havam-lhe as forças.
Um dia batem-lhe à porta. Foi ele próprio abrir. Era um
jovem... um jovem que, timidamente, lhe contou uma
história. Uma história que falava num jovem herói que
lhe salvara a vida. Num jovem valente que deu o corpo
às balas para salvar dois ou três colegas. Era o seu filho...
o filho que ele chorava. O jovem trazia com ele um em-
brulho. Soubera do amor que ambos nutriam pela Arte...
e achou que deveria fazer algo a lembrar o herói. Pintou
um quadro... com a figura do seu salvador. Pediu desculpa
porque o quadro não era valioso. Não tinha os traços de
tantos quadros que o pai possuía lá dentro, na galeria.
E, no entanto, faz agora 36 anos que saiu à rua, pela vez primeira,
o semanário “Expresso”. E que trouxe extractos do livro “Portugal
e o Futuro”, do general António Spínola e que foi a “bíblia” que
faltava ao descontentamento generalizado que se vivia no país de
“brandos costumes”, a gemer, talvez, sob o fardo de dificuldades
múltiplas.
Torcia as mãos quase com raiva por não lhe sairem as
palavras que ele queria dizer. E ele queria, tão sómente,
contar que era um dos melhores amigos do filho. Do filho
que lhe salvara a vida.
O homem entendeu a mensagem. Recebeu a pintura.
Ambos acharam que o nome adequado era mesmo o de
“Filho”.
Na cavalgada dos séculos... mais uns quantos anos se pas-
saram. O velho pai morreu. Sucumbiu, também, à dor de
perder o filho que tanto amava.
Por essa altura – conta a história – houve um leilão de
obras de Arte. Todas as obras de Arte do velho coleccio-
nador. Mas à frente de todas, em lugar de destaque, estava
aquele quadro, maneirinho, talvez tosco, com a designa-
ção de “Filho”. No dia do leilão... juntaram-se muitos dos
que queriam investir em Arte.
A primeira obra a ser leiloada... era o retrato do Filho. Era
ela... a primeira pintura. O leiloeiro já gritara vezes sem
conta... a espicaçar o interesse dos compradores. Nada.
Ninguém oferecia nada por aquele quadro. Mais do que
isso... insistiam para ver as outras pinturas ricas de pin-
tores famosos.
E o leiloeiro continuava. O Filho... ninguém dá nada pelo
Filho?
Silêncio na sala. Silêncio que se apagava até com vozes já
algo irritadas a insistirem que queriam ver as verdadeiras
obras de Arte. Não aquele mamarracho.
Até que... lá do fundo, veio uma vez. “Eu dou... 10
dólares”. Era a voz do jardineiro que conhecera pai e fil-
ho. Dava 10 dólares... por não ter mais. O leiloeiro ainda
perguntou à assistência. 10 dólares... ninguém dá mais...
10 dólares. Uma, duas, três. Vendido.
E os outros, quase satisfeitos... por irem, finalmente, ver
e leiloar as verdadeiras obras de Arte. “Vamos a isso...”,
diziam.
O leiloeiro parou. Olhou a todos. O leilão terminara. Só
naquela altura o poderia dizer... mas no testamento do vel-
ho senhor... estava uma cláusula. É que quem adquirisse
a pintura “Filho”... ficava com toda a fabulosa colecção.
Há quem tire conclusões, acentuando que algo parecido
se fez há dois mil anos... com a morte de Cristo. Mas eu,
na verdade, sou demasiadamente terra-aterra para lem-
brar isso. O Filho... o Filho...!
Comunidades . 5
Os excertos então publicados no “Expresso” fizeram-me entrar na
redacção onde então trabalhava – em Luanda - a cantar loas de
satisfação. Maximino Vieira, Belmiro Vieira e a Dala, entre outros,
ainda se devem lembrar da satisfação que todos nós sentimos, a
despeito de trabalharmos num jornal, o “Diário de Luanda” que era
tido como “situacionista”.
Recordo, com alguma nostalgia - e pouco mais que nostalgia - que
a minha satisfação e a minha alegria demoraram pouco.
Do outro lado do fio telefónico, alguém me chamava. Era o então
secretário-geral de Angola, Soares Carneiro - na altura creio que
coronel - a pedir-me para eu ir ao seu gabinete. Lá fui, certo como
estava de que, por essa altura, o pedido de uma figura da sua enver-
gadura era uma “ordem”. Disse-me, desde logo, que era necessário
comentar o livro “Portugal e o Futuro”, acentuando coisas que es-
tariam mal na sua contextura.
Recordo-me, vagamente, que perguntei ao governante se era para
“bater no general Spínola”. Respondeu-me, acto contínuo, que não,
que ninguém ia bater no “nosso general”. O que era preciso - diz-
ia-me - era que esclarecêssemos pontos. Que, de facto, já éramos
independentes, na nossa maneira de encarar o futuro de Portugal,
que toda a gente entendia e linguagem de Marcello Caetano, que...
Foi um “balde de água” fria caído por sobre a cabeça de um jovem
jornalista que, naquela altura, era, para além do mais, deputado
(vogal se chamava ao cargo, para não haver confusões com a As-
sembleia Nacional de então) na Assembleia Legislativa do Estado
Português de Angola e presidente da Secção de Angola do Sindi-
cato Nacional (português) dos Jornalistas.
Preparado o discurso - então com a ajuda do colega e amigo Nunes
Pereira - esperou-se o dia em que na Assembleia Legislativa ele
seria lido. Com tudo o que era comunicação social em directo. Com
todos os olhos e ouvidos postos no então jovem que o iria ler.
Quando chegou a altura... fiz o meu melhor. Não batendo no gen-
eral e pegando em muita coisa boa que o “Portugal e o Futuro”
tinha. Tão bem ou tão mal me saí que, ao regressar à Emissora
Oficial, que então chefiava, um colaborador da estação, já então
conotado com as teses independentistas do MPLA, o engenheiro
Saraiva (que ainda há pouco por lá andava e é um óptimo técnico)
se chegou ao pé de mim... e me disse com ar meio divertido: “Mal-
andro... safaste-te outra vez...” Era talvez a prova de que tinha feito
o meu melhor...
Reparo agora que, contrariamente ao que é meu timbre, escrevo,
hoje, na primeira pessoa. Não levem a mal. Há histórias... que a
História ainda não escreveu... que têm outro sabor quando se diz
o “eu vi”, “ninguém me contou”, “não li nos livros”. Eu vi. E este
“Portugal e o Futuro”, que tinha em si o cerne de uma Federação
decente... era bem capaz, se tivesse sido levado a sério, de ter
apagado da vida dos povos africanos de expressão portuguesa...
algumas décadas de sofrimento e morte. Como tudo seria melhor...
se quizéssemos aprender, nas histórias do “Expresso” muitas das
histórias da nossa vivência. Aliás, se me derem licença, vale a pena
lembrar que, muitos anos mais tarde, os meus caminhos se cruzaram
com os do “Expresso”. É que, logo depois da “exemplar descolo-
nização”, para sovreviver, aceitei um lugar de redactor-paginador
de “O Dia”, que nessa altura ainda se podia ler. Como era feito na
“Mirandela” onde então sa fazia também o “Expresso”, contactei
com muitos colegas, designadamente com o Francisco Balsemão,
de quem, na altura, me tornei amigo e só lhe não perdoo não me ter
feito um convite para ficar no Expresso. Teria, então, enriquecido a
minha carreira de Jornalista que anda, por agora, perdida nos frios
do Canadá.
“Portugal e o Futuro”. Se tiver tempo e quiser ter uma ideia con-
creta de como “tudo” - ou quase tudo - começou quando se fez a
chamada “Revolução dos Cravos”, é imperioso que leia o Livro.
António Spínola já se foi e ninguém lhe vai bater se o virem com
um livro ainda “incómodo” para muitos.
* Jornalista CP 3862
T.L.DUTRA Professional Legal Services
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Landlord & Tenant / Ontario Court of Justice / Labour
Tony L. Dutra
533 College Street , Suite 306, Toronto ON,
Canada M6G 1A8
Telephone: (416) 532-8400 - Fax (416) 532-6906
E-Mail: dutralegal@sympatico.ca L.S.U.C - P00405
 6 . Comunidades
Um caso em foco
Um “Cabaz de Natal”
algo controverso
Todos o sabem. A época que ainda agora passámos
está cheia de gestos que nos levam a crer que nem
tudo é mau e mesquinho no nosso mundo. Gestos
que ficam bem a quem os pratica e que agradam,
de uma forma geral, a quem é eventualmente ben-
eficiado.
Tanto quanto fomos sabendo – por um conjunto de
notas que nos foram enviando - este ano, decidiu a
Direcção Regional das Comunidades do Governo
Regional dos Açores, proporcionar a gente mais
necessitada de algumas comunidades – designa-
damente à de Toronto – a possibilidade de terem
uma época natalícia mais solidária e mais “acon-
chegada”, se assim nos podemos expressar.
Entendeu que, entre nós, haveria decerto pessoas
que recebiam esse gesto como se de um abraço
da Mãe Pátria se tratasse. E a verdade é que as
50 famílias que receberam essa Cabaz de Natal
entenderam o gesto, agradeceram a dádiva, enten-
deram-na como aquilo que o Governo pretendia
que fosse: um abraço.
E quando todos entendiam que era assim uma
forma de estreitar ainda mais as relações entre as
comunidades de cá e de lá... houve uma ou outra
excepção. No jornal “Açoriano Oriental” apareceu
uma notícia em que se citava a peregrina ideia de
que o gesto altruista do Governo Regional dividia
Um pingo de café
ia provocando desastre
A história conta-se em poucas linhas. O avião ia de Chicago, nos
Estados Unidos, para Frankfurt, na Alemanha. Teve de fazer uma
aterragem de emergência em Toronto.
O voo 940 com 241 passageiros a bordo nunca esteve em risco e
o avião da United Airlines aterrou são e salvo no Pearson Interna-
tional Airport, cerca das 10 horas da noite de segunda-feira.
A U.S. Federal Aviation Administration informou as autoridades
canadianas de transportes que o problema ocorreu depois do co-
mandante do avião ter deixado cair café no equipamento de rádio
do avião.
Um porta-voz da United, Rahsaan Johnson, disse que o coman-
dante e a tripulação decidiram que, em vez de continuar o voo por
sobre o Atlântico, era preferível interromper a viagem, aterrando
em Toronto, para resolver o problema.
Um outro aparelho foi depois enviado para levar os passageiros ao
seu destino, passando ainda, de novo, por Chicago, onde, na terça-
feira, tomaram outro avião para a Alemanha.
O incidente está ainda a ser investigado.
10 de Janeiro 2011
as comunidades... que era melhor lembrarem os
pobres de lá... que o Cabaz de Natal recebido abriu
uma celeuma local entre os orgãos de Informa-
ção... coisa que ninguém viu. Coisa que foi, desde
logo, repudiada pelas organizações que tinham
ajudado a fazer a distribuição.
A Casa dos Açores que, juntamente com o Abrigo
e a Asociação de Deficientes de Hamilton, fez a
distribuição mediante listas de pessoas eventual- REMODELAÇÃO MINISTERIAL
mente necessitadas, sentiu-se feliz com a inicia- - Os deputados conservadores (da esquerda para a direita) Peter
tiva. Tentou distribuir aos mais necessitados, moti- Kent, Diane Ablonczy, Ted Menzies e Julian Fantino entraram,
agora, no Gabinete Ministerial do Canadá. Trata-se de uma
vo porque se socorreu das organizações em causa. pequena remodelação ministerial do primeiro-ministro Harper.
Fez o seu melhor, entendendo o gesto do Governo Kent é agora o Ministro do Meio Ambiente, Ablonczy, tem o cargo
Regional. de Ministro de Estado para os Negócios Estrangeiros, Menzies,
Ministro de Estado para as Finanças e Fantino é Ministro de
Isto, no nosso ponto de vista, é do melhor que te- Estado para os Seniores.
mos visto nos últimos tempos, da parte do Gover-
no Regional. Agradou aos beneficiários. Agradou,
até, aos voluntários que trabalharam, afincada- Dra. Ema Secca
mente, para que no escasso tempo de que dispun-
ham... tudo fosse distribuido na época exacto. Só ADVOGADA
quem, por norma, navega em águas menos límpi-
das, não entendeu o gesto dessa maneira. Olhando em Portugal
demasiadamente para o próprio umbigo, e porque
a iniciativa não lhe foi entregue – pessoa que nem Pode resolver-lhe todos os assuntos
parece ser da nossa gente - criticou a bom criti- em qualquer área jurídica
car, inventando designadamente divisões no seio
da comunidade... divisões que não existiram nem
existem. CONTACTE E TERÁ
BONS RESULTADOS
O Açoriano médio, normal, reconhece por norma
que o Governo pode não fazer tudo quanto poderia Tel: 214418910 (Lisboa)
fazer, em prol dos Açorianos de cá. Mas entendeu
este gesto – o do Cabaz do Natal Açoreano - como Cel: 918825577
o tal abraço. Mesmo que nem todos os produtos do
Cabaz fossem de lá. Entendeu o gesto. E reconhe- e-mail: emaseca@netcabo.pt
ceu a boa iniciativa. Nós também.
Deixem-nos dizer ainda...
A brincar… a brincar… já estamos no ano de 2011. As danças e bém devemos ter, a despeito de tudo, a mesma dose de esperança.
os folguedos do dia 31, os votos e mais votos, que muitos de nós Porque a esperança ajuda, de facto, a vencer adversidades.
nos apressamos a fazer para depois não cumprir... foram feitos e
jurados. Sempre que um ano se vai, dando lugar a outro, renasce no cora-
ção dos homens uma certa esperança. É como se a luz do fim do
Saudámos o 2011 como um grande senhor. Agora… é só andar em túnel se abrisse, de novo, numa tentativa de nos apontar o camin-
frente, com a esperança no coração e... algum dinheiro no bolso. ho. E mesmo que entre os mais velhos haja uma certa onda de
descrença, a verdade é que a esperança nasce para todos. Deveria
A verdade, porém, é que a incerteza na economia mundial não é nascer para todos, melhor dizendo.
de moldes a dar-nos muitas razões de alegria. Isto a despeito de
ainda termos nos ouvidos – foi há meia dúzia de horas, mas ainda É hábito haver perguntas, entre nós, sobre os desejos para o ano
no ano velho - as frases bonitas de todos os chefes de governo novo. E a verdade é que desejaríamos que renascesse em todos
dos diversos países deste mundo global em que vivemos. Todos. nós um pouco de ternura. Que a compaixão e a bondade não an-
Todos insistiram em que iam fazer o melhor pelo Povo. E que a dassem por aí, desempregadas, e também elas tontas e aflitas, por
situação não era tão má assim... Ouvimo-lo em Portugal. Ouvimo- tão sós. Que a felicidade fosse possível. Que tão poucos não tives-
lo por aqui. sem tanto, e tantos não tivessem tão pouco. Que a paz interior não
fosse, apenas, resultado da solidão, mas a certeza de uma verdade
Deus os ouça, como é costume o nosso povo dizer. temporal. Que a necessidade de verdade se transformasse numa
urgência diária.
O que sabemos é que... acabámos um ano. Que demos as boas-
vindas a outro. Que temos hoje os mesmos problemas que ontem. De qualquer modo... deixem-nos dizer ainda que desejamos um
As mesmas guerras quentes e frias. Os mesmos enganos. E tam- Bom Ano para todos.
 10 de Janeiro 2011 Tempo de escrever . 7

O meu primeiro escrito de 2011

O 2010 foi para mim um ano normal... sem alterações de maior. vereadores façam também a parte que lhes compete, para que todos
Houve algumas contrariedades, o que não quer dizer que fosse possamos ganhar com isso! António
100% negativo. Pois sempre que a saúde é normal, o resto é coisa
secundária. Em especial para os tais como eu, que já têm vida feita. Há políticos com quem nos habituamos e ao deixarem-nos,
dos Santos
Sempre que vai havendo dinheiro para os gastos... já nos podemos sentimos saudades, mas não foi o caso do Mr. Miller com Presi- Vicente
considerar felizes. Exigir mais... seria egoísmo, uma palavra que dente, nem Mr. Giambrone como meu vereador. - Durante os sete
nunca teve lugar no dicionário da minha consciência. anos que nos representou, tentei contactá-lo vezes sem fim - nunca
E a cada ano que passa
estava - nem havia uma hora ou o dia que o pudesse contactar.
Aparecem novos inventos
Infelizmente, tantos não puderam falar assim. O ano que findou Foi o mesmo que não ter representante... razão porque não deixa
A fabricar mais aumentos
deixou-lhes marcas salientes... umas de origem humana, outras saudades! E darás as voltas que deres...
Coitado de quem os abraça.
provindas da própria Natureza. Nas humanas, estão em primeiro Pagarás para o rico e pobre
plano, as guerras a produzirem mortos, mutilados, fome, viuvas e Estes são apenas alguns pontos, que tempo vai trazendo a Para a elite e para o nobre
órfãos com mais encargos para todos os que pagam para o sistema! cada hora, a cada, dia a cada semana, a cada mês e cada segundo E ainda os que vivem no
Aceita a grande certeza
E qual o lucro que temos delas? Você não sabe..., nem eu! Os úni- que passa. Com a certeza que todos nós chegamos ao ano de 2011, Walfare!
Mesmo sem a desejares...
cos que lucram, são os donos das fabricas de material de guerra e mas ao de 2012 só Deus sabe quem lá chegará! UM FELIZ ANO
Enquanto no mundo andares
todos a esta industria ligados. NOVO PARA TODOS!
Serás escravo da nobreza!
Quando a teta já bem mugida...
Mas não são apenas as guerras que criam a instabilidade! É tam- Sem teres mais p’ra ordenhar
bém o egoísmo e ganância dos poderosos, que esbanjam e estragam Este mundo é uma roda... Levar-te-ão p’ra um reles lar
Podes trepar, correr ou saltar...
ao seu belo prazer. E, quando chega a hora de assumirem a respon- Movida sem água nem ar P’ra ficares o resto da vida!
A tua sina está marcada.
sabilidade, o pequeno é sempre a vítima, mesmo sem que tenha É o tempo que a faz andar
De governares, quem não faz nada
contribuído para a situação criada. Esta é a razão chave, desses Empurrando todos p’ra cova.
E os que comem sem trabalhar!
conflitos de instabilidade, que se vivem em países de menos solidez
governativa. Se não há confiança nos governantes, desencadeiam-
se actos loucos de revolta!

A justiça... e no que se refere a Portugal, é algo que preocupa

todo o português, até aquele que vive na diaspora. O governo dita
leis que parece quererem proteger o malandro... e punir o inocente
indefeso. - Que eu conheça – ainda não se viu daquele governo
uma lei rígida e severa para travar esses bandalhos que fazem da
violência e crime o seu modo de vida. As leis existentes em nada
os amedronta... mas antes os incentiva à reincidência da sua activi-
dade. E um país sem uma justiça de confiança, nunca terá estabili-
dade. E sem esta, também não há prosperidade!

No que consta com a força da Natureza... as coisas parecem

ir de mal a pior... por toda a parte do mundo. A lembrar as pragas
imposta por Deus contra Faraó, nos tempos de Moisés. São cheias
em todos as vertentes do Globo, a destruirem tudo o que apanham...
matando pessoas, destruindo casas e haveres, quase que reduzindo
tudo a nada! Noutras, os fogos e as secas, sem condições para uma
boa produtividade, faltando os alimentos essenciais para a vida.

Também os terramotos, vulcões, tsunamis e mais... parecem

não deixar a humanidade em paz! Sem a garantia dum lugar se-
Desejamos-lhe um PRÓSPERO ANO NOVO... com Saúde!

guro. Os responsáveis pelo Planeta – em que duma maneira geral

todos contribuímos neste problema - parece terem perdido todo o
respeito pela Natureza em toda a sua latitude. O ser humano não
para de a contrariar... quer no campo geográfico quer humano, com
esses abortos e aberrações sexuais desnaturadas, que a Natureza vai
absorvendo... mas não perdoa!

No que respeita a quem nos (des)governa, as coisas não cor-

rem a nosso favor, a começar pelos “Smatmeters,” uma invenção
que nos vai fazer pagar mais pela electricidade; uma vez que o
custo é baseado nas horas em que se gasta. E como tudo é feito para
tirar a camisa ao Zé, o encarnado, ou seja o pico, custa mais que o
dobro do normal, assente em horas do almoço e jantar, que é para
não fugir à tosquia! O amarelo, um pouco menos que o pico, mas
ainda passa do dobro do normal. Quem tiver aquecimento eléctrico
–como é o meu caso – vai ver o quanto pagará a mais com este
invento!

E, como este mal ainda não fosse uma penalidade suficiente...

ainda vai levar com o tal sopapo do HST que o Mr. McGuinty nos
impôs! Será que não vai pagar por isso? É bom que o povo não se
esqueça... porque isto é ir mesmo ao fundo do bolso, para arrancar
o último penny. Isto não é servir o povo... é saca-lo!!

- Mas será que também não houve coisas boas que nos dessem
um pouco de alegria? Para mim sim! Senti-me muito contente e
feliz pela vitória da “nossa Ana” nas eleições à Câmara Municipal
de Toronto. Sete anos atrás, eu e todos os que trabalhamos na sua
campanha, nunca nos passou pela ideia que não ganharia... fiados
até numa vitória folgada. Infelizmente não aconteceu... mas o seu
sonho concretizou-se desta vez..., assim como e o desejo de muitos
de nós. Fiquei muito feliz...!

Mas para me deixar ainda mais feliz... foi a vitória dos Mr.
Ford para Presidente! Não foi porque tivesse algo contra qualquer
dos restantes concorrentes, mas sim pela grande fé que tenho nele!
Penso ser o homem indicado para gerir e respeitar o nosso dinheiro,
que tão mal administrado tem sido ao longo dos tempos.

Todos sabemos que ele não pode fazer milagres... mas estou
crente que irá governar a cidade de maneira conscienciosa, hon-
esta e digna, sem esbanjamentos de dinheiros sem conte nem me-
dida como tem acontecido ao longo dos anos. É importante que os
 8 . Casos em foco
“Caso” Camarate tem mais
uma Comissão de Inquérito
*Ricardo Rodrigues é o Presidente
O vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues vai presidir
à IX comissão de inquérito ao caso Camarate, que será discutida e
aprovada, quarta-feira, no Parlamento.
A decisão foi anunciada após uma reunião da direção da bancada
socialista, à qual cabia a presidência desta comissão.
O PS votará a favor da resolução do PSD e do CDS-PP, que terá a
abstenção do PCP e o voto favorável do Bloco de Esquerda.
O texto conjunto do PSD e do CDS-PP prevê dar continuidade às
recomendações da VIII Comissão de inquérito, que concluiu em
2004 pela tese de atentado na investigação à queda do avião que,
em 1980, vitimou o então primeiro-ministro Sá Carneiro e o minis-
tro da Defesa Nacional Amaro da Costa e acompanhantes.
Julgamento do Face Oculta
decidido até Março
A fase de instrução já começou. Estão arroladas quase 250 teste-
munhas.
A decisão do juiz Carlos Alexandre sobre a ida a julgamento do
processo Face Oculta será tomada até 28 de Fevereiro, o prazo
limite da prisão preventiva do sucateiro Manuel Godinho, único
arguido preso neste caso.
Esta é também a convicção do advogado e professor universitário
Germano Marques da Silva, para quem o cumprimento desse prazo
não estará em causa apesar de existirem 36 arguidos (26 pediram a
abertura da instrução) e um número elevado de testemunhas. “Nes-
ta fase, o juiz tem um poder quase absoluto”, justifica Marques da
Silva.
Berta Cabral na recepção de Ano Novo
A crise (em que vivemos)
é também social
A Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada
destacou, sábado, o papel das IPSS (instituições par-
ticulares de solidariedade social) como parceiras no
trabalho que é necessário desenvolver para atenuar a
crise por que passam actualmente o País e a Região.
Berta Cabral falava, no Coliseu Micaelense, na já ha-
bitual recepção de Ano Novo que a autarquia oferece
aos responsáveis da Câmara Municipal e das Juntas de
Freguesias, assim como responsáveis políticos e em-
presariais, corpo consular acreditado em Ponta Del-
gada, forças militares, entre muitas outras entidades
oficiais e forças vivas da sociedade.
Segundo adiantou, a actual crise já não é apenas
económica. É, também, social, e por isso mesmo as
IPSS têm um papel fundamental como parceiras na
resolução dos problemas que surgirão na sequência
dessa crise.
Para a autarca, é necessário perspectivar o ano que
agora se inicia com muita saúde e muita força para
enfrentar as adversidades. Porém, sublinhou, “como
todos os anos são sempre uma caixinha de surpresas, é
preciso que tenhamos esperança”.
Considerando a recepção de Ano Novo como “o ponto
de encontro” entre a autarquia, os empresários, as IPSS
e todos os parceiros sociais e económicos, Berta Cabral
referiu que “este ano não vai ser fácil para ninguém,
mas poderá, certamente, ser a altura ideal para tomar-
mos decisões e procedermos a alterações para proteger
os nossos empresários e a nossa economia. Temos de
estimular essa mudança”.
É tempo de arregaçar as mangas
“Quando nos deparamos com momentos difíceis, é
tempo de arregaçar as mangas e trabalhar, sempre ao
lado dos nossos parceiros económicos e sociais. Temos
Família também fará parte
O diploma autoriza a participação de até dois representantes das
famílias por cada vítima “nos termos legais e regimentais”, seguindo
as resoluções de anteriores comissões.
O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, pediu aos
líderes parlamentares para refletirem sobre os termos da participação
dos familiares e que fosse observado o cumprimento da lei.
Sobre esta questão, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo,
disse que os moldes da participação dos representantes das famílias
serão definidos pela própria comissão de inquérito quando aprovar o
seu regulamento.
Do lado do CDS-PP, o deputado Ribeiro e Castro sublinhou, em de-
Já o advogado Tiago Bastos, que defende o ex-ministro Arman-
do Vara, um dos arguidos que pediu a abertura da instrução, que
começou no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em
Lisboa, avisa que o “calendário é apertado” para fazer tantas dil-
igências nesta fase. Entre estas, contam a audição como teste-
munhas do ex-presidente da República, Jorge Sampaio, ou da depu-
tada e ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
Estão previstas, segundo os requerimentos de abertura de instrução,
a audição de quase 250 testemunhas. Tiago Bastos lembra: “Carlos
Alexandre admitiu todas as testemunhas e agora será um bocadinho
complicado abdicar delas, pelo menos sem uma argumentação ad-
equada”.
de contar sempre com os nossos parceiros, sobretudo
na área social, porque a crise em que vivemos não é
apenas económica. É, também, social” - reforçou.
Aliás, já nas comemorações do 144º aniversário da As-
sociação de Socorros Mútuos de Ponta Delgada, que
decorreram no sábado de manhã, Berta Cabral tinha
defendido a importância do papel das IPSS no sentido
de atenuar os problemas que vão surgir no âmbito da
crise que o País e a Região atravessam.
A autarca aproveitou as comemorações do aniversário
desta a centenária para entregar uma placa comemora-
tiva, destacando o trabalho desenvolvido pela “Socor-
ros Mútuos” ao longo de 144 anos de existência.
A “Socorros Mútuos” é uma IPSS constituída por cerca
de 4.000 sócios que, além de uma farmácia e de uma
parafarmácia, criou um centro médico com consultas
de clínica geral e de especialidade, consultas de me-
dicina dentária e serviço de enfermagem.
10 de Janeiro 2011
clarações à Lusa, que desde 1984 – II Comissão de inquérito – que
as famílias são autorizadas a participar, com o estatuto equiparado
ao dos “assistentes em processo penal”, já que às comissões de in-
quérito se aplica, subsidiariamente, o Código de Processo Penal.
“A lei [das comissões de inquérito] nada prevê expressamente sobre
isso mas também não o proíbe. Em todas foi assim”, disse Ribeiro
e Castro.
Mercenarios angolanos
na Costa do Marfim
O canal francês de tele-
visão TV Monde 5 noticiou
a presença de mercenários
angolanos na Costa do
Marfim, ao lado das tropas
leais ao presidente Lau-
rent Gbagbo. De acordo
com aquela emissora, os
angolanos apoiados por
um contingente da Libéria,
asseguram o controle do
palácio presidencial assim
como a protecção pessoal
de Gbagbo.
Guillaume Soro, primeiro-ministro do candidato presiden-
cial declarado vencedor pela comissão eleitoral, Allassane
Ouattara, acusou Gbagbo de contratar mercenários. E a sua
porta-voz, Kandia Kamara, disse ao correspondente da Voz
da América em Abidjan que os mercenários angolanos e li-
berianos foram contratados “para matar apoiantes de Ouat-
tara”. Acrescentou que os mesmos são “claramente visíveis
nas ruas de Abidjan”.
Um jornalista português especialista em assuntos francófo-
nos, Rui Newman, disse entretanto à VOA que os angolanos
presentes na Costa do Marfim, não são mercenários, mas sim
tropas das FAA - Forças Armadas de Angola - recordando
que os dois paises têm um acordo de cooperação militar.
Lembra, por outro lado, que logo após as eleições marfinens-
es, Laurent Gbagbo enviou um emissário a Luanda.
E adianta que, do outro lado da barricada política marfinense,
Allassane Ouattara é igualmente apoiado por mercenários.
Recorde-se que a Comissão Eleitoral da Costa do Marfim
declarou Ouattara o vencedor das eleiçoes presidenciais.
Horas mais tarde a Comissão Constituicional invalidou votos
em vários bastiões de Ouattara e proclamou a re-eleição de
Laurent Gbagbo. A ONU, estados Unidos e União Europeia
reconhecer a vitória de Ouattara.
10 de Janeiro 2011 Mensagens . 9

Sónia Bernardo,
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 10 . Casos em foco 10 de Janeiro 2011
Governante madeirense sofreu enfarte agudo do miocárdio Entre nós
Jardim recupera e já diz piadas Cantar os Reis
e lê o Jornal
Poucas horas depois de ter sido sujeito a uma intervenção cirúr-
na Casa do Alentejo
gica, na sequência de um enfarte agudo do miocárdio, Alberto João
Jardim já “dizia piadas e lia o jornal”.

Comentário Semanal de Economia e Mercados

– Semana de 3 a 7 de Janeiro
Parceria Montepio/ABC

Relatório do Emprego nos EUA

Os dados divulgados, na passada semana, para a maior economia
do mundo, saíram, de um modo geral, acima do esperado pelo mer-
cado, dando conta de uma recuperação do momentum da econo-
mia americana e visível em diversas frentes. Todavia, o principal
relatório divulgado mensalmente para a economia americana – o
Relatório do Emprego – revelou-se um tanto desanimador, per-
manecendo o Mercado Laboral ainda com ritmos de crescimento
bem abaixo dos evidenciados noutras importantes variáveis cíclicas
da economia americana, como a actividade industrial, retalhista ou
dos serviços.
Com efeito, este Relatório mostrou-se pior do que o esperado ao
nível do seu principal número – o Emprego Não-Agrícola –, apre-
sentando, todavia, algumas surpresas positivas, como a redução da
Taxa de Desemprego ou o aumento do número de indústrias a cria-
rem empregos.
O verdadeiro responsável pelo fraco Relatório do Emprego foi
o Sector Privado, onde apenas foram criados 113 mil empregos,
pouco mais de um terço do valor estimado pela ADP dois dias an-
tes (+297 mil) e, igualmente, abaixo das estimativas de Consenso
(+178 mil). Em todo o caso, trata-se do 12º mês consecutivo de
ganhos e de uma aceleração face ao crescimento observado no mês
anterior (+79 mil), valor ademais revisto em alta em cerca de 29
mil empregos, sendo que os dados de Outubro foram igualmente
revistos em alta, em 33 mil empregos.
Neste sentido, admitindo que o mercado não esperava nenhuma re-
visão em alta dos dados anteriores, o nível do Emprego de Dezem-
bro acabou por sair em linha com as expectativas. Note-se, todavia,
que uma das justificações que tínhamos avançado para a fraca cria-
ção de empregos no mês de Novembro era, justamente, um erro es-
tatístico na amostragem, o que conduziria a uma revisão posterior,
como, de resto, sucedeu. A outra justificação prendia-se com a forte
e “anormal” criação de empregos no mês de Outubro, algo que, de
resto, até foi reforçado com a revisão dos dados daquele mês, que
passou, agora destacadamente, a ser o 2º melhor do actual ciclo
(+193 mil), logo a seguir ao mês de Abril.
O outro argumento que tínhamos avançado poderá também con-
tribuir para explicar a menor criação de Emprego nos últimos dois
meses do ano: a incerteza nos mercados financeiros, devido à 2ª
fase da Crise da Dívida Soberana nos países periféricos da Zona
Euro. A incerteza poderá ter conduzido a um adiamento das in-
tenções de contratação, algo que se observara durante a 1ª fase da
crise, quando a criação de emprego caiu de 241 mil, em Abril, para
51 mil, em Maio.
Note-se, todavia, que esta incerteza terá se consubstanciado, es-
sencialmente, no ritmo da aceleração e não na própria criação de
Emprego, já que o 4ºT2010 correspondeu ao melhor trimestre de
2010. O Inquérito às Famílias até foi relativamente favorável, com
a Taxa de Desemprego a surpreender amplamente pela positiva, de-
scendo de 9.8% para 9.4%, passando de um máximo desde Abril
No Sábado, Dia de Janeiras (ou de Reis), as portas da Casa do
Alentejo abriram, às 7 da noite, para mais uma noite espectacular.
Dizemos que as portas abriram, mas em verdade naquela casa é
rara a altura do dia em que as portas não estejam abertas. Porém
naquela noite abriram para o Baile dos Reis.
A revelação foi feita por Miguel Ferreira, Director Clínico do Hos-
Com Jantar ou só para baile, as pessoas lá estavam para ouvir músi-
pital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, segundo o qual o presidente
ca abrilhantada pelo conjunto Unique Touch.
do Governo Regional da Madeira “deverá ficar internado, no míni-
À meia noite foi servido o Bolo Rei e o tradicional Vinho do Porto.
mo, uns cinco dias”, como cita o “Correio da Manhã”.
Alberto João Jardim, que em Fevereiro completa 68 anos, sentiu
uma dor forte no peito sexta de manhã, tendo sido conduzido ao
hospital por volta do meio-dia. Após exames, foi submetido a uma
cirurgia (com anestesia local), tendo os médicos efectuado um ca-
teterismo para desobstruir as artérias, revelou o director clínico do
hospital. Jardim encontra-se numa enfermaria da Unidade de Cui-
dados Intensivos Coronários, em estado considerado estável, e aí
permanecerá em repouso absoluto durante os próximos dias.
O ‘acidente’ com Jardim motivou reacções de várias person-
alidades. Cavaco Silva desejou “rápido restabelecimento”, assim
como Carlos César, presidente do Governo dos Açores, que enviou
ainda “um abraço”. Manuel Alegre transmitiu também votos de rá-
pida recuperação, tendo manifestado a sua satisfação “por as per-
spectivas de evolução serem favoráveis”.
RECORDISTA NO PODER POLÍTICO
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim é o político há mais tempo
no poder pela via democrática, em todo o Mundo. Jardim é presi-
dente do Governo Regional da Madeira há 33 anos. Filho de um
funcionário público, estudou na Universidade de Coimbra, onde Como não podia deixar de ser, pasasaram por lá muitos amigos em
viveu mais de dez anos até completar o curso. Cumpriu o serviço festa familiar.
militar como Oficial de Acção Psicológica em Lisboa e na Madeira. Entre eles, tambem passaram dois grupos de cantares tradicionais
Antes de se dedicar à política, foi jornalista e director do ‘Jornal da para animar a festa ainda mais. Tratou-se do rancho Amigos do
Minho e tambem Estrelas do Norte, dois dos conjuntos que nos
Madeira’, administrador de empresas e dirigente corporativo. Com
fizeram companhia em outros lugares por onde passamos.
Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Mota Pinto, entre outros, fundou o
PPD em Maio de 1974. Conseguiu a primeira vitória para presi- Os dois grupos apresentavam cantares tradicionais das “Janeiras”
dente do Governo Regional da Madeira em Março de 1978. aos intervalos nao deixando espaco vazio para uma noite repleta de
calor humano no salão azul.

Empresário apresenta queixa-crime

para um mínimo desde Julho de 2009, se bem que, pelo menos
parcialmente, à custa de um decréscimo da População Activa. Em
todo o caso, a medida mais lata da Taxa de Desemprego, a chamada

U-6, caiu de 17.0% para 16.7%, um mínimo desde Agosto, enquan-
to, pela negativa, o Desemprego de Longa Duração aproximou-se
da leitura de Junho, que corresponde ao valor mais elevado desde,
pelo menos, 1948.
Outro dos aspectos mais negativos do Relatório do Emprego es-
teve relacionado com os dados das Remunerações por Hora, que
cresceram menos do que o esperado e depois de terem estagnado
no mês anterior. Em todo o caso, e tendo em consideração a própria
aceleração do Emprego, estes dados sinalizam uma aceleração do
crescimento dos Rendimentos do Trabalho no mês de Dezembro,
constituindo, dessa forma, um menor suporte para a continuação do
crescimento do Consumo Privado no decurso do actual trimestre,
depois deste, no 3ºT2010, ter crescido 2.4%, ao ritmo mais elevado
desde o 4ºT2006, e de as nossas perspectivas apontarem para um
crescimento de 4.2%, no 4ºT2010.
Refira-se, finalmente, que, a manter-se o ritmo de criação de em-
prego de Dezembro, tal implicaria que a economia americana
tivesse que esperar quase uma década para ver a sua Taxa de De-
semprego atingir os níveis pré-crise, enquanto se for ao ritmo de
Outubro, tal poderá acontecer em menos de meia década, o que,
ainda assim, corresponde a um ritmo lento, justificando as medidas
de Política Monetária altamente acomodatícias que têm vindo a ser
levadas a cabo pela Reserva Federal americana.
Rui Bernardes Serra (RBSerra@Montepio.pt)
José Maria Pimentel (JVPimentel@Montepio.pt
contra Sócrates
Um empresário de 55 anos apresentou uma queixa crime
contra o Governo, o primeiro-ministro José Sócrates e o
ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Carlos Borges da
Silva sustenta a denúncia no Ministério Público de Penafiel
com “as mentiras” reiteradas do Governo que, alega, cau-
saram graves prejuízos financeiros a “milhões de portugue-
ses”.
A queixa foi feita no início do mês passado, e acabou ar-
quivada a 15 de Novembro pela procuradora--adjunta Paula
Oliveira (ver caixa).
A decisão deixou o empresário do sector imobiliário indig-
nado. De tal forma que Carlos Borges Silva promete recorrer
aos tribunais internacionais.
Nas declarações que prestou ao Ministério Público, o queix-
oso, residente em Ermesinde, acusou Sócrates e Teixeira
dos Santos de “assédio moral com sério prejuízo pessoal
de milhões de portugueses”. Também Francisco Assis, líder
parlamentar do PS, foi envolvido por, de acordo com o de-
nunciante, “pactuar com as mentiras”.
O queixoso apresentou outra queixa, relativa à descida das
taxas de juro dos certificados de aforro, produto que sub-
screveu num total de 60 mil euros.
“NÃO CONSTITUI ILÍCITO PENAL”
A queixa-crime apresentada por Carlos Borges da Silva
acabou arquivada pela procuradora-adjunta Paula Oliveira.
“Com efeito, a mentira ou cultura da mentira que o denun-
ciante atribui aos denunciados não constitui, por si só, qual-
quer ilícito penal”, lê-se no despacho datado de 15 de No-
vembro último. Ao Correio da Manhã, o queixoso justificou
o que o levou a tomar esta atitude junto do Ministério Públi-
co de Penafiel. “O primeiro-ministro e o ministro das Finan-
ças têm vindo a mentir, constantemente, há largos meses, e é
inegável que isso tem provocado graves prejuízos a todos os
portugueses”, sublinhou o empresário do ramo imobiliário.
 10 de Janeiro 2011
No Campeonato “maior” fechou a primeira volta
O Benfica somou, ontem, o 10.º triunfo nos últimos 11 jogos, ao
vencer em Leiria por 2-0, fechando a primeira volta a oito pontos do
líder FC Porto e com mais cinco do que o Sporting, terceiro.
Com golos sul-americanos, de Javier Saviola (27 minutos), Nico-
las Gaitan (80) e Óscar Cardozo (90+2), os “encarnados”, mesmo
muito perdulários, acabaram com a série de cinco jogos sem perder
da União de Leiria, quarta colocada.
Desta forma, o Benfica “vira” com 33 pontos, apenas menos três do
que em 2009/2010, sendo que três das quatro derrotas aconteceram
nas primeiras quatro jornadas – depois disso, só o “desastre” do
Dragão (0-5).
O problema do “onze” de Jorge Jesus é que o invicto FC Porto
está a fazer um campeonato quase perfeito, tendo somado sábado o
13.º triunfo (mais dois empates) em 15 jogos, ao receber e bater o
Marítimo por 4-1.
Após o primeiro desaire oficial da época, para a Taça da Liga (1-2
com o Nacional, no Dragão), os colombianos Freddy Guarin, que
“bisou”, e James Rodriguez e o brasileiro Hulk (14.º tento na pro-
va) selaram a vitória portista, que Babá ainda tentou fazer perigar,
quando reduziu para 2-1.
Por seu lado, o Sporting reforçou o último lugar do pódio, ao vencer
Desporto . 11
em Alvalade o vicecampeão Sporting de Braga por 2-1, com ten-
tos do suplente Diogo Salomão, logo aos 11 minutos, e do chileno
Jaime Valdés, aos 13.
A formação de Paulo Sérgio manteve-se a cinco pontos do Benfica
e soma agora mais quatro do que a União de Leiria, enquanto o
vicecampeão Sporting de Braga, que ainda reduziu pelo brasileiro
Paulo César (17 minutos), está “afundado” no sétimo posto, com 20
pontos e sem vitórias fora.
Nos outros jogos da ronda, destaque para a “lanterna vermelha”
Naval 1.º de Maio, que, na estreia do treinador brasileiro Carlos
Mozer, acabou com uma longa seca sem triunfos e logo no reduto
do Vitória de Guimarães (2-1).
A formação de Manuel Machado, que ainda não tinha perdido como deu um enorme “frango”.
anfitriã, marcou primeiro, por João Alves, mas, mesmo com menos Imediatamente acima da “linha” de água”, com 14 pontos, contra
um, por expulsão de Carlitos, a equipa da Figueira da Foz deu a nove do Portimonense e oito da Naval, segue o Rio Ave, que perdeu
volta, com tentos do brasileiro Fábio Júnior, de grande penalidade, em casa com o Olhanense (0-1).
e de Marinho, este aos 86 minutos. Um golo do brasileiro Maurício selou o primeiro triunfo fora do
Mesmo ganhando, a Naval fecha a primeira volta em último, a conjunto de Olhão, que se aproximou do meio da tabela, onde
um ponto do Portimonense, que, sexta-feira, na estreia de Carlos “moram” o Nacional e o Beira-Mar, que se “anularam” na Choup-
Azenha, perdeu em casa por 4-3 com o Vitória de Setúbal, num jogo ana, e a Académica, empatada em casa pelo Paços de Ferreira, na
em que o brasileiro Pitbull “bisou” de grande penalidade e Ventura estreia de José Guilherme.
 12 . Desporto 10 de Janeiro 2011
Campeões do Mundo
de Riade e Lisboa
Portistas fecham primeira volta
juntam-se sem derrotas
e deliciam adeptos Portistas goleiam Marítimo por 4-1, no Estádio do Dragão, fechan-
do a primeira volta sem derrotas. Guarín bisou e foi o melhor em
campo. Hulk e James também fizeram o gosto ao pé. Babá marcou
Alguns dos campeões de sub-20 o tento de honra maritimista.
(Riade-1989 e Lisboa-1991) O FC Porto respondeu da melhor forma à primeira derrota da épo-
participaram este sábado, ca. Os portistas receberam, sábado, o Marítimo com uma goleada,
na Cova da Piedade, numa por 4-1, terminando invictos a primeira volta do campeonato, na
acção de solidariedade em prol liderança da classificação.
da instituição Janela Aberta. Guarín bisou e foi o melhor em campo. O médio portista inaugurou
As duas selecções juntaram-se o marcador aos 37 minutos, com um golo que levantou o estádio.
aos veteranos do Sporting O disparo do colombiano saiu a mais de 40 metros da baliza do O golo de Babá foi apenas um suspiro dos madeirenses, incapazes
e competiram num torneio. Marítimo. de dar resposta à supremacia portista.
A equipa de 1991 superiorizou-se, Dono da frente de ataque portista, Hulk aumentou a vantagem dos O F. C. Porto regressou assim às vitórias, ao golear o Marítimo, por
na qual sobressaiu, obviamente, portistas na segunda parte, antes do bis de Guarín. Hulk esteve 4-1, em jogo da 15.ª jornada da Liga de futebol.
Luís Figo, o filho da terra. na origem do último golo dos dragões, fazendo a assistência para Na Liga, o F. C. Porto soma agora 41 pontos, correspondentes a 13
O primeiro jogo foi entre as duas equipas nacionais. A geração de James encostar. vitórias e dois empates.
1991 foi mais forte e venceu por 1-0, com golo de Gil, após cruza-

Sporting vence (2-1) SC Braga

mento perfeito de Nélson.
No segundo encontro, os campeões de Riade venceram o Sporting,
por 2-0, com golos de Xavier e João Vieira Pinto (que marcou o

e mantém-se na terceira posição

golo mais bonito da tarde).
Na última partida, os campeões de Lisboa derrotaram os leões, por
1-0, com um grande golo de Luís Miguel, na sequência de um livre
directo.
As duas selecções foram orientadas por Nelo Vingada. Rui Costa,
Fernando Couto e Paulo Sousa não compareceram. Carlos Queiroz,
responsável pelo sucesso nos dois mundiais, não pôde estar pre- 11 minutos.
sente por estar no Brasil, mas enviou uma mensagem de vídeo para O jovem avançado sportinguista aproveitou um cruzamento da di-
todos. reita de Zapater e, com o calcanhar, fez o 1-0. Dois minutos depois,
Assim, com mais peso, menos cabelo, alguns já grisalhos, vários um lance bem construído por Liedson resultou no 2-0, golo mar-
dos portugueses campeões do Mundo de futebol de sub-20 em Ri- cado por Valdés.
ade1989 e em Lisboa1991 mataram saudades à mesa e no campo. O Sporting parecia lançado para uma vitória fácil, mas os braca-
renses não entregaram o jogo. Mesmo tendo apenas dois pontos
conquistados fora de casa esta temporada, o vice-campeão nacional
2009/10, reduziu a desvantagem aos 18 minutos, através de Paulo
César.
Sem outros golos apesar do esforço quer de sportinguistas quer de
bracarenses, o jogo manteve-se vivo até final, com os dois guarda-
redes, já na segunda parte, a serem chamados a intervir. Rui Patrí-
O Sporting venceu, sábado, o SC Braga (2-1), manteve-se na ter- cio, primeiro, evitou o empate num remate de fora da área de Alan,
ceira posição da liga e reduziu para dois pontos a diferença para o Artur, já nos minutos finais, voou para impedir o terceiro dos leões,
Benfica, que continua em segundo, com menos um jogo disputado. que seria marcado por Liedson.
Brilhou alto Salomão, que marcou de calcanhar. O SC Braga chega ao fim da primeira volta com seis derrotas em
Foi intenso o arranque do jogo entre Sporting e SC Braga, com oito partidas disputadas fora-de-casa e apenas dois pontos conquis-
uma lesão – Hélder Postiga, que foi substituído por Diogo Salomão tados longe de casa, fruto de outros tantos empates. O Sporting con-
– e três golos antes dos 20 minutos. A infelicidade sportinguista, seguiu a terceira vitória consecutiva, depois das alcançadas com o
aliás, acabou por resultar num dos momentos mais marcantes da Portimonense e Vitória de Setúbal, algo que acontece pela primeira
partida e, seguramente, da jornada: o golo de Diogo Salomão aos vez esta temporada.

Setúbal vence (4-3)

Portimonense e respira melhor
O Vitória de Setúbal venceu o Portimonense por 4-3 e ascendeu
provisoriamente ao 12.º lugar. Pitbull (2) e Henrique marcaram
para os sadinos que beneficiaram ainda de um autogolo de Ventura.
Lito, Pires e Ricardo Pessoa marcaram para os algarvios.
Os sadinos adiantaram-se no marcador por intermédio de Pitbull,
na transformação de uma grande penalidade. Carlos Azenha, que
se estreou no comando técnico do Portimonense, viu Lito e Pires
operarem a reviravolta no marcador ainda na primeira parte.
Na etapa complementar, o Vitória de Setúbal beneficiou de um erro
de Ventura para chegar ao empate. Ao tentar segurar um cruzamen-
to da direita de Ney, o guardião dos algarvios desviou a bola para
a própria a baliza.
Pouco depois, João Paulo carregou Jaílson na área e viu o segundo
cartão amarelo, deixando o Portimonense em inferioridade nu-
mérica com cerca de 40 minutos para jogar. Na transformação do
castigo máximo, Pitbull bisou e devolveu a liderança ao Vitória.
Henrique dilatou a vantagem após cruzamento de Ney, mas o Por-
timonense ainda conseguiu reduzir para 3-4, com Ricardo Pessoa a
marcar de penalty.
Com este resultado, o V. Setúbal somou o 16.º ponto da temporada
e ascenderia provisoriamente ao 12.º lugar, enquanto o Portimo-
nense se mantém em zona de despromoção com nove pontos.

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 10 de Janeiro 2011
Benfica em exibição de luxo vence o União de Leiria
Vitória por 3-0 dos encarnados em Leiria, com uma exibição de
luxo do argentino Saviola. Gaitán e Cardozo também fizeram o
gosto ao pé.
O Benfica conquistou, este domingo, a quinta vitória consecutiva
na Liga portuguesa, derrotando a União de Leiria, por 3-0, no Es-
tádio Magalhães Pessoa. Saviola assinou uma excelente exibição e
foi decisivo para o triunfo dos encarnados.
Na primeira parte, o argentino foi o motor do ataque do Benfica.
Aos 27 minutos, Saviola converteu as ameaças num golo de belo
efeito, através de um pontapé acrobático.
Os encarnados só conseguiram dilatar a vantagem aos 80 minu-
Desporto . 13
tos, novamente com um golo com sotaque argentino, da autoria de
Gaitán. Cardozo esteve na assistência e ainda foi a tempo de mar-
car um para a sua conta pessoal, a passe de Jara, já em tempo de
compensação.
O Benfica termina a primeira volta a 8 pontos do rival FC Porto,
que lidera o campeonato. O Leiria mantém-se no quarto lugar, ago-
ra a quatro pontos do Sporting.
Sábado, os “dragões”, que terminaram a primeira volta invictos,
venceram por 4-1 na receção ao Marítimo e os “leões” ganharam
por 2-1 em Alvalade, face ao vicecampeão Sporting de Braga.

BORGES FOODS José Peseiro demitido na Arábia Saudita

APRESENTA O treinador português José Peseiro foi demitido, ontem, do cargo
de selecionador de futebol da Arábia Saudita, após a derrota com
RESULTADOS a congénere da Síria, confirmou à Agência Lusa a assessoria de
imprensa do técnico.
José Peseiro, que tinha assumido o comando técnico da seleção em
fevereiro de 2009, tinha mais meio ano de contrato com a Federa-
ção Saudita de Futebol e viaja esta segunda-feira para Riade, para
acertar a rescisão contratual.
A seleção da Arábia Saudita iniciou a Taça da Ásia com uma sur-
preendente derrota por 2-1 frente à Síria, facto que levou a federa-
ção saudita a prescindir dos serviços do ex-treinador de Nacional
e Sporting.
Sob o comando do treinador luso, a Arábia Saudita já havia falhado
o apuramento para o campeonato do Mundo de 2010, que se dis-
putou na África do Sul, tendo, posteriormente, perdido a Taça do
Golfo, para o Kuwait, em dezembro do ano passado.

Cristiano Ronaldo
PRÓXIMA JORNADA soma e segue
O Real Madrid não desarma na perseguição ao líder Barcelona e
este domingo venceu o Villarreal por 4-2. Cristiano Ronaldo fez
três golos e a assistência para o quarto de Kaká.
O Villarreal conseguiu estar por duas vezes na frente do marcador
com golos de Cani e Marco Ruben, mas Cristiano Ronaldo, sempre
muito activo na partida, respondeu com dois golos que davam o
empate a duas bolas ao intervalo, no Bernabéu.
Na etapa complementar, o Real Madrid criou várias oportunidades
para marcar mas foi novamente o internacional português a factu-
rar, colocando pela primeira vez os merengues em vantagem no
marcador. Ronaldo fez ainda o passe para Kaká fixar o resultado
final.
CLASSIFICAÇÃO Ricardo Carvalho também jogou no “onze” de José Mourinho, que
continua apenas a dois pontos do líder Barcelona.

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 14 . Coisa e loisas
No Jack´s Bakery
Mais uma libra em ouro...
“Estava quase a cerrar aq-
uilo...”. Ausinda Santos conta,
assim, a forma como se lhe de-
parou com o papel que indicava
ter uma libra em ouro, no Jack´s
Bakery. Já há muito que ela e
a família passam por lá. “Mas
desta vez... valeu mais a pena”.
Acompanhada de sua filha
10 de Janeiro 2011
Carla Nunes – a beneficiária
da libra em ouro – conta que
estavam todos em convívio
familiar – em casa na zona da
Dufferin e Dupont - por alturas
do Natal. O bolo-rei estava as-
sim em primeiro plano.
E foi aí que tudo aconteceu.
Calhou à mãe... mas é para a
filha.
Jack Carvalho, que estava pre-
sente, naturalmente, diz-nos
sentir-se satisfeitos com a sat-
isfação de quantos têm vindo a
receber a libra em ouro, que é o
prémio que ele achou que deve-
ria dar aos clientes e amigos que
compraram por ali o Bolo-Rei. Carla Nunes e Ausinda Santos ção. Valeu a pena a conversa.
Ainda deu para trocarmos im- vivem as festas. Como é que in- Em tarde amena...
pressões acerca da forma como terpretam toda a confraterniza- na Jack´s Bakery.

Estrela do Mar já “rola...” apresentado é do melhor no seu género.

Quando lá passámos, a “horas mortas”, anotámos, mesmo assim, os
muitos pratos à disposição dos clientes. Muitos pratos... apetitosos.
No fundo, bem iguais àqueles que são apresentados na Estrela do
Mar da College.
Maria Lopes, que não poyde estar nmuito tempo connosco, disse-
nos, desde logo, acreditar no sucesso. Acreditar no Hélio. Acredi-
tar, afinal, que as pessoas da área vão começar a frequentar, ainda
mais, a Churrasqueira.

É. Lá em cima na zona da Steeles & Weston... já há um “Estrela do

Mar... Churrasqueira”. O nome Estrela do Mar começa a andar na
boca de muita gente – que conhece os sabores e o serviço – e agora
também avançou mais para Norte.
Hélio Baptista, que fica à frente do novo estabelecimento – ainda
que com a “visão geral” da mãe, Maria Lopes – diz-nos estar sat-
isfeito com as primeiras impressões. “Nesta zona não havia nada
do género e as pessoas começam a aparecer...” De resto, o serviço
 10 de Janeiro 2011
Continua à frente nas intenções de voto
Caso BPN prejudica mas não tira Belém a Cavaco
Se as eleições presidenciais fossem hoje, Cavaco Silva seria
reeleito, com 57,1% dos votos. Apesar da reeleição, os dados
mostram que a polémica à volta do BPN poderá ter prejudi-
cado o candidato.
Segundo uma sondagem CM/Aximage, o actual ocupante do
Palácio de Belém conquista a intenção de votos não só à
Direita mas também consegue votos na Esquerda. Para além
dos 58% de inquiridos que em 2009 deram o voto ao PSD
Então... marche!
Carlo Miguel Cruz Gomes
Como decerto já repararam, estamos num novo ano e, nor-
malmente, a maioria de nós passa algum tempo a estudar
o que vamos fazer para melhorar a nossa vida. Alguns
de nós... embarcamos em novos projectos, inscrevermo-
nos em ginásios e programas para melhorar a nossa saúde,
fazemos promessas de parar de fumar... enfim, vontade
não nos falta para melhorar a nossa vida de uma forma ou
outra. Mas vontade sem acção, é só mesmo isso, vontade
e nada mais.
A verdade é esta... sempre que qualquer um de nós decide
fazer alguma mudança importante, ou querer submeter-se
a uma mudança no estilo de vida que leva, é provavel-
mente uma boa ideia fazer um mudança radical nesse sen-
tido para acompanhar essa decisão.
Pense bem! Há um velho ditado que diz, “se você faz
o que sempre fez, então os resultados vão ser sempre os
mesmos!” Assim, se continuar a viver da mesma maneira
que sempre viveu à espera que a vida mude como você de-
seja, magicamente, por si mesmo, a triste realidade é que
certamente nada vai acontecer. Então como é que se muda
a vida? Você muda o que está a fazer!
Como exemplo, deixo a todos a ideia típica de treino das
forças armadas. Você conhece como funciona. Encontram-
se lá todos anos miúdos de 18 anos de idade que pensam
que estão em boa forma, fisica e psicologicamente... mas
os encarregados das forças armadas tratam-lhe do sistema
com uma boa dose de... miséria em cima! Mas essa mi-
séria é intencional!
Todo o trabalho duro e exercício físico e mental que é ad-
ministrado para os jovens é feito completamente para os
reforçar e preparar para os trabalhos que poderão vir a ex-
ercer mais tarde. Imagine que as forças armadas tomavam
uma aproximação de ensinar os jovens delicadamente,
suavemente ao passo deles e cumprimentavam cada novo
recruta com um “bem vindo ao exército. Nós vamos lhe
preparar lentamente com trabalhos fáceis para lhe ajudar
adaptar ao estilo de vida. Você pode levantar-se aman-
hã mais ao menos por volta das dez, tomar uma refeição
matinal às onze se quiser. Pode vir à vontade e como es-
tiver vestido...”
De maneira alguma! A “tropa” prepara os jovens logo de
inicio a acostumarem-se às mudanças drásticas e maciças
porque querem que eles também tenham mudança drásti-
cas e maciças nas suas vidas. Se calhar a única vez que se
levantaram às quatro da madrugada... foi para ir de ferias,
mas agora vai ser em cada manhã!
Por vezes, depois de chegarmos a uma conclusão e ter-
mos vontade para fazer A B ou C, começamos as coi-
sas necessárias para ter sucesso nos nossos planos muito
lentamente. E como se precisamos “colo” de mais, e não
tomamos acções drásticas para atingir as nossas metas...
Talvez se nos tratarmos - a nós próprios - como soldados
ou novos recrutas e darmos passos radicais para atingir os
nossos alvos, la chegávamos mais frequentemente e com o
sucesso pretendido.
Agora pensem nisso, e se por acaso fizer algum sentido
o que esvrevi então, marchem!!! 1, 2, 3, A, B, C, anda,
puxa... ate outro dia se DEUS Quiser.
Ainda a tempo . 15
e 33,2% do CDS-PP que elegeriam Cavaco Silva, há ainda
24,3% dos portugueses que são apoiantes da CDU e que
votam agora no recandidato a Belém. No eleitorado PS, o
actual Presidente da República consegue 35%, mais do que
Manuel Alegre, que é apoiado pelos socialistas e pelo BE.
O candidato-poeta surge em segundo lugar nas intenções de
voto dos portugueses, com 20,8% dos inquiridos a admitirem
votar em Manuel Alegre para a Presidência da República.
Os bloquistas (36,7%) garantem uma maior base de apoio
para a campanha do candidato do que o PS (27,5%). Mesmo
assim, a diferença de eleitorado entre Cavaco Silva e Manuel
Alegre é de 36,3%.
Fernando Nobre consegue o terceiro lugar, com 8,7% das in-
tenções de voto dos portugueses inquiridos, ficando à frente
de candidatos com uma máquina partidária por trás, como é
o caso de Francisco Lopes. O candidato apoiado pelo PCP
não consegue inclusive bater o independente Defensor Mou-
ra, que reúne 3,1% das intenções de voto.
A sondagem, realizada nos dias em que a questão do BPN
esteve mais quente, revela que a “campanha suja” tem prej-
udicado Cavaco Silva. As últimas sondagens davam uma
vitória ao actual ocupante de Belém de 60%. A polémica so-
bre as acções da SLN com que Cavaco Silva lucrou 140%
em mais-valias tem assim custado votos, mas não os sufici-
entes para impedir uma reeleição.
Apesar de Cavaco Silva estar a ser prejudicado pelo caso do
BPN, os outros candidatos presidenciais não estão a benefi- No terreno, as equipas estão a fazer o levantamento dos
ciar com isso. A campanha negativa está sim a levar muitos meios utilizados pelos candidatos, desde material de propa-
portugueses a optarem pela abstenção em vez de votarem no ganda – como folhetos, cartazes e jornais de campanha – a
actual Presidente da República. equipamentos informáticos, ecrãs gigantes e até os brindes
TRIBUNAL CONSTITUCUINAL MONITORIZA distribuídos.
As equipas de monitores contratadas pelo Tribunal Consti- A presidente da Entidade das Contas e Financiamentos
tucional começaram quinta-feira a visitar as iniciativas de Políticos (ECFP), Margarida Salema, disse à Lusa que a
campanha eleitoral para a Presidência da República a fim de colaboração foi contratada à recém-criada Transparência e
recolher dados sobre os meios usados pelos candidatos. Integridade, presidida pelo investigador Luís de Sousa.
Malangatana faleceu
* Artista Moçambicano estava
internado em Matosinhos
De resto, outras fontes dizem que foi preso pela PIDE, sim, mas nao
que foi libertado gracas à intervencao do Pancho Guedes que antes
lhe colocou a garagem de sua casa em LM á disposicao, como seu
primeiro atelier e o ajudou a estabelecer-se como pintor e artista.
Entre 1990 a 1994 foi deputado da FRELIMO e ao longo de déca-
das ligado a causas sociais e culturais. Foi um dos criadores do
Museu Nacional de Arte de Moçambique, dinamizador do Núcleo
de Arte, colaborador da UNICEF e arquitecto de um sonho antigo,
que levou para a frente, a criação de um Centro Cultural na «sua»
Matalana.
E exposições, muitas, em Moçambique e em Portugal mas também
mundo fora, na Alemanha, Áustria e Bulgária, Chile, Brasil, An-
gola e Cuba, Estados Unidos, Índia... Tem murais em Maputo e na
Beira, na África do Sul e na Suazilândia, mas também em países
como a Suécia ou a Colômbia.
O pintor moçambicano Malangatana morreu aos 74 anos, no Hos- Contando com as obras em museus e galerias públicas e em col-
pital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada, ecções privadas, Malangatana vai continuar presente praticamente
segundo comunicou a direcção do hospital à agência Lusa. em todo o mundo, parte do qual conheceu como membro de júri de
O pintor, de 74 anos, encontrava-se internado há vários dias naquele
bienais, inaugurando exposições, fazendo palestras, até recebendo
estabelecimento. o doutoramento honoris causa, como aconteceu recentemente em
Malangatana vendeu os primeiros quadros há 50 anos e com o din-
Évora, Portugal.
heiro arranjou uma casa e foi buscar a família para Maputo. Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Prín-
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 06 de Junho de 1936 em
cipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do
Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene, às portas da Infante D.Henrique.
então Lourenço Marques, hoje Maputo. Foi pastor, aprendiz de
curandeiro (tinha uma tia curandeira) e mainato (empregado do-
méstico). Começou a trabalhar como apanhador de bolas num
clube de ténis aos 11 anos, tendo estudado até à terceira classe.
Durante o meio século que se dedicou à pintura, passou também por
outras artes. Fez cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura. Interes-
sou-se por experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi
poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador
de festivais, filantropo e até deputado, da FRELIMO, partido no
poder em Moçambique desde a independência.
Malangatana chegou a estar preso pela PIDE
Ainda que o seu lado político seja o menos conhecido, Malangatana
chegou a estar preso, pela PIDE, acusado de pertencer ao então
movimento de libertação FRELIMO, sendo libertado ao fim de 18
meses, por não se provar qualquer vínculo à resistência colonial.
 16 . Ainda a tempo 10 de Janeiro 2011
Afinal…

$50M Lotto Max Vacina contra a gripe

ainda não foram é necessária
Atendendo a que o momento é propício ao apareci- “É muito importante tomar a vacina. Não é tempo para

entregues
Um grupo de empregados da Bell Canada, que esperam ser milion-
ários em breve, ainda não puderam receber o prémio.
A Ontario Lottery and Gaming Corp. disse ter adiado o pagamento
dos 50 milhões de dólares do sorteio Lotto Max de 31 de Dezem-
bro.
Em nota para a Imprensa, havia a ideia de que 19 empregados do
“call centre” da Bell Canada tinham direito ao prémio.
A verdade é que o prémio foi já reclamado por um outro grande
grupo. E já que mais empregados pediram uma porção do prémio...
há que esperar.
A corporação acentuou que se está a proceder a um rigoroso in-
quérito por forma a ver quem tem direito ao prémio. O inuqérito é
necessário para assegurar que todos os intervenientes no jogo são
protegidos e o prémio seja pago às pessoas certas, como disse um
porta-voz da OLG.
mento de casos de “influemza”, as autoridades estão esperar. A “Influenza” é uma doença respiratória peri-
a lembrar que os cidadãos devem reduzir os ricos de gosa que pode causar perca de tempo no trabalho e na
apanharem a gripe imunizando-se com vacinas que escola, uma recuperação demorada e, em alguns casos,
continuam a ser gratuitas. hospitalização”, disse o dr. David Williams, director
adjunto da Saúde do Ontario.
A vacina é um seguro e efectivo caminho de protecção,
mantendo todos e cada qual saudáveis. Os mais vel-
hos, as crianças, mulheres grávidas e indivíduos com
O Jack vende qualidade...
condições médicas crónicas, bem como pessoas com
Qualidade,
um sistema imunológicvo fraco – são os que estão mais
em risco de complicações relativas à gripe.
Variedade de Pão,
De qualquer maneira, as autoridades estão a lembrar que
há formas de ir prevenindo a gripe e outras infecções,
Doces e Salgados
designadamente lavar as mãos frequentemente, tossir e venha deliciar-se
espirar para a manga do casaco ou camisa, e ficar em
casa se sentir doente. ou encomende...
Mais informações estão à disposição de todos em
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Trata-se do décimo primeiro ano que o Ontario se com-
promete a proteger a saude de cada qual, oferecendo,
sem custos para o público, a vacina para qualquer pes-
JACK´S
BAKERY
dsoa acima dos seis meses que viva, trabalhe ou fre-
quenta uma escola no Ontario.

Prepare-se:
Sábado,
15 de Janeiro

NOITE DE FADOS
Sandra e Humberto Silva
Acompanhados de Gabriel Teves,
Januário Araujo e Leonardo Medeiros
 10 de Janeiro 2011
Cavaco diz que governo desperdiça
fundos europeus para a agricultura
O Presidente da República defendeu este domingo que a agricul-
tura pode contribuir «para melhorar a situação do endividamento
externo português» se houver um «apoio sério, correcto», e acusou
o governo de desperdiçar os fundos europeus destinados a esta ma-
téria.
«Bastava que não desperdiçássemos os apoios comunitários que
têm sido colocados à disposição de Portugal e verificamos que os
nossos agricultores não os recebem, quando eles são encaminha-
dos para outros países da Europa. É lamentável que um país possa
beneficiar de apoios para a sua agricultura e depois não encontre
os recursos nacionais para fazer boa utilização daquilo a que temos
direito da Europa de que fazemos parte», afirmou Cavaco Silva.
Num jantar-comício no Vimeiro, o recandidato às eleições presi-
denciais sublinhou que «os agricultores passam uma vida dura», e
que, para que possam ultrapassar «as intempéries», «é preciso que
a Administração Pública e os políticos da área da agricultura este-
Manuel Alegre acusa:
Cavaco teve «dois pesos e duas
medidas» com regiões autónomas
O candidato a Belém Manuel Alegre acusou o man-
dato de Cavaco Silva como Presidente da República
de «dois pesos e duas medidas» em relação às regiões
autónomas. As declarações foram proferidas no final
de uma audiência com o presidente do Governo Re-
gional dos Açores, em Ponta Delgada.
Uso da pílula do dia seguinte
volta a subir
No ano passado, o recurso a contraceptivos de emergência
disparou, a julgar pelo aumento significativo das vendas
da pílula do dia seguinte. A falta de informação adequada
poderá explicar a utilização crescente desta forma de con-
tracepção.
As vendas da pílula do dia seguinte subiram 21% no ano
passado, com mais 46 mil unidades dispensadas, um cres-
cimento que surpreende os especialistas. As estimativas
da consultora IMS Health - que apontam mais de 263 mil
Morreu Vítor Alves, «capitão»
de Abril
O coronel Vítor Alves, antigo capitão de Abril, morreu domingo de
madrugada no Hospital Militar, em Lisboa.
Vítor Alves, 76 anos faleceu vítima de doença prolongada. Nasceu
em Setembro de 1935 e tinha a patente de coronel desde 2001.
Foi membro da direcção permanente do Movimento das Forças Ar-
madas, com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço e foi em
sua casa que ocorreram muitas das reuniões de planeamento das
movimentações a 25 de Abril de 1974.
Escreveu o comunicado do MFA divulgado à população no 25 de
Abril e substituiu Otelo no posto de comando da Pontinha, coorde-
nando o desenvolvimento da acção a partir da tarde.
Pertenceu ao Conselho de Revolução, do qual foi porta-voz, e foi
ministro dos II e III Governos provisórios.
jam verdadeiramente ao lado dos agricultores e não, para algumas
vezes, lhes dirigirem palavras de falta de respeito, como aconteceu
no passado», acusou.
«Cavaco Silva teve dois pesos e duas medidas», refer-
iu Manuel Alegre, explicando que o presidente da
república «teve uma atitude complacente [com a Ma-
deira] em certas situações e foi sempre muito crispado
com a Região Autónoma dos Açores».
Sobre a questão do Estatuto Político-Administrativo
dos Açores, o candidato apoiado pelo PS e pelo BE
considerou que «podia ter sido resolvida de outra ma-
neira», e sublinhou que «houve vontade dele [Cavaco
Silva] de conflito político».
Já o presidente do executivo açoriano, que tinha critica-
do Cavaco Silva por não se ter encontrado com nenhum
representante do governo regional na sua deslocação
aos Açores, mostrou-se satisfeito com a audiência con-
cedida a Manuel Alegre. «Estou satisfeito com este en-
contro pela consideração que ele representa para com
os órgãos autonómicos. Tem um significado político
muito relevante para os açorianos», disse Carlos César.
unidades vendidas - revelam uma inversão na tendência
de estagnação do recurso à contracepção de emergência,
registada desde 2006.
“Não encontro nenhuma explicação”, admite o presidente
da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Mater-
no-Fetal, Luís Graça, ouvido pela agência Lusa.
Já o presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e
Obstetrícia considera que “existe uma nova postura social
que poderá estar associada ao facto de as pessoas já não
usarem os métodos de contracepção regulares”.
Ainda a tempo . 17
Ex-trabalhadores
de companhia aérea
dispostos a suicídio colectivo
Os antigos trabalhadores da companhia aérea co-
lombiana Aerocóndor, que fechou portas há 30
anos devido a problemas financeiros, estão disp-
ostos a um pacto de suicídio colectivo. Em causa
está o não pagamento das obrigações laborais,
avançaram porta-vozes sindicais citados pela
agência EFE.
«Este suicídio não é um acto simbólico, este suicí-
dio é um acto real», garantiu o porta-voz Víctor
Hugo Prada a um correspondente da rádio RCN
em Barranquilla.
A eventual decisão de um suicídio colectivo foi
discutida e aprovada durante uma assembleia ex-
traordinária entre filiados do antigo sindicato da
empresa, que reuniu dezenas de antigos trabalha-
dores em Barranquilla.
Queda de avião causa
cerca de 70 mortos e 32 feridos
Cerca de 70 pessoas morreram e 32 ficaram feridas este
domingo na queda de um avião da companhia nacional
iraniana, a Iran Air, perto da cidade de Orumiyeh, no
noroeste do Irão, revelou a agência de notícias daquele
país.
O aparelho caiu junto à fronteira com a Turquia e a
bordo seguia cerca de uma centena de passageiros e
tripulantes.
A agência de notícias tinha informado anteriormente
que 50 pessoas teriam sobrevivido ao acidente aéreo.
O avião caiu perto da cidade de Orumiyeh, no noro-
este do país, junto à fronteira com a Turquia, segundo
a televisão estatal. O aparelho era um Fokker-100, de
fabrico holandês, segundo a Fars.
Alergias e doencas são provocadas pelo pó, por pelos de animais,
ou por bacterias e fungos que permanecem no sistema...
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 18 . Coisas e loisas 10 de Janeiro 2011
Crime brutal aqui bem perto...

Carlos Castro assassinado

em hotel de Nova Iorque
O jornalista e cronista social Carlos Castro, de 65 anos, foi encon-
trado morto no quarto 3416 do hotel Intercontinental, em Times
Iorque.
Renato Seabra terá saído do hotel momentos antes do corpo ter sido
Square, revelou o Daily News na sua página de Internet. Segundo encontrado, tendo sido detido horas depois pelas autoridades num
fontes policiais, o português foi morto e castrado, provavelmente local próximo do crime.
com estilhaços de um copo de vinho.
Carlos Castro deu entrada no hotel a 29 de Dezembro, acompan-
hado pelo modelo português Renato Seabra, de 21 anos, que é neste
Seabra ainda resistiu à detenção
De acordo com as declarações do jornalista Luís Pires à SIC Notí-
momento o principal suspeito do homicídio cometido no 34º an- cias, Renato Seabra terá resistido à detenção, tendo sido ferido pela
dar do hotel, situado em Times Square, mesmo no centro de Nova polícia durante o processo. O suspeito encontra-se num hospital,

Suicidou-se
sob custódia policial.
“A minha filha ia jantar com o Carlos Castro e esperou por ele na
entrada do hotel. O Renato desceu as escadas com ar muito calmo,

o filho mais novo com algumas manchas, que agora se sabem ser de sangue, na roupa,
e disse à minha filha que ‘o Carlos já não sai hoje do hotel’”, rela-

do último xá do Irão
O filho mais novo do último xá do Irão, Alireza Pahlevi, foi en-
contrado morto na terça-feira, na sua residência em Boston (EUA),
num aparente suicídio, disse o seu irmão mais velho, Reza Pahlevi.
Um porta-voz do gabinete do procurador do distrito de Suffolk,
Jake Wark, adiantou que Alireza Pahlevi, de 44 anos, morreu de
uma ferida provocada por um único disparo, que parece ter sido
feito pelo próprio.
A polícia de Boston acrescentou que os agentes responderam a uma
chamada de emergência e encontraram o homem morto cerca das
duas horas da manhã.
Pessoas do seu círculo informaram que Alireza Pahlevi caiu numa
profunda depressão depois da morte da sua irmã Leila, em 2001,
num hotel de Londres, com uma overdose de barbitúricos, aos 31
anos.
A depressão de Alireza Pahlevi “cresceu ao longo do tempo: a sua
partida do Irão, a morte do seu pai e depois a da sua irmã, de quem
ele era muito próximo”, afirmou Nazie Eftekhari, amiga da família.
tou Luís Pires ao canal televisivo, acrescentando que o jovem terá
depois abandonado o hotel.
A filha do jornalista ter-se-á então mostrado preocupada e pediu
a um funcionário para abrir o quarto em que Carlos Castro estava
instalado, tendo-o encontrado “numa poça de sangue”. “Um quadro
dantesco, Carlos tinha graves lesões na cabeça e foi castrado. Fico
horrorizado só de pensar nisso”, contou Luís Pires.
A polícia foi então chamada ao local, por volta das 19h00, tendo
encontrado Carlos Castro inconsciente e com sinais de ter sido
agredido na cabeça e sexualmente mutilado.
Segundo a estação de televisão nova-iorquina NY1, Carlos Castro
foi declarado morto no local pelos paramédicos.
De acordo com o relato de Luís Pires, “Renato pôs-se em fuga, an- Em 1973 venceu o festival de Luanda com o poema Feitiço de
dou a vaguear pela cidade”, mas acabou por ser detido poucas horas Tinta. Dois anos depois, chegou a Lisboa e nunca mais parou. Foi
depois, próximo do local onde ocorreu o crime. autor, realizador e intérprete de inúmeros espetáculos e tinha co-
Perfil do cronista social laborações assíduas em várias publicações.
No dia que celebrou 65 anos de vida e 35 de carreira, o cronista so-
Nascido a 5 de Outubro de 1945 em Moçamedes, Angola, Carlos cial descreveu o seu percurso como “uma longa e feliz caminhada”.
Castro interessou-se desde muito novo pela leitura e cedo descobriu Na altura, fez um balanço positivo da sua vida e carreira: “Eu sou
a sua vocação para a poesia. Aos 15 anos partiu para Luanda, onde uma pessoa muito positiva e acho que não tenho de me queixar de
colaborou em diversos jornais, revistas e rádios. nada, nem da minha vida. Tenho tido tudo aquilo que quero”.

UM ROMANCE QUE O NÃO É - Eu acho que não devo enxugar as lágrimas. Tozé é mais do que meu irmão. Tozé cresceu comigo...
chorou e riu comigo... como é que eu posso viver agora sem ele?
Qualquer semelhança com Maiato agarrou-se a ele e chorou também. Era, de resto, o único a quem ainda não tinham caido lágri-
casos ou factos da vida real mas. Chegara a altura...

pode não ser pura coincidência Guida e a Conceição viam um pouco mais de longe e tentavam não ser influenciadas pelas lágrimas
dos dois homens.

Livro a editar muito em breve, agora a ser apresentado
aos leitores de ABC com extractos em fascículos
(continuação)
Quando o Domingos disse que talvez nunca mais se encontrassem, Tozé quase chorou. Agarrado
a ele, foi-lhe dizendo baixinho que “era feio um homem chorar” e que ele, Domingos, o estava a obri-
gar a chorar. Que ali não poderia haver lugar para lágrimas.
- Eu vou agora, Domingos, porque tenho de ir... mas tu vais lá ter. E se não fores, sou eu que vou
voltar.
- E quando?
- Quando tu e os outros “homens novos” que têm de tomar conta de Angola... acabarem a missão.
Não vai ser fácil, mas vocês vão conseguir...
- Vocês, não. Nós... que tu também és de cá.
Mais um abraço e era a arrancada. Quem viu... disse que Tozé chorava como uma criança e
que Domingos, no fundo, estava na mesma. O velho Maiato aceitara a separação com mais coragem.
A Guida, também, mas... o Domingos e o Tozé pareciam, efectivamente, duas crianças cujas lágrimas
impressionavam até a Conceição.
Quando o avião se perdeu nos ares, Domingos disse para Maiato que queria ir a Portugal. Não tarda-
ria muito.
- O que me prende aqui é muito... mas também começo a ter muito a prender-me lá.
A Guida deu-lhe um lenço. Viu-lhe as lágrimas e achava que as deveria enxugar...
Entendiam, porém, todos, que a pouco e pouco era algo de importante que partia com o Tozé. Era
algo de que Angola também precisava. Da sua vivacidade e do seu entusiasmo. De um filho que só
não tinha a cor dominante, mas que era tão angolano como os demais. De resto, Tozé vibrava com as
coisas de Angola como poucos. Eram dele as páginas de consolação que todos recebiam quando em
maré de mágoas e de frustrações.
Angola precisava, também naquela altura, de todos os seus filhos. Precisava de todos, sim. Dos que
ficavam e dos que partiam. Eram necessários para a reconstrução que não poderia tardar. E o curioso
é que todos, brancos ou negros, diziam entender isso. Compreendiam que Angola não seria nunca um
País de características próprias enquanto não tivesse juntos, e a remar para o mesmo lado, todos os
seus filhos.
QUANDO ATÉ UM JORNAL EXPLODE...
As forças vivas da terra não o entendiam assim. Mas, de facto, a partida de tantos milhares de pessoas
- importantes sob o ponto de vista do contributo que tinham dado à terra - era como que sangue que
se perdia. Desde há décadas que por ali viviam alguns dos que, agora, fazendo as malas, rumavam
para o país de origem.
A despeito dos números oficiais serem mais pequenos, a verdade é que eram várias as centenas de
milhar de pessoas que estavam a seguir para Portugal. Muitos regressavam... mas muitos outros
fugiam para um país de que não conhecia a contextura social, acabando por enfraquecer ainda mais
Angola, agora a viver em turbulência que não fazia augurar nada de bom. Bem ao contrário, eram
muitos os jornalistas que se interrogavam sobre que país é que se estava a construir, sem os elemen-
tos que, entretanto, iam saindo.
Já havia, de resto, notas evidentes de que a qualidade de vida da terra estava a deteriorar-se em
cada dia que passava. Um elevador avariado era certo e sabido que assim iria ficar, durante meses.
Um cano de água rebentado só por “milagre” apareceria arranjado. Os lixos nas ruas começavam a
acumular-se.
E, no entanto, o poder público português ainda estava em acção. O próprio governo - com ministros
dos três movimentos de libertação e representantes de Portugal - estava, com o alto comissário, nas
mãos de Portugal. Só que a saida maciça de pessoas obrigava a que os planos governativos, mesmo
 10 de Janeiro 2011 Coisas e loisas . 19

O fato usado do presidente Polícias espanholas

Três dias antes do Natal, assistia calmamente ao Telejornal
da RTP1 quando vi a grande notícia da noite. Entre os aten-
tados em Bagdade e as agências de rating, uma voz off anun-
cia o que as câmaras filmam: o presidente da maior empresa
pública portuguesa a levar dois saquinhos de papel com
roupa usada e um brinquedinho (usado) para uns caixotes de
cartão, cheios de coisas usadas para oferecer no Natal.
Fiquei comovida. Que imagem de boa pessoa, que gesto bo-
nito: pegar num fatinho usado do seu guarda-vestidos que
deve ter uns 200 e num pequeno brinquedo de peluche, e
depositar tudo no caixote de cartão para posteriormente ser
redistribuído?
À administração da empresa? Não, a notícia explica que é
para oferecer aos pobrezinhos, que estão a aumentar com a
crise.
A RTP, Telejornal à hora nobre, filma o comovente gesto. Em
off, o locutor explica o sentido dizendo que alguém vai ter no
sapatinho um fato de marca. Olhando para os sacos de papel,
percebe-se que esse alguém também receberá umas meias
usadas e talvez mesmo uma camisa de marca usada.
Primeiro, pensei que estava a dormir e um pesadelo me fizera
voltar ao tempo de Salazar, à RTP a preto e branco ou à série
da Rita Blanco «Conta-me como foi».
Mas não, eu estava acordada e a ver o presidente da EDP no
Telejornal da RTP 1 (podem ver o filme na net) posar sor-
ridente para as câmaras, a levar um saquinho a um caixote,
que não era de lixo, mas de oferta.
Por acaso, estava à porta da EDP a RTP a filmar o gesto. Iam
a passar e filmaram, certamente, porque para os pobres os
fatos em segunda mão de marca assentam como uma luva.
Um velhinho num lar de Vila Real vestido Rosa & Teixeira
sempre é outra coisa. Ou o homeless na sopa dos pobres com
Boss faz outra figura, ou o desempregado com Armani numa
entrevista do fundo de desemprego...
Mentalidade herdada do Estado Novo, foi a minha primeira
análise, teorizando imediatamente que os ricos em Portugal,
os que recebem prémios de milhões em empresas públicas
e ordenados escandalosos e que puseram o mundo e o país
posam como criminosas
Zita Seabra
No Diário de Notícias
para calendário
como se vê, são os mesmos com a mesma mentalidade sala-
zarenta. Mas nem é verdade, pois, mesmo nesse tempo, as
senhoras do regime organizavam enxovais novos nas aulas
de lavores do meu liceu para dar no Natal aos pobres que
iam nascer.
Tantos assessores de imprensa na EDP, tantos assessores na
Fundação EDP, milhões de euros gastos em geniais cam-
panhas de marketing, tantas cabeças inteligentes diariamente
pagas para vender a imagem do presidente da EDP, tudo pago
a preço de ouro, e não concebem nada melhor do que mandar
(!?) filmar, no espaço do Telejornal mais importante do país,
um gesto indigno, triste, lamentável, que envergonha quem
vê. Não têm vergonha? Não coraram? E a RTP que critérios
usa no Telejornal para incluir uma notícia?
Há uns meses escrevi ao presidente da EDP e telefonei-lhe
mesmo, a pedir ajuda da empresa para reparar a velha in-
stalação eléctrica, gasta pelo uso e pelo tempo, de uma in-
stituição, onde vivem 40 adultas cegas e com deficiências
e que têm um dos mais ricos patrimónios culturais do país.
A instituição recebeu meses depois a resposta: a Fundação O início de ano traz, já se sabe, calendários ousados. O que não
EDP esclarecia que esse pedido não se enquadrava nas suas se espera é que as protagonistas sejam agentes da polícia vestidas
atribuições. Agora percebi. Pedia-se fios eléctricos, quadros como sensuais criminosas. A “Visão” diz mesmo isso com todas
eléctricos novos e lâmpadas novas. Devia-se ter escrito ao as letras.
senhor presidente da maior empresa (pública) portuguesa, A ideia das agentes envolvidas, segundo o porta-voz da polícia de
com os maiores prémios de desempenho, cujo vencimento é Ponent, Catalunha, seria fazer um “presente original” para os cole-
superior ao do presidente dos Estados Unidos, para que ofe- gas, amigos e familiares. Mas o resultado foi uma enorme polémi-
recesse uma lâmpada em segunda mão, que ainda acendesse ca, com os sindicatos da polícia a classificarem o calendário como
e desse alguma luz. Talvez assim mandasse um dos seus uma “irresponsabilidade”.
motoristas, com um dos geniais assessores de imprensa e Como é da praxe, a cada mês corresponde uma fotografia, que neste
um dos fantásticos directores de marketing, avisar a RTP (a caso é de cada uma das agentes, simulando cenas de assalto, en-
quem pagamos uma taxa na factura da luz) para virem filmar vergando apenas roupa interior, botas de pele, máscaras e outros
a entrega da lâmpada num saquinho de papel. adereços. Entre os alvos dos “roubos” estão carros, jóias e obras
de arte.
2011 anuncia-se um ano duro para os portugueses e sê-lo- A iniciativa, fortemente criticada pelos colegas, é descrita ainda
á tanto mais quanto os responsáveis pelo estado a que se como um elogio do delito e uma forma de ridicularizar os agentes
chegou não saírem da nossa frente. da autoridade.

quando existentes, não tinha “braços” para a exe-

cução. E a deterioração do nível de vida era, assim,
uma constante.
A família Antunes mantinha-se, entretanto, indecisa.
Não era fácil deitar para trás das costas todo um
conjunto de hábitos e de costumes, como não seria
fácil deixar mesmo alguns bens que tinham, quer
próprios, quer de familiares que já tinham partido.
E eram muitos esses bens, sobretudo porque, com
papéis oficiais e tudo, vários elementos da família
tinham entregue aos dois um bom lote de proprie-
dades.
O Domingos, cada vez mais disposto a seguir para
Portugal, ainda que por pouco tempo, não seria a
solução para tomar conta das coisas, até porque
continuaria, possìvelmente, nas Forças Armadas de
Angola, com uma posição de sargento. Para isso,
fora já contactado por altos comandos de um dos
movimentos de libertação, aquele que, em Luanda,
mais aceitação tinha. Reconheciam que Domingos,
para mais comando entre os militares portugueses,
tinha algo a dar à sua terra.
Conceição não gostava de ver Domingos a encarar sequer a hipótese de continuar com a farda militar
vestida. Já tinham tido até várias conversas sobre o assunto e lá no íntimo acalentava a esperança de
que a ida a Portugal - anunciada, logo a seguir à partida de Tozé - lhe transformaria as ideias. Os pais
da jovem, componentes da agora chamada burguesia negra, já tinham dito, até, que não se importa-
vam mesmo nada se fossem obrigados, mercê das circunstâncias, a seguir para Portugal. Tudo seria
melhor, diziam, do que a actual indecisão e a forma com que as coisas estavam a correr em Angola.
No Jornal, as coisas seguiam no mesmo rame-rame. A Informação era quase controlada. Senão pelo
Governo - e a maior parte da Informação era estatizada - pelo menos por grupos algo poderosos que
se degladiavam na luta fratricidade que continuava a dilacerar Angola.
Um dia... acordou-se com a indicação de que, na noite anterior, e até madrugada, todos os membros
dos dois movimentos de libertação mais à direita - UNITA e FNLA - tinham sido corridos de Luanda.
Sucederam-se as “vozes” das metralhadoras e “bazookas” e as balas tracejantes romperam os céus da
capital. A operação foi de surpresa mas, aos poucos, todos foram tomando conhecimento, já que foi
das noites em que mais tiros se ouviram.
Nessa noite, um dos mais novos soldados que guardavam o Jornal, André, então com 16 anos, foi a
casa do Maiato. Vinha a tremer. Contava que todos os seus colegas já tinham saido do Jornal e que
lhe valeu não chegar às imediações fardado. De contrário, era bem capaz de não estar ali a contar
toda a história.
Maiato nem se lembrava de que toda aquela movimentação bélica se iria repercutir no Jornal, uma
vez que estava guardado pelos militares agora escorraçados de Luanda. Foi-se apercebendo de tudo e
pensando no que poderia fazer no dia seguinte, se encontrasse lá ou outros soldados de cor diferente
ou outros “patrões”.
Tentou afastar as ideias e foi tentando ajudar o André, que estava, de resto, cheio de fome.
Quando o rapaz, que só sabia matar, porque nunca outra coisa lhe ensinaram a fazer, estava a comer,
bateram à porta. André, a tremer de medo, foi esconder-se numa das dependências da casa. Domin-
gos, para mais fardado de comando, foi abrir a porta. Era Dido, um colaborador do jornal que se
encarregava da parte desportiva. Apesar de se dar bem com o Maiato e com o Tozé, nunca ali fora a
casa.
Perguntou pelo Maiato, que apareceu logo a seguir.
- Passei por aqui, para te dizer o que se está a passar por toda a cidade...

Efectivamente, era o descalabro. E em 1975, ano da independência, já nem haveria possibilidade de
fazer toda a colheita do café, já que o chefe do movimento de libertação com maior implantação no
sul já dissera que não deixava que os trabalhadores do sul fossem para o norte, para as fazendas do
café.
Conceição sabia disso tudo e acreditava que Domingos não era homem para se deixar entrar em todo
o esquema, que parecia preparado para “decapitar” ainda mais a máquina administrativa de Angola,
agora a ser deixada pelos portugueses que seguiam para Portugal.
Maiato disse que já sabia e estranhou o facto do Dido, que nunca estivera em sua casa, ter ali apareci-
do naquela noite.
- Vim... por que gostava de te informar do que se passava. Como sabes, eu estou bem enquadrado no
partido e consigo, às vezes, saber coisas que outros não sabem. E como uma pessoa avisada...
- Olha, Dido. Eu não preciso de ser avisado de nada. Eu sei, infelizmente, o que se está a passar por
toda a parte. E até sei que tu não vieste aqui para me avisar de nada...

O casamento dos dois estava, entretanto, a ser preparado. O Maiato dizia que uma das últimas coisas - ...eu não vim quê?!
que faria era seguir para Portugal - se seguisse - sem deixar o Domingos “arrumado”. E mesmo que
ele se decidisse por ir a Portugal, achava que o casamento deveria ser em Angola. - Não vieste avisar-me de nada. Tu vieste, afinal, espiar... (Continua)
 20 . Automobilismo
Ruben Faria ‘despenalizado’
Verdade dos factos foi finalmente reposta
Afinal não são só os pilotos em pista que cometem erros, pois
desta feita foi a vez da organização do Dakar o fazer, ao ‘penalizar’
erradamente o piloto português, atribuindo-lhe factos e creditando-
lhe tempo que não eram verdadeiros, como se veio a provar. Depois
de terem analisado os registos da especial a verdade desportiva foi
reposta pois o tempo de Ruben Faria foi corrigido depois dum erro
assumido pela organização que ditou uma informação errada, erro
esse que foi agora corrigido em comunicado, que transcrevemos
na íntegra.
“Contrariamente ao comunicado, Ruben Faria, piloto número 11,
não desceu na classificação devido a um erro seu mas sim a um erro
de cronometragem no ponto de reabastecimento de combustível,
onde os comissários da corrida o deixaram partir quatro minutos
cedo demais (e não 9m47s como foi anunciado ontem). O piloto
viu assim esses quatro minutos serem creditados ao seu tempo total.
Ruben Faria fica assim classificado na terceira posição da etapa a
3m10s do vencedor Hélder Rodrigues. Está classificado no quinto
posto da classificação geral a 33m54s do líder actual, Marc Coma.”
Para Ruben Faria este comunicado clarifica toda a ‘confusão’
instalada quando foi anunciado que tinha ganho a especial de forma
ilegal: “A organização repôs a verdade desportiva da especial e da
corrida. O erro foi deles e não meu como se poderia pensar após as
primeiras informações divulgadas. Sempre estive de consciência
tranquila, mas tal como todos os outros pilotos gosto de vencer
pelas minhas faculdades e não com ‘ajudas’ exteriores. Espero que
fique definitivamente esclarecida esta questão.”
Ruben Faria quer agora juntamente com Cyril Després pensar
na segunda semana da prova e nada mais. “Para mim é assunto
encerrado. A vitória foi entregue a quem de direito, que a mereceu
plenamente e agora vamos continuar a trabalhar com vista ao
objectivo que nos trouxe até esta prova...vencer o Dakar. E para isso
teremos que ser rápidos já amanhã, mesmo numa especial mais curta
do que originalmente estava agendado. O dia de amanhã terá pouco
mais de 270 quilómetros, ao contrário dos mais de 600 inicialmente
previstos, levando a caravana desde Arica até Antofagasta. Será um
dia mais curto, mas muito exigente, novamente com as dunas do
Atacama a ser em o condimento forte do dia de corrida.
Nasser Al-Attiyah
vence, Dakar ao rubro
Stéphane Peterhansel perdeu quase oito minutos
Apesar de ter perdido, quiçá definitivamente, o terceiro elemento
na luta pela vitória, o Dakar 2011 está absolutamente ao rubro nos
automóveis, com os dois primeiros classificados da geral, Carlos
Sainz (VW) e Nasser Al-Attiyah (VW), separados por apenas
1m22s. Quem se atrasou bastante no dia de hoje foi Stépahne
Peterhansel (BMW), que poderá ter dito adeus à vitória na prova,
obviamente, em condições normais, pois nos desportos motorizados
nunca se pode atribuir com 100 por centro de certeza a vitória a
qualquer piloto até ao último controlo, e muitas das vezes, até nas
verificações finais o vencedor muda...
Hoje foi a vez de Nasser Al-Attiyah (VW) vencer, o que fez pela
segunda vez neste Dakar, deixando o seu companheiro de equipa
Carlos Sainz a 1m20s e Giniel de Villiers (VW) a 2m56s. Na geral,
Al-Attiyah está agora somente a 1m22 do líder Sainz. Novamente
vítima de problemas com os pneus do seu BMW X3 CC, Stéphane
Peterhansel (BMW) perdeu 7m40s para o vencedor, caindo agora
para uma distância a 21m11s do líder Carlos Sainz.
10 de Janeiro 2011
Eis os seis finalistas do Carro do Ano/Troféu
Os jurados do Carro do Ano/Troféu Essilor Volante de Cristal
reuniram-se hoje para a primeira ronda de votação, que decidiu
quais os seis finalistas que passarão à fase final.
A primeira sessão de votação juntou hoje os 18 jurados para Paulo Alves – Carlos Moreira
decidir quais os seis modelos escolhidos de entre as 21 gamas de
automóveis concorrentes - naquela que foi uma das edições mais
concorridas de sempre - para seguirem para a próxima e decisiva
ronda de votação.
Assim, os seis modelos mais votados foram:
Citroën C3, Dacia Duster, Ford C-Max, Opel Meriva, Mitsubishi
ASX, Nissan Juke
Os jurados do Carro do Ano/Troféu Essilor Volante de Cristal
voltarão a reunir-se até ao final de janeiro para decidir qual o
vencedor do cobiçado troféu (e sucessor do Volkswagen Polo),
bem como os vencedores das diversas classes a concurso:
Utilitário do Ano, Familiar do Ano, Monovolume do Ano,
Carrinha do Ano, Desportivo do Ano, Executivo do Ano e TT
do Ano. Além destas, será ainda conhecido o galardoado do
Troféu Volante Verde, distinção que visa promover a mobilidade
sustentável em Portugal.
‘Chaleco’ Lopez vence, Helder Rodrigues
perde tempo na luta pelo pódio
No final dos 272 km da especial, o chileno tinha 2m21s de avanço
para Cyril Despres (KTM) e 3m45s para Marc Coma (KTM), que
desta forma permanece na frente da classificação, tendo visto a
sua margem para o francês da KTM, e atual segundo classificado,
diminuir em cerca de um minuto e meio. Nada de grave, portanto,
já que Coma tem ainda 7m24s para gerir sobre Despres.
Helder Rodrigues foi quarto classificado na etapa, perdendo quase
nove minutos para ‘Chaleco’ Lopez na luta pelo terceiro posto
da geral. Ruben Faria foi quinto, enquanto Paulo Gonçalves foi
oitavo, restando-lhe agora apenas rodar o mais possível na frente,
já que depois dos problemas elétricos da sexta etapa, caiu muito
na classificação, para lá do top 60. De qualquer forma, entrou na
história do Dakar, já que ao vencer a quinta etapa ao mesmo tempo
Na especial de Domingo, nas motos, foi a vez de Francisco ‘Chaleco’ que Stéphane Peterhansel fez o mesmo nos autos, colocaram a
Lopez (Aprilia) a estrear-se a vencer, o que fez pela quarta vez na BMW pela primeira vez na frente da classificação duma etapa nos
sua carreira no Dakar, a primeira nesta edição, reduzindo dessa autos e nas motos ao mesmo tempo.
forma a margem relativamente ao líder para 18m27s.
Se a moda pega em Portugal...
Uma prova como o Dakar causa sempre um pouco mais de ‘pressão’
entre o normalmente ‘apertado’ tráfego mais perto das grandes
cidades, como Buenos Aires e Córdoba, e as suas redondezas não
são exceção.
Se é verdade que na pista a solidariedade entre os concorrentes é
um facto, especialmente com os colegas acidentados, ao que parece,
pelo menos alguns dos concorrentes fazem orelhas moucas (neste
caso ‘olhos moucos’) às mais elementares regras de segurança na
estrada e para o provar, uma organização denominada Funam, (uma
fundação de Defesa do Ambiente, completamente contra a realização
de provas como o Dakar) foi para a estrada, no dia da ligação entre
Córdoba e San Miguel de Tucumán, fotografaram as ‘peripécias’
dos concorrentes e colocaram-nas na internet, provando que
alguns concorrentes “colocaram em perigo as populações locais” e
pretendem não só levar essas imagens a tribunal, como pressionar
as autoridades a atuar quando os concorrentes regressarem, a 14 de
janeiro, pelo mesmo percurso, tendo inclusive alertado para o facto
dos estrangeiros não estarem autorizados a sair do país sem pagar
as eventuais contravenções que sobre eles recaiam.
10 de Janeiro 2011 Mensagens . 21

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22 . Passatempos 10 de Janeiro 2011

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Mãe quer o filho de Ronaldo de volta. Seis meses após ter 21-3 A 20-4
anunciado ao mundo a sua paternidade, Cristiano Ronaldo vive atormentado Possível quebra no sector financeiro. Evite enervar-se
com a ideia de, a curto prazo, ter de batalhar pela guarda do bebé. demasiado com problemas pouco importantes.
Segundo a imprensa britânica, nomeadamente o Daily Mail e o Sunday Mirror,
o internacional português está a ser confrontado com o facto de a mãe da Touro
criança estar arrependida de ter cedido a sua custódia, garantido também o 21-4 A 20-5
seu anonimato, num acordo estabelecido em troca de mais de 11,6 milhões de Procure estar mais atento aos sinais que o seu organismo lhe
euros (perto de 15,5 milhões de dólares canadianos). envia. Todos os projectos profissinais estarão favorecidos.

A jovem estudante de 20 anos, de nacionalidade inglesa e com a qual o atleta

teve uma relação fugaz, já se predispôs a devolver o dinheiro de modo a Gémeos
recuperar os seus direitos. 21-5 A 20-6
«Ela liga-lhe constantemente de madrugada. Chora e implora para deixá-la ver Faça uma surpresa agradável a um familiar muito querido.
o filho. Sente como se tivesse vendido a sua alma. Tem uma vida de milionária, Evite desperdiçar dinheiro em coisas que não lhe fazem falta.
mas nunca poderá contar a verdade à família e amigos. Isso faz com que se
sinta incrivelmente sozinha», contou fonte próxima da rapariga.
Caranguejo
21-6 A 20-7
O seu esforço no trabalho poderá vir a ser recompensado. O seu
organismo poderá ressentir-se de uma dieta desequilibrada.

Sudoku Palavras Cruzadas Leão

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 21-7 A 20-8
3 5 4 1 É provável que se sinta indisposto. Evite falar com os seus
1 colegas sobre assuntos que não lhe dizem respeito.
1 9 8 2
3 Virgem
5 4 3 9
21-8 A 20-9
4 Esta semana vai conseguir colocar as ideias no lugar. Tome
8 conta da sua saúde e evite exceder-se. Cuide da sua mente.
5
6 5 4 7 6
Balança
5 7 21-9 A 20-10
Proteja as suas economias e não efectue gastos supérfluos. Na
8 saúde, cuidado porque poderão surgir problemas digestivos.
3 7 9 2
9
8 7 6 10 Escorpião
11 21-10 A 20-11
1 2 6 9 Semana sem grandes problemas ao nível da saúde. Uma
entrada de capital fará com que consiga pagar uma dívida.
11- Amuras; Rosa 11- Assada; Sisa Horizontais Verticais
10- Ri; Oráculos 10- Dialecto; Os 1- Rosto/Produzira; 1- Aposento de um religioso, no
9- Adorada 9- Dali; Ló 2- Preposição/Varanda estreita; convento/Enfadada; Sagitário
3- Estuda/Cem metros 2- Tornas menos difícil/Uma
8- In; Eirados 8- Usa; Taça; Ur
7- Rasas; Taco 7- Macro; Caro
quadrados (pl.); vogal (pl.); 21-11 A 20-12
Não se deixe intimidar por ameaças infundadas de um colega.
6- Crer; Alça 6- Azia; Idas
5- aras; Deito 5- Íris; Seara 4- Inutilizara/Grande 3- Espécie de palmeira do
4- Avaliar; Lã 4- Anulara; Ror
quantidade; Brasil (pl.); Colabore em atitudes familiares e pense mais na sua relação.
5- A menina-do-olho/Campo 4- Determinar o valor/Pêlo de
3- Uricanas 3- Lê; Ares
2- Amenizas; Is 2- Em; Varandim
semeado de cereais; certos animais;
Capricórnio
1- Cela; Amuada 1- Cara; Criara
VERTICAIS HORIZONTAIS 6- Sensação de azedume no 5- Altar cristão (pl.)/Estendo
Palavras Cruzadas estômago/Abaladas; horizontalmente (inv.); 21-12 A 20-1
7- Elemento de origem grega 6- Acreditar/Presilha; Período sem grandes problemas ao nível da saúde. A semana
5 3 8 9 4 6 2 7 1
que exprime a ideia de grande/ 7- Planas/Jogador de bilhar promete ser marcada por muito romantismo.
De preço elevado (inv.); (inv.) (fig.);
4 1 6 7 3 2 5 8 9 8- Emprega/Troféu/Antiga 8- Na moda (Adv.)/Terraços;
cidade da Caldeia; 9- Muito respeitada (fig.);
2 9 7 8 1 5 4 6 3
9- Daquele lugar (inv.)/Espécie 10- Graceja/Resposta dada
Aquário
8 2 1 6 5 7 9 3 4 de escumilha; por uma divindade a quem 21-1 A 20-2
10- Linguagem particular de consultava (pl.); Possíveis problemas ao nível ocular. Não se deixe abater por
uma região/Aqueles; uma discussão com o seu par. Está muito sensível.
7 4 3 2 9 1 8 5 6
11- Cabo náutico onde se
6 5 9 3 8 4 7 1 2 11- Queimada/Imposto de prendem as velas (pl.)/Mulher
transmissão; formosa (fig.);
Peixes
9 6 2 1 7 8 3 4 5
3 8 5 4 6 9 1 2 7
21-2 A 20-3
Seja mais compreensivo com a sua cara-metade. Cuidado com
1 7 4 5 2 3 6 9 8 Sudoku
os falsos amigos. Período favorável à concretização de negócios.

LEIA E DIVULGUE ABC

 10 de Janeiro 2011 Coisas e loisas . 23
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nosso corpo, aparecendo de preferência, na área da “barriga 607-2300. Ext. 470
da perna”, na zona posterior da coxa e nas áreas abdomi-
nais, mas podem aparecer em qualquer parte no nosso corpo.
Começam de repente, e por vezes também cessam de forma PRECISA-SE
súbita.

As caimbras aparecem como já referi em pessoas saudáveis, COZINHEIRA

quando se pratica exercício em excesso ou não estando pre- com alguma experiência
parado para realizar essa actividade desportiva, depois de ter precisa-se
comido e for fazer um exercício excessivo, nos dias muito
para Churrasqueira
quentes e húmidos, mas também pode acontecer quando
estamos durante muito tempo parados e quando estamos a a abrir em breve.
dormir, desencadeando o nosso acordar com sobressalto. Falar para
Normalmente, as caimbras são inofensivas, desaparecendo 416- 533 7272
quando passam os sintomas, mas se aparecem em pessoas
que fazem desportos aquáticos (Ski aquático, natação, mer-
gulho, etc.), ou em pessoas que fazem escalagem ou estão
em situações desportivas de risco, podem, caso ocorram du- PROFESSORA
rante essas actividades, provocar a morte. PARA PORTUGUÊS
Apontam-se como causas muitas, grande parte dos casos Anos 5, 6, 7,8
não se sabe o motivo (idiopáticas), outras devem-se a cau- Contactar Dália ou
sas metabólicas, hormonais, circulatórias, uso de certos Carlos
medicamentos, exposição a factores climatéricos, como por 416 828 7054
exemplo é o excessivo calor e a excessiva humidade, os
alongamentos e estiramentos insuficientes antes de praticar
exercício ou ir para a cama.
SALÃO PRECISA
Para evitar as caimbras deve antes de practicar exercício De
não comer fartas refeições assim como deve fazer exercícios
de estiramento e alongamento e deve usar vestes e calça- CABELEIREIRA
dos adequados à situação. Durante o exercício deve ingerir e Esteticista
soluções isotónicas, tomar Sódio, Potássio, Cálcio e Mag-
nésio, vitaminas de acordo com as necessidades, aminoáci- 647 232 6000
dos, se estiver cansado, descanse com as pernas elevadas e
massaje com um creme estimulante circulatório, nas pernas
antes do esforço ou antes da hora de se deitar, tome extracto

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de castanha da Índia ou hamamélis, cubra a parte do corpo
que costuma ter as caimbras, tente desintoxicar o seu sistema
físico fazendo um detox para tentar expelir o acido láctico,
hidrate o seu corpo faça banhos regulares usando extracto de
Alecrim e sal do mar morto que normaliza e regula a função SOLUTIONS
neuromuscular e não Esqueça: o Coenzima Q10, a levedu-
ra de cerveja, o magnésio e um multienergético, ingeridos
diáriamente, fazem a diferença.
E tenha em conta que Alma Sã em Corpo São têm um efeito O QUE É?
de Excepção.
Ah e já agora, a propósito ou mesmo sem ser a propósito... já
chegou o chamado tabaco de cheiro...
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TERMINA A ÉPOCA NATALÍCIA
Na Oakwood houve festa rija... com 7 Ranchos
a cantar os Reis
O Dia de Reis termina, de facto, o período das Festas Natalí-
cias. Decerto que muitos se lembram ainda da forma como
a festa – e sobretudo o Cantar dos Reis – se desenrolava em
muitas das regiões do nosso País de origem. A garridice dos
trajos. O apego a uma tradição que deve ter começado, de-
certo, logo a seguir à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus
que acabara de nascer.
De resto, a ideia e a tradição andam por aí em livros expli-
cativos.
O Cantar dos Reis constituiu uma das mais antigas tradições
populares do ciclo natalício. A 6 de Janeiro, os grupos popu-
lares – um pouco por toda a parte - invocavam os magos. No
frio da noite percorriam as ruas das cidades, vilas e, sobre-
tudo, aldeias, cantando às portas das casas. Sempre de noite,
porque “a estrela os guiou de noite...”, como se lê nos Livros
sagrados.
Entre nós, há mais de duas décadas, o “cantar de porta em
porta” – quase de porta em porta – começou com a Casa dos
Poveiros. Que se juntaram a um conjunto, o “Searas de Por-
tugal”, para levantar uma tradição. E que hoje já são segui-
dos por outros clubes e organizações. Como já o deixamos
dito por aí, nesta mesma edição.
Uma casa cheia. Com gente vinda de todos os lados. E que aprende o que é manter uma tradição.

O Rancho Estrelas do Norte também lá esteve. E agradou. De resto, foi o primeiro que a reportagem Uma casa repleta. Quase a não caber lá mais ninguém. E o entusiasmo foi, de facto, grande.
ABC encontrou. E interessante de ver.

“Rei” Jack Carvalho

O Rei do “Cantares dos Reis” parece chamar-se Jack Carv-
alho. Durante o intervalo dos muitos grupos que passaram
pelo 352 da Oakwood Avenue, em Toronto, ouvimos dizer
a alguns clientes que apreciavam o espectáculo. E os mem-
bros dos ranchos, também, claro. Na verdade, o próprio Jack
Carvalho disse, perante uma sala cheia, que a memória lhe
diz que, na comunidade, foi ele próprio a começar com esta
linda tradição de “cantar os Reis” entre nós anos atrás. Isto
no que toca a levá-los a casas comerciais.

Onde é que se podem encontrar ranchos da (1) Casa dos

Poveiros, (2) Casa da Madeira, (3) Rancho Estrelas do Norte,
(4) Casa das Beiras, (5) Associação do Minho, (6) Arsenal Aqui era o Rancho da Casa da Madeira. Crianças. A festa tembém é das crianças.
do Minho, e (7) Os Amigos do Minho... todos no mesmo
local no mesmo dia? Talvez num festival de Ranchos, num
aniversario de um clube, na Parada FERMA, as respostas
podem ate ser muitas. ...E se estes ranchos só estivessem lá
para cantares tradicionais das “janeiras” ou “dos Reis”? Aí
a escolha da resposta já era mais restrita, e por isso a escolha
do antetítulo.

Jack deixou-nos escapar um segredo... que 2011 pode traz-

er... está a cozinhar algo de novo para a comunidade e disse-
nos que vai acontecer no coração da comunidade... O que
é que vai acontecer? A resposta foi só um sorriso. Mas
voltando ao que se estava a escrever, no Sábado dia 8 de
Janeiro, na Oakwood, passou-se uma noite muito agradável,
com som controlado por Florival Jose, quem la esteve pode
testemunhar... O Rei do Cantares dos Reis pode mesmo
chamar-se Jack Carvalho. Um sorriso bonito. A ver tudo e a apreciar. Até ele gostou. Sim, até o Jack gostou.