Você está na página 1de 92

APOSTILA

Projeto Bravo Jovem

Nível II

1
Sumario

1. Hino Nacional ...................................................................... 6

2. Hino de Cabreúva ............................................................... 7

3. História do Bombeiro ......................................................... 8


3.1. Fato mitológico .....................................................................................................9
3.2.Fato comprovado ..................................................................................................9

4. Disciplina e Hierarquia....................................................... 9

5. Atendimento pré-hospitalar ............................................ 10

6. Primeiros Socorros............................................................ 11
6.1. Omissão de Socorro ............................................................................................11
6.2. Imperícia .............................................................................................................12
6.3. Imprudência .......................................................................................................12
6.4. Negligência ........................................................................................................12

7. Código Q ........................................................................... 13
7.1. Principais Códigos ..............................................................................................13
7.2. Código Fonético Internacional ..........................................................................14

8. Normas Regulamentadoras .............................................. 15


8.1. NRs Utilizadas no Bombeiro ..............................................................................15

2
9. Prevenção e Combate a Incêndio (PCI) .......................... 19
9.1. Química do Fogo ................................................................................................20
9.2. Formas de Combustão .......................................................................................21
9.3. Classes de Incêndio ............................................................................................23
9.4. Propagação do Fogo ...........................................................................................24

9.5. Pontos de Temperatura ......................................................................................25


9.6. Fases do Fogo .....................................................................................................26
9.7. Fase Inicial ..........................................................................................................26
9.8. Queima Livre ......................................................................................................27
9.9. Flash Over ..........................................................................................................28

9.10. Queima Lenta ...........................................................................................28


9.11. Backdraft ..................................................................................................29
9.12. Classificação dos Incêndios Quanto a Proporção ....................................30
9.13. Métodos de Extinção do Fogo .................................................................31
9.14. Equipamentos de Combate ao Fogo .......................................................32

9.15. Equipamentos de Proteção Individual ....................................................33


9.16. Equipamentos de Proteção Coletiva .......................................................34
9.17. Meios de Alerta .......................................................................................35
9.18. Fases de Combate ao Fogo ....................................................................36
9.19. Acessórios ...............................................................................................37

9.20. Incêndios Florestais ................................................................................38


9.21. Partes do Incêndio ...................................................................................39
9.22. Tipos de Combustíveis ............................................................................40
9.23. Fatores de Propagação ............................................................................40
9.24. Classificação dos Incêndios ....................................................................41

9.25. Métodos de Combate à Incêndios Florestais ..........................................42


9.26. Ataque Indireto .......................................................................................42
9.27. Fogo de Encontro ....................................................................................43
9.28. Rescaldo ..................................................................................................44

3
10. Anatomia ................................................................... 45
10.1. O que é Anatomia ...................................................................................45

10.2. Os Sistemas do Corpo Humano .............................................................45


10.2.1. Sistema Reprodutor ...................................................................46
10.2.2. Sistema Urinário ........................................................................46
10.2.3. Sistema Excretor ........................................................................47
10.2.4. Sistema Imunológico .................................................................47

10.2.5. Sistema Linfático .......................................................................48


10.2.6. Sistema Digestório.....................................................................48
10.2.7. Sistema Endócrino .....................................................................49
10.2.8. Sistema Nervoso ........................................................................49
10.2.9. Sistema Muscular ......................................................................50

10.2.10. Sistema Tegumentar .........................................................50


10.2.11. Sistema Sensorial .............................................................51
10.2.12. Sistema Respiratório.........................................................51
10.2.13. Sistema Cardiovascular ....................................................53
10.2.14. Tipos de Circulação ..........................................................55

10.2.15. Sistema Esquelético .............................................................. 56

10.3. Divisão do Corpo Humano .......................................................................... 56


10.3.1. Cabeça .......................................................................................56
10.3.2. Face............................................................................................56
10.3.3. Ouvido .......................................................................................57
10.3.4. Pescoço ......................................................................................57
10.3.5. Tronco (Tórax, Abdome e Pelve).................................................. 57

10.3.6. Membros Superiores ..................................................................58


10.3.7. Membros Inferiores ...................................................................59

4
11. Atendimento Pré-Hospitalar (APH) ....................... 61
11.1. Vertigem e Desmaio ................................................................................62
11.2. Sangramento Nasal- Epistaxe ..................................................................63
11.3. Asfixia ......................................................................................................65
11.4. Hemorragia ..............................................................................................66
11.5. Ferimentos ....................................................................................................... 68

11.6. Fraturas ....................................................................................................70


11.6.1. Fratura Exposta .........................................................................71
11.6.2. Vítima Consciente ....................................................................72
11.6.3. Vítima Inconsciente ..................................................................72

11.7. Entorse, Luxação e Contusão ...................................................................73


11.8. Queimaduras ............................................................................................75
11.8.1. Queimaduras de 1º Grau ...........................................................76
11.8.2. Queimaduras de 2º Grau ...........................................................76
11.8.3. Queimaduras de 3º Grau ...........................................................77
11.8.4. Queimaduras de 4º Grau ...........................................................78

11.9. Convulsão ................................................................................................79


11.10. Parada Cardiorrespiratória (PCR) ............................................................81
11.11. Estabilização Manual da Cabeça .................................................................. 85
11.12. Aplicação do Colar Cervical ....................................................................88
11.13. Rolamento ........................................................................................................ 89
11.14. Levantamento .................................................................................................. 91

TELEFONES ÚTEIS
Serviço de Atendimento móvel de urgência SAMU 192
Bombeiros – Resgate 193
Polícia Civil 190
Coordenador responsável Projeto Bravo Jovem (11)99521 0088
Hospital São Vicente de Paula (Emergência) (11)4583 8155
Hospital Santa Casa de Cabreúva (Emergência) (11)4528 1444
(11)4528 1332
(11)4528 4797

5
HINO NACIONAL

I II

Ouviram do Ipiranga as margens Deitado eternamente em berço


plácidas esplêndido
De um povo heroico o brado retumbante Ao som do mar e à luz do céu profundo
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos Fulguras, ó Brasil, florão da América
Brilhou no céu da pátria nesse instante Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra, mais garrida


Conseguimos conquistar com braço Teus risonhos, lindos campos têm mais
forte flores
Em teu seio, ó liberdade Nossos bosques têm mais vida
Desafia o nosso peito a própria morte! Nossa vida no teu seio mais amores

Ó Pátria amada Ó Pátria amada


Idolatrada Idolatrada
Salve! Salve! Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio Brasil, de amor eterno seja símbolo


vívido O lábaro que ostentas estrelado
De amor e de esperança à terra desce E diga o verde-louro dessa flâmula
Se em teu formoso céu, risonho e Paz no futuro e glória no passado
límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece Mas, se ergues da justiça a clava forte
Verás que um filho teu não foge à luta
Gigante pela própria natureza Nem teme, quem te adora, a própria
És belo, és forte, impávido colosso morte
E o teu futuro espelha essa grandeza
Terra adorada
Terra adorada Entre outras mil
Entre outras mil És tu, Brasil
És tu, Brasil Ó Pátria amada!
Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil
Dos filhos deste solo és mãe gentil Pátria amada
Pátria amada Brasil!
Brasil!

6
HINO DE CABREÚVA

Cabreúva Cabreúva
Que entre verdes montanhas Que entre verdes montanhas
Se ergues tão amiga Se ergues tão amiga
Teu luar, de um branco prateado Teu luar, de um branco prateado
Os corações intriga Os corações intriga
És a vida És a vida
E para os que te amam E para os que te amam
És a felicidade És a felicidade
Terra de amor e amizade Terra de amor e amizade
Quem deixa o teu seio Quem deixa o teu seio
Só pode levar saudade Só pode levar saudade

Onde o sol no poente Onde o sol no poente


Deixa vermelho o céu de anil Deixa vermelho o céu de anil
P'ra enfeitar um pedaço P'ra enfeitar um pedaço
De São Paulo e do Brasil De São Paulo e do Brasil
Isto é Cabreúva Isto é Cabreúva
Aonde eu vivi Aonde eu vivi
Meus dias mais felizes Meus dias mais felizes
E minhas mágoas esqueci E minhas mágoas esqueci

Onde o sol no poente Onde o sol no poente


Deixa vermelho o céu de anil Deixa vermelho o céu de anil
P'ra enfeitar um pedaço P'ra enfeitar um pedaço
De São Paulo e do Brasil De São Paulo e do Brasil
Isto é Cabreúva Isto é Cabreúva
Aonde eu vivi Aonde eu vivi
Meus dias mais felizes Meus dias mais felizes
E minhas mágoas esqueci E minhas mágoas esqueci

7
História do bombeiro
Aplaudidos em todos os desfiles e em muitas situações no dia-dia, os homens do
Corpo de Bombeiros são vistos como “heróis” pela população, aqueles nos quais se
pode contar, a qualquer hora, em situações de perigo e desespero. Em quase todos os
Estados brasileiros, eles estão ligados a Polícia Militar, e seu comandante é subordinado
ao comandante geral da PM, que, por sua vez, recebe ordens do governador do Estado.
Somente nos Estados do Rio de Janeiro, Alagoas e Brasília, o Corpo de Bombeiros é
uma instituição independente e separada da Polícia Militar, subordinada apenas ao
governo estadual.
O sonho de muitos garotos e garotas é tornar-se bombeiros para ajudar a salvar
pessoas. Mas não é uma missão nada fácil, e exige forma física, habilidade, muito
treinamento, empenho e trabalho duro para estar preparado para o dia-a-dia, enfrentar
situações de tensão onde terá que manter a calma mesmo diante de tragédias e mortes.
O Corpo de Bombeiros mantém plantão 24h horas. Afinal, nunca se sabe em que
momento o trabalho deles será necessário e a que hora alguém ligará para a emergência.
E quando isso acontecer, os “anjos do fogo”, às pressas, com sirenes ligadas, na
tentativa de chegar o mais rápido possível e salvar vidas.
A origem da criação dos bombeiros teve início na pré-história, provavelmente no
ano 27 a.C.
A primeira organização de combate ao fogo foi fundada na antiga Roma, em 27
a.C., pelo Primeiro Imperador Romano, cujo nome era Caio Júlio César Octávio
Augusto, a que lhe deu o nome de “VIGILLES”. Essa organização ou corporação tinha
como finalidade patrulhar todas as ruas da cidade, a fim de manter a ordem e impedir a
origem de qualquer incêndio. Dada a escassez de meios, essa corporação tinha muitas
dificuldades para extinguir alguns incêndios, especialmente aqueles de grandes
proporções, e de difíceis acessos.
Para tentar solucionar este grave problema, foi criada uma Lei no ano de 872 em
Oxford, cidade histórica da Inglaterra, que tinha como finalidade a criação de um toque
de alerta, em que ele era acionado sempre que houvesse qualquer início de incêndio.
Esse toque foi criado por Guilhermo, tendo o cognome de “O Conquistador”. Quando
soava esse toque em toda a Inglaterra, os bombeiros estavam preparados para apagar
algum incêndio ou poderia também ser para por ordem em algum desacato que pudesse
acontecer na cidade. No ano de 1666, existiam na Inglaterra “Brigadas de Seguros
Contra Incêndio”, que eram compostas por diversas companhias de Seguros.
No ano de 1666, ouve um grande incêndio em Londres, que foi considerado uma
das maiores catástrofes na Inglaterra. Esse incêndio teve o seu início no dia 2 de
setembro, e só foi extinto no dia 5 de setembro de 1666. Destruiu uma parte da cidade,
causando imensos prejuízos, tendo ficado milhares de pessoas desabrigadas. Antes desta
catástrofe, Londres não tinha nenhum sistema de proteção contra o fogo. Depois do
incêndio as Companhias de Seguros, uniram-se e começaram a formar brigadas
particulares especializados para protegerem as propriedades dos seus segurados.

8
Fato mitológico:
Conforme a mitologia grega, o herói e semideus Prometeus, um dos Titãs, irmão
de Atlas, roubou o fogo do domínio dos deuses e entregou-o aos homens, sendo assim
punido pelo deus maior Zeus, que o condenou a ser atado a uma rocha, onde ficaria
exposto aos ataques diários de um abutre que lhe devoraria eternamente o fígado, único
órgão do corpo humano que, como todos sabemos, se regenera continuamente, tendo em
consequência então, o herói recebido um castigo teoricamente interminável. Como
consequência para os mortais conforme a lenda, hoje em dia, por castigo, o fogo escapa
do domínio humano e transformando-se no monstro dos incêndios, ceifa centenas de
vidas e causa prejuízos imensos.
Fato comprovado:
500.00 a.C. O ser humanoide já utilizava o fogo, quando encontrado na
natureza, para proteger-se de animais e/ou esquentar e iluminar suas cavernas; ainda não
o produziam, mas conhecia seu poder;
130.000 a.C. Conservação e culto ao fogo;
10.00 a.C. Invenção dos primeiros equipamentos de ignição: isqueiro rudimentar
(pedra de centelha), produção de fogo e chamas (tipo broca e fricção);
1.700 a.C. O Imperador Hamurabi, da Babilônia, criou as primeiras regras de
convivência comunitária que foram registradas pela história do mundo, o famoso
Código de Hamurabi, onde, entre elas, estavam inseridas também as principais normas
de prevenção contra incêndios.
850 a.C. Mesopotâmia- Primeira representação pictórica de um combate a
incêndio: Alto-relevo em alabastro;
564 a.C. China- Registro escrito do que se pode dizer que foi o primeiro
agrupamento de bombeiros civis oficialmente instalado.

Disciplina e Hierarquia

Disciplina é a obediência ao conjunto de regras e normas que são


estabelecidos por determinado grupo. Também pode se referir ao cumprimento de
responsabilidades específicas de cada pessoa.
Hierarquia trabalha com a disciplina. Hierarquia é a ordenada distribuição
dos poderes com subordinação sucessiva de uns aos outros, é uma série contínua de
graus ou escalões, em ordem crescente ou decrescente, podendo-se estabelecer tanto
uma hierarquia social, uma hierarquia urbana, militar, eclesiástica etc.

9
Marinha Exército

Aeronáutica Polícia Militar

Atendimento pré-hospitar

O serviço de atendimento pré-hospitalar é um conjunto de ações médicas de


emergência, realizada por uma equipe fora do ambiente hospitalar. Por ter suas ações
mais concentradas em urgências e emergências, esse tipo de atendimento geralmente é
feito a pacientes que apresentam vários tipos de distúrbios sendo clínicos (neurológicos,
cardíacos, psiquiátricos etc.) ou traumáticos (acidentes automobilísticos, quedas,
agressões etc.).
Durante o atendimento pré-hospitalar o paciente é avaliado, estabilizado
clinicamente e após feito um pré-diagnostico é encaminhado para o hospital para ser
realizado as intervenções necessárias. O atendimento pré-hospitalar, ou APH como
também é chamado, adota o método stay and play, no qual toda a equipe de socorristas,
médicos e enfermeiros é treinada e capacitada para tais situações.

10
Primeiros Socorros

O atendimento de primeiros socorros, ou como também conhecido, suporte


básico de vida, desde que oferecido em pequeno espaço de tempo, aumenta
significativamente a chance de sobrevida de uma vítima. Para tal, fazem-se
necessárias pessoas com conhecimentos específicos a fim de evitar sequelas ou, no
mínimo, a morte da vítima.

Omissão de socorro
Omissão de Socorro é um dos crimes previstos no Código Penal brasileiro, em
seu art. 135. É o exemplo clássico do crime omissivo. Deixar de prestar socorro a quem
não tenha condições de socorrer a si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública
que o possa fazê-lo, quando possível, é crime.

Atribuições e responsabilidades do Socorrista


Devido à frequência e gravidade de muitos acidentes, o papel do socorrista é
extremamente importante. Na prestação de cuidados a um sinistrado, a responsabilidade
de um socorrista consiste em: • Avaliar a situação sem pôr em risco a sua vida; •
Identificar a doença ou o estado da vítima (diagnostico); • Prestar socorro imediato e
adequado, sem esquecer que um sinistrado pode ter mais de uma lesão e que alguns
exigem atenção mais urgente que outros; • Providenciar, sem demora, o transporte dum
sinistrado para um consultório, para o hospital ou para casa, de acordo com a gravidade
do seu estado.

Para ser um Socorrista é preciso aprender a lidar com o público


Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais.
Você deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos,
supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento
presente. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Socorrista e,
dependendo da situação, atuar de modo profissional pode ser muito difícil.

A responsabilidade do socorrista
Devido à frequência e gravidade de muitos acidentes, o papel do socorrista é
extremamente importante. Na prestação de cuidados a um sinistrado, a responsabilidade
de um socorrista consiste em:
• Avaliar a situação sem pôr em risco a sua vida;
• Identificar a doença ou o estado da vítima (diagnostico);

11
• Prestar socorro imediato e adequado, sem esquecer que um sinistrado pode ter
mais de uma lesão e que alguns exigem atenção mais urgente que outros;
• Providenciar, sem demora, o transporte de um sinistrado para um consultório,
para o hospital ou para casa, de acordo com a gravidade do seu estado.
Imperícia
Ausência de experiência e de prática que são necessárias para o desenvolvimento
de determinadas atividades, sendo que a falta destas responsabiliza o agente por
possíveis prejuízos e/ou por ações ilegais.
Sinônimos de Imperícia
Imperícia é sinônimo
de: inabilidade, inaptidão, incapacidade, incompetência, inexperiência

Imprudência
Sem prudência; ausência de cautela: não dirija bêbado, isso seria uma
imprudência. Comportamento, ação ou discurso da pessoa imprudente. Particularidade
ou característica de imprudente. Ação que se opõe ao que é prudente: o motorista
cometeu imprudências. [Jurídico] Ação irresponsável; falta de observação àquilo que
poderia evitar um mal. Etimologia (origem da palavra imprudência). Do latim
imprudentia.ae.
Sinônimos de Imprudência
Imprudência é sinônimo de: precipitação, pressa, atrapalhação, azáfama, açodamento

Negligência
Falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse, de atenção. Em que há
descuido, displicência, desatenção, desleixo, desmazelo ou preguiça. Ausência de
motivação, de disposição, de interesse e de vigor; indolência.[jurídico] Falta não
intencional da pessoa que se omitiu no cumprimento de um ato que lhe foi atribuído.
Etimologia (origem da palavra negligência). Do latim negligentia.ae.
Sinônimos de Negligência
Negligência é sinônimo
de: preguiça, incúria, inadvertência, imprevidência, descuido, desmazelo,desleixo, desat
enção, displicência, indolência

12
Código Q
Principais Códigos

• Q.A.P: na escuta • Q.S.L: entendido

• Q.A.R: desligar • Q.S.M: está ouvindo

• Q.R.N: interferência • Q.S.O: comunicado aviso

• Q.R.A: nome do operador • Q.S.P: fazer ponte

• Q.R.L: estou ocupado • Q.T.C: mensagem

• Q.R.M: interferência humana • Q.T.H: endereço

• Q.R.Q: transmita mais depressa • Q.T.R: horário exato

• Q.R.S: transmita mais devagar • Q.T.U: horário

• Q.R.T: fora do ar • Q.T.A: última forma

• Q.R.U: ocorrência • Q.T.O: banheiro

• Q.R.V: as suas ordens • Q.S.V: viatura

• Q.R.X: aguarde • Q.S.D: motorista

• Q.R.Z: fale quem chamou • Q.S.J: dinheiro

• Q.S.A: como está recebendo • T.K.S: obrigado

13
Código Fonético Internacional

• A: Alfa • N: November

• B: Bravo • O: Oscar

• C: Charlie • P: Papa

• D: Delta • Q: Quebec

• E: Echo • R: Romeu

• F: Fox • S: Sierra

• G: Golf • T: Tango

• H: Hotel • U: Uniform

• I: Índia • V: Victor

• J: Juliet • W: Whiskey

• K: Kilo • X: X-Ray

• L: Lima • Y: Yankee

• M: Mike • Z: Zulu

• 1: Primeiro • 0: Nulo / Negativo

• 2: Segundo

• 3: Terceiro

• 4: Quarto

• 5: Quinto

• 6: Sexto

• 7: Sétimo

• 8: Oitavo

• 9: Nono

14
Normas
Regulamentadoras

Introdução

Normas relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância


obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente.
Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de
suas obrigações com a segurança do trabalho.

NRs Utilizadas no Bombeiro

NR 1 - Disposições Gerais
o Apresenta os deveres do empregador e do empregado para garantir o
cumprimento da lei.

15
NR 2 - Inspeção Prévia
o Apresenta a obrigação de uma instalação nova, solicitar aprovação do
órgão regional do MTB, que emitirá o Certificado de Aprovação de
Instalações (CAI).

NR 3 - Embargo ou Interdição
o Apresenta as medidas de urgência adotadas pelo governo a partir da
constatação de perigo iminente aos trabalhadores, moradores próximos
ou ao terreno. A interdição será feita sempre que houver comércio ou
trabalho maquinario no local. O embargo será feito sempre que houver
uma obra irregular. Durante o embargo ou interdição, os empregados
devem receber o salário como seu estivessem atuando seus serviços.

NR 6 - Equipamentos de Proteção
Individual
o Apresenta o procedimento de usar Equipamentos de Proteção Individual
em áreas de risco. Tais quais são destinados à proteção de riscos
suscetivéis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho
o As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados
equipamentos de proteção individual, destinados a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador.
o O EPI deve ser entregue gratuitamente, e a entrega deverá ser registrada.
o Todo equipamento deve ter o CA (Certificado de Aprovação) do
Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa que importa EPIs
também deverá ser registrada junto ao Departamento de Segurança e
Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo
administrativo.

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais
o Apresenta a obrigação de reconhecimento e elaboração do terreno onde
será realizado empregadoria de trabalhadores em busca de anomalias ou
possíveis riscos ambientais.

16
NR 17 – Ergonomia
o Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas do homem.
Máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema,
informações, processamento, tomada de decisões, organização, tudo isso
gera consequências no trabalhador, e devem ser avaliados, e se
necessário, reorganizado.
o Observe-se que as LER – Lesões por Esforços Repetitivos, e as
denominadas DORT – Doença Osteomuscular, relacionada ao trabalho
constituem o principal grupo de problemas à saúde, reconhecidos pela
sua relação laboral.
o O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante
hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

NR 19 – Explosivos
o Apresenta formas de controlar possivéis situações de risco causadas por
explosivos, como controlar a quantidade máxima de explosivos
fabricadas por dita empresa, exigir permissão do exército para fabricar
tais explosivos e não permitir que dita empresa seja construida próxima
de outras edificações.

NR 20 - Líquidos Combustíveis e
Inflamáveis
o Apresenta os requisitos mínimos de pessoas que exercem alguma função
na àrea da saúde contra os fatores de risco das atividades de extração,
produção, armazenamento, transferencia, manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis.

NR 23 - Proteção contra Incêndios


o Apresenta a obrigatoriedade de empresas e estabelecimentos de possuir
saídas de emêrgencia proporcionais ao número de trabalhadores e
visitantes estimados, equipamentos de combate à incêndio e pessoas
aptas a manusear tais equipamentos e exercer funções de combate ao
incêndio e resgate.
o Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para
retirada de pessoal em serviço e/ou público; pessoal treinado e
equipamentos.

17
o Todas as questões relacionadas a incêndios devem ser resolvidas
observando as legislações estaduais do Corpo de Bombeiros.

NR 26 - Sinalização de Segurança
o Apresenta a adotação de sete cores para segurança em estabelecimentos
ou locais de trabalhos, à fim de indicar e advertir os riscos existentes no
local.

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho


em Espaços Confinados
o Apresenta os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o
reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem
direta ou indiretamente nestes espaços.
o Entende-se por espaço confinado qualquer área não projetada para ocupação
humana, que tenha meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação seja
insuficiente para remover os contaminantes, que possa existir enriquecimento ou
insuficiência de oxigênio exigido para uma respiração natural.

NR 35 – Trabalho em Altura
o Apresenta os requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura,
envolvendo planejamento, a organização e a execução, treinamento de
funcionários, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

18
Prevenção e Combate à
Incêndio (PCI)

19
Química do fogo
Fogo: O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da
natureza quimica e fisica do fogo. Para efeito didatico, adota-se o tetraedro (quatro
faces) para exemplificar e explicar a combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos
elementos essenciais da combustão.

Calor: Faz com que o material combustivel, seja ele qual for, ao se aquecer libere gases
(vapores) suficientes para o início do fogo.

Comburente: É o elemento (oxigênio) que dá vida às chamas, alimentando o fogo e


intensificando a combustão. A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de
nitrogênio e 1% de outros gases. Quando a porcentagem de oxigênio contido no ar do
ambiente atinge concentração menor que 8% não há combustão. Ou seja, sem oxigênio
suficiente, não há fogo.

Combustivel: É todo material capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento


que serve de campo de propagação ao fogo, podendo ser sólido, líquido ou gasoso.

Sólidos: Carvão, madeira, borracha, tecidos, pólvora, plástico etc.

Liquidos: Gasolina, etanol, éter, álcool, óleo etc.

Gasosos: Metano, GLP, etano, etilenol, propano etc.

20
Reação em cadeia: É o processo em que o calor gerado pelo fogo aquece o
combustivel, fazendo-o desprender gases e vapores que ao incendiar-se geram mais
calor, produzindo mais gases.

Questões:
1) Qual a porcentagem mínima de oxigênio em um ambiente para que haja
uma combustão?
2) É possível que haja um incêndio sem algum dos três elementos básicos
do tetraedro do fogo? Quais são eles?

Formas de combustão
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em:

Completa; Incompleta; Espontânea; Explosão

Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e


o combustivel; o calor entra no processo para decompor o combustível. A velocidade da
combustão variará de acordo com a porcentagem do oxigênio no ambiente e as
características físicas e químicas do combustível.

Combustão Completa:

É aquela em que a queima produz calor e


chamas e se processa em ambiente rico em
oxigênio.

21
Combustão Incompleta:

É aquela em que a queima produz calor e


pouca ou nenhuma chama, e se processa em
ambiente pobre em oxigênio.

Combustão Espontânea:

É o que ocorre, por exemplo, quando o


armazenamento de certos vegetais que, pela ação
de bactérias, fermentam. A fermentação produz
calor e libera gases que podem incendiar.

Alguns materiais entram em combustão


sem fonte externa de calor (materiais com baixo
ponto de ignição); outros entram em combustão
à temperatura ambiente (20°C), como o fósforo
branco.

Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a


combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão.

Explosão:

É a queima de gases (ou partículas


sólidas), em altíssima velocidade, em locais
confinados, com grande liberação de energia e
deslocamento de ar. Combustíveis liquidos,
acima da temperatura de fulgor, liberam gases que
podem explodir (num ambiente fechado) na
presença de uma fonte de calor.

22
Questões:
1) Quais elementos podem alterar a velocidade de uma combustão?
2) Por que alguns vegetais, quando armazenados, podem entrar em
combustão espontaneamente?
3) Dê um exemplo de uma combustão completa e uma incompleta?

Classes de Incêndio
Classe A: São os combustíveis sólidos, os quais tem característica de queimar em
superficie e em profundidade e deixam resíduos como brasa ou cinzas. Resfriamento é a
melhor opção para extinguir o incêndio nessa classe.

Exemplo: Papel, plástico, madeira, borracha, tecidos etc.

Classe B: São os líquidos inflamáveis e produtos graxos que queimam apenas na


superficie e não deixam resíduos. O abafamento por espuma destaca-se como o método
mais eficaz nessa classe.

Exemplo: Gasolina, álcool, querosene etc.

Classe C: São os materiais elétricos energizados. Lançar um agente que não conduza
eletricidade (por exemplo: CO2) é o método mais seguro e eficaz nessa classe.

Exemplo: Motores elétricos, TV, computadores etc.

Classe D: São metais pirofóricos, que são caracterizados pela queima em alta
temperatura e por reagir a agentes extintores comuns. (água, CO2, espuma). É
necessário a utilização de pó químico especial no combate dessa classe.

Exemplo: Alumínio, zinco, sódio, titânio etc.

Classe E: São os materiais explosivos e radioativos, necessitando de um imediato


isolamento da área, no caso de produtos radioativos, o departamento específico é
chamado (CNEN-Comissão Nacional de Energia Nuclear).

Exemplo: Estrôncia, iodo, césio, polônio, urano, tório etc.

Classe K: São os óleos de cozinha, gorduras e banhas.

Questões:
1) Qual a melhor forma de se extinguir um incêndio de classe A? E a classe B?
2) Por que não é aconselhável que se utilize um extintor de água pressurizada
em um incêndio de classe C?

23
Propagação do fogo
Condução: É a transferência de calor através
de um mesmo corpo sólido de molécula a
molécula. Colocando-se, por exemplo, a
extremidade de uma barra de ferro próxima a
uma fonte de calor, as moléculas desta
extremidade absorverão o calor, vibrando mais
vigorosamente, chocando com as moléculas
vizinhas, transferindo-lhes calor, que será
conduzido ao longo da barra para a extremidade
fria.

Convecção: É a transferência do calor pelos


movimentos ascendentes de massas de gases
ou liquidos dentro de si próprios. O ar aquecido
se expande e tende a subir para as partes mais
altas do ambiente, enquanto o ar frio toma o
lugar nos níveis mais baixos. Nos incêndios em
edificios, essa é a principal forma de
propagação de calor para os andares superiores,
quando os gases aquecidos encontram caminho
através das escadas, poços de elevadores etc.

Irradiação: É a transmissão de calor por meio


de ondas caloríficas que se deslocam através
do espaço, elas se propagam em todas as
direções, e a intensidade em que os corpos são
atingidos aumenta ou diminui à medida em que
estão mais próximos ou afastados da fonte de
calor.

24
Questões:
1) Imagine uma panela com 500 ml de água sob as chamas de um fogão. A
transmissão do calor por meio das moléculas da água durante seu
aquecimento ocorre por meio de qual forma de propagação?
2) Enquanto há a propagação do fogo, o que acontece com o ar do ambiente?
3) Ao combater um incêndio doméstico, os bombeiros geralmente resfriam
casas próximas à casa incendiada, por quê?

Pontos de temperatura
Ponto de fulgor: É a temperatura em que o material aquecido por uma fonte externa
começa a desprender gases combustíveis que se incendiam, mas quando esta fonte
externa é retirada o fogo não consegue se manter.

Ponto de combustão: É a temperatura em que o material aquecido por uma fonte


externa começa a desprender gases combustíveis que se incendeiam, mas quando esta
fonte externa é retirada o fogo não consegue se manter, iniciando, assim, a reação em
cadeia.

Ponto de ignição: É a temperatura nas quais os combustíveis estão tão aquecidos que o
simples contato com o oxigênio é capaz de incendiar o combustível.

Exemplo
Coloquemos em um frasco pequenos pedaços de madeira, esquentando-os numa chama
de gás, com o desenvolvimento do calor, passaremos a observar os seguintes
fenômenos: quando a temperatura alcança 100°C, a chama de gás começa a ficar
amarela,marrom, e finalmente negra, a partir dos 150°C. Se no momento em que
começar a enegrecer acendermos um fósforo na boca do frasco, notaremos que os
vapores incendiarão em contato com a chama, só que não se sustentará. Neste momento
foi atingido o Ponto de Fulgor.

Continuando a experiência, com o aumento do calor veremos que os gases se


incendeiam em contato com a fonte de calor externa e se mantém em chamas, então foi
atingido o Ponto de Combustão.

Se continuarmos a aquecer o corpo, chegaremos a uma temperatura em que os gases se


incendiarão ao entrar em contato com o oxigênio do ar, mesmo sem a incidência de
qualquer fonte externa de calor, neste momento foi atingido o Ponto de Ignição.

25
Questões:
1) O que acontece se, em uma experiência, você colocar uma fonte de calor
externa em uma substância que esteja no ponto de fulgor? E se você à
retirar?
2) Qual ponto de temperatura pode se manter em chamas mesmo que você
retire a fonte de calor externa colocada?
3) O que acontece se um líquido que esteja no ponto de ignição entrar em
contato com o oxigênio?

Fases do fogo
Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o
fogo seja descoberto no inicío e a situação seja resolvida. Mas se ocorrer quando a
edificação estiver deserta e fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes
proporções.

O incêndio pode ser melhor entendido se estudarmos seus três estágios de


desenvolvimento.

Fase Inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente
reduzido e o fogo está produzindo vapor d’água (H20), dióxido de carbono (CO2),
monóxido de carbono (CO) e outros gases.

Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos combustiveis, e


a temperatura do ambiente, neste estágio, está ainda pouco acima do normal.

26
O calor está sendo gerado e evoluíra com o aumento

Queima Livre
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente
pelo efeito de convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente. Isto força a
entrada de ar fresco pelas aberturas nos pontos mais baixos do ambiente.

Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo,


forçam o ar frio a permenecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos
combustiveis nos niveis mais altos do ambiente.

Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se manter
abaixados e usar o equipamento de proteção respiratória.

Neste momento, a temperatura nas regiões superiores (nível do teto) pode


exceder 700°C.

27
Flash over
Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição,
simultaneamente, haverá uma queima instântanea e concomitante desses produtos, o que
poderá provocar uma explosão ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas.

Queima lenta
Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir o oxigênio, até atingir um
ponto onde o comburente é insuficiente para sustençar a cumbustão.

Nesta fase, as chamas podem deixar de existir se não houver ar suficiente para
mantê-las (na faixa de 8% a 0% de oxigênio). O fogo é normalmente reduzido a brasas,
o ambiente torna-se completamente ocupado por fumaça densa e os gases se expandem
devido a pressão interna ser maior que a externa. Os gases saem por todas as fendas em
forma de lufadas, que podem ser observadas em todos os pontos do ambiente. E esse
calor intenso reduz os combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim,
vapores combustiveis.

Nesta fase, as chamas podem deixar de existir se não houver ar suficiente para
mantê-las (na faixa de 8% a 0% de oxigênio);

28
Backdraft
A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na qual o
oxigênio combina-se com outros elementos.

O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre outros


materiais, na madeira. Quando a madeira queima, o carbono combina com o oxigênio
para formar dióxido de carbono (CO2), ou monóxido de carbono (CO). Quando o
oxigênio é encontrado em quantidades menores, o carbono livre (C) é liberado, o que
pode ser notado na cor preta da fumaça.

Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não


há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre
permanece, e as partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases
inflamáveis, produtos da combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim
que o oxigênio for suficiente. Na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá.

Chamamos essa explosão de “Backdraft”

Sinais de um possível “Backdraft”

Fumaça sob pressão, num ambiente fechado;

Fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do


ambiente em forma de lufadas;

29
Calor excessivo do ambiente (pode ser percebida pela temperatura da porta ou janela);

Pequenas chamas ou inexistência destas;

Vidros das janelas impregnados pelos resíduos da fumaça;

Pouco ruído e movimento de ar para o interior do ambiente, a partir de qualquer


abertura existente (em alguns casos pode-se ouvir o ar assoviando ao passar pelas
frestas);

Questões:
1) Qual fase do fogo pode ser considerada uma combustão incompleta? E qual
fase pode causar uma explosão?
2) Por que devemos nos manter abaixados ao entrar em um local na fase de
queima livre?
3) Imagine uma situação em que, durante uma ocorrência de incêndio em um
apartamento, um bombeiro propôs quebrar a janela de um quarto escuro
para entrar por ela, mas foi impedido pelos seus companheiros. Por quê?

Classificação dos incêndios quanto à proporção


Princípio de incêndio: É o incêndio de mínimas proporções, e que pode ser facilmente
extinto pela utilização de um ou mais aparelhos extintores portáteis.

Incêndio pequeno: Pequenas proporções, que queimam, normalmente os objetos


existentes dentro de um compartimento, porém, sem apresentar perigo iminente de
propagação e necessitando, para sua extinção, de material e pessoal especializado.

Incêndio médio: Incêndio de proporções relativas que queimam na parte interna e


externa de uma construção, destruindo as instalações e com grande risco de propagação,
necessitando do Corbo de Bombeiros para a extinção.

Incêndio grande: Incêndio de propagação crescente, causador de grande devastação,


destruidor de construções e muito resistentes.

Questões:
1) Dê um exemplo de um princípio de incêndio.
2) Faça um desenho imaginando um incêndio médio.

30
Métodos de extinção do fogo
Levando em conta o “Tetraedro do Fogo” e seus componentes, os métodos de
extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos que compõem
o fogo. Didaticamente, se um dos lados do “tetraedro” for quebrado, a combustão será
extinta.

Resfriamento: Nesse método é aplicado


o agente extintor (normalmente água) de
forma que ele absorva mais calor do que
o incêndio é capaz de produzir. O
método consiste em reduzir a temperatura
do combustível que está em queima,
reduzindo então, o calor e a liberação de
gases inflamáveis.

Abafamento: Este método consiste na


interrupção do fornecimento do
comburente da reação. Podem ser
utilizados inúmeros agentes extintores
para este fim, como, por exemplo, areia,
terra, cobertores, espumas, pós, gases
especiais, entre outros.

Isolamento: O isolamento é a retirada do


material combustível que ainda não
queimou ou mesmo separá-lo do
combustível que ainda queima, um
método muito utilizado é o aceiro. Desta
forma, sem mais combustível, a
combustão se encerrará por falta do que
consumir.

Questões:
1) No método de isolamento, qual elemento será “cortado” do tetraedro do
fogo? E no abafamento? E no resfriamento?

31
Equipamentos de combate ao fogo
Tipos de extintores:

Água pressurizada (H20): É indicado para incêndios da classe A. Seu principal meio
de extinção é por resfriamento. É proibido o seu uso para incêndios de classe B e C.
Gás Carbônico (CO2): É indicado para incêndios da classe B e C. Seu principal meio
de extinção ocorre por abafamento e resfriamento e age em líquidos inflamáveis e é o
mais recomendado para incêndios em equipamentos elétricos.
Pó Químico B/C: É indicado para incêndios da classe B e C. Seu principal meio de
extinção é por meio de reações químicas, e por deixar grande quantidade de resíduos,
deve-se evitar que seja utilizado em locais com equipamentos eletrônicos, pois seus
resíduos podem danificar tais equipamentos.
Pó Químico A/B/C: É indicado para incêndios da classe A, B e C. Seu principal meio
de extinção é por meio de reações químicas e abafamento (para incêndios da classe A) e
pode ser usado para a contenção de fogo de praticamente qualquer natureza.
Espuma mecânica (LGE): É indicado para incêndios da classe A e B e seu uso é
proibido para incêndios de classe C. Seu principal meio de extinção é por meio de
abafamento e resfriamento.

Questões:
1) Por que o extintor de CO2 é o mais indicado para ser utilizado em um
incêndio de classe C?
2) Quais extintores são indicados para incêndios de classe A? E de classe B?
3) Quais extintores são indicados para incêndios de classe B e C?
4) Quais extintores são indicados para incêndios de classe A e B?

32
Equipamentos de
Proteção Individual
Os equipamentos de proteção
individual são projetados para oferecer
segurança aos bombeiros durante as
operações contra:
- O calor e o fogo;
- Choques mecânicos;
- Cortes e perfurações;
- Gases, vapores ou ambientes com
atmosfera pobre em oxigênio;
Alguns exemplos de EPI’s, que
são divididos em termos de zona
corporal são:
- Cabeça: capacete;
- Auditiva: protetores auriculares,
tampôes, abafadores de ruído;
- Respiratória: máscaras e aparelhos
filtrantes contra contaminantes do ar
(filtros);
- Ocular e facial: óculos, viseiras e
máscaras;
- Mãos e braços: luvas, mangotes;
- Pés e pernas: botas, sapatos e
coturnos;
- Quedas: cintos e sistemas de
paraquedas;
- Tronco: avental;
- Outros: rádio, lanterna e cabo da
vida;

33
Equipamentos de
Proteção Coletiva
EPC’s são equipamentos
utilizados para proteção de segurança
enquanto um grupo de pessoas realiza
determinada tarefa ou atividade. Esses
equipamentos não são necessariamente
de proteção de um coletivo, muitas
vezes são apenas de uso coletivo.
Como exemplos de EPC podem
ser citados:

- Kit de primeiros socorros


- Protetores de vergalhão
- Proteção de partes móveis e sensores
em máquinas
- Barreiras de proteção para máquinas
- Corrimão e guarda-copos
- Piso Anti-derrapante e fitas Anti-
derrapantes em degraus de escada
- Telas/redes de proteção (nylon)
- Telas fachadeiras ou telas de fachada
- Telas de proteção periférica
- Isolamento de áreas de risco
- Sinalizadores de segurança (fitas
“zebradas”, placas e cartazes de
advertência)
- Extintores de incêndio
- Detectores de tensão
- Chuveiros de segurança
- Chuveiro lava olhos

34
Meios de Alerta
Escadas de segurança: Estrutura integrante da edificação possuindo requisitos à prova
de fogo e fumaça para permitir a saida das pessoas em segurança em emergências.

Sistema de detecção de fumaça e calor: Dispositivos dotados de sensores, destinados


a avisar uma estação central que em determinada parte de uma edificação há um foco de
incêndio.

Sistema de alarme contra incêndios: Dispositivo elétrico destinado a produzir sons de


alerta aos ocupantes de uma edificação, por ocasião de uma emergência qualquer.

Sistema de Iluminação de Emergência: Sistema automático que tem por finalidade a


iluminação de ambientes, sempre que houver interrupção do suprimento de energia
elétrica da edificação. Objetiva facilicar a saída ou o abandono seguro das pessoas do
local.

Segurança contra Incêndios: A segurança contra incêndios tem por objetivo


proporcionar adequado nível de segurança aos ocupantes de uma edificação em casos de
incêndio, bem como reduzir as propabilidades de propagação do fogo para outras
edificações com vistas a:

A: Preservar a vida humana

B: Minimizar danos patrimoniais

C: Proporcionar continuidade nas atividades desenvolvidas pela empresa

Questões:
1) Se caso houver interrupção do suprimento de energia elétrica em uma
edificação, qual sistema deverá ser acionado?
2) Quais sistemas seriam acionados caso houvesse um incêndio, na parte da
tarde, em uma pequena empresa industrial?

35
Fases de combate ao fogo
Com o intuito de proporcionar maior eficácia no combate a um incêndio, criaram-se
alguns procedimentos para serem seguidos, estando dispostos nas seguintes fases:

Exploração

É o procedimento em que se avalia o que está queimando, como está queimando e se há


vítimas no local.

Ventilação

Trata-se da abertura de portas e/ou janelas a fim de dissipar a fumaça e o calor.

Salvamento

É o resgate de vítimas.

Salvatagem

É o ato de salvar os materiais que ainda não foram atingidos pelo fogo e evitar que
sejam atingidos pela água, no combate.

Confinamento

É o procedimento de confinar o fogo, ou seja, cercá-lo, para evitar que ele volte a se
propagar.

Combate

É o próprio ato de combater o fogo.

Rescaldo

É o processo onde se eliminam as brasas que restaram, impedindo, assim, a reignição do


fogo.

Questões:
1) Qual é a primeira fase de combate?
2) Qual fase de combate utiliza o método de isolamento?
3) Por que devemos fazer um rescaldo após o combate?

36
Acessórios

Registro de Recalque

É uma extensão da rede de hidrantes, provida de conexão, registro de paragem e tampão


de engate rápido, situado em uma caixa de alvenaria fechada por tampa metálica.
Destinado ao abastecimento da rede de hidrantes da edificação.

Hidrantes

São dispositivos colocados nas redes de distribuição que permitem a captação de água
pelos Bombeiros, especialmente durante o combate ao incêndio.

Abrigos

O abrigo é uma caixa destinada a armazenamento das mangueiras, esguichos e chaves


de conexão. Sua porta pode ser metálica, de madeira ou de vidro, conforme a
necessidade estética do local onde o abrigo se encontra, devendo estar identificado com
a palavra “incêndio”

37
Rede de distribuição

A tubulação para os chuveiros automáticos ramifica-se para possibilitar a proteção de


toda ocupação, formando a rede de distribuição de água. O diâmetro da canalização
deve seguir as exigências das normas legais.

Chuveiro tipo ampola


Consiste numa ampola, contendo líquido especial que se expande ao sofrer os efeitos do
calor do incêndio. Com a expansão, a ampola se rompe, liberando a descarga de água.
Classificação das ampolas
As ampolas são dispostas de acordo com sua utilização e temperatura aplicada:
68°C 79°C 93°C 141°C
Vermelho Amarelo Verde Azul

Questões:
1) Os hidrantes são abastecidos pelo o quê?
2) Onde os bombeiros podem encontrar mangueiras e acessórios para
conectar nos hidrantes?
3) Como os sprinklers são ativados?

Incêndios Florestais
São incêndios em vegetações, plantações, pastagens, bosques e florestas, tem como
principal fonte de combustível os materiais sólidos, como madeira, grama seca e
árvores.

38
Partes do incêndio
Perímetro
É a borda do fogo, está sempre mudando, até a extinção do fogo.
Cabeça
É a parte do incêndio que se propaga com maior rapidez e queima com maior
intensidade. Caminha no sentido do vento.
Dedo
Faixa longa e estreita que se propaga rapidamente a partir do foco principal. Quando
não controlado, dá origem a uma nova cabeça.
Retaguarda
Parte do incêndio que se situa em posição oposta á cabeça. Queima com menor
intensidade e pode se propagar contra o vento ou em declives.
Flancos
As duas laterais do fogo que separam a cabeça da retaguarda. A partir dos flancos,
formam-se os dedos. Se houver mudança no vento, podem se transformar em uma nova

cabeça.

Questões:
1) Qual a principal área a ser evitada?
2) Qual a primeira área a ser controlada?
3) Quais áreas podem formar novas cabeças?

39
Tipos de combustíveis
Combustíveis leves
São os que queimam com mais facilidade, permitindo uma propagação rápida do fogo.
Combustíveis pesados
São os que queimam lentamente em decorrência do seu volume e da umidade que
retêm. São os mais difíceis de entrarem em combustão, porém, ardem por um longo
período e são difíceis de se extinguir.
Combustíveis verdes
É a vegetação em crescimento. Não é de fácil combustão, porém, grandes volumes de
fogo podem secá-la rapidamente e dar entrada em sua combustão. Certos vegetais
possuem óleo em sua constituição que, uma vez queimados, produzem grande volume
de fogo.

Questões:
1) Dê dois exemplos de cada combustível.

Fatores de propagação
O bombeiro deve estar atento a situações que possam aumentar a intensidade do fogo e
modificar a sua direção, fazendo as chamas crescerem subitamente e, até mesmo, voltar-
se para o local onde ele se encontra, tornando o combate perigoso.
Esses fatores são:
Vento
Quanto mais forte for o vento, mais rápida será a propagação do incêndio. Pode também
levar fagulhas além da linha do fogo e iniciar, com isto, focos secundários.
Temperatura
Os combustíveis pré-aquecidos pelo sol ardem com maior rapidez do que os
combustíveis frios.
Umidade
Úmidos, os combustíveis queimam lentamente e não produzem calor suficiente para
incendiar os combustíveis pesados, tornando mais lenta a propagação.

40
Topografia
Os acidentes do terreno desempenham um papel importante na propagação do fogo e, ao
contrário das condições meteorológicas, que variam frequentemente, o terreno é um
fator constante.
Aclive
O fogo queima com maior rapidez para cima, porque, no alto, as chamas encontram
maiores quantidades de combustível, aliando-se aos gases quentes que produzem a
convecção.
Declive
O fogo é lento porque as correntes de convecção vão no sentido oposto aos
combustíveis, não os aquecendo.

Questões:

1) O que é um aclive? E um declive?


2) Quais desses fatores mudam constantemente?

Classificação dos incêndios


Incêndios subterrâneos
Quando há queima de combustíveis abaixo do solo, tais como húmus, raízes e turfa.
Este tipo de incêndio é normalmente de combustão lenta e sem chamas, porém, de
difícil extinção.
Incêndios rasteiros
Quando há queima de combustíveis de baixa estatura, tais como vegetação rasteira,
folhas, troncos caídos, arbustos etc. Também é conhecido como incêndio de superfície.
Incêndios aéreos
Quando há queima de combustíveis que estão acima do solo, tais como galhos, folhas,
musgos etc. Geralmente ocorre em dias de muito vento e baixa umidade. Também é
conhecido por incêndio de copas.

Questões:
1) Em dias de muito vento, qual tipo de incêndio tem maiores chances de
aparecer?

41
Métodos de combate à incêndios florestais
O método de ataque direto deve ser usado quando o fogo não é muito violento,
permitindo que os bombeiros se aproximem da linha de fogo e, também, quando o
incêndio não está se aproximando da linha de fogo ou quando o incêndio não está se
espalhando rapidamente.
Abafador
Deve ser aplicado sobre o fogo para extingui-lo, com movimentos de sobe e desce, sem
ultrapassar a linha do corpo.
Bomba costal
Este equipamento normalmente possui um reservatório de 20 litros de água e um
esguicho.
Ferramentas agrícolas
São ferramentas comuns, utilizadas principalmente para colocar terra sobre o fogo.
Ataque aéreo
Feito por aviões com tanques especiais ou com helicópteros com bolsas de água.

Questões:
1) Qual ferramenta é utilizada em incêndios menores?
2) Qual método é utilizado em incêndios maiores?

Ataque indireto
Consiste em combater o fogo a alguma distância do seu perímetro, esse método é
utilizado quando o fogo é de grande intensidade ou está se movendo rapidamente. Neste
método de combate, faz-se o aceiro ou se utiliza de uma barreira natural, e, a partir da
linha construída ou existente, faz-se o fogo de encontro.
O aceiro visa extinguir o incêndio pela retirada do material e deve ser suficientemente
largo para evitar que o fogo se propague para o outro lado. Aceiros mais largos que o
necessário, porém, significam desperdício de tempo e esforços que podem ser vitais em
outras frentes.
O aceiro é composto de duas áreas: raspada e tombada
Área raspada
Consiste em remover a vegetação até que a terra seja exposta. Podendo ter, no mínimo,
3 metros de largura.

42
Para este serviço são empregadas ferramentas manuais como enxadas, enxadões, rastelo
e ancinhos ou máquinas como trator de pá.
Deve-se, na medida do possível, evitar o encontro com vegetação de grande porte. Caso
não possa ser evitado, deve-se removê-la com o emprego de foice, machado ou
motosserra.
Toda a vegetação retirada deve ser removida em direção á área a preservar, para, mais
tarde, evitar uma grande carga de incêndio pela utilização do fogo de encontro.
Área tombada
Consiste em se derrubar toda a vegetação em direção ao fogo, visando diminuir o
tamanho das chamas, evitando que elas ultrapassem a área raspada. Dificulta também o
transporte de material incandescente pelo vento.
Utilizam-se, nesta operação, foices, machados e motosserra.

Questões:
1) Qual é a largura mínima de um aceiro?
2) Qual é a importância do aceiro?

Fogo de encontro
Técnica utilizada após a execução do aceiro. Consiste em atear fogo na área tombada
em direção ao incêndio, visando alargar o aceiro.
Quando se deixa o fogo queimar até o aceiro, há o perigo de o fogo pular a linha,
devendo-se sempre que possível, usar o fogo de encontro a partir do aceiro.
Cuidados a serem tomados:
Nunca atear fogo em área maior da que seja possível controlar;
Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento;
Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida;
Nunca deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro;
Ter pessoal para controlar o fogo de encontro;
Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural;

43
Rescaldo
É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio. É uma fase trabalhosa,
porém, é a única maneira capaz de garantir que o incêndio foi extinto e que não tem
mais riscos de reignição.
Procedimentos para o rescaldo:
Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi extinto;
Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio;
Se o rescaldo for trabalhoso, permitir que o combustível queime sob controle;
Ter certeza de que o aceiro está limpo;
Cortar ou apagar com água os troncos que possam soltar faíscas além do aceiro;
Extinguir focos dispersos;
Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água ou terra para
dentro do perímetro;
Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o aceiro;

Questões:
1) Por que é necessário que os bombeiros façam um rescaldo?

44
Anatomia

O que é Anatomia?
Anatomia é uma ciência que estuda a estrutura física dos seres vivos. Os órgãos internos
e externos, suas interações, funcionamento, localização e disposição são os principais
aspectos estudados pela Anatomia.

Já a Anatomia Humana tem como foco o estudo do corpo humano e é considerada uma
das ciências básicas da Medicina.

Os Sistemas do Corpo Humano


O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestório,
nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular,
imunológico, linfático, tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a
realização das funções vitais do organismo.

45
Sistema Reprodutor
O sistema reprodutor humano é dividido em sistema reprodutor masculino e sistema
reprodutor feminino, no entanto, ambos possuem a mesma função, ou seja, a reprodução
de novos seres.
Sendo assim, o masculino é formado pelos testículos, epidídimos, canais deferentes,
vesículas seminais, próstata, uretra e pênis; enquanto o sistema reprodutor feminino é
composto pelos ovários, útero, tubas uterinas e vagina.

Sistema Urinário
Formado pelos rins e vias urinárias (ureteres, bexiga urinária e uretra), o sistema
urinário é responsável pela produção e eliminação da urina, de modo que filtra as
“impurezas” do sangue.

Questão:
1) Qual a função do sistema urinário?

46
Sistema Excretor
Formado pelos rins e vias urinárias, sistema excretor é responsável por eliminar
resíduos que o corpo descarta, depois de passar pelo processo de digestão dos
alimentos.
Em outras palavras, o sistema excretor elimina substâncias que estão em excesso no
organismo, buscando um processo denominado de “equilíbrio dinâmico”.

Questão:
1) Qual é a função do sistema excretor?
2) Por qual processo os resíduos passam antes de serem descartados?

Sistema Imunológico
O sistema imunológico é composto por um conjunto de elementos do corpo humano que
trabalham juntos para o defender de bactérias, vírus, micróbios e doenças. É uma
barreira contra corpos estranhos, o escudo do corpo humano.

Questão:
1) O sistema imunológico trabalho para defender o que? De que?
2) Qual sua importância?

47
Sistema Linfático
É uma complexa rede de vasos que transporta a linfa pelo corpo. Em conjunto com o
sistema imunológico, o sistema linfático ajuda a proteger as células imunes. Além disso,
é responsável pela absorção dos ácidos graxos e pelo equilíbrio dos fluidos nos tecidos.

Questão:
1) Qual a função do sistema linfático?

Sistema Digestório
Formado pelo tubo digestório (boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso) e os órgãos anexos (glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas,
fígado e vesícula biliar), o sistema digestivo ou digestório é responsável pela digestão
dos alimentos transformando-os em moléculas menores que serão absorvidas pelo
organismo.

Questão:
1) O que compõe o sistema digestório?
2) Qual sua Finalidade?

48
Sistema Endócrino
O sistema endócrino é formado por glândulas que realizam atividades vitais como a
tireoide, hipófise, glândulas sexuais, dentre outras.
Dessa maneira, as glândulas são responsáveis por produzirem os hormônios os quais
possuem determinadas funções como: regulação do metabolismo, defesa do organismo,
produção de gametas, desenvolvimento corporal, dentre outros.

Questão:
1) Quais são as funções das glândulas que foram o sistema endócrino?

Sistema Nervoso
Formado pelo sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e sistema nervoso
periférico (nervos cranianos e raquidianos), o sistema nervoso é responsável pela
captação, interpretação e respostas às mensagens recebidas.

Questão:
1) O sistema nervoso é formado por dois sistemas, quais são eles?

49
Sistema Muscular
O sistema muscular estabiliza e ajuda a sustentar todo o nosso corpo, contribui na
produção dos movimentos, ajuda a regular a temperatura corporal e auxilia o fluxo
sanguíneo.

Questão:
1) O sistema muscular, além de estabilizar e dar sustento ao corpo, quais
outras finalidades ele possui?
Sistema Tegumentar
O sistema tegumentar - ou pele - ajuda a regular a temperatura do corpo humano, e é
responsável pela sensibilidade (juntamente com o sistema nervoso) mas acima de tudo
protege o corpo, criando uma barreira a agressões externas e evitando a perda de
líquido.

Questão:
1) Como o sistema tegumentar protege o corpo?

50
Sistema Sensorial
Formado pelos 5 sentidos do corpo humano (tato, paladar, olfato, visão, audição), o
sistema sensorial está encarregado de enviar as informações recebidas para o sistema
nervoso que as decodifica e envia respostas para o corpo.
A ação de tatear algo é transmitida através dos neurônios sensoriais presentes na pele ao
sistema nervoso, que envia a resposta, ou seja, interpretará se a superfície identificada é
lisa, rugosa, quente ou fria.
Da mesma maneira, as papilas gustativas enviam para o cérebro o sabor do alimento que
receberá a identificação seu gosto (azedo, doce, amargo, salgado).

Questão:
1) Quais são os 5 sentidos do corpo humano?
2) Onde eles se localizam?

Sistema Respiratório
Formado pelas vias respiratórias (cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e
brônquios) e pelos pulmões, o sistema respiratório é responsável pela absorção do
oxigênio do ar e da eliminação do gás carbônico retirado das células.

51
Nariz e cavidade do nariz

As duas cavidades por onde o ar entra no sistema respiratório são chamadas de fossas
nasais. São separadas por uma cartilagem chamada cartilagem do septo, formando o septo
nasal. Os pelos no interior do nariz retêm as partículas que entram junto com o ar. É
composto de células ciliadas e produtoras de muco. O teto da cavidade nasal possui
células com função olfativa. Nesta região, a mucosa é bem irrigada e aquece o ar inalado.

Faringe

A faringe pertence tanto ao sistema respiratório como ao sistema digestório. Através das
coanas está ligada com a cavidade do nariz e através das fauces, com a boca. Liga-se com
o ouvido médio pelas tubas auditivas. Liga-se também com a laringe e com o esôfago.
Antes de ir para a laringe, o ar inspirado pelo nariz passa pela faringe.

Laringe

A laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular que conecta a faringe com a traqueia.
Situa-se na parte superior do pescoço. A laringe possui uma estrutura cartilaginosa que
chama epiglote, que trabalha para desviar das vias respiratórias para o esôfago os
alimentos deglutidos. Caso não ocorra este desvio, o alimento é expelido com uma tosse
violenta.

Na laringe encontramos as cordas vocais, que são pregas horizontais na parede da laringe.
Entre as cordas vocais há uma abertura chamada glote e é por ela que o ar entra na laringe,
provocando uma vibração nas cordas vocais e produzindo som. Na face anterior do
pescoço forma-se a proeminência laríngea, chamada de pomo de Adão, que é mais visível
nos homens que nas mulheres.

Traquéia

A traquéia é um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 de diâmetro e


suas paredes são reforçadas por uma série de anéis de cartilagem que impedem que as
paredes se colapsem.

A traquéia bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios.

O epitélio é formado por células ciliadas e células secretoras. Estes cílios servem para
remover as partículas e microorganismos que entram com o ar inalado. O muco produzido
pelas células secretoras serve como uma barreira também.

Pulmão

Os brônquios penetram no pulmão através do hilo. Esses brônquios ramificam-se várias


vezes, originando os bronquíolos, que penetram no lóbulo pulmonar e ramificam-se,
formando os bronquíolos terminais, que originam os bronquíolos respiratórios, que
terminam nos alvéolos pulmonares.

Os pulmões possuem consistência esponjosa, que está relacionada com a quantidade de


sacos alveolares.

52
O formato do pulmão lembra um cone e é revestido por uma membrana
dupla serosa chamada pleura. Os dois pulmões são separados pelo mediastino, local onde
está o coração, o esôfago, timo, artérias, veias e parte da traquéia.

O diafragma é um músculo situado abaixo do pulmão, e é onde ele se apoia. Separa o


tórax do abdome e está relacionado com os movimentos da respiração.

Questão:
1) Qual a função do sistema respiratório?
2) Que finalidade a laringe possui?

Sistema Cardiovascular
Formado pelos vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) e o coração,
o sistema cardiovascular ou sistema circulatório é responsável pela movimentação
sanguínea no corpo humano uma vez que sua função é transportar oxigênio e nutrientes
para todas as partes do corpo.

53
O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular e sistema linfático. O
coração é a bomba propulsora do sangue e os vasos sanguíneos são as vias de transporte.
O sistema linfático é composto de órgãos e vasos que participam da defesa do organismo
contra doenças. O sistema cardiovascular transporta elementos essenciais para o
funcionamento dos tecidos, como gás oxigênio e gás carbônico, hormônios, excretas
metabólicas, células de defesa etc.

Coração

O coração é uma bomba em forma de cone e se localiza no mediastino, entre os pulmões.


Está envolvido em uma dupla membrana chamada pericárdio. Esta membrana pode
inflamar e causar pericardite. O coração é formado por músculos e necessita de gás
oxigênio para seu funcionamento. Esse suprimento de gás através do sangue pelas
artérias.

Câmaras do coração

O coração humano é composto de quatro câmaras: 2 átrios e 2 ventrículos. Os átrios estão


na região superior do coração e são menores que os ventrículos. Os átrios possuem um
septo que os separam, chamado septo interatrial, e os ventrículos são separados
pelo septo interventricular.

Vasos do coração

O sangue venoso entra no átrio direito pela veia cava inferior e veia cava superior. As
quatro veias pulmonares trazem sangue da circulação pulmonar pelo átrio esquerdo. O
sangue que sai do coração em direção ao corpo sai pela artéria aorta e o sangue que vai
para os pulmões sai pelas artérias pulmonares.

Valvas do coração (válvulas)

As valvas servem para direcionar o fluxo sanguíneo pelas câmaras do coração.

Entre os átrios e ventrículos encontramos as valvas atrioventriculares, também chamadas


de bicúspide ou mitral. Estas valvas impedem que o sangue que foi para o ventrículo
retorne para o átrio quando há contração.

54
As valvas que impedem que o sangue que sai do coração retorne para o ventrículo são
chamadas valvas semilunares.

Questão:

1) Qual é a função da veia?


2) Qual é a função da artéria?
3) Explique a finalidade dos capilares.

Tipos de circulação
Circulação pulmonar
É a circulação no qual o sangue que sai do coração e está rico em gás carbônico é levado
até o pulmão, onde é oxigenado e retorna ao coração.

Circulação sistêmica
É o tipo de circulação na qual o sangue oxigenado sai do coração em direção ao corpo,
irriga os tecidos onde ocorrem as trocas gasosas e ele volta para o coração rico em gás
carbônico.

Circulação pelo coração


O sangue rico em gás carbônico do corpo
chega ao coração pelas veias cavas superior
e inferior, entrando no átrio direito, que se
contrai e envia o sangue para o ventrículo
direito, que também se contrai, bombeando
este sangue para o pulmão através da artéria
pulmonar até a rede de capilares do pulmão
onde ocorrerá a troca gasosa. O pulmão
recebe o gás carbônico e fornece oxigênio ao
sangue, que retorna ao coração pelas veias
pulmonares, que entram no átrio esquerdo.
O átrio esquerdo bombeia o sangue para o
ventrículo esquerdo, que bombeia este
sangue rico em oxigênio pela artéria aorta
para o corpo, onde vai chegar até uma rede
de capilares que irrigam os tecidos, onde o
oxigênio é fornecido às células e recebe gás
carbônico, retornando ao coração pelas
veias cavas.

Questão:

1) Diferencie os três tipos de


circulação.

55
Sistema Esquelético
O sistema esquelético dá forma e sustenta todo o corpo humano. Além disso, protege os
órgãos internos e desempenha um papel importante nos movimentos, juntamente com o
sistema muscular e articular.

Divisão do Corpo Humano


Para facilitar o estudo da anatomia humana, o corpo humano é comumente dividido em:

Cabeça (Crânio):
- Etmoide
- Esfenoide
- Temporais
- Frontal - Parietais
- Occipitais

(Face)
- Maxilar
- Concha nasal inferior
-Zigomático
-Palatino
-Nasal
-Lacrimal.

56
Ouvido

- Bigorna
- Martelo
- Estribo

Pescoço

- Hioide.

Tronco (Tórax, abdome e pelve)

- Costelas
- Vértebras
torácicas
- Vértebras
cervicais
- Externo

57
Membros Superiores (Ombro)

- Clavículas
- Omoplatas

(Braço)
- Úmeros

(Antebraço)
- Ulna
- Rádio
(Mão)

- Escafoide
- Semilunar
- Piramidal
,- Pisiforme
- Trapézio
- Trapezoide
- Capitado
- Hamato
- Metacárpos
- Falange proximal
- Falange média
- Falange distal.

58
Membros Inferiores (Quadril)

- Sacro
- Cóccix

(Coxa)
- Fêmur

(Perna)
- Patela
- Tíbia
- Fíbula

59
(Pé e tornozelo)
Calcâneo
Tálus
Navicular
Cuneiforme medial
Cuneiforme intermédio
Cuneiforme lateral
Cuboide
Metatarsos
Falanges proximais
Falanges médias
Falanges distais

Questão:
1) Qual é o menor osso do corpo humano? Onde está localizado?
2) Qual é o maior osso do corpo humano? Onde está localizado?
3) Quantos ossos um adulto possui?
4) Por que os bebês possuem mais ossos que um corpo humano adulto?
5) Qual é o nome popular da patela?
6) Quantas costelas o corpo humano possui?
7) Onde está localizado o úmero?
8) Qual é a importância do apêndice xifoide?

60
Atendimento
Pré-Hospitalar (APH)

61
VERTIGEM E
DESMAIO
O que é?
Vertigem e o desmaio caracterizam situações parecidas, cuja diferença está
basicamente relacionada à intensidade do quadro. Em um quadro de vertigem há uma
diminuição da força, visão turva e sensação iminente de perda da consciência. No
desmaio há uma fraqueza muscular generalizada e perda da consciência, associada a
palidez, pulso rápido e fraco e suor.

Quais são as possíveis causas?

• Ambientes com aglomeração de pessoas e com ventilação


• Inadequada;
• Fome;
• Emoções fortes;
• Dor intensa;
• Circulação sanguínea insuficiente até o cérebro etc.

O que fazer?
• Na vertigem: sente a vítima e peça para que ela coloque a cabeça
entre os joelhos, o socorrista deve fazer uma pressão (com sua mão)
na nuca para baixo, enquanto a vítima deve forçar sua cabeça para
cima por alguns segundos, isso irá aumentar o fluxo sanguíneo ao
cérebro.

62
• No desmaio: eleve as pernas da vítima – para aumentar o fluxo
sanguíneo até o cérebro, vire a cabeça da vítima para o lado –
evitando asfixia por refluxo, areje o ambiente, afrouxe roupas
• Em qualquer situação de urgência ou emergência em que a vítima estiver consciente procure
mantê-la calma.

• apertadas. Se a vítima não acordar em torno de dois minutos, procure


socorro médico/hospitalar.

SANGRAMENTO
NASAL – EPISTAXE
O que é?
É a perda sanguínea pela cavidade nasal, ocorre com relativa frequência, pois
como a cavidade nasal é intensamente vascularizada existe muita fragilidade local
facilitando a ruptura de vasos.

63
Quais são as possíveis causas?
• Deformidades anatômicas;
• Inalação de produtos químicos;
• Inflamação ocasionada por sinusite crônica, rinite alérgica ou
irritantes ambientais;
• Corpos estranhos;
• Tumores intranasais;
• Utilização de medicamentos nasais;
• Cirurgias prévias;
• Trauma (incluindo assoar o nariz com força excessiva);
• Fatores sistêmicos como problemas cardíacos, leucemias etc.

O que fazer?
• Aperte as laterais do nariz contra o septo (osso que separa as narinas)
por alguns minutos;
• Mantenha a vítima sentada, com a cabeça levemente inclinada para
frente (para evitar que o sangue seja engolido);
• Não coloque nada nas narinas;
• Avise a vítima para não assoar o nariz quando o sangramento parar,
pois o vaso sanguíneo poderá romper novamente. Caso o
sangramento persista, procure atendimento médico/hospitalar.

64
ASFIXIA
O que é?

É a obstrução mecânica das vias aéreas da vítima, quando algo causa um


“engasgo” capaz de impedir a respiração. Caso não se atenda rapidamente a vítima a
asfixia pode evoluir para uma parada cardiorrespiratória e levar a morte.
O que fazer?
Aplique a manobra de HEIMLICH. Técnica que tem por objetivo expulsar o corpo
estranho que está causando a asfixia, pois a partir desta técnica se elimina arque está
ainda nos pulmões, provocando uma “tosse artificial”. Consiste nos seguintes passos:
• Verifique se a vítima está realmente engasgada, ou seja, não consegue
falar, apresenta sinais de que está sufocando (mãos na garganta),
agitação, a pele começa a ficar roxa;
• Chamar o SAMU (ligar 192);
• Posicione-se atrás da vítima que deve estar em pé, abrace-a em torno
do abdômen, para dar maior sustentação passe uma de suas pernas
entre as pernas da vítima:

• Puxe a pessoa para cima rápida e vigorosamente em torno de 5 vezes,


caso a vítima fique inconsciente inicie as manobras de reanimação
cardiorrespiratória (item 10 do manual) até que chegue o socorro
especializado.
• OBS.: Esta manobra pode ser aplicada em crianças maiores de um ano
e adultos.

65
Asfixia em mulheres grávidas e pessoas
obesas
• Chamar o SAMU (ligar 192);
Nestes casos, deve-se REALIZAR COMPRESSÕES TORÁCICAS e não
abdominais.
• Asfixia em bebês
• Chamar o SAMU (ligar 192);
• Deve-se realizar 5 tapotagens com a criança virada para baixo e 5
compressões torácicas (conforme figura abaixo) até que o objeto que
causou o sufocamento seja expulso ou até o bebê perder a
consciência, se isso ocorrer inicie as manobras de reanimação
cardiorrespiratória (item 10 do manual).

HEMORRAGIA
O que é e quais os tipos de hemorragia?
É a lesão em um vaso sanguíneo, levando a um sangramento. A hemorragia
pode ser interna ou externa e dependendo do volume de sangue perdido pode levar a
morte. A hemorragia externa pode ser subdividida em três tipos:
• Arterial: o sangue é
vermelho brilhante e sua saída
é intermitente;
• Venosa: o sangue é
vermelho escuro e sua saída é
contínua;
• Capilar: o sangue sai em
pequena quantidade.

66
O que fazer?

• Proteja-se, se não houver luva, use um saco plástico ou similar;


Identifique o local exato da hemorragia, pois o sangue pode se
espalhar e podemos atender um local errado;
• Dobre um pano limpo e pressione o local;
• Não fique retirando o pano para “espiar” se parou o sangramento, pois
isso dificulta a coagulação no local, se o pano estiver muito
encharcado apenas coloque outro por cima e continue a pressão;
• Se a hemorragia ocorrer em um membro superior ou inferior,
mantenha-o elevado, fazendo compressão indireta no mesmo vaso em
local distante do ferimento;

Encaminhe a vítima para atendimento médico/hospitalar.

67
FERIMENTOS
Quais os tipos de ferimentos?
Há basicamente dois tipos de ferimentos, os fechados e os abertos.
1. Ferimentos Fechados: a pele da vítima não é rompida. Podem
apresentar: inchaço, hematoma e equimose (extravasamento de vasos
capilares). Causados por trauma de diversos tipos, como queda,
pancada etc.
2. Ferimentos Abertos: há rompimento da pele. Podem ser causados a
partir de um corte, uma perfuração, uma escoriação (atrito da pele),
amputação, laceração (ex. mordidas de animais) e esmagamento.

O que fazer?
1. Ferimentos fechados: avaliar a extensão do ferimento, a forma como foi
causado e o estado em que se encontra a vítima, se houver dificuldade
para caminhar, ou movimentar algum membro, tontura, dor aguda –
encaminhar para atendimento médico/hospitalar, caso contrário pode-se
aplicar gelo local envolto em um pano limpo para alívio da dor.
2. Ferimentos Abertos:
2.1 Superficiais: como o sangramento normalmente é discreto pode-se
lavar o local com água e sabão e proteger com atadura ou mesmo um
pano limpo, NÃO retirar corpos estranhos (vidro, felpas, metal) a
menos que saiam com facilidade durante a própria lavagem do local.
Caso permaneçam corpos estranhos procure atendimento
médico/hospitalar.

2.2 Perfurantes: a pele e os tecidos subjacentes sofrem uma perfuração


causada por um objeto. Como proceder:
• Atenção – a maioria deste tipo de ferimento não permite uma
avaliação da profundidade da lesão, ou seja, até onde o objeto
perfurou;

68
• NUNCA retire o objeto perfurante e procure atendimento
médico/hospitalar.

2.3 Avulsão da Pele: ferimento em que ocorre deslocamento da pele. Em


uma avulsão pequena proceda da seguinte forma:
• Lave o local com água e sabão;
• Caso a pele ainda esteja presa recoloque esta pele em sua
posição correta e pressione o local.
SE O FERIMENTO FOR EXTENSO e a avulsão da pele for total, não
havendo possibilidade de recolocá-la, deve-se transportar a vítima e
a pele até o hospital, procedendo da seguinte forma:
Quando possível lave a pele com água;
Proteja esta pele em um pano limpo;
Coloque a pele em um saco plástico e feche (amarre);
Coloque o saco contendo a pele em uma caixa de isopor ou
outro recipiente com gelo em cubos ou britado;
NUNCA coloque em contato direto com gelo.

2.4 Amputação de Membros: ferimento em que há a separação de um


membro do corpo causada por objetos cortantes, esmagamento ou
forças de tração. Proceda da seguinte forma:
• Controle a hemorragia – protegendo o local com pano limpo e

69
NÃO FAÇA TORNIQUETE;
• Se possível lave o membro amputado;
• Proteja o membro amputado com um pano limpo;
• Coloque-o em um saco plástico e feche (amarre);
• Coloque o saco contendo o membro amputado em uma caixa
de isopor ou outro recipiente com gelo em cubos ou britado;
• NUNCA coloque o membro amputado em contato direto com
gelo;
• Transportar a vítima e o membro amputado o mais rápido
possível para o hospital.

FRATURAS
O que é e quais os tipos de fraturas?

É a quebra da continuidade do osso. A fratura pode ser fechada – quando não


houve rompimento da pele, ou seja, o osso não aparece; ou pode ser exposta –
sempre que o osso aparecer a partir do rompimento da pele.

Quais as possíveis causas?

A fratura pode ser causada por pancada direta, impacto violento, rotação
repentina etc. Devemos ficar atentos, pois além do osso outras estruturas ao redor
podem ser prejudicadas, como tecidos, vasos, tendões.

70
Quais os sinais e sintomas?

Na fratura fechada podemos observar os seguintes sinais e sintomas: dor


intensa no local, inchaço, hematoma, o membro permanece em uma posição anormal,
dificuldade ou impossibilidade de movimentar o membro. No caso da fratura exposta o
osso estará aparente, além de termos a possibilidade de ocorrer hemorragia pela
ruptura de vasos.

O que fazer?

Fratura fechada:
• Procure não movimentar o membro afetado;
• Se possível imobilize o membro com uma madeira ou um papelão,
prendendo com panos ou similares, evitando assim aumentar o risco
de lesões internas;
• NUNCA ofereça nenhum tipo de líquido ou alimento a vítima;
• Encaminhe a vítima para atendimento médico/hospitalar.

Fratura exposta

71
Vítima consciente:

• Verifique se há hemorragia, se houver faça pressão no vaso com pano


limpo;
• Se possível imobilize o membro afetado com madeira, papelão ou
revistas, fixe com panos (nunca fixar sobre o local afetado) – sem
apertar em demasia. Lembre-se de sempre respeitar a posição em que
o osso foi encontrado, ou seja, NUNCA MECHA NO OSSO;
• Proteja o local em que o osso estiver exposto com um pano limpo;
• NUNCA ofereça nenhum tipo de líquido ou alimento a vítima;
• Encaminhe a vítima para atendimento médico/hospitalar.

Vítima inconsciente:

• Chame a Ambulância – SAMU (ligue 192);


• Verifique pulso e respiração, na ausência destes inicie as manobras de
reanimação cardiorrespiratória (item 10 do manual);
• Se houver hemorragia pressione o vaso com um pano limpo, mas
NUNCA MECHA NO OSSO, apenas o proteja com um pano limpo;
• Continue as manobras de reanimação até retornarem os movimentos
respiratórios e batimentos cardíacos ou até a chegada da ambulância
para transporte e atendimento da vítima;
• Lembre-se de DELEGAR FUNÇÕES: solicite que alguém ligue para
ambulância, enquanto você verifica pulso e respiração, já vá observando se há
hemorragia e peça a alguém para controlá-la. Enfim,
organize o atendimento para que o socorro seja eficaz.

72
ENTORSE, LUXAÇÃO
E CONTUSÃO
O que é a entorse?
É uma lesão dos ligamentos de uma articulação, sem que ocorra o
deslocamento das superfícies articulares, conhecido também como torção. Ocorrem
normalmente nos joelhos e tornozelos.

O que é a luxação?
É o desencaixe de um osso de sua articulação, associada à luxação pode
ocorrer a ruptura de ligamentos.

73
O que é a contusão?
É uma lesão provocada por um impacto forte nos tecidos moles do corpo.

Quais os sinais e sintomas em caso de


entorse, luxação e contusão?

• Dor que pode variar de intensidade;


• Deformidade local;
• Inchaço;
• Movimentos limitados;
• Hematoma e equimose.

O que fazer em caso de entorse, luxação


ou contusão?

• Solicite que a vítima repouse;


• Imobilize o membro;
• Se possível mantenha-o elevado;
• Aplique gelo no local;
• Encaminhe para atendimento médico/hospitalar.

74
QUEIMADURAS
O que são queimaduras?

São lesões que podem ser produzidas por agentes físicos térmicos – calor ou
frio, irradiação – raios solares, ou ainda podem ser produzidas por agentes químicos –
ácidos ou soluções básicas fortes como, por exemplo, a soda cáustica.

Como são classificadas as queimaduras?

As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a extensão e com a


profundidade que atingem os tecidos. A classificação quanto à extensão das
queimaduras mais utilizadas é a chamada “Regra dos Nove”, proposta por Wallace.
Assim, calcula-se a extensão da queimadura conforme a figura abaixo:

Quanto à profundidade a classificação das queimaduras é a seguinte:

QUEIMADURAS DE 1º GRAU

Ocorre na epiderme – camada mais externa da pele. O local


apresenta-se inchado, vermelho e a vítima sente ardor e
hipersensibilidade local.

75
O que fazer?
• Resfrie o local com água fria, nunca gelada;
• Ofereça água para a vítima.

QUEIMADURAS DE 2º GRAU

Atinge a epiderme e a derme, bastante dolorida, ocorre formação de


bolhas, inchaço.

O que fazer?
Resfriar o local com água fria em abundância;
Não fure as bolhas porque elas protegem o local contra
infecção e podem acelerar a cicatrização;
Se houver alguma coisa presa à pele, não tente retirar;
Não coloque nenhum tipo de creme, pasta de dente ou
outra substância na queimadura;
Proteja o local atingido e encaminhe para atendimento
médico/hospitalar.

76
QUEIMADURAS DE 3º GRAU

Há uma destruição de todas as camadas da pele, atingindo até mesmo


órgãos – podendo levar a morte. Sua coloração pode variar desde
branca, avermelhada, escura ou carbonizada. Ela é indolor devido à
destruição das terminações nervosas no local, porém a área ao redor
é dolorosa por normalmente apresentar queimaduras de primeiro e
segundo grau.

O que fazer?
• Proceda da mesma forma que agiria em uma queimadura
de primeiro e segundo graus;
• Se ainda houver fogo na vítima, abafe o fogo com um
cobertor ou casaco;
• Cubra o local atingido com um pano limpo;
• Encaminhe a vítima rapidamente para atendimento
médico/hospitalar.

QUEIMADURAS DE 4º GRAU

Caracteriza-se pela carbonização, havendo uma completa destruição


dos tecidos. Frequentemente ocorrem em queimaduras elétricas e
podem ser mais graves do que aparentam, visto que podem ocorrer
lesões internas. Nestes casos haverá uma ferida de entrada que estará
carbonizada e onde a eletricidade deixou o corpo haverá uma ferida
de saída que exibe bordas explosivas.

77
O que fazer?

• Quando a queimadura for decorrente de choque elétrico,


verifique se a fonte de energia já foi desligada, caso não seja
possível desligá-la afaste a vítima da corrente utilizando um
mal condutor de energia, como madeira, pedaços de tecidos
fortes;
• Chame a Ambulância – SAMU (ligue 192);
• Verifique se a vítima sofreu parada cardiorrespiratória, se
necessário inicie as manobras de reanimação (conforme o item
10 do manual);
• Caso os batimentos e a respiração retornem ao normal,
lateralize a cabeça da vítima e aguarde a chegada do socorro.

78
CONVULSÃO
O que é a convulsão?
É uma descarga elétrica anormal que ocorre no cérebro, tendo como
consequência uma contratura involuntária de todo o corpo ou de parte dele.

Quais os tipos de convulsões?


Elas podem ser de dois tipos:
Parciais ou focais: apenas um hemisfério cerebral é atingido, assim as
contraturas podem ocorrer em apenas uma parte do corpo (ex.: em
um braço);
Generalizadas: quando os dois hemisférios cerebrais são atingidos, as
contraturas envolvem todo o corpo.
Convulsão generalizada

Quais as possíveis causas?

• Genéticas;
• Febre alta (principalmente em crianças menores de cinco anos);
• Traumatismo craniano;
• Hipertensão;
• Tumor cerebral;
• Alergias;
• Abstinência de drogas etc.
O que fazer em uma convulsão parcial?

• Encaminhe a vítima para atendimento médico/hospitalar, pois a


convulsão pode evoluir para generalizada.

79
O que fazer em uma convulsão
generalizada?

• Proteja a vítima para que não se machuque – coloque algo sob sua
cabeça – pode ser um casaco;
• Tente lateralizar a cabeça da vítima, pois ela pode vomitar e aspirar o
conteúdo para os pulmões;
• Não coloque nada em sua boca e NUNCA TENTE SEGURAR SUA
LÍNGUA;
• Afaste objetos dela, como mesas, cadeiras;
• A crise pode durar em torno de dois a três minutos, após a vítima pode
estar um pouco sonolenta, mantenha sua cabeça lateralizada;
• Encaminhe a vítima para atendimento médico/hospitalar.

80
PARADA
CARDIORRESPIRATÓRI
A (PCR)
O que é?

É a cessação dos batimentos cardíacos associada à parada respiratória. Após a


PCR a vítima perde a consciência entre 10 e 15 segundos devido à ausência da
circulação sanguínea cerebral. Desta forma, a reanimação cardiorrespiratória deve
começar imediatamente, pois em cerca de 3 minutos a lesão cerebral começa a
ocorrer.

Quais as possíveis causas?

• Doenças cardíacas;
• Hemorragias;
• Choque elétrico;
• Doenças pulmonares;
• Alergias;
• Uso de drogas;
• Afogamentos etc.

81
O que fazer?

Parada cardiorrespiratória em adultos

• Vítima inconsciente – não responde ao toque e nem responde ao


chamado em voz alta;
• Chame SAMU (ligue 192);
• Verifique presença de pulso – palpe a artéria carótida (não ultrapasse
10 segundos para verificar):

Na ausência de pulso, deite a vítima com a barriga para cima em uma


superfície dura;
Inicie suporte básico de vida - faça compressões torácicas,
conforme a técnica:
Técnica das compressões torácicas (massagem cardíaca):
1. Você deve ficar de joelhos, ao lado da vítima e seus braços
devem ficar esticados;
2. Coloque uma mão sobre a outra entre os mamilos da vítima;
3. Utilize o peso do seu corpo (sempre mantendo os braços
esticados) e faça pressão sobre o tórax (entre os mamilos) até
você perceber que ele abaixa um pouco (aproximadamente 5
centímetros).
4. Atenção: a frequência da massagem é de no mínimo 100
compressões/minuto até no máximo 120 compressões/minuto.

82
Examine se há algo obstruindo as vias aéreas (corpo estranho) e
remova5;

Chame SAMU (ligue 192);


Na ausência de pulso, deite a vítima com a barriga para cima em uma
superfície dura;
Em lactentes realizar a compressão torácica 1 cm abaixo da linha
intermamilar:
6 De acordo com American Heart Association (AHA) 2010 são considerados lactentes
– bebês menores
de 1 ano e crianças – aquelas de 1 ano até a idade do início da puberdade
(adolescência) definida como
desenvolvimento de mamas nas meninas e pelos axilares nos meninos; a partir daí o
tratamento é igual
ao ofertado aos adultos.
31
Local de compressão torácica em lactentes (menores de 1 ano). Fonte:

A melhor técnica de compressão torácica em lactentes é a que se


utilizam os dois dedos polegares com as mãos circundando o corpo do
bebê:
Compressão torácica utilizando os dois dedos polegares do socorrista. Fonte:

83
Em crianças deve-se realizar a compressão torácica utilizando a palma
de uma mão na região intermamilar:

compressões/minuto, com profundidade de 4 cm em lactentes e


crianças maiores até 5 cm;

• Examine se há algo obstruindo as vias aéreas (corpo estranho) e


• remova;
• Lembre-se de inclinar a cabeça e elevar o queixo para facilitar a
• ventilação do lactente e criança em parada cardiorrespiratória;
• Manter a recomendação utilizada para os adultos de 100 por minuto
• compressões cardíacas
• Continue realizando as manobras de reanimação cardiorrespiratória
• até retornarem os batimentos cardíacos e movimentos respiratórios
• da vítima ou até a chegada do socorro especializado.

84
Estabilização Manual da Cabeça
Objetivos: Manter a região cervical alinhada em posição neutra até que a
vítima esteja completamente imobilizada.

Indicações: Quando mecanismo de lesão sugere traumatismo do crânio e/ou da


coluna vertebral (trauma vertebro-medular).

Contraindicações: O elemento deve parar imediatamente o


movimento se, do movimento cuidadoso da cabeça e do pescoço para uma
posição neutra, resultar alguma das seguintes situações:
• Espasmo da musculatura do pescoço;
• Aumento da dor;
• Aparecimento ou agravamento de défice
neurológico (como dormência, formigueiro ou
perda de função motora);
Comprometimento da função ventilatória
Técnica:

Uma vez que, a partir do mecanismo de trauma, existe a suspeita de lesão


vertebro medular, o primeiro passo é estabelecer de imediato uma imobilização
da coluna cervical com alinhamento manual em posição neutra, segundo os
seguintes princípios:
• A cabeça é estabilizada de forma cuidadosa, alinhando-a em posição
neutra, a não ser que haja contraindicação;
• O alinhamento é mantido, sem qualquer tração, em posição neutra (se
vítima em plano horizontal);
• Na vítima sentada ou de pé deve ser aplicada apenas uma tração
suficiente para aliviar o peso axial (aliviar o peso da cabeça sobre a
coluna cervical);
• A cabeça deve ser estabilizada por imobilização manual até que se
complete a imobilização mecânica do tronco e da cabeça (que implica
aplicação da aranha e só depois apoios laterais da cabeça).
Permanecendo assim até depois do exame no hospital;
Atenção: nas situações em que durante a tentativa de alinhamento para
posição neutra surge dor ou agravamento das queixas sensitivas ou motoras, a
cabeça deve ser imobilizada na posição em que se encontra.

Abordagem lateral com vítima sentada em veículo:

1. O 1º elemento, abordando a vítima lateralmente, estabiliza a cabeça colocando


uma das mãos na transição crânio cervical, enquanto a outra apoia a
mandíbula;
2. Esta estabilização anteroposterior permite que no próximo passo o elemento
encarregue de estabilizar a coluna cervical por trás (2º elemento), coloque
ambas as mãos sobre os pavilhões auriculares sem quaisquer
constrangimentos ou dificuldades;

85
3. Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o 1º elemento mobiliza
lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (exceto se contraindicado);
4. Deve ser mantida a pressão suficiente para suportar e estabilizar a cabeça.

Abordagem posterior com vítima sentada em veículo:

1. A execução desta técnica deve ser antecedida de uma estabilização lateral da


cabeça;
2. O 1º elemento coloca-se por trás da vítima;
3. Coloca as suas mãos lateralmente sobre os pavilhões auriculares da vítima, sem
movimentar a cabeça;
4. Os dedos deverão ser distribuídos de forma a proporcionar uma estabilização
eficaz da cabeça da vítima;
5. Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o elemento mobiliza
lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (exceto se contraindicado);
6. O 1º elemento (se possível) aproxima os seus braços e apoia-os no banco, nos
apoios de cabeça ou no seu tronco, para se manter mais estável.

Abordagem anterior com a vítima de pé:

1. Posicionando-se diretamente em frente da vítima, o 1º elemento


coloca as suas mãos de ambos os lados da cabeça sobre os pavilhões

86
auriculares, sem movimentar a cabeça;
2. Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o 1º elemento
mobiliza lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (exceto
se contraindicado);
3. Deve ser mantida a pressão suficiente para suportar e estabilizar a
cabeça.

Abordagem com a vítima em decúbito dorsal:

1. O 1º elemento posiciona-se atrás da cabeça da vítima, na posição


de ajoelhado ou deitado;
2. As mãos do 1º elemento são colocadas de cada lado da cabeça da
vítima, colocando as palmas da mão sobre os pavilhões auriculares
desta;
3. Os dedos de ambas as mãos do 1 elemento devem ser utilizados de
forma a proporcionar uma estabilização eficaz e segura;
4. Ao estabilizar a cabeça da vítima, os cotovelos e/ou os antebraços
do 1º elemento podem ser apoiados no chão ou nos joelhos (para um
suporte adicional).

87
Aplicação do Colar Cervical

Para realizar corretamente esta técnica são


necessários 2 elementos.

objetivos: Efetuar a correta colocação Para o transporte da vítima em plano duro é


de um colar cervical de tamanho obrigatória a aplicação do cinto tipo aranha ou os
cintos do plano e depois destes os estabilizadores
adequado. laterais de cabeça.

indicações: Quando o mecanismo de


lesão sugere traumatismo da coluna
cervical.

contraindicações: Trauma
penetrante com eventual objeto
empalado e/ou hematoma expansivo, no
pescoço ou zonas adjacentes.

Técnica:
1. O primeiro elemento deve fazer ou manter, de acordo com a posição e a situação
da vítima, o alinhamento e a imobilização da cabeça e coluna cervical, em
posição neutra, deixando livre a região cervical, para que seja mais fácil a
aplicação do colar cervical;
2. O segundo elemento, procederá à escolha do tamanho do colar cervical,
medindo a distância do ângulo da mandíbula à base do pescoço;
3. Os passos da aplicação do colar dependem do tipo de colar e das suas instruções
de colocação. No entanto, sempre que possível, deve-se optar por um colar de
duas peças e quatro apoios, ajustando primeiro a parte anterior do colar ao
pescoço da vítima, colocando, em seguida, a parte posterior do colar,
procedendo então ao ajuste final;
4. O primeiro elemento mantém sempre o alinhamento em posição neutra
(segundo o eixo nariz-umbigo-pés) e a imobilização, durante os movimentos a
realizar posteriormente

Esta técnica deverá


ser executada
sempre que o
mecanismo de
lesão sugere
traumatismo da
coluna cervical.

88
Rolamento

objetivos: Mobilizar uma vítima para um dispositivo de imobilização,


mantendo estabilização com alinhamento manual e com o mínimo movimento
da coluna vertebral.

indicações: Para mobilizar uma vítima para o dispositivo de imobilização


ou transporte; para lateralizar uma vítima com suspeita de trauma vertebro-
medular, com o objetivo de examinar a região posterior do tronco.

Precauções: Vítimas em decúbito dorsal com suspeita de trauma da


bacia; trauma bilateral dos membros (se tivermos fratura bilateral da tíbia e
perónio, depois de imobilizar especificamente cada uma delas é possível
lateralizar a vítima), objetos empalados e eviscerações.

técnica: A técnica tem de ser adaptada de acordo com a posição em que a


vítima se encontra. Para a sua realização correta são.

O reposicionamento da vítima no plano duro deve


ser realizado com um movimento na diagonal.

Vítima em decúbito dorsal:

1. Enquanto o primeiro elemento se coloca à cabeça da vítima e mantém o


alinhamento com estabilização em posição neutra, o segundo elemento aplica o
colar cervical de tamanho adequado;
2. O primeiro elemento continua à cabeça (mantendo o alinhamento com estabilização
em posição neutra), o segundo elemento ajoelha-se ao nível do tórax da vítima e o
terceiro ajoelhasse ao nível dos joelhos;
3. Os membros superiores e inferiores são alinhados junto ao corpo e o plano duro
colocado no lado oposto aos elementos;
4. A vítima é agarrada pelos ombros e pela cintura pélvica em simultâneo, de modo
a manter as extremidades alinhadas em posição neutra e é rolada suavemente na
direção do segundo e terceiro elementos;
5. O plano duro é apoiado no bordo lateral oposto aos elementos ou, quando
colocado por um quarto elemento, aplicado contra o dorso da vítima. Deve ser
posicionado de forma que a sua porção terminal (zona dos pés) fique na região

89
entre os joelhos e os tornozelos da vítima e a porção superior (zona da cabeça)
fique colocada acima da cabeça da vítima;
6. A vítima é rolada para cima do plano duro e desce junto com este para o solo;
7. Uma vez o plano colocado no solo, a vítima é firmemente agarrada pelos
ombros, região pélvica e membros inferiores, sendo de seguida deslocada na
diagonal, ao longo do plano duro, até ser corretamente posicionada com a cabeça
colocada no topo do plano e o corpo centrado;
8. A manutenção da estabilização com alinhamento em posição neutra deve ser feita
sem puxar pela cabeça (ou pescoço) da vítima.

Vítima em decúbito ventral:

Quando a vítima se apresenta em decúbito ventral, pode ser utilizado um método de


estabilização semelhante ao descrito para a vítima em decúbito dorsal:

1. Procede-se ao alinhamento inicial dos membros;


2. A posição do segundo e terceiro elementos e a colocação das mãos são também
as descritas na técnica anterior;
3. É também obrigatório manter o alinhamento;
4. Se possível, a vítima deve ser sempre rolada na direção contrária àquela para onde
a sua face está inicialmente voltada;
5. O primeiro elemento coloca-se à cabeça da vítima e mantém o alinhamento com
estabilização em posição neutra;
6. O plano duro é colocado entre os elementos e a vítima e apoiado no bordo lateral,
posicionado de forma que a sua porção terminal (zona dos pés) fique acima dos
tornozelos da vítima;
7. Enquanto o segundo elemento ajoelhado ao nível do tórax da vítima
agarra com uma mão o seu ombro mais distante e com a outra o punho
e a anca, o terceiro, ajoelhado ao nível dos joelhos agarra com uma
mão o braço e com a outra os membros inferiores da vítima;
8. A vítima é rolada em direção ao plano duro, devidamente alinhada;
9. Depois de o segundo e o terceiro elementos reposicionarem três das
mãos no lado oposto da vítima, uma fixa o plano duro, a vítima e o
plano são descidos para o solo. Firmemente agarrada pelos ombros,
região pélvica e membros inferiores, a vítima é de seguida deslocada
para cima e para o lado, ao longo do plano duro, até ser posicionada com
a cabeça colocada no topo do plano e o corpo centrado. Finalmente é
colocado o colar cervical;
10. A manutenção da estabilização com alinhamento em posição neutra é
feita sem tracionar a cabeça (ou pescoço) da vítima.

90
Levantamento
Técnica cada vez menos consensual e menos defendida em virtude das suas
diversas limitações (ex. número de elementos, treino) e relação custo-
benefício para as vítimas de trauma.
Como exemplo, mesmo em situações de fratura da bacia, a técnica
recomendada é a utilização da maca pluma.

Contraindicações: A técnica só deve ser executada se existirem pelo


menos quatro elementos treinados para a sua execução (sendo seis o número
ideal).

Técnica:

1. Antes de se realizar um levantamento deverá sempre ser aplicado o colar cervical;


2. O 1 º elemento manterá o alinhamento e a imobilização em posição neutra,
segundo o eixo nariz - umbigo - pés, e comandará os movimentos;
3. O 2º e 3º elementos ajoelhados de um dos lados da vítima e o 4º e 5º elementos do
outro lado, com o mesmo joelho no chão, colocam corretamente os membros
superiores e inferiores da vítima de forma a permitir o levantamento;
4. O 6º elemento pegará no Plano Duro, que a seu tempo introduz debaixo da vítima;
5. Os elementos posicionados lateralmente à vítima, colocam as mãos sobre esta, para
percepcionarem a sua correta localização durante o levantamento, de forma a
distribuir o peso da cintura escapular, do tronco, do abdómen, da cintura pélvica e
dos membros inferiores da vítima, a fim de que esta seja mobilizada o menos
possível. O 1º elemento dará indicação 'Colocar mãos!';
6. Introduzirão as mãos debaixo da vítima, nas localizações definidas, sem
perturbar o alinhamento, com movimentos de deslizamento. O 1º elemento dará
indicação 'Introduzir!';
7. Aplicando a força para cima e para a frente farão o levantamento em bloco, até
à altura dos joelhos, sempre seguindo indicação expressa do 1º elemento: 'À minha
voz três, levantar-se! - Um … dois … três!';
8. O Plano Duro será introduzido por baixo da vítima, pelo lado dos pés, de forma
que o topo do plano fique a um nível superior ao da cabeça da vítima;
9. Farão em seguida, sob indicação do chefe de equipa, o abaixamento em bloco, de
forma que a vítima fique posicionada com a cabeça colocada no topo do plano e o
corpo centrado: 'baixar!';

91
10. As mãos deverão ser retiradas com os mesmos cuidados como quando foram
introduzidas;
11. Logo que a vítima está corretamente posicionada sobre o plano duro, seguindo
indicação do 1º elemento, procede-se de seguida à sua imobilização no
respetivo plano rígido.

92

Você também pode gostar