Neste tópico autor sustenta, que modelo de investigação antropológica, não
mostram a realidade dos fatos, de modo que deram origem a comparações multiplamente viciadas. Salienta ainda que por conta dos interesses colonialistas que serviam de pano de fundo à investigação antropológica e o etnocentrismo científico-cultural que, por via deles outros fatores, deram origem a comparações multiplamente viciadas. De modo apontou dois vícios principais, um onde as sociedades tradicionais não eram analisadas em seus próprios termos e em função dos seus interesses, mas em termos e em função da sociedade metropolitana. Já no segundo vício principal, afirma o autor se referir apenas a validade empírica do conhecimento antropológico ético do estudo dominante e nesta área que estão as comparações falsas, os cientistas sociais tinham uma visão distorcida das sociedades metropolitanas que acabou por contaminar e falsear todo o trabalho comparativo. O autor cita J. v. Velsen (1969) uma das vozes mais arrebatadoras sobre o assunto, afirma que os antropólogos ingleses a partir de noções estereotipadas e idealizadas do direito britânico realizaram um comparativo entre o direito africano e o direito britânico, onde o resultado não pode ser crível, sendo que para Van Velsen esta comparação só parcialmente é válida. Desse modo, o resultado da pesquisa traz uma realidade distorcida, que acabou por se repercutir nas categorias analíticas usadas e nos resultados da comparação, pois, por desconhecer as imensas diferenças sociais, econômicas e políticas entre as sociedades europeias e as africanas. Também conta que o resultado do estudo, quando aplicado para estabelecer um modelo de atuação jurisdicional acaba por ser falha pois não exprimir a realidade do sistema africano. e conclui dizendo que o erro cometido no caso em comento, evitou que seu estudo fosse nessa linha.
Os discursos do direito na sociedade capitalista; prolegomena de uma
teoria Sustenta o Autor que mais importante, que a oposição de especulações filosóficas idealistas é o contributo que as variações constatadas podem dar ao enriquecimento analítico da teoria sociológica da retórica jurídica. Lembra ainda que diversos autores têm chamado a atenção para a ambiguidade do direito como instância de dominação na sociedade capitalista, permite desde já concluir que a "ambiguidade" do direito é apenas leitura superficial da complexidade funcional estrutural da tríplice dimensão retórica, burocrática e coercitiva da instância jurídica estatal da sociedade capitalista. Defende ainda o autor, que a teoria marxista está, em seu ponto de vista em melhores condições para dar cobertura ao vasto campo analítico mapeado em seu trabalho, não sendo menos verdade que, para que tal suceda, é necessário que ela afronte deficiências, aqui sugeridas, com raízes históricas muito fundas. A teorização das covariações entre os fatores da produção jurídica Afirma que objetivo do presente capítulo foi o de fornecer uma explicação para a correlação estabelecida em seu trabalho, tendo em conta que os diferentes fatores que a constituem têm raízes históricas seio da sociedade capitalista.
A análise funcional intrafatorial A caracterização política da prática
retórica Nesse tópico, autor se propõe a analisar sincronizadamente os vários fatores, no que constitui a preocupação central deste texto, a retórica jurídica. Lembra que as questões das desigualdades transcendem em muito o domínio da retórica jurídica e põe-se no nível da retórica geral, sobretudo numa época em que os meios da comunicação social monopolizam os recursos de maior potencial persuasivo. Sob a mesma perspectiva deverão ser analisados os elementos constitutivos do discurso retórico, incidindo nas identidades socioeconômicas dos participantes, discorrendo sobre sua metodologia de estudo, exemplificando os dilemas e soluções sobre os fatores que influenciam a pesquisa. Adverte que uma das ideias centrais deste capítulo é que, no Estado de direito da sociedade capitalista, o Estado não é só de direito e o direito não é só do Estado. A interpretação das estruturas sociais. A oralidade e a escrita jurídicas Neste tópico o Autor, se dedica a elucidação teórica do funcionamento interno de cada um dos fatores ou dimensões que constituem o direito do estado capitalista, ilustrando os vários percursos analíticos no domínio da dimensão retórica, dando particular atenção à questão da caracterização política da prática retórica.